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PRÁTICAS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NO CONTEXTO ESCOLAR Maria Lucia Lopes1
Marcos Antonio Florczak2 RESUMO O presente artigo foi produzido como finalização dos trabalhos do PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional e apresenta estudos teóricos realizados para subsidiar a elaboração do projeto denominado “O uso de textos de divulgação científica na prática escolar”. São também aqui relatados alguns resultados das aplicações deste projeto em uma escola de Educação de Jovens e Adultos, o CEEBJA Paulo Freire, situado na cidade de Curitiba-PR. Os estudos teóricos e as práticas escolares aconteceram durante os anos de 2008-2009. As ações realizadas são exemplos de possíveis práticas de divulgação científica no contexto escolar. Palavras-chave: divulgação científica; revistas de divulgação científica; educação científica. ABSTRACT
This article was produced as completion of the work of the PDE –“Programa de Desenvolvimento Educacional” - and presents theoretical studies conducted to support the development of the project called “The Use of Scientific Texts in School Practive”. They are also reported here some results of applications of this project in a school for youth and adults, the CEEBJA Paulo Freire, located in the city of Curitiba-PR. The theoretical studies and school practices took place during the years 2008-2009. The actions taken are exemples of possible scientific publicizing practices in the school context. Key-words: scientific publicizing; magazines of scientific publicizing; scientific education. 1. INTRODUÇÃO
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, Programa de Formação
Continuada dos Professores do Estado do Paraná, possibilita que esses
profissionais, afastados temporariamente das atividades docentes, retornem aos
bancos universitários para a realização de estudos e atualizações, participando de
cursos e de outras atividades acadêmicas, promovidos tanto pelas Instituições de
Ensino Superior – IES, quanto pela Secretaria de Estado da Educação – SEED em
1 Professora PDE 2008 da disciplina de Ciências. E-mail: [email protected]
2 Professor do Departamento de Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Curitiba. E-
mail: [email protected]
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cooperação com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior -
SETI.
Durante o primeiro ano de atuação no PDE, cada participante desenvolve o
seu Plano de Trabalho que consta de um projeto de pesquisa de uma produção
didático-pedagógica. A implementação dos mesmos ocorre quando do retorno
parcial às atividades escolares, no segundo ano do programa.
O projeto de pesquisa e a produção didático-pedagógica são discutidos e
aperfeiçoados com a participação de outros professores da rede, através de um
curso a distância denominado GTR - Grupo de Trabalho em Rede. Neste curso, os
professores PDE são os tutores e o suporte tecnológico para a sua realização se dá
com a utilização da plataforma MOODLE, que os professores PDE são capacitados
a utilizar.
Todos os trabalhos são desenvolvidos sob a orientação de professores das
IES, com o apoio e acompanhamento da equipe da SEED responsável pela
coordenação do PDE. Este acompanhamento se dá através do Sistema de
Acompanhamento e Integração em Rede –SACIR (SEED,2007).
Durante os 2 anos em que o professor participa do PDE são produzidos
materiais pedagógicos e realizadas práticas envolvendo diretamente professores e
alunos ou toda a comunidade escolar. O relato das atividades mais significativas é
apresentado através de um artigo final, como este.
1.1 O projeto de pesquisa: “O uso de textos de divulgação científica na prática
escolar”
O projeto de pesquisa é uma das ações desenvolvidas pelo professor PDE.
A idéia para a realização deste projeto surgiu da necessidade de se fazer um
aprofundamento teórico sobre o uso de textos de jornais e revistas, uma prática já
realizada há muito tempo nas aulas de Ciências.
Sabe-se que o uso de outras leituras além das fornecidas pelos livros
didáticos já vem sendo feito em muitas escolas - às vezes através de projetos
escolares pontuais ou de iniciativas individuais de professores. Geralmente o seu
uso visa a melhoria da capacidade de leitura e interpretação de textos dos
estudantes, uma prática realizada principalmente pelos professores de Língua
Portuguesa.
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Professores de Ciências e de outras disciplinas também se utilizam deste tipo
de material além do livro didático para preparar e desenvolver as suas aulas
(CARNEIRO, 2005, p.4). Referências que apontam para sua utilização acontecem,
vindas de pesquisadores do ensino de ciências (NORRIS & PHILIPS apud SANTOS,
2007), como também das Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Ciências
(PARANÁ,2008).
Essas Diretrizes apresentam a divulgação científica como um eixo
metodológico, juntamente com atividades experimentais e história e filosofia da
ciência.
Assim, foram realizados estudos teóricos sobre os aspectos conceituais e o
projeto tomou forma, quanto ao objeto de pesquisa: as revistas de divulgação
científica.
Foi feita uma análise de algumas revistas de DC existentes no mercado
brasileiro com base no que foi estudado sobre o tema. O objetivo foi identificar
possíveis características desse tipo de material que tenham implicações em seu uso
didático, a fim de subsidiar uma escolha criteriosa. Esses estudos culminaram na
realização de um artigo acadêmico dirigido a professores da área de ciências, como
produção didático-pedagógica.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A importância de se incluir a divulgação científica na prática escolar
Um dos objetivos da escola, além de promover a alfabetização nas letras e
números, é apresentar o conhecimento científico de forma significativa, valorizando-
se em um primeiro momento os conhecimentos que os alunos já adquiriram em sua
história de vida antes de participarem do ensino formal, em busca de uma superação
dos obstáculos conceituais (PARANÁ,2008, p. 60).
De acordo com uma concepção histórico-crítica de educação, tendo em vista
também uma aproximação do ensino às questões sociais, é sugerido que a escola
contemple em seus currículos os grandes problemas sociais contemporâneos para
que os cidadãos tenham uma visão mais crítica da ciência e tecnologia e suas
produções. Assim, uma preocupação dos professores das áreas de ciências é a de
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procurar práticas que colaborem com o desenvolvimento do senso crítico dos
educandos, além de outras potencialidades.
É inegável que os livros didáticos sejam um importante aliado dos professores
na realização do seu trabalho, mas essas publicações não podem e nem devem ser
o único instrumento de apoio e pesquisa para o desenvolvimento das aulas. A
utilização de poucas referências limita muito a apresentação do conhecimento
científico, e a maioria dos livros didáticos apresenta uma ciência compartimentada,
com excessiva ênfase a métodos e cálculos, o que dificulta uma contextualização
(CICILLINI, 1991).
Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Física
(PARANÁ, 2008) apresentam uma reflexão quanto à forma de se apresentar o
conhecimento que está presente nos livros didáticos desta disciplina :
[...] salvo raras exceções, (os livros didáticos) reproduzem os livros utilizados nos cursos de graduação, responsáveis pela formação inicial da maioria dos docentes de Física.[...] contribuem para consolidar uma metodologia de ensino centrado na resolução de exercícios matemáticos. (SEED, 2008).
Essas Diretrizes indicam que não se deve abolir o cálculo na disciplina de
Física, mas que ele deve ajudar o aluno a formular hipóteses. (SEED, 2008, p.68).
Essa recomendação também acontece nas Diretrizes Curriculares da Educação
Básica : Ciências, como também nas Diretrizes das disciplinas de Biologia e de
Química. Pesquisadores do ensino de ciências têm recomendado essa forma de se
pensar e desenvolver metodologias de ensino e elaboração de currículos.
A escola precisa se adequar a essa nova sociedade em que o professor não
é mais visto como o único detentor do conhecimento, como acontecia na escola
tradicional. Hoje lhe cabe o papel de mediador de um conhecimento que se
apresenta e está acessível aos alunos de várias formas. Ao professor é exigida a
competência de separar o “joio do trigo” do que tem sido colocado à sociedade a
respeito da produção científica, nas diversas mídias. Dessa forma são oferecidas
aos estudantes as diversas opções e maneiras de ver e de se relacionar com o
mundo e seus fenômenos, de forma crítica.
Portanto,
Ao que concerne à educação formal, as novas exigências educacionais, decorrentes da globalização, do desenvolvimento científico e tecnológico, da tecnologia da informação, da modernização da sociedade são
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acontecimentos que trazem consigo inúmeros problemas educacionais. A busca de soluções para essas novas exigências educacionais tem sido pensada. Algumas dessa soluções incluem o fortalecimento da divulgação científica, valorizando a aprendizagem ao longo da vida e os vínculos entre educação formal e não formal. (KEMPER, 2008, p.5)
A velocidade com que o conhecimento é produzido na sociedade atual, entre
outras características, faz com que os professores e outros profissionais necessitem
de constante atualização.
O uso de textos de divulgação científica se apresenta como uma das
maneiras de aproximar a escola e os estudantes do conhecimento que está sendo
discutido na sociedade. Os materiais estão disponíveis na mídia impressa e digital, e
precisam ser conhecidos e explorados pelos professores.
Sobre a produção do conhecimento científico da disciplina de Biologia,
(CICILLINI, 1997, p. 6) afirma que:
Existe um conhecimento biológico produzido pela comunidade científica. Atualmente, essa produção ocorre com freqüência tanto nas instituições universitárias, nos institutos de pesquisa, quanto nas indústrias. Porém, o domínio desse conhecimento é privilégio de poucos, ou seja, da comunidade que o produz e de quem utiliza essa produção.
Deve-se observar, porém, que parte desse conhecimento é apropriado pela sociedade. Mas essa apropriação não ocorre do mesmo modo pelo qual esse conhecimento foi produzido; há uma espécie de tradução desse conhecimento ao ser divulgado na sociedade.
O fato dos professores estarem distantes de onde a ciência é produzida -
meio acadêmico, laboratórios e centros de pesquisa - exige que a obtenção de
informações mais atualizadas ocorra através dos meios de comunicação científica
(artigos, monografias e teses) como também de divulgação científica, já que sua
participação em congressos, simpósios e seminários com a possibilidade de
encontros com pesquisadores não é uma prática corriqueira.3
No dia-a-dia, a divulgação científica acontece em diversas mídias e os
professores necessitam estar atentos ao que está sendo apresentado à sociedade .
A divulgação científica, que acontece também, tanto na educação formal como na
informal, tem a característica de apresentar o conhecimento através de uma
linguagem mais acessível ao público em geral. Este trabalho trata da divulgação
científica na educação formal, especificamente no que concerne à mídia impressa.
3A fim de suprir essa lacuna, a SEED incentiva a participação dos professores nesses eventos e
promove grupos de estudo, GTR e PDE, entre outras formas de capacitação continuada.
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Para que materiais de divulgação científica sejam utilizados de forma didática,
são necessárias transposições a serem feitas pelos professores, de forma crítica.
Nesse processo de transposição, (CICCLINI, 1997, p.16) nos apresenta os
diferentes papéis assumidos pelo professor, no processo de organização do
conhecimento a ser trabalhado na escola:
[...] o professor seleciona e organiza os conhecimentos cientificamente produzidos reelaborando-os para desenvolve-los em aula. Assim, podemos considerar que o professor desempenha o tríplice papel de consumidor, produtor e divulgador de conhecimentos. Ele é considerado um consumidor à medida que explora os conhecimentos já existentes para o seu processo de produção; simultaneamente ele é um divulgador quando expõe o que produziu, ou mesmo quando expõe conhecimentos produzidos por outras pessoas.
2.2 Os currículos e a apresentação de uma ciência mais próxima das questões
sociais
Os pesquisadores sobre currículos das disciplinas da área de ciências têm
dado ênfase maior à apresentação da ciência em uma linguagem mais próxima do
público leigo, ou seja, de um público que não é especialista na área, em oposição a
uma linguagem hermética e de difícil entendimento para a maioria das pessoas
(MACH, apud MATTHEWS, 1995, p. 169).
Nesse sentido, se deseja apresentar como é produzida a ciência e quais os
seus métodos, com o auxílio da história e da filosofia da ciência, a fim de
desenvolver nos estudantes um pensamento crítico e um melhor embasamento
sobre as questões que afetam a sociedade. Estes precisam saber que a ciência é
feita por seres humanos que têm origens culturais e sociais diversas, que têm
sentimentos, que são passíveis de erros ou acertos e que portanto, não realizam
uma ciência neutra. É importante também que se desenvolva nos estudantes o
pensamento científico para auxiliar a resolução de questões que são colocadas em
seu dia-a-dia.
Daí vem a necessidade da produção científica se aproximar mais ainda da
escola e da sociedade em geral. Os valores gerados pela sociedade capitalista
precisam ser discutidos e os grandes problemas da humanidade se apresentam
para serem contemplados nos currículos de ciências: violência, problemas
ambientais, gravidez na adolescência, consumismo, entre outros.
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Entender os fenômenos da natureza nesta perspectiva e que as ações do ser
humano no planeta, tanto individuais como coletivas, têm conseqüências para a vida
das pessoas e até para o destino da humanidade, é um dos objetivos atuais do
ensino das disciplinas da área de ciências.
Através de metodologias que proporcionem atividades variadas, ou seja, com
uma pluralidade metodológica, sem a necessidade se abandonar algumas práticas
tradicionais como as aulas expositivas, mas oferecendo também atividades em
grupo, experimentais, de divulgação científica, projetos de pesquisa, entre outras, a
fim de possibilitar aos estudantes uma visão mais ampla da ciência, num ambiente
favorável à troca de idéias.
Nesse sentido, Laburú et alii (2003) apresentam como um princípio último de
suas reflexões a respeito de uma educação científica: “quanto mais variado e rico for
o meio intelectual, metodológico ou didático fornecido pelo professor, maiores
condições ele terá de desenvolver uma aprendizagem significativa da maioria de
seus alunos.” (LABURÚ et alii,2003, p. 258).
2.3 Há espaço para práticas de divulgação científica nos planos docentes
Muitas vezes, na elaboração dos planos de trabalho docentes são tomados
como referência os livros didáticos (LD) ou apostilas. Assim, os conteúdos a serem
trabalhados são desenvolvidos como se apresentam nesses materiais. Uma das
consequências dessa forma de se elaborar os planos docentes consiste numa das
maiores preocupações dos professores: “vencer o conteúdo programático”, ou seja,
conseguir que os estudantes tenham uma visão de toda a matéria planejada para o
período do curso (CICILLINI, 1997, p.194). Esse é um grave problema que não será
aprofundado neste artigo, mas que influencia a decisão do professor de utilizar ou
não práticas que muitas vezes demandam mais tempo para a sua realização, como
projetos de pesquisa, experimentações ou leituras diversas, além das apresentadas
nos LD.
Essa forma de se elaborar os planos docentes, além de dificultar trabalhos
interdisciplinares, priorizam metodologias condizentes com um ensino mais
tradicional, baseado na exposição oral dos conteúdos e seguindo muitas vezes uma
rotina de atividades realizadas ao longo do curso de forma mecânica.
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Além disso, o excessivo número de conceitos e de detalhes de um tópico
específico, observados nos livros didáticos das disciplinas da área de ciências, com
a apresentação excessiva de nomes e mecanismos complicados, dificulta que o
aluno tenha a visão do todo, além de reforçar a idéia de que a ciência é para
poucos, ou seja, difícil de ser entendida pela maioria das pessoas.
Essas formas de se apresentar o conhecimento podem contribuir para os
altos índices de evasão e repetência, e pela reclamação dos alunos de que as aulas
das referidas disciplinas são tediosas, fato que pode levar a outro problema escolar ,
a indisciplina.
Segundo ( LEE, 2003, p. 152),
Os estudantes são, em geral, massacrados com uma excessiva quantidade de conteúdos, de tal forma que a memorização de leis e a resolução de exercícios padronizados associam a aprendizagem ao cansativo e monótono esforço da repetição.[...] e a escola caracteriza-se por cultivar uma ciência estática, pronta e acabada, pela qual o professor, em geral, mantém o seu tradicional papel de transmissor de supostas verdades absolutas, e os estudantes frustrantemente parecem dissociar a ciência vista na escola da ciência do cotidiano.”
As Diretrizes Curriculares Estaduais apontam para uma outra forma de se
apresentar a ciência, propondo variados métodos educacionais e práticas
avaliativas, indicando os conteúdos estruturantes e os conteúdos básicos das
diversas disciplinas. Sugerem também uma abordagem desses conteúdos segundo
eixos que são vistos ao longo do ano, auxiliando na superação das práticas
anteriormente citadas de elaboração de planos docentes.
Ao se apresentar uma visão mais global da ciência, próxima do cotidiano das
pessoas, e que está constantemente sendo construída, com a aproximação da
escola a práticas informais (visitas a museus, zoológicos), e o uso de outras formas
de se apresentar a ciência (filmes, documentários, programas televisivos, entre
outros) juntamente com a mídia impressa e eletrônica, aproxima-se o conhecimento
escolar do cotidiano das pessoas, sugerindo um constante “estudar-aprender”, que
não se esgota ao fim do período formal de educação, mas que continua ao longo da
vida. Para que isso aconteça, é necessário que a escola desenvolva nos estudantes
o interesse pela busca constante do saber, em qualquer área do conhecimento
humano, juntamente com autonomia e capacidade crítica, entre outras
potencialidades.
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3. PRÁTICAS COM A UTILIZAÇÃO DE TEXTOS DE DC NA DISCIPLINA DE
CIÊNCIAS4
Alguns textos de divulgação científica foram trabalhados em uma turma de
EJA do período noturno, na disciplina de Ciências, no primeiro semestre do ano de
20095, na ordem em que estão dispostos na tabela abaixo:
Título Revista/Jornal/Livro Conteúdo específico Relação contextual Metodologia
Os perigos dentro
de casa
Ciência Hoje das
Crianças
Substâncias
químicas
Prevenção de
acidentes com
produtos
químicos
Leitura e
comentário
escrito
Eles não sentem
dor
Superinteressante Características
dos seres vivos
Consequências
da “ausência de
dor”, doenças
genéticas
Leitura e
comentário
escrito
Shopping recicla
lixo orgânico
Jornal Gazeta do
Povo
Poluição do
solo
Consumismo e
lixo urbano
Exposição oral
e debate
Lixo, material que
se joga fora?
Química e
Sociedade
Poluição do
solo
Produção,
destino do lixo e
consequências
Leitura coletiva
e debate
Para onde vai o
lixo?
Química e
Sociedade
Poluição do
solo
Produção,
destino do lixo e
consequências
Leitura coletiva
e debate
Lixo Urbano
(recortes de
vários artigos)
Revista Digital
Com-Ciência
Poluição do
solo
Consumismo e
lixo urbano
Leitura e
resolução de
perguntas
4 Os textos e alguns trabalhos produzidos pelos alunos foram colocados em anexo. No caso do texto “Eles não
sentem dor”, foi apresentado em anexo apenas a página inicial. 5 A disciplina de Ciências é desenvolvida através de 1 módulo de 192 horas-aula. A turma tem 6 horas/aula
semanais.
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3.1 Os textos “Perigos dentro de casa” e “Eles não sentem dor”
Os textos foram apresentados aos alunos em sua forma integral, através de
fotocópias ( anexos 2 e 3).
Não foi realizado recorte algum, com exceção das imagens do texto
“Perigos dentro de casa”, e a leitura foi livre. Para avaliar o trabalho, foi solicitado
a cada aluno um comentário escrito sobre cada um dos textos.
O texto “Perigos dentro de casa” foi utilizado após um questionamento feito
pela professora sobre o que os alunos conheciam sobre produtos químicos, alguns
alunos comentaram já ter passado por experiências de acidentes com substâncias
tóxicas. O texto foi apresentado a fim de trazer algumas idéias sobre o assunto,
principalmente quanto à prevenção de acidentes que são muito comuns no ambiente
doméstico, principalmente envolvendo crianças.
Inicialmente foi esclarecido que o texto se dirigia a crianças, mas que poderia
ser utilizado com adultos, já que possuía informações bastante pertinentes. O texto
foi copiado através do endereço eletrônico da revista, sendo retiradas apenas as
imagens, e os alunos receberam fotocópias do mesmo, para que fizessem uma
leitura individual. Depois da leitura, que aconteceu em sala de aula, foram feitas mais
algumas considerações sobre o assunto e foi solicitado como atividade avaliativa
que os alunos trouxessem um comentário escrito sobre o que mais chamou atenção
no texto, inclusive que relatassem experiências pessoais (anexo 5)
O texto “Perigos dentro de casa” apresenta muitas informações sobre como
devem ser acondicionados em nossa casa uma variedade de produtos químicos que
utilizamos no dia a dia, e que se forem inalados ou até mesmo ingeridos por
crianças podem levar a problemas graves. Ao apresentarmos esse tipo de texto
tanto a adultos como para crianças, estaremos mostrando que a Química não está
tão distante dos cidadãos comuns e que conhecimentos sobre essa ciência são
importantes e úteis em nosso dia-a-dia. É um texto que permite a realização de um
trabalho bastante completo, como o que realizou uma professora do GTR:
[...]resolvi no primeiro momento, usar o texto "Os perigos dentro de casa" com minha turma de 6ª série. O texto era longo, introduzi em sala de aula e dei uma cópia a cada aluno para ser lido em casa. Em sala, no próximo horário, usei a tv pendrive com um resumo e algumas fotos que encontrei para ilustrar. Em seguida, [os alunos] produziram no papel textos ou pequenas histórias em quadrinho (deixei a escolha livre). Como resultado, relataram fatos acontecidos com eles ou que ouviram falar o que demonstrou que o tema não era novidade mas mesmo assim percebi que se sentiram atraídos pela discussão.
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O texto “Eles não sentem dor” (anexo 3) foi apresentado após a professora
ter comentado que a dor é um exemplo de sensibilidade existente nos animais. Foi
dado o exemplo da dor de cabeça ou da dor de estômago que podem ocorrer como
um “aviso” de que algo não vai bem em nosso organismo. A professora acrescentou
que muitas vezes as pessoas convivem com dor, algumas se automedicam, um
procedimento que pode vir a esconder doenças graves.
Muitas relações contextuais podem ser feitas com esse tema, e foi escolhido
um texto que apresenta uma doença de origem genética que algumas pessoas
possuem que lhes confere o sintoma de “ausência de dor”.
Foi fornecida uma fotocópia da reportagem a cada um dos alunos e solicitado
uma leitura silenciosa. Muitos não terminaram a leitura em sala. Todos levaram as
fotocópias para casa e foi pedido que apresentassem um posterior comentário sobre
o texto. Oralmente alguns alunos disseram que acharam muito interessante a leitura,
que inclusive haviam mostrado para outras pessoas lerem. (Anexo 4)
3.2 Os textos: “Mercado e shopping reciclam lixo orgânico”, “Lixo, material
que se joga fora” e “Para onde vai o lixo?”
A fim de iniciar o assunto foi apresentado um recorte de notícia veiculada no
jornal “Gazeta do Povo” sob o título: “Mercado e shopping reciclam lixo
orgânico” (anexo 6). A professora mostrou o recorte da reportagem que
apresentava uma imagem do aterro sanitário da Caximba. Foi feita a leitura do título
e sub-títulos da reportagem e foram feitos comentários relativos a alguns dados
numéricos a respeito da quantidade de lixo orgânico que é produzido no Paraná, em
Curitiba e região metropolitana. Foi comentado também o que estava sendo
realizado nos shoppings, que motivou o artigo e também que o aterro da Caximba já
está com sua vida útil vencida. Houve bastante participação dos alunos nesta
exposição. A professora informou que o texto da reportagem ficaria exposto no
mural “Leia Ciência”.
Na aula seguinte foi feita a leitura da introdução do livro “Química e
Sociedade : a ciência, os materiais e o lixo”(anexo 7) da seguinte forma:
professora antes da aula providenciou fotocópias do texto “Lixo, material que se
joga fora?” e de parte do texto “Para onde vai o lixo?”. Foi feita uma numeração
sequencial de trechos referentes a um ou mais parágrafos. Os alunos receberam
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cada um uma fotocópia com a indicação de um número, sendo orientados que
fariam uma leitura em grupo, e que cada um leria em voz alta o trecho
correspondente ao seu número, quando fosse solicitado.
A cada leitura eram feitos comentários, se fosse necessário.
Observou-se que a fluência em leitura era variável, alguns alunos tinham
maior fluência que outros. A professora avisou que não tinha problema se fosse lida
alguma palavra de forma errada, que isso acontece, dizendo também que cada um
lesse sem preocupação pois era interessante esse “treino de leitura oral”. Quando
alguns erros mais importantes aconteciam a professora fazia a correção. O texto
escolhido era de fácil leitura e compreensão a fim de possibilitar um bom
entendimento do conteúdo.
3.3 Lixo urbano:recortes da revista digital Com-Ciência
Dando seqüência ao trabalho anterior, do conteúdo básico poluição do solo,
os alunos receberam um material contendo recortes de textos que abordavam
vários aspectos sobre o “Lixo urbano” para fazerem leituras individuais e
resolução de questões.
A fim de providenciar essa atividade, a professora buscou informações na
internet. Nas buscas relativas ao tema, foi encontrado o site da revista Com Ciência.
A edição número 95, de 10/02/2008 é dedicada totalmente ao tema do lixo. Foi
realizada a leitura dos textos pela professora e foram feitos recortes. Os recortes
foram numerados. Foram formuladas questões relativas a cada recorte.
A proposta desta atividade foi a de que os alunos lessem os trechos e
respondessem às questões propostas. O trabalho foi realizado na biblioteca da
escola. A professora se dirigia individualmente a cada aluno quando solicitada, para
esclarecer alguma dúvida. Foram necessárias 4 horas-aula para a realização deste
trabalho, que foi considerado como uma avaliação (anexo 8).
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4.ELABORAÇÃO DO MURAL DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA “LEIA CIÊNCIA”
4.1 O trabalho de organização do mural
A fim de proporcionar um espaço de divulgação científica à comunidade
escolar, foram montados 2 murais intitulados mural “Leia Ciência”, nas
dependências do CEEBJA Paulo Freire. O primeiro, ao lado da sala ambiente de
Ciências, ensino Fundamental e o segundo,ao lado da sala de atendimento
individual de Ciências, Biologia e Química.
Foto do mural “Leia Ciência” localizado ao lado da sala de Ciências
Este segundo espaço foi escolhido já que além de ficar próximo a uma sala
de atendimento de alunos de 3 disciplinas da área de ciências, ainda ficava próximo
ao local onde todos os funcionários e professores da escola deveriam passar pelo
menos 2 vezes ao dia, isto é, próximo ao local de entrada e saída dos professores e
funcionários da escola, e onde é marcado o ponto.
Fotos do mural “Leia Ciência” ao lado da sala de atendimento individual de Ciências, Química e
Biologia
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A fim de apresentar a proposta, foi disposto no mural um pequeno texto,
dirigido aos possíveis leitores e assinado pela professora responsável pelo trabalho.
Ao longo do ano letivo de 2009 foram colocadas notícias retiradas de jornais
e revistas. Os textos mais utilizados foram retirados dos jornais “Folha de São Paulo”
- que a escola possuía uma assinatura – e também do jornal “Gazeta do Povo” ,
além de recortes de revistas diversas.
Através do mural também foram divulgados os eventos “Ano Internacional da
Astronomia” e “Olimpíada Brasileira de Astronomia” através de cartazetes que a
escola recebeu dos organizadores para divulgação. Também foi feito um convite
escrito dirigido aos alunos da escola a participarem da olimpíada de astronomia:
Além do pequeno texto de apresentação foram colocadas fichas
denominadas “comentário”, no canto direito do mural, indicadas por uma seta.
Foram dispostas de uma forma que os leitores pudessem recolher uma ficha e fazer
seu comentário, para depois entrega-lo à professora responsável. O objetivo de
colocar essas fichas foi o de fomentar a prática de troca de idéias entre os leitores
sobre os assuntos aí apresentados.
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4.2 Resultados da utilização do mural “Leia Ciência” no CEEBJA Paulo Freire
Foi observado que funcionários e professores realizavam leituras, alguns
alunos também o faziam, como também visitantes esporádicos da escola.
No início dos trabalhos houve um maior interesse dos alunos e de algumas
professoras em montar também murais semelhantes próximos às salas de aula de
Biologia, já que alguns de seus alunos se interessaram de trazer notícias ligadas à
sua matéria. Uma aluna, leitora de um jornal em que existe um caderno de Ciência
tomou a iniciativa de colar reportagens que ela achou interessante. Ela foi
incentivada por uma das professoras de Biologia e recebeu a autorização para
apresentar essas notícias para serem coladas no mural.
Alguns alunos, incentivados pela mesma professora, vieram escolher
reportagens para lerem e fazerem seus comentários.
Os alunos da disciplina de Ciências do primeiro semestre, do período noturno,
sob a responsabilidade da professora organizadora do mural foram convidados a
conhecer os dois espaços já que reportagens relativas a assuntos tratados em sala
de aula seriam colocadas no mural. Observou-se ao longo do semestre que,
enquanto aguardavam o horário da aula , alguns alunos faziam leituras.
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4.3 Atividades futuras com a utilização do mural “Leia Ciência”
A fim de dar continuidade e fomentar a utilização desse espaço de DC por
um maior número de professores é necessário um segundo momento de divulgação
da proposta na escola, já que os trabalhos iniciais se realizaram de forma individual.
Toda a montagem, escolha das notícias, renovação e demais encaminhamentos
foram realizados pela professora PDE.
Portanto, num segundo momento será necessário a realização de reuniões
com os professores da área de ciências para discutir a proposta, com uma possível
divisão de tarefas quanto a escolha das notícias, definição do tempo para serem
renovadas, a escolha de assuntos a serem tratados, etc.
A proposta de envolver os demais professores nesta tarefa é um futuro passo
a ser dado, a fim de fomentar a sua utilização, com a idéia inclusive de se associar
este trabalho ao site da escola .
5. PRÁTICAS FACILITADORAS DO USO DE TEXTOS DE DC NA ESCOLA
Com a experiência na realização deste trabalho, sugere-se que as escolas
possuam assinaturas de revistas para facilitar o acesso dessas produções a
professores e alunos, promovendo sua utilização, a fim de que sua prática deixe de
ser somente individual já que a partir desses materiais pode-se promover muitas
atividades e ultrapassar uma visão descontextualizada e neutra da ciência.
Quando um professor quiser apresentar uma reportagem ou algum texto
específico, seria necessário um recurso de fotocopiadora a fim de que o mesmo
possa reproduzir tantas cópias quanto o necessário para o uso em suas aulas.
Quanto a um trabalho já sendo realizado e a possível aquisição de
assinaturas pelas escolas, gostaria de relatar um depoimento de um professor do
GTR:
Estou na tentativa de criar uma textoteca científica. Já há algum tempo venho selecionando textos de jornais, revistas e da web para fazê-lo. Alguns textos estou aplicando atualmente em sala de aula e está dando certo. O único problema é a falta de assinatura de uma revista pela escola que parece longe de acontecer, mas estou perturbando a vida do diretor! Uma funcionária da biblioteca está me ajudando no recorte de jornais assinados pela escola, já estamos com um bom material, falta organizá-los a fim de outros colegas também fazerem uso.
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6.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Realizar estudos e leituras atentas, tanto das Diretrizes Curriculares das
disciplinas da área de ciências, como de inúmeros artigos, dissertações e teses,
encontrados em meio digital, entre outros materiais, possibilitou o embasamento
teórico importante e necessário ao educador que se propõe investigar a sua prática.
O apoio fornecido tanto pelo professor orientador, como pelas trocas de idéias
e experiências com outros professores através do Grupo de Trabalho em Rede
(GTR), sem falar no tempo livre para a realização dos estudos e das importantes
atividades acadêmicas foram primordiais para a concretização desses trabalhos.
A formação continuada através do PDE possibilitou o aprimoramento de
práticas possíveis e necessárias a um educador consciente da importância de seu
trabalho e da necessidade de sua constante atualização, em prol de uma educação
pública de qualidade.
7 .REFERÊNCIAS
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ANEXOS
1. Comentário de aluno sobre leitura do mural
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2. Texto “Perigos dentro de casa” Revista Ciência Hoje das Crianças
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3. Texto “Eles não sentem dor”(página inicial)
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4. Exemplo de comentário de aluno sobre o texto “Eles não sentem dor”
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5. Exemplos de comentários dos alunos sobre o texto “Perigos dentro de casa” Exemplo 1
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Exemplo 2
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6. Reportagem do Jornal “Gazeta do Povo” em 10/04/2009 p. 9 “Mercado e Shopping reciclam lixo orgânico”
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7. Textos: “Lixo, material que se joga fora?” e “Para onde vai o lixo?”
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8. Textos e questões sobre o problema do lixo urbano, com algumas respostas dos alunos
Texto A
Na literatura, encontra-se definição de lixo: “tudo o que não presta e se joga fora. Coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor”. O resíduo é definido: “aquilo que resta de qualquer substância, resto (FERREIRA et al. 1995; BRASIL 2006)”. Essas definições mostram a relatividade da característica inservível do lixo, pois para quem o descarta, pode não ter mais serventia, mas, para outros, pode ser a matéria-prima de um novo produto ou processo. Por isso, há necessidade de se refletir o conceito clássico e desatualizado de lixo.
Fonte: http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=32&id=371
1)Cite uma ou mais utilizações de algum tipo de lixo, que exemplificam a necessidade de se atualizar esse conceito.
Respostas de alguns alunos:
A1: O óleo de fritura vira sabão, pode ser transformado em Biodiesel. Pneus velhos: depois de recolhidos são destinados ao reaproveitamento ou transformados em material energético em
indústrias licenciadas.A2: As garrafas pet pode ser recicladas e utilizadas para fazer até roupas.A3: As cascas das verduras podem ser utilizada para adubo
2) Por quê é impróprio dizer que não existe o “jogar fora”?
Respostas de alguns alunos:
A1: Porque o lixo p/ quem o descarta pode não ter serventia, mas, porém para outros pode ser a matéria prima de um produto ou processo.A3: Nada se joga fora pois tudo tem utilidade podemo dar a outras pessoas a não ser que esteje muito ruim
Texto B
O lixo é fonte de renda direta para mais de meio milhão de brasileiros que atuam como catadores. O catador de lixo, no entanto, trabalha sem ter um emprego e assim é visto como alguém inserido na sociedade, quando, na verdade, ele pertence a uma categoria que está bem longe de gozar dos direitos e até dos tratamentos dispensados aos demais trabalhadores; as idéias negativas relacionadas ao lixo como algo sujo, inútil e digno de descarte são estendidas também aos catadores para os olhos de boa parte da sociedade, o que alimenta os preconceitos. Ao entrevistar catadores de lixo para a pesquisa intitulada “Lixo, trabalho e cidadania”, a socióloga Paula Yone Stroh e a geógrafa Michela de Araújo Santos coletaram o seguinte depoimento de uma catadora: “Quando a gente diz que é catador de lixo, muita gente acha que a gente é sujo... até se a gente pedir um copo d'água, e receber um caneco, quando a gente devolve a pessoa joga no mato. Já aconteceu isso comigo.” Fonte:http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=32&id=378
3)Como você vê a situação dos catadores na sociedade?
Respostas de alguns alunos:
A1: Não é nada fácil esta atividade, porém o meio ambiente agradece a todos, eu particularmente respeito muito a todos os catadores e acho a profissão deles extremamente digna e de suma importância.A2: É uma situação de risco a saúde do catador e é um trabalho que precisa ser respeitado. A3: Na sociedade os catadores são tratados muitas vezes como vagabundo que não querem trabalhar com responssabilidade.
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Texto C
“É o lixo orgânico que polui o solo, contamina cisternas e lençóis freáticos,” diz a pesquisadora. “Como a quantidade de material orgânico é maior nas classes menos favorecidas, o Brasil possui um grande volume desse tipo de lixo sendo descartado sem nenhum tratamento”, denuncia a geóloga. Fonte:http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=32&id=378
4)Relacione o que podemos classificar como lixo orgânico.
Respostas de alguns alunos:
A1: O lixo orgânico: ele polui o solo, contamina cisternas e lençóis freáticos.A2: O lixo orgânico é restos de verduras e comidas e podem ser reaproveitados como adubo orgânico.A3: Resto de alimento, também casca de verdura batata chuchu.
5)Por quê devemos separar o lixo orgânico e como ele pode ser reaproveitado? Respostas de alguns alunos:
A1: O lixo orgânico pode vira adubo.A3: Separando do lixo reciclavel e enterando para se tornar adubo Texto D
Lixões e aterros
Lixão - Local em que os resíduos sólidos urbanos, de todas as origens e naturezas, são simplesmente lançados, sem qualquer tipo ou modalidade de controle sobre os resíduos e/ou sobre seus efluentes.
Aterro controlado – Instalação destinada à disposição de resíduos sólidos urbanos, na qual alguns – ou diversos – tipos e/ou modalidades objetivas de controle sejam periodicamente exercidos, quer sobre o maciço de resíduos, quer sobre seus efluentes. Admite-se, desta forma que, o aterro controlado se caracterize por um estágio intermediário entre o lixão e o aterro sanitário.
Aterro sanitário - Instalação de destinação final dos resíduos sólidos urbanos através de sua adequada disposição no solo, sob controle técnico e operacional permanente, de modo a que nem os resíduos, nem seus efluentes líquidos e gasosos, venham a causar danos à saúde pública e/ou ao meio ambiente.
Definições do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Os aterros sanitários são considerados as instalações mais adequadas para armazenamento do lixo. Entretanto, para garantir que os aterros não provoquem maiores impactos ao ambiente a legislação exige que ele possua: um sistema de drenagem pluvial, para impedir infiltração da água de chuva; um sistema de drenagem de líquidos, para evitar contaminação com chorume (líquido tóxico gerado a partir da degradação do lixo); e um sistema de drenagem de gases, para coleta e aproveitamento do biogás (metano, gás carbônico e água). Além disso, os aterros precisam ser monitorados constantemente. Fonte:http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=32&id=380
6) Qual é o destino dos resíduos sólidos no Brasil, em sua maioria dos municípios?
Respostas de alguns alunos:
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A1: lixão e o aterro sanitário.A2: O Destino dos resíduos sólidos vão na sua maioria parar nos lixões.A3: Em algumas vezes é usado para fazer aterros em rodovias para primeira base, que depois o asfauto.
Texto E
Projeções da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) apontam um crescimento de 18% na produção de telefones celulares em 2008, devendo atingir 78 milhões de unidades. Em 2007, foram produzidos 66 milhões de aparelhos. A popularização dos eletroeletrônicos e a rápida obsolescência dos modelos, cria o mito da necessidade de substituição, que se torna quase obrigatória para os aficionados em tecnologia e para algumas profissões específicas. No entanto, o descarte desenfreado desses produtos tem gerado problemas ambientais sérios, pelo volume, por esses produtos conterem materiais que demoram muito tempo para se decompor – a como o plástico, metal e vidro – e, principalmente, pelos metais pesados que os compõem, altamente prejudiciais à saúde humana. Além disso, faltam regras claras e locais apropriados para a deposição desses equipamentos que, em desuso, vão constituir o chamado lixo eletrônico ou e-lixo.
Fonte:http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=32&id=379
7) O que deve ser feito com esses materiais, você conhece alguma orientação ou legislação sobre esse assunto?
Respostas de alguns alunos:
A1: Os aterros sanitários são considerados as instalações mais adequadas para armazenamento do lixo, no entanto para garantir que os aterros não provoquem maiores impactos ao ambiente a legislação exige que ele possua um sistema de drenagem fluvial.A2: havendo uma classificação desses produtos, muitos podem ser reaproveitados o papel o plástico pode ser reciclado.A3: Tem um exemplo, a empresa ecomicro que faz a reciclagem do lixo eletrônico que são – computadores, celulares televisores e outros equipamento por exemplo esse lixo não sendo reciclado pode causar muitos danos a saúde.
Texto F
O óleo de cozinha também pode passar de poluente a fonte energética. O resíduo, geralmente despejado em pias, ralos e até vasos sanitários, é um grave problema para rios, lagos e mananciais, pois não se dissolve nem se mistura com a água, formando uma camada densa na superfície, que impede as trocas gasosas e a oxigenação. Porém, se coletado, o óleo e outras gorduras de origem animal ou vegetal utilizado no preparo de alimentos, pode ser transformado em biodiesel – uma energia limpa e barata. A técnica já provou dar certo: uma parceria entre a Unicamp e a prefeitura de Indaiatuba (SP) possibilitou a instalação de uma usina capaz de transformar o óleo de cozinha em biodiesel, que já responde pelo abastecimento de toda a frota do Serviço Autônomo de Água e Esgotos da cidade.
Fonte:http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=32&id=377
8) Você já se preocupou com o destino do óleo de cozinha que você não utiliza mais? O que deve ser feito se não for recolhido para reciclagem?
Respostas de alguns alunos:
A1: Sim. Existe um programa cambio verde (w.w.w.curitib.pr.gov.br) podemos deixar nos terminais para serem reutilizados A2: E importante que o óleo de Cozinha seja reciclado.A3: Quando não tinha conhecimento do que poderia causar eu jogava os resto de óleo na pia, agora eu guardo num garrafão de plástico e dou para a vizinha que faz sabão.
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Texto G
As prestativas sacolas dos supermercados, bancas de revistas, locadoras de vídeo, padarias e farmácias, já representam 9,7% de todo o lixo doméstico do país e levam cem anos ou mais para se decompor na natureza. São cerca de 210 mil toneladas anuais, ou mais de um bilhão de sacos plásticos, sendo que cerca de 90% deles viram lixo em até 6 meses após a compra e vão parar nos lixões, entupir as redes urbanas de drenagem, ou o leito dos rios.
Fonte:http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=32&id=381
9) Que procedimentos devemos ter com relação às sacolas plásticas?
Respostas de alguns alunos: A1: Acho que hoje podemos dispensar muitas vezes.A2: As sacolas devem ser usadas para por os lixos não reciclávelA3: Exemplo quando nós irmos ao mercado devemos levar a sacola coisa que ainda não temos o abito.
10) O consumismo ( consumo doentio e desnecessário) é um dos problemas da sociedade atual, fruto de uma sociedade capitalista que constrói uma necessidade através do marketing, interferindo diretamente no problema do lixo. Que atitudes individuais e coletivas devemos ter a fim de reduzirmos o consumismo ?
Respostas de alguns alunos:
A3: Atitude é ir menos ao mercado e compra so o necessario
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