ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TÉCNOLOGIA
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
JAQUILINE DE SOUZA
AS RELAÇÕES DE PODER NO AMBIENTE DE TRABALHO: ESTUDO
DE CASO COM EQUIPES DE ENFERMAGEM DE NOVA OLÍMPIA.
TANGARÁ DA SERRA-MT
MAIO/2012
ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TÉCNOLOGIA
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
JAQUILINE DE SOUZA
AS RELAÇÕES DE PODER NO AMBIENTE DE TRABALHO: ESTUDO
DE CASO COM EQUIPES DE ENFERMAGEM DE NOVA OLÍMPIA.
Projeto de Monografia apresentado ao Departamento de
Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso,
como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel
em Enfermagem, sob a Orientação do Professor Dr. Raimundo
Nonato Cunha de França.
TANGARÁ DA SERRA-MT
MAIO/2012
ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TÉCNOLOGIA
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
JAQUILINE DE SOUZA
AS RELAÇÕES DE PODER NO AMBIENTE DE TRABALHO: ESTUDO
DE CASO COM EQUIPES DE ENFERMAGEM DE NOVA OLÍMPIA.
Projeto de Monografia encaminhado ao
Departamento de Enfermagem para apreciação e
aprovação, sob orientação do Prof. Dr. Raimundo
Nonato Cunha de França.
Data: __________________________________
Resultado: _____________________________________
Responsável pela aprovação: Prof.______________________
Assinatura: _____________________________
IDENTIFICAÇÃO
Título: As relações de poder no ambiente de trabalho: estudo de caso com equipes de
enfermagem de Nova Olímpia.
Tema: Assédio Moral e suas nuances.
Área do conhecimento: Ética e Legislação.
Disciplina responsável: Trabalho de Conclusão de Curso (TCC I).
Duração da pesquisa: Março a Novembro de 2012
Pesquisadora: Acadêmica Jaquiline de Souza.
Orientador: Prof. Dr. Raimundo Nonato Cunha de França.
Co-orientador: Professora Enfermeira Diana Vieira Padilha
Local da Pesquisa: Unidade Mista de Saúde de Nova Olímpia - MT
Instituições envolvidas: Universidade do Estado de Mato Grosso, Campus Universitário de
Tangará da Serra-MT.
Sujeitos envolvidos: Auxiliares, Técnicos de Enfermagem e Enfermeira.
Publico alvo: Técnicas de enfermagem e enfermeira da Unidade Mista de Saúde de Nova
Olímpia, que já tenham sofrido algum tipo de constrangimento dentro do ambiente de
trabalho.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5
1. PROBLEMA DA PESQUISA ..................................................................................... 7
2. HIPÓTESES ................................................................................................................. 8
3. OBJETIVOS ................................................................................................................. 9
3.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 9
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 9
4. JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 10
5. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 11
5.1 CONCEITOS ....................................................................................................... 11
5.2 ASSÉDIO MORAL E AS ORGANIZAÇÕES. .................................................. 12
5.3 AS RELAÇÕES QUE CARACTERIZAM A VIOLÊNCIA NO TRABALHO DA
ENFERMAGEM. ........................................................................................................... 14
5.4 TIPOS DE ASSÉDIO MORAL ........................................................................... 14
5.5 CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL .................................................... 16
6. METODOLOGIA ....................................................................................................... 17
6.1 ÁREA DE ESTUDO ........................................................................................... 17
6.2 SUJEITOS DA PESQUISA................................................................................. 17
6.3 materiaIS E MÉTODOS DA PESQUISA ........................................................... 18
6.4 TÉCNICA PARA COLETA DE DADOS........................................................... 19
6.5 ANÁLISE DOS DADOS ..................................................................................... 19
7. RESULTADOS ESPERADOS .................................................................................. 20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 21
APÊNDICE I .................................................................................................................. 23
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ............................................................................ 25
ORÇAMENTO DO PROJETO ...................................................................................... 26
INTRODUÇÃO
O tema acima mencionado foi escolhido a partir das vivências e situações do
cotidiano entre os profissionais da equipe de enfermagem. Com atos frequentes de violência e
assédio moral, nem sempre vindos do mesmo autor.
De acordo com Alves (2000), assédio moral no trabalho pode ser definido como um
fenômeno manifestado por violência psicológica extrema, exercida de maneira sistemática e
recorrente por uma pessoa ou por grupo de pessoas sobre outra no local de trabalho.
Por sua relevância nos agravos à saúde e num contexto social, a proposta dos estudos
têm por objetivo apresentar, com conceitos, as relações hierarquicas de trabalho convergem
ao Assédio Moral, com enfoque baseado em vários autores que há anos vêm pesquisando o
tema, que não é novo, mas um fenômeno que sempre existiu nas relações de trabalho.
O assédio moral no local de trabalho acontece quando um trabalhador está sujeito a
atos suscetíveis de sacrificar, humilhar e ameaçar ou diminuir a sua autoestima. Os atos
exercidos pelo assediador originam riscos para a saúde física e mental e, em casos extremos, a
perda do posto de trabalho do assediado. Por norma, estes comportamentos do assediador
devem-se a um abuso de poder ou ao seu uso indevido e decorrem dentro das organizações.
(BARRETO, 2003)
Em uma pesquisa quanti-qualitativa, com perguntas abertas e fechadas a partir de um
questionário de própria autoria, os entrevistados poderão se expressar de forma segura já que
não serão identificados e suas opiniões serão utilizadas na resolução desta pesquisa.
Assim compreender o fenômeno do assédio moral dentro das organizações, no
mundo do trabalho, levanta algumas questões. Por que e como acontece? Quem são as
vítimas? Quem são os agressores? Quais as consequências? Como nos defendermos? Que
proteção legal existe? (FREITAS, 2001)
No Brasil, Barreto (2003) realizou uma pesquisa com 2072 trabalhadores de 97
empresas dos setores químico, farmacêutico, plástico e similares em São Paulo. Utilizando
uma metodologia qualitativa, a autora estimou que 42% dos trabalhadores apresentavam
histórias de humilhações e constrangimentos, o que evidencia o impacto do assédio moral nas
organizações brasileiras.
O tema em questão foi escolhido por vivenciar particularmente durante anos estas
condições na atuação de forma direta, juntamente com toda equipe da enfermagem do
município de Nova Olímpia e trabalhadores de outros setores do serviço público municipal.
“A perversidade não provém de um problema psiquiátrico, mas de uma racionalidade fria,
combinada a uma incapacidade de considerar os outros como seres humanos.” (Freitas, 2001,
p. 41)
1. PROBLEMA DA PESQUISA
Os conflitos nas relações de trabalho com repetidas ameaças pode vir a ser um
assédio moral em ambiente de trabalho, ou relações hierárquicas de poder, ou as duas coisas
juntas?
2. HIPÓTESES
As relações de poder e a organização hierárquica das instituições camuflam os casos
de Assédio Moral no ambiente de trabalho.
A equipe de trabalho não tem conhecimento da diferença entre Assédio Moral e
conflitos profissionais.
O trabalhador não sabe como configurar um assédio moral de acordo com a lei e por
isso não busca seus direitos.
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Analisar como se constituem a relações de poder no ambiente de trabalho e sua
confluência com o Assédio Moral entre os profissionais de enfermagem.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar quem são os atores que compõem a equipe de Enfermagem;
Detectar os principais conflitos existentes entre atores e seus superiores;
Esclarecer o grau de dificuldade para trabalhadores enfrentar seus agressores.
Buscar e definir até que ponto os abusos são causadores de traumas psicológicos.
4. JUSTIFICATIVA
Esse estudo auxiliará a acadêmica responsável pela pesquisa bibliográfica, que
vivenciou particularmente durante anos as condições conflituosas no ambiente de trabalho,
melhorando seus conhecimentos jurídicos legais e adquirindo formas importantes de amparar
seus direitos. Trás também, esclarecimentos para os profissionais da área que estão se
formando, ou que já atuam, influenciando diretamente no seu desenvolvimento profissional e
auxiliando do mesmo modo profissionais de outras áreas a resguardar-se perante a lei.
Neste estudo pretendo obter informações e buscar refletir sobre os danos causados
pelos gestores no qual ao longo dos anos vem humilhando varias pessoas da equipe de
enfermagem, com terror psicológico, ameaças verbais publicamente e em diversas ocasiões,
ferindo a dignidade da equipe e coagindo individualmente, para que não denuncie-os. Esta
violência moral é forma grave de instituir várias patologias ao longo dos anos e muitas vezes,
casos de suicídio. Hoje sabemos o que é assédio moral, antes ditada como subordinação com
fins de dominação e poder e opressão.
Ao considerar os efeitos do assedio moral também é importante ter em mente que as
pessoas têm múltiplos papeis na sociedade: funcionário, cliente, contribuinte e cidadão.
Portanto, o assedio moral que ocorre no ambiente de trabalho pode ocasionar múltiplos custos
para a sociedade como um todo. Discorrer sobre várias formas de violências e cotidiano
opressor enfrentado pela equipe de enfermagem pode demonstrar que os agressores estão
presentes no sistema e no cotidiano dos trabalhadores da enfermagem no município de Nova
Olímpia, através de entrevista pré-formulada e coleta de dados com pessoas que passaram por
este constrangimento e aceitaram cooperar com este estudo.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
No presente tópico abordaremos alguns conceitos elementares para o embasamento do
projeto no que se refere às diferentes perspectivas teóricas sobre o Assédio Moral e suas
variações.
5.1 CONCEITOS
O estudo sobre Assédio Moral não é um tema relativamente velho, mas tem sua
datação, pois segundo Hirigoyen (2002, p. 17):
O assédio moral no trabalho define-se como sendo qualquer comportamento abusivo
(gesto, palavra, comportamento, atitude) que atente, pela sua repetição ou pela sua
sistematização, contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma pessoa
pondo em perigo o seu emprego ou degradando o clima de trabalho.
O assédio moral caracteriza-se por ser uma conduta abusiva, de natureza psicológica,
que atenta contra a dignidade psíquica, de forma repetitiva e prolongada, e que expõe o
trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar ofensa à
personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica, e que tenha por efeito excluir a posição
do empregado no emprego ou deteriorar o ambiente de trabalho, durante a jornada de trabalho
e no exercício de suas funções. (SILVA, 2007)
Uma interação social, através da qual um indivíduo (raramente mais do que um) é
atacado por um ou mais (raramente mais de quatro) indivíduos de forma diária e continuada
durante meses leva a pessoa assediada a sentir-se numa posição completamente desprotegida
e correndo um elevado risco de exclusão. (FREITAS, 2001)
Falar de violência hoje não é uma novidade, a vida no mundo, onde sempre ocorreu
um tipo ou alguma forma de violência, mas o tema assédio moral é evidenciar as formas de
violências com algumas definições. Nos mais diferentes atos, revestida das mais
diversificadas intenções, a violência sempre acompanhou o homem. Entretanto, reconhecer
que a violência sempre existiu e que aprendemos a conviver com ela, nos impõe um estado de
resignada tolerância (PRADO, 1997).
Já em relação aos colegas de equipe de Enfermagem, existem violências exercidas
através de controles rígidos, de atribuições de determinadas tarefas que não são condizentes
com o perfil ou competência do profissional, como até mesmo delegação de tarefas
consideradas absurdas, humilhações, censuras, represálias e recriminações indevidas e sob
formas inadequadas (inclusive na frente de outros colegas de equipe de Enfermagem e/ou da
equipe de Saúde). (ALVES, 2000)
5.2 ASSÉDIO MORAL E AS ORGANIZAÇÕES.
Diversos autores apontam variados fatores para o surgimento do fenômeno do
assédio moral: as características da personalidade e físicas do assediado, características da
personalidade do assediador, o grupo onde se inserem e as características da organização onde
desenvolvem a sua atividade laboral. No ambiente de trabalho, o assédio moral pode
acontecer a qualquer trabalhador e a qualquer momento no decurso da sua trajetória
profissional. (BARRETO, 2003)
O assediado é caracterizado como sendo uma pessoa fraca, com pouca confiança em
si própria e que desempenha as suas funções de modo incorreto, ou seja, de
personalidade fraca e pouco competente. Estas debilidades podem torná-lo num alvo
fácil de assédio moral. Mas mesmo, sendo um indivíduo com imensas qualidades
profissionais e pessoais, o que gera no assediador sentimentos de inveja ou ciúme,
pode fazer dela também uma vítima de assédio moral. Isto porque no local de
trabalho “o assédio acontece quando uma vítima reage ao autoritarismo de um chefe
e recusa deixar-se subjugar.” (HIRIGOYEN, 1999, p. 122)
Analisando os resultados de vários estudos, percebemos que não são as
características psicológicas que predestinam um trabalhador a tornar-se vítima de assédio
moral. Existem outras características que se impõem, tornando-se bastante importantes o
gênero e a idade dos indivíduos. Se entendermos o gênero como uma característica geradora
de assédio moral, verificamos que ser mulher acarreta largas desvantagens em relação ao fato
de ser homem. (SILVA, 2007)
O assediador pode ser um indivíduo ou um grupo de indivíduos. As características
têm a ver com a: personalidade, ameaças de perda de poder e controle e liderança negativa.
“Desta forma ele pode engrandecer-se rebaixando o outro, sem culpa e sem sofrimento; trata-
se da perversão moral” (Freitas, 2001: 11). Geralmente, pretende demonstrar o seu poder na
relação com o assediado e também com o grupo onde está inserido.
Na grande maioria dos casos, o assediador age de forma subentendida através de
gestos sutis. Apesar de existir uma preferência pela manifestação não verbal, nos casos mais
graves, o assediador tem comportamentos objetivos através de ordens e atos. (HIRIGOYEN,
2002)
A violência tem muitas faces, sendo exercida de muitas maneiras. Existem diversas
classificações acerca da violência, variando conforme autor e contexto. Prado (1997), por
exemplo, classifica a violência em:
Violência acidental – ato de violência sem intencionalidade.
Violência intencional – ato de violência com intencionalidade, ou seja, o
desejo (expresso ou não) de prejudicar alguém.
Violência ativa direta – quando o agressor provoca diretamente danos à
vítima.
Violência passiva – ocorre quando o ato violento é observado pelo agressor,
que age fazendo de conta que não presenciou nada, ignora.
Violência indireta – quando agressor e agredido não se conhecem e o ato
provoca dano ou agravo ao agredido.
Violência simbólica – não existe emprego de força física; é a utilização de
forças de coação e medo.
Violência branca – ocorre quando o agredido já se habituou a conviver com a
agressão.
Nas organizações de difícil trabalho, o fenômeno do assédio moral tem vindo a
agravar-se nos últimos anos. Dentro da organização, a necessidade de uma maior
competitividade, produtividade e eficiência geral, causaria uma melhora nas condições de
trabalho. Afim de, manter a sua sobrevivência no mercado, muitas vezes, não desenvolvem
boas políticas de gestão e de organização funcional e direcional. Isto é um fator que, por
norma, gera um mau ambiente de trabalho no qual, e nestas condições, é fácil alastrar o
assédio moral. (BARRETO, 2003)
5.3 AS RELAÇÕES QUE CARACTERIZAM A VIOLÊNCIA NO TRABALHO DA
ENFERMAGEM.
Alves (2000) realiza uma importante abordagem sobre o que consiste o trabalho em
Enfermagem, que é falar de condições de trabalho, que implica em longas jornadas, no
trabalho em turnos desgastantes, como o noturno, domingos e feriados, no sistema de rodízio,
em multiplicidade e acúmulo de funções, na separação entre o trabalho intelectual e manual,
no controle por parte das chefias e outros aspectos.
Esta autora afirma que o trabalho na saúde e na Enfermagem representa um trabalho
de risco, revestido de características especiais em razão do enfrentamento cotidiano de
situações críticas de vida e de morte, além do contínuo desgaste que destrói as energias físicas
e mentais destes trabalhadores, coloca de forma clara e real que o trabalho de Enfermagem
dentro da sociedade brasileira se caracteriza por ser assalariado, antagônico e alienado,
considerando a segmentação do mercado de trabalho. (FREITAS, 2001)
Os salários são ridículos, principalmente pelas mulheres serem maioria em sua
profissão. O trabalho é considerado remunerado embora os valores sejam escarnecidos. O
trabalho é incompatível, pois ao mesmo tempo em que cuida de outros sofre o desgaste
intenso, sobretudo às trabalhadoras. (PRADO, 1997)
Assim, Alves (2000) frisa que:
[...] nas condições em que o trabalho de Enfermagem tem sido realizado, vem se
transformando em forma contínua de desgaste e destruição do principal bem que
dispõem os trabalhadores da enfermagem: energias físicas e mentais. Assim, ele é
também um processo de consumo de força de trabalho porque, para sobreviver, a
quase totalidade dos trabalhadores parciais da enfermagem é obrigada a vender a sua
mercadoria pela mercadoria capitalista.
5.4 TIPOS DE ASSÉDIO MORAL
Dentro das organizações, do mundo do trabalho, encontramos diferentes tipos de
assédio que ocorrem em vários níveis de hierarquia e com autores distintos. Segundo citado
em Gosdal (2009), são vários os tipos de assédio:
• Assédio vertical descendente (proveniente da hierarquia) são procedimentos
abusivos de um superior para com um subordinado. A subordinação hierárquica pode induzir
o superior a tirar partido do seu poder abusando dele e tendo prazer em submeter o
subordinado à sua vontade;
• Assédio horizontal (proveniente de colegas) ocorre quando dois colegas disputam
um lugar ou uma promoção;
• Assédio ascendente: proveniente de um ou mais subordinados que assediam um
superior.
O assédio vertical descendente é aquele que ocorre com maior frequência e do qual
decorrem consequências mais graves, quer físicas, quer psicológicas, para o
assediado. Isto porque é uma situação que se desenrola entre um subordinado e um
superior hierárquico, o que aponta para uma relação de desigualdade. Daqui resulta
que o subordinado se sinta isolado e tenha dificuldades em encontrar recursos para
resistir ao assédio. (BARRETO, 2003, p. 42)
Quanto ao assédio horizontal as consequências não se apresentam tão graves porque
a relação entre o assediador e o assediado é igualitária. No caso do assédio misto quem se
acha assediado, por culpa dos colegas ou do superior hierárquico, acaba por ser culpabilizado
pelo grupo de trabalho por tudo o que não está bem. (SILVA, 2007)
Também o assédio ascendente pode ser tão destruidor como qualquer um dos outros
tipos. Isto porque o assediado não sabe como defender-se e as queixas que fizer não são
encaradas seriamente. (PRADO, 1997)
5.5 CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL
Segundo Alves (2000), o assédio moral causa efeitos diversos e a vários níveis:
indivíduo, organização e sociedade. A sociedade é um dos níveis afetados, devido aos
elevados custos que tem de suportar com hospitalizações, medicamentos, baixas por doença
originada no meio laboral e incapacidades (permanentes ou periódicas) para o trabalho. É
também uma perda de recursos humanos válidos, na fase em que são mais produtivos,
deixando de contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Bem como elevados custos com
o desemprego que é originado pelos processos de assédio moral.
Nas organizações temos dois tipos resultado do assédio moral: os que resultam das
consequências que afetam os trabalhadores assediados como: absentismo, baixas por doença
prolongadas, baixa produtividade, síndrome do pânico, alcoolismo, afastamento e idéias ou
tentativas suicidas. E as consequências acrescidas pela necessidade de melhorar o ambiente de
trabalho, do combate à falta de motivação pessoal e da diminuição da produtividade. (SILVA,
2007)
Nos indivíduos, segundo Hirigoyen (2002), o assédio moral tem consequências
físicas e psicológicas com sintomas semelhantes aos do stress, da ansiedade, da depressão e
ainda perturbações psicossomáticas.
6. METODOLOGIA
6.1 ÁREA DE ESTUDO
O presente estudo será realizado no município de Nova Olímpia, localizado na
Região Sudoeste do Estado de Mato Grosso/Brasil, ficando a aproximadamente 207 (duzentos
e sete) quilômetros de distância da Capital do Estado – Cuiabá, onde a latitude sul é de
14º47'50" a 57º17'17" de longitude oeste. Possui uma extensão territorial de 1. 567,669 km²,
com população estimada de 17. 529 habitantes. (IBGE, 2010)
A pesquisa será desenvolvida na Unidade Mista de Saúde do município. Estando
localizado no seguinte endereço: Rua Amazonas, 155- W, Centro de Nova Olímpia.
A escolha da unidade acima mencionada surgiu da convivência com profissionais
desmotivados, sofrendo episódios de depressões e doenças psicossomáticas, devido ao abuso
do poder, ameaças e constrangimento.
6.2 SUJEITOS DA PESQUISA
Os sujeitos serão 3 mulheres, técnicas de enfermagem, 01 técnico de enfermagem e
05 auxiliares de enfermagem e 01 enfermeira da Unidade Mista de Saúde do município de
Nova Olímpia, que já tenham sofrido assédio algum pressão no ambiente de trabalho, no qual
podendo ter sido humilhado muitas vezes e por diversos motivos. Esta pesquisa não oferece
nenhum tipo de risco aos sujeitos os quais terão suas identidades preservadas.A concordância
das participantes será através de termo de consentimento livre e esclarecido proposto pelo
comitê de ética da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).
A exclusão de sujeitos na pesquisa poderá acontecer caso não haja interesse do
mesmo ou por desistência no decorrer. A pesquisa poderá ser suspensa caso não haja parecer
positivo quanto ao projeto pelo comitê de ética, se o responsável pelas instituições envolvidas
não autorizar a pesquisa, ou ainda se não houver sujeitos. A pesquisa será encerrada quando
todos os dados forem obtidos, analisados e transcritos.
Ao final da pesquisa todos os sujeitos bem como a população em geral poderão ter
acesso aos dados e resultados por meio de um exemplar da pesquisa que será doado e
disponibilizado na Biblioteca Universitária.
6.3 MATERIAIS E MÉTODOS DA PESQUISA
O referido estudo trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativa, a partir da revisão
bibliográfica e de técnicas quantitativas, tendo o questionário semiestrutrado como principal
instrumento de coleta de dados.
Conforme Vieira (2010), a pesquisa bibliográfica antecede todos os tipos de
pesquisa, é determinada quando se realiza estudos a partir do registro de pesquisas publicadas
por outros pesquisadores disponíveis em documentos impressos, como livros, revistas,
jornais, artigos, teses.
Serão realizados levantamentos bibliográficos sobre temas relacionados a assédio
moral, tendo como base artigos da SCIELO, revistas, livros e anais da saúde. Através de uma
pesquisa básica e aplicada, pretende-se capturar os dados necessários e informações
pertinentes, desenvolver os resultados para a interpretação desses dados obtidos e
correlacionar a pesquisa com o universo teórico, para que durante a palestra haja a solução
dos problemas específicos encontrados na classe estudada.
6.4 TÉCNICA PARA COLETA DE DADOS
Os dados serão coletados através da pesquisa de campo através de questionário
semiestruturado, com perguntas abertas e fechadas, aplicado aos auxiliares de enfermagem, às
técnicos de enfermagem e enfermeira da Unidade Mista de Saúde de Nova Olímpia.
De acordo com Severino (2007), a pesquisa de campo “é aquela que coleta dados
primários, ou seja, aqueles obtidos diretamente na fonte, independentemente se a abordagem é
qualitativa ou quantitativa.”.
Para Severino (2007), o questionário é um conjunto de questões para levantar
informações por parte dos sujeitos pesquisados, com vista a conhecer a opinião dos mesmos
sobre o assunto em estudo. As questões devem ser sistematicamente articuladas e relacionadas
diretamente ao objeto, sendo de fácil entendimento por isso devem ser claramente elaboradas.
6.5 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados serão analisados e categorizados, e depois de transcritos e tabulados
aplicados no Programa Excel, Sistema Operacional Windows Seven.
7. RESULTADOS ESPERADOS
Pretende-se reconhecer a realidade enfrentada pelos trabalhadores da equipe de
saúde, bem como verificar os fatores que levam a ter conflitos no setor com
seus gestores.
Espera-se evidenciar a violência através de várias definições e conceitos para
assegurar direitos dos trabalhadores que negligência sua própria sua saúde,
aceitando tais condições.
Servir como instrumento de reflexão para os trabalhadores da área de saúde,
quando o tema for Assédio Moral no ambiente de trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Delvair de Brito. Trabalho, Educação e Conhecimento na Enfermagem:
uma contribuição aos estudos sobre força de trabalho feminina. São Cristóvão: Editora da
Universidade Federal de Sergipe, Fundação Oviêdo Teixeira, 2000.
BARRETO, M. Violência, saúde e trabalho: uma jornada de humilhações. São
Paulo, SP: EDUC. 2003.
FREITAS, Maria Ester de, Assédio moral e assédio sexual: faces do poder
perverso nas organizações. RAE Revista de Administração de Empresas, 41 (2), 8-19. 2001.
GOSDAL, Thereza Cristina e Lis Andrea P. Soboll. Assédio Moral Interpessoal e
Organizacional. Ed. LTr. São Paulo, 2009. 151 p.
GUIMARÃES, Deocleciano Torriere. Dicionário de Termos Médicos e de
Enfermagem. Ed. Rideel, São Paulo, 2002, 1ª edição, 463 p.
HIRIGOYEN, Marie-France, Assédio, coação e violência do quotidiano. Lisboa:
Pergaminho. 1999
HIRIGOYEN, Marie-France, O assédio no trabalho. Como distinguir a verdade.
Cascais: Pergaminho. 2002
IBGE, Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. (1 de julho de 2008). Página revisada em 5 de dezembro de 2010.
LEITE, Jorge e Coutinho de Almeida, F. Jorge, Código do Trabalho. Coimbra:
Coimbra Editora. 2006
PRADO, Marta Lenise do. Caminhos perigosos: uma aproximação ao problema da
violência e saúde à luz das ocorrências de trânsito. Florianópolis. UFSC. Tese (Doutorado em
Enfermagem). Curso de Doutorado em Enfermagem. Universidade Federal de Santa Catarina,
1997.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23ª ed.
Revisado e Atualizado. São Paulo, SP; Cortez, 2007.
SILVA, Paula Cristina Carvalho da. Assédio Moral no Trabalho. Ed. Coimbra. São
Paulo, dezembro de 2007, 35 p.
VIEIRA, J. G. S. Metodologia de Pesquisa Científica na Prática. Ed. Fael,
Curitiba, 2010, 1ª edição, 152 p.
APÊNDICE I
UNIDADE MISTA DE SAÚDE DE NOVA OLÍMPIA - MT.
Idade:_____ Sexo:______Naturalidade:_____________Escolaridade:_____________
Religião:___________ Estuda atualmente: sim ( ) não ( )
1-Buscar se inteirar das informações e obter conhecimentos através do que:
( ) Televisão ( ) rádio ( ) revistas ( ) jornais ( ) livros ( ) artigos ( ) internet
( ) Outros _________________________
2- Reside no município? ( ) Sim ( ) Não. Onde? _________________
3 - Há quanto tempo atua na área da saúde?
( ) 0 á 1 ano ( )1 á 5 anos ( ) 5 anos ou mais.
4- Que categoria da área pertence.
( ) Auxiliar ( ) Nível Técnico ( ) Nível Superior
3- Tem conhecimento ou sabe alguma coisa sobre assédio moral? Se Sim,
4- Alguma vez você se sentiu ameaçado, humilhado ou sofreu algum constrangimento onde
setor que trabalha?
( ) Sim ( ) Não
5- Se sim, como aconteceu?
______________________________________________________________________
5- Quando aconteceu isso, o que fez?
______________________________________________________________________
6- Quantas vezes esse fato aconteceu?
( ) 1 á 4 vezes ( ) mais de 4 vezes
7- Tomou alguma atitude? Se Sim, que tipo de atitude tomou?
_____________________________________________________________________
8- Sofreu algum tipo de represália após estes atos?
______________________________________________________________________
9- Soube de alguém da área ou do setor que já denunciou tais atos?
( ) Sim ( ) Não
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Descrição das Atividades
1. Escolha do Tema
2. Elaboração dos instrumentos da pesquisa.
3. Revisão Bibliográfica
4. Elaboração do questionário.
5. Coleta de Assinaturas do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
6. Apresentação do projeto junto ao Comitê de Ética em Pesquisa.
7. Aplicação do questionário na Unidade Mista de Saúde de Nova Olímpia - MT.
8. Análise e interpretação dos resultados do questionário realizado.
9. Redação do texto monográfico.
10. Revisão ortográfica.
11. Elaboração e defesa da Monografia.
Descrição
das
Atividades
2012
Mar. Abril Maio Junho/Julho Ago. Set. Out. Nov.
1 X
2 X X
3
X
4
X X
5
X
6 X X
7
X
8
X X
9
X
10
X X
11
X X
ORÇAMENTO DO PROJETO
Item Descrição Qtde Valor Unitário (R$) Valor Total (R$)
1 Notebook SAMSUNG 1 1299,00 1299,00
2
Livro: Assédio moral interpessoal e
organizacional de GOSDAL e SOBOLL 1 45,00 45,00
3
Livro: Normas técnicas para o trabalho
científico de FURASTÉ 1 44,90 44,90
4 Resma de folha sufite A4 (100 un.) 1 4,00 4,00
5 Impressão do questionário 1 0,30 0,30
6 Fotocópia da impressão do questionário 10 0,10 1,00
7 Impressão do Projeto 75 0,30 22,50
8 Encadernação do Projeto 3 un. 2,50 7,50
9
Impressão do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) 5 0,30 1,50
10 Fotocópia da impressão do TCLE 10 0,30 3,00
11 Impressão da Monografia 150 0,30 45,00
12 Encadernação da Monografia 3 un. 2,50 7,50
Total do Custeio (R$) 1481,20