Projeto Político da V Semana pela Democratização da Comunicação e III Semana de Psicologia
Mídia e subjetividade: de que ângulo você vê?
Setembro de 2010
Introdução
A V Semana pela Democratização da Comunicação e a III Semana de Psicologia
representam a consolidação de um plano de lutas de dois coletivos estudantis de forte
atuação na Universidade Federal da Paraíba.
Nascido em 2008, o Coletivo COMjunto de Comunicadores Sociais carrega na sua
história uma porção de realizações e nos braços as bandeiras pela Democratização da
Comunicação, do Combate às Opressões e pela Qualidade de Formação do Comunicador. Ao
lado da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social, a Enecos, o Coletivo
COMjunto acredita que a Comunicação reflete a ordem social vigente. Dessa forma, luta pela
Democratização da Comunicação de modo consciente da necessidade de discutir e criar
outro modelo de sociedade.
O Canto Geral de estudantes de Psicologia, por sua vez, é mais recente enquanto
coletivo. Porém, faz parte de uma narrativa marcada pelo canto geral e pela dança das
mentes dos estudantes de Psicologia em uma caminhada longa trilhada no Centro
Acadêmico do Curso. Agora, seguindo um novo modelo de organização, o Canto Geral sente
a necessidade de continuar construindo um espaço importante para discutir a produção dos
sujeitos e a produção da loucura, que seja capaz de apontar novas possibilidades de atuação
na Psicologia.
As semanas tornaram-se uma, partir do momento que o aprofundamento das
discussões e a caminhada encontraram um lugar comum. Quando percebemos, para além
da convergência de pautas estudantis, quão intrigante seria aproximar de vez os estudos e a
militância sobre a estreita relação entre a Mídia e a Subjetividade. Trilhar juntos espaços
fundamentais no nosso calendário de atuação é contribuir para romper as distâncias entre
dois campos do conhecimento tão congruentes. É refletir sobre a abscissa que separa, na
UFPB, os cursos de Comunicação Social e de Psicologia, e que, agora, pretende se tornar real
com a separação aparentemente administrativa do Centro de Ciências Humanas, Letras e
Artes.
Pretendemos aglutinar estudantes, professores, servidores, profissionais,
movimentos sociais, e toda a sociedade em torno da envolvente discussão sobre a Mídia e
sua produção de Subjetividades. Propomos diversos ângulos de análise e sugerimos a
reflexão: De que ângulo você se vê?
Fundamentação Teórica
Em Videologias (2004), o jornalista Eugênio Bucci e a psicanalista Maria Rita Kehl
tomam de empréstimo o conceito de sociedade do espetáculo problematizado por Marilena
Chauí ao pontuar que vivemos para além de uma sociedade de consumo ou de massa,
somos atravessados por uma subjetividade imagética, isto é, por aquilo que passa na TV.
Criamos, como coloca a psicanalista Suely Rolnik em Pensamento, corpo e devir: uma
perspectiva ético/estético/política no trabalho acadêmico (1993), subjetivações através de
paradigmas éticos, políticos e estéticos que determinam nossos modos de estar no mundo e
o que irá nos marcar enquanto sujeitos. A televisão se torna o mundo, ela detém a verdade
sobre as coisas, as palavras que produzem coisas como coloca Foucault (2007) e validam um
tipo universal de subjetividade humana fixada em modelos identitários: é preciso ser igual a
um Outro. Isso gera a contradição capitalista, a visão de um mundo cristalizado e
neutralizado em representantes-coisas e aqueles que escapam a essa lógica de captura
imagética são os desgarrados, os marginais.
O poder que atravessa tudo isso não vêm dos agentes que determinam o que vai ser
transmitido ou posto nos meios de comunicação de massa, mas de mecanismos que
determinam sua reprodução, o próprio capital. A sociedade capitalista cria imperativos
sociais e morais que validam a existência de objetos mágicos de satisfação imediata e sem
rodeios: Goze, e goze já, agora! Nesse sentido, Freud se aproxima de Marx quando articula a
idéia de fetichismo do modo de produção do capital: as mercadorias como fetiches que
parecem ter vida própria, mas o interessante é que elas não têm! Isso faz essa sociedade ser
extremamente perversa ao colocar as pessoas como peças diante do sadismo do
capitalismo: as pessoas coisificam-se, são mercadorias que produzem mercadorias. Tal
relação sado-masoquista faz da TV não só algo que institui fetiches, mas como algo que
oculta a si mesma como meio de transmissão.
Tal fato coloca o sujeito humano diante de uma falta de referência espacial como
destaca Ferraz (2004), na qual China, São Paulo e Europa, por exemplo, parecem próximos,
embora sejam identicamente distantes. Assim, caminhamos para a substituição de um
mundo real por um mundo virtual. Nas telenovelas, o tempo da narração é lento, dando a
ilusão de que cada capítulo seja um dia de nossas vidas; as personagens, seus hábitos,
linguagem, casas, etc, passam a impressão de uma aproximação com o real para que a
distância entre o espectador e a novela seja a mínima. Embutido nisso, estão as marcas dos
produtos e os modos de vida e de pensar que se divulgam na novela.
“Assim, a novela passa por relato do real, enquanto o noticiário (que perdeu as referências temporais e espaciais) torna-se irreal. A prova disso são telespectadores que se comovem em demasia com a morte de uma personagem, enquanto um desastre real em algum lugar do mundo (seja na Rússia ou na Vila Pureza) passa por ouvintes inertes e insensíveis ao fato.” (FERRAZ, 2004).
Um efeito desta realidade é o fato das novelas, por exemplo, emocionarem o país
como se fossem problemas reais que afetam a todos. Além disso, acrescenta Ferraz (2004), a
mídia divide a programação em blocos de sete a onze minutos, separados por intervalos
comerciais, condicionando o espectador a concentrar sua atenção durante os sete ou onze
minutos e a desconcentrá-la durante a pausa publicitária. Assim, ela vai infantilizando seu
público, pois uma atitude declaradamente infantil é não suportar a distância temporal entre
seu desejo e a satisfação deste: uma criança chora muito exatamente porque é intolerável
para ela a espera de realizar seus desejos. A mídia vem com promessas de gratificação
instantânea, criando desejos ao passo que oferece seus produtos (através da publicidade e
da propaganda) para satisfazê-los. Se um canal ou uma estação de rádio não atraem, troca-
se de canal e novamente se tem desejos e produtos para satisfazê-los. Também a
programação se volta a modelos já consagrados, ao que já sabe-se e gosta-se. A mídia
satisfaz nossos desejos mais primitivos, por não exigir atenção, concentração, crítica ou
reflexão. Como pontua Ferraz (2004), a mídia satisfaz por nada cobrar, a não ser que
permaneçamos sempre adotando posturas infantis.
É nesse sentido que Bucci & Kehl (2004) discutem a concorrência pela imagem, onde
nos construindo através de mitos olhados, ou seja, pura videologia. Segundo os mesmos, as
mitologias se condensam em palavras, sacralizam certas mensagens que, ao mesmo tempo,
produzem uma imobilidade como problema e paradoxalmente também como solução.
Problema porque a palavra que não se move morre, e solução porque funciona como
anestésico que conforta o humano confinado na prisão da linguagem.
Uns crêem que a TV dá ordens de conduta para a platéia, mas não é bem isso como
discute Bucci & Kehl (2004). A TV precipita o mito que já está lá na fala roubada; a TV só
influencia porque é o elo que industrializa a confecção do mito e o recoloca na comunidade
falante. A TV não manda ninguém fazer o que faz, antes autoriza que seja feito o que já é
feito, que seja reproduzida uma determinada lógica, em outras palavras, a lógica do
capitalismo. Os indivíduos se tornam sujeitos inconscientes do capital, a fala do Outro e o
desejo do Outro são cada vez mais a fala e o desejo do capital agindo como forças
inconscientes. Constrói-se assim uma indústria cultural do entretenimento, onde divertir-se
se coloca como estar de acordo com esse modo de produção de vida social
instrumentalizada.
Coimbra (2001) pontua algumas produções de modos de pertencer a esta realidade,
ou seja, subjetivações advindas de vários atravessamentos, sendo alguns deles, a imprensa
escrita e os meios de comunicação de massa. Os mass media não apenas produzem o real,
mas nos indica com que prioridade ou urgência devemos considerar esse real, o que
devemos ignorar, a que devemos estar atentos, sobre o que é necessário ter opinião e
discutir, quais o assuntos importantes para as nossas vidas.
Apesar de todo brilhantismo causado pelos atuais avanços da tecnologia
difundidos nos meios de comunicação, nunca antes pareceu ser tão necessário reaver nos
centros de discussões sociais, conceitos e perspectivas quase abolidas por estudiosos sociais
e comunicadores, quais sejam: o de “Indústria Cultural” proposto por Theodor Adorno e Max
Horkheimer, passando pelas concepções de “Sociedade do Espetáculo” anunciado pelo
pesquisador Guy Debord.
Certamente, ambos os conceitos sofreram, transcorridos os anos, releituras e
contestações em especial por autores pós-modernistas. Porém, como sugerem os estudiosos
acima citados, o que atravessou esse extraordinário avanço tecnológico foi um profundo
desraizamento comunal acompanhado por uma produção em escala industrial de imagens
reproduzindo a vida societária. Nesse sentido, o que essa conjuntura revela é um estado
aparente de libertação do indivíduo encarnado nessa euforia tecnológica, e no entanto o
que ela acoberta é o aprisionamento daquele no “espelho espetacular da vida” mediada por
imagens, como traduz a psicanalítica, Maria Rita Kehl (2005).
A autora mostra que ao transcorrerem sobre relações sociais, Adorno,
Horkheimer e Debord, sintetizam o modo de ser da sociedade contemporânea. Para ela, os
autores evidenciam que os indivíduos desgarrados da vivência em comunidade, perdem
muito das suas referencias simbólicas se tornando mais suscetíveis ao apelo das imagens
que se oferecem como representação de vida a ser seguida.
Com a fragilidade das associações entre os indivíduos, no que Maria Rita Kehl
(2005) denominou de desamparo, mulheres e homens são afastados cada vez mais da
possibilidade de compreender sua própria existência e seus próprios desejos, ou seja, são
distanciados da subjetividade.
Para o sociólogo, Zygmunt Bauman (2003), o processo em que se estabeleceu a
desintegração das comunidades ocorreu sob os aspectos de uma sociedade que já no século
XIX vivenciou um forte processo de desordenamento das áreas rurais em função do
surgimento das revoluções industriais, estabelecendo, portanto, o esvaziamento dos laços
familiares das classes trabalhadoras.
Já nessa etapa da vida social, como afirma Bauman (2003), foi declarada guerra
às comunidades locais que passaram a representar um perigo para ordem capitalista que se
encontrava em processo de consolidação. Nesse contexto, os trabalhadores teriam que
seguir as rotinas artificiais e exaustivas das fábricas se distanciando ainda mais das
realidades comunais.
No início do século XX a estratégia capitalista passou a recriar o sentimento de
comunidade nas próprias fábricas. A idéia era estabelecer a confiança do trabalhador nos
patrões como medida de aprisioná-los na competição imposta entre os trabalhadores. Essa
habilidade de assegurar a ordem estabelecida era facilitada pela insegurança social com qual
os indivíduos estavam sendo obrigados a conviver. A incerteza na condição social, na
sobrevivência e a descrença nos governantes representavam condicionantes para que as
relações sociais e de trabalho se tornassem vulneráveis (BAUMAN, 2003).
Foi nesse ritmo que os indivíduos passaram a lutar cada vez mais sozinhos por
suas vidas, sendo o ambiente de trabalho e pessoal um campo do “cada um por si”. Nessa
perspectiva, como avalia Maria Rita Kehl (2005), pertencer a uma massa indiferenciada
passou a representar a maneira em que os indivíduos encontraram de preencher o vazio da
vida, no que ela identifica como sendo “as paixões de segurança” termo elaborado por
Jacques Lacan.
Assim, foi junto com o aprofundamento dessa conjuntura social que o século XX
conheceu o aperfeiçoamento da indústria em escala mundial trazendo a mercadoria e o
consumo para o centro das relações sociais. No entanto, o ápice da interferência do
consumo na vida social se consolidou por meio das mercadorias culturais, objeto de estudo
de Adorno e Horkheimer. A partir da televisão, que se encontrava em sua fase mais inicial,
os autores estudaram a inserção dos produtos da indústria cultural no cotidiano dos
indivíduos e os efeitos sobre sua subjetividade.
Vinte anos depois das pesquisas sobre a indústria cultural serem lançadas por
Adorno e Horkheimer, e com o aprimoramento das técnicas nos meios de comunicação,
Debord passa a denominar essa avalanche mercadológica de “espetáculo”. Na concepção do
autor, se entende por espetáculo o conjunto das relações sociais que passaram a ser
mediadas pelas imagens. O que Debord revelava com tal afirmação era que os indivíduos
não mais consumiam apenas os produtos que lhes eram ofertados pelas propagandas dos
veículos de comunicação, mas as imagens desses produtos (KEHL, 2005).
São as imagens que oferecem aos indivíduos desgarrados do seu semelhante e da
coletividade, a identificação com suas vidas empobrecidas. Não por acaso os Realtiy Shows
causam tanto sucesso entre o público. Este busca encontrar nesses programas um mínimo
de subjetividade alheia entre os participantes em substituição à sua própria. Foram essas as
circunstâncias capazes de inferir ao espetáculo social, orientado por imagens, a autoridade
de desacostumar o indivíduo, nas palavras de Maria Rita Kehl (2005), à própria
subjetividade.
Com base nesses aspectos são fornecidos subsídios para que seja compreendida
a atualidade das concepções de “Indústria Cultural” e de “Sociedade do Espetáculo” na
realidade contemporânea. Nunca foi tão presente o imperativo da imagem no cotidiano e o
empobrecimento das relações que poderiam ser efetuadas entre os indivíduos (KEHL, 2005).
São por esses termos que Maria Rita Kehl (2005) associa o culto à imagem dos
outros ao achatamento da subjetividade do indivíduo. Para a autora, a grande visibilidade de
personalidades, destacados e glorificados pelos veículos de comunicação representam para
o humano comum a dimensão da sua humanidade já desconhecida por ele. Os ídolos
populares vendem sua própria imagem normalmente associada a algum produto do
mercado de consumo para que a peça publicitária responsável pela venda de tal produto e
imagem do “popstar”, apele ao desejo inconsciente do público.
Nesse sentido, é fácil perceber que a publicidade é um dos principais gestores do
espetáculo. Ela se dirige ao desejo e responde a ele com mercadorias. Mesmo que não seja
consumido nenhum objeto à venda pela publicidade, consome-se a imagem. Consome a
identificação com o “bem” que o produto supostamente proporciona (KEHL, 2005).
A publicidade trabalha diretamente com as fantasias humanas. Como o
inconsciente funciona sob a regra da realização do desejo, a imagem da publicidade deve
recorrer a esse desejo e lhe oferecer a satisfação. A estrutura discursiva com a qual este
recurso da comunicação trabalha deve provocar e manipular não só os desejos, mas
também as ações humanas. É dessa forma que o exercício da atividade publicitária se
aproxima com o conhecimento dos profissionais em psicologia. Os publicitários relacionam
essas duas atividades e crêem que o anúncio atinge a psique do indivíduo, ou como eles
utilizam; mexem com “a cabeça das pessoas” (COELHO et al, 2006).
Não por acaso um dos tipos de propaganda divulgado com muita freqüência pela
publicidade é aquela que busca alcançar o emocional das pessoas. É construído o argumento
na intenção de vender, muito mais que os produtos em si, estilos de vida, sensações e visões
de mundo. A publicidade por meio de técnicas de persuasão chega a estabelecer padrões
estéticos a serem seguidos e distribui ideal de felicidade que pode ser adquirido no mercado
de consumo (COELHO et al, 2006).
É dessa forma que o discurso da publicidade se torna hegemônico, pois é com ele
que se tenta criar a concepção de ser e de estar do humano no mundo estabelecendo um
modo único de vida social. Por esse caminho, como verifica Coelho (2006), a publicidade
acaba gerando o afastamento do homem com o homem, o aproximando cada vez mais das
mercadorias, que se tornam, estas, “humanizadas”.
No entanto, não é apenas na atividade publicitária que é possível visualizar o
processo de espetacularização da vida social. A mídia, com todo seu potencial na construção
de sentido, carrega espetáculo desde a produção de peças publicitárias ao noticiário diário.
A informação se tornou mais uma mercadoria que precisa ser vendida. Para tanto, o
processo de produção jornalística foi ganhando um caráter de entretenimento com altas
doses de sensacionalismo. Esse comportamento da notícia só ressalta o quanto é tênue a
linha que divide publicidade de jornalismo.
O discurso jornalístico se vale cada vez mais de recursos próprios do exercício da
publicidade. É dada demasiada importância ao uso de chavões e slogans nas manchetes das
reportagens como forma de atrair e manipular a consciência e o inconsciente do público.
Dentro desse quadro verifica-se ainda não apenas a queda das fronteiras que
separam jornalismo e publicidade, mas principalmente a degradação cultural e social dos
conteúdos das matérias produzidas. Os programas de Tv e as informações divulgadas na
grande mídia ressaltam o grotesco associado ao popular. O que pode ser visualizado, dessa
forma, na programação popular elaborada pela grande mídia é o esvaziamento de outras
possibilidades de sentido que não sejam o da mercadoria, assim, ela impede a apropriação
do discurso pelo popular, ou seja, ela cria espaço para a expressão de uma demanda social
ainda sem voz (COELHO et al, 2006).
As constatações que surgem dessa forma são quanto ao crescimento da
banalização da vida estendido nas mais diversas variantes como: no crescimento da
violência, no surgimento de amizades à base de interesses, na naturalização com que as
pessoas expõem suas vidas pessoais, a mercantilização das bases públicas sociais como a
saúde e a educação, dentre outros sintomas.
É aprendendo a ler e a criticar a mídia que se torna possível resistir à
manipulação e ao processo de espetacularização imposto. É dessa forma também que os
indivíduos se tornam livres de fortalecer laços entre os semelhantes e com as comunidades
ao qual pertencem.
Objetivos
Objetivo Geral
Aprofundar as discussões sobre a mídia e a psicologia, buscando aglutinar estudantes de Comunicação Social e Psicologia nas lutas pela Democratização da Comunicação e no Combate às opressões promovidas pela mídia.
Objetivos específicos
• Contribuir para a formação dos estudantes de psicologia e de comunicação, considerando outros espaços, além da sala de aula, como sendo de extrema importância para essa formação;
• Ampliar o debate sobre a mídia e sua atuação na construção de subjetividades; • Mobilizar os estudantes em torno da bandeira de luta pela Democratização da
Comunicação; • Lutar contra a criminalização dos movimentos sociais, da pobreza e da juventude e
combater os diversos tipos de opressões existentes na sociedade brasileira e, principalmente, paraibana;
• Promover e investir na mentalidade social que cobre excelência na produção de bens midiáticos e que reconheça a Comunicação como um direito humano;
• Problematizar os caminhos já instituídos na Psicologia e da Comunicação no campo da Mídia e produção de subjetividades;
• Apontar caminhos possíveis, contra-hegemônicos, para a construção de uma Psicologia e uma Comunicação comprometidas com as questões do povo.
Metodologia
A semana de Psicologia e pela Democratização da Comunicação será realizada no
período de 25 a 29 de outubro nos turnos manhã, tarde e noite e contará com as seguintes
atividades:
1. Mesas-redonda
As mesas-redonda visam proporcionar um espaço de conhecimento e
aprofundamento teórico acerca de alguma temática, possibilitando a reflexão e
confrontação entre as vertentes sobre o tema em questão. Inicia-se com a apresentação de
pontos de vistas fundamentados sobre um tema específico e segue com uma sessão de
perguntas e debates, buscando possibilitar trocas entre os palestrantes e o público
participante. Na semana de Psicologia e pela Democratização da Comunicação, teremos três
mesas-redondas, cada uma apresentando um assunto diferente ligado ao tema Mídia e
Subjetividade. O espaço também contará com um mediador que tem como objetivo
provocar o debate entre os palestrantes por meio de questionamentos. O tempo máximo de
cada mesa-redonda é de três horas, organizados da seguinte maneira:
Bloco 1 – Os palestrantes (no máximo três) farão a explanação sobre o assunto. Tempo
mínimo de cada palestrante – 20 minutos. Tempo máximo – 40 minutos.
Bloco 2 - Será aberto espaço para perguntas e posicionamentos da plenária, divididos em
blocos (3 a 5 perguntas por bloco). Após este momento, os palestrantes responderão aos
questionamentos.
Bloco 3 - Para finalizar será aberto espaço para a plenária colocar os posicionamentos e as
conclusões, em seguida os facilitadores concluirão o espaço, colocando suas impressões em
relação ao tema.
2. Mini-cursos
Os mini-cursos acontecerão nos dias 26 e 27 de outubro no período da noite. Este
espaço te como objetivo o aprofundamento teórico e prático sobre algum assunto,
especialmente os que não são vistos na academia, seja no curso de comunicação social ou
no de psicologia, relacionado com a temática da Semana. Por isso, este espaço durará dois
dias, cada um com três horas de atividades, possibilitando um maior tempo para a leitura de
textos, discussão de vídeos e/ou outro dispositivo a ser usado e para que o estudante possa
compreender melhor o tema proposto.
3. Rodas de Diálogo / Grupos de Discussão e Vivência
As rodas de diálogo/GDV são espaços que visam proporcionar a discussão coletiva e,
se possível, vivências sobre alguma temática, possibilitando a compreensão sobre novos
conhecimentos e vivências sobre um determinado tema. Cada roda de diálogo/GDV terá um
facilitador (ou mais de um) e este apenas iniciará a discussão sobre o tema e conduzirá o
debate. Este espaço terá a duração de três horas e o objetivo é a produção coletiva.
4. Espaços auto-gestionados
Espaços auto-gestionados terão por objetivo correlações de outras áreas do saber
com as perspectivas do curso de psicologia e comunicação. Possibilitando um conhecimento
transversal que se comunique com a temática proposta pela Semana e com a realidade
vivida no mundo. Este espaço terá a duração de três horas e o objetivo é ampliar a discussão
sobre a temática para outras áreas do conhecimento.
5. Ato público
Trata-se de uma intervenção que será realizada nas ruas e praças públicas da cidade
de João pessoa na quinta-feira do dia 28 de outubro. Este espaço visa reunir os estudantes,
movimentos sociais e entidades que defendam uma comunicação democrática e novas
possibilidades de pensamento sobre as diversas questões eminentes da nossa realidade. O
ato será norteado através dos espaços que serão criados, como mini-cursos e rodas de
diálogos.
6. CINEPSI
CinePsi tem o objetivo de levantar questionamentos e reflexões sobre assuntos que
permeiam tanto o campo da Psicologia como o do cinema, buscando a relação/diálogo que a
arte cinematográfica pode travar com a realidade vivida no mundo. É um espaço audiovisual
que visa à exibição de filmes, e ao final de cada sessão, há um debate abrindo possibilidades
para discussões e questionamentos. O CinePsi acontecerá no dia 27 de outubro, às 12h.
7. Cinema de casa vai à praça
O Cinema de Casa vai a Praça tem como objetivo levar para diferentes espaços,
discussões sobre o audiovisual paraibano. Exibições de curtas-metragens serão realizadas
nas comunidades de João Pessoa e na praça da alegria com a presença dos produtores,
estudantes e moradores, promovendo um diálogo acerca das temáticas apresentadas no
dispositivo audiovisual e a realidade circundante.
8. Mostra de conhecimentos
A Mostra de Conhecimentos será um espaço para a apresentação de trabalhos
acadêmicos dos estudantes de Comunicação Social e Psicologia. Aglutinará trabalhos escritos
e audiovisuais, que serão divididos por eixos temáticos, buscando um conhecimento mais
amplo sobre o que vem sendo produzido pelas (os) graduandas (os), oferecendo subsídios
para a troca de informações entre os mesmos. A mostra de conhecimentos acontecerá no
dia 26 de outubro, das 14h30min às 17h, em salas do CCHLA. Em cada sala serão
apresentados no máximo 6 trabalhos, do mesmo eixo, e terá um mediador para organizar o
tempo de cada apresentação e a discussão.
Bloco 1 – Apresentação dos trabalhos. Tempo máximo de apresentação: 15 minutos Bloco 2 – Finalizada às apresentações, o público e também os estudantes que apresentaram os trabalhos poderão fazer perguntas e/ou comentários acerca dos trabalhos e do assunto do eixo.
9. Núcleos de Experiência
Estes espaços pretendem articular a aproximação entre a universidade e os
movimentos populares que vivam experiências de Democratização da Comunicação em seus
campos de atuação ou atividades relacionadas ao campo da Psicologia. O objetivo é integrar
e aproximar as discussões da comunidade.
Programação
Seg 25/10 Ter 26/10 Qua 27/10 Qui 28/10 Sex 29/10
Credenciamento
Mesa
N.E.
Espaços auto-
gestionados
Cinepsi
GDV
Rodas de
Diálogo
Mesa
Credenciamento
Simpósio
N.E.
ATO
Teatro
Abertura
Mini-cursos
Mini-cursos
Cinema de casa
vai à praça
Encerramento
Segunda Feira - 25/10
9h às 17h
Credenciamento e Abertura das Exposições e Intervenções artísticas permanentes 19h às 22h Mesa de Abertura
"Sociedade do Espetáculo": subjetividade e a cultura da imagem
Local: Auditório do Centro de Educação, Universidade Federal da Paraíba Terça Feira - 26/10 9h às 12h Mesa
"A plástica do real: verdade e produção de sentido"
Local: Auditório do Centro de Educação, Universidade Federal da Paraíba 14h às 18h Mostra de Conhecimentos
Local: a confirmar 19h às 22h Mini-cursos
"Radio e Psi comunitárias: diálogos possíveis" "Cinema e Subjetividade" "Infância e Publicidade" "Violência (urbana) e Mídia" "Educação e Audiovisual"
"Estética do Corpo e Mídia" "Mídia e Gênero" Local: a confirmar Quarta Feira - 27/10 9h às 12h Núcleos de Experiências
Espaços auto-gestionados.
Local: a confirmar 12h Cinepsi Local: a confirmar 14h às 18h Núcleos de Experiência
19h às 22h Mini-cursos
"Radio e Psi comunitárias: diálogos possíveis" "Cinema e Subjetividade" "Infância e Publicidade" "Violência (urbana) e Mídia" "Educação e Audiovisual" "Estética do Corpo e Mídia" "Mídia e Gênero" Local: a confirmar Quinta feira 28/10 9h às 12h Rodas de Diálogo/GDV
Drogas e o poder da mídia Juventude, criminalidade e loucura Criminalização dos movimentos sociais Formação acadêmica
Local: a confirmar 14h às 18h Ato Público Local: Centro de João Pessoa 19h às 22h Cinema de Casa vai à praça
Sexta Feira -29/10 9h às 12h Mesa
"Quem te fez neste mundo? A instrumentalização da vida social"
Local: a confirmar 14h às 18h Teatro
Local: a confirmar 19h às 22h Encerramento
Referências Bibliográficas
BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. BUCCI, E & KEHL, M. R. Videologias: ensaios sobre televisão. São Paulo: Boitempo, 2004.
COELHO, Cláudio Novaes Pinto et al. Comunicação e sociedade do espetáculo. São Paulo: Paulus, 2006 COIMBRA, C. Operação Rio: o mito das classes perigosas: um estudo sobre a violência, a
mídia impressa e os discursos de segurança pública. Niterói, Rio de Janeiro: Oficina do Autor, Intertexto, 2001. FERRAZ, H. A democracia para Marilena Chauí. São Carlos: Revista Eletrônica de Ciências, Número 24, Fevereiro / Março de 2004. FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 2007
ROLNIK, S. Pensamento, corpo e devir: uma perspectiva ético/estético/política no trabalho
acadêmico. Cadernos de Subjetividade, v.1 n.2: 241-251. Núcleo de Estudos e Pesquisas da Subjetividade, Programa de Estudos Pós Graduados de Psicologia Clínica, PUC/SP. São Paulo, set./fev. 1993.
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