CANDIDATO: Rafael Luiz Morais da Silva
Mestre em Teoria e Pesquisa do Comportamento (UFPA)
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁCENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE TERAPIA OCUPACIONALCONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSOR – EDITAL 89/2012
BELÉM2013
ÁREA DE CONHECIMENTO: TERAPIA OCUPACIONAL APLICADAÁREA DE CONHECIMENTO: TERAPIA OCUPACIONAL APLICADA
Avaliação Funcional em Terapia Ocupacional
Introdução
Importância da Avaliação Funcional para o Terapeuta Ocupacional;
Modificações paradgmáticas na forma de se fazer a Avaliação Funcional;
Objetivo da Aula:
Instrumentalizar téoricamente o discente para identificar as propriedades da avaliação funcional;
SUMÁRIO
O que significa avaliar?Concepções históricas sobre Avaliação Funcional;Conceitos da Avaliação Funcional;Objetivos da Avaliação Funcional;Tipos de Avaliação Funcional;Estrutura de Referência para Avaliação Funcional;Avaliando Desempenho: Estudo de Caso;
O que significa avaliar?
Etimologicamente
FERREIRA (2001): Minidicionário Auréliov.t.d. 1. Determinar a valia ou o valor de. 2. Calcular (2) . [conjug. 1.
avaliar. Avaliador (ô) adj. e sm.; avaliável adj2g.
Na Saúde:
Neistadt (2002, p. 137):“Avaliação é o processo de coleta de informações que os profissionais da
saúde usam para identificar problemas relacionados à saúde dos clientes”.
Avaliação Funcional: Concepções Históricas
CONCEPÇÃO ANTIGA CONCEPÇAO CONTEMPORÂNEA
Unidimensional Multidimensional
Saúde não é mais medida pela presença ou não de doenças, e sim pelo grau de preservação da capacidade funcional (RAMOS, 2003).
CAPACIDADE FUNCIONAL = Novo Paradigma de SaúdeCAPACIDADE FUNCIONAL = Novo Paradigma de Saúde
saúde física
saúde física
saúde mentalsaúde
mental
Independ. da vida diária
Independ. da vida diária
Integração Social
Integração Social
Suporte familiar
Suporte familiar
Independ. econômicaIndepend. econômica
VISÃO CONTEMPORÂNEA DA AVALIAÇÃO FUNCIONAL
Dimensões da Capacidade Funcional
(CASSIANO, 2008).
Avaliação Funcional: Conceitos
“Avaliar não significa apenas saber se o paciente tem problemas ou incapacidades,déficits motores, cognitivos ou sensoriais, significa analisar o processo de realização de atividades significativas em contextos de desempenho e as condições ambientais nas quais o paciente vive”
MELLO, et al. (2007):
“É o processo de coleta e organização sistemática dos dados sobre o desempenho ocupacional do cliente”
Willard; Spackmann (2011):
“É o processo de obter e interpretar os dados necessários para a intervenção. Inclui o planejamento e a documentação do processo de avaliação e dos resultados”.
Early e Pedretti (2004):
Avaliação Funcional: Objetivos
Coletar dados;
Necessidade de Verificar o resultado da ação terapêutica;
Medir Progressos;
Acompanhar e Aperfeiçoar a intervenção;
Melhorar o planejamento;
(ROCHA; BRUNELLO, 2007)
Avaliação Funcional: Tipos (ROCHA; BRUNELLO, 2007)
Medidas Padronizadas Medidas Não-Padronizadas
Instrumentos Informais
EntrevistasHistória de Vida
Observação
Instrumentos Formais
TestesEscalas de Avaliação
Análise Objetiva/Psicométrica Análise Subjetiva
(AOTA, 2008)
Avaliação Funcional: Estrutura de Referência
Coletar, identificar, organizar e sintetizar as informações sobre o desempenho ocupacional do cliente, definindo os problemas/objetivos que
serão abordados no tratamento terapêutico ocupacional.
Coletar, identificar, organizar e sintetizar as informações sobre o desempenho ocupacional do cliente, definindo os problemas/objetivos que
serão abordados no tratamento terapêutico ocupacional.
AVALIAÇÃO
INTERVENÇÃOO tratamento é iniciado através de ações, métodos e técnicas terapêuticas ocupacionais, objetivando atingir os objetivos definidos na etapa anterior.
O tratamento é iniciado através de ações, métodos e técnicas terapêuticas ocupacionais, objetivando atingir os objetivos definidos na etapa anterior.
RESULTADOS
RE
AV
AL
IAÇ
ÕE
S
Adaptação Willard e Spackman (2011)
Comparar os dados da avaliação inicial e reavaliações para determinar se os resultados foram obtidos e estabelecer as ações subsequentes.
Avaliação Funcional no Processo Terapêutico
Contextos do desempenho
Contextos do desempenho
Componentes do desempenho
Componentes do desempenho
Áreas do desempenho
Áreas do desempenho
Adaptação AOTA (2008)
Desempenho ocupacionalDesempenho ocupacional
AVALIAÇÃOAVALIAÇÃO
FísicoSocial
sociocultural
FísicoSocial
sociocultural
MotorCognitivoSensorial
PerceptualIntegrativo
MotorCognitivoSensorial
PerceptualIntegrativo
AVDAIVDLazer
BrincarTrabalhoDescanso
AVDAIVDLazer
BrincarTrabalhoDescanso
Componentes de Desempenho
Unidades pequenas e mensuráveis em uma cadeia de ações que são observadas à medida que uma pessoa desempenha tarefas significativas.
(AOTA, 2008)
http://biomec.paginas.ufsc.br http://www.clinicadeckers.com.brhttp://ceah-uepb.blogspot.com.br
ForçaMovimentação
AtivaPostura
Habilidades de DesempenhoComponentes sensório-motores:
Consciência, processamentos sensorial e perceptual;
Componentes Músculo-esqueléticos:
Força, tônus muscular, controle e alinhamento postural e controle motor, entre outros.
Componentes Cognitivos
Memória, identificação, associação, generalização, etc.
Componentes Psicossociais
Componentes de Desempenho
(MELLO, et al., 2007)
Avaliação dos Componentes do desempenho
COMPONENTES OBJETIVO INSTRUMENTO
Amplitude de Movimento Articular
(ADM)
Goniômetro utilizado para identificar a
integridade, extensibilidade e capacidade de movimento
das articulações;
Força muscular Usa-se principalmente dinamômetro e
resistência manual para classificar os diferentes
níveis de força;
Edema uso do volúmetro para documentar alterações da massa de um determinado
segmento corporal;
Avaliação dos Componentes do desempenho
COMPONENTES OBJETIVO INSTRUMENTO
Sensibilidade
uso de monofilamentos, discriminador de dois pontos
para mensurar a habilidade de sentir ou perceber um estimulo em determinar área do corpo,
além da identificação de objetos através da
estereognosia
Propriocepção
Os segmentos corporais são mudados de posição,
objetivando que o paciente identifique, sem o auxilio visual,
a posição dos segmentos avaliados no espaço.
Cinestesia
Percepção do sentido de movimentação articular por
meio da movimentação passiva de diversas articulações.
Avaliando Áreas de Desempenho
As várias atividades que o indivíduo realiza ao longo de sua vida. São consideradas áreas da ocupação do domínio da prática da Terapia Ocupacional.
(MELO; MANCINI, 2007)
Participação Social
Lazer Brincar
Trabalho
Educação Descanso e Sono
Atividades Instrumentais de Vida Diária
Atividades de Vida Diária
(AOTA, 2008)
Áreas de Desempenho
MEDIDAS PADRONIZADAS
Atividades produtivas e de TrabalhoMedida de Desempenho Ocupacional Canadense (COPM)
Atividades de Vida Diária: Medida de Independência Funcional (MIF)Inventário de Avaliação Pediátrico de Incapacidade (PEDI)Índice de Katz
Educação
Avaliação da Função Escolar (SFA)
Recreação e Lazer
Histórico Lúdico
Inventário para Avaliação do Lazer do Adulto
Ambiente/
Contextos
FísicoPessoalCulturalTemporalVirtualSocial
Contextos de Desempenho
Contexto: Refere-se a uma variedade de condições inter-relacionadas que estão ao alcance do cliente e o cercam.
Ambiente: Refere-se aos ambientes físicos externos e sociais que circundam no qual suas ocupações ocorrem
Avaliação de Contextos de Desempenho
As avaliações que enfocam o aspecto contexto são instrumento não-estardardizados como entrevista, inspeção, observação ou checklist, que permitem uma particularização das características do cliente.
(CAVALCANTI; GALVÃO, 2007)
Devido a não existência de protocolos validados no Brasil, outros instrumentos utilizados para outros fins suprem, em parte, esta função.
Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) (LAW, et. al, 1994)
Histórico Lúdico de Takata (1969, 1974)
(CAVALCANTI; GALVÃO, 2007)
Avaliando o Desempenho
Análise de Caso
Jasmine (nome fictício), 45 anos, psicóloga, casada, possui dois filhos, 3 e 12 anos, trabalha em uma clínica próximo de casa. Gosta de cozinhar. Primeira vez que realiza terapia ocupacional, apresenta tetraparesia decorrente da Síndrome de Guillain Barré diagnosticado há 6 meses.
Perfil Ocupacional
Análise de Desempenho OcupacionalAlimenta-se sozinha, entretanto solicita ajuda para cortar alimentos sólidos, como carne. Realiza higiene pessoal de forma independente, como escovar os dentes e tomar banho. Apresenta dificuldade na mobilidade dentro e fora de casa. Faz uso de andador. Relata ter dificuldade para brincar com os fillhos e para brincar, hábitos prazerosos para ela. No vestuário é observado dificuldade no desempenho, tanto para tirar como para colocar as roupas;
Déficit de sensibilidade exteroceptiva, testado por monofilamentos;
Diminuição de Força Muscular em MMSS eMMII;
Alteração Esteroceptiva;
Equilíbrio Dinâmico e Estático Estável;
Componentes de Desempenho
Áreas de desempenho Afetadas
Atividade de Vida Diária: dificuldade no vestir-se e mobilidade funcional;
Atividade Instrumental de Vida Diária: cortar os alimentos;
Análise de Caso
Social: sai pouco de casa devido as limitações;
Físico: espaços restritos de acessibilidade
Ambientes/Contextos de Desempenho
Padrões de Desempenho
Hábitos: não carrega seu filho, nem consegue mais cozinha.
Papéis: materno prejudicado por não cuidar do filho mais novo;
Análise de Caso
Atividade
Joana é uma bibliotecária de 55 anos, com emprego integral no Serviço de Biblioteca de sua cidade. Recentemente começou a sentir desconforto e dor na área da virilha e na parte anterior da coxa, que tornava-se mais aguda conforme subia as escada. Em exame radiológico, o médico ortopedista detectou modificações osteoartríticas em ambas as articulações do quadril. Com esse diagnóstico, Joana ficou impossibilitada de cuidar de seu neto e de cuidar do seu jardim. Uma vez que seu médico percebeu seus problemas em potencial, indicou-lhe o terapeuta ocupacional de uma unidade de referência para tratamento do caso .
Atividade
Pergunta-se:
Quais as informações sobre o perfil ocupacional?
Como é o desempenho ocupacional de Joana no Trabalho?
Que possíveis componentes podem afetar seu desempenho?
Qual(is) as área(s) de ocupação comprometidas?
Como e quais são os contextos de Joana?
Houve alteração nos padrões de desempenho?
Leitura Complementar
Leitura Inserida na plataforma de Educação à Distância
http://www.terapiaocupacionalaplicada.blogspot.com.br/
Resumo dos principais conceitos;
O desempenho funcional depende da interação dinâmica entre os aspectos individuais, os fatores sociais, emocionais e ambientais, e que sua avaliação clinica de forma alguma de estar restrita á análise de componentes.
Considerações Finais
AOTA. Occupational Therapy Practice. Framework: Domain & Process. 2nd. The American Journal Occupacional Therapy. Nov/Dec 2008, volume 63, n.6. 625-683.
BRUNELLO, M. I.; ROCHA, E. Avaliação Qualitativa em Terapia Ocupacional: Princípios, Métodos e Técnicas de Coleta de dados. In: CAVALCANTI, A.; GALVÃO, Cláudia. Terapia Ocupacional Fundamentação e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007, p. 44-48.
CASSIANO, J. G. A contribuição da terapia ocupacional para a manutenção da capacidade funcional do idoso. DRUMMONT, Adriana de França; REZENDE, Márcia Bastos (Orgs.). Intervenções da Terapia Ocupacional. Belo Horizonte: UFMG, 2008.
EARLY, M.B; PEDRETTI, L. W. Terapia Ocupacional: capacidades práticas para disfunções físicas. São Paulo. Editora Roca, 2004.
MELLO, M. P. F.; MANCINI, M. C. Métodos e Técnicas de Avaliação nas Áreas de Desempenho Ocupacional. In: CAVALCANTI, A.; GALVÃO, Cláudia. Terapia Ocupacional Fundamentação e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007, p.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. São Paulo: Edusp, 2005. 325 p
ROGERS, J. C.; HOLM, M. B. O processo da terapia ocupacional. CREPEAU, E. B.; COHN, E. S.; SCHELL, B. A. Willard e Spackman: Terapia Ocupacional. 10ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
LAW, et al. Medida Canadense de Desempenho Ocupacional. Associação Canadense de Terapia Ocupacional. 1994. 2º ed.
Referências Bibliográficas
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