Relatório
Agrupamento de Escolas
de Rates
PÓVOA DE VARZIM
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Norte
2016 2017
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO
Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC
Escola Básica de Rates, Póvoa de Varzim • •
Escola Básica de Fontainhas, Póvoa de Varzim • •
Escola Básica de Granja, Rates, Póvoa de Varzim • •
Escola Básica de Machuqueiras, Laúndos, Póvoa de Varzim •
Escola Básica de Praça, Rates, Póvoa de Varzim •
Escola Básica de Quinta, Balazar, Póvoa de Varzim •
Jardim de Infância Lugar de Laúndos, Póvoa de Varzim •
Jardim de Infância de Cruz, Balazar, Póvoa de Varzim •
Jardim de Infância de Nossa Senhora da Saúde, Laúndos, Póvoa de Varzim •
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas de
Rates – Póvoa de Varzim, realizada pela equipa
de avaliação, na sequência da visita efetuada
entre 22 e 25 de novembro de 2016. As
conclusões decorrem da análise dos documentos
fundamentais do Agrupamento, em especial da
sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou a escola-
-sede do Agrupamento, o jardim de infância da
Cruz, a escola básica de Granja com jardim de infância e as escolas básicas da Quinta e da Praça.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório do Agrupamento apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
O Agrupamento de Escolas de Rates, no concelho de Póvoa de Varzim, distrito do Porto, foi constituído
em junho de 2003 e abrange as freguesias de S. Pedro de Rates, Laúndos e Balasar, recebendo também
alunos de Macieira do concelho de Barcelos. Foi avaliado, no âmbito do primeiro ciclo da avaliação
externa das escolas, em 2010. É constituído por três escolas básicas com 1.º ciclo, duas escolas básicas
com 1.º ciclo e educação pré-escolar, três jardins de infância e a Escola Básica com 2.º e 3.º ciclos de
Rates (escola-sede). É um Agrupamento com contrato de autonomia, desde 2013.
No ano letivo de 2016-2017, o Agrupamento é frequentado por 924 crianças e alunos: 102 (seis grupos)
na educação pré-escolar; 328 (17 turmas) no 1.º ciclo; 200 (10 turmas) no 2.º ciclo; 294 (15 turmas) no 3.º
ciclo.
O Agrupamento é frequentado por 26 crianças e alunos de outras nacionalidades. Relativamente à ação
social escolar, verifica-se que 50,5% dos alunos não beneficiam de auxílios económicos. Já no que
respeita às tecnologias de informação e comunicação, 65% dos alunos do ensino básico possuem
computador em casa com ligação à Internet.
A educação e o ensino são assegurados por 101 docentes, dos quais, 88,1% pertencem aos quadros. A sua
experiência profissional é significativa, pois 93,1% lecionam há 10 ou mais anos. O pessoal não docente
é constituído por 35 elementos, dos quais 88,6% têm 10 ou mais anos de serviço.
Os dados relativos à formação académica dos pais e das mães dos alunos do ensino básico revelam que
6% têm habilitações de nível superior e 19% o ensino secundário. Quanto à ocupação profissional, 13%
dos pais/mães dos alunos do ensino básico exercem atividades profissionais de nível superior e
intermédio.
De acordo com os dados de referência disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e
Ciência, relativamente ao ano letivo 2014-2015, os valores das variáveis de contexto do Agrupamento,
quando comparados com os das outras escolas/agrupamentos públicos do país, são favoráveis. Refere-se,
em particular, a média do número de alunos por turma no primeiro e no terceiro ciclos do ensino básico
e a percentagem de professores do quadro.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
Na educação pré-escolar, a evolução e o progresso das aprendizagens são refletidos nas reuniões de
educadores e, periodicamente, entre estes e os encarregados de educação, apoiando a regulação de todo o
processo de educação e aprendizagem. No final de cada período letivo, os registos dos progressos
alcançados são dados a conhecer aos encarregados de educação, através de fichas descritivas, de caráter
formativo, centradas na evolução e progressos de cada uma das crianças, de acordo com as orientações
curriculares estabelecidas para este nível de educação.
No ano letivo de 2014-2015, comparando os resultados obtidos pelo Agrupamento com os das
escolas/agrupamentos com variáveis de contexto análogas, constata-se que as taxas de conclusão nos 1.º,
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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2.º e 3.º ciclos e as percentagens de positivas nas provas finais dos 4.º, 6.º e 9.º anos, situam-se acima do
valor esperado.
A análise dos resultados contextualizados relativos ao triénio 2012-2013 a 2014-2015, evidencia,
globalmente, tendência de melhoria, ainda que as taxas de conclusão dos 2.º e 3.º ciclos não revelem, de
forma tão consistente, a melhoria registada nos restantes resultados.
Em síntese, analisados e ponderados os resultados obtidos, verifica-se que estão acima dos valores
esperados.
O Agrupamento, quando comparado com outras escolas públicas, apresenta variáveis de contexto
relativamente favoráveis, pelo que existem boas perspetivas de progressão para os resultados obtidos.
Procede-se regularmente à análise da qualidade do sucesso académico, designadamente através dos
registos e tratamento estatístico da distribuição dos diferentes níveis, por disciplina, ano e turma, e das
taxas de transição/conclusão dos alunos com sucesso em todas as disciplinas. De acordo com os dados
fornecidos pelo Agrupamento, as taxas de sucesso pleno, nos últimos três anos letivos, têm evoluído
favoravelmente, situando-se, no último ano letivo, em valores médios de 66,3% (2.ºciclo) e de 59,8% (3.º
ciclo).
O Agrupamento sustenta o sucesso académico na implementação de medidas de promoção do sucesso
escolar e estratégias diversificadas, com impacto nos resultados obtidos, nomeadamente,
coadjuvação/assessorias, aulas de apoio, sala de estudo, projeto +Apoio (1.º ciclo), Oficina de Matemática
(9.º ano), continuidade das equipas pedagógicas, envolvimento dos alunos em projetos e apoio a alunos
com dificuldades na organização pedagógica e problemas comportamentais e/ou sociais, entre outras.
No último triénio, de acordo com os dados disponibilizados, as taxas de abandono têm-se situado em
valores nulos ou residuais.
RESULTADOS SOCIAIS
As crianças e os alunos são motivados e incentivados a participar nas atividades que integram o plano
anual do Agrupamento, o que se traduz numa forte adesão às iniciativas realizadas. No entanto, são
praticamente inexistentes as atividades em que assumem a responsabilidade na sua organização e
concretização, para promoção da sua responsabilidade cívica.
Para fomentar a formação pessoal e social dos alunos, são realizadas diversas atividades e projetos,
particularmente no âmbito da segurança, saúde, direitos humanos, ambiente e cidadania, que merecem
a sua adesão e participação.
A direção reúne, pelo menos uma vez por período, com delegados e subdelegados das turmas para ouvir
e recolher sugestões dos alunos, no sentido de os envolver e corresponsabilizar nas decisões que mais
diretamente lhes dizem respeito. Durante estas reuniões, os alunos apresentam e discutem os seus
problemas e expetativas, manifestando os seus pontos de vista e sugestões que, quando se revelam
oportunas, são aceites e, sempre que possível, concretizadas.
A educação para a cidadania e a promoção de valores são aspetos que merecem um destaque especial e
estão patentes nas linhas orientadoras do projeto educativo. Os alunos envolvem-se com regularidade
em ações de solidariedade, entre as quais se destacam a recolha de tampinhas, no âmbito do projeto Eco
Escolas, e de pilhas, para ajuda do Instituto Português de Oncologia (IPO). Para além destes aspetos,
salienta-se, ainda, a colaboração da turma B do 9.º ano na animação do Lar do Centro Social e Bem
Estar de S. Pedro de Rates. Destaca-se, ainda, o trabalho desenvolvido em prol dos alunos com
necessidades educativas especiais, com dificuldades de organização do trabalho escolar, com problemas
de natureza comportamental e/ou social, com impacto na sua integração e melhoria dos resultados.
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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Não foram identificadas situações de natureza disciplinar com reflexos no funcionamento do
Agrupamento, ainda que fossem referidas algumas ocorrências, normalmente relacionadas com a
utilização de linguagem considerada excessiva. No entanto, apesar da diminuição da taxa de ocorrências
fruto da atenção despendida e das medidas adotadas, das quais se salienta o trabalho desenvolvido pelo
Gabinete de Apoio Multidisciplinar ao Aluno (GAMA), verificou-se a instauração de catorze
procedimentos disciplinares no ano letivo de 2015-2016, de que resultaram a aplicação de três medidas
sancionatórias e onze medidas corretivas.
Os alunos, após concluírem o ensino básico, ingressam praticamente todos no ensino secundário, quer
nos cursos científico-humanísticos, quer nos profissionais, optando, na sua maioria, por frequentar as
escolas secundárias da sede do concelho, em virtude de na localidade não existir escola secundária.
Apesar do Agrupamento, de uma forma informal, tomar conhecimento de alguns resultados dos seus ex-
alunos, não existe um procedimento regular e organizado para recolher esta informação, no sentido de
permitir reorientar a oferta educativa/formativa.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
A comunidade educativa, de uma maneira geral, evidencia grande satisfação com a ação educativa
desenvolvida e com a qualidade da maior parte dos serviços disponibilizados, como está bem expresso
nas respostas aos questionários de satisfação aplicados no âmbito do presente processo de avaliação
externa e nas opiniões recolhidas durante as entrevistas realizadas a diferentes grupos representativos
da comunidade educativa.
As respostas que merecem uma maior percentagem de concordância, transversais a todos os grupos,
dizem respeito à qualidade e exigência do ensino ministrado, à abertura ao meio, ao equipamento e
funcionamento da biblioteca, à disponibilidade da direção, à qualidade e funcionamento do refeitório e
do bufete (na escola-sede), à limpeza, à segurança e ao bom ambiente de trabalho.
Relativamente aos aspetos que registam menor satisfação, salienta-se a adequação das salas de aula e
dos espaços de desporto e recreio, o comportamento dos alunos (evidenciado nas respostas dos
trabalhadores não docentes) e a fraca utilização dos computadores durante as aulas (destacada nas
respostas dos alunos).
Os representantes da Câmara Municipal de Póvoa de Varzim manifestaram grande satisfação com o
trabalho desenvolvido pelo Agrupamento, salientando os resultados escolares obtidos e a abertura e a
interação com a comunidade local, o que tem contribuído para fortalecer a boa imagem que o
Agrupamento tem em toda a comunidade envolvente.
Na perspetiva de incentivar e valorizar o sucesso académico, foi instituído o Quadro de Excelência,
destinado a destacar e premiar os alunos com melhor desempenho escolar. Os diplomas e as medalhas
atribuídas aos alunos premiados são entregues em cerimónia pública e divulgados na página Web e no
jornal do Agrupamento, Escola Viva. Para além desta iniciativa, para valorizar, de forma coletiva, os
resultados, foi criada a designada Turma Bué, que premeia a turma que, no final do ano letivo, tenha
melhor desempenho na conjugação de três variáveis: resultados académicos, assiduidade e
solidariedade.
Apesar do Agrupamento se assumir como centro dinamizador de iniciativas de âmbito cultural,
recreativo e desportivo, envolve-se, também, com regularidade nas atividades promovidas e organizadas
localmente, em particular pela câmara municipal.
A ação do Agrupamento tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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generalizadas e eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de MUITO BOM no
domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
A gestão e a articulação do currículo são refletidas e concretizadas nas estruturas de coordenação
educativa e supervisão pedagógica. A continuidade das equipas pedagógicas, a previsão de tempos
comuns para as reuniões de docentes e a realização de atividades envolvendo diversos grupos de
recrutamento e diferentes anos de escolaridade, assim como as diversas formas de trabalho
colaborativo, contribuem para a articulação horizontal e vertical do currículo e para a sequencialidade
das aprendizagens. Porém, a articulação vertical carece, ainda, de um trabalho mais estruturado e
abrangente, envolvendo os diferentes níveis de educação e ensino, com repercussão no planeamento e na
qualidade das aprendizagens.
Os planos de grupo/turma obedecem a uma matriz comum e incluem um diagnóstico do contexto e do
percurso educativo de cada criança/aluno, bem como propostas de estratégias/medidas a adotar em
função das especificidades identificadas, embora não refiram, de forma explícita, a intencionalidade da
articulação de conteúdos e da interdisciplinaridade ou da transversalidade curricular na educação pré-
escolar. As medidas para a promoção do sucesso escolar implementadas são avaliadas periodicamente,
sendo reajustadas, sempre que necessário.
A contextualização do currículo e a abertura ao meio evidenciam-se essencialmente nas atividades
previstas no plano anual, que abrangem iniciativas de natureza diversa, e no desenvolvimento de
projetos locais, nacionais e internacionais que envolvem parcerias com várias instituições, com destaque
para Câmara Municipal de Póvoa de Varzim.
A coerência entre o ensino e a avaliação assenta na uniformização de critérios e procedimentos de
avaliação, por disciplina e ano de escolaridade, e na utilização da avaliação formativa como mecanismo
de regulação do processo de ensino e de aprendizagem. O conselho pedagógico define critérios de
avaliação que ponderam as competências/conhecimentos, as atitudes e comportamentos, que são
devidamente divulgados aos alunos e aos encarregados de educação e aplicados pelos docentes.
O trabalho colaborativo tem sido bastante desenvolvido e concretiza-se, sobretudo, na planificação
conjunta das atividades letivas, na dinamização de projetos e atividades, na formação interpares, na
produção de materiais pedagógicos, na partilha de recursos e nas experiências de trabalho em pares,
onde se salienta a coadjuvação e as assessorias. Como exemplo desta colaboração docente, implementou-
se o projeto + Apoio (envolvendo, no 1º ciclo, os professores titulares de turma e os de apoio educativo) e
a Turma Mais.
PRÁTICAS DE ENSINO
O processo de ensino e de aprendizagem responde às capacidades e aos diferentes ritmos de
aprendizagem dos alunos. Algumas das estratégias utilizadas para esse efeito são a constituição de
grupos de homogeneidade relativa (Turma Mais), a coadjuvação, as assessorias e a dinamização de uma
sala de estudo a funcionar na biblioteca da escola-sede, onde são superadas dificuldades e estimulados
os alunos com capacidades de aprendizagem excecionais, através de propostas de trabalho mais
aliciantes. Desde a educação pré-escolar, é fomentada a cooperação entre crianças/alunos, como forma
de facilitar a aprendizagem e a evolução contínua.
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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O apoio às crianças e alunos com necessidades educativas especiais foi reestruturado, visando uma
rápida e eficaz resposta. A articulação entre os vários intervenientes no processo tem impacto muito
positivo na integração destas crianças/alunos na comunidade escolar e no reforço das suas
aprendizagens. Os alunos com currículo específico individual podem optar entre algumas variantes de
ensino prático, de acordo com áreas dos seus interesses e os recursos existentes.
O incentivo à melhoria de desempenho é feito através do envolvimento dos alunos em concursos e
projetos desenvolvidos em diversas áreas disciplinares de que são exemplos o Desporto Escolar (com
especial destaque para o badminton), o Programa Eco Escolas, a Fundação Vox Populi, a adesão a
projetos da câmara municipal de grande impacto no meio local, ou, ainda, a criação da Turma Bué,
estratégias usadas para incentivar os alunos para as aprendizagens e potenciar o sucesso educativo.
As metodologias ativas e experimentais são regularmente utilizadas desde a educação pré-escolar,
através da implementação da metodologia de projeto. A oferta complementar de Ciências
Experimentais, no 1.º ciclo, concorre, igualmente, para o fomento do experimentalismo e do espírito
científico. A biblioteca escolar é atrativa e está a ser monitorizada por um sistema informático de
criação local, sendo bastante utilizada pelos alunos, para realização de pesquisas e trabalhos escolares,
dispondo de computadores e tablets para esse efeito.
A valorização da dimensão artística está patente na implementação dos clubes de Artes, Música e
Teatro, bem como nas disciplinas ligadas a esta área, que contribuem para o embelezamento e
humanização dos diferentes espaços escolares. Salienta-se a realização de uma peça de teatro,
concretizada no final de cada ano letivo, apresentada no auditório municipal, aberta a todo o concelho.
O acompanhamento da prática letiva é realizado indiretamente nas reuniões de docentes, onde se avalia
o cumprimento das planificações, monitorizam os resultados alcançados e se reflete sobre as práticas,
visando a sua melhoria para a promoção do sucesso escolar, bem como na troca informal de opiniões
entre pares sobre as aulas decorridas em contexto de assessoria e coadjuvação. Porém, apesar da
supervisão da prática letiva ser um dos objetivos definidos para a promoção do sucesso escolar, ainda
não foi implementado um sistema consistente que, de forma generalizada, contribua para a melhoria
das práticas pedagógicas em contexto de sala de aula e para o desenvolvimento profissional dos
docentes.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
A avaliação dos alunos contempla diferentes modalidades (diagnóstica, formativa e sumativa),
recorrendo-se a diversos instrumentos, tais como, trabalhos individuais e de grupo, relatórios dos
trabalhos experimentais e apresentações orais, que permitem obter indicadores sobre a evolução das
aprendizagens. A autoavaliação e a heteroavaliação, de caráter formativo e de responsabilização cívica,
são valorizadas, sendo também implementadas desde a educação pré-escolar.
A elaboração conjunta de matrizes de avaliação, a utilização de testes comuns no mesmo ano de
escolaridade, a troca de testes entre professores para correção, o tratamento estatístico dos resultados e
a sua análise comparativa na avaliação interna e externa contribuem para a aferição dos critérios e dos
instrumentos de avaliação.
A monitorização do desenvolvimento do currículo e das medidas de promoção do sucesso escolar é
realizada de forma sistemática pelas estruturas intermédias, podendo os planos de grupo/turma serem
ajustados de acordo com as dificuldades de aprendizagem evidenciadas. A eficácia das medidas
implementadas é essencialmente avaliada em função dos resultados dos alunos que delas beneficiam.
A desistência e abandono são residuais. A prevenção tem sido feita ao longo dos anos com propostas
educativas diversificadas. Para este desiderato também contribui o GAMA, constituído com a
colaboração de entidades externas, bem como a atuação atenta e preventiva dos diretores de turma.
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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A ação do Agrupamento tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio
Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
O projeto educativo, o regulamento interno e o plano anual de atividades constituem-se como
documentos estruturantes para o planeamento da ação educativa. Os princípios orientadores, os valores
e as estratégias encontram-se vertidos no projeto educativo que, a par do contrato de autonomia,
capacita o Agrupamento para uma ação educativa bem estruturada e, consequentemente, mais eficaz.
Os referidos documentos estão bem articulados entre si e são de fácil apropriação pela comunidade
educativa. O plano anual de atividades, em particular, evidencia uma clara articulação com as áreas
prioritárias de intervenção vertidas no projeto educativo, pelo que se assume como um documento de
operacionalização estratégica na vida do Agrupamento.
A atuação do diretor e da sua equipa, consensualmente reconhecida e valorizada, é pautada pela
disponibilidade, pela cultura democrática e pelo incentivo à participação de todos. Para além de
dialogante e mobilizador, demonstra possuir um conhecimento aprofundado das suas funções,
implementando, sempre que necessário, mecanismos de melhoria na dinâmica organizacional, os quais
são bem aceites por todos os intervenientes. Os diversos atores conhecem objetivamente as suas
competências e assumem-nas de forma empenhada e responsável, sendo visível uma cultura de
compromisso e de participação.
A evidente articulação e o bom relacionamento entre as lideranças intermédias e a direção, assente num
diálogo constante e produtivo, tem contribuído para a melhoria da prestação do serviço educativo.
Existem ações, estrategicamente concebidas e implementadas, que incrementam o sentido de pertença e
de coesão institucional, concorrendo para a afirmação e consolidação da identidade do Agrupamento. As
pessoas encontram-se motivadas para o exercício das suas funções e exercem-nas de modo responsável e
empenhado.
O Agrupamento dispõe de uma diversidade de projetos, parcerias e protocolos com impactos muito
relevantes na sua dinâmica organizacional, com destaque para os projetos da Câmara Municipal da
Póvoa de Varzim, o projeto Eco-Escolas e o Rato da Biblioteca, este último, promovido pela Fundação
Vox Populi, tendo arrecadado o 1.º prémio na edição do ano letivo anterior. A boa relação que mantém
com as entidades públicas e privadas da sua área de influência tem um efeito positivo na comunidade e
contribui também para visibilidade do trabalho desenvolvido pelo Agrupamento.
GESTÃO
A gestão dos recursos humanos é feita com critério, ajustando-se às necessidades dos trabalhadores e ao
seu perfil, sendo patente o bom clima organizacional e a satisfação dos diferentes atores no trabalho que
realizam.
A gestão tem-se pautado por uma transparência em todos os seus atos e por uma prestação de contas
sistemática, conforme se explicita nos diferentes relatórios produzidos, nomeadamente do plano anual
de atividades, resultados e de autoavaliação.
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
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Os critérios de constituição de grupos e de turmas, a elaboração de horários e a distribuição de serviço
docente estão vertidos no plano de estudos e desenvolvimento curricular, sendo assegurada, sempre que
possível a continuidade das equipas pedagógicas.
A promoção do desenvolvimento profissional constitui uma dimensão relevante. Identificadas as áreas
de melhoria, existe a preocupação de as debelar, seja pela formação ministrada por formadores internos
seja, ainda, pela estreita colaboração que existe com o Centro de Formação de Associação de Escolas da
Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Os formadores internos, com formação especializada, constituem-se
como um recurso importante e que é mobilizado pelo Agrupamento. Numa perspetiva de formação
permanente e de incentivo a uma melhor qualificação dos profissionais, é de salientar a aposta que o
diretor fez na melhoria das qualificações escolares dos assistentes operacionais, de forma a poderem
obter o 9.º ou 12.º anos. Releva-se, ainda, a inclusão de iniciativas destinadas à comunidade educativa
no seu plano anual de atividades.
A informação e a comunicação interna e externa circulam com eficácia, constituindo-se como uma mais-
valia do Agrupamento. A comunicação foi reforçada a partir da utilização de um portal apelativo,
funcional e de utilização intuitiva. É utilizada uma plataforma informática onde estão suportadas as
caixas de correio eletrónico institucionais e personalizadas de todos os trabalhadores. O sítio está muito
bem organizado, disponibiliza a informação estruturante e necessária e constitui-se como um elo muito
importante de ligação com a comunidade educativa, assim como o jornal Escola Viva.
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
O Agrupamento teve em consideração as recomendações vertidas no relatório de avaliação externa,
produzidos no primeiro ciclo avaliativo. Ainda que a equipa de autoavaliação tivesse sido criada em
2008, o relatório produzido em 2010 sinalizava a falta de consolidação do processo de autoavaliação.
Presentemente, está instituída uma cultura de autoavaliação, generalizada e abrangente, que envolve
todas a estruturas e órgãos.
O Agrupamento aderiu em 2013-2014 ao Projeto de Avaliação em Rede (PAR) e, neste âmbito, integrou
o Programa de Apoio à Avaliação do Sucesso Académico (PAASA), o que tem permitido institucionalizar
e consolidar práticas de avaliação de sucesso escolar. De forma a reforçar os processos de avaliação, em
2014-2015, aderiu ao Projeto de Apoio à Autoavaliação de Escolas (PAAE), tendo alargado a
autoavaliação a outras áreas e domínios, nomeadamente no âmbito do Desenvolvimento Curricular e,
mais recentemente, na Organização e Gestão. Em todo este processo de implementação e
desenvolvimento de práticas avaliativas conta, ainda, com a colaboração do amigo crítico.
Contudo, o carácter sucessivo de implementação de planos de melhoria e das atividades aí previstas,
não permite identificar, com clareza, o impacto efetivo de cada um na vida do Agrupamento.
A avaliar pelas dinâmicas já existentes, pelos documentos estruturantes produzidos e pela qualidade
dos recursos humanos que possui, estão reunidas as condições para que os processos de autoavaliação se
consolidem e revertam para a melhoria continuada da qualidade do serviço educativo a prestar à
comunidade.
A ação do Agrupamento tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos
fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais
generalizadas e eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de MUITO BOM no
domínio Liderança e Gestão.
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4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:
A monitorização dos resultados escolares, com repercussão no desenvolvimento de ações de
melhoria do processo de ensino e aprendizagem e no desempenho dos alunos.
As estratégias de apoio à inclusão dos alunos com dificuldades de aprendizagem e de natureza
comportamental e/ou social, com reflexos na melhoria da sua atitude face à escola e no seu
desempenho escolar.
A utilização regular de metodologias ativas e experimentais nas práticas de ensino, que
fomentam o experimentalismo e o espírito científico dos alunos.
A eficácia das medidas preventivas implementadas para combater o absentismo e o abandono
escolar.
A liderança do diretor dialogante e responsável, apoiada por uma equipa coesa e empenhada,
que fomenta a participação dos trabalhadores e da comunidade educativa, para a
corresponsabilização do serviço educativo que presta.
O desenvolvimento de diversos projetos, parcerias e protocolos de colaboração com entidades
locais e regionais, abrangendo diferentes áreas, revelando-se uma mais-valia na concretização
dos objetivos definidos e nos resultados escolares dos alunos.
A aposta na melhoria dos circuitos de informação e comunicação interna e externa através da
implementação de recursos tecnológicos que permitem a partilha de informação na comunidade
educativa de forma rápida e eficaz, fomentam o trabalho colaborativo e reforçam positivamente
a imagem externa do Agrupamento.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:
O envolvimento dos alunos na construção do plano anual de atividades, integrando propostas
da sua iniciativa, assumindo responsabilidades na sua organização e concretização, no sentido
de promover a sua responsabilidade cívica.
O aprofundamento da articulação vertical do currículo como reforço de práticas de ensino e de
aprendizagem orientadas para o sucesso.
A avaliação da eficácia dos planos de melhoria, que demonstre, com clareza, os impactos na
qualidade do serviço educativo prestado e no progresso organizacional.
Agrupamento de Escolas de Rates – PÓVOA DE VARZIM
11
27-01-2017
A Equipa de Avaliação Externa: António Guedes, Luís Rodrigues e Ramiro Santos
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial de Inspeção do Norte
Maria Madalena Moreira
2017-01-30
Homologo.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação
nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,
Série II, de 22 de abril de 2016
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