Regras de medição na construção de edifícios
Proposta de modelo para aplicação em Portugal para
elementos secundários de cantaria, carpintaria e serralharia
Rui Miguel Alves Mestre
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Civil
Júri
Presidente: Prof. Doutor António Heleno Domingues Moret Rodrigues
Orientador: Prof. Doutor Luís Manuel Alves Dias
Co-Orientador: Prof. Doutor Manuel dos Santos Fonseca
Vogal: Prof. Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques
Outubro 2010
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RESUMO
A necessidade de uniformização dos critérios de medição na construção em Portugal, levou o
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) a criar, em 1969, um documento com esse
objectivo. Neste documento incluem-se critérios de medição direccionados para a construção de
edifícios, tendo-se tornado uma referência para o meio técnico nacional. Este documento foi, no
entanto, alvo de algumas revisões e actualizações, remetendo a sua última publicação para o ano de
1996.
Esta dissertação inclui-se num estudo que vem sendo desenvolvido pelo LNEC, contando já com
duas dissertações concluídas no capítulo das regras de medição nomeadamente, para Movimento de
Terras e para Revestimentos. Este estudo iniciou-se devido à necessidade demonstrada pela
indústria da construção de um documento actual que sirva de referência às medições. A presente
dissertação tem como objectivo contribuir para o estabelecimento de regras de medição para a
construção de edifícios, no que respeita aos elementos de cantaria, carpintaria e serralharia.
Para a criação da proposta do modelo de regras de medição, os documentos mais relevantes são
identificados e analisados comparativamente, no que respeita à estrutura adoptada, ao conteúdo das
regras de medição e à forma como estas se encontram dispostas no modelo. Posteriormente, é
analisada a informação recolhida no meio empresarial nacional, através de entrevistas realizadas a
técnicos da área de medições, as quais demonstram a realidade sentida na utilização das regras de
medição, bem como algumas opiniões e sugestões para a construção do modelo. Após a análise da
bibliografia mais relevante e da informação recolhida no meio técnico, efectua-se um cruzamento da
informação, sendo explicada a proposta do modelo e, simultaneamente, todas as justificações
necessárias.
Por fim, é apresentada a proposta do modelo de regras de medição para elementos de cantaria,
carpintaria e serralharia, juntamente com os critérios adoptados.
Palavras-chave: Regras de medição, SMM7, ProNIC, Cantaria, Carpintaria, Serralharia.
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ABSTRACT
With the growing need for uniformity in measurement criteria for construction in Portugal, in 1969 was
created a document with that purpose by Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). This
document focuses on measurement criteria for buildings construction. Despite still being far from its
original purpose, it became the main, if not the only, reference to the companies. This document has
been subjected to over some revisions and updates. Its latest edition was published in 1996.
This thesis is included in a study currently being developed by LNEC, having already been achieved
two purposes in the chapter of measurement rules, namely on Earthwork and on Cladding. This study
was initiated due to the need demonstrated by the construction industry of an official and binding
document, by which rules of measurement shall be established. This thesis aims at creating a model
of measurement rules for building construction, particularly for elements of stonework, carpentry and
metalwork.
For the creation of the rules of measurement model, the most relevant documents are identified and
analyzed comparatively towards the adopted structure, the content of the rules and how they are
arranged in the model. Subsequently, the information gathered in national technical environments,
through interviews with experts in the field, demonstrated the experienced reality in the use of rules of
measurement, as well as some opinions and suggestions for the development of the model. After this
analysis, the most relevant literature and information are crossed, explaining the proposed model and,
simultaneously, all the necessary justifications.
Finally, the proposed model of measurement rules for stonework, carpentry and metalwork is
presented, along with the adopted criteria.
Keywords: Measurement rules, SMM 7, ProNIC, Stonework, Carpentry, Metalwork
iv
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AGRADECIMENTOS
Sendo esta dissertação mais uma etapa do meu percurso académico e pessoal, não posso deixar de
agradecer a todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para a concretização deste
objectivo.
Em primeiro lugar, agradeço ao Professor Alves Dias do Instituto Superior Técnico, meu orientador
científico, pelo lançamento do desafio, interesse demonstrado e esclarecimentos prestados ao longo
da elaboração desta tese.
Ao, Professor Manuel Fonseca do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, meu co-orientador,
agradeço as úteis sugestões e opiniões acerca da abordagem e desenvolvimento do tema.
Ao Engenheiro António Cabaço, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, agradeço a
disponibilidade e empenho, além das proveitosas sugestões que me deu ao longo do
desenvolvimento desta dissertação.
Aos Srs. António Policarpo e Luís Pimentel, da Mota-Engil, e ao Engenheiro Sérgio Bernal e
respectiva equipa de medidores da Somague, cuja experiência profissional e conhecimento na área,
permitiu que tivesse sido estabelecida a interligação entre os fundamentos teóricos com o necessário
na prática, o meu muito obrigado.
A todos os meus colegas e amigos, com quem tive o prazer de partilhar momentos inesquecíveis ao
longo do curso. Gostaria de destacar os momentos e amizades criadas na TUIST, que em todo o
percurso universitário me acompanharam.
À minha família queria deixar um agradecimento muito especial, por todo o apoio e encorajamento
demonstrados. Em particular gostaria de destacar a minha Irmã e o meu Pai pela paciência, apoio e
compreensão tanto ao longo da minha formação académica, como no meu crescimento como
pessoa.
vi
vii
Regras de medição na construção de edifícios. Proposta de modelo para aplicação em Portugal para elementos secundários de cantaria, carpintaria e
serralharia
ÍNDICE DE TEXTO
RESUMO .................................................................................................................................................. i
ABSTRACT ............................................................................................................................................ iii
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................................. v
ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS UTILIZADOS ............................................................................... xiii
1. Introdução ....................................................................................................................................... 1
1.1. Considerações iniciais ............................................................................................................. 1
1.2. Justificação .............................................................................................................................. 1
1.3. Objectivos ................................................................................................................................ 2
1.4. Metodologia ............................................................................................................................. 3
2. Evolução do Conhecimento .......................................................................................................... 5
2.1. Introdução ................................................................................................................................ 5
2.2. Pesquisa Bibliográfica ............................................................................................................. 5
2.3. Caracterização da Bibliografia ................................................................................................. 7
2.3.1. Curso Sobre Regras de Medição na Construção ............................................................. 7 2.3.2. Standard Method of Measurement ................................................................................... 9 2.3.3. Standard Method of Measurement - Explained and Illustrated ...................................... 15 2.3.4. Civil Engineering Standard Method of Measurement ..................................................... 17 2.3.5. Outra bibliografia consultada .......................................................................................... 22
2.4. O Meio Técnico...................................................................................................................... 24
2.4.1. Identificação e caracterização das empresas consultadas ............................................ 24 2.4.2. Informação recolhida no meio técnico consultado ......................................................... 27
2.5. Análise comparativa de métodos de medição ....................................................................... 28
2.5.1. Análise comparativa geral .............................................................................................. 28 2.5.2. Análise comparativa particular ....................................................................................... 36
3. Proposta do modelo de regras de medição .............................................................................. 67
3.1. Introdução .............................................................................................................................. 67
3.2. Proposta do Modelo .............................................................................................................. 67
3.2.1. Capítulos das regras de medição ................................................................................... 67 3.2.2. Justificação da Estrutura Adoptada ................................................................................ 68 3.2.3. Conteúdo geral ............................................................................................................... 68 3.2.4. Descrição das unidades de medida ............................................................................... 71
viii
3.2.5. Conteúdo dos quadros ................................................................................................... 72 4. Conclusões e desenvolvimentos futuros .................................................................................. 79
4.1. Conclusões ............................................................................................................................ 79
4.2. Desenvolvimentos Futuros .................................................................................................... 80
Referências Bibliográficas ................................................................................................................. 83
Anexos .................................................................................................................................................. 85
Anexo A: Proposta do modelo .......................................................................................................... A.1
Anexo B: Glossário de termos técnico .............................................................................................. B.1
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Evolução histórica SMM 7 [10] ........................................................................................ 10
Figura 2 - Datas de publicações SMM 7 .......................................................................................... 11
Figura 3 - Publicações CESMM [11] ................................................................................................ 18
Figura 4 - Revisões do CESMM 3 [11] ............................................................................................. 19
Figura 5 - Divisão normas DIN [9] .................................................................................................... 23
Figura 6 – Estrutura de medição na Mota-Engil ............................................................................... 26
Figura 7 – Estrutura de medição na Somague................................................................................. 27
Figura 8- Análise comparativa geral: características ....................................................................... 28
Figura 9 - Analise comparativa geral: CSRMC/ProNIC ................................................................... 31
Figura 10 - Análise comparativa geral: CSRMC/SMM 7 .................................................................. 33
Figura 11 - Análise comparativa geral: ProNIC/SMM 7 ................................................................... 35
Figura 12 - Regras de Guarnecimento de vãos, CSRMC/ProNIC ................................................... 41
Figura 13 - Regras de guardas, balaustradas e corrimãos, CSRMC/ProNIC .................................. 43
Figura 14 - Regras de abóbadas e arcos, CSRMC/SMM 7 ............................................................. 43
Figura 15 – Rubricas SMM 7 ............................................................................................................ 46
Figura 16 - Divisão dos trabalhos em portas e janelas .................................................................... 46
Figura 17 - Regras de medição de portas e janelas, CSRMC/ProNIC ............................................ 48
Figura 18 - Regras de guarnecimento de vãos, CSRMC/ProNIC .................................................... 50
Figura 19 - Regras de medição de guardas, balaustradas e corrimãos, CSRMC/ProNIC .............. 51
Figura 20 - Regras de medição, CSRMC/SMM 7 ............................................................................ 54
Figura 21 - Divisão dos trabalhos em portas e janelas .................................................................... 56
Figura 22 - Regras de medição portas e janelas ............................................................................. 58
Figura 23 - Regras de medição fachadas Cortina, CSRMC/ProNIC ............................................... 61
Figura 24 - Regras de medição de guardas, balaustradas e corrimãos, CSRMC/ProNIC .............. 63
Figura 25 - Regras de medição de guarnecimentos de vãos, ProNIC/SMM 7 ................................ 65
Figura 26 - Regras de medição de portas e portões comerciais, industriais e de garagens ........... 66
Figura 27 - Caracteristicas/especificações/regras/unidades/definições/trabalhos .......................... 74
Figura 28 - Separação dos elementos de carpintaria ...................................................................... 75
Figura 29 - Separação dos elementos de serralharia ...................................................................... 77
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xi
ÍNDICE DE QUADROS
Quadro 1 - Pesquisa internacional: União Europeia [8] ..................................................................... 6
Quadro 2 - Capítulos CSRMC [2] ....................................................................................................... 9
Quadro 3 - Capítulos SMM 7 [10] ..................................................................................................... 12
Quadro 4 - Quadro tipo SMM 7 [10] ................................................................................................. 12
Quadro 5 - Área dois: SMM 7 [10] .................................................................................................... 13
Quadro 6 - Área três SMM 7 [10] ..................................................................................................... 13
Quadro 7 - Área quatro SMM 7 [10] ................................................................................................. 14
Quadro 8 – Capítulos SMM 7 - Explained and Illustrated [13] ......................................................... 16
Quadro 9 - Disposição da Informação: SMM 7 - Explained and Illustrated [13] .............................. 16
Quadro 10 - Trabalhos incluídos no CESMM 3 [11] ........................................................................ 20
Quadro 11 - Quadro tipo CESMM 3 [11] .......................................................................................... 20
Quadro 12 - Área dois CESMM 3 [11] .............................................................................................. 21
Quadro 13 - Área três CESMM 3 [11] .............................................................................................. 21
Quadro 14 - Área quatro CESMM 3 [11] .......................................................................................... 21
Quadro 15 - Características gerais da bibliografia ........................................................................... 28
Quadro 16 - Comparação de capítulos: CSRMC/ProNIC ................................................................ 30
Quadro 17 - Capítulos semelhantes: CSRMC/ProNIC .................................................................... 31
Quadro 18 - Comparação de capítulos: CSRMC/SMM 7 ................................................................ 32
Quadro 19 - Capítulos semelhantes: CSRMC/SMM 7 ..................................................................... 33
Quadro 20 - Comparação de capítulos: ProNIC/SMM 7 .................................................................. 34
Quadro 21 - Capítulos semelhantes: ProNIC/SMM 7 ...................................................................... 36
Quadro 22 - Elementos de cantaria: CSRMC/ProNIC ..................................................................... 37
Quadro 23 - Capítulos estudados: CSRMC/ProNIC ........................................................................ 38
Quadro 24 - Guarnecimento de vãos: CSRMC/ProNIC ................................................................... 39
Quadro 25 - Características/especificações: CSRMC/ProNIC ........................................................ 40
Quadro 26 - Características/especificações: SMM 7 ....................................................................... 40
Quadro 27 - Regras gerais SMM7: guarnecimento de vãos ............................................................ 41
Quadro 28 - Unidades SMM 7: guarnecimento de vãos .................................................................. 41
Quadro 29 - Comparação de unidades: CSRMC/ProNIC/SMM 7 ................................................... 42
Quadro 30 - Comparação de regras de medição CSRMC/ProNIC/SMM 7 ..................................... 42
Quadro 31 - Comparação de regras de medição CSRMC/ProNIC/SMM 7 ..................................... 44
Quadro 32 - Elementos de carpintaria: CSRMC/ProNIC ................................................................. 44
Quadro 33 - Capítulos estudados: CSRMC/ProNIC ........................................................................ 44
Quadro 34 - Características/especificações: CSRMC/ProNIC ........................................................ 47
Quadro 35 - Características/especificações SMM 7 ........................................................................ 48
Quadro 36 - Regras e unidades SMM 7 ........................................................................................... 49
Quadro 37 - Comparação de unidades: CSRMC/ProNIC/SMM 7 ................................................... 49
Quadro 38 - Características/especificações de guarnecimento de vãos: CSRMC/ProNIC ............. 49
Quadro 39 - Comparação de unidades de guarnecimento de vãos: CSRMC/ProNIC/SMM 7 ........ 50
xii
Quadro 40 - Características/especificações de guardas, balaustradas e corrimãos: CSRMC/ProNIC
.......................................................................................................................................................... 51
Quadro 41 - Regras e unidades SMM 7: guardas, balaustradas e corrimãos ................................. 52
Quadro 42 - Comparação de unidades: CSRMC/ProNIC/SMM 7 ................................................... 52
Quadro 43 - Unidades de medição em escadas: CSRMC/SMM 7 .................................................. 53
Quadro 44 - Características/especificações de equipamentos: CSRMC/SMM 7 ............................ 54
Quadro 45 - Capítulos de serralharia: CSRMC/ProNIC ................................................................... 55
Quadro 46 - Características/especificações de portas e janelas: CSRMC/ProNIC ......................... 57
Quadro 47 - Características/especificações de portas e janelas: SMM 7 ....................................... 57
Quadro 48 - Regras e unidades de portas e janelas: SMM 7 .......................................................... 59
Quadro 49 - Comparação de unidades em portas e Janelas: CSRMC/ProNIC/SMM 7 .................. 59
Quadro 50 - Características/especificações em fachadas-cortina: CSRMC/ProNIC ....................... 60
Quadro 51 - Características/especificações em fachadas-cortina: SMM 7 ..................................... 61
Quadro 52 - Regras e unidades em fachadas-cortina: SMM 7 ........................................................ 62
Quadro 53 - Comparação de unidades em fachadas-cortina: CSRMC/ProNIC/SMM 7 ................. 62
Quadro 54 - Regras e unidades em guardas, balaustradas e corrimãos: SMM 7 ........................... 63
Quadro 55 - Comparação de unidades em guardas, balaustradas e corrimãos: CSRMC/ProNIC/SMM
7 ........................................................................................................................................................ 64
Quadro 56 - Características/especificações de portas e portões comerciais, industriais e de garagem:
ProNIC .............................................................................................................................................. 65
Quadro 57 - Características/especificações de portões interiores: ProNIC ..................................... 65
Quadro 58 - Características/especificações de portas e portões comerciais, industriais e de garagem:
SMM 7 .............................................................................................................................................. 66
Quadro 59 - Quadro tipo da proposta do modelo de regras de medição ........................................ 68
Quadro 60 - Área de classe de trabalhos ......................................................................................... 69
Quadro 61 - Área de elementos incluídos/excluídos ....................................................................... 69
Quadro 62 - Área do quadro de classificação .................................................................................. 69
Quadro 63 - Área dos critérios de medição ...................................................................................... 70
Quadro 64 - Unidades base de medida ........................................................................................... 71
Quadro 65 - Arredondamento de resultados parciais ...................................................................... 72
Quadro 66 - Arredondamentos de quantidades globais .................................................................. 72
Quadro 67 - Definição dos trabalhos ................................................................................................ 72
Quadro 68 - Elementos incluídos/excluídos ..................................................................................... 72
Quadro 69 - Elementos de cantaria considerados na proposta do modelo ..................................... 73
Quadro 70 - Elementos de carpintaria considerados na proposta do modelo ................................. 75
Quadro 71 - Elementos de serralharia considerados no modelo ..................................................... 77
xiii
ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS UTILIZADOS
CESMM - Civil Engineering Standard Method of Measurement
CESMM 3 - Civil Engineering Standard Method of Measurement 3rd edition
CSRMC - Curso Sobre Regras de Medição na Construção
DIN - Deutshes Institut für Normung
LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil
ProNIC - Protocolo para a Normalização da Informação Técnica na Construção
RICS - The Royal Institution of Chartered Surveyors
SMM - Standard Method of Measurement for Building Works
SMM7 - Standard Method of Measurement for Building Works 7th edition
xiv
1
Regras de medição na construção de edifícios. Proposta de modelo para aplicação em Portugal para elementos secundários de cantaria, carpintaria e
serralharia
1. INTRODUÇÃO
1.1. Considerações iniciais
Esta dissertação, intitulada “Regras de medição na construção de edifícios. Proposta de modelo para
aplicação em Portugal para elementos secundários de cantaria, carpintaria e serralharia.”, insere-se
no presente curso de Mestrado Integrado em Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico.
Este trabalho foi desenvolvido seguindo as linhas orientadoras de investigações publicadas pelo
LNEC, nomeadamente “Regras de Medição na Construção” [2], de 1997, bem como tendo por base
duas dissertações de Bolonha desenvolvidas por alunos do Instituto Superior Técnico, “Escavações e
Movimentos de Terras – Regras de Medição na Construção, Modelo Aplicável em Portugal” [3] e
“Regras de Medição de Revestimentos na Construção de Edifícios – Proposta de Modelo para
Aplicação em Portugal” [4].
1.2. Justificação
Para a realização de um determinado processo construtivo, é necessário envolver um conjunto de
entidades muito heterogéneo, tais como o Dono de Obra, o Projectista, o Empreiteiro e a
Fiscalização. Esta heterogeneidade leva à existência de conflitos em variados níveis, nomeadamente
no que se refere às regras a utilizar nas medições dos trabalhos de construção quando estas não
estão definidas no caderno de encargos da obra.
A medição na construção é a determinação quantitativa dos trabalhos a executar numa dada obra,
destinando-se a diversos fins relacionados com a gestão de obras, nomeadamente: orçamentação,
planeamento, determinação de quantidades de recursos, elaboração de autos de medição, controlo
da facturação, controlo das quantidades dos recursos e controlo económico de obras. [5]
Quando se realizam medições numa dada obra, estas são em geral elaboradas em mapas
designados por mapas de medições. A realização destes mapas é de extrema importância, pois é a
partir deles que se realizam os orçamentos das obras, sendo o orçamento o resultado da aplicação
dos preços unitários às medições efectuadas e incluídas no mapa de medições.
As medições assumem um papel importante na construção e, de forma a minimizar os conflitos entre
os intervenientes, torna-se necessária a existência de regras específicas. A nível nacional e dentro
deste âmbito, existem disposições legais relativas a empreitadas de obras públicas, como o Código
2
dos Contratos Públicos [6], no qual são referenciados os métodos e critérios a adoptar na realização
das medições estabelecidas no contrato, e o formulário de caderno de encargos relativo a contratos
de empreitadas de obras públicas, na sua cláusula 26.ª do anexo I [7], de carácter não obrigatório,
que estabelece a ordem de prioridade a observar na medição de trabalhos quando não são
estabelecidos outros critérios no caderno de encargos, a qual se transcreve em seguida.
• “As normas oficiais de medição que porventura se encontrem em vigor;
• As normas definidas no projecto de execução;
• As normas definidas pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil;
• Os critérios geralmente utilizados ou, na falta deles, os que forem acordados entre o dono da
obra e o empreiteiro.” [7]
A falta de regulamentação para a definição das regras de medição no projecto e construção de uma
obra constitui uma das principais causas de conflito entre os seus intervenientes. Compreende-se
assim a necessidade de existirem regras de medição com carácter obrigatório de modo a serem
utilizadas na realização do mapa de medições, evitando-se interpretações dúbias dos trabalhos aí
descritos e respectivas quantidades. Assim, devem ser definidas regras que apresentem uma
estrutura que se adeqúe às necessidades dos técnicos em obra e, ao mesmo tempo, uniformize os
critérios utilizados, efectuando sempre uma interligação com outras aplicações na área da construção
que se encontrem em estudo (ProNIC1).
1.3. Objectivos
Com a realização desta dissertação, pretende-se elaborar uma proposta de regras de medição que
se enquadre na problemática existente a nível nacional no que diz respeito à medição de elementos
secundários em edifícios, nomeadamente de trabalhos de cantaria, carpintaria e serralharia. Para a
realização desta proposta, são tidas em conta as disposições legais em vigor, de forma a colmatar as
lacunas existentes no meio técnico.
Com esta finalidade, torna-se necessário efectuar um levantamento da informação existente tanto a
nível nacional, como internacional, adaptando-a de uma forma eficaz à realidade nacional. Com a
presente proposta do modelo de regras de medição, pretende-se atingir os seguintes objectivos:
• Levantamento da informação relativa a legislação e bibliografia existente a nível nacional e
internacional sobre as regras de medição aplicadas a cantaria, carpintaria e serralharia;
• Classificação e codificação dos elementos descritos nos mapas de medição que se inserem
nas categorias em estudo;
1 ProNIC - Projecto que tem como objectivo produzir articulados standardizados para cadernos de encargos de trabalhos de construção civil, disponibilizando a todos os utilizadores da plataforma fichas de trabalhos, fichas de materiais e fichas de custos que se associam aos cadernos de encargos gerados, gerar toda a documentação necessária ao lançamento de uma obra, incluindo a Estimativa Orçamental, Medições Detalhadas e Mapa de Trabalhos e Quantidades [20]
3
• Definição das unidades de medição, regras gerais e específicas aplicáveis aos diferentes
elementos de construção, sendo sempre acompanhada pelo tipo de obras analisadas;
• Caracterização, sempre que necessária, dos aspectos técnico-construtivos mais relevantes,
garantindo-se assim um controlo da qualidade especificada na designação do trabalho,
medidas de segurança e pormenores-tipo;
• Apresentação de exemplos descritivos e justificativos referentes aos objectivos acima
identificados.
1.4. Metodologia
Para a realização desta dissertação e de forma a atingir as metas traçadas inicialmente, utiliza-se
uma metodologia baseada nos seguintes pontos:
a) Pesquisa bibliográfica
A pesquisa bibliográfica consiste no levantamento documental relativamente ao tema em estudo,
sendo essa pesquisa dividida em documentos e aplicações nacionais e internacionais. No caso dos
documentos internacionais, deu-se especial importância aos Países Europeus, de forma a dar
sequência à crescente uniformização de regras utilizadas. Pretende-se, assim, recolher as
referências bibliográficas mais utilizadas na área das regras de medição, sejam elas de carácter
obrigatório ou apenas de uso facultativo. Considera-se que a exposição da evolução histórica desses
documentos assume alguma relevância, pois poderá ser observado o processo evolutivo das regras
de medição, bem como o impacto que estas tiveram nos países onde foram lançadas. Serve também
como uma boa base de trabalho para o estabelecimento de regras de medição em Portugal.
b) Consulta ao meio técnico
Nesta fase realiza-se uma consulta ao meio técnico nacional através de entrevistas. Estas entrevistas
tiveram como objectivo principal avaliar qual o conhecimento do meio técnico acerca da bibliografia
consultada, tentando perceber se as regras contidas nesses documentos se encontram adequadas
às necessidades actuais. São também recolhidas e analisadas as informações que se consideraram
úteis para a construção da proposta do modelo.
c) Análise Comparativa
Após a análise bibliográfica e selecção dos documentos que se consideram relevantes para o tema
da dissertação, realiza-se uma crítica e análise comparativa entre a informação recolhida em cada
documento, verificando-se de que forma esta se complementaria entre si nos aspectos que se
consideraram principais, nomeadamente:
• Qual a estrutura mais adequada para a exposição da informação;
• Qual a codificação e numeração dos trabalhos;
• Quais os elementos que deveriam ser inseridos no modelo.
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Após a realização desta análise, seleccionam-se os aspectos importantes de cada documento,
cruzando-os com a informação recolhida no meio técnico. Todo este processo tem como objectivo
final a proposta do modelo de regras de medição a aplicar em Portugal.
d) Proposta do modelo de regras de medição
A construção da proposta do modelo de regras de medição surge após a pesquisa e a análise da
informação recolhida. A proposta do modelo é construída de forma a conter actualizações
relativamente à informação existente em Portugal, realizando-se as alterações que se consideram
necessárias, com base na opinião e necessidade do meio técnico.
e) Conclusões e desenvolvimentos futuros
Por último, é efectuada uma análise retrospectiva e conclusiva da dissertação, descrevendo-se
alguns dos problemas identificados durante a realização deste trabalho, bem como a justificação das
decisões tomadas. São também descritas algumas sugestões para uma continuidade do estudo, quer
no tema da presente dissertação, quer no capítulo das regras de medição.
5
2. EVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO
2.1. Introdução
Neste capítulo, pretende-se caracterizar o estado do conhecimento no âmbito das regras de medição
na construção, tanto a nível nacional como a nível internacional com especial ênfase nos países
pertencentes à União Europeia. A pesquisa bibliográfica desenvolvida abrange, numa fase inicial,
parâmetros gerais da construção de edifícios, evoluindo posteriormente para parâmetros particulares,
designadamente no âmbito deste trabalho. Nesta pesquisa, abordam-se aspectos gerais das regras
de medição, nomeadamente a evolução histórica e a forma como a informação é apresentada. Esta
abordagem tem como objectivo desenvolver as bases deste trabalho, para que se possa apresentar,
no final, a proposta de um modelo de regras de medição.
2.2. Pesquisa Bibliográfica
A primeira bibliografia analisada é a nacional. Esta opção deve-se ao conhecimento prévio de alguma
documentação e à facilidade de consulta, tanto ao nível de acessibilidade, como de compreensão.
Esta pesquisa tem como objectivo o conhecimento da história das regras de medição em Portugal,
realizando-se, ao mesmo tempo, um levantamento de documentos já publicados sobre a temática e
estudos actualmente em curso.
No que diz respeito à pesquisa internacional, esta baseia-se em documentos e regulamentos
utilizados nos países pertencentes à União Europeia. Esta opção deve-se à crescente uniformização
e elaboração de normas e regras comuns aos países membros. Pretendeu-se assim adquirir noções
das regras e normas aplicadas nos países da UE, de forma a desenvolver um sistema de medição
para Portugal, que facilite a interacção entre os países na realização das medições, permitindo o
cálculo do orçamento e execução de uma determinada obra de uma forma mais simples.
A pesquisa internacional baseia-se num documento publicado pelo Royal Institution of Chartered
Surveyors2 (RICS) em 2003 [8]. Este documento foi elaborado através de um inquérito efectuado
electronicamente às entidades responsáveis de cada país a nível internacional, desenvolvendo-se
então uma base de dados com as respostas a este questionário. A lista de países apresentados no
documento publicado pela instituição RICS são aqueles com que a instituição tentou efectuar o
contacto, existindo no entanto outros países que não terão sido alvo de inquérito. No Quadro 1,
apresenta-se uma síntese efectuada pela instituição RICS acerca dos documentos utilizados os
países da União Europeia, para efeitos de regras de medição para trabalhos de construção.
2 RICS – Instituição fundada em 1868 em Londres, recebeu a chancela real em 1881. Os seus membros são reconhecidos como medidores orçamentistas, que mantêm os mais altos níveis de integridade e competência nas especialidades de consultoria de orçamentos e de contrato e prospecção de mercado imobiliário [8].
6
Quadro 1 - Pesquisa internacional: União Europeia [8]
País Estado do conhecimento Autores Recomendado
pelas autoridades nacionais
Mencionado no caderno de encargos
Alemanha Desconhecido - - - Áustria Desconhecido - - -
Bélgica
NBNB 06-001 "Measurement for Buildings" - Measurement Methods for Quantities (standard method of
measurement) 1982
Belgium Standards Institute Sim Sempre
Bulgária Desconhecido - - - Chipre Desconhecido - - - Dinamarca Desconhecido - - - Eslováquia Desconhecido - - - Eslovénia Não mencionado na recolha - - - Espanha Desconhecido - - - Estónia Não mencionado na recolha - - - Finlândia Não mencionado na recolha - - - França Desconhecido - - - Grécia Desconhecido - - -
Holanda
RAW - Rationalisation and automaton Groundwork, road buildin, civil
stuctures
Agências governamentais, organizações e institutos públicos, donos de obras
Sim Sempre Stabu - Standard Specifications for Construction of Construction of Commercial and Public Service
Buildings and Housing
Indústria da construção
Hungria Desconhecido - - - Itália Não tem - - -
Irlanda
ARM2 - Agreed Rules of Measurement
SCS - Society of Chartered Surveyors
Sim Sempre
CIF - Construction Industry Federation
SMM6 e SMM7 - Standard Method of Measurement 6th and 7th edition
RICS - The Royal Institution of Chartered Surveyors
Building Employers Confederation
CESMM3 - Civil Engineering Standard Method of Measurement
3rd edition
ICE - Institution of Civil Engineers
Letónia Não mencionado na recolha - - - Lituânia Não mencionado na recolha - - - Luxemburgo Desconhecido - - - Malta Desconhecido - - - Polónia Não tem - - - Portugal Desconhecido - - -
República Checa Cenilky URS (Ústav racionalizace ve stavebnictvi) URS (anterior governo) Não Por vezes
Reino Unido
SMM6 e SMM7 - Standard Method of Measurement 6th and 7th edition
RICS - The Royal Institution of Chartered Surveyors
Sim Sempre
Building Employers Confederation
Principles of Measurement International (POMI)
RICS - The Royal Institution of Chartered Surveyors
CESMM3 - Civil Engineering Standard Method of Measurement
3rd edition
CE - Institution of Civil Engineers
Roménia Não mencionado na recolha - - - Suécia Desconhecido - - -
Efectuando uma análise pormenorizada ao Quadro 1 e recordando que o inquérito efectuado data do
ano 2003, altura em que a Bulgária, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia,
Lituânia, Malta, Polónia, República Checa e Roménia não pertenciam ainda à União Europeia, não é
7
de estranhar a inexistência de informação em alguns destes países. Pelo contrário, no que diz
respeito a países como a Alemanha e Portugal, a inexistência de informação é estranha, uma vez que
por, volta desta data, já existiam alguns documentos a respeito de regras de medição: na Alemanha,
desde 1992, com as Normas DIN [9], em Portugal, desde 1970, o CSRMC [2] do LNEC. Actualmente,
em Portugal, encontra-se em desenvolvimento uma aplicação na óptica do utilizador, com o nome
ProNIC, que tem como objectivo criar articulados standardizados para cadernos de encargos de
trabalhos de construção civil, para os quais se definem a estrutura de classificação dos trabalhos, o
articulado dos mapas de trabalhos e as próprias regras de medição dos trabalhos de construção.
Nos restantes Países da UE, não se verificam grandes evoluções na documentação ou mesmo de
normas associadas às regras de medição, não querendo isto significar que as regras de medição
sejam um tema menor na investigação.
2.3. Caracterização da Bibliografia
Neste capítulo, efectua-se a caracterização da bibliografia mais relevante para a realização desta
dissertação. Apesar do elevado número de documentos existentes nos diversos países, a dificuldade
de consulta e os objectivos inicialmente propostos levam à escolha de apenas algumas dessas
publicações.
Assim, de todos os documentos pesquisados e consultados considera-se que os mais importantes
para a realização desta dissertação são:
• CSRMC – Curso Sobre Regras de Medição na Construção [2] – Portugal;
• SMM7 – Standard Method of Measurement 7th edition [10] – Reino Unido;
• SMM7 – Explained an Illustrated [13] – Reino Unido;
• CESMM3 – Civil Engineering Standard Method of Measurement 3rd edition [11] – Reino
Unido.
Outros documentos:
• DIN – Deutsches Institut für Normung3 [9] – Alemanha
2.3.1. Curso Sobre Regras de Medição na Construção
2.3.1.1. Introdução
Como referido, o ponto de partida para a pesquisa bibliográfica consiste na procura de informação
existente a nível nacional. Torna-se então perceptível que a bibliografia existente em Portugal é
relativamente parca, existindo um número reduzido de documentos publicados pelo LNEC.
3 Deutsches Institut für Normung – Instituto Alemão para a Normalização
8
O estudo acerca de regras de medição em Portugal inicia-se na década de 60, com a publicação de
um documento elaborado pelo LNEC, em Março de 1969, intitulado “Regras de Medição –
Documento de Trabalho”.
Este documento pretende definir normas que assegurem a uniformização das regras de medição,
baseando-se nas regras francesas e inglesas que em vigor aquando da sua publicação. O mesmo
compreende regras de medição em trabalhos preparatórios, terraplanagens gerais, obras de betão,
armaduras, moldes e alvenarias.
Pode afirmar-se que esta publicação é um ponto de partida para a continuação do estudo neste
campo, tendo entretanto sido incluídas novas regras, tanto nos campos referidos, como em campos
que ainda não tinham sido alvo de publicação.
Em 1997, surge um documento denominado “Curso Sobre Regras de Medição na Construção” [2], no
qual se encontram dispostas as regras de medição que se destinam a quantificar os diferentes
trabalhos de construção, resultando esta publicação de um trabalho base4 desenvolvido pelo LNEC.
Este foi entretanto discutido, revisto e ampliado, na década de 70, por entidades públicas e
particulares, relativas a trabalhos de construção civil, e por especialistas dos mais variados ramos,
relacionados com instalações em edifícios.
Esta publicação é actualmente a mais utilizada pelo meio técnico na elaboração dos mapas de
medições, apesar de não se tratar de uma norma oficial de medição ou norma definida pelo LNEC,
mas sim de um documento de aplicação facultativa. Este facto leva a que, em determinados
trabalhos, os critérios utilizados sejam acordados entre o dono de obra e o empreiteiro, ou com
recurso a legislação internacional, gerando-se assim uma multiplicidade de critérios.
Ao longo dos anos têm sido realizados pelo LNEC um conjunto de cursos sobre Regras de Medição,
exteriorizando a importância deste tema e a necessidade de intervenção neste capítulo na
construção.
2.3.1.2. Disposição da Informação
O “Curso Sobre Regras de Medição na Construção” [2], como referido, é um dos documentos mais
utilizados, não raramente o único, no meio técnico nacional, sendo direccionado para a construção
em edifícios. A sua estrutura é composta por 25 capítulos dispostos de acordo com organização e
evolução de uma obra. Os capítulos contemplados neste documento são os que se apresentam no
Quadro 2.
4 Trabalho base intitulado “Medições em Construção de edifícios”, 1987
9
Quadro 2 - Capítulos CSRMC [2]
Capítulos contidos no CSRMC
0. Regras gerais 13. Portas e janelas de plástico
1. Estaleiro 14. Isolamentos e impermeabilizações 2. Trabalhos preparatórios 15. Revestimentos de paredes, pisos, tectos e escadas 3. Demolições 16. Revestimentos de coberturas Inclinadas
4. Movimento de terras 17. Vidros e espelhos 5. Pavimentos e drenagens exteriores 18. Pinturas 6. Fundações 19. Acabamentos
7. Betão, cofragem e armaduras em elementos primários
20. Instalações de canalização
8. Estruturas metálicas 21. Instalações eléctricas
9. Alvenarias 22. Ascensores e monta-cargas 10. Cantarias 23. Elementos de equipamento fixo e móvel de mercado
11. Carpintarias 24. Instalações de aquecimento de água ou vapor 12. Serralharias 25. Instalações de ar condicionado
Os capítulos encontram-se dispostos em texto corrido com um reduzido número de imagens e
esquemas explicativos. Apesar de este ser um documento que apresenta um conjunto de regras de
medição importantes e adaptadas ao panorama nacional, a estrutura de texto corrido apresenta
algumas dificuldades de consulta e compreensão, o que, juntamente com a falta de disposições
legais e de outras fontes a nível nacional, leva a que documentos internacionais que permitem uma
percepção, interpretação e aplicação mais simples e directa de regras de medição, sejam por vezes
escolhidos em detrimento do CSRMC [2].
2.3.2. Standard Method of Measurement
2.3.2.1. Introdução
Com a crescente necessidade de uniformização na quantificação de trabalhos numa obra no Reino
Unido, é publicado, em 1922, a primeira edição do SMM. Este documento surge após muitos anos de
decisões efectuadas pela Surveyors’ Institution5 e The Quantity Surveyors’ Association6, no que diz
respeito às medições em edifícios.
Estas instituições sentiram esta necessidade, devido à falta de uniformidade neste campo e ao
elevado número de solicitações dos seus serviços, o que os levou a concluir que existia uma
diversidade na prática, variando de acordo com costumes, conhecimentos e temperamento de cada
pessoa. Este facto levou a reclamações por parte dos empreiteiros, que afirmavam que o medidor-
orçamentista tinha, em muitas situações, dúvidas relativamente aos artigos presentes no mapa de
medições que se pretendia orçamentar. No Reino Unido, qualquer pessoa, até à data, na ausência de
5 Surveyors’ Institution – Instituição dos medidores-orçamentistas 6 The Quantity Surveyors’ Association – Associação dos medidores
10
quaisquer qualificações estatutárias para medidores-orçamentistas, tinha a liberdade de se considerar
um medidor-orçamentista, mesmo que a classe necessitada não tivesse garantias de que essa
pessoa estaria qualificada para tal. [10]
Assim como a Surveyors’ Institution, a The Quantity Surveyors’ Association estava consciencializada
da crescente necessidade de garantir uma maior precisão do trabalho e uniformidade do método.
Com o objectivo de rectificar esta situação, em 1909, The Quantity Surveyors’ Association nomeou
um comité para preparar e publicar panfletos, recomendando o método de medição para três
negócios. The Surveyors’ Institution emitiu também circulares para os seus membros, expondo uma
opinião autoritária relativa ao correcto método de medição em casos que se tinha verificado alguma
discórdia. Dada a convergência de ideias entre as duas sociedades, em Junho de 1912 surge um
comité conjunto, com o objectivo de produzir um conjunto de regras padrão de medição de trabalhos
de construção. Em 1918, representantes da área da construção foram inseridos neste comité
nomeados pela National Federation of building trades Employers e o The Institute of Builders. O
comité conjunto foi assistido nas suas entrevistas por representantes de variadas áreas. [10]
Com a evolução apresentada no campo das medições, e com o apoio dos representantes das
instituições envolvidas, em 1922 é publicada a primeira edição do SMM. Este é um documento
baseado nas práticas dos mais importantes medidores orçamentistas de Londres, com algumas
modificações a nível de alternativas, não envolvendo assuntos de legislação, para se adaptar às
práticas de outras regiões do Reino Unido.
Figura 1 - Evolução histórica SMM 7 [10]
A classe profissional dos medidores-orçamentistas não ficou de imediato conhecedora desta
poderosa “ferramenta”, levando diversos anos para que esta fosse difundida pelo meio técnico. À
medida que o SMM foi sendo reconhecido, foram surgindo novas edições desde documento, de
forma a dar resposta a algumas lacunas de versões anteriores e também simplificar o trabalho do
meio técnico, nunca descurando a sua uniformização e objectividade.
Em Dezembro de 1971, é publicado um relatório pelo Joint Working Party nas Convenções de
Medição, constituído pela Royal Institution of Chartered Surveyors e a então National Federation of
Building Trades Employers, no qual se conclui que inúmeras mudanças seriam necessárias. Como
resultado destas questões internas, é publicada a sexta edição do SMM, em Março de 1979.
11
O objectivo traçado pelo grupo de trabalho terá sido completado com a publicação da sétima edição.
Esta edição foi estruturada de acordo com os princípios do Comité de Coordenação para Projecto
(Coordinating Committe for Project Information) e de acordo com os desejos dos corpos
patrocinadores, ao contrário do que era efectuado nas tradicionais secções de trabalho.
A sétima edição tornou-se operacional no dia 1 de Julho de 1988 e é pós-datada em conformidade
[10].
Figura 2 - Datas de publicações SMM 7
2.3.2.2. Disposição da Informação
No SMM7, a principal alteração face às edições anteriores está na forma como as regras estão
estruturadas. Nesta edição, as regras deixam de estar em texto corrido e passam a estar inseridas
em quadros, tornando assim o seu uso mais simples e sistemático. A publicação deste documento
não proíbe, contudo, a utilização de texto corrido para a elaboração de mapas de quantidades.
O SMM7 é um documento direccionado para a construção de edifícios, que se encontra dividido em
24 capítulos, de acordo com as classes de trabalhos a realizar na execução de um edifício,
reservando ainda uma classe para os trabalhos de conservação e reabilitação, onde contém as
regras mais comuns neste tipo de trabalhos. Esta informação poderá ser visualizada no Quadro 3.
Observando o Quadro 4, é possível verificar que este se encontra dividido em quatro áreas distintas:
1. A área 1, assinalada acima, é o cabeçalho, onde é possível visualizar as designações F20,
F21 e F22. O objectivo destas designações é identificar a classe de trabalhos, sendo esta
representada por uma letra que indica o capítulo a que pertence e por um número que
representa um material ou uma acção referente ao tipo de trabalho. Os itens do quadro são
referenciados com base nesse primeiro cabeçalho, sendo os itens do quadro referidos por
F20 Regra M1, F20.1.1.1.1, mesmo que sejam específicos a outros cabeçalhos.
12
1
Quadro 3 - Capítulos SMM 7 [10]
Capítulos dos trabalhos inseridos no SMM 7
A. Preliminaries/general conditions A. Condições preliminares/gerais B. Complete buildings B. Edifícios existentes C. Demolition/alteration/renovation C. Demolições/alterações/renovações D. Groundwork D. Movimento de terras E. In situ concrete/large precast concrete E. Betão In situ/betão pré-fabricado F. Masonry F. Alvenaria G. Structural/carcassing metal/timber G. Estruturas metálicas/madeira H. Cladding/covering H. Coberturas J. Waterproofing J. Impermeabilizações K. Linings/sheathing/dry partitioning K. Revestimentos de forro/revestimentos de
painel/divisórias de juntas secas L. Windows/doors/stairs L. Janelas/portas/escadas M. Surface finishes M. Acabamentos N. Furniture/equipment N. Mobiliário/equipamento P. Building fabric sundries P. Elementos diversos Q. Paving/planting/fencing/site furniture Q. Pavimentos/plantações/vedações/mobiliário R. Disposal systems R. Redes residuais e pluviais S. Piped supply systems S. Sistemas de abastecimento canalizado T. Mechanical heating/cooling/refrigeration
systems T. Sistemas de aquecimento/refrigeração
U. Ventilation/air conditioning systems U. Sistemas de ventilação/ar condicionado V. Electrical supply/power lighting systems V. Sistema eléctrico/iluminação W. Communications/security/control systems W. Sistemas de Comunicação/Segurança/Controlo X. Transport systems X. Sistemas de transporte Y. Mechanical and electrical services
measurement Y. Componentes de sistemas eléctricos e mecânicos
Additional rules – work to existing buildings Regras adicionais – trabalhos para edifícios existentes
Quadro 4 - Quadro tipo SMM 7 [10]
F20
F21
F22
Information Provided Measurement
Rules
Definition Rules Coverage Rules Suplementary
Information
P1 M1 D1 C1 S1
Classification Table
1. 5. 9. 13. 17. M2 D2 C2 S2
2. 10. 14. M3 D3
3. 6. 11. 15. 18. D4 C3
4. 7. 12. 16. 19. M4 D5 C4 S3
8.
13
3
2
2. A área 2 localiza-se abaixo do cabeçalho, representando as regras preliminares, designadas
por P1, P2, e assim sucessivamente. Nesta zona, é definida a informação que deve ser
fornecida no inicio de cada secção de trabalho, de forma a permitir a localização e a definição
global do trabalho. Esta informação pode vir através de listagem de gráficos, especificações,
relatórios, questionários ou por meio descritivo de forma a não deixar qualquer dúvida da
localização e natureza dos trabalhos a realizar.
Quadro 5 - Área 2: SMM 7 [10]
3. A área 3 é designada por tabela classificativa (Classification Table) e contém cinco colunas,
cada uma correspondendo a uma subdivisão dos trabalhos abordados pelas regras de
medição. Na primeira coluna, encontram-se os trabalhos gerais, enquanto na segunda se
apresenta uma subdivisão desses trabalhos. A terceira coluna segue os passos da segunda.
A quarta coluna corresponde a definição das unidades correspondente ao conteúdo da
terceira coluna. Na quinta coluna podem ser visualizados detalhes, sendo de referir que
normalmente estes são fornecidos em documentos específicos.
Quadro 6 - Área 3 SMM 7 [10]
Classification Table
1. 5. 9. 13. 17.
2. 10. 14.
3. 6. 11. 15. 18.
4. 7. 12. 16. 19.
8.
4. Na área 4, são apresentados os critérios de medição. Esta área localiza-se à direita das
regras preliminares e do quadro classificativo. A estrutura desta área está ligada à tabela
classificativa, de forma a estabelecer uma correspondência entre os trabalhos e as
respectivas regras de medição. Estes critérios subdividem-se em quatro colunas:
• Measurement rules – regras de medição (M);
• Definition rules – definição das regras (D);
• Coverage rules – trabalhos incluídos (C);
• Supplementary information – informação suplementar (S).
Information Provided
P1
14
4
Quadro 7 - Área 4 SMM 7 [10]
Com o objectivo de facilitar e uniformizar a numeração dos diversos artigos do mapa de medições, as
regras de medição são também numeradas. Esta numeração é constituída por uma letra que refere o
tipo de regra, e por um número que indica a posição na coluna.
As regras devem ser usadas e lidas de acordo com a disposição das colunas e linhas:
• As regras/itens P1, M1, D1, e S1 encontram-se localizados acima da linha de classificação e,
portanto, aplicam-se a todos os itens da secção;
• Os trabalhos na célula 1 utilizam as subclassificações das células 5 e 9, as unidades
especificadas em 13 e itens suplementares indicados em 17. As regras específicas
associadas a estes itens são definidas nas células M2, D2, C2 e S2;
• Os trabalhos na célula 2 utilizam as subclassificações das células 5 e 10, as unidades
especificadas em 14 e itens suplementares indicados em 17. As regras específicas
associadas a estes itens são definidas nas células M3, D3, C2 e S2;
• Os trabalhos na célula 3 utilizam as subclassificações das células 6 e 11, as unidades
especificadas em 15 e itens suplementares indicados em 18. As regras específicas
associadas a estes itens são definidas nas células M3, D4, C3 e S2;
• Os trabalhos na célula 4 podem utilizar as subclassificações tanto da célula 7, como da célula
8. Este facto está representado no quadro, através da linha a tracejado.
Em suma, as regras nos quadros são lidas da esquerda para direita com as linhas horizontais a
definirem as relações entre os itens com as subclassificações e regras específicas.
Measurement Rules Definition Rules Coverage Rules Suplementary Information
M1 D1 C1 S1
M2 nciC2 C2 S2
M3 D3
D4 C3
M4 D5 C4 S3
15
2.3.3. Standard Method of Measurement - Explained and Illustrated
2.3.3.1. Introdução
O SMM 7 – Explained and Illustrated, [13] publicado em Outubro de 2003, é um livro redigido como
um guia prático ao SMM 7 e com o objectivo de clarificar quaisquer dúvidas que possam existir em
determinadas rubricas e itens. Uma das principais razões que levaram ao lançamento deste livro foi a
eliminação de um certo número de discussões desnecessárias na realização de um projecto de
construção. Estas dúvidas surgem normalmente devido a uma dualidade de critérios e interpretações
existentes na sua realização. Muitos cursos académicos deixaram de incluir a “medição” no seu
campo de estudo, obrigando as empresas a incluir este tema na formação dos seus trabalhadores.
2.3.3.2. Disposição da Informação
O SMM 7 – Explained and Illustrated [13] utiliza diagramas de forma a identificar-se com o SMM 7.
Esta publicação tem uma estrutura que segue os capítulos do SMM 7, mas foca apenas os trabalhos
que necessitam de maior pormenorização, situações dúbias ou mesmo dificilmente compreensíveis,
as quais são alvo de acrescento ou reformulação da informação. Estas descrições são efectuadas
através de notas e comentários, permitindo em certas secções uma explicação alternativa. Este
documento é constituído por 18 capítulos, como indicado no Quadro 8.
Esta publicação é destinada a todos os utilizadores do SMM 7 privados e empreiteiros (medidores e
estimadores). Resumindo, o SMM 7 – Explained and Illustrated proporciona:
1. Acompanhamento simplificado do SMM 7;
2. Diagramas simples que ajudam a resolver problemas;
3. Uma interpretação equilibrada de como os itens devem ser medidos;
4. Clarificação de queixas desnecessárias num projecto de construção;
5. Ajuda à formação de medidores-orçamentista e estimadores qualificados.
A primeira secção é utilizada para anotar os itens alvo de consulta. Os títulos subsequentes dizem
sempre respeito ao título principal, referido na primeira secção, como é possível visualizar no Quadro
9.
Os itens desta secção estão referenciados como F20 à regra M1, F20.1.1.1.1. etc. Por simplicidade,
podem especificar-se para outras regras como no exemplo acima referido (F21, F22). Alguns itens
incluídos no SMM são auto-explicados (regras em particular), não necessitando de qualquer
explicação adicional. A maior parte dos itens está explicada por texto e, quando possível, recorrem-se
a ilustrações. Esta publicação proporciona mais informação e detalhe, promovendo uma melhor
clareza do que aquela exposta no SMM, não querendo, no entanto, sobrepor-se ao SMM nem às
regras aí definidas.
16
Quadro 8 – Capítulos SMM 7 - Explained and Illustrated [13]
Capítulos incluídos no SMM 7 - Explained and Illustrated A. Preliminaries/general conditions A. Condições preliminares/gerais C. Existing site/buildings/services C. Edifícios existentes D. Groundwork D. Movimento de terras E. In situ concrete/large precast concrete E. Betão in situ/betão pré-fabricado F. Masonry F. Alvenaria G. Structural/carcassing metal/timber G. Estruturas metálicas/madeira H. Cladding/covering H. Coberturas J. Waterproofing J. Impermeabilizações K. Linings/sheathing/dry partitioning K. Revestimentos de forro/revestimentos de
painel/divisórias de juntas secas L. Windows/doors/stairs L. Janelas/portas/escadas M. Surface finishes M. Acabamentos N. Furniture/equipment N. Mobiliário/equipamento P. Building fabric sundries P. Elementos diversos Q. Paving/planting/fencing/site furniture Q. Pavimentos/plantações/vedações/mobiliário R. Disposal systems R. Redes residuais e pluviais X. Transport systems X. Sistemas de transporte Y. Mechanical and electrical services
measurement Y. Componentes de sistemas eléctricos e
mecânicos Additional rules – work to existing Buildings Regras Adicionais – Trabalhos em edifícios
existentes
Quadro 9 - Disposição da Informação: SMM 7 - Explained and Illustrated [13]
F20
F21
F22
Information Provided Measurement Rules Definition Rules
Cada secção começa numa nova página. No inicio de cada secção, as regras preliminares estão
mencionadas, sendo referidas como P1, P2, etc. O objectivo destas regras é definir a informação que
deve ser dada no inicio de cada secção de trabalho e ajudar a localizar e definir globalmente o
trabalho. Isto é aplicável a todas a regras preliminares, independentemente da secção de trabalho,
não devendo ser repetida ao longo do texto. Como princípio geral, as regras são enumeradas em
primeiro lugar e os elementos alvo de medição posteriormente, por ordem numérica.
17
2.3.4. Civil Engineering Standard Method of Measurement
2.3.4.1. Introdução
O Civil Engineering Standard Method of Measurement [11], surge com o objectivo de colmatar as
necessidades existentes na preparação do mapa de medições e consequentemente de preços,
explicitando também a forma como as medidas devem ser efectuadas, quando estes mapas são
realizados. Este documento é o resultado de diversos estudos levados a cabo pela Institution of Civil
Engineers7 (ICE), mais directamente do The Standard Method of Measurement of Civil Engineering
Quantities, publicado pela ICE em 1953.
Em 1964, a administração da Institution of Civil Engineers nomeia um comité, para propor uma
revisão ao The Standard Method of Measurement of Civil Engineering Quantities.
Em 1971, o trabalho de revisão fica sobre a alçada de Martin Barnes8 que trabalha inicialmente
através de um acordo com o Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade de Manchester, até
1972, ano em que abandonou esta Universidade e passa a trabalhar através de um acordo directo
com a Institution of Civil Engineers. Um comité de direcção é nomeado pela administração da ICE,
para supervisionar o trabalho efectuado, sendo o comité alargado em 1972, com representantes de
cada uma das seguintes instituições: Institution of Civil Engineers, Association of Consulting
Engineers e Federation of Engineering Contractors.
No final de 1972, um esboço da revisão efectuada ao Standard Method of Measurement Quantities é
distribuído para análise a diversos organismos, sendo efectuados ensaios de mapas de quantidades
por diversas organizações. A discussão desta temática continua com os organismos interessados ao
longo de 1973 e 1974, sendo que muito da forma do documento se deve às sugestões efectuados ao
longo deste período pelos organismos exteriores ao comité. A Institution of Civil Engineers continua a
trabalhar neste documento, até que em 1975 é publicado o Civil Engineering Standard Method of
Measurement (CESMM). Esta publicação diferencia-se do anterior documento, The Standard Method
of Measurement of Civil Engineering Quantities, através de:
• Maior uniformização no formato e conteúdo do mapa de medições;
• Uma estrutura sistemática do mapa de artigos, conduzindo a uma listagem e descrições mais
uniformes;
• Revisão da subdivisão do trabalho nos artigos, para que se possa fornecer uma descrição do
valor do trabalho mais sensível e equilibrada;
• Consideração das novas técnicas nas construções de engenharia civil, na gestão do trabalho
em si e na administração dos contractos.
Em 1983, a administração da Institution of Civil Engineers faz o pedido ao comité de revisão para
preparar a publicação da segunda edição do CESMM. Diversas organizações contribuem com 7 Institution of Civil Engineers (ICE) – Instituição de Engenheiros Civis, associação profissional independente fundada em 1818, em Londres. 8 Martin Barnes – principal criador do CESMM, mantendo-se intimamente ligado à publicação da segunda e terceira edição desse documento.
18
sugestões e comentários para a alteração do documento e outras com a revisão dos esboços e
conselhos. A análise destes comentários à primeira edição, e o esboço da segunda edição são
realizados por Martin Barnes e Sócios, sendo assistidos por McGill e Sócios.
É então publicada a segunda edição, em 1985. As alterações efectuadas ao CESMM na sua segunda
edição têm dois grandes objectivos. O primeiro é a consideração dos desenvolvimentos na tecnologia
da construção em engenharia civil e a importância de diferentes custos nos trabalhos que ocorreram
após o lançamento do primeiro documento. O segundo é a alteração da redacção de algumas
cláusulas cuja experiência mostrara não estarem a funcionar da forma pretendida.
Pode assim afirmar-se que a segunda edição do CESMM não é uma alteração abrupta da sua
primeira edição, mas sim uma revisão geral. O CESMM 2 permite agora a categorização e
actualização das antigas notas na classificação de trabalhos, com o objectivo de tornar a utilização da
documentação mais simples de duas formas. Por um lado, as notas passam a ser designadas de
regras, de forma a reforçar a ideia que as suas cláusulas definem a forma como o trabalho deve ser
descrito e medido em mapas de quantidades de Engenharia Civil, e que têm um estatuto igual ao de
outras regras do documento. Por outro lado, foram divididas em quatro categorias, indicando as
quatro diferentes funções que desempenham e que foram definidas consoante as partes dos quadros
de classificação a que dizem respeito.
Apesar da segunda edição do Civil Engineering Standard Method of Measurement ter sido publicada
em 1985, a combinação de determinados factores levou à necessidade da publicação de uma terceira
edição. A terceira edição do CESMM foi publicada no ano de 1991.
Figura 3 - Publicações CESMM [11]
A terceira edição do CESMM contou com posteriores correcções nos anos de 1992, 1995 e 2000. As
alterações mais importantes desta edição foram a possibilidade deste documento poder ser usado em
conjunto com as Condições de Contrato, sexta edição (1991), da Institution of Civil Engineers e a
introdução de novas regras de medição em novos campos de trabalhos que até aí não tinham sido
alvo de publicação. Apesar de não existirem alterações nos princípios gerais da anterior edição, neste
documento aproveitou-se para ter em conta a evolução tecnológica na engenharia civil até então e
efectuar algumas alterações no texto da segunda edição.
19
Figura 4 - Revisões do CESMM 3 [11]
2.3.4.2. Disposição da Informação
A estrutura do Civil Engineering Standard Method of Measurement [11] é apresentada em quadro, de
forma muito semelhante ao SMM7. A classificação dos trabalhos está dividida em 26 capítulos e
engloba os trabalhos mais comuns nos contractos de engenharia civil. Os trabalhos contidos são os
identificados no Quadro 10.
A principal diferença entre o CESMM 3 e o SMM7 consiste na forma como o quadro é preenchido e
consultado, ou seja, no seu conteúdo.
Com base no Quadro 11, verifica-se que este está dividido em quatro áreas distintas:
1. A área 1 encontra-se no canto superior esquerdo, como assinalado no quadro (Class U),
indica o número e a letra do capítulo e, consequentemente, o conjunto de trabalhos a que diz
respeito. Esta designação encontra-se no início de cada capítulo e conjunto de regras de
medição associado a este.
2. A área 2 do quadro localiza-se abaixo da classe de trabalhos. Esta é uma área que indica os
trabalhos abrangidos pelas regras nesse quadro e os não abrangidos. No início de cada
quadro de regras de medição, podem indicar-se os trabalhos não contemplados pela regra de
medição em questão e, ao mesmo tempo, fazer-se uma referência ao capítulo onde esses
trabalhos são abordados. Esta área torna-se muito útil ao utilizador, pois permite identificar de
imediato se o que pretende é abordado nesse capítulo; caso contrário, através das
referências aos trabalhos excluídos, pode identificar-se o capítulo correspondente de uma
forma rápida.
20
1
Quadro 10 - Trabalhos incluídos no CESMM 3 [11]
Trabalhos inseridos no CESMM 3 Class A: General items Classe A: Itens gerais Class B: Ground investigation Classe B: Investigação do solo Class C: Geotechnical and other specialist processes
Classe C: Geotécnia
Class D: Demolition and site clearance Classe D: Demolição e limpeza Class E: Earthworks Classe E: Movimento de terras Class F: In situ concrete Classe F: Betão In situ Class G: Concrete ancillaries Classe G: Acessórios para betão Class H: Precast concrete Classe H: Betão pré-fabricado Class I: Pipework – pipes Classe I: Tubagens - tubos Class J: Pipework – fittings and valves Classe J: Tubagens equipamentos e válvulas Class K: Pipework – manholes and pipework ancillaries
Classe K: Tubagens - câmara de inspecção e trabalhos auxiliares
Class L: Pipework – supports and protection, ancillaries to laying and excavation
Classe L: Tubagens – suportes e protecções, auxiliares de postura e escavação
Class M: Structural metalwork Classe M: Estruturas metálicas Class N: Miscellaneous metalwork Classe N: Serralharia Class O: Timber Classe O: Madeira Class R: Roads and pavings Classe R: Estradas e pavimentos Class S: Rail track Classe S: Caminhos de ferro Class T: Tunnels Classe T: Túneis Class U: Brickwork, blockwork and masonry Classe U: Alvenaria Class V: Painting Classe V: Pinturas Class W: Waterproofing Classe W: Impermeabilizações Class X: Miscellaneous work Classe X: Trabalhos diversos Class Y: Sewer and water main renovation and ancillary works
Classe Y: Saneamento, renovação de água e trabalhos auxiliares
Class Z: Simple building works incidental to civil engineering works
Classe Z: Trabalhos simples em edifícios
Quadro 11 - Quadro tipo CESMM 3 [11]
Class U Includes
Excludes
Measurement Rules
Definition Rules
Coverage Rules
Additional Description Rules
M1 M2
First Division
Second Division
Third Division
1 2 3 4 5 6 7 8
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5 6 7
M3
D1 D2 D3 D4
C1 A1 A2 A3 A4 A5
6 7 M4 D5 A6
A7 8 M5
M6 C2 A8
A9
21
2
3
4
Quadro 12 - Área 2 CESMM 3 [11]
3. A área 3, designada por tabela classificativa, encontra-se do lado esquerdo, imediatamente
abaixo dos trabalhos incluídos e excluídos. Esta área é constituída por três colunas, cada
uma das quais classificando o trabalho com sucessivo nível de detalhe, sendo a sua
interpretação efectuada da esquerda para a direita e de cima para baixo. Esta zona do
quadro é numerada de acordo com o mapa de medições, de forma a uniformizar e facilitar a
referenciação dos trabalhos entre ambos os documentos.
Quadro 13 - Área 3 CESMM 3 [11]
First Division
Second Division Third Division
1 2 3 4 5 6 7 8
1 2 3 4 5
1 2 3 4 5 6 7
6
7
8
4. Na área 4, a mais extensa, são apresentados os critérios de medição, sendo esta localizada à
direita dos trabalhos incluídos e excluídos e da tabela classificativa. A estrutura desta zona do
quadro justifica-se, uma vez que estabelece a correspondência entre os trabalhos e as
respectivas regras de medição.
Quadro 14 - Área 4 CESMM 3 [11]
Includes (Incluído)
Excludes (Excluído)
Measurement Rules Definition Rules Coverage Rules Additional Description Rules M1 M2
M3
D1 D2 D3 D4
C1 A1 A2 A3 A4 A5
M4 D5 A6 A7
M5 M6
C2 A8 A9
22
Os critérios que definem as regras de medição encontram-se divididos em quatro colunas distintas.
São elas:
• Measurement rules – regras de medição (M);
• Definition rules – definição das regras (D);
• Coverage rules – trabalhos incluídos (C);
• Additional Description Rules – Descrição adicional (S).
Na coluna das regras de medição (M), são definidas as condições e o método segundo o qual os
diversos trabalhos devem ser medidos. Já na coluna de definição das regras (D), define-se a
extensão e os limites a que essa classe de trabalhos está sujeita. A coluna de trabalhos incluídos
permite que o trabalho considerado possa ser incluído em rubricas próprias, à medida que esse
trabalho é incluído no contracto. A última coluna, Descrição adicional (S), permite que sejam expostas
outras informações não referidas nas restantes colunas.
Nestas colunas, as regras de medição encontram-se também numeradas, de forma a facilitar a sua
referenciação. A numeração é efectuada através de uma letra e um número, onde a letra indica o tipo
de regra e o número a posição na coluna.
2.3.5. Outra bibliografia consultada
Resolveu-se incluir este capítulo na dissertação e separar esta bibliografia da restante, pois não foi
possível ter acesso directo à mesma, apesar de se conhecer a sua importância. Através do site das
instituições anteriormente referidas e algumas publicações, como dissertações anteriormente
realizadas, tem-se acesso a informações gerais, tais como exposição da informação, capítulos
incluídos e alguns factos históricos que levaram à sua publicação. O principal objectivo desta
exposição é dar conhecimento da importância desta bibliografia, mas esta não é tida em conta de
uma forma abrangente aquando da criação do modelo de regras de medição, uma vez não ser
possível efectuar uma leitura exaustiva com a consistência já demonstrada na análise de outras
publicações.
2.3.5.1. Normas DIN
A organização DIN – Deutsches Institut für Normung9, fundada a 18 de Maio de 1917 na Alemanha,
foi criada com a função de desenvolver e homologar normas a aplicar nesse país. A DIN representa
também os interesses alemães, como membro do European Committee for Standardization (CEN)10,
fazendo-se representar em quase 30% de todos os membros do comité do CEN. A DIN pertence
9 DIN – Deutsches Institut für Normung – Instituto Alemão para a Normalização 10 European Committee for Standardization (CEN)10 – Comité Europeu para a Normalização, organização que desenvolve normas Europeias num largo número de sectores, de forma a desenvolver um mercado mais forte e com elevados padrões, dissolvendo barreiras na Europa e dando uma maior força à economia global. [18]
23
também à organização que faz parte da ISO – International Organization for Standardization11,
ocupando cerca de 17% do total dos membros de toda a ISO.
As Normas DIN abrangem todos os campos tecnológicos, existindo actualmente um largo número de
padrões. Só no âmbito da construção civil, existem mais de 1750 documentos pertencentes à norma
DIN, englobando as mais diversas áreas da Engenharia Civil, assim como [9]:
• Construção Civil;
• Planeamento urbano;
• Edificações;
• Elementos imóveis;
• Estruturas de edifícios;
• Estruturas de externas;
• Materiais de construção;
• entre outros.
As Normas DIN direccionadas para a Engenharia Civil designam-se por Vergabe und
Vertragsordnung für Bauleistungen (VOB) ou, como a designação na versão inglesa das normas,
construction contract procedures12. O Comité responsável pela elaboração e revisão das VOB é o
Comité Alemão para a Aquisição e Contratação para a Construção (Der Deutsche e
Vertragsausschuss für Bauleistungen).
Esta norma (VOB) está dividida em três partes, tendo sido a sua publicação efectuada em duas
fases, a primeira em 1926, tendo sido publicadas 2 partes, e a segunda em 1988, quando é publicada
a terceira parte.
Figura 5 - Divisão normas DIN [9]
11 ISO – Organização Internacional para a Normalização – entidade não governamental que engloba os representantes para a padronização/normalização de 159 Países; a ISO aprova normas internacionais em todos os campos técnicos. [19] 12 Constrution contract preocedures – Procedimento para a contratação na construção
24
As últimas revisões publicadas da norma VOB remontam a Agosto de 2010, para as duas primeiras
partes da norma. Já a terceira parte teve a sua última publicação em Abril de 2010 [12].
Cada uma das partes da VOB refere-se a distintos trabalhos ou conceitos na Engenharia Civil. A
parte directamente relacionada com as regras de medição é a terceira – Parte C.
2.3.5.2. Estrutura da Informação
Como referido anteriormente, a VOB encontra-se dividida em 3 partes, partes essas que constituem
por si uma norma DIN, com excepção da Parte C que é constituída por um conjunto de várias normas
DIN, tendo sido a sua norma base a DIN 18299.
Como já exposto, a terceira parte da norma DIN VOB – Parte C é a que diz respeito às regras de
medição, contendo as normas DIN associadas, desde a DIN 18299 à DIN 18451 [9]. A Norma DIN
18299 e as suas associadas encontram-se divididas em classes de trabalhos, ordenados pela
sequência lógica de uma obra, sendo o seu conteúdo disposto da seguinte forma:
0. Elementos e descrições necessárias para o esboço da especificação de trabalhos;
1. Âmbito;
2. Materiais e seus componentes;
3. Execução de trabalhos;
4. Tarefas associadas e tarefas especiais;
5. Liquidação.
Esta norma está direccionada para qualquer tipo de obra com uma utilização bastante abrangente. O
facto de se encontrar exposta em texto corrido dificulta de certa forma a sua consulta e utilização.
2.4. O Meio Técnico
2.4.1. Identificação e caracterização das empresas consultadas
Com a realização deste capítulo, pretende-se expor a realidade do meio técnico em Portugal,
analisando e compreendendo as opiniões obtidas em entrevistas realizadas a alguns técnicos de
empresas. Estas entrevistas têm como principal objectivo ajudar a desenvolver uma proposta de
regras de medição adequada à construção efectuada em Portugal e sustentada na experiência do
tecido empresarial nacional.
O estabelecimento de contactos com empresas serve também como modo de avaliação do estado
das regras de medição em Portugal, sendo realizada uma crítica ao CSRMC. Esta análise parte do
geral evoluindo para o particular, criticando-se o CSRMC como um todo (capítulos gerais, exposição
da informação, entre outra informação), centrando-se em particular nos capítulos em análise nesta
dissertação.
25
Após alguns contactos com empresas, apenas duas empresas se mostraram disponíveis para
partilhar os seus conhecimentos práticos no capítulo das regras de medição. A duas empresas foram:
• Grupo Mota-Engil - Engenharia e Construção, Ambiente e Serviços e Concessões de
Transportes;
• Somague Concessões e Serviços S.A..
Os resultados obtidos nesta análise não são considerados imperativos, mas considera-se que têm um
grande peso na proposta do modelo, uma vez que é no meio técnico que se podem constatar as
verdadeiras dificuldades na utilização das regras.
Com o objectivo final de validação do modelo de regras de medição, a informação fornecida pelo
meio técnico será cruzada e compatibilizada com a informação da bibliografia pesquisada, tendo
como produto final a proposta do modelo.
Como referido no subcapítulo anterior, apenas duas empresas permitiram um contacto directo com a
realidade sentida no meio técnico. De seguida, descrevem-se sucintamente estas empresas na sua
generalidade, bem como, mais pormenorizadamente, os departamentos de medição.
O Grupo Mota-Engil encontra-se presente no mercado empresarial há mais de 60 anos, englobando
três grandes áreas de negócio – Engenharia e Construção, Ambiente e Serviços e Concessões de
Transportes – marcando presença em 19 países, através de sucursais e empresas participadas
espalhadas pelo Mundo. [15]
O Grupo Mota-Engil encontra-se representado em sede própria com escritórios em Linda-a-Velha
(Lisboa) e no Porto. A equipa de medições da empresa funciona como um todo, apesar de os seus
colaboradores estarem dispersos por todo o território continental, ilhas e no estrangeiro (neste
momento apenas em Angola e Moçambique). Devido à existência de dois escritórios, o de Lisboa e
Porto, os colaboradores encontram-se dispersos pelos dois locais e, no caso de existir um concurso
para uma determinada obra, este será realizado nos escritórios Norte ou Sul, dependendo da
disponibilidade dos meios e não da localização da obra a concurso.
A equipa de medições da Mota-Engil é de momento constituída por 65 colaboradores, estando estes
localizados da seguinte forma:
Escritórios de Linda-a-Velha: 7
Escritórios do Porto: 7
Madeira: 1
Obras no Continente: 37
Angola: 11
Moçambique: 2
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27
Figura 7 – Estrutura de medição na Somague
2.4.2. Informação recolhida no meio técnico consultado
Com as reuniões efectuadas, foi possível, numa primeira fase, ficar com uma noção geral do
funcionamento das equipas de medição e orçamentação das empresas. Numa fase posterior, foi
possível verificar as dificuldades sentidas na utilização das regras de medição, bem como os conflitos
que costumam surgir entre Empreiteiros e Donos de Obra, tendo neste caso sido referidos alguns
exemplos práticos. Dos problemas existentes, os factores mais frequentemente identificados são:
• Leitura pouco atenta/não utilização dos critérios de medição por parte dos empreiteiros na
elaboração do orçamento (não existe obrigatoriedade);
• Adopção e definição de critérios pouco adequados, quando estes não se encontram definidos
pelo dono de Obra;
• Falta de especificação detalhada do material a utilizar;
• Desconhecimento ou inexistência de regras para uma determinada rubrica;
• Utilização de algumas regras ao nível prático que muitas vezes não resultam, sendo estas
alteradas quer em projecto, quer mesmo em obra.
Após uma análise cuidada da informação recolhida, considerou-se que os aspectos mais importantes
a ter em conta nesta dissertação são:
• Melhorar a especificação dos materiais a utilizar;
• Realizar uma revisão e actualização dos critérios já definidos;
• Introdução de novas rubricas inexistentes.
28
O acompanhamento das dificuldades sentidas no meio técnico permite verificar que a inexistência de
um documento oficial base e obrigatório que clarifique todas as dúvidas e conflitos que possam existir
é a principal causa dos problemas encontrados.
2.5. Análise comparativa de métodos de medição
2.5.1. Análise comparativa geral13
Após a caracterização da bibliografia consultada de uma forma generalizada, compara-se agora a
bibliografia entre si. Neste capítulo, será efectuado uma comparação a nível geral, incluindo as
características comuns e as que distinguem cada documento, bem como as diferenças entre os
capítulos abordados em cada documento. A partir deste ponto da dissertação é também incluída uma
análise pormenorizada ao ProNIC14.
Identificam-se agora as características principais dos recursos analisados:
Figura 8- Análise comparativa geral: características
De forma a poder identificar de uma forma clara e sistemática as características de cada bibliografia,
decidiu integrar-se a informação comparativa em forma de quadro, como é possível visualizar no
Quadro 15:
Quadro 15 - Características gerais da bibliografia
Bibliografia Caract. CSRMC Pronic SMM7 CESMM3 Normas
DIN
Âmbito dos trabalhos
Construção de Edifícios
Construção de Edifícios
Construção de Edifícios
Construção em Geral
Construção em Geral
Disposição da informação
Texto Corrido Quadro Quadro Quadro
Texto Corrido
Ilustrações explicativas Sim Não Sim Sim Não
13 Este subcapítulo tem por base os documentos: CSRMC [2], SMM 7 [10] e o ProNIC. 14 Por diversas vezes, nesta dissertação, são referenciados o ProNIC, o SMM 7 e o CSRMC como “documentos”, as aspas devem-se ao facto do ProNIC não ser efectivamente um documento, mas sim uma aplicação.
29
Observando-se o Quadro 15, é possível verificar que na bibliografia consultada predominam os
trabalhos da construção de edifícios. Existem alguns documentos/aplicações centrados na construção
de edifícios, nomeadamente o CSRMC, o ProNIC e o SMM 7, enquanto o CESMM 3 e as Normas
DIN são direccionadas para a construção em geral. Quanto à disposição da informação existe, por
um lado, o ProNIC, o SMM 7 e o CESMM 3, com estrutura tipo quadro, e por outro, o CSRMC e as
Normas DIN em texto corrido. Três dos documentos/aplicações consultadas têm, como forma de
complemento/ajuda à interpretação das regras, documentos complementares com explicações ou
ilustrações das regras, de forma a facilitar a sua utilização (as normas DIN e o ProNIC são os únicos
documentos que não os têm, por enquanto).
Esta dissertação está direccionada para a construção de edifícios, âmbito no qual se considera que a
disposição da informação em estrutura de quadro é benéfica, pois torna mais simples a sua utilização
e compreensão, tendo sido também referido pelo meio técnico que, desta forma, os documentos
teriam uma utilização mais útil e sistemática. Relativamente às ilustrações, estas devem ser
realizadas sempre que se achar necessário.
Nesta fase da dissertação, realiza-se uma análise comparativa referente aos capítulos da
bibliografia/aplicações consultadas. Esta análise, apesar de conter ainda alguma generalidade,
evidencia já alguns traços de particular, pois efectua-se apenas entre os documentos direccionados
para a construção de edifícios. Este é um ponto importante, uma vez que é neste âmbito que se
desenvolve o presente estudo.
Realiza-se, seguidamente, uma análise comparativa entre os trabalhos incluídos no CSRMC e o
ProNIC. Efectua-se uma nova numeração dos capítulos, de forma a facilitar as comparações que se
acharem pertinentes. Colocam-se ainda os capítulos dos dois elementos em questão lado a lado,
como disposto no Quadro 16.
Fazendo uma análise preliminar, é possível verificar que, quer o CSRMC, quer o ProNIC seguem de
uma forma geral os trabalhos normalmente encontrados na construção de um edifício, sendo
constituídos pelo mesmo número de capítulos. Apesar de se encontrarem alguns capítulos em que os
nomes diferem, estes acabam por cobrir praticamente os mesmos trabalhos. No entanto, ao realizar-
se uma análise mais profunda, é possível verificar que, no ProNIC, algumas reformulações
relativamente ao CSRMC são encontradas. No ProNIC pode identificar-se um misto de abordagens,
isto é, já existem itens separados por ofícios (cantarias, carpintarias, entre outros) e itens separados
por elementos (estruturas de alvenaria e cantaria, elementos de cantaria), ao contrário do que se
verifica no CSRMC, em que os itens, na sua generalidade, vêm separado por ofícios. Também é
possível identificar que as especificações do ProNIC já se encontram actualizadas relativamente ao
CSRMC. Sendo este último mais antigo, naturalmente encontra-se desactualizado e as
especificações nele incluídas não estão de acordo com a legislação em vigor actualmente, ao
contrário do ProNIC.
30
Quadro 16 - Comparação de capítulos: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC 1. Regras gerais 1. Organização e gestão do estaleiro 2. Estaleiro 2. Trabalhos preparatórios e preliminares 3. Trabalhos preparatórios 3. Demolições 4. Demolições 4. Movimento de terras 5. Movimento de terras 5. Arranjos exteriores 6. Pavimentos e drenagens
exteriores 6. Fundações e obras de contenção
7. Fundações 7. Estruturas de betão armado e/ou pré-esforçado
8. Betão, cofragem e armaduras em elementos primários
8. Estruturas metálicas
9. Estruturas metálicas 9. Estruturas de madeira 10. Alvenarias 10. Estruturas de alvenaria e cantaria 11. Cantarias 11. Estruturas mistas 12. Carpintarias 12. Paredes 13. Serralharias 13. Elementos de cantaria 14. Portas e janelas de plástico 14. Elementos de carpintaria 15. Isolamentos e impermeabilizações 15. Elementos de serralharia 16. Revestimentos de paredes, pisos,
tectos e escadas 16. Elementos de materiais plásticos
17. Revestimentos de coberturas inclinadas
17. Isolamentos e impermeabilizações
18. Vidros e espelhos 18. Revestimentos e acabamentos 19. Pinturas 19. Vidros e espelhos 20. Acabamentos 20. Pinturas 21. Instalações de canalização 21. Instalações e equipamentos de água 22. Instalações eléctricas 22. Instalações e equipamentos
mecânicos 23. Ascensores e monta-cargas 23. Instalações e equipamentos eléctricos 24. Elementos de equipamento fixo e
móvel de mercado 24. Ascensores, monta-cargas, escadas
Mecânicas e tapetes rolantes 25. Instalações de aquecimento de
água ou vapor 25. Equipamento fixo e móvel
26. Instalações de ar condicionados 26. Diversos
De forma a facilitar a visualização das semelhanças entre os capítulos abordados no CSRMC e no
ProNIC construi-se o diagrama representado na Figura 9:
31
Figura 9 - Analise comparativa geral: CSRMC/ProNIC
Mantendo apenas os itens redundantes em ambas as ferramentas, constrói-se o Quadro 17:
Quadro 17 - Capítulos semelhantes: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC 2. Estaleiro 1. Organização e gestão do estaleiro 3. Trabalhos preparatórios 2. Trabalhos preparatórios e
Preliminares 4. Demolições 3. Demolições 5. Movimento de terras 4. Movimento de terras 7. Fundações 6. Fundações e obras de contenção 8. Betão, cofragem e armaduras
em elementos primários 7. Estruturas de betão armado e/ou pré-
esforçado 9. Estruturas metálicas 8. Estruturas metálicas 11. Cantarias 13. Elementos de cantaria 12. Carpintarias 14. Elementos de carpintaria 13. Serralharias 15. Elementos de serralharia 15. Isolamentos e
impermeabilizações 17. Isolamentos e impermeabilizações
18. Vidros e espelhos 19. Vidros e espelhos 19. Pinturas 20. Pinturas 22. Instalações eléctricas 23. Instalações e equipamentos
eléctricos 23. Ascensores e monta-cargas 24. Ascensores, monta-cargas, escadas
mecânicas e tapetes rolantes 24. Elementos de equipamento fixo
e móvel de mercado 25. Equipamento fixo e móvel
32
Analisando o Quadro 17, é facilmente perceptível a semelhança entre os capítulos e a ordem
segundo a qual estes estão dispostos.
Resumindo, as principais diferenças detectadas são:
• Abordagem no que diz respeito aos itens por ofício/elemento;
• Características/especificações acerca dos elementos.
Comparam-se então os capítulos do CSRMC com os do SMM 7. De forma a facilitar a futura análise
comparativa, enumeram-se também aqui os capítulos de forma semelhante, como identificado no
Quadro 18.
Quadro 18 - Comparação de capítulos: CSRMC/SMM 7
CSRMC SMM 7 1. Regras gerais 1. Condições preliminares/gerais 2. Estaleiro 2. Edifícios existentes 3. Trabalhos preparatórios 3. Demolições/alterações/renovações 4. Demolições 4. Movimento de terras 5. Movimento de terras 5. Betão in situ/betão pré-fabricado 6. Pavimentos e drenagens exteriores 6. Alvenaria 7. Fundações 7. Estruturas metálicas/madeira 8. Betão, cofragem e armaduras em
elementos primários 8. Coberturas
9. Estruturas metálicas 9. Impermeabilizações 10. Alvenarias 10. Revestimentos de forro/revestimentos de
painel/divisórias de juntas secas 11. Cantarias 11. Janelas/portas/escadas 12. Carpintarias 12. Acabamentos 13. Serralharias 13. Mobiliário/equipamento 14. Portas e janelas de plástico 14. Elementos diversos 15. Isolamentos e impermeabilizações 15. Pavimentos/plantações/vedações/mobiliário 16. Revestimentos de paredes, pisos, tectos
e escadas 16. Redes residuais e pluviais
17. Revestimentos de coberturas inclinadas 17. Sistemas de abastecimento canalizado 17. Vidros e espelhos 18. Sistemas de aquecimento/refrigeração 19. Pinturas 19. Sistemas de ventilação/ar condicionado 20. Acabamentos 20. Sistema eléctrico/iluminação 21. Instalações de canalização 21. Sistemas de
comunicação/segurança/controlo 22. Instalações eléctricas 22. Sistemas de transporte 23. Ascensores e monta-cargas 23. Componentes de sistemas eléctricos e
mecânicos 24. Elementos de equipamento fixo e móvel
de mercado 24. Regras adicionais – trabalhos para edifícios
existentes 25. Instalações de aquecimento de água ou
vapor
26. Instalações de ar condicionados
Ao observar o Quadro 18, a diferença mais evidente é o número de capítulos inseridos em cada
documento, enquanto o CSRMC está decomposto em 26 capítulos, no SMM 7 encontram-se apenas
24. Verifica-se também que cada um dos documentos segue o progresso de trabalhos que podem
33
existir na construção de um edifício. De forma a identificar mais facilmente as diferenças na ordem e
a semelhança no nome dos capítulos entre os dois documentos, analisam-se a Figura 10 e o Quadro
19.
De forma a simplificar a leitura isolam-se, no Quadro 19, apenas os capítulos que se consideram
semelhantes. Apesar de estes capítulos se considerarem similares, os dois documentos cobrem os
principais trabalhos que se encontram na construção de um edifício, simplesmente não partilham a
mesma linha de evolução e pensamento.
Quadro 19 - Capítulos semelhantes: CSRMC/SMM 7
CSRMC SMM 7 1. Regras gerais 1. Condições preliminares/gerais 4. Demolições 3. Demolições/alterações/renovações 5. Movimento de terras 4. Movimento de terras 10. Alvenarias 6. Alvenaria 15. Isolamentos e impermeabilizações 9. Impermeabilizações
16. Revestimentos de paredes, pisos, tectos e escadas 10. Revestimentos de forro/revestimentos de painel/divisórias de juntas secas
20. Acabamentos 12. Acabamentos 21. Instalações de canalização 17. Sistemas de abastecimento canalizado 22. Instalações eléctricas 20. Sistema eléctrico/Iluminação 23. Ascensores e monta-cargas 22. Sistemas de transporte 24. Elementos de equipamento fixo e móvel de mercado 13. Mobiliário/equipamento 26. Instalações de ar condicionados 19. Sistemas de ventilação/ar condicionado
Figura 10 - Análise comparativa geral: CSRMC/SMM 7
34
Uma das grandes diferenças que se pode identificar entre o CSRMC e o SMM 7 é ao nível da
disposição dos capítulos. Enquanto o CSRMC está dividido na sua maior parte por ofícios, no SMM 7
encontramos esta divisão realizada por elementos, a título de exemplo:
Observando os capítulos acima transcritos, repara-se facilmente que os 2 capítulos do SMM 7
(elementos) poderiam ser subcapítulos do CSRMC, já que este dispõe de 3 capítulos de ofícios
diferentes (Cantarias, Carpintarias e Serralharias).
Resumindo, as principais diferenças identificadas foram:
• Número de capítulos;
• Abordagem no que diz respeito aos itens por ofício/elemento;
• Características/Especificações acerca dos elementos.
Quadro 20 - Comparação de capítulos: ProNIC/SMM 7
ProNIC SMM 7 1. Organização e gestão do estaleiro 1. Condições preliminares/gerais 2. Trabalhos preparatórios e preliminares 2. Edifícios existentes 3. Demolições 3. Demolições/alterações/renovações 4. Movimento de terras 4. Movimento de terras 5. Arranjos exteriores 5. Betão in situ/betão pré-fabricado 6. Fundações e obras de contenção 6. Alvenaria 7. Estruturas de betão armado e/ou pré-
esforçado 7. Estruturas metálicas/madeira
8. Estruturas metálicas 8. Coberturas 9. Estruturas de madeira 9. Impermeabilizações
10. Estruturas de alvenaria e cantaria 10. Revestimentos de forro/revestimentos de
painel/divisórias de juntas secas 11. Estruturas mistas 11. Janelas/portas/escadas 12. Paredes 12. Acabamentos 13. Elementos de cantaria 13. Mobiliário/equipamento 14. Elementos de carpintaria 14. Elementos diversos 15. Elementos de serralharia 15. Pavimentos/plantações/vedações/mobiliário 16. Elementos de materiais plásticos 16. Redes residuais e pluviais 17. Isolamentos e impermeabilizações 17. Sistemas de abastecimento canalizado 18. Revestimentos e acabamentos 18. Sistemas de aquecimento/refrigeração 19. Vidros e espelhos 19. Sistemas de ventilação/ar condicionado 20. Pinturas 20. Sistema eléctrico/iluminação
21. Instalações e equipamentos de água 21. Sistemas de comunicação/segurança/controlo
22. Instalações e equipamentos mecânicos 22. Sistemas de transporte
23. Instalações e equipamentos eléctricos 23. Componentes de sistemas eléctricos e mecânicos
24. Ascensores, monta-cargas, escadas mecânicas e tapetes rolantes
24. Regras adicionais – trabalhos para edifícios existentes
25. Equipamento fixo e móvel 26. Diversos
CSRMC :
11. Cantarias12. Carpintarias13. Serralharias
SMM 7:
7. Estruturas Metálicas/Madeira11. Janelas/Portas/Escadas
35
Por último, realiza-se a análise comparativa entre o ProNIC e o SMM 7. A transcrição dos capítulos
será efectuada reformulando a numeração de cada elemento, como disposto no Quadro 20.
Analogamente à comparação entre CSRMC e o SMM 7, também neste caso se identifica uma
diferença no número de capítulos inseridos em cada um dos documentos. Enquanto o ProNIC regista
26 capítulos, o SMM 7 apresenta apenas 24.
Observem-se então, na Figura 11, os capítulos que se consideram semelhantes entre o ProNIC e o
SMM 7, assim como a ordem segundo a qual estes vêm dispostos.
Figura 11 - Análise comparativa geral: ProNIC/SMM 7
De uma forma simplificada, coloca-se esta informação em forma de quadro, como se pode visualizar
no Quadro 21.
Apesar de se considerar que apenas onze capítulos são semelhantes, é perceptível que tanto o
ProNIC como o SMM 7 abrangem os principais trabalhos encontrados na construção de um edifício.
É possível identificar, com esta análise entre o SMM 7 e o ProNIC, uma grande diferença ao nível das
características/especificações incluídas em cada “documento”. Deduziu-se que este facto resulta de
os “documentos” pertencerem a países diferentes, pois cada país adopta legislação diferente.
Também é importante referir que, no que diz respeito à exposição da informação, são dois
documentos já bastante próximos, uma vez que nos dois é possível identificar a informação exposta
por elementos e, em alguns casos, por ofícios.
36
Quadro 21 - Capítulos semelhantes: ProNIC/SMM 7
Resumindo, as principais diferenças identificadas foram:
• Número de capítulos;
• Características/Especificações acerca dos elementos.
Após esta análise, considera-se que algumas das características presentes nestes documentos são
importantes para a construção da proposta de modelo de regras de medição. As características mais
importantes identificadas são:
• Construção tipo quadro: permite uma utilização mais sistemática e objectiva;
• Características/especificações: devem ser utilizadas as características/especificações
incluídas na legislação Portuguesa (analogamente ao incluído no ProNIC).
• Abordagem da informação: esta deve ser realizada tanto por ofícios, como por elementos,
pois só assim se consegue um articulado mais objectivo e real do que acontece na realidade
do meio técnico.
2.5.2. Análise comparativa particular
Neste subcapítulo, efectua-se uma análise comparativa particular, isto é, uma comparação entre os
elementos consultados nos capítulos respeitantes ao tema desta dissertação: Cantaria, Carpintaria e
Serralharia. Pretende-se, com este capítulo identificar de que forma se encontra exposta a
informação ao longo dos capítulos, que elementos se encontram em cada rubrica, quais as
características/especificações a indicar para cada elemento e qual a forma que se considera mais
pertinente para a exposição da informação.
ProNIC SMM 7 2. Trabalhos preparatórios e preliminares 1. Condições preliminares/gerais 3. Demolições 3. Demolições/alterações/renovações 4. Movimento de terras 4. Movimento de terras 5. Estruturas de betão armado e/ou pré-esforçado 5. Betão In situ/betão pré-fabricado 6. Estruturas metálicas 7. Estruturas metálicas/madeira 9. Estruturas de madeira 17. Isolamentos e impermeabilizações 9. Impermeabilizações 18. Revestimentos e acabamentos 10. Revestimentos de forro/revestimentos de
painel/divisórias de juntas secas 23. Instalações e equipamentos eléctricos 20. Sistema eléctrico/iluminação 24. Ascensores, monta-cargas, escadas mecânicas
e tapetes rolantes 22. Sistemas de transporte
25. Equipamento fixo e móvel 13. Mobiliário/equipamento
37
Posteriormente, procede-se à análise entre os três elementos anteriormente identificados: CSRMC,
ProNIC e SMM 7. Esta análise está separada em três subcapítulos, de acordo com o tema da
presente tese: elementos de cantaria, carpintaria e serralharia.
2.5.2.1. Elementos de Cantaria
Neste subcapítulo, efectua-se uma análise comparativa entre a informação contida no CSRMC e o
ProNIC e, posteriormente, com o SMM 7. Os motivos pelos quais se opta por este tipo de análise
comparativa foram, em primeiro lugar, por serem documentos/aplicações nacionais, e em segundo
lugar, por apresentarem um maior número de semelhanças, ao contrário do que sucede com o
SMM7. Neste capítulo não é relevância a ordem pela qual os elementos/rubricas estão dispostos,
mas sim à sua definição e conteúdo. Identificam-se, no Quadro 22 as rubricas incluídas em cada um
dos documentos.
Quadro 22 - Elementos de cantaria: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC Regras gerais Guarnecimento de vãos Pilares Diversos Muros de suporte, de vedação, paredes exteriores e paredes interiores
Guardas, balaustradas e corrimãos
Arcos Abóbadas Escadas Guarnecimento de vãos Guardas, balaustradas e corrimãos Revestimentos
Observando-se o Quadro 22, o observador pode ser induzido na ideia de que o CSRMC engloba um
conjunto maior de elementos relativamente ao ProNIC, mas como referido anteriormente o CSRMC
encontra-se, na sua generalidade, separado por ofícios e o ProNIC por uma mistura de ofícios e
elementos. Este facto é importante pois a presente dissertação refere-se apenas a elementos
secundários em edifícios, isto é, elementos não estruturais, podendo assim eliminar-se da análise os
subcapítulos:
• Pilares;
• Muros de suporte, muros de vedação, paredes exteriores e paredes interiores;
• Revestimentos.
Como é possível verificar, a rubrica dos revestimentos também se encontra nos capítulos a eliminar
da análise. Isto acontece uma vez que esse foi um tema alvo de estudo numa dissertação anterior [4].
Retirando-se esses capítulos, restam então os capítulos inseridos no Quadro 23.
38
Quadro 23 - Capítulos estudados: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC Regras gerais Guarnecimento de vãos Guarnecimento de vãos Guardas, balaustradas e corrimãos Guardas, balaustradas e corrimãos Arcos Abóbadas Escadas
Efectuando a análise dos capítulos contidos no CSRMC e no ProNIC, é possível verificar que o
CSRMC apresenta quatro rubricas que não estão presentes no subcapítulo de elementos de cantaria
no ProNIC. Nesta aplicação estas rubricas encontram-se num outro subcapítulo a que não se teve
acesso directo, dai não serem aqui alvo de análise.
Os elementos de cantaria nos dois “documentos” encontram-se separados em dois tipos:
• Elementos de cantaria natural;
• Elementos de cantaria artificial.
Identificam-se, seguidamente, os elementos incluídos no SMM 7 para as rubricas enumeradas. No
SMM 7, é possível desde logo visualizar uma grande diferença relativamente aos dois “documentos”
anteriores. A diferença consiste na forma como os trabalhos estão separados. No SMM 7, não é
possível encontrar um subcapítulo intitulado elementos de cantaria ou com um titulo semelhante. As
rubricas anteriormente enumeradas encontram-se inseridas no capítulo F – Alvenaria, existindo,
dentro deste, quatro subcapítulos:
• F 20 Pedra Natural em paredes;
• F 21 Pedra Natural para revestimentos e ornamentos;
• F 22 Pedra artificial em paredes e revestimentos.
No SMM 7, estas três rubricas não são dispostas separadamente, existindo apenas um quadro para
as três, ou seja, os elementos e regras contidas no quadro são afectas a cada uma delas.
De forma a simplificar a análise, apenas se transcrevem e comparam os elementos que se
consideram pertinentes e passíveis de uma análise comparativa com as rubricas contidas no CSRMC
e no ProNIC. Qualquer elemento cuja integração no modelo de regras de medição se considere
importante, mas não esteja presente nesta secção, é tratado no próximo capítulo, onde se
desenvolve a proposta do modelo.
Passando à análise propriamente dita, no CSRMC o primeiro capítulo, designado por “Regras
Gerais”, pretende definir algumas regras genéricas no que diz respeito às cantarias, nomeadamente a
forma como as rubricas devem ser organizadas, seguindo as seguintes especificações e
características:
39
• Natureza e qualidade da pedra ou material artificial;
• Formas geométricas e dimensões;
• Acabamento dos paramentos vistos;
• Modos de assentamento e ligação, composição e dosagem dos ligantes.
Também são definidas, neste capítulo, as regras para a medição de perfis de cantaria, placas, entre
outros.
No caso do ProNIC, este tipo de características e especificações de material vêm inseridas nas
rubricas de cada elemento. Estas especificações são analisadas e comparadas quando se referem
em particular os capítulos em questão. Tanto no CSRMC como no ProNIC, as regras incluem todos
os trabalhos acessórios, fornecimento, carga, transporte, descarga, assentamento, montagem e
desmontagem de andaimes e cimbres.
Analisa-se agora a rubrica “Guarnecimento de Vãos”. Tanto no CSRMC como no ProNIC, os
guarnecimentos de vãos encontram-se separados da seguinte forma:
• Guarnecimento de vãos exteriores;
• Guarnecimento de vãos interiores.
Os elementos inseridos nesta rubrica são os identificados no Quadro 24.
Quadro 24 - Guarnecimento de vãos: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC Ombreiras Ombreiras
Vergas Vergas Peitoris Peitoris Soleiras Soleiras
Padieiras Capeamento
É importante referir que o facto de no CSRMC não se encontrarem os elementos padieiras e
capeamento deve-se apenas ao facto de estes não se encontrarem directamente explicitados, tendo
portanto de ser considerados.
No CSRMC, as rubricas acima transcitas devem ser separadas por tipos de vão (portões, portas,
janelas entre outros). Já no ProNIC, não existe nenhuma referência a essa separação. Analisam-se,
no Quadro 25, as diferenças existentes nas especificações/características que devem estar presentes
nos elementos anteriormente descritos.
Como se pode verificar, no ProNIC encontra-se um número de especificações/características superior
ao encontrado no CSRMC. Sendo o ProNIC mais recente, apresenta um conjunto de actualizações e
inclui uma série de disposições legais actuais. Além das especificações anteriormente descritas no
40
ProNIC, algumas rubricas incluem uma ou outra especificação suplementar de acordo com os
elementos em questão.
Quadro 25 - Características/especificações: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC • Natureza e qualidade da pedra ou
material artificial • Tipo de Pedra
• Formas geométricas e dimensões • Características da pedra • Acabamento dos paramentos vistos • Acabamento • Modos de assentamento e ligação,
composição e dosagem dos ligantes • Tipo de argamassa
• Tipo de ligantes • Forma de especificação • Resistência mecânica [MPa] • Traço • Outras características da argamassa
Analisam-se, no Quadro 26, as características/especificações contidas no SMM7.
Tendo em conta a informação anteriormente analisada e observando o Quadro 26, considera-se que
as especificações/características contidas no ProNIC permitem uma melhor descrição dos elementos,
possibilitando a existência de um número mais reduzido de dúvidas entre Empreiteiro e Dono de
Obra.
Quadro 26 - Características/especificações: SMM 7
Características/especificações contidas no SMM 7 Tipo e qualidade do material
Textura da parte anterior da pedra Textura da superfície com acabamento
Limpeza após conclusão Composição e mistura da argamassa
Tipo de rebocos Método de junção e fixação
Espessura mistura e cor da face do material de cantaria Pedras não usuais
Tipo e posição dos grampos metálicos, cavilhas, cavilhas metálicas
As regras de medição propriamente ditas, contidas no CSRMC e o ProNIC, são as ilustradas na
Figura 12.
Como se pode constatar, as regras aplicadas no ProNIC para guarnecimento de vãos são de
aplicação mais simples e objectiva.
No SMM 7, estas regras aparecem expostas de uma forma semelhante ao CSRMC, com a diferença
de estarem em forma de quadro. Analisam-se, no Quadro 27, as regras gerais aplicadas a todos os
elementos, efectuando-se posteriormente uma análise às unidades de medida.
41
Figura 12 - Regras de Guarnecimento de vãos, CSRMC/ProNIC
Quadro 27 - Regras gerais SMM7: guarnecimento de vãos
Regras Gerais SMM 7
O trabalho da pedra é medido através das medidas médias Não são efectuadas deduções para vazios ≤ 0,10 m2 Itens lineares e enumerados devem identificar estrias, gargantas, sulcos e entalhes Trabalhos de elementos curvos são descritos através do raio
No que diz respeito às unidades de medida para os elementos de guarnecimento de vãos, observe-se
o Quadro 28.
Quadro 28 - Unidades SMM 7: guarnecimento de vãos
Unidades SMM 7
Ombreiras Deve ser separado se for anexo, se anexo com um acabamento diferente ou se é isolado a medição é efectuada em [m]
Vergas/Padieiras Deve ser efectuada a descrição das dimensões e a medição é efectuada em [m] Peitoris Deve ser efectuada a descrição das dimensões e a medição é efectuada em [m] Soleiras Deve ser efectuada a descrição das dimensões e a medida é efectuada em [m] Capeamento A medição é efectuada em [m]
42
De forma a identificarem-se as principais diferenças nas unidades de medida dos elementos contidos
nos documentos, insere-se essa informação no Quadro 29.
Quadro 29 - Comparação de unidades: CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM7 Unidades do guarnecimento de vãos [m]/[m2]/[m3] Secção [mxm] [m]
A unidade de medida que prevalece nos “documentos” consultados é o metro [m]. Considera-se que
esta é a unidade mais adequada para a medição de guarnecimento de vãos, pois geralmente estes
elementos são lineares e com secções standardizadas.
Analisa-se, seguidamente, o capítulo de guardas, balaustradas e corrimãos. O CSRMC, no que diz
respeito às especificações/características, segue a mesma linha do que foi indicado nas regras
gerais, enquanto o ProNIC e SMM 7 apresentam também neste caso um conjunto de
especificações/características idênticas às anteriormente descritas. Ocasionalmente podem ser
apresentadas algumas especificações adicionais.
Os elementos contidos nesta rubrica no CSRMC e no ProNIC encontram-se separados consoante a
sua localização, seja em:
• Escadas;
• Varandas;
• Coberturas.
No SMM 7, torna-se necessário indicar as plantas de cada piso e a secção principal onde o elemento
será inserido.
Nesta rubrica, paralelamente à análise das regras, encontram-se também algumas diferenças entre
os três “documentos”. A análise é iniciada com a comparação entre o CSRMC e o ProNIC, como
disposto na Figura 13.
No que diz respeito a este conjunto de elementos de cantaria no SMM 7, apenas os corrimãos foram
identificados. A unidade de medida para corrimãos contida no SMM 7 é o [m].
Esta informação sintetiza-se no Quadro 30.
Quadro 30 - Comparação de regras de medição CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM7 Guardas [m] [mxm] -
Balaustradas [m] [un] - Corrimãos [m]/[un] [un] [m]
43
Figura 13 - Regras de guardas, balaustradas e corrimãos, CSRMC/ProNIC
Considera-se que a unidade preferencial para este tipo de elementos será o [m], quando medidos em
conjunto.
Na rubrica de arcos e abobadas, a análise comparativa realiza-se apenas para o CSRMC e o SMM 7.
O ProNIC não é analisado, pois estes tipos de elemento estão contidos noutra rubrica à qual não se
teve acesso. As características/especificações consideradas para cada documento são as já
mencionadas. As regras para abóbadas e arcos estão as incluídas na Figura 14.
Figura 14 - Regras de abóbadas e arcos, CSRMC/SMM 7
44
Como se verifica na Figura 14, a diferença entre as regras contidas nos dois documentos para estes
elementos não é significativa. De forma resumida, pode-se consultar o Quadro 31.
Quadro 31 - Comparação de regras de medição CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM7 Arcos [m]/[m3] - [m]/[un]
Abobadas [m2] - [m2]
Neste caso, considera-se que a unidade de medida preferencial para arcos é o [m] e para o caso de
abóbadas, o [m2]. Estas unidades são preferenciais mas é necessário considerar ainda outros
aspectos, os quais são descritos na proposta do modelo.
2.5.2.2. Elementos de Carpintaria
O subcapítulo dos elementos de carpintaria, de forma semelhante ao que aconteceu com o anterior
inicia-se com a análise comparativa entre a informação contida no CSRMC e no ProNIC. Mais uma
vez, dá-se maior preponderância ao conteúdo das rubricas do que à ordem pela qual estas estão
dispostas. Indicam-se, no Quadro 32, as rubricas incluídas.
Quadro 32 - Elementos de carpintaria: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC Regras gerais Janelas e portas Escadas Cerramento de vãos Estruturas de madeira Gradeamentos, guardas e corrimãos Portas, janelas e outros elementos de vãos Guarnecimento de vãos Guardas, balaustradas e corrimãos Revestimentos e guarnecimentos de madeira Divisórias leves Equipamentos
Observando-se o Quadro 32, aparentemente o CSRMC engloba um conjunto maior de elementos
relativamente ao ProNIC. Contudo, e como já referido, o CSRMC encontra-se, na sua generalidade,
separado por ofícios, enquanto o ProNIC é constituído por uma mistura de ofícios e elementos. Este
facto é importante dado que a presente dissertação se refere apenas a elementos secundários em
edifícios, isto é, elementos não primários. Omitindo as rubricas para elementos primários, restam as
identificadas no Quadro 33.
Quadro 33 - Capítulos estudados: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC Regras gerais Janelas e portas Portas, janelas e outros elementos de vãos Cerramento de vãos Guardas, balaustradas e corrimãos Gradeamentos, guardas e corrimãos Equipamentos Guarnecimento de vãos Escadas
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Numa primeira análise, verifica-se que o CSRMC e o ProNIC apresentam algumas diferenças no que
diz respeito às rubricas incluídas nesta classe de trabalhos. No CSRMC, o capítulo de elementos de
carpintaria é iniciado através de um conjunto de Regras Gerais, analogamente ao capítulo anterior.
No conjunto de regras gerais são apresentadas as especificações/características que devem ter sidas
em conta em elementos de carpintaria. No CSRMC, as medições são realizadas de modo a que
elementos com as mesmas funções construtivas sejam descritos em rubricas próprias, de acordo
com as suas características:
• Características principais e secundárias, e classes de escolha;
• Secções nominais e forma dos elementos constituintes;
• Meios de fixação e ligação entre peças e de assentamento dos elementos;
• Teor de humidade;
• Tipo de preservação das madeiras;
• Tipo de qualidade do acabamento;
• Condições de execução.
Ainda neste capítulo do CSRMC, são apresentados dois pontos de grande importância:
1. Os elementos curvos, ou com superfícies curvas, deverão ser medidos em rubricas
separadas;
2. Características das ferragens a enunciar:
• Tipo de ferragem;
• Natureza dos metais ou das ligas, ou dos seus elementos principais;
• Dimensões;
• Meios de fixação;
• Tipo de protecção e acabamento.
Estas características/especificações, no caso do ProNIC, estão dispostas individualmente para cada
elemento, sendo confrontadas as suas características aquando da análise comparativa dos mesmos.
À semelhança do capítulo anterior, nos dois “documentos” a medição deve englobar as operações de
fabrico, fornecimento e assentamento, incluindo os elementos principais e acessórios: ferragens,
vedantes, entre outros.
Analisando o SMM 7, encontram-se as rubricas separadas por elementos, dificultando a análise
comparativa entre os “documentos”, sendo esta feita praticamente elemento a elemento. Assim
sendo, os elementos passíveis de análise, inseridos no SMM7, comparativamente com o CSRMC e o
ProNIC, encontram-se nos seguintes capítulos:
• K Linings/Sheathing/Dry partitioning – K Revestimentos de forro/Revestimentos de
painel/Divisórias de juntas secas;
• L Windows/Doors/Stairs – L Janelas/Portas/Escadas
46
Dentro destes capítulos, as rubricas a considerar são as indicadas na Figura 15.
Figura 15 – Rubricas SMM 7
Fazendo a análise entre as rubricas “Portas, janelas e outros elementos de vão” do CSRMC e
“Janelas e portas” do ProNIC conclui-se que a sua separação é necessária, uma vez que, no
CSRMC, a parte “outros elementos de vão”, diz respeito essencialmente ao guarnecimento de vãos,
aspecto que é visto posteriormente, aquando da comparação com o ProNIC.
A primeira diferença visível entre os dois documentos é a forma como os elementos de janelas e
portas estão divididos. Identificam-se, estas diferenças na Figura 16.
Figura 16 - Divisão dos trabalhos em portas e janelas
47
Como é possível verificar, o ProNIC engloba um conjunto de elementos omitidos pelo CSRMC
(resistência ao fogo, segurança). Este facto deve-se à antiguidade do CSRMC relativamente ao
ProNIC, uma vez que, aquando da sua publicação, a utilização desse tipo de elementos, julga-se, não
seria muito usual. No SMM 7 não existe propriamente uma separação deste tipo, pois os elementos
são apenas identificados generalizadamente.
O Quadro 34 mostra as especificações/características que cada “documento” inclui.
Como é possível verificar, o ProNIC apresenta um conjunto de especificações muito mais numeroso
que os restantes. A principal razão para este facto é estar-se na presença de um documento recente,
criado de acordo com a legislação actualmente em vigor. É importante referir que no CSRMC, além
das especificações acima transcritas, também se devem ter em conta as especificações dispostas no
capítulo das Regras Gerais. Outro ponto importante é o facto de no quadro se encontrarem apenas
as especificações comuns a todos os elementos da rubrica de portas e janelas do ProNIC, podendo
em cada rubrica existir uma ou outra característica adicional, de acordo com o tipo de elemento.
Quadro 34 - Características/especificações: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC • Constituição • Tipo de revestimento • Tipo de movimento ou modo de abrir • Classes de deformação • Nº de folhas móveis e fixas • Classes de pressão • Dimensões • Classes de estanquidade à água • Tipo de ferragens • Classes de energia de impacto
• Dispositivos de segurança • Isolamento sonoro • Coeficiente de transmissão de calor • Factor solar
• Transmissão luminosa • Classes de permeabilidade ao ar • Classes de força de manobra • Classes de resistência no plano da folha e à torção • Classes de durabilidade mecânica • Classes de risco • Teor em água
No que diz respeito ao SMM 7, analisam-se analogamente os subcapítulos respeitantes a portas e
janelas. As especificações a que se deve dar resposta são as enunciadas no Quadro 35.
Como é possível verificar, as especificações contidas nos três documentos são muito diferentes,
sendo este facto facilmente compreensível, uma vez que o SMM 7 é um documento internacional,
não tendo em conta a legislação em vigor no nosso país, ao contrário do CSRMC e o ProNIC. Já as
diferenças encontradas entre estes dois últimos devem-se essencialmente a uma reformulação e
actualização do ProNIC relativamente ao CSRMC.
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Quadro 35 - Características/especificações SMM 7
Especificações SMM 7 Tipo e qualidade dos materiais, se madeira deve ser indicada se esta é serrada ou moldada
Tratamento preservador da madeira quando este está incluído no processo de produção Tratamentos da superfície aplicado como parte do processo de produção
Selecção e protecção para subsequente tratamento Correspondência de grãos ou cor
Limites das margens deve ser planeado, e não são permitidos divergências Método de ligação ou método construtivo
Método de fixação quando não for mencionado pelo construtor Deve mencionar-se se as fixações são efectuadas com materiais vulneráveis
Composição da argamassa Fixações, ligações e todos os acessórios devem ser incluídos
Comparam-se, na Figura 17, as regras de medição propriamente ditas.
Figura 17 - Regras de medição de portas e janelas, CSRMC/ProNIC
Analisando a Figura 17 verificam-se duas grandes diferenças. A primeira está relacionada com o
facto de no CSRMC existir uma referência directa à unidade de medida utilizada para janelas e
portas, sendo esta efectuada à unidade, enquanto no ProNIC são referenciados os mapas de vãos
onde estas serão colocadas. Isto significa que, na prática, é feita uma medição à unidade, mas
especificando a sua localização. A segunda diferença é o facto de o CSRMC ter em conta os
caixilhos e as caixas de estore e no ProNIC estes não serem mencionados explicitamente, podendo
estar incluídos na parte de acessórios, ferragens, entre outros, que fazem parte da medição. Não é
demais lembrar que, relativamente à altura e a largura definidas no ProNIC, no caso do CSRMC
49
estas especificações deverão ser incluídas na parte das dimensões, como foi referido nas
características/especificações contidas nas Regras Gerais.
No SMM 7, as regras encontradas são as incluídas no Quadro 36.
Quadro 36 - Regras e unidades SMM 7
Unidades SMM 7 Janelas e moldura da janela
• Deve ser indicado um diagrama com as dimensões • A medição é efectuada em [un] • Secções standard devem ser indicadas
Estores Guarda-sol Clarabóias, janela de tecto e molduras Portas • Deve ser indicado um diagrama com as dimensões
• A medição é efectuada em [un] • Secções standard devem ser indicadas • Deve ser indicado o peso aproximado
Alçapãos Portas de segurança Grades
Molduras e forro de portas
• Inclui ombreiras, soleiras [un] travessões verticais e horizontais [un]
• Se for fornecido o conjunto medição [un], caso não medição [m]
• As secções transversais devem ter a dimensões descritas
De uma forma resumida, podem observar-se, no Quadro 37, as unidades de medida definidas para
os elementos.
Quadro 37 - Comparação de unidades: CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM 7 Portas [un] [un] [un] Janelas e est[un] [un] [un] Caixa de estore/persianas [un]/[m2] - [un]
Como é facilmente verificável, as unidades de medida para os elementos comuns são praticamente
idênticas nos três documentos. Considera-se que as unidades de medida acima transcritas são as
mais indicadas para os elementos em causa.
Passa-se agora à análise comparativa entre os elementos de vão do CSRMC e o guarnecimento de
vãos no ProNIC.
As características/especificações contidas em cada “documento” são as indicadas no Quadro 38.
Quadro 38 - Características/especificações de guarnecimento de vãos: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC • Constituição • Tipo de elemento • Tipo de movimento ou modo de abrir • Tipo de material • Nº de folhas móveis e fixas • Outras características • Dimensões • Tipo de ferragens
50
Como é constatável no Quadro 38, as especificações no CSRMC mantêm-se para este tipo de
elementos, ao contrário do que sucede no ProNIC.
No caso do SMM 7, esta rubrica não se encontra definida, sendo possível encontrar os elementos de
guarnecimento de vão, tais como: soleiras, ombreiras, entre outros, na rubrica anterior. As
especificações para este tipo de elementos são as mencionadas anteriormente na rubrica de portas e
janelas.
Passa-se agora à análise, através da Figura 18, das regras contidas no CSRMC e no ProNIC.
Figura 18 - Regras de guarnecimento de vãos, CSRMC/ProNIC
A grande diferença identificada neste caso é o facto de, no ProNIC, estes elementos serem medidos
à unidade e no CSRMC a medida utilizada ser o [m].
A análise comparativa das unidades pode ser realizada através do Quadro 39.
Quadro 39 - Comparação de unidades de guarnecimento de vãos: CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM 7 Guarnecimento de vãos [m] [un] [un]
Neste caso, considera-se preferencial a unidade de medida contida no CSRMC [m], pois estes são
elementos usualmente lineares e com secções standardizadas.
Passamos agora a analisar a rubrica do CSRMC de guardas, balaustradas e corrimãos,
correspondente no ProNIC à rubrica de gradeamentos, guardas e corrimãos. Mais uma vez, no SMM
51
7 encontra-se esta rubrica inserida num elemento particular escadas/passadiços/balaustradas de
madeira, e não separadamente.
No CSRMC, as medições das guardas e balaustradas devem ser efectuadas separadamente
consoante se situem em escadas, varandas ou balaustradas.
No ProNIC não está definida esta separação, apenas uma especificação denominada de aplicação e
zona de aplicação, que implica a referência ao local onde o elemento é aplicado. Compararam-se, no
Quadro 40, as especificações referentes a cada “documento”.
Quadro 40 - Características/especificações de guardas, balaustradas e corrimãos: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC • Constituição • Tipo de elemento • Tipo de movimento ou modo de abrir • Tipo de material • Nº de folhas móveis e fixas • Classe de risco • Dimensões • Altura • Tipo de ferragens • Aplicação
• Zona de aplicação • Teor em água • Instalação
Mais uma vez e como é possível verificar, o ProNIC direcciona as especificações para o elemento em
concreto, enquanto o CSRMC segue as especificações inseridas nas Regras Gerais.
No caso do SMM 7, o elemento de escada é tratado como um conjunto ou seja
escada+balaústres+corrimãos, ou então, identificam-se os balaústres isolados e os corrimãos
associados. As especificações analisadas não diferem das apresentadas anteriormente.
Passamos agora a comparar na figura 19 as regras concretamente.
Figura 19 - Regras de medição de guardas, balaustradas e corrimãos, CSRMC/ProNIC
Como é possível verificar, as regras de um e de outro documento diferem entre si. Por um lado, as
guardas no CSRMC são medidas em [m], segundo o desenvolvimento do corrimão, enquanto no
52
ProNIC são medidas à [un], com indicação da sua altura. No que diz respeito a balaústres, quando
medidos separadamente as regras utilizada são iguais nos dois, sendo estes medidos à [un]. Quanto
aos corrimãos, no CSRMC são medidos em [m], enquanto que, pelo ProNIC, deve indicar-se o
diâmetro e incluir a referência do corrimão.
No caso do SMM 7, as regras apresentadas podem identificar-se no Quadro 41.
Quadro 41 - Regras e unidades SMM 7: guardas, balaustradas e corrimãos
Unidades e regras
Itens do conjunto Medição efectuada em [un]; Descrição das dimensões; Esquemas dos elementos.
Balaústres isolados Medição efectuada em [m]; Elementos curvos mencionar o raio. Corrimãos associados
Corrimãos isolados Medição realizada em [m]. Trabalhos extra em balaústres isolados ou corrimãos associados, onde estes acontecerem (fins ornamentais, elementos curvos por exemplo)
Medição efectuada em [un].
Observe-se, de seguida, o Quadro 42, onde se expõe, de forma simplificada, a análise comparativa
relativamente às unidades de medida.
Quadro 42 - Comparação de unidades: CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM 7 Conjunto de corrimãos guardas e balaustradas [m] - [un] Balaústres isolados [un] [un] [m] Corrimãos associados [m] [un] [m] Corrimãos isolados [m] [un] [m] Elementos curvos [un] - [un]
Como é possível comprovar, no caso desta rubrica as regras diferem um pouco entre os documentos
consultados. Neste caso, considera-se que as unidades inseridas no SMM 7 são preferenciais, sendo
muito semelhantes às contidas no CSRMC.
Passa-se agora à análise comparativa da rubrica de escadas incluídas no CSRMC e no SMM 7, uma
vez que não se teve acesso a esta rubrica no ProNIC.
Nesta rubrica, não são enunciadas as características/especificações de cada um dos documentos,
uma vez que estão definidas, no caso do CSRMC, no subcapítulo de Regras Gerais. No caso do
SMM 7, foram referidas na rubrica de portas e janelas.
Esta rubrica não é aqui enunciada de uma forma pormenorizada e sistemática, apenas serão
mencionadas as unidades de uma forma geral, isto é, incluindo os seus elementos principais e
acessórios. As unidades incluídas num e noutro documento são as indicas no Quadro 43.
53
Quadro 43 - Unidades de medição em escadas: CSRMC/SMM 7
CSRMC SMM 7 Escadas (conjunto) Medição é realizada em [un] Medição realizada em [un]
Como se pode verificar, a medição é efectuada de forma idêntica nos dois documentos. Considera-se
que a unidade de medida mais adequada deve ser a acima indicada.
Por fim, analisa-se a rubrica de equipamentos. A análise comparativa é realizada, mais uma vez,
apenas entre o CSRMC e o SMM 7, pois não foi possível aceder a estas rubricas no caso do ProNIC.
No CSRMC, os equipamentos encontram-se agrupados em duas rubricas distintas:
• Equipamento fixo;
• Equipamento móvel.
Já no SMM 7, podemos encontrar esta rubrica no capítulo N Furniture/Equipment equivalentente a N
Mobiliário/Equipamento.
Esta rubrica cobre todo o tipo de mobiliário e equipamento existentes num edifício como, por
exemplo, roupeiros e armários fixos, caixas de correio, entre muitos outros.
No que diz respeito às características/especificações inseridas nos dois documentos, no caso do
CSRMC estas seguem o que foi disposto nas Regras Gerais. Já o SMM 7 apresenta um conjunto de
especificações um pouco diferentes. O conjunto de características/especificações contidas no SMM 7
e no CSRMC, são as identificadas no Quadro 44.
Como se pode verificar, o tipo de especificações contidas nos documentos diferem muito. As
características/especificações do SMM 7 são mais objectivas do que aquelas encontradas no
CSRMC, as quais se consideram muito gerais, podendo não clarificar eventuais dúvidas que possam
surgir. Nos dois documentos estão incluídos todos os acessórios necessários para o transporte,
colocação e montagem.
54
Quadro 44 - Características/especificações de equipamentos: CSRMC/SMM 7
CSRMC SMM 7 • Constituição • Tipo de movimento ou modo de abrir • Nº de folhas móveis e fixas • Dimensões
• Deve-se mencionar toda a informação apropriada da aquisição, designe, execução, fornecimento e fabrico do item e a sua introdução no trabalho
• Tipo de ferragens • Detalhes da escavação e preenchimento do betão ou fundação do mobiliário/equipamento
• Códigos de prática e regulamentos devem ser especificados
• Tipo e qualidade dos materiais • Calibre, espessura ou substância do material
• Testes que se devem efectuar aos materiais e equipamentos para verificar a sua qualidade
• Acabamentos ou tratamento de superfícies aplicados in-situ
• Acabamentos e tratamento de superfícies aplicado anteriormente à sua colocação mencionando o quando
• Limitação das dimensões, nomeadamente tamanho e peso do equipamento.
As regras e unidades inseridas em cada um dos documentos são as apresentadas na Figura 20.
Figura 20 - Regras de medição, CSRMC/SMM 7
Como é fácil verificar, as unidades utilizadas são semelhantes, diferindo apenas em alguns pontos,
nomeadamente no que diz respeito às informações que devem acompanhar os elementos.
2.5.2.3. Elementos de Serralharia
A análise comparativa dos elementos de serralharia inicia-se com a comparação entre as rubricas
contidas no CSRMC e no ProNIC, como é possível observar no Quadro 45.
55
Quadro 45 - Capítulos de serralharia: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC Regras gerais Janelas e portas Portas, janelas e outros componentes de vãos Cerramento de vãos Fachadas-cortina Gradeamentos, guardas e corrimãos Guardas, balaustradas e corrimãos Guarnecimento de vãos Fachadas leves de componentes metálicos e vidro Portas e portões comerciais, industriais e de
garagem Trabalhos diversos
Analisando o Quadro 45, é possível verificar que o número de rubricas inseridas no ProNIC é superior
ao identificado no CSRMC. Efectua-se então o confronto desse conteúdo, de forma a definir as
rubricas que tratam os mesmos elementos:
Relativamente ao SMM 7, é possível identificar todos os elementos semelhantes aos encontrados no
ProNIC, efectuando-se assim a análise comparativa para todos, com excepção da rubrica de
trabalhos diversos.
À semelhança do que foi realizado anteriormente, indicam-se, em seguida as regras gerais
englobadas no CSRMC. Na rubrica de Regras Gerais, as regras de medição encontram-se
individualizadas de acordo com as características principais dos elementos:
• Natureza do metal, liga, ou dos seus elementos principais;
• Secções nominais e forma dos elementos constituintes;
• Meios de fixação e ligação entre peças de assentamento dos elementos;
• Tipo de protecção e acabamento;
• Condições de execução.
As regras de medição, neste documento, também se encontram individualizadas de acordo com o
tipo de material utilizado, nomeadamente:
• Serralharias de alumínio;
• Serralharias de aço e outros metais.
No capítulo de Regras Gerais está indicada a obrigatoriedade de referência aos meios de fixação e
ligação das peças, de acordo com as suas características:
• Tipo de ferragem;
• Natureza do metal constituinte;
Porta, Janelas e outros elementos de vãos
Fachadas-Cortina
Guardas, Balaustradas e Corrimãos
Janelas e Portas
Fachadas Leves de componentes metálicos e vidro
Gradeamentos, Guardas e Corrimãos
56
• Tipo de protecção e acabamento;
• Dimensões;
• Meios de fixação.
Mais uma vez, neste caso as especificações/características contidas no ProNIC e no SMM 7 são
indicadas em conjunto com os elementos, pois mudam de acordo com o tipo de elemento em
questão. É importante referir que, tanto no CSRMC como no ProNIC e SMM 7, a medição engloba as
operações de fabrico, fornecimento e assentamento, incluindo os elementos principais e acessórios:
ferragens, vedantes, entre outros.
Analisa-se agora o capítulo do CSRMC de portas, janelas e outros elementos de vão, que tem como
seu homólogo no ProNIC o capítulo de janelas e portas. A forma como os trabalhos de janelas e
portas estão divididos em cada “documento” pode ser observada na Figura 21.
Figura 21 - Divisão dos trabalhos em portas e janelas
Como é possível verificar, o ProNIC engloba novamente um conjunto de elementos não mencionados
no CSRMC (resistência ao fogo, segurança). Como referido anteriormente, julga-se que estas
diferenças estão relacionadas com a data de publicação de cada um dos “documentos”, já que à data
de publicação do mais antigo, a utilização desse tipo de elementos não seria muito usual.
As características/especificações presentes nos “documentos” são as identificadas no Quadro 46.
57
Quadro 46 - Características/especificações de portas e janelas: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC • Natureza do metal ou das ligas • Material • Secções nominais e forma dos elementos • Tipo de Revestimento • Meios de fixação e ligação entre peças e
de assentamento dos elementos • Espessura de anodização
• Tipos de revestimentos e de acabamento • Classes de deformação • Classe de permeabilidade ao ar, de
estanqueidade à água e resistência às acções do vento (AEV15)
• Classes de pressão
• Tipo de movimento ou modo de abrir • Classes de estanquidade à água • Número de folhas móveis e fixas • Classes de energia de impacto • Dimensões • Dispositivos de segurança • Tipo de ferragens • Isolamento sonoro • Coeficiente de transmissão de calor • Factor solar • Transmissão da luz
• Classes de permeabilidade ao ar • Classes de força de manobra • Classes de resistência no plano da
folha e à torção • Classes de durabilidade mecânica
Como se pode verificar, o ProNIC apresenta um conjunto de especificações muito mais numeroso e
detalhado. É importante referir que no quadro se encontram apenas as especificações comuns a
todos os elementos da rubrica de portas e janelas. No caso do ProNIC, poderão existir, em cada
rubrica, algumas características/especificações adicionais, de acordo com o tipo de elemento.
No que diz respeito ao SMM 7, todas as características/especificações e regras na rubrica de portas e
janelas, são em tudo idênticas ao descrito no capítulo dos elementos de carpintaria. Sintetizam-se, no
Quadro 47, as ditas características/especificações.
Quadro 47 - Características/especificações de portas e janelas: SMM 7
Especificações SMM 7 Tipo e qualidade dos materiais, se madeira deve ser indicada se esta é serrada ou moldada
Qual o tratamento preservador da madeira quando este está incluído no processo de produção Tratamentos da superfície aplicado como parte do processo de produção
Selecção e protecção para subsequente tratamento Correspondência de grãos ou cor
Limites das margens deve ser planeado, e não são permitidos divergências Método de ligação ou método construtivo
Método de fixação quando não for mencionado pelo construtor Deve ser mencionado se as fixações são efectuadas com materiais vulneráveis
Composição da argamassa Fixações, ligações e todos os acessórios devem ser incluídos
15 A classificação AEV define critérios de decisão relacionados com a resposta que janelas, portas e outros componentes de vão devem oferecer durante a acção dinâmica dos agentes meteorológicos, nomeadamente permeabilidade ao ar, estanquidade à água e resistência às acções do vento.
58
Como se verifica, o ProNIC apresenta um conjunto de características/especificações muito mais
numeroso e detalhado do que os restantes documentos. A principal razão para este facto é estar-se
na presença de um documento mais recente, criado de acordo com a legislação em vigor em
Portugal. Considera-se então que estas características/especificações são as que prevalecem na
proposta do modelo de regras de medição.
Após a análise realizada às características/especificações, realiza-se a comparação das regras e
unidades de medida inseridas em cada “documento”. Esta comparação será iniciada com a análise à
figura 22.
Como se pode visualizar, existe uma grande diferença entre as regras apresentadas, à semelhança
do constatado no subcapítulo de elementos de carpintaria. Por essa razão, as unidades de medida
adoptadas são as definidas nesse subcapítulo. Além das regras apresentadas na Figura 22, a
medição deve incluir todos os acessórios necessários, nomeadamente aros, vedantes, fixações e
ferragens.
Figura 22 - Regras de medição portas e janelas
No caso do SMM7, as regras de medição para estes elementos podem ser visualizadas no Quadro
48.
59
Quadro 48 - Regras e unidades de portas e janelas: SMM 7
Unidades SMM 7 Janelas e moldura da janela
• Deve ser indicado um diagrama com as dimensões • A medição é efectuada em [un] • Secções standard devem ser indicadas
Persianas Guarda-sol Clarabóias, janela de tecto e molduras Portas • Deve ser indicado um diagrama com as dimensões
• A medição é efectuada em [un] • Secções standard devem ser indicadas • Deve ser indicado o peso aproximado
Alçapãos Portas de segurança Grades
Molduras e forro de portas
• Inclui ombreiras, soleiras [un] travessões verticais e horizontais [un]
• Se for fornecido o conjunto medição [un], caso não medição [m]
• As secções transversais devem ter a dimensões descritas
Resumindo, comparam-se no Quadro 49 as unidades incluídas em cada documento.
Quadro 49 - Comparação de unidades em portas e Janelas: CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM 7 Portas [un] [un] [un] Janelas [un] [un] [un] Caixa de estore/estore [un]/[m2] - [un]
Como é possível verificar, as unidades de medida para os elementos comuns ao três “documentos”
são praticamente idênticas. Considera-se que estas se encontram adequadas aos elementos em
questão e que deverão ser as utilizadas na proposta do modelo.
Analisa-se agora a rubrica de fachadas-cortina no CSRMC, com o nome de “fachadas leves de
componentes metálicos e vidro” no ProNIC.
No CSRMC, as medições destes elementos devem ser separadas consoante o tipo de fachada: :
• Fachada-cortina contínua16;
• Fachada-cortina inserida verticalmente17.
A designação das fachadas-cortina está dividida nos dois documentos em dois grupos principais:
• VEB – Vidros Exteriores com Bites;
• VEC – Vidros Exteriores Colados.
16 Fachada-cortina contínua - fachada leve com um ou vários panos posicionados à frente do bordo da laje, não sendo interrompida pelas paredes divisórias ou pelos pilares do edifício. [1] 17 Fachada-cortina inserida verticalmente - fachada leve com um ou vários panos posicionados à frente do bordo da laje, mas que é interrompida pelas paredes ou pelos pilares. [1]
60
Segundo o CSRMC, as fachadas VEB “são constituídas por estrutura reticulada de perfis de alumínio
e cujos vãos são preenchidos por vidros fixados por aparafusamento pelo exterior de um perfil
denominado bite” [2]. Já as fachadas VEC são “constituídas por estruturas de alumínio em que os
vidros são directamente colados ao metal de suporte através de colas especiais” [2].
As características/especificações inseridas em cada um dos documentos são as indicadas no Quadro
50.
Como esperado, também nesta rubrica o ProNIC apresenta um número superior e maior detalhe de
características/especificações relativamente ao CSRMC. No caso do ProNIC, encontram-se ainda
incluídos na medição os acessórios, nomeadamente aros, vedantes, fixações e ferragens. Considera-
se que as especificações contidas no ProNIC, além de serem em número superior às encontradas no
CSRMC, também possibilitam uma melhor descrição dos elementos, permitindo assim a existência de
um número mais reduzido de dúvidas.
Quadro 50 - Características/especificações em fachadas-cortina: CSRMC/ProNIC
CSRMC ProNIC • Natureza do metal ou das ligas ou dos seus
elementos principais • Tipo de Fachada (VEB/VEC)
• Meios de fixação e ligação entre peças e de assentamento dos elementos • Material
• Tipos de revestimentos e de acabamento • Tipo de Revestimento • Classe de permeabilidade ao ar, de
estanqueidade à água e resistência à acção do vento (AEV)
• Espessura de anodização
• Tipo de movimento ou modo de abrir das partes móveis • Resistência ao vento
• Dimensões • Classes de resistência ao choque interior • Tipo de ferragens • Classes de resistência ao choque exterior
• Classes de permeabilidade ao ar • Classes de estanquidade à água • Isolamento sonoro • Coeficiente de transmissão ao calor • Equipotencialidade • Resistência a cargas horizontais • Classes de ensaio e integridade • Classes de ensaio de integridade e isolamento
No SMM 7, a rubrica de fachadas-cortina (H11 Curtain walling) pode ser encontrada no capítulo H
Cladding/covering – H Coberturas. Esta rubrica encontra-se disposta de uma forma distinta da
encontrada no CSRMC e no ProNIC. Não existe, neste caso, a separação dos trabalhos nos tipos de
fachadas-cortina VEB e VEC. As características/especificações encontradas neste caso são as
identificadas no Quadro 51.
Como se pode verificar, as características/especificações contidas no SMM 7 não estão apenas
direccionadas para a serralharia, pois este documento encontra-se separado por elementos e não por
61
ofícios. Podem assim encontrar-se algumas características/especificações que estão direccionadas
para a utilização de madeira.
Quadro 51 - Características/especificações em fachadas-cortina: SMM 7
Especificações SMM 7 Tipo e qualidade dos materiais, se madeira deve ser indicada se esta é serrada ou moldada
Qual o tratamento preservador da madeira quando este está incluído no processo de produção Tratamentos da superfície aplicado como parte do processo de produção
Selecção e protecção para subsequente tratamento Correspondência de grãos ou cor
Limites das margens deve ser planeado, e não são permitidos divergências Método de ligação ou método construtivo
Método de fixação quando não for mencionado pelo construtor Deve ser mencionado se as fixações são efectuadas com materiais vulneráveis
Espessura ou substância Composição da argamassa
Fixações, ligações e todos os acessórios devem ser incluídos
As regras incluídas nos dois primeiros documentos podem ser analisadas através da informação
contida na Figura 23.
Figura 23 - Regras de medição fachadas Cortina, CSRMC/ProNIC
Observando-se a Figura 23, identificam-se facilmente as diferenças nas regras e unidades de
medida. No CSRMC, nos elementos que constituem as fachadas-cortina deverão incluir-se:
62
montantes e travessas, bites, vedantes e elementos de fixação. Mais uma vez, no ProNIC tem de ser
indicada a localização do elemento e as suas dimensões.
No caso do SMM 7, as regras de medição encontradas são as incluídas no Quadro 52.
Quadro 52 - Regras e unidades em fachadas-cortina: SMM 7
Unidades SMM 7
Fachadas cortina • Medição efectuada em [m2] • Deve-se efectuar a descrição das dimensões
Itens extra na fachada-cortina onde forem necessários
Preenchimento dos painéis
• Tipo e espessura • Medição efectuada em [m2]
Perímetro • Medição realizada em [m] Anglo
Aproximações Aberturas de luzes
• Medição efectuada em [un] Portas
A forma como as fachadas-cortina são apresentadas no SMM 7, é muito diferente da verificada nos
restantes documentos. Apesar dessas diferenças, passa-se agora à comparação das unidades de
medida de uma forma geral.
Quadro 53 - Comparação de unidades em fachadas-cortina: CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM 7 Fachadas-Cortina [m2] Altura e largura [m] [m2]
Encontra-se novamente, nesta situação, uma semelhança entre as unidades contidas no CSRMC e
no SMM 7. Considera-se que essa é a unidade de medida preferencial, ou seja, o [m2], pois permite
indicar qual a área de envidraçado.
Analisa-se, em seguida, a rubrica de guardas, balaustradas e corrimãos do CSRMC, com capítulo
equivalente no ProNIC designado por “Gradeamentos, guardas e corrimãos”.
Examinando o CSRMC, observa-se que, nos elementos de guardas, as medições são efectuadas
separadamente conforme aquelas se situem em:
• Escadas e patamares;
• Varandas;
• Coberturas.
No ProNIC, esta separação não acontece da mesma forma, sendo necessário indicar a localização
dos elementos através de referências ao mapa de vãos. No que diz respeito às
características/especificações, segundo o CSRMC correspondem às que foram explicitadas nas
Regras Gerais, enquanto, segundo o ProNIC mais uma vez, são independentes para os elementos
em questão. São elas:
63
• Tipo de elemento;
• Tipo de material;
• Altura;
• Zona de aplicação;
• Instalação;
• Outras características.
Estas especificações, contidas no ProNIC, são apenas as que se encontram de uma forma geral nas
rubricas, podendo existir alguma especificação adicional, dependendo do tipo de elemento em
questão.
No caso do SMM 7, as características/especificações são idênticas às descritas para a mesma
rubrica nos elementos de carpintaria, não sendo necessário repeti-las neste caso.
Analisam-se, na Figura 24, as regras contidas no CSRMC e no ProNIC.
Figura 24 - Regras de medição de guardas, balaustradas e corrimãos, CSRMC/ProNIC
Como é possível concluir ao analisar-se a Figura 24, as regras de ambos os documentos diferem,
apesar de terem algumas semelhanças em casos particulares.
As regras e unidades encontradas no SMM 7 para esta rubrica são idênticas às dos elementos de
carpintaria, como se pode constatar através do Quadro 54.
Quadro 54 - Regras e unidades em guardas, balaustradas e corrimãos: SMM 7
64
Unidades e regras
Itens do conjunto Medição efectuada em [un]; Descrição das dimensões; Esquemas dos elementos.
Balaústres isolados Medição efectuada em [m]; Elementos curvos mencionar o raio. Corrimãos associados
Corrimãos isolados Medição realizada em [m]. Trabalhos extra em balaústres isolados ou corrimãos associados, onde estes acontecerem (fins ornamentais, elementos curvos por exemplo)
Medição efectuada em [un].
De forma a efectuar-se a análise comparativa, pode visualizar-se o Quadro 55.
Quadro 55 - Comparação de unidades em guardas, balaustradas e corrimãos: CSRMC/ProNIC/SMM 7
CSRMC ProNIC SMM 7 Conjunto de corrimãos guardas e balaustradas [m] - [un] Balaústres isolados [un] [un] [m] Corrimãos associados [m] [un] [m] Corrimãos isolados [m] [un] [un] Elementos curvos - - [un]
Verifica-se nesta rubrica que as regras diferem um pouco nos documentos consultados, à
semelhança do que sucedia nos elementos de carpintaria. Neste caso, considera-se que as unidades
inseridas no SMM 7 são preferenciais, sendo muito semelhantes às contidas no CSRMC.
Para as duas rubricas que se seguem, a análise comparativa é apenas realizada entre o ProNIC e o
SMM 7, uma vez que estes não surgem no CSRMC. Analisa-se agoora a rubrica de guarnecimento
de vãos que, ao contrário do habitual, no ProNIC, apresenta um número muito reduzido de
especificações. São elas:
• Tipo de elemento;
• Tipo de material;
• Outras características.
Por outro lado, no SMM 7 esta rubrica não existe, sendo possível encontrar os elementos de
guarnecimento de vão, tais como: soleiras, ombreiras, entre outros, nas rubricas de portas e janelas.
Analisando comparativamente, elabora-se a Figura 25.
65
Figura 25 - Regras de medição de guarnecimentos de vãos, ProNIC/SMM 7
Como se verifica, as regras e unidades são muito semelhantes.
Por fim, estuda-se a rubrica de portas e portões comerciais, industriais e de garagem. Esta
designação encontra-se no ProNIC, o mesmo não ocorrendo no SMM 7, estando a informação
organizada em rubricas distintas As características/especificações contidas no ProNIC são, de uma
forma geral, as indicadas no Quadro 56.
Quadro 56 - Características/especificações de portas e portões comerciais, industriais e de garagem: ProNIC
ProNIC • Material • Tipo de revestimento • Características adicionais
Encontra-se, no entanto, um acréscimo de especificações no caso de portões interiores,
nomeadamente as identificadas no Quadro 57.
Quadro 57 - Características/especificações de portões interiores: ProNIC
ProNIC: Portões interiores • Espessura de anodização • Classes de deformação • Classes de Pressão • Classes de estanquidade à água • Classes de energia de impacto • Dispositivos de segurança • Isolamento sonoro • Coeficiente de transmissão de calor • Factor solar • Transmissão da luz • Classes de permeabilidade ao ar • Classes de força de manobra • Classes de resistência no plano da folha e à
torção • Classes de durabilidade mecânica
66
No que diz respeito ao SMM 7, as características/especificações de uma forma geral são
semelhantes às do ProNIC, estando identificadas no Quadro 58.
Quadro 58 - Características/especificações de portas e portões comerciais, industriais e de garagem: SMM 7
SMM 7 Tipo e qualidade dos materiais
Construção Indicar o tratamento da superfície aplicado antes ou posteriormente à colocação do elemento
Tamanho e natureza do preenchimento/revestimento
De forma a analisar as regras contidas nos documentos, observe-se a Figura 26.
Como se pode deduzir, também estas regras são muito similares, considerando-se que se encontram
adequadas ao tipo de elementos em questão.
Figura 26 - Regras de medição de portas e portões comerciais, industriais e de garagens
67
3. PROPOSTA DO MODELO DE REGRAS DE MEDIÇÃO
3.1. Introdução
O modelo de regras de medição que se propõe teve como base os elementos pesquisados e
consultados quer a nível nacional, bem como a nível internacional. A consulta ao meio técnico
assume também um papel preponderante na realização e validação deste modelo, uma vez que
permite uma análise teórico-prática do mesmo.
Neste capítulo, são apresentadas todas as regras e decisões adoptadas na construção da proposta
de modelo, acompanhadas das justificações respectivas à sustentação dessas decisões. Por esta
razão, este capítulo encontra-se dividido em cinco subcapítulos, iniciando-se com justificações de
carácter geral encontradas para o modelo, progredindo sucessivamente para pontos mais específicos
relacionados com o tema da presente dissertação: Elementos de Cantaria, de Carpintaria e
Serralharia.
Para a fundamentação da proposta, também são abordadas decisões tomadas em outras
dissertações no âmbito da presente, diferindo no subtemas tratados nomeadamente Revestimentos
[4], e Movimento de Terras [3].
3.2. Proposta do Modelo
3.2.1. Capítulos das regras de medição
Após a análise da bibliografia e aplicações nacionais, nomeadamente o CSRMC e o ProNIC, verifica-
se que a disposição dos capítulos se encontra segundo as actividades de construção num edifício.
Estes dois documentos apresentam 26 capítulos, com algumas diferenças entre eles, quer ao nível
de conteúdo, quer de designação.
Na presente dissertação, considera-se que a numeração dos capítulos foge um pouco ao âmbito do
tema proposto. Assim, à semelhança de dissertações anteriormente desenvolvidas, na numeração
dos quadros inclui-se o símbolo ($), representando uma numeração hipotética para os capítulos em
questão.
Numa outra dissertação [3] no âmbito da presente, foi sugerida uma alteração à numeração do
CSRMC, devido à necessidade de inclusão de um novo capítulo e à separação e ordenação de
algumas actividades. Apesar de não se realizar nenhuma alteração/numeração dos capítulos
presentes, quer no CSRMC, quer no ProNIC, é importante referir que os capítulos da presente
dissertação seguem a lógica da informação contida no ProNIC, uma vez que este documento separa
os elementos estruturais dos elementos secundários, no caso dos capítulos de cantarias, carpintarias
e serralharias.
68
3.2.2. Justificação da Estrutura Adoptada
Este ponto assume extrema importância na realização do modelo, uma vez que a estrutura adoptada
facilita a consulta e interpretação das regras contidas no mesmo.
A estrutura adoptada vai de encontro à informação recolhida nas entrevistas efectuadas ao meio
técnico e à experiência obtida na utilização e compreensão das regras contidas na bibliografia
consultada. As razões principais desta decisão são:
• Fácil leitura e compreensão das regras;
• Objectividade;
• Facilidade de interacção com o articulado do mapa de medições;
• Uniformização com investigações já efectuadas.
A fácil leitura, a compreensão e a objectividade das regras em forma de quadro, estão relacionadas
com a organização e clareza que esta estrutura fornece, permitindo a rápida interiorização em caso
de utilização repetida.
Esta disposição da informação permite também a interacção com o articulado do mapa de medições
que se encontra igualmente em forma de quadro, existindo assim uma compatibilidade entre os dois
documentos de forma mais simplificada.
Tendo em conta as vantagens do formato tipo quadro, relativamente ao texto corrido encontrado em
alguns documentos, optou-se pela estrutura tipo quadro.
3.2.3. Conteúdo geral
Neste capítulo, pretende-se mostrar o conteúdo presente nos quadros do modelo bem como o modo
de consulta.
A organização das regras encontra-se intimamente ligada às publicações anteriormente consultadas,
nomeadamente o SMM7 e o CESMM 3. Estes documentos apresentam uma estrutura tipo quadro,
diferindo em alguns pontos, como explicitado no Capítulo 2.
O quadro inserido na proposta de modelo (Quadro 59) é uma junção dos dois quadros analisados nos
documentos anteriores (SMM 7 e CESMM 3) tirando-se partido das vantagens que ambos oferecem. Quadro 59 - Quadro tipo da proposta do modelo de regras de medição
($) Elementos de Cantaria
Informação Regras de
medição
Definições Trabalhos
incluídos
Informação
adicional Elementos
incluídos:
Elementos
excluídos: R1 D1 T1 I1
Quadro de classificação
1. 5. 9. 13. 17. R2 D2 T2 I2
2. 10. 14. R3 D3
3. 6. 11. 15. 18. D4 T3
4. 7. 12. 16. 19. R4 D5 T4 I3
8.
69
3
2
($) Elementos de Cantaria
1
Analisando o Quadro 59, verifica-se que, à semelhança do SMM7 e do CESMM3, este se encontra
dividido em quatro áreas distintas, as quais se descrevem em seguida.
1. A área 1 encontra-se na parte superior do quadro, onde se pode visualizar a designação “($)
Elementos de Cantaria”. O seu objectivo é identificar a classe de trabalhos, sendo o símbolo
($) representativo de um número que, neste trabalho, indica o capítulo. Os itens do quadro
são referenciados com base nesse primeiro cabeçalho.
Quadro 60 - Área de classe de trabalhos
2. A área 2 localiza-se um pouco abaixo da anterior, representando a informação relativa aos
elementos incluídos ou excluídos no respectivo quadro. Nesta zona, são definidos os
elementos que estão nele contidos e que serão alvo das regras presentes. No caso dos
elementos excluídos, estes têm uma referência ao quadro em que poderão ser consultados.
Quadro 61 - Área de elementos incluídos/excluídos
3. A área 3 é designada de quadro de classificação, contendo 5 colunas, cada qual
correspondente a uma subdivisão dos trabalhos abordados pelas regras de medição. Na
primeira coluna encontram-se os trabalhos mais gerais, na segunda é apresentada uma
subdivisão desses trabalhos, o mesmo sucedendo para a terceira coluna, em relação à
segunda. A quarta coluna corresponde à definição das unidades relativas ao conteúdo das
colunas anteriores. Na quinta coluna integram-se detalhes, sendo de referir que normalmente
estes são fornecidos em documentos específicos.
Quadro 62 - Área do quadro de classificação
Quadro de Classificação
1. 5. 9. 13. 17.
2. 10. 14.
3. 6. 11. 15. 18.
4. 7. 12. 16. 19.
8.
Informação
Elementos incluídos: Elementos excluídos:
70
4
4. Na área 4 são apresentados os critérios de medição. Esta localiza-se à direita dos trabalhos
incluídos e excluídos, e do quadro de classificação. A estrutura desta área está ligada ao
quadro de classificação de forma a estabelecer uma correspondência entre os trabalhos e as
respectivas regras de medição. Estes critérios subdividem-se em quatro colunas:
• Regras de medição (R): reúne os critérios pelos quais os trabalhos são quantificados e
como devem ser medidos;
• Definições (D): contém as regras que estabelecem a extensão e os limites do trabalho,
sendo este representado por uma palavra ou expressão utilizada nas regras;
• Trabalhos incluídos (T): reúne os critérios que definem que trabalhos particulares serão
incluídos em determinado artigo do mapa de medições, de modo a que os preços
apresentados no orçamento reflictam a quantidade e a extensão dos trabalhos a realizar;
• Informação adicional (I): contém critérios/especificações que deverão ser fornecidos,
além da descrição das rubricas incluídas.
Quadro 63 - Área dos critérios de medição
Regras de Medição Definições Trabalhos
incluídos
Informação adicional
R1 D1 T1 I1
R2 D2 T2 I2
R3 D3
D4 T3
R4 D5 T4 I3
Com o objectivo de facilitar e uniformizar a numeração dos diversos artigos do mapa de medições, as
regras de medição são também numeradas. Esta numeração é constituída por uma letra que refere
ao tipo de regra, e por um número que indica a posição na coluna.
As regras devem ser usadas e lidas de acordo com a disposição das colunas e linhas, como se pode
verificar de seguida:
• As regras/itens R1, D1, T1 e I1 encontram-se localizados acima da linha de classificação e,
portanto, aplicam-se a todos os itens da secção;
71
• Os trabalhos na célula 1 utilizam as subclassificações das células 5 e 9, as unidades
especificadas em 13 e itens suplementares indicados em 17. As regras específicas
associadas a estes itens são definidas nas células R2, D2, T2 e I2;
• Os trabalhos na célula 2 utilizam as subclassificações das células 5 e 10, as unidades
especificadas em 14 e itens suplementares indicados em 17. As regras específicas
associadas a estes itens são definidas nas células R3, D3, T2 e I2;
• Os trabalhos na célula 3 utilizam as subclassificações das células 6 e 11, as unidades
especificadas em 15 e itens suplementares indicados em 18. As regras específicas
associadas a estes itens são definidas nas células R3, D4, T3 e I2;
• Os trabalhos na célula 4 podem utilizar as subclassificações tanto da célula 7, como da célula
8. Este facto está representado no quadro através da linha tracejada.
Em suma, as regras nos quadros são lidas da esquerda para direita. As linhas horizontais definem as
relações entre os itens, as subclassificações e as regras específicas.
3.2.4. Descrição das unidades de medida
As unidades de medida mais utilizadas para os elementos contidos na proposta do modelo de regras
de medição são: a unidade [un], o metro [m] e o metro quadrado [m2]. Este facto não é impeditivo
ocasionalmente ser identificada uma unidade de medida diferente, como no caso das portas em
elementos de serralharia, em que deverá ser indicado o peso aproximado em quilograma [kg]18.
As unidades de medida utilizadas na proposta do modelo seguem as designações definidas no
CSRMC, com algumas alterações que se consideram necessárias, como indicado no Quadro 64.
Quadro 64 - Unidades base de medida
Unidade Designação Símbolo Genérica Unidade un
Comprimento Metro m Superfície Metro quadrado m2
Massa Quilograma kg Pressão Mega Pascal MPa
Quando existem resultados parciais nos cálculos das medições, estes devem obedecer aos seguintes
arredondamentos:
18 O peso é uma força, ou seja, a sua unidade de medida é o Newton [N]. Este facto não acontece no presente trabalho, dado que se adopta a designação de peso utilizada no senso comum que é, erradamente, sinónimo de massa.
72
2
($) Elementos de Cantaria 1
Quadro 65 - Arredondamento de resultados parciais
Medida Arredondamento Metro (m) Centímetro (cm)
Metro quadrado (m2) Decímetro quadrado (dm2) Quilograma (kg) Hectograma (hg)
MegaPascal (MPa) Quilopascal (kPa)
Quando se tratam as quantidades globais a incluir no mapa de medições, estas devem obedecer aos
arredondamentos seguintes:
Quadro 66 - Arredondamentos de quantidades globais
Medida Arredondamento Metro (m) Decímetro (dm)
Metro quadrado (m2) Decímetro quadrado (dm2) Quilograma (kg) Quilograma (kg)
MegaPascal (MPa) Megapascal (KPa)
3.2.5. Conteúdo dos quadros
Para o preenchimento dos quadros da proposta do modelo, toma-se em conta a bibliografia
consultada, bem como as opiniões recolhidas no meio técnico.
Uma das principais dúvidas iniciais prendeu-se com a melhor separação das rubricas, se por ofícios,
se por elementos de construção. Após consultar a bibliografia e tendo em conta a opinião do meio
técnico, resolve-se fazer uma mistura dos dois. Esta decisão é facilmente justificada, pois a
separação por ofícios deve-se ao facto de os trabalhos de Cantaria, Carpintaria e Serralharia serem
realizados por operários especializados: canteiros, carpinteiros e serralheiros respectivamente.
Na proposta do modelo, a separação dos quadros por elementos de construção deve-se à forma
como os aqueles são preenchidos. Este preenchimento é efectuado a partir de: tipo de material,
características, especificações e critérios de medição. Por vezes, estas características são bastante
específicas para cada elemento, mesmo dentro do mesmo ofício. O ofício é facilmente identificável no
cimo do quadro, como referido anteriormente. Para identificar os elementos inseridos em cada
quadro, consulta-se a zona dos elementos incluídos e excluídos.
Quadro 67 - Definição dos trabalhos
Quadro 68 - Elementos incluídos/excluídos
Informação
Elementos incluídos: Elementos excluídos:
73
3.2.5.1. Elementos de Cantaria
3.2.5.1.1. Introdução
Neste subcapítulo da dissertação, pretende-se realizar uma descrição geral dos elementos inseridos
na proposta do modelo de regras de medição, para o caso de elementos de Cantaria. Realiza-se
também uma justificação geral das regras adoptadas, identificando-se as razões que levam a inserir
uma dada informação e não outra, e a importância da sua integração para a validação da proposta.
Os elementos de cantaria deverão abranger tanto cantaria natural, como cantaria artificial.
3.2.5.1.2. Análise e justificação de regras propostas
Após uma análise intensiva à bibliografia consultada e tendo sempre em conta os pontos focados
pelo meio técnico, escolhem-se os elementos de cantaria a inserir na proposta do modelo de regras
de medição. É importante referir novamente que o tema da presente dissertação está relacionado
com elementos secundários, sendo excluídos todos os elementos primários na construção de um
edifício, como sejam os elementos estruturais. Outro ponto a ter-se em conta é o de alguns
elementos não estarem presentes na proposta do modelo, por fazerem parte do capítulo de
revestimentos, tema já abordado noutros estudos [4]. Considera-se importante não haver repetição
de elementos já alvo de estudo, de forma a existir uma continuidade do trabalho no que respeita a
regras de medição. Apenas no caso de haver alguma diferença de abordagem, ou alguma regra que
não se considera de acordo com a informação recolhida, esta será alterada. Determina-se então que
os elementos a incluir na proposta do modelo para elementos de cantaria são:
Quadro 69 - Elementos de cantaria considerados na proposta do modelo
Elementos de Cantaria Guarnecimento de vãos
Guardas, balaustradas e corrimãos Escadas
Arcos e abobadas Rodapés Lancis
Cornijas
Uma singularidade facilmente perceptível na proposta do modelo, no caso de elementos de cantaria,
é que estes se encontram todos inseridos no mesmo quadro. Este facto é facilmente justificável, pois
os elementos de pedra apresentam um conjunto de características, especificações e abrangência
muito semelhante, possibilitando assim a inserção de todos os elementos em apenas um quadro.
Quanto às regras de medição, estas surgem de uma análise comparativa cruzada entre a bibliografia
anteriormente referida e a informação recolhida no meio técnico. No caso das características e
especificações que se devem respeitar quando é efectuada uma medição, considera-se o ProNIC o
“documento” mais adequado para o preenchimento do modelo. O ProNIC apresenta uma descrição
exaustiva praticamente elemento a elemento, proporcionando uma descrição clara, objectiva e sem
74
dúvidas das carcaterísticas e especificações. Outra razão preponderante para esta escolha foi o facto
deste “documento” se encontrar actualizado relativamente ao CSRMC, nomeadamente no que diz
respeito à legislação em vigor. Por outro lado, sendo um elemento nacional, este encontra-se
adaptado às necessidades encontradas em Portugal, ao contrário de algumas regras encontradas no
SMM 7. Apesar de se seguir principalmente este documento pelas razões descritas, poderão ser
identificadas outras características e especificações provenientes de outros documentos.
Quanto ao restante preenchimento do quadro, ou seja, às regras propriamente ditas (unidades,
definições, trabalhos incluídos, entre outros), os “documentos” utilizados foram o CSRMC e o SMM 7.
Neste caso, estes componentes foram os mais utilizados, em detrimento do ProNIC, uma vez que
este último é uma aplicação na óptica do utilizador, na qual se vão preenchendo campos, tendo como
objectivo final o preenchimento de um articulado. Esta decisão também é reforçada pelo facto do
ProNIC não ter a função de guia de consulta de regras de medição, como é o caso dos restantes
documentos. Na Figura 27 identificam-se as fontes e os respectivos elementos delas retirados, que
compõem o modelo proposto.
Figura 27 - Caracteristicas/especificações/regras/unidades/definições/trabalhos
Nos elementos de cantaria, a unidade mais utilizada é o metro [m]. Considera-se que esta é a medida
mais adequada, pois os elementos são na sua maioria lineares (quando vistos em planta), sendo
facilmente indicadas as suas dimensões através dessa unidade. Em elementos singulares como
esculturas e ornamentos, a medida utilizada será a [un]. Este facto deve-se à peculiaridade que estes
elementos demonstram.
3.2.5.1.3. Modelo Proposto
O Modelo proposto poderá ser consultado no anexo A, devido à extensão que este apresenta.
75
3.2.5.2. Elementos de Carpintaria
3.2.5.2.1. Introdução
À semelhança do que sucedeu no subcapítulo de elementos de cantaria, neste subcapítulo pretende-
se realizar uma descrição geral dos elementos inseridos na proposta do modelo de regras de
medição para o caso de elementos de carpintaria. É também realizada uma justificação geral das
regras adoptadas, identificando-se as razões que levaram a inserir uma dada informação e não outra,
e a importância da sua integração para a validação na proposta de modelo de regras de medição.
3.2.5.2.2. Análise e justificação de regras propostas
A escolha dos elementos de carpintaria teve em conta o facto de o tema da presente dissertação só
abranger os elementos secundários, excluindo todos os elementos primários na construção de um
edifício, como sejam os elementos estruturais. Outro ponto a ter-se em conta é o de alguns
elementos não estarem presentes na proposta do modelo, por fazerem parte do capítulo de
revestimentos, tema já abordado noutros estudos [4]. Determina-se então que os elementos a incluir
na proposta do modelo são:
Quadro 70 - Elementos de carpintaria considerados na proposta do modelo
Elementos de Carpintaria Portas e janelas
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos Guarnecimento e cerramento de vãos
Equipamentos e mobiliário Rodapés
Os elementos descritos acima encontram-se divididos na proposta do modelo ao longo de quatro
quadros, sendo que a divisão foi efectuada da seguinte forma:
Figura 28 - Separação dos elementos de carpintaria
Como se pode verificar, as rubricas encontram-se separadas por elementos de construção, podendo
ser encontradas dentro de cada rubrica os elementos que as constituem. A título de exemplo,
76
analisam-se os elementos da rubrica Portas e Janelas, mais propriamente o elemento janelas. Este
conjunto inclui:
• Janelas e molduras;
• Estores;
• Guarda-sóis
• Clarabóias e janelas de tecto e molduras;
• Telas;
• Montras;
• Caixas de estore.
Como se pode verificar, os elementos acima descritos são os comummente encontrados na
construção de janelas.
Quanto às regras de medição, estas surgem de uma análise comparativa cruzada entre a bibliografia
anteriormente referida e a informação recolhida no meio técnico. No caso das características e
especificações que se devem respeitar quando é efectuada uma medição, considera-se o ProNIC o
“documento” mais adequado para o preenchimento do modelo. O ProNIC apresenta uma descrição
exaustiva praticamente elemento a elemento, proporcionando uma descrição clara, objectiva e sem
dúvidas das características e especificações. Outra razão preponderante para esta escolha foi o facto
deste “documento” se encontrar actualizado relativamente ao CSRMC, nomeadamente no que diz
respeito à legislação em vigor. Por outro lado, sendo um elemento nacional, este encontra-se
adaptado às necessidades encontradas em Portugal, ao contrário de algumas regras encontradas no
SMM 7. Apesar de se seguir principalmente este documento pelas razões descritas, poderão ser
identificadas outras características e especificações provenientes de outros documentos.
Quanto ao restante preenchimento do quadro, ou seja, às regras propriamente ditas (unidades,
definições, trabalhos incluídos, entre outros), os “documentos” utilizados foram o CSRMC e o SMM 7.
Neste caso, estes componentes foram os mais utilizados, em detrimento do ProNIC, uma vez que
este último é uma aplicação na óptica do utilizador, na qual se vão preenchendo campos, tendo como
objectivo final o preenchimento de um articulado. Esta decisão também é reforçada pelo facto do
ProNIC não ter a função de guia de consulta de regras de medição, como é o caso dos restantes
documentos.
A unidade de medida mais utilizada nos elementos de carpintaria é unidade [un]. Considera-se que
esta é a medida mais adequada, pois a maioria dos elementos são medidos como um conjunto que
normalmente é repetido em obra. Alguns casos, nomeadamente em elementos lineares com secções
standardizadas, devem ser medidos ao metro [m].
3.2.5.2.3. Modelo Proposto
O Modelo proposto poderá ser consultado no anexo A, devido à extensão que este apresenta.
77
3.2.5.3. Elementos de Serralharia
3.2.5.3.1. Introdução
Neste subcapítulo, à semelhança do que foi efectuado nos elementos de cantaria e serralharia,
pretende-se realizar uma descrição geral dos elementos inseridos na proposta do modelo de regras
de medição para o caso de elemento de serralharia. Realiza-se também uma justificação geral das
regras adoptadas, identificando-se as razões que levam a inserir-se uma dada informação e não
outra, e a importância da sua integração para a validação da proposta de modelo de regras de
medição. Os elementos de serralharia deverão conter serralharia de alumínio e serralharia de aço e
outros metais.
3.2.5.3.2. Análise e justificação de regras propostas
Após análise intensiva à bibliografia consultada e com base nos pontos focados anteriormente,
determinam-se os elementos de serralharia a inserir na proposta do modelo de regras de medição.
Os elementos a incluir na proposta do modelo são os identificados no Quadro 71.
Quadro 71 - Elementos de serralharia considerados no modelo
Elementos de Serralharia Portas e janelas
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos Guarnecimento e cerramento de vãos
Fachadas leves de componentes metálicos e vidro Portas e portões comerciais, industriais e de garagem
Os elementos descritos acima encontram-se divididos na proposta do modelo ao longo de cinco
quadros. A divisão foi efectuada como indicado na figura 29.
Figura 29 - Separação dos elementos de serralharia
Como se pode verificar, neste caso e à semelhança do que foi realizado anteriormente, as rubricas
encontram-se separadas por elementos de construção. Dentro de cada rubrica podem ser
encontrados os elementos que a constituem, à semelhança do demonstrado no caso de elementos
de carpintaria.
78
Quanto às regras de medição, estas surgem de uma análise comparativa cruzada entre a bibliografia
anteriormente referida e a informação recolhida no meio técnico. No caso das características e
especificações que se devem respeitar quando é efectuada uma medição, considera-se o ProNIC o
“documento” mais adequado para o preenchimento do modelo. O ProNIC apresenta uma descrição
exaustiva praticamente elemento a elemento, proporcionando uma descrição clara, objectiva e sem
dúvidas das características e especificações. Outra razão preponderante para esta escolha foi o facto
deste “documento” se encontrar actualizado relativamente ao CSRMC, nomeadamente no que diz
respeito à legislação em vigor. Por outro lado, sendo um elemento nacional, este encontra-se
adaptado às necessidades encontradas em Portugal, ao contrário de algumas regras encontradas no
SMM 7. Apesar de se seguir principalmente este documento pelas razões descritas, poderão ser
identificadas outras características e especificações provenientes de outros documentos.
Quanto ao restante preenchimento do quadro, ou seja, às regras propriamente ditas (unidades,
definições, trabalhos incluídos, entre outros), os “documentos” utilizados foram o CSRMC e o SMM 7.
Neste caso, estes componentes foram os mais utilizados, em detrimento do ProNIC, uma vez que
este último é uma aplicação na óptica do utilizador, na qual se vão preenchendo campos, tendo como
objectivo final o preenchimento de um articulado. Esta decisão também é reforçada pelo facto do
ProNIC não ter a função de guia de consulta de regras de medição, como é o caso dos restantes
documentos.
A unidade de medida mais utilizada nos elementos de serralharia é unidade [un]. Considera-se que
esta é a medida mais adequada, pois a maioria dos elementos são medidos como um conjunto que
normalmente é repetido em obra. Alguns casos, nomeadamente em elementos lineares com secções
standardizadas, devem ser medidos ao metro [m].
3.2.5.3.3. Modelo Proposto
O Modelo proposto poderá ser consultado no anexo A, devido à extensão que este apresenta.
79
4. CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
4.1. Conclusões
Na execução de uma obra, a orçamentação é uma actividade crítica e fundamental para prevenir
desvios no prazo e no custo. A medição assume um papel preponderante na execução dos
orçamentos, pois é através da determinação quantitativa dos trabalhos realizados, que estes são
elaborados. A inexistência de regulamentação e de uniformização de regras de medição gera muitas
vezes conflitos entre Donos de Obra e Empreiteiros. A criação de um conjunto de regras de medição
na construção torna-se assim essencial para que se possam atingir as seguintes metas:
• Uniformizar critérios que suportem os articulados de mapas de quantidades propostos a
concurso;
• Uniformizar critérios de medição utilizados pelos empreiteiros, na elaboração das suas
propostas de concurso;
• Uniformizar os sistemas de classificação de trabalhos utilizados em mapas de medição,
orçamentos e análises económicas;
• Uniformizar os critérios de medição dos trabalhos em obra;
• Reduzir conflitos entre Donos de Obra e Empreiteiros.
À semelhança de dissertações anteriormente desenvolvidas, pretendeu-se com esta dissertação criar
uma proposta de modelo de regras de medição de cantaria, carpintaria e serralharia em edifícios. A
inexistência de legislação e as necessidades existentes no meio técnico nacional levaram ao
desenvolvimento deste estudo, tendo sempre em consideração as disposições legais e outras
aplicações (ProNIC) actualmente utilizadas. O estudo foi desenvolvido com base na metodologia
definida no inicio do trabalho, relevando-se os seguintes pontos:
a) Pesquisa de informação relativa a legislação e publicações existentes a nível nacional e
internacional sobre regras de medição, aplicadas a elementos secundários de cantaria,
carpintaria e serralharia;
b) Classificação e codificação dos trabalhos descritos nos mapas de medição;
c) Identificação das unidades de medição, regras gerais e específicas aplicáveis aos diferentes
elementos de construção.
Através da pesquisa bibliográfica e aplicações consultadas, foram definidos os documentos mais
relevantes. O estabelecimento de contactos com empresas permitiu realizar uma avaliação da prática
corrente em matéria de regras de medição em Portugal, assim como recolher opiniões da sua
utilização. Posteriormente, realizou-se uma análise comparativa entre os documentos seleccionados
e a informação recolhida no meio técnico, definindo-se um conjunto de aspectos que foram tidos em
conta no desenvolvimento do trabalho, designadamente:
80
• Estrutura da informação: conclui-se que a estrutura tipo quadro é preferencial, pois permite
uma fácil leitura e compreensão das regras, facilitando a interacção com o articulado de mapa
de medições;
• Codificação e numeração dos trabalhos: considerou-se preferível manter o tipo de codificação
e numeração apresentado no ProNIC, pois este permite uma maior semelhança com a
bibliografia internacional e, consequentemente, uma maior uniformização;
• Classificação dos trabalhos: considerou-se apropriado realizar um cruzamento entre ofícios
(cantaria, carpintaria e serralharia) e elementos
O trabalho desenvolvido permitiu assim identificar algumas necessidades relacionadas com a
temática das regras de medição, considerando-se que a criação de um modelo de regras de medição
simples e objectivo, que contemple as necessidades do meio técnico em Portugal, poderá colmatar
muitos dos problemas sentidos nos trabalhos de construção.
O âmbito de aplicação das regras de medição, em Portugal, restringe-se apenas à construção de
edifícios. Considera-se que as regras de medição deveriam ser alargadas à construção em geral,
com a finalidade de uniformizar a sua aplicação a todo o tipo de obras.
Por outro lado, este trabalho permitiu também concluir ser necessário aperfeiçoar um conjunto de
especificações e características dos elementos construtivos, nomeadamente a classificação AEV [2]
para janelas e portas, desconhecida ou não utilizada pelo meio técnico.
O desenvolvimento da dissertação teve como objectivo ser parte integrante de um trabalho
actualmente em desenvolvimento com vista à criação de um conjunto de regras de medição. O
estudo contemplou a classificação, identificação e actualização dos principais elementos secundários
de pedra, madeira e metal, baseando-se sempre em todos os elementos consultados e as
informações obtidas no meio técnico.
Por fim, considera-se que os objectivos principais desta dissertação foram atingidos, com a
esperança que venha a contribuir para a evolução das regras de medição em Portugal.
4.2. Desenvolvimentos Futuros
A realização da presente dissertação poderá ser impulsionadora para eventuais desenvolvimentos
futuros no capítulo das regras de medição. Os pontos que se consideram mais prioritários são:
• Reestruturar e actualizar as regras de medição para os restantes trabalhos na construção,
alargando a sua abrangência para a Engenharia Civil em geral, nomeadamente, construção
de pontes, engenharia rodoviária, ferrovias, construção hidráulica, geotecnia;
• Estudar a viabilidade da realização de um único modelo de regras de medição para a
construção, ou se deverão existir diversos modelos consoante o tipo de construção em
causa;
81
• Desenvolver um documento único com toda a informação relativa à Engenharia Civil,
facilitando assim a sua consulta para os profissionais do ramo.
Relativamente ao tema desta dissertação, foi possível identificar alguns aspectos que poderão vir a
ser desenvolvidos e aprofundados. Esses aspectos designadamente os seguintes.
• Validar a proposta de modelo de regras de medição desta dissertação e das anteriormente
desenvolvidas, através da sua utilização a nível prático;
• Realizar uma actualização, reformulação e separação objectiva dos elementos de construção,
definindo-se em que rubrica estes deverão ser incluídos, de forma a não existir redundância
(alguns elementos inseridos nesta dissertação também se encontram presentes na realizada
sobre revestimentos [4]);
Durante a pesquisa bibliográfica, teve-se conhecimento de um documento que está actualmente a ser
desenvolvido pela instituição RICS [8] (responsável pela publicação do SMM7), intitulado New Rules
Of Measurement. Este documento encontra-se separado em três volumes:
• Volume 1 - Order of cost estimating and elemental cost planning
• Volume 2 – Procurement (alternativa ao SMM 7);
• Volume 3 - Whole Life Costing.
Dos três volumes anteriormente referidos, apenas o primeiro foi publicado. Considera-se que será
importante em estudos futuros, no âmbito das regras de medição, ter em conta estas publicações
com especial relevância para o Volume 2.
De forma a dar continuidade às publicações e projectos de investigação desenvolvidos pelo LNEC,
julga-se ser necessário ter em conta os pontos acima focados atingindo assim o objectivo de
lançamento de um conjunto de regras a utilizar por todas as partes envolvidas no sector da
construção em Portugal.
82
83
Referências Bibliográficas
[1] - The Royal Institution of Chartered e Confederation Surveyors, The Building Employers. SMM7 -
Measurement Code. A code of procedure for measurement of Building Works. 1992.
[2] - Fonseca, M. Santos. Regras de Medição na Construção. Lisboa : LNEC, 2008.
[3] - Guilherme, Pedro. Escavações e Movimentos de Terras - Regras de medição na construção,
modelo aplicável a Portugal. Lisboa : IST, 2008.
[4] - Ramos, Bárbara. Regras de medição de revestimentos na construção de edifícios - proposta de
modelo para aplicação em Portugal. Lisboa : IST, 2008.
[5] - Alves, Dias L.M. Organização e Gestão de Obras - Documento de apoio às aulas da disciplina.
Lisboa : IST, 2008.
[6] - Código dos Contratos Públicos (publicados no Decreto-Lei n.º 18/2008, Janeiro). Diário da
Replública, n.º 20, série I, de 29 de Janeiro de 2008.
[7] - Regulamento dos Concursos para Empreitadas e Fornecimento de Obras Públicas (publicado na
Portaria n.º 959/2009, Agosto). Diário da Républica n.º 162, série I, de 21 de Agosto de 2009.
[8] -The Royal Institution of Chartererd Surveyors. http://www.rics.org/. (consultado a 20 de Novembro
de 2009)
[9] - Deutshes Institut für Normung. http://www.nabau.din.de/. (consultado a 5 de Agosto de 2010 )
[10] - The Royal Institution of Chartered e Confederation Surveyors, The Building Employers.
Standard Method of Mesurement of Building Works 7th edition. 1992.
[11] - Institution of Civil Engineers. Civil Engineering Standard Method of Mesaurement 3rd edition.
Londres : Thomas Telford Ltd, 1991.
[12] - Constrution contract procedures (VOB) - Part C: General Technical specifications in constrution
contracts. Tradução inglesa das normas alemâs Verdingungsordnung für Bauleistungen. Dezembro,
1992.
[13] - Kelly, Patrick e Macnamara, Patrick. SMM7 Explained and Illustrated. UK : RICS Books, 2003.
[14] - IHS. http://uk.ihs.com/collections/din/esdeu.htm. (consultado a 19 de Abril de 2010)
[15] - Grupo Mota-Engil. http://www.mota-engil.pt/.(consultado a 10 de Agosto de 2010)
[16] - Somague S.A.. http://www.somague.pt/.(consultado a 10 de Agosto de 2010)
[17] - Centre Scientifique et Technique de La Construction. Métré de Bâtiments Volume 1,2 e 3.
Bruxelas : s.n., 1989.
84
[18] - European Committee for Standardization. http://www.cen.eu/cen/Pages/FAQ.aspx. (consultado
a 12 de Fevereiro de 2010)
[19] - International Organization for Standardization. http://www.iso.org/iso/about.htm. (consultado a
12 de Fevereiro de 2010)
[20] - Protocolo para a Normalização da Informação Técnica na Construção
http://www.inci.pt/Portugues/iniciativasprogramas/EmDesenvolvimento/Paginas/Pronic.aspx
(consultado a 10 de Agosto de 2010).
[21] - The society of Chartered Surveyors. http://www.scs.ie/. (consultado a 20 de Novembro de 2009)
85
ANEXOS
Anexo A: Proposta do modelo
Anexo B: Glossário de termos técnicos
A.1
Anexo A: Proposta do modelo
A.2
($) Elementos de Cantaria
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Guarnecimento de vãos
Guardas, balaustradas e corrimãos
Escadas
Arcos e abóbadas
Rodapés
Lancis
Cornijas
Elementos excluídos: R1 A medição do trabalho da pedra é realizada de acordo com as medidas médias
R2 Não se efectuam deduções para aberturas ≤ 0,10 m2
R3 No trabalho de elementos curvos deverá indicar-se a definição dos raios medidos à face
R4 Itens lineares deverão indicar aberturas de ligação, entalhes, encaixes, e todos o cortes
R5 Perfis cortados obliquamente, a medida será a do maior comprimento do perfil
R6 As medidas para determinação de chapas de superfície irregular serão obtidas através do menor rectângulo circunscrito a essas superfícies
D1 A espessura indicada deverá ser a espessura nominal excepto quando for mencionado o contrário
T1 Os trabalhos deverão incluir:
a) Pedra extra para junções
b) Material extra para trabalhos curvos
c) Encaixes, aberturas, ranhuras, finalizações e moldes
d) Grampos metálicos, buchas, vedantes e elementos do tipo
e) Trabalhos em reentrâncias, e extremidades
f) Trabalhos de nivelamento
T2 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos
I1 Tipo de Pedra
I2 Características da Pedra
I3 Acabamento
I4 Tipo de Argamassa
I5 Tipo de Ligantes
I6 Forma de especificação
I7 Traço
I8 Resistência Mecânica [MPa]
I9 Localização do elemento
I10 Outras características
Quadro de Classificação
1. Soleiras
2. Peitoris
3. Vergas
4. Padieiras
5. Lancis
6. Cornijas
7. Capeamento
1. Descrição das dimensões
m
8. Ombreiras
9. Esquinas
1. Ligação
2. Ligação com acabamentos diferentes do elemento deverá, ser descrito o tipo de acabamento
3. Isolada
m R7 Esquinas e ombreiras são medidas na vertical
D2 Pedra de ligação é aquela que é do mesmo tipo da parede onde será colocada
D3 Pedra isolada é aquela que está ligada a outro tipo de construção
10. Outros guarnecimentos de vãos
1. Indicação da espessura
m
11. Arcos 1. Descrição da altura da face, largura do intradorso e da forma do arco
m T3 Arcos são medidos através do perímetro médio ou o comprimento na face
T4 A medição será realizada à unidade quando o item for medido linearmente
un
12. Abóbadas 1. Descrição da espessura e tipo da abobada
m2
13. Degraus 1. Descrição das dimensões
1. Planos
2. Inclinados
m
14. Arranques
15. Desembarques
16. Patins
un
17. Guardas, balaustradas, corrimãos
1. Elementos ornamentais devem ser medidos em rubrica separada (un)
m 1. Troços curvos o raio deverá ser indicado
R8 Sempre que necessário os elementos curvos e/ou não planos poderão ser medidos em rubricas separadas
T5 Acabamentos planos estarão incluídos
18. Balaustradas isoladas
19. Corrimãos isolados
un D3 Balaustradas e corrimãos isolados são aqueles que não formam parte integral do elemento de escada
A.3
($) Elementos de Carpintaria
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Portas, janelas
Elementos excluídos:
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos (quadro ($$))
Guarnecimento e cerramento de vãos (quadro ($$$))
Equipamentos e mobiliário (quadro ($$$$))
D1 Todas as medições são nominais excepto se for mencionado o tamanho com acabamento
T1 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos
Quadro de Classificação 1. Portas 1. Descrição das
dimensões un R1 Secções
standardizadas deverão ser indicadas
R2 Portas de uma folha ou mais deverão ser contadas como uma porta
R3 Portas quando fornecidas com as molduras e guarnições associadas são medidas em rubricas separadas
T2 Os trabalhos deverão incluir os encaixes à volta de uma obstrução
T3 Itens incluídos:
a) Portas quando fornecidas como unidade
b) Travamentos, cortes e itens parecidos quando parte do componente
c) Soleiras e peitoris
d) Ferragens quando parte do componente
e) Acabamento quando parte do componente fornecido
f) Envidraçado quando parte do componente
g) Operações mecânicas e equipamento de funcionamento automático quando fornecido com o componente
h) Ligações e fixações
i) Caixas de estore deverão incluir o estore quando fornecido com o conjunto
j) Grades e caixilhos quando parte do conjunto
I1 Tipo de material
I2 Tipo de revestimento
I3 Classes de energia de impacto
I4 Dispositivos de segurança
I5 Isolamento sonoro
I6 Coeficiente de transmissão de calor
I7 Classes de permeabilidade ao ar
I8 Classes de força de manobra
I9 Classes de resistência no plano da folha e à torção
I10 Classes de durabilidade mecânica
I11 Classes de risco
I12 Teor em água
I13 No caso de portas exteriores deverá indicar-se:
a) Classes de Pressão
b) Classes de estanquidade à água
c) Factor solar
d) Transmissão luminosa
e) Classes de deformação
I14 No caso de Portas e janelas interiores deverá indicar-se a classe de resistência ao ar
I15 No caso de portas e janelas de segurança deverá indicar-se a classe de resistência à intrusão
I16 No caso de portas e janelas de resistência ao fogo deverá indicar-se a classe de resistência ao fogo
2. Molduras de portas e guarnições
1. Ombreiras
2. Soleiras (un)
3. Montante (un)
4. Travessa (un)
1. Indicação de todas as dimensões da secção transversal
m 1. Conjuntos repetidos (un)
2. Diferentes Secções transversais (un)
R4 Para os conjuntos de portas e molduras enumerados não será necessário indicar o número de conjuntos dentro da discrição
5. Conjunto (un)
1. Descrição das dimensões
un
3. Janelas e molduras
4. Guarda-sóis
5. Clarabóias, janelas de tecto e respectivas molduras
6. Telas
7. Montras
1. Descrição das dimensões
un R5 Secções standardizadas deverão ser indicadas
8. Caixas de estore
1. Deverá ser indicado o tipo de caixa de estore
A.4
($$) Elementos de Carpintaria
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos
Elementos excluídos:
Portas, janelas (quadro ($))
Guarnecimento e cerramento de vãos (quadro ($$$))
Equipamentos e mobiliário (quadro ($$$$))
D1 Os trabalhos nesta secção cobrem:
a) Escadas e escadas de sótãos
b) Desembarques, passarelas e passagens de acesso
c) Guardas, balaustradas e corrimãos
d) Alçapões de sótãos quando parte das respectivas escadas
T1 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos.
Quadro de Classificação
1. Conjunto escadas, guardas, balaustradas e corrimãos
1. Descrição das dimensões
un R1 Elementos como fixações, ferragens, cortes boleados como focinhos de escadas, não estão incluídos e deverão ser medidos em rubrica própria
T2 O conjunto deverá incluir:
a) Cobertores, focinhos, espelhos e elementos parecidos, quando parte do componente
b) Preenchimento do intradorso, painéis inclinados e elementos parecidos quando parte do componente
c) Ferragens e equipamento operacional para escadas de sótãos quando fornecidas com o conjunto
d) Acabamentos quando parte do conjunto fornecido
e) Fixações, grampos, cunhas, parafusos, suportes, e elementos semelhantes
I1 Tipo e qualidade do material
I2 Tratamentos preservadores de madeira como parte do processo de construção
I3 Tratamento das superfícies aplicado como parte do processo de produção
I4 Selecção e protecção para subsequente tratamento
I5 Uniformização do grão e da cor
I6 Não será permitido qualquer desvio dos limites das margens planas da madeira
2. Desenho dos componentes
2. Balaustradas isoladas
3. Corrimãos associados
m 1. Zonas curvas, deverá ser indicado o raio
D2 Balaustradas isoladas são aquelas que não fazem parte do conjunto da escada
D3 Corrimãos associados são corrimãos que são de um material diferente do das balaustradas, onde estes ocorrerem
T3 Terminações planas estão incluídas
I7 Método de ligação ou forma de construção
I8 Método de fixação quando não estiver descrito pelo dono de obra
I9 Fixação através de materiais de resistência inferior à do elemento 4. Extras para
balaustradas isoladas ou corrimãos associados onde estes ocorram
1. Rampas
2. Zonas em caracol
3. Zonas curvas
4. Terminações ornamentais
5. Em zonas com paragens, descrever detalhes
un
A.5
($$$) Elementos de Carpintaria
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Equipamentos e mobiliário
Elementos excluídos:
Portas, janelas (quadro ($))
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos (Quadro ($$))
Guarnecimento e cerramento de vãos (quadro ($$$$))
T1 Os trabalhos incluem equipamentos fixos e móveis
T2 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos.
I1 Características principais e secundárias e classes de escolha
I2 Secções nominais e forma dos elementos constituintes
I3 Meios de fixação e ligação entre peças e de assentamento dos elementos
I4 Teor de humidade
I5 Tipo de tratamento preservador
I6 Tipo e qualidade do acabamento
I7 Condições de execução Quadro de Classificação 1. Mobiliário, acessórios
e equipamento não associado a serviços
1. Desenho do componente
m2
T3 A medição poderá ser realizada em m2 para armários fixos integrados em paredes desde que as gavetas e prateleiras sejam medidas separadamente à (un)
T4 No caso anterior, a medição deverá ser efectuada a partir da superfície vista do exterior
un
2. Diagrama dimensionado
2. Inscrições
3. Esculturas e gravuras
1. Descrição das dimensões
A.6
($$$$) Elementos de Carpintaria
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Guarnecimento e cerramento de vãos
Elementos excluídos:
Portas, janelas (quadro ($))
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos (quadro ($$))
Equipamentos e mobiliário (quadro ($$$))
T1 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos.
I1 tipo de material
I2 tipo de revestimento
I3 Classes de resistência ao vento
I4 Resistência à neve
I5 Classes de força de manobra
I6 Classes de durabilidade mecânica
I7 Resistência ao choque
I8 Coeficiente de transmissão de calor
I9 Teor em água
I10 Classes de risco
Quadro de Classificação
1. Guarnecimento de vãos
1. Descrição das dimensões
m R1 vãos não standardizados devem ser medidos em rubricas próprias
T2 Caixas de estore deverão incluir o estore quando fornecido com o conjunto
I11 Indicar tipo de guarnecimento de vão
I12 Outras características
2. Cerramento de vãos 1. Deverá ser indicada a altura e a largura (m)
un I13 indicar tipo de cerramento de vão
A.7
($) Elementos de Serralharia
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Portas, janelas
Elementos excluídos:
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos (quadro ($$))
Guarnecimento e cerramento de vãos (quadro ($$$))
Fachadas leves de componentes metálicos e vidro (quadro ($$$$))
Portas e portões comerciais, industriais e de garagem (quadro ($$$$$))
T1 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos.
Quadro de Classificação
1. Portas
2. Alçapão
3. Portas grade
4. Grades
1. Diagrama dimensionado
un 1. Deverá ser indicado o Peso aproximado (kg)
R1 Secções standardizadas serão identificadas
R2 Cada folha de uma porta é contada como uma porta
R3 Portas quando fornecidas com as molduras e guarnições associadas são medidas em rubricas separadas
T2 Os trabalhos deverão incluir os encaixes à volta de uma obstrução
T3 Itens incluídos:
a) Portas quando fornecidas como unidade
b) Arquitraves, cortes e itens parecidos quando parte do componente
c) Soleiras e peitoris
d) Ferragens quando parte do componente
e) Acabamento quando parte do componente fornecido
f) Envidraçado quando parte do componente
g) Operações mecânicas e equipamento de funcionamento automático quando fornecido com o componente
h) Ligações e fixações
i) Grades e caixilhos quando fornecidos com o conjunto
I1 Tipo de material I2 Tipo de revestimento I3 Espessura de anodização I4 Classes de energia de impacto I5 Dispositivos de segurança I6 Isolamento sonoro I7 Coeficiente de transmissão de calor I8 Classe de permeabilidade ao ar I9 Classes de força de manobra
I10 Classes de resistência no plano de folha e à torção I12 Classes de durabilidade mecânica
I11 No caso de portas e janelas exteriores deverá indicar-se ainda:
a) Classes de deformação
b) Classes de pressão
c) Classe de estanquidade à água
d) Factor solar
I12 No caso de portas e janelas interiores deverá indicar-se ainda a classe de resistência ao vento
I13 No caso de portas e janelas de segurança deverá indicar-se a classe de resistência à intrusão
I14 No caso de portas e janelas resistentes ao fogo deverá indicar-se a classe de resistência ao fogo
I15 No caso de portas e janelas resistentes à perfuração por balas deverá indicar-se a classe de resistência à bala
I16 No caso de portas e janelas resistentes à explosão deverá indicar-se a classe de resistência à explosão
5. Molduras de portas e guarnições
1. Ombreiras
2. Soleiras (un)
3. Travessa (un)
4. Montante (un)
1.Indicação de todas as dimensões da secção transversal
m 1. Conjuntos repetidos (un)
2. Diferentes Secções transversais (un)
R4 Para os conjuntos de portas e molduras enumerados não será necessário indicar o número de conjuntos dentro da discrição
5.Conjunto (un)
1. Descrição das
dimensões
un
6. Janelas e molduras
7. Guarda-sol
8. Clarabóias e janelas de tecto e molduras
9. Telas
10. Montras
11. Caixas de estore
1. Diagrama dimensionado
un R5 Secções standardizadas deverão ser indicadas
A.8
($$) Elementos de Serralharia
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos
Elementos excluídos:
Portas e janelas (quadro ($))
Guarnecimento e cerramento de vãos (quadro ($$$))
Fachadas leves de componentes metálicos e vidro (quadro ($$$$))
Portas e portões comerciais, industriais e de garagem (quadro ($$$$$))
D1 Os trabalhos nesta secção cobrem:
a) Escadas e escadas de sótãos
b) Desembarques, passarelas e passagens de acesso
c) Guardas, balaustradas e corrimãos
d) Alçapões de sótãos quando parte das respectivas escadas
T1 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos.
Quadro de Classificação
1. Conjunto escadas, guardas, gradeamentos e corrimãos
1. Descrição das dimensões
un R1 Elementos como fixações, ferragens, cortes boleados como focinhos de escadas, não estão incluídos e deverão ser medidos em rubrica própria
I1 Tipo e qualidade do material
I2 Tratamento das superfícies aplicado como parte do processo de produção
I3 Selecção e protecção para subsequente tratamento
I4 Uniformização do grão e da cor
I5 Limites de margens planas de madeira, não será permitido qualquer desvio
2. Desenho dos componentes
2. Gradeamentos isoladas
3. Corrimãos associados
m 1. Zonas curvas, deverá ser indicado o raio
D2 Balaustradas isoladas são aquelas que não fazem parte do conjunto da escada
D3 Corrimãos associados são corrimãos que são de um material diferente do das balaustradas, onde estes ocorrerem
T2 Terminações planas estão incluídas
I6 Método de ligação ou forma de construção
I7 Método de fixação quando não estiver descrito pelo dono de obra
I8 Fixação através de materiais de resistência inferior à do elemento
A.9
($$$) Elementos de Serralharia
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Guarnecimento e cerramento de vãos
Elementos excluídos:
Portas e janelas (quadro ($))
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos (quadro ($$))
Fachadas leves de componentes metálicos e vidro (quadro ($$$$))
Portas e portões comerciais, industriais e de garagem (quadro ($$$$$))
T1 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos.
I1 tipo de material
I2 tipo de revestimento
I3 Classes de resistência ao vento
I4 Espessura de anodização
I5 Classes de energia de impacto
I6 Classes de durabilidade mecânica
I7 Coeficiente de transmissão de calor
I8 Teor em água
I9 Classes de risco
Quadro de Classificação
1. Guarnecimento de vãos
1. Descrição das dimensões
m R1 Vãos não standardizados devem ser medidos em rubricas próprias
I10 Indicar o tipo de guarnecimento de vão
I11 Outras características
2. Cerramento de vãos 1. Deverá ser indicada a altura e a largura (m)
un I12 Indicar o tipo de cerramento de vão
A.10
($$$$) Elementos de Serralharia
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Portas e portões comerciais, industriais e de garagem
Elementos excluídos:
Portas e janelas (quadro ($))
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos (quadro ($$))
Fachadas leves de componentes metálicos e vidro (quadro ($$$))
Guarnecimento e cerramento de vãos (quadro ($$$$$))
T1 A medição deverá incluir aros, fixações, ferragens e sempre que necessário estes elementos poderão ser tratados em rubrica própria
T2 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos.
Quadro de Classificação
1. Portas e portões Interiores
1. Deverá ser mencionado o tipo de portão ou porta
1. Deverá ser indicada a altura e largura
un R1 vãos não standardizados devem ser medidos em rubricas próprias
I1 tipo de material
I2 tipo de revestimento
I3 Classe de resistência ao vento
I4 Espessura de anodização
I5 Classe de durabilidade mecânica
I6 Coeficiente de transmissão de calor
I7 Classe de estanquidade à água
I8 Isolamento sonoro
I9 Coeficiente de transmissão de calor
2. Portões exteriores I10 Tipo de material
I11 Tipo de revestimento
I12 Características adicionais
A.11
($$$$$) Elementos de Serralharia
Informação Regras de Medição Definições Trabalhos Incluídos Informação adicional
Elementos incluídos:
Fachadas Leves de componentes metálicos e vidro
Elementos excluídos:
Portas e janelas (quadro ($))
Escadas, guardas, balaustradas e corrimãos (quadro ($$))
Portas e portões comerciais, Industriais e de garagem (quadro ($$$))
Guarnecimento e cerramento de vãos (quadro ($$$$))
T1 A medição deverá incluir aros, fixações, ferragens e sempre que necessário estes elementos poderão ser tratados em rubrica própria (un)
T2 As medições englobarão todas as operações relativas à execução: fabrico, fornecimento, carga, transporte, descarga assentamento e montagem e desmontagem de andaimes e cimbres, de acordo com os desenhos de pormenor e o caderno de encargos.
I1 Tipo de Material I2 Tipo de revestimento I3 Espessura de anodização I4 Resistência ao vento I5 Classe de resistência ao choque interior I6 Classe de resistência ao choque exterior I7 Classe de permeabilidade ao ar I8 Classe de estanquidade água
I9 Isolamento sonoro
I10 Coeficiente de transmissão de calor
I11 Equipotencialidade
I12 Resistência a cargas horizontais
I13 Classes de ensaio de integridade
I14 Ensaio de integridade e isolamento
Quadro de Classificação
1. Fachada VEB 1. Deverá ser indicada a altura e largura (m)
m2
I15 Tipo de fachada VEB
3. Fachada VEC I16 Tipo de fachada VEC
B.1
Anexo B: Glossário de termos técnico
B.2
GLOSSÁRIO DE TERMOS TÉCNICOS
Abóbada - cobertura de secção vertical arqueada e face inferior côncava, tipicamente construída em pedra, tijolo ou betão, que gera forças verticais suportadas por paredes, arcos ou pilares e forças horizontais suportadas por contrafortes ou arcobotantes, típica em edifícios religiosos.
Arco - elemento construtivo curvo, tipicamente de alvenaria, que sustenta o peso vertical da parede em que se encontra e emoldura a parte superior de uma abertura.
Arranque – patamar inicial de uma escada.
Balaústre - pilar pequeno que, juntamente com outros balaústres, suporta o corrimão de uma escada ou varanda, formando a balaustrada.
Cantaria – actividade que consiste em trabalhar pedra para construção.
Capeamento – capa, revestimento de um dado elemento.
Carpintaria – actividade que consiste em trabalhar madeira para construção.
Cornija - zona superior da parede que lhe serve de remate, na intersecção com a cobertura ou com beirais de janelas e portas, muitas vezes saliente, verticalmente em relação à cobertura, ou horizontalmente em relação à parede.
Corrimão - peça estreita, colocada paralelamente a uma escada ou no limite de uma varanda a cerca de um metro do chão, suportada por balaústres ou fixa na parede, tipicamente de madeira ou de metal, que serve de apoio e que confere protecção.
Degrau - parte de uma escada constituída pela zona onde se apoia o pé (cobertor) e pela zona vertical que com ela faz ângulo (espelho).
Desembarque – patamar final de uma escada.
Guarda – elemento construtivo com a função de protecção ou resguardo.
Janela - abertura numa parede ou numa cobertura, concebida para deixar entrar ar e luz natural, tendencialmente perpendicular à linha do solo, e respectiva estrutura fixa ou móvel constituída pela caixilharia e pelas folhas.
Lancil – Pedra de cantaria, longa e estreita que serve para peitoris, vergas, entre outros elementos.
Ombreira - estrutura vertical de uma porta, que sustenta o lintel.
Padieira - horizontal superior de uma abertura, paralela à soleira, assente na ombreira de uma porta.
Patim - zona plana no fim de um lanço de escadas.
Peitoril - elemento horizontal inferior de uma janela, tipicamente em pedra.
Porta - abertura numa parede, perpendicular à linha do solo, cujo limite inferior se encontra ao nível do solo, e respectiva estrutura móvel constituída pela caixilharia e pelo painel, concebida para permitir a circulação de pessoas entre o exterior e o interior de uma construção.
Serralharia – actividade que consiste em trabalhar metal para construção.
Soleira - elemento horizontal inferior de uma porta, tipicamente em pedra, onde assentam as ombreiras, sendo colocada no chão.
B.3
Vão - abertura numa estrutura que corresponde à distância entre dois apoios consecutivos dessa estrutura.
Verga - elemento horizontal superior de uma abertura, paralela à soleira, que se apoia na ombreira com a função de controlo de deformação.
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