RelacionamentoNamoro Cristão&
A entrevista aconteceu com os assessores da Pastoral Familiar daArquidiocese do Rio de Janeiro, o casal Tatiana Melo e Ronaldo de Melo.
O namoro não deve ser um tempo pra duas pes-soas se fecharem apenas em si mesmas, mas para aprenderem a se abrirem juntas para o mundo, para novos horizontes de um fu-turo cheio de promessas. Se uma namoro te afasta da sua família, dos seus ami-gos, da sua histórias, dos seus interesses, às vezes, até de Deus, ligue o alerta!
Uma vez ouvimos uma frase meio clichê, mas que acaba sendo verdade:
RESPOSTA
“Amar não é olharmos um para o outros, mas olhar-mos juntos na mesma di-reção.” O amor verdadeiro jamais sufoca ou nos fasta das pessoas que amamos. Por isso, é preciso cuidado, oração, discernimento e um bom esclarecimento por meio do diálogo sempre!
O amor verdadeiro é livre; Se for escravizado pe-los sentimentos instáveis ou escravizante, pela pos-sessão.. não é amor.
Pense nisso!
Namoro há um ano um evangélico. Fico muito triste por não ter ele ao meu lado na caminhada, na Igreja.
Isso pode atrapalhar no futurose casarmos?
PERGUNTA
O namoro é um tempo de conhecimento e dis-cernimento, e seu objetivo é preparar para um futuro casamento. Imagine como deve ser difícil a vida de um casal que tem opiniões e atitudes tão divergentes na fé? E, quando vierem os filhos então?!
Ainda que hoje, no calor da paixão os dois promet-am que isso não vai atra-palhar, não podemos nos iludir. Quando casamos, as
RESPOSTA
virtudes e os problemas se potencializam.
A Igreja concede li-cenças ou dispensas para matrimônios mis-tos (pessoas de diferentesreligiões), mas como boa Mãe e Mestra, não pode deixar de exortar seus filhos.
Mais uma vez, vale a pena refletir e dialogar de forma franca para que as posições fiquem bem claras. OK?
A Bíblia em II Coríntios 6,14 declara: “Não vos prendais a
um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça ? E que comunhão
tem a luz com as trevas?”Não devemos namorar comalguem que não é cristão?
PERGUNTA
Pensamos que a fé católica nunca pode ser imposta, mas precisa ser proposta para gerar uma resposta. A fé é um campo muito delicado, porque pressupõe livre adesão pessoal de mente, coração e costumes. Se as divergên-cias já começam desde o tempo do namoro, tudo tende a ficar mais difícil na época do casamen-
RESPOSTA
to. Não podemos jamais estar em um relacio-namento com qualquer tipo de chantagem emocional que tente for-çar o outro a ter as mes-mas convicções religiosas que nós. E, nem alimen-tarmos falsas expectativas do tipo: “depois que nós nos casarmos, eu vou con-seguir convertê-la”. Para Deus nada é impossível.
Eu sou da Renovação Carismática mas minha namorada é Espírita, eu tenho medo de levar a frente esse namoro. Mas ao mesmo
tempo vejo como uma oportunidade e evangelizar ela. Como viver a
castidade com as cobranças?
PERGUNTA
Com certeza, essa é a dúvida de muitos out-ros casais de namorados. Primeiro, precisamos fazer a pergunta certa. A pergunta não é: “Até onde eu posso ir no meu namoro?”, mas sim: “Como eu posso ser livre para amar de verdade?”
Na Teologia do Corpo o Papa João Paulo II explica que o contrário de Amar não é Odiar, mas sim Usar. Quando, sem nenhum com-promisso, usamos o corpo do outro para o nosso praz-er, nos afastamos cada vez mais do Amor verdadeiro. É claro que ninguém faz isso de forma consciente. Nin-guém acorda, de manhã, dizendo: “Como vou usar minha namorada hoje?” Mas, a verdade é que o amor é querer sempre o bem da outra pessoa.
As relações sexuais fora do casamento, na época
RESPOSTA
do namoro ou do noivado, sem um compromisso ver-dadeiro e sério como é o matrimônio, acabam sendo apenas caricaturas do ver-dadeiro amor que se en-trega por inteiro, por inteiro mesmo! A Igreja não quer que você “segure” nada, mas que, ao contrário, “dê tudo”: dê para ela o seu so-brenome, uma aliança, uma casa, filhos etc.
Esse amor total, ac-ontece exatamente no matrimônio. Do qual a vida sexual é parte integrante dessa doação total. Mas como não sabemos amar de verdade, por causa do nosso pecado, Deus nos dá uma poderosa auxiliar: é a virtude da Castidade. Ela ordena, ou seja, coloca em ordem todos os nosso desejos de modo a cana-lizá-los para a busca do amor verdadeiro.
Qual a dica para quemtá buscando em Deus umrelacionamento santo?
A paciência é o melhorcaminho para o amor?
PERGUNTA
Em matéria de amor, a primeira coisa que precisa-mos saber, e, mais uma vez a Teologia do Corpo de João Paulo II também ex-plica, é que, no fundo, no fundo, só Deus é capaz de nos dar no fundo, o amor e a felicidade verdadeiros. Só Ele sacia a nossa alma.
Os nossos relacionamen-tos humanos são convida-dos pelo Criador a serem um reflexo do casamento místico que um dia todos nós viveremos na Glória Eterna. Aqui neste mun-do, jamais seremos fe-lizes de uma forma per-feita. Mas, podemos, do nosso jeito imperfeito, buscar a felicidade.
Isso revela que todos nós, na verdade, nascemos para
RESPOSTA
casar. Então, não devemos nos perguntar se a nossa vocação é o matrimônio ou não, mas sim: “com quem eu vou me casar?”. Algu-mas pessoas são chama-das a buscarem a salvação casando-se entre si, e outras casando já aqui na terra, diretamente com Deus. Portanto, acalmem os seus corações, porque todos nós fomos destinados ao amor e a essa união perfeita. Sabemos que o tempo de espera é difícil. Todos vivem esperas em diferentes áreas da vida. Mas, tudo aquilo que é muito importante e heróico sempre vem depois de esforço e sacrifício. Já vão, desde já, rezando pelo seu futuro esposo, e não desistam do Amor.
Teologia do Corpo é o conjunto de 133 cate-queses sobre o Corpo Hu-mano e os relacionamentos (afetividade, sexualidade, matrimônio, celibato, vida etc) que foram pronuncia-das por João Paulo II, nas audiências públicas de quar-
RESPOSTA
ta-feira, de 1978 até 1981. Todas elas foram reunidas e se tornaram essa riqueza da Igreja. Vocês podem encon-trá-las no site do Vaticano ou em livro.
Comecem a estudar e vão se apaixonar. Da mesma for-ma que aconteceu conosco.
Não existem receitas prontas. Cada casal via en-contrando os seus caminhos. É muito importante evitar as situações que façam vocês caírem.
Podemos dar algumas dicas, pela nossa experiên-cia, de coisas que ajudam: 1) cultivar uma vida de espiritualidade individual e a dois; 2) formarem um grupo de amizade com casais, ou mesmo pes-soas solteiras, que ajudem
RESPOSTA
vocês a vivem a cultivar a amizade; 3) buscar uma direção espiritual com um sacerdote, um diácono ou um casal amigo de confi-ança; 4) nunca deixarem de lado suas famílias - convi-vam com eles e valorizem os seus conselhos; e, 5) pensem sempre no bem e na salvação do outro(a), ou seja, em tudo que forem fazer se perguntem se aquilo será para o bem e salvação do namorado(a).
Porque a castidade é vista omo um tabu? Como algoque muitas vezes é impossível
de viver. Que mensagemvocês dão aos jovens guerreiros
que tão nessa luta?
PERGUNTA
Não é só a castidade que é considerada um tabu. Pre-cisamos desmistificar vári-os tabus. Precisamos en-tender que o corpo é bom, que o sexo é bom, que os hormônios são bons, que os desejos são bons. Tudo isso foi criado por Deus, e tudo que Deus faz é bom. O inimigo é que quer roubar tudo isso para ele.
Deus colocou em nós os desejos sexuais para que, com o nosso corpo, aprendêssemos a amar como Ele ama. Deus não ama sozinho. Deus é co-munhão. E, por isso, nós também buscamos a co-munhão porque somos imagem e semelhança do Amor. O que o pecado faz é desfigurar tudo isso.
RESPOSTA
Mais uma vez, citando a Teologia do Corpo, apren-demos que não se trata de vivermos uma sexualidade reprimida, mas sim uma sexualidade redimida. Os nosso desejos são como um fogo. O fogo sob con-trole, no fogão por exemp-lo, é maravilhoso, mas num incêndio desgovernado só causa destruição. Essa é a proposta da Castidade.
Por isso, jovens NÃO TENHAM MEDO DE BUSCAR O AMOR VERDADEIRO!!! NÃO SE CONTENTEM COM MIGALHAS!!! SOMOS VER-DADEIROS HERÓIS, DESCO-BRINDO ESTA GRANDE AVENTURA QUE É O AMOR!!! Espelhem-se em Deus. Ele é o Mestre que nos ensina a amar de verdade.
Namoro há 11 meses e vivoa castidade, queremos casar.Mas a família do meunamorado não me aceita.O que fazer nesse caso?
PERGUNTA
Essa é uma situação bem delicada, mas só tem um jeito de solucionar: colocando tudo às claras. Eles não te aceitam por quê? Quais são os verda-deiros motivos? É só um ciúme de sogro/sogra?
É fundamental, todos os envolvidos sentarem juntos para conversar e serem totalmente verda-deiros. Com serenidade e sem agressões. E, lem-brem-se do que falamos
RESPOSTA
antes: no casamento tudo se potencializa. Se hoje a convivência é difícil, de-pois a tendência é ficar pior. Vocês aguentariam uma situação de discórdia permanente? Já pensou como ficaria o seu futuro marido tendo que esco-lher entre você a família dele?
A conversa honesta, com TODOS OS ENVOLVI-DOS, é fundamental. Não dá para fugir disso.
Jovens Conectados é a página oficial da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB). É mantida por uma equipe nacionalde comunicação, formada por voluntários de todo o país.
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