RENAN DADALTO DO NASCIMENTO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
2010/02
Orientadoras: Lucia Bressiani
Débora Felten
Lígia Eleodora Francovig Rachid
Cascavel – PR
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .................................................................................... 6
2.1. CORTE, ATERRO E COMPACTAÇÃO ....................................................................... 6
2.2. EXECUÇÃO DE FUNDAÇÃO TIPO RADIER ............................................................ 7
2.2.1. Locação do radier ...................................................................................................... 8
2.2.2. Instalações elétricas e hidro-sanitárias .................................................................... 10
2.2.3. Nivelamento do terreno ........................................................................................... 12
2.2.4. Armadura do radier ................................................................................................. 13
2.2.5. Concretagem do radier ............................................................................................ 14
2.3. PAREDES DE CONCRETO ......................................................................................... 18
2.3.1. Montagem das cantoneiras ...................................................................................... 18
2.3.2. Montagem de armaduras ......................................................................................... 20
2.3.3. Instalações hidro-sanitárias e elétricas .................................................................... 23
2.3.4. Montagem das fôrmas ............................................................................................. 26
2.3.5. Concretagem das paredes ........................................................................................ 28
2.3.6 Desforma .................................................................................................................. 29
3. CONCLUSÃO ..................................................................................................................... 31
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 32
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Organograma da obra. ............................................................................................... 5
Figura 2 – Patamarização já compactada de uma linha. ............................................................. 6
Figura 3 – Piquete de referência para execução do radier. ......................................................... 9
Figura 4 – Gabarito do tipo tabeira ou tábua corrida. ................................................................. 9
Figura 5 – Execução da parte hidráulica de elétrica. ................................................................ 11
Figura 6 – Execução da tubulação elétrica. .............................................................................. 11
Figura 7 – Vala escavada na borda do radier............................................................................ 12
Figura 8 – Lona esticada na extensão do radier........................................................................ 13
Figura 9 – Armadura do radier com os espaçadores. ............................................................... 14
Figura 10 – Slump test. ............................................................................................................. 15
Figura 11 – Desnível da calçada. .............................................................................................. 16
Figura 12 – Concretagem das divisões do radier. ..................................................................... 17
Figura 13 – Fissuras devido à retração. .................................................................................... 18
Figura 14 – Marcação da fixação das cantoneiras. ................................................................... 19
Figura 15 – Cantoneira fixada com os pinos de aço. ................................................................ 20
Figura 16 – Tubulação embutida na parede. ............................................................................ 20
Figura 17 – Amarração com arame recozido............................................................................ 21
Figura 18 – Reforço das esquadrias. ......................................................................................... 22
Figura 19 – Espaçadores da armadura. ..................................................................................... 23
Figura 20 – Caixinhas de energia embutidas nas paredes. ....................................................... 23
Figura 21 – Caixinhas elétricas tampadas com lona................................................................. 24
Figura 22 – Tubulação hidráulica tampada com lona............................................................... 25
Figura 23 – Tubulações elétricas fixadas no centro da espessura da parede. ........................... 25
Figura 24 – Desmoldante sendo aplicado nas peças da fôrma. ................................................ 26
Figura 25 – Gravata metálica.................................................................................................... 27
Figura 26 – Alinhadores. .......................................................................................................... 27
Figura 27 – Slump test após colocação do aditivo incorporador de ar. .................................... 29
4
1. INTRODUÇÃO
A realização deste estágio foi na empresa Sistema Fácil Incorporadora Imobiliária
Cascavel IV – Moradas, empresa esta que é de posse do grupo Rodobens. Essa empresa atua
em diversas áreas, e atua no ramo imobiliário há 23 anos.
A Rodobens Negócios Imobiliários iniciou a companhia devido ao crescimento de
atividades imobiliárias. O objetivo principal era contornar a escassez de crédito imobiliário,
para tal meta a companhia criou o Sistema Fácil. Durante os primeiros anos de vida da
companhia a maior parte das unidades lançadas eram edifícios de apartamentos que
totalizavam 85% do que era lançado, a partir de 2000 este número de condomínios
residenciais verticais caiu para 50%, dando espaço para o lançamento de condomínios
fechados horizontais.
Este empreendimento que esta sendo executado em Cascavel – PR, onde foi
desenvolvido o estágio, é do Modelo Moradas - este modelo é composto por apenas uma
dimensão de casas, medindo 40m² - que tem um total de 664 unidades. O condomínio possui
infra-estrutura urbana completa, áreas de lazer, segurança, jardinagem e muitas áreas verdes.
As atividades desenvolvidas durante o período do estágio foram o acompanhamento
de corte, aterro e compactação do solo, fundação do tipo radier, montagem e concretagem de
fôrmas para paredes também as instalações hidráulicas e elétricas de 18 unidades.
O responsável técnico da obra é o engenheiro civil Gelson Antônio dos Santos, que
também é o supervisor de estágio e também o engenheiro civil Alessandro Lopes que é o
coordenador paranaense de obras da Rodobens conforme indicado no organograma da Figura
1.
5
Figura 1 – Organograma da obra.
6
2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Durante este período de estágio obrigatório foram acompanhadas as seguintes
atividades: o corte do solo, o aterro do solo, a compactação do solo, a execução de fundação
tipo radier e a execução das paredes de concreto. Todas essas atividades serão descritas neste
relatório conforme foram realizadas fazendo comparações com o que deveria ter sido
executado segundo normas.
2.1. CORTE, ATERRO E COMPACTAÇÃO
Primeiramente foram acompanhados os serviços de topografia, analisando os desníveis
do terreno, conforme projetos, para ter o conhecimento do quanto de terra seria necessário
para a execução do aterro, para então fazer a patamarização dos lotes conforme o projeto de
implantação. Devido à grande quantidade de casas, os serviços de patamarização são feitos
para uma linha inteira de lotes, conforme a Figura 2.
Figura 2 – Patamarização já compactada de uma linha.
7
Depois de realizada essa atividade, foi iniciado o aterro e também a compactação,
sempre conferindo a camada de terra que foi espalhada para não ultrapassar o limite de 20
centímetros de espessura, e também, certificar-se que a terra estivesse levemente úmida. Após
estas conferências, foi executada a parte de compactação por meio de equipamentos, como
rolo compressor e rolo pé de carneiro. Este processo é feito repetidamente até alcançar o
patamar desejado e também a compactação desejada.
Todo este processo foi acompanhado para garantir, conforme projeto, a demarcação
das cotas. Através do laboratório foi verificado se a compactação do solo alcançou o índice de
95% no ensaio de Proctor normal: se as condições climáticas eram favoráveis, se a camada
não excedia a marca dos 20 centímetros e também a inclinação dos taludes e se os terrenos
estavam em uniformidade. A presença do pessoal do laboratório também foi necessária para
garantir assim o grau de compactação e a energia de compactação necessária para o solo da
região.
Este processo coincidiu com a teoria, Filho e Carvalho (2003), mencionam que as
camadas de solo, quando compactadas com rolos compressores, devem variar entre 15 e 30
centímetros de espessura.
O controle de qualidade da obra frisa a necessidade de uma boa compactação, para isto
acontecer o estagiário acompanhou o processo. Logo, o principal papel do estagiário nesta
parte foi a conferência das atividades, se foram realizadas conforme o padrão de qualidade
estipulado pela empresa.
2.2. EXECUÇÃO DE FUNDAÇÃO TIPO RADIER
8
Walid Yazigi denomina radier como uma fundação rasa com superfície contínua,
apresentando a disposição de uma laje de concreto armado, as cargas são transmitidas ao solo
através de uma superfície igual ou superior a da obra. O método usado na execução dessa
fundação segue critérios da empresa, no entanto estes critérios coincidem com a bibliografia
de Walid Yazigi.
2.2.1. Locação do radier
A partir do momento em que o terreno se encontrasse limpo e escavado e próximo das
cotas para a execução da fundação, o mesmo era liberado para o inicio da atividade.
Para iniciar a locação, os topógrafos responsáveis marcavam a referencia do radier,
para não haver erro na locação, conforme Figura 3. Este procedimento consiste das seguintes
atividades: divisa de lote, dentro de cada casa e espaço até a guia de meio fio. Para que não
houvesse atraso na locação este processo era feito com antecedência. Devido a um termo de
compromisso que assinei, não é possível a adição de quaisquer projetos que relatem qualquer
coisa relacionada à obra.
A locação da obra foi realizada utilizando o método da tábua corrida, conforme Figura
4. Esse método consiste em contornar a futura edificação com pontaletes e tábuas niveladas e
em esquadro, delimitando-se a uma distância de pelo menos 1 metro do início do radier.
9
Figura 3 – Piquete de referência para execução do radier.
Figura 4 – Gabarito do tipo tabeira ou tábua corrida.
No gabarito foram marcados alguns pontos de referência como eixos de parede, que
chamou bastante a atenção, pois, foi nesta atividade, que foi executada também em aula
10
prática, que foi transferido até o outro lado do gabarito por meio de linhas de náilon. Nesta
atividade, a principal função foi conferir, junto aos projetos, se os recuos, tanto das vias
principais quando das alamedas, estava sendo respeitado e também conferir o nivelamento
gabarito através do nível a laser. Após a transferência que era realizada pelo mestre de obra e
sua equipe, o estagiário tinha como função verificar o esquadro.
2.2.2. Instalações elétricas e hidro-sanitárias
Antes da concretagem do radier, as tubulações hidráulicas e elétricas eram feitas
enterradas deixando as esperas conforme o projeto específico, como mostra a Figura 5. Nesta
atividade foram fiscalizados os pontos de espera e percurso das tubulações se estavam em
conformidades com os projetos. Também foi conferido se o aterro das tubulações havia sido
executado corretamente e assim não havendo quaisquer tipos de obstrução e estrangulamento
das tubulações. Estas obstruções e estrangulamento podem causar vazamentos na parte
hidráulica e dificuldade de passagem de condutores na parte elétrica. Como se observa na
Figura 6, parte da tubulação elétrica foi feita por cima da armadura do radier, pois por ser de
menor bitola, em torno de 20mm, não necessitava de embutimento, a camada de cobrimento
era necessária.
11
Figura 5 – Execução da parte hidráulica de elétrica.
Figura 6 – Execução da tubulação elétrica.
12
2.2.3. Nivelamento do terreno
Após a finalização das tubulações que são enterradas, é feito o recobrimento dessas
tubulações e a escavação de uma vala em volta do radier, como indica a Figura 7, esta vala
tem uma profundidade de 20 centímetros. Esta vala é concretada junto com o radier tem a
finalidade de travar a fundação impedindo um possível deslocamento lateral.
Figura 7 – Vala escavada na borda do radier.
O nivelamento do terreno foi iniciado após o término da escavação da vala. A
importância do nivelamento é dada pela redução do uso de concreto, deixando assim o radier
com uma camada de concreto uniforme diminuindo o custo da fundação em relação à
quantidade de concreto utilizada.
13
Após o recobrimento das tubulações, como se observa na Figura 8, foi estendida uma
lona plástica para não haver mistura do solo com o concreto. Essa mistura poderia
comprometer a resistência do concreto. E também este procedimento sana quaisquer
problemas que podem ocorrer com as infiltrações vindas do solo para o concreto.
Figura 8 – Lona esticada na extensão do radier.
Os piquetes que são observados na Figura 8 proporcionavam o nivelamento, para que
no final da concretagem o nivelamento fosse perfeito, dispensando a necessidade da execução
do contra piso para o assentamento cerâmico.
2.2.4. Armadura do radier
A armadura do radier é a última atividade a ser executada, para poder ser concretado.
A armadura utilizada no radier foi com tela de aço de 4,2mm de diâmetro. A verificação nesta
14
atividade era conferir a locação dos espaçadores ao longo do radier entre a lona e a armadura,
conforme Figura 9. De acordo com a exigência do padrão de qualidade devem ser colocados 5
espaçadores a cada metro quadrado. O espaçador tem a função de não deixar a armadura em
contato direto com o solo, a altura de cada espaçador é de 5cm do solo, e proporcionar
espessura de concreto exigida pelos métodos construtivos da empresa que é de no mínimo
8cm.
Figura 9 – Armadura do radier com os espaçadores.
2.2.5. Concretagem do radier
O concreto usado na concretagem do radier foi o concreto com o fck de 20MPa.
Para liberação da concretagem, o mesmo deveria estar dentro da especificação técnica,
o slump test deveria estar em 80mm com 10mm pra mais ou pra menos, Figura 10. Este
serviço foi realizado por uma empresa terceirizada que também era responsável pela
15
moldagem, cura e rompimento de corpos-de-prova, fornecendo laudos, para garantir que a
resistência do concreto atendia o que estava na nota fiscal e o que foi solicitado.
Figura 10 – Slump test.
Após a execução slump test o concreto era liberado para o inicio da concretagem, a
distribuição do concreto no radier era feita por carrinhos de mão, e espalhado de maneira
uniforme com enxadas, o concreto era adensado com vibradores.
Havia bastante atenção para que nenhum carrinho de mão obstruísse os piquetes,
comprometendo o nivelamento final do radier. Também foi conferida para a borda do radier
para que a mesma fosse rebaixada gradativamente, conforme Figura 11. Formando um
desnível de 2cm a cada 50cm, esta região será a calçada externa das casas.
16
Figura 11 – Desnível da calçada.
A concretagem foi iniciada a partir das bordas onde havia o desnível para o centro do
radier, a extensão do radier foi dividida com ripas formando trechos de aproximadamente
1,5m de largura pela extensão do radier de comprimento, conforme Figura 12. Estes eram
concretados um a um até fechar a extensão total do radier. Essa divisão é feita para que ocorra
uma concretagem ordenada.
17
Figura 12 – Concretagem das divisões do radier.
A cura do concreto do radier era acompanhado por 3 dias sempre verificando se era
molhada toda a extensão do radier várias vezes ao dia. A importância da cura é para que não
haja fissuras nem trincas.
Em um determinado dia faltou água no canteiro, impossibilitando assim a molhagem
do radier. Este fato gerou um problema de fissura devido à retração, conforme a Figura 13.
18
Figura 13 – Fissuras devido à retração.
2.3. PAREDES DE CONCRETO
Na obra foi utilizado um sistema diferente, nomeado sistema fácil, pela facilidade em
ser moldado in loco as paredes. O sistema consiste em fôrmas de alumínio ou plástico para a
moldagem de paredes estruturais. A seguir serão descritos os processos para ser executado
esse serviço.
2.3.1. Montagem das cantoneiras
Após concretado e vencido o tempo de cura do radier é iniciado os serviços para
colocação das cantoneiras. Seguindo a marcação executada no gabarito são realizados
19
desenhos feitos no radier indicando onde irão ficar as paredes. Isto ajuda na conferência do
esquadro, conforme Figura 14.
Figura 14 – Marcação da fixação das cantoneiras.
A fixação das cantoneiras foi realizada por intermédio de uma pistola de pressão. A
pistola crava no radier um pino de aço, este pino imobiliza a cantoneira, conforme Figura 15.
Desta maneira a cantoneira fica inerte, livre de qualquer movimento. Durante a execução
desta atividade o estagiário verifica se as esperas no radier estavam de acordo com o projeto,
para que as mesmas ficassem embutidas nas paredes, como mostra a Figura 16.
20
Figura 15 – Cantoneira fixada com os pinos de aço.
Figura 16 – Tubulação embutida na parede.
2.3.2. Montagem de armaduras
Após a disposição e fixação das cantoneiras finalizadas, iniciou-se o processo de
montagem das armaduras. Eram utilizadas telas de aço soldado com um diâmetro de 4,2mm.
21
Para este método construtivo, de acordo com Misurelli, as armaduras devem atender a
esforços de flexotorção nas paredes, controlar a retração do concreto e fixar as tubulações,
tanto de elétrica quanto hidráulica.
As armaduras foram confeccionadas in loco, porém, como rege as especificações da
ISO, os vãos das esquadrias foram executados num local apropriado. Após a realização do
corte iniciou a montagem e amarração das armaduras que eram feitos com arame recozido,
conforme demonstra a Figura 17.
Figura 17 – Amarração com arame recozido.
Nesta atividade, o estagiário conferiu se as amarrações estavam sendo feitas conforme
projeto. Deve-se conferir os transpasse, amarrações das vergas e contra vergas e também um
reforço sob os vãos de portas e esquadrias que eram feitos com uma tela de bitola 6mm, como
determinado pelo projeto, Figura 18. Segundo Walid Yazigi (2004), o transpasse a ser
respeitado é de no mínimo 30cm, coincidindo com os projetos da obra.
22
Figura 18 – Reforço das esquadrias.
Esta atividade só era dada como completa a partir do momento em que todos os
espaçadores eram dispostos conforme exigência da empresa, Figura 19. A não utilização de
espaçadores acarreta no contado da armadura com a fôrma, podendo deixar exposto o aço e
também as tubulações embutidas nas paredes.
23
Figura 19 – Espaçadores da armadura.
2.3.3. Instalações hidro-sanitárias e elétricas
A instalação das tubulações se inicia após a montagem das armaduras. As tubulações
ficam embutidas nas paredes, conforme Figura 20. As mesmas têm início a partir das esperas
deixadas no radier, conforme explicado anteriormente neste relatório.
Figura 20 – Caixinhas de energia embutidas nas paredes.
24
A obra por ter um procedimento padrão e repetitivo, visando diminuir o desperdício de
material, criou-se um kit para a construção das casas, contendo cada em um desses kits as
peças que são usadas, sob medida, para a montagem da tubulação de água e esgoto. Estes kits
vêm prontos, sendo somente necessário encaixá-los nas esperas do radier.
O mesmo aconteceu com a parte elétrica. Era entregue aos eletricistas responsáveis a
metragem exata de eletrodutos, caixinhas de interruptor e tomadas, o suficiente para suprir o
que manda o projeto. Para que as caixinhas de energia não ficassem entupidas de concreto,
tanto as tomadas e interruptores quanto as espera de tubulações hidráulicas, eram tampadas
com plástico ou papelão para evitar retrabalhos, conforme apresentado nas Figuras 21 e 22.
Figura 21 – Caixinhas elétricas tampadas com lona.
25
Figura 22 – Tubulação hidráulica tampada com lona.
Nesta atividade, o estagiário confere as tubulações quanto ao posicionamento e prumo.
O mesmo também é responsável por conferir as amarrações das peças na armadura, Figura 23,
certificando sempre se estas se encontravam no centro da parede.
Figura 23 – Tubulações elétricas fixadas no centro da espessura da parede.
26
2.3.4. Montagem das fôrmas
Para iniciar o processo de montagem, cada peça da forma deve receber uma fina
camada de desmoldante em toda a superfície que entrara em contato com o concreto,
conforme mostra a Figura 24. Isso facilita o processo de desforma e não ocasiona retrabalhos
por causa de alguma placa que pode aderir demais ao concreto.
Figura 24 – Desmoldante sendo aplicado nas peças da fôrma.
As cantoneiras servem para dar o travamento na base das fôrmas. Esse travamento
entre as formas foi realizado através da gravata metálica, como mostra a Figura 25. Depois de
locadas e travadas, foram colocados os alinhadores, dispondo um no meio da fôrma e outro na
base superior fazendo o papel de um coroamento. O papel destes alinhadores é manter as
fôrmas alinhadas e no prumo, Figura 26.
27
Figura 25 – Gravata metálica.
Figura 26 – Alinhadores.
Dentre os funcionários contratados pela própria empresa, tinham os líderes de fôrmas.
Esses funcionários são devidamente treinados para desenvolver o cargo, ficando atentos às
verificações necessárias para que fosse feita a manutenção de qualidade dos serviços.
28
Para liberação da concretagem, o estagiário, juntamente com os responsáveis técnicos
da obra, faziam as conferências necessárias. Eram conferidos a disposição de alinhadores, o
travamento, alinhamento, prumo e esquadro das fôrmas.
2.3.5. Concretagem das paredes
Devido à resistência das fôrmas o uso de quaisquer tipos de adensamento do concreto
é restringido, por tal motivo, é usado um concreto diferenciado, o concreto auto-adensável.
Este concreto não é munido de agregado graúdo, contém fibras de polipropileno e no mesmo
é acrescentado aditivos. Quando este concreto chega na obra, então é feita a dosagem, pelos
próprios funcionários da usina, acrescentando-se um incorporador de ar. Esse aditivo deixa o
concreto mais fluído, dispensando assim, o uso de vibradores e minimizando as falhas no
concreto que expõem a armadura.
A concretagem foi realizada com o auxílio de uma bomba estacionária. O concreto era
lançado em vários pontos, não era realizada a concretagem de uma parede em uma única vez
para não comprometer as gravatas metálicas e alinhadores, podendo romper e danificar as
paredes.
O controle tecnológico do concreto foi realizado pela mesma equipe que fez os ensaios
do concreto dos radiers. O técnico fazia os ensaios de slump test, conforme mostra a Figura
27, e também moldava os corpos de prova. O concreto para as paredes era solicitado com a
resistência de 4,5 MPa, e a densidade após a adição do concreto ficava por volta de
2000Kgf/m³.
29
Figura 27 – Slump test após colocação do aditivo incorporador de ar.
Nesta etapa o estagiário acompanha a execução do slump test para garantir que
estavam nos parâmetros estipulados pela empresa.
2.3.6 Desforma
30
O tempo mínimo para início da desforma é de 16 horas. Passado este tempo são então
desformadas as paredes. Durante esta atividade o estagiário deve cuidar para que as paredes
não sejam danificadas. Outro cuidado que o estagiário deve ter é com a disposição das fôrmas
após a retirada das mesmas da parede. Essas fôrmas devem ser armazenadas após a desforma
para que não as danifiquem. Não tendo esse cuidado com as fôrmas as mesmas podem ser
inutilizadas para uma próxima montagem, atrasando então o ciclo de concretagem da obra.
O estagiário faz o acompanhamento durante 3 dias após a desforma destas paredes,
para garantir a cura do concreto, evitando assim fissuras por retração. Este processo leva de 3
a 4 dias para ser concluído, uma vez que, quando ocorre concretagem são moldados 6
exemplares, com este ciclo e as condições climáticas favoráveis o planejamento da obra anda
sempre nas conformidades com o tempo real de execução.
31
3. CONCLUSÃO
A experiência de estágio na obra citada foi de suma importância, pois com o contato
direto com obras é possível maximizar todos os conhecimentos aprendidos em sala de aula.
Pode-se correlacionar o que acontece na prática com a teoria e também esclarecer termos e
atividades que são citadas em aula que por não se ter experiência com a prática fica difícil o
entendimento.
O que é aprendido em sala de aula é a maneira correta de se executar as atividades,
mas nem sempre isso é executado na prática. Muitas atividades não são executadas por um
engenheiro como deveria ser, muitas vezes atividades importantes são relegadas aos mestres-
de-obras ou até pedreiros. Na disciplina de construção civil, é reforçado o papel do
engenheiro civil, pois qualquer erro cometido acarretará um problema maior para o
engenheiro responsável pela obra.
É possível notar também que ao trabalhar para uma grande empresa, são necessários
todos os conhecimentos adquiridos na graduação, pois o controle de qualidade destas
empresas é rigoroso, e coloca em pratica tudo que é lecionado em sala de aula.
O estágio foi de grande valia para mim, pois o sistema construtivo da Rodobens é uma
tecnologia que esta tendo grande aceitação no mercado, e para um profissional de engenharia
civil é imprescindível a busca por novas tecnologias construtivas, não só no período de
graduação como também em toda a vida profissional, sempre buscando inovar.
32
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SILVA, Fernando Benigno, Fôrmas de alumínio para moldagem de paredes estruturais
no local, Revista Téchne, Edição 160, ano 18, mês julho/2010, páginas 84 a 87.
YAZIGI, Walid - Técnica de Edificar, Editora Pini, São Paulo - SP, 2004.
BELENTANI, Elais, Manual Construtivo Rodobens, São José do Rio Preto, 2005.
FILHO, João Alexandre e CARVALHO, David, Máquinas no aterro, Revista Cultivar
Máquinas (2003) edição número 23 página 10 a 13.
Top Related