V ENCONTRO NACIONAL DOS NÚCLEOS DE PESQUISA APLICADA A PESCA E AQUICULTURA
Morro de São Paulo (BA) - 03 a 06 de Dezembro de 2013
RESUMO EXPANDIDO
Título do trabalho: DETERMINAÇÃO DE MACRONUTRIENTES NAS
ÁGUAS DO RIO JAGUARIPE EMPREGANDO ICP OES
Nome(s) do(s) Autor(es) Instituição Email
Caio Fernando Gromboni IFBA – Campus Valença [email protected]
João Matheus Santos Assis IFBA – Campus Valença [email protected]
Palavras-chaves Águas, Rio Juaguaripe, Macronutrientes
Resumo
Nesse trabalho foram coletadas 06 amostras de água de diferentes pontos do Rio Jaguaripe, sendo
superficial, com um metro de profundidade e água de fundo. Essas amostras foram acidificadas em
laboratório e o teor de Na, K, Ca, Mg, P e S foram determinados empregando espectrometria de
emissão óptica com plasma de argônio acoplado indutivamente.
Introdução
A qualidade das águas é um fator essencial para a sobrevivência do ser humano e a preocupação com
a mesma torna-se cada vez mais freqüentes vistos episódios de contaminação antropogênica. A
técnica de ICP OES surgiu na década de 70, uma vez que a capacidade multielementar e análise
simultânea atraíram a atenção para esses equipamentos (MONTASER & GOLIGHTLY, 1992). Os
primeiros equipamentos de ICP OES foram introduzidos comercialmente em 1974 e tornaram-se
amplamente usados em análises de rotina. O ICP OES é um equipamento robusto que apresenta
limites de detecção e quantificação baixos e permite a quantificação de vários elementos químicos em
uma mesma análise (CINDRIC et al., 2011). Hoje em dia existem equipamentos com configurações
da tocha nas posições axial e radial, sendo que os equipamentos com a tocha na posição axial
apresentam melhores valores de sensibilidade, porém estão sujeitos a maiores interferências.
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Nessa linha, o rio Jaguaripe foi escolhido como objeto de estudo desse trabalho. Esse rio pertence à
bacia hidrográfica do Recôncavo Sul, desemboca na Baía de Todos os Santos, ao sul da ilha de
Itaparica e está inserido na Região de Planejamento e Gestão das Águas (RPGA) IV, de acordo com o
Plano Estadual de Recursos Hídricos, aprovado pela Resolução CONERH nº 43 de 02 de março.
Trata-se de um rio onde predomina o manguezal, com uma grande diversidade de fauna e flora.
Apresenta importância regional elevada na Bahia uma vez que atravessa diversas cidades do sul
estado; além disso, possui extenso lagamar onde diversas espécies se reproduzem e é uma área
comum de banhistas; trata-se de uma região bastante impactada por ocupação populacional informal e
carente de infra-estrutura. Pode-se destacar ainda ocorrências de inundação de área urbana que são
registradas principalmente na cidade de Nazaré, onde trechos antes navegáveis, que devido ao
acelerado processo de assoreamento apresenta atualmente obstruções em sua calha e o conseqüente
extravasamento. Nesse sentido a determinação dos teores de Na, K, Ca, Mg, P e S pode contribuir
com informações relevantes sobre o perfil desses elementos químicos no curso do rio.
Metodologia
Todos os materiais utilizados no trabalho foram descontaminados em banho de HNO3 10 % v v-1 por
no mínimo 24 h, lavados com água destilada e, finalmente, com água desmineralizada obtida a partir
de um sistema de purificação de água. Reagentes de grau analítico e água ultrapura foram empregados
para preparo das soluções.
A amostragem desempenha um papel fundamental na determinação exata do teor desses elementos,
sendo escolhidos 6 pontos estrategicamente selecionados desde Nazaré até a Caixa Pregos onde o rio
se encontra com o Mar na Baía de Todos os Santos. As amostras foram coletadas no mês de
Dezembro de 2012, sendo que as coletas eram realizadas em triplicata visando uma maior
homogenidade e precisão dos resultados obtidos, empregando uma garrafa que segue os princípios da
garrafa de Vandorf. A tabela 1 apresenta as coordenadas dos pontos escolhidos:
Tabela 1. Coordenadas relativas aos pontos de coleta das amostras.
Ponto S O1 -13.11 -38.892 -13.1192087° -38.8490967°3 -13.1245104° -38.8360629°4 -13.1104931° -38.9034252°5 - 13.601160° -38.5544078°6 -13.1001908° - 38.924027°
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As determinações totais dos elementos químicos foram realizadas utilizando-se ICP OES com
configuração radial em colaboração com a Embrapa – Pecuária Sudeste (CPPSE).
Resultados e discussões
A tabela 2 ilustra os resultados obtidos das análises das amostras nos diferentes pontos de
amostragem.
Tabela 2. Teores dos elementos químicos Na, K, Ca, Mg e S determinados nas águas do rio Jaguaripe
em diferentes pontos e profundidades empregando ICP OES.
No ponto 1, as concentrações correspondentes a amostra da água de fundo não foram realizadas (NR);
já no ponto 6, a água de fundo já correspondia a 1 m de profundidade. É possível observar que as
menores concentrações de todos os elementos químicos foram observados no ponto 6, sendo que
houveram casos onde os valores ficaram abaixo do limite de quantificação (<LD). Esse ponto é a
cabeceira do rio e sofre menor influência da maré, dessa forma, é de se esperar que os teores de Na
fosse reduzidos; o ponto 5, apesar de ser localizado no centro da cidade de Nazaré, também
apresentam baixos teores dos elementos químicos analisados. Para as determinações de Na, foi
possível notar que os maiores valores encontrados, estão no ponto 2 da amostragem, sendo que não
existe diferença entre os valores encontrado na superfície, com 1 metro de profundidade ou no fundo
do rio. Já para K, Ca, Mg e S, as maiores concentrações são encontradas no ponto 1 da coleta, situado
próximo da cidade de Caixa-Prego, que acaba sofrendo forte interferência da Maré, pois está
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localizado próximo da Baía de todos os Santos. Ainda é possível observar que os valores encontrados
na água superficial não variam muito em relação aos valores encontrados nas amostras coletadas com
1 m de profundidade ou nas amostras coletadas no fundo do leito do rio.
Conclusões
Diante dos resultados obtidos, é possível concluir que os menores valores de concentração
encontrados foram coletados na cabeceira do rio e que não existe relação entre os resultados dos
elementos químicos analisados e as diferentes profundidades.
Referências
[1] MONTASER, A. & GOLIGHTLY, D. W. Inductively Coupled Plasmas in Analytical Atomic
Spectroscopy. New York: VCH Publisher, 1992.
[2] CINDRIĆ I. J.; ZEINER, M.; KRÖPPL, M. & STINGEDER, G. “Comparison of sample
preparation methods for the ICP-AES determination of minor and major elements in clarified apple
juices”. Microchem. J., 99 (2): 364, 2011.
Apoio
FAPESB e IFBA.
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