Braslia, 2014
1 Edio
P r o d u o d e
t E o r i a E p r t i c a
FICHA TCNICA
Produo de Sunos: Teoria e Prtica
Coordenao editorial
associao Brasileira dos criadores de Sunos (aBcS)
Coordenao Tcnica
adilson Hlio Ferreira
Bruno carraro
djane dallanora
Glauber Machado
iuri pinheiro Machado
roni pinheiro
Stefan rohr
Coordenao Executiva
Fabiano coser
Lvia Machado
rayza Frana
tayara Beraldi
Produo Grfica e Capa
duo design comunicao
Reviso de Texto
duo design comunicao
Impresso e Acabamento
Grfica Qualit
1 edio 1 impresso
Tiragem: 2.500 exemplares
Contato:
associao Brasileira dos criadores de Sunos (aBcS)
SIG, Quadra 01 Ed. Baro do Rio Branco, sala 118
CEP: 70.610-410 Braslia/DF
(61) 3030-3200 [email protected]
A849p Associao Brasileira de Criadores de Sunos.
Produo de sunos: teoria e prtica / Coordenao editorial associao Brasileira de criadores de Sunos; coordenao tcnica da Integrall Solues em Produo Animal.-- Braslia, DF, 2014. 908p. : il. : color.
texto de vrios autores
1. Produo animal. 2. Sunos. 3. Suinocultura. 4. Reproduo animal, Manejo. I. Associao Brasileira de Criadores de Sunos. II. Integrall Solues em Produo Animal.
CDU: 636.4(81)
CDD: 636
PRoIBIDA A REPRoDUo totAl oU PARCIAl DEStA oBRA, DE QUAlQUER FoRMA oU PoR QUAlQUER MEIo ElEtRnICo, InClUSIvE AtRAvS DE PRoCESSo xERoGRFICoS, SEM PERMISSo ExPRESSA DoS EDItoRES (lEI 5.988 DE 14.12.73, ARtIGoS 122-130).
PERMItIDA A CItAo DE tREChoS, DESDE QUE InDICADA A oRIGEM.
CooRdENAo TCNICA
adilson Hlio Ferreira
Bruno carraro
djane dallanora
Glauber Machado
iuri pinheiro Machado
roni pinheiro
Stefan rohr
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
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A suinocultura brasileira ocupa posio de destaque no cenrio mundial, onde o Brasil o quarto maior
produtor e o quarto maior exportador de carne suna. A protena brasileira chega a mais de 70 pases, reco-
nhecida como produto de qualidade por exigentes mercados internacionais e a cadeia produtiva nacional
competitiva perante seus concorrentes.
Atenta a esse cenrio, a Associao Brasileira dos Criadores de Sunos (ABCS), por meio do Projeto nacio-
nal de Desenvolvimento da Suinocultura (PnDS), junto com o Sebrae nacional, busca oferecer sua contribui-
o para o desenvolvimento de uma atividade economicamente vivel, ambientalmente correta e socialmente
justa. Pensando nisso, surgiu o desafio de produzir um livro indito no Pas, com uma ampla abordagem sobre a
produo de sunos nacional, intitulado Produo de Sunos: Teoria e Prtica.
o objetivo disseminar informao confivel e ser fonte de referncia sobre a produo nacional de su-
nos. Para isso, a ABCS convidou 105 especialistas para serem autores e coautores desse material, que multi-
disciplinar e se destaca pela profundidade dos contedos tratados em seus 21 captulos segmentados em 109
subcaptulos assinados e aprovados pela coordenao tcnica.
o livro aborda diversos aspectos da produo de sunos, como evoluo dessa cadeia de produo, con-
ceitos e perspectivas de melhoramento gentico, os diferentes sistemas de produo e planejamento, bios-
seguridade e imunidade de rebanho, ambincia e bem-estar animal, gesto de talentos e de informao, trata-
mento de resduos e evidentemente as estratgias de manejo reprodutivo e nutricional de sunos em todas as
fases de produo. um livro com uma abordagem prtica, feito por profissionais que vivenciam a suinocultura
e agora compartilham conosco seu conhecimento.
A ABCS, como coordenadora editorial, apresenta ao setor essa obra que rene o conhecimento dos mais
renomados profissionais da cadeia de sunos que produziram contedo exclusivo e atualizado para o livro Pro-
duo de Sunos: Teoria e Prtica.
Boa Leitura!
Associao Brasileira dos Criadores de Sunos
APRESENTAo
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
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Alguns ideais sobrevivem aos tempos, aos avanos e s mais diversas tendncias. Mais do que isso, alguns
ideais so capazes de aproximar, unir e motivar pessoas que neles acreditam e com eles se identificam. Acredi-
tar no poder do conhecimento aplicado foi o que impulsionou nossa equipe a empreender a rdua e desafiadora
tarefa de coordenar a produo desta primeira edio do livro Produo de Sunos: teoria e Prtica. Acredita-
mos que o conhecimento, para converter-se em agente transformador, precisa ser muito bem compilado, sele-
cionado e, acima de tudo, difundido com responsabilidade.
Ao longo das ltimas dcadas, a suinocultura avanou de forma notvel, tanto em termos tecnolgicos
quanto em termos de relevncia no contexto mundial da produo de carnes. neste cenrio, percebemos um
crescimento exponencial no volume de conhecimento aplicado espcie suna, no que tange s reas de repro-
duo, patologia, epidemiologia, teraputica, gentica, nutrio e demais segmentos do conhecimento tcnico
especializado. Dispomos, atualmente, de uma virtuosa diversidade de livros, compndios, peridicos e publi-
caes diversas, que garantem importante fonte de aprendizado e atualizao constantes para as diversas
reas do conhecimento especfico que fundamenta a moderna produo de sunos. no entanto, essa amplitude
observada nas fontes de informao especializada no foi acompanhada pelo desenvolvimento de obras que
consolidem os segmentos fragmentados do conhecimento em um nico conjunto consistente, seguro e coe-
rente de informaes aplicveis. com este ideal em mente que nos reunimos em torno de um propsito maior:
coordenar a produo de um livro que preencha parte desta visvel lacuna em nossa comunidade tcnica. Que
a concretizao deste ideal sirva de referncia, de consulta e de aprendizado para estudantes universitrios e
profissionais da suinocultura!
A elaborao deste livro contou com a dedicao e colaborao de muitos especialistas, profissionais de
notvel e reconhecida competncia nos respectivos temas abordados. Com a colaborao destes autores, pro-
duzimos 21 captulos, abrangendo diversos temas ligados diretamente produo de sunos. Ao mesmo tempo
em que buscamos inserir os temas mais relevantes e aplicveis suinocultura moderna, constatamos tambm a
impossibilidade em abranger todas as reas de conhecimento que consideramos relevantes para nossa cadeia
produtiva e para nossa comunidade tcnica. Embora saibamos que o escopo desta obra no permite tamanha
abrangncia, estamos certos que, nas futuras revises e edies deste livro, conseguiremos aprimorar e ampliar
esta primeira edio, desenvolvida com responsabilidade e comprometimento em todo seu teor e contedo.
Agradecemos ABCS (Associao Brasileira de Criadores de Sunos) por ter acolhido este projeto de for-
ma to determinada, viabilizando a converso do sonho em uma obra concreta e perene. Agradecemos a todos
que fazem parte da cadeia produtiva da suinocultura, em especial aos produtores de sunos que, em ltima an-
lise, viabilizam a aplicao prtica do conhecimento e acreditam no poder da informao de qualidade. Por fim,
dedicamos este livro a todos os jovens profissionais da suinocultura que, como ns, buscam no conhecimento
tcnico no somente um meio de realizao profissional, mas tambm uma ferramenta para contribuir efeti-
vamente com a sociedade e o meio em que vivem. Que esta obra sirva de estmulo para que sigam em busca dos
seus sonhos e para que acreditem no compartilhamento do conhecimento e da experincia como a mais efetiva
maneira de promover crescimento e transformao.
Equipe Integrall
APRESENTAo TCNICA
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
9caro leitor,
Se houvesse uma receita para se escrever um excelente livro tcnico sobre produo de sunos, asseguro
que todos os ingredientes estariam nessa obra, e com considerveis doses extras de trs elementos que julgo
serem essenciais: EXPERINCIA, CoNTEdo E CoNHECIMENTo.
Essa ousada obra realizada pela Associao Brasileira de Criadores de Sunos (ABCS) em parceria com o
SEBRAE, em prol da suinocultura nacional, rene em um mesmo livro os principais temas de interesse na pro-
duo de sunos no Brasil. Escrito por especialistas que conhecem profundamente essa atividade, a entidade
compartilha com o leitor o conhecimento adquirido de muitos anos da experincia profissional dos autores.
os livros atualmente disponveis no Brasil so, em sua maioria, escritos por professores e pesquisadores
de outros pases, e pouco trata da produo de sunos em clima tropical, o que torna ainda mais legtima e
necessria a edio dessa obra. Alm disso, os poucos livros de autoria nacional so incompletos ou tratam
apenas de temas especficos, como nutrio animal, manejo ou sanidade e, neste contexto, no permitem uma
abrangncia total das complexas tcnicas de produo de sunos que esta obra alcana.
Esse livro conta com a relevante contribuio de mais de 100 autores entre professores, profissionais do
setor e pesquisadores, considerados os mais capacitados em suas reas de atuao nas mais diversas e reno-
madas instituies brasileiras.
A suinocultura nacional dispensa quaisquer apresentaes, pois tem demonstrado excelentes e promis-
sores indicadores que permite conquistar uma posio bastante expressiva no comrcio internacional, mere-
cendo sempre nosso respeito e admirao pelo que se transformou nessas ltimas dcadas, tanto do ponto de
vista econmico, quanto em relao ao desenvolvimento social atribudo a essa excepcional cadeia produtiva.
todo este esforo no resultaria no desenvolvimento econmico e social que vivenciamos se, concomitan-
temente, no houvesse a sade animal alcanado avanos significativos que permitissem oferecer as garan-
tias exigidas pelos pases importadores e pelo nosso mercado interno.
os avanos mencionados que foram construdos custa de enormes sacrifcios como esperado em um
pas de grande dimenso territorial e importantes diferenas regionais, incluram no somente a erradicao
de enfermidades de alto impacto econmico, como a febre aftosa, a peste suna clssica e a peste suna africa-
na, mediante a implantao e consolidao gradativa de reas livres em observncia s diretrizes da organi-
zao Mundial de Sade Animal (oIE), mas, principalmente, a estruturao de um Servio veterinrio oficial
pautado na independncia tcnica e financeira que permite a sustentabilidade dessas conquistas, mediante a
credibilidade de suas aes e reaes.
Ao sustentarmos nossas decises em cincia, buscando o consenso, e estimulando a transparncia e a so-
lidariedade internacional, sempre em benefcio da segurana sanitria no comrcio nacional e internacional,
o Brasil seguir gozando da confiana e reconhecimento de todos os pases do mundo e da nossa sociedade.
Por fim, gostaria de registrar meu orgulho em apresentar essa obra, e dizer que apoio a ideia de que o me-
lhor livro ainda no foi escrito, e nunca ser, o que permite encoraj-lo, e aos demais especialistas, a tambm
produzir trabalhos como esse, no intuito de sempre colaborarmos para o crescimento da suinocultura brasi-
leira e do nosso querido Pas.
Boa leitura.
Guilherme h. F. Marques, Msc
Guilherme H. F. Marques Fiscal Federal Agropecurio, Diretor do Departamento de Sade Animal do Ministrio da Agricultura, Pecuria e
Abastecimento e Presidente da Comisso Regional da OIE das Amricas e Delegado do Brasil perante a OIE (desde 2011)
PREFCIo
AgRAdECIMENToS
os agradecimentos so dedicados aos profissionais do
setor de sunos nacional, ora autores e coautores deste
livro, por sua dedicao pesquisa e pela contribuio
na construo e constante atualizao dos profissionais
deste segmento. tambm equipe de coordenao tcnica,
instituda para esta publicao, pela difcil tarefa de selecionar
temas e ttulos dessa produo intelectual para composio
dos contedos dos captulos. Agradecemos aos parceiros das
Granjas Miuna, Umburana, Santa Rosa e Bom Retiro, pela
cesso das fotos produzidas para esse o livro e tambm a
todos os profissionais envolvidos na elaborao desta obra.
Por fim, agradecemos aos constantes parceiros da Associao
Brasileira dos Criadores de Sunos, como Sebrae nacional,
o Ministrio da agricultura pecuria e abastecimento e a
Embrapa Sunos e Aves que agregam ao nosso desafio de
trabalhar pela sustentabilidade da suinocultura brasileira.
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
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AuToRES
Adilson Hlio Ferreira
Mdico veterinrio UFMG
Mestrado Economia Rural UFv
Integral Solues em Produo Animal ltda.
Adrienny Reis
Mdica veterinria, Mestre em Microbiologia Ev/UFMG
Responsvel tcnica do Instituto de Pesquisas
veterinrias Especializadas (IPEvE)
Alexandra Cordeiro
Zootecnista
Ps-Doutorado, UnICAMP
Alexandre Marchetti
Mdico veterinrio, Msc
Diretor, Minitub do Brasil ltda.
Alysson Saraiva
Zootecnista D.Sc nutrio de Monogstricos
Professor Adjunto Departamento de Zootecnia, UFv
Amanda Siqueira
Doutorado em Reproduo Animal - UFMG e
Swedish University of agricultural Science
Supervisora de Servios tcnicos, Agroceres PIC
Ana Paula gonalves Mellagi
Mdica veterinria, MSc, Dra.
Departamento tcnico, Minitub do Brasil ltda.
Ana Paula Liboreiro Brustolini
Zootecnista, Mestre em produo animal
Andr Ribeiro Corra da Costa
Zootecnista
Diretor-Geral, toPIGS do Brasil ltda.
Andressa da Silva Formigoni
Zootecnista, Doutoranda em nutrio Animal
Antoni Dalmau Bueno
Mdico veterinrio, Doutor em bem-estar animal
Pesquisador, IRtA Investigacin y tecnologa Agroalimentarias-
Monells Espanha
Antnio Loureno guidoni
Engenheiro Agrnomo, Dr.
Pesquisador, Embrapa Sunos e Aves
(In Memorian)
Antonio Marcos Moita
Zootecnista, Mestre e Doutorado em nutrio de Sunos
Gerente de Servios tcnicos, BR nova Sistemas nutricionais
Antonio Velarde Calvo
Mdico veterinrio, Doutorado em bem-estar animal
Pesquisador e Diretor da rea de bem-estar animal da
IRtA- Investigacin y tecnologa
Agroalimentarias- Monells- Espanha
Aurea Helena Assis da Costa
Mdica veterinria Mestre em Medicina
veterinria (Reproduo Animal)
Diretora-Presidente, Germovet
Biotecnologia em Reproduo Animal
Breno Castello Branco Beiro
Mdico veterinrio, MSc em Microbiologia,
parasitologia e patologia, UFpr
Diretor de Projetos, Imunova Analises Biolgicas ltda.
Bruno Alexander Nunes Silva
Zootecnista; phd
Professor e Pesquisador, Universidade
Federal de Minas Gerais UFMG/ICA
Bruno Oliver Rosa
Zootecnista, Mestre e Doutorando em nutrio Animal
nutricionista de Sunos, UFMG
Bruno Zinato Carraro
Mdico veterinrio, UFMG
Integrall Solues em Produo Animal ltda.
Produo de sunos: teoria e Prtica
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
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Caio Abrcio da Silva
Mdico veterinrio UEl, Mestre em Cincia de Alimentos
UEl, Doutorado em Zootecnia UnESP Jaboticabal,
Ps-Doutorado UAB, Ps-Doutorado InRA
Celso Fvaro Junior
Bacharel em Cincias Biolgicas UFPR, Mestre
em Biologia celular e Molecular, UFpr, Gestor de
P, D & I, Imunova Anlises Biolgicas ltda.
Cesar Augusto Garbossa
Mdico veterinrio, Mestre em Cincias veterinrias,
Doutorando em Produo e nutrio de no Ruminantes
Gerente-tcnico, Animalnutri
Charli Ludtke
Mdica veterinria UFPel-RS, Doutorado
em Medicina veterinria UnESP
Gerente de animais de produo, WSpa
Clarice Speridio Silva Neta
Zootecnista
Mestranda em Zootecnia/nutrio Animal UFMG
Cristina Gonalves Bittencourt
Cincia da Computao UFSC
Scia-Diretora de tecnologia, Comunicao
& Marketing, agriness
dalton de oliveira Fontes
Mdico veterinrio, Dr. em Zootecnia
professor, UFMG
david Renaudeau
Zootecnista; phd
Pesquisador, Institut national de la Recherche
Agronomique (InRA/UMR Pegase), Frana
Dbora Braz
Zootecnista MSc Agronomia
nutricionista, MCASSAB
Diego Alberto Lescano
Mdico veterinrio, MSc. Zootecnia
Gerente do Centro de Pesquisa e Depto. tcnico
de Sunos, BIoFARMA S.A Argentina
diogo Fontana
Mdico veterinrio, Ps-Graduao pela Universidade tuiuti
do Paran,Mestre em Cincias veterinrias UFRGS
Coordenador de Assistncia tcnica, MSD Sade Animal
[email protected];[email protected]
Diogo Magnabosco
Mdico veterinrio UFRGS, Mestrado em Cincias
veterinrias com nfase em Reproduo de Sunos UFRGS
Doutorando em Cincias veterinrias UFRGS
djane dallanora
Mdica veterinria, Mestre e Doutoura em Cincia Animal
Professora de Clnica de Sunos, UnoESC
Integrall Solues em Produo Animal ltda.
Douglas Cazzolato Morgonni
Zootecnista, MSc em nutrio de Sunos USP, MBA em
Comrcio Exterior, Gesto de negcios Internacionais, FGv
Diretor-Comercial, BRnova Sistemas nutricionais S/A
Eduardo Coulaud da Costa Cruz Jnior
Mdico veterinrio UFMG, Mestre em Patologia
Animal UFMG, MBA Internacional em Gesto
Empresarial, FGv/ohio University
Diretor-tcnico, Suinco Cooperativa de Suinocultores ltda.
Eduardo Paulino da Costa
Mdico veterinrio Doutor em Cincia
Animal (Reproduo Animal)
Professor Departamento de veterinria, UFv
Eliene Justino
Mdica veterinria
Pesquisadora, Agroceres Multimix
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
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Emlio Csar Martins Pereira
Mdico veterinrio Mestre em Medicina
veterinria (Reproduo Animal)
Doutorando em Medicina veterinria
(Biotecnologia Animal), UnESP
Eraldo Lourenso Zanella
Mdico veterinrio, MSc; PhD
professor, Faculdade de agronomia e Medicina
veterinria Universidade de Passo Fundo-RS
rika Martins de Figueiredo
Zootecnista MSc em Bioclimatologia
Doutorando em Bioclimatologia DZo/UFv
Everton Gubert
Cincia da Computao UFSC
Scio-Diretor de negcios, Estratgia & Inovao, Agriness
Fabiana Ribeiro Caldara
Zootecnista
professora, UFGd
Fbio Teixeira
Mdico veterinrio UFv
Gerente-tcnico, Zoetis
Fernanda Almeida
Mdica veterinria, PhD
professora adjunta, UFMG
Filipe Antonio Dalla Costa
Mdico veterinrio
Aluno de Mestrado do Programa de Ps-Graduao
em Zootecnia, Faculdade de cincias agrrias e
veterinria,UnESP; Grupo de Estudo e Pesquisas em
Etologia e Ecologia Animal EtCo
Francisco Alves Pereira
Mdico veterinrio, MSc
nutricionista de Sunos, Agroceres
Multimix nutrio Animal ltda.
Glauber Machado
Mdico veterinrio e Doutor em Cincia Animal.
Integrall Solues em Produo Animal ltda.
Hebert Silveira
tcnico em Agropecuria, Engenheiro Agrnomo,
Mestre em Cincias veterinrias, Doutorando em
Produo e nutrio de no Ruminantes.
Gerente-tcnico, Animalnutri
Iara Del Pilar Solar Diaz
Zootecnista, Ps-doutorado em Gentica
e Melhoramento animal
coordenadora de Servios Genticos, agroceres pic
Irenilza de Alencar Ns
Engenheira
Professora Colaboradora, UnICAMP
Professora titular, UnIP
Isabela Sabino Fernandes
Mdica veterinria; Mestre em nutrio Animal.
Mdica veterinria, Agropecuria Carboni
Isidrio Teles de Sousa
Graduado em Fsica, Mestre em Administrao de Empresas
Consultor em Gesto de negcios,
PEnSARt Consultoria SS ltda.
Isis Mariana Drombrowsky Leal Pasian
Mdica veterinria, especialista
Gerente tcnica, Elanco
Israel Jos da Silva
Mdico veterinrio Dr. em Cincia Animal
Professor Associado, UFMG
Iuri Pinheiro Machado
Mdico veterinrio, MSc
Integral Solues em Produo Animal ltda.
Joo donisete do Nascimento
Zootecnista, Mestrado em Melhoramento animal
Gerente de Gentica, agroceres pic
Produo de sunos: teoria e Prtica
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
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Jonas Irineu dos Santos Filho
Eng. Agrnomo, MSc Economia Rural,
Doutor em Economia Aplicada
Embrapa Sunos e Aves
Jorge Cunha Lima Muniz
Zootecnista MSc em nutrio Animal
Doutorando em Bioclimatologia DZo/UFv
Jorge Rotava
Mdico veterinrio
Gerente de Servios tcnicos, BRnova Sistemas nutricionais
Jos Henrique Piva
Mdico veterinrio
Servios tcnicos da pic das amricas, Genus pic
Jos Lucio dos Santos
Mdico veterinrio, MSc, DS.
PhD em Medicina veterinria UFMG
Diretor/Pesquisador, Microvet Microbiologia
veterinria Especial ltda.
Jos Rodolfo Ciocca
Zootecnista UnESP Jaboticabal-SP
Gerente do programa de abate Humanitrio, WSpa
Jos Vicente Peloso
Mdico veterinrio, M.Agr.Sc., D.S.
Consultor tcnico, JvPeloso Consultoria tcnica ltda.
Josemar Xavier de Medeiros
Engenheiro Agrnomo, Dr.
professor Universitrio, UnB
Juarez Lopes Donzele
Engenheiro Agrnomo DS em nutrio de Monogstricos
Professor titular de nutrio de Monogstricos, UFv-DZo
Juliana Sarubbi
Mdica veterinria, Dra. em Engenharia Agrcola,
na rea de construes rurais e ambincia
professora adjunta, UFSM
Leonardo Leite
Mdico veterinrio, DZo
Scio Diretor, ARC Consultoria
Lourdes Romo Apolnio
Zootecnia UFv, Mestrado e Doutorado
em nutrio Animal UFv
Lucas Alves Rodrigues
Mdico veterinrio
Mestrando em Produo de no Ruminantes,
Escola de veterinria UFMG
Lucas Fernando dos Santos
Mdico veterinrio UFv, Mestrado em veterinria
UFv, estudante de doutorado em Medicina
veterinria UFv / University of Minnesota
veterinrio, UFv / Microvet
[email protected]/ [email protected]
Luciano dos Santos Rodrigues
Engenheiro Agrcola Dr. em Cincia Animal,
Ps-Dr. em Controle Ambiental e Saneamento
professor adjunto, UFMG
Luciano Roppa
Mdico veterinrio
Diretor-Presidente, Roppa Consulting
Luis Felipe Caron
Mdico veterinrio
professor adjunto de Microbiologia e
vacinologia veterinria, UFPR
Manne Xavier Reis
Zootecnista
Mestranda em Zootecnia nutrio Animal,UFMG
Marcela Tocchet
Mdica veterinria
Gerente de produto, Zoetis
Marcelo Aparecido da Silva
Zootenia UnESP Bocatu, Mestrado e
Doutorado em nutrio Animal, UFv
nutricionista de Servicos tcnicos, Aviagen Inc.
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
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Marcelo Miele
Economista, Doutorado em Agronegcio UFRGS
Pesquisador, Embrapa Sunos e Aves
Marcelo Almeida
Mdico veterinrio UnB, Especialista em Cincias
Suincolas, UFU; Mestre em Cincias veterinrias na rea
de Medicina veterinria Preventiva Medicina de Sunos
Gerente de Servios tcnicos de Sunos, Merial
[email protected]; [email protected]
Mrcio dornelles gonalves
Mdico veterinrio, Doutorando em nutrio de Sunos
Assistente de Pesquisa, Kansas State University
Marcos Cezar Podda
Mdico veterinrio, Especializao em Reproduo Animal
Consultor tcnico, Agroceres Multimix nutrio Animal
Mariana Anrain
Engenheira agrnoma, Msc em Zootecnia
Gerente de Melhoramento Gentico, dB Gentica Suna
Marta dos Santos Baracho
Biloga
Pesquisadora Colaboradora, Faculdade de
Engenharia Agrcola UnICAMP
Mrvio Lobo Teixeira de Abreu
Mdico veterinrio, Dr. em nutrio de Monogstricos
Professor Associado, Departamento de Zootecnia UFlA
Max Ingberman
Engenheiro de Bioprocessos e Biotecnologista, MSc
em Microbiologia, parasitologia e patologia, UFpr
Gerente de P, D & I, Imunova Anlises Biolgicas
Melissa Izabel Hannas
Zootecnista, MBa em administrao e
Marketing, MSc Zootecnia, DSc Zootecnia,
Professora, UFv
Moacir Furtado
Zootecnista, MSc em nutrio Animal, Ev UFMG
nutricionista, GPD Consultoria em nutrio Animal
osmar Antonio dalla Costa
Zootecnista, doutorado
Pesquisador, Embrapa Sunos e Aves
Paulo Eduardo Bennemann
Mdico veterinrio, M.Sc, D.Sc
Professor de Fisiopatologia de Reproduo, UnoESC
Paulo Roberto Souza da Silveira
Mdico veterinrio, MSc; DSc
Pesquisador Aposentado, Embrapa Sunos e Aves
Consultor independente, SUICon treinamentos
Rafael da Rosa ulguim
Mdico veterinrio,Mestrado pelo Programa de Ps-
Graduao em Medicina veterinria UFPEl
Doutorando pelo Programa de Ps-Graduao
em Cinciasveterinrias, UFRGS
Renato Irgang
Engenheiro Agronmo, Ph.D
professor associado, UFSc
Rinaldo Felcio
Mdico veterinrio
Gerente-Comercial, Unidade de negcios
Suinocultura, MSD Sade Animal
Rita Flvia Miranda de Oliveira Donzele
Zootecnista DS em Bioclimatologia
Professora Associada Iv Bioclimatologia
Animal, UFv DZo
Robert Rene Gunert
Mdico veterinrio
Gerente de Produo, DB Gentica Suna
Roberto Maurcio Carvalho Guedes
Mdico veterinrio UFMG; Mestrado em
Patologia Animal UFMG; PhD em veterinary
PathoBiology University of Minnesota
professor, UFMG
Produo de sunos: teoria e Prtica
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
16
Robson Carlos Antunes
Mdico veterinrio UnESP, Dr. em Gentica e Bioqumica
UFU, Mestrado em Gentica e Bioqumica UFU
Professor Adjunto 4 de Suinocultura
Medicina veterinria e Agronomia, UFU
Ronaldo Reis
Mdico veterinrio, Mestrado em Patologia Comparativa
Diretor, Instituto de Pesquisas veterinrias
Especializadas (IPEvE)
Roni Pinheiro
Mdico veterinrio, Mestrado em
Reproduo e Doutorado em nutrio
Integrall Solues em Produo Animal ltda.
Rovrio Magrini de Freitas
Zootecnista
Gerente de Unidade de negcios Sunos, MCASSAB
Silvano Bnzen
Zootenia UFv viosa, Mestrado e
Doutorado em nutrio Animal UFv.
nutricionista de sunos
Stefan Alexander Rohr
Mdico veterinrio
Integrall Solues em Produo Animal ltda.
Sung Woo Kim
Ph.D, Department of Animal Science
north Carolina State University, EUA
Thiago Hiroshi Kuribayashi
Zootecnista MSc Cincias veterinrias
Supervisor tcnico, MCASSAB
Thomas Bierhals
Mdico veterinrio UDESC, Mestrado em Cincias
Animais com nfase em Reproduo de Sunos UFRGS
Gerente-tcnico Regional Sudeste/Centro-oeste,
DB DanBred
Tobias Fernandes Filho
Mdico veterinrio, MSc em Microbiologia,
Parasitologia e Patologia UFPR
Gerente de operaes, Imunova Anlises Biolgicas ltda.
Vincius de Souza Cantarelli
Zootecnista, Mestre, Doutor e Ps-Doutor
em nutrio Animal UFlA
Professor e Pesquisador, UFlA
Vladimir Fortes de oliveira
Mdico veterinrio, Mestrado em nutrio de
Monogstricos, MBA Gesto Empresarial Estratgica e
MBa em Gesto de Finanas, controladoria e auditoria
Gerente comercial, dB Gentica Suna
William Marcos Teixeira Costa
Mdico veterinrio UFv
Gerente-tcnico nacional Sunos, Ceva Sade Animal
Yamilia Barrios Tolon
Zootecnista, Dra. em Engenharia Agrcola
Professora, FAtEC/SP
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
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SuMRIo
Captulo 1 Panorama da Produo de Sunos no Brasil e no Mundo
1.1 Evoluo do mercado mundial de sunos nos ltimos 30 anos ..............................................................................23
1.2 Estatsticas da produo, abate e comercializao brasileira e mundial de sunos .......................................30
1.3 Sistemas de produo integrado, contratado, cooperado e independente ......................................................37
Captulo 2 Melhoramento Gentico Aplicado Produo de Sunos
2.1 Raas e linhagens na produo de sunos .......................................................................................................................51
2.2 Estruturas piramidais de melhoramento gentico .....................................................................................................60
2.3 Conceitos de melhoramento gentico aplicados produo de sunos ............................................................63
2.4 Gentica quantitativa e seleo assistida por marcadores .....................................................................................72
2.5 o futuro do melhoramento gentico em sunos ..........................................................................................................84
Captulo 3 Sistemas de Produo e Planejamento de Instalaes na Suinocultura
3.1 Evoluo histrica dos sistemas de produo de sunos ..........................................................................................95
3.2 Evoluo e conceitos da produo segregada ..............................................................................................................99
3.3 Fluxo de produo e dimensionamento de instalaes .........................................................................................106
3.4 o sistema wean-to-finish .....................................................................................................................................................1113.5 Sistemas de produo ao ar livre ....................................................................................................................................121
3.6 Sistemas de produo em bandas ...................................................................................................................................125
Captulo 4 Bem-estar Animal (BEA) Aplicado Produo de Sunos
4.1 Perspectivas para o bem-estar animal na suinocultura .........................................................................................133
4.2 tcnicas de manejo voltadas para o BEa em sunos ................................................................................................146
4.3 outras aplicaes prticas relacionadas ao BEA na produo de sunos .......................................................156
Captulo 5 gesto da Informao na Produo de Sunos
5.1 ndices zootcnicos e sistemas de gerenciamento na produo de sunos ....................................................169
5.2 Indicadores econmicos e custo de produo em suinocultura .........................................................................178
5.3 Gesto da informao e aplicao prtica na tomada de decises ...................................................................188
Captulo 6 Imunologia, Vacinaes, Monitoria e Necropsia
6.1 Fundamentos de imunologia aplicados produo de sunos ............................................................................201
6.2 vacinas e vacinaes ............................................................................................................................................................212
6.3 Monitoria sanitria de rebanhos .....................................................................................................................................226
6.4 Fundamentos de anatomopatologia e tcnicas de necropsia..............................................................................237
Produo de sunos: teoria e Prtica
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
18
Captulo 7 Manejo Reprodutivo da Fmea Suna
7.1 introduo e adaptao das leitoas de reposio ....................................................................................................249
7.2 Estratgias de descarte de matrizes e reposio de plantis ..............................................................................253
7.3 Manejo da leitoa da fase pr-puberal cobertura ...................................................................................................261
7.4 curvas de crescimento em leitoas..................................................................................................................................266
7.5 Flushing nutricional em leitoas: fundamentos tcnicos e aplicao prtica ..................................................272
7.6 Parmetros de peso, idade e estrutura corporal na cobertura das leitoas .....................................................279
7.7 o estro na leitoa: diagnstico e manejo eficiente ....................................................................................................283
7.8 Sistema B.E.A.R e sistema tradicional de deteco de cio em leitoas ...............................................................290
7.9 Manejo da inseminao artificial: princpios, protocolos e cuidados ...............................................................297
7.10 Inseminao artificial ps-cervical: sistemas e viabilidade ..................................................................................302
7.11 Sistemas de Inseminao Artificial em tempo Fixo (IAtF) ...................................................................................308
7.12 crescimento intrauterino retardado (ciUr) ..............................................................................................................315
Captulo 8 Manejo Reprodutivo do Macho Suno
8.1 Sistemas de alojamento de machos doadores de smen .......................................................................................323
8.2 Sistemas de coleta manual, semiautomtica e automtica ..................................................................................328
8.3 tcnicas de avaliao, contagem, processamento, diluio e envase do smen suno ..............................334
8.4 Equipamentos avanados de processamento de smen .......................................................................................349
8.5 o sistema C.A.S.A na anlise quantitativa e qualitativa do smen suno ........................................................354
8.6 Gesto da qualidade de smen em centrais de inseminao artificial .............................................................357
8.7 Gesto operacional nas centrais de inseminao artificial ...................................................................................362
8.8 tcnicas de ultrarresfriamento e congelamento do smen suno .....................................................................365
Captulo 9 Nutrio e Alimentao da Fmea Gestante
9.1 Exigncias nutricionais da fmea suna gestante .....................................................................................................375
9.2 Principais ocorrncias fisiolgicas nas diferentes fases da gestao em sunos .........................................379
9.3 Curvas de alimentao da fmea gestante: fundamentos e aplicaes .........................................................386
9.4 nutrio e formao do aparelho mamrio da fmea suna gestante .............................................................393
9.5 Manejo nutricional e condio corporal da fmea suna gestante ....................................................................396
9.6 Interaes entre nutrio na fase de gestao e desempenho na lactao ...................................................404
9.7 Interao entre manejo nutricional e peso ao nascimento ..................................................................................409
9.8 Manejo alimentar e sistemas de alimentao na gestao ...................................................................................414
Captulo 10 Nutrio e Alimentao do Macho Reprodutor Suno
10.1 Fundamentos fisiolgicos da nutrio do macho reprodutor .............................................................................427
10.2 Exigncias nutricionais do macho reprodutor ...........................................................................................................434
10.3 nutrientes condicionalmente essenciais na nutrio de machos ......................................................................441
10.4 Planos de alimentao aplicados nutrio de machos ........................................................................................448
Captulo 11 Manejo do Parto e da Fase Puerperal na Fmea Suna
11.1 Reviso antomo-fisiolgica do processo de parto na fmea suna..................................................................455
11.2 Manejo da fmea suna nos dias que antecedem ao parto ...................................................................................462
11.3 Assistncia ao parto: tcnicas e princpios .................................................................................................................468
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
19
11.4 Induo de partos na fmea suna ..................................................................................................................................476
11.5 Cuidados iniciais com os leites recm-nascidos .....................................................................................................485
11.6 Manejo de colostro: fundamentos, importncia e tcnicas..................................................................................488
11.7 ocorrncias clnicas associadas ao perodo de periparto e puerprio ............................................................493
Captulo 12 Nutrio e alimentao da fmea suna lactante e desmamada
12.1 Exigncias nutricionais da fmea suna lactante ......................................................................................................507
12.2 dietas de lactao de uso corrente ................................................................................................................................517
12.3 nutrio e catabolismo lactacional ................................................................................................................................523
12.4 interaes entre ambincia e nutrio na lactao .................................................................................................536
12.5 Endocrinologia do intervalo desmame-estro e manejo nutricional do desmame cobertura ..............545
Captulo 13 Manejos de Maternidade na Produo de Sunos
13.1 Influncia do peso ao nascimento para os resultados da maternidade ...........................................................551
13.2 Gesto da maternidade em granjas hiperprolficas .................................................................................................555
13.3 Manejo do leito pequeno: fundamentos, viabilidade e tcnicas ......................................................................559
13.4 Uniformizaes e transferncias de leites ...............................................................................................................567
13.5 Mes-de-leite: princpios, limitaes e mtodos de aplicao ............................................................................577
13.6 castrao de leites .............................................................................................................................................................582
13.7 Manejo nutricional do leito na fase pr-desmame ................................................................................................590
Captulo 14 Manejos Profilticos e Sanitrios Aplicados Produo de Sunos
14.1 Programas vacinais aplicados produo de sunos ..............................................................................................601
14.2 Granjas de Reprodutores Sudeos Certificadas (GRSC): legislao e aplicao ..........................................610
14.3 Programas de limpeza e desinfeco de instalaes em suinocultura .............................................................615
Captulo 15 Creche
15.1 Influncia do peso ao desmame no desempenho de creche ................................................................................625
15.2 A primeira semana ps-desmame: desafios e relevncia ......................................................................................628
15.3 ambincia na fase de creche ............................................................................................................................................633
15.4 curvas de alimentao e crescimento na fase de creche ......................................................................................636
15.5 Manejo alimentar e sistemas de alimentao na fase de creche ........................................................................644
Captulo 16 Terminao, transporte, abate e qualidade da carne
16.1 curvas de alimentao e crescimento na fase de terminao ............................................................................663
16.2 Manejo alimentar e sistemas de alimentao na fase de terminao ..............................................................668
16.3 Fatores que afetam a exigncia nutricional de sunos na terminao .............................................................677
16.4 tcnicas de manejo e alimentao para melhoria da converso alimentar ...................................................686
16.5 Sistemas de alimentao lquida: princpios, sistemas e manejos aplicados .................................................691
16.6 Imunocastrao em sunos: fundamentos e aplicao prtica ............................................................................698
16.7 Aditivos, promotores de crescimento e repartidores de nutrientes em sunos ...........................................707
16.8 Manejo pr-abate de sunos na granja ..........................................................................................................................727
16.9 transporte de sunos: fundamentos, tcnicas e aspectos crticos .....................................................................736
Produo de sunos: teoria e Prtica
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
20
16.10 Interaes entre manejo pr-abate e qualidade de carne em sunos ...............................................................747
16.11 Sistemas de avaliao da qualidade da carcaa suna .............................................................................................758
Captulo 17 gesto de Talentos Humanos na Produo de Sunos
17.1 Seleo, recrutamento, treinamento e motivao de mo de obra na produo de sunos ....................771
17.2 Administrao prtica dos recursos humanos em granjas de suinos: plano de cargos e
salrios e sistemas de bonificao ..................................................................................................................................782
17.3 Gerenciamento de equipes e desafios na gesto de talentos humanos ..........................................................788
Captulo 18 gesto de Qualidade na Produo de Sunos
18.1 Sistemas de gesto da qualidade aplicados na produo de sunos ..................................................................797
18.2 Indicadores de qualidade na granja de sunos ...........................................................................................................803
18.3 Implementao prtica de PDCA, 5S e gesto vista na granja de sunos ....................................................809
Captulo 19 gesto de Resduos
19.1 Biodigestores, Crditos de Carbono e Mecanismo de Desenvolvimento limpo (MDl) ..........................821
19.2 destinao de cadveres e outros resduos biolgicos .........................................................................................827
19.3 Integrao de sistemas de produo: uso de dejetos de sunos na produo de
forragens para bovinos .......................................................................................................................................................836
Captulo 20 Biosseguridade
20.1 Fundamentos tericos e aplicao prtica da Biosseguridade na produo de sunos ............................847
20.2 Biosseguridade na central de inseminao artificial (CIA) e importncia do smen
na transmisso de patgenos ...........................................................................................................................................855
20.3 Filtrao de ar: fundamentos, importncia e aplicao prtica ..........................................................................860
Captulo 21 Ambincia em Suinocultura
21.1 conforto ambiental em sunos: conceitos e dados ..................................................................................................869
21.2 Conceitos de ambincia na definio de instalaes em suinocultura ............................................................877
21.3 interaes entre ambincia e nutrio em sunos ...................................................................................................885
21.4 Sistemas de climatizao parcial e total em granjas de sunos ...........................................................................896
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
c a P t u l o
1panorama da produo de Sunos no Brasil e no Mundo
1.1 Evoluo do mercado mundial de sunos nos ltimos 30 anos ......................................23
1.2 Estatsticas da produo, abate e comercializao
brasileira e mundial de sunos .....................................................................................................30
1.3 Sistemas de produo integrado, contratado, cooperado e independente ..............37
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
1.1 evoluo do mercado mundial de sunos nos ltimos 30 anosLuciano Roppa
A origem e histria dos sunos
o suno domstico (Sus scrofa) um mam-
fero originado do javali e um membro da
espcie Cetartiodactyla. Evidncia gen-
tica molecular indica que o Sus scrofa originou-se
no sudeste da sia (Filipinas, Indonsia), durante
as flutuaes climticas do incio do Plioceno, en-
tre 5,3 e 3,5 milhes de anos. Dessa regio, se dis-
persou pela Eursia. hoje, com cerca de um bilho
de indivduos vivos, um dos mais numerosos dos
grandes mamferos do planeta.
Ainda incerto onde ocorreu a primeira domes-
ticao, embora os primeiros registros arqueolgicos
(8000-5000 a. C) foram encontrados no oriente
Mdio e leste do Mediterrneo. As ossadas mais
velhas encontradas at o momento foram desco-
bertas em 1994, em ayn, no sudeste da Anat-
lia, uma regio do extremo oeste da sia que cor-
responde hoje poro asitica da turquia.
no sop das Montanhas taurus, o porco foi
aparentemente criado por volta de 8000 a.C, tor-
nando-se a mais antiga criatura domesticada co-
nhecida, alm do co. A criao de porcos no local
antecedeu o cultivo do trigo e da cevada. os resul-
tados dessa escavao contradizem as afirmaes
de longa data, de que ovelhas e cabras foram os
primeiros animais domesticados e que a cultura
desses cereais precedeu a criao dos animais.
A domesticao comeou quando os primeiros
homens formaram aldeias para cultivar cereais, de-
pois de terem sido nmades por milhares de anos.
Porm, eram os porcos, e no os cereais, a principal
fonte de alimento nas primeiras comunidades fixas.
cansados de vagar em busca de nozes e frutas, os
habitantes das antigas aldeias decidiram domes-
ticar os porcos selvagens encontrados na regio.
Poucos anos aps terem estabelecido residncia
fixa, a criao de porcos converteu-se em sua ati-
vidade principal.
Quem primeiro trouxe esses animais para o
continente americano foi Cristvo Colombo, na
sua segunda viagem em 1493, desembarcando oito
animais na regio de So Domingos. Esses animais
posteriormente expandiram-se para o Mxico, o
Panam e a Colmbia. Francisco Pizarro, que havia
trabalhado com porcos em sua juventude, em Ex-
tremadura, trouxe sunos vivos do Panam para o
planalto andino em 1531 e hernando de Soto (o
pai da indstria de carne suna norte-americana)
levou os primeiros 13 porcos para a Flrida em
1539. no Brasil, os primeiros porcos chegaram ao
litoral paulista (So vicente) em 1532, trazidos pelo
navegador Martim Afonso de Souza.
Produo mundial de carne suna nos ltimos 17 anos houve um crescimen-
to de 42,7% na produo mundial de carne su-
na, passando de 78,2 milhes de toneladas em
1995 para 111,7 milhes de toneladas em 2012
(tabela 1). nesse mesmo perodo, o plantel mun-
dial de sunos cresceu apenas 7,1 %, passando de
900 para 964 milhes de cabeas. Essa diferen-
a entre o crescimento da produo (42,7%) e o
crescimento do plantel (7,1%) deve-se melhora
na produtividade e ao aumento do peso de abate
dos plantis mundiais.
o continente asitico detm a maior produ-
o de carne suna do mundo: 61,64 milhes de
toneladas, ou seja, 55,16 % do total mundial. A
grande maioria produzida em territrio chins
(52,3 milhes t). A Europa o segundo maior
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
Captulo 1
24
produtor mundial, com 27,6 milhes de tonela-
das, ou 24,7% do total mundial, seguida das am-
ricas, com 20,4 milhes de toneladas, ou 18,2%.
nos ltimos 17 anos, o continente que apresen-
tou o maior crescimento foi o asitico, tendo au-
mentado sua participao mundial de 50,73 para
55,16 %. A Europa foi a que mais perdeu parti-
cipao mundial, caindo de 31,4 para 24,7 %. A
participao das Amricas cresceu ligeiramente,
passando de 17,8% para 18,2%.
Principais produtores mundiaisA China , disparado, o maior produtor mundial
de carne suna (tabela 2). Produzindo 52,3 milhes
de toneladas, ela detm 46,9% do total mundial.
os 11 maiores produtores em 2012 concentraram
77,8 % da produo mundial, e aumentaram em
3,1% sua participao mundial em relao a 1995.
interessante notar que, entre os 11 maiores pro-
dutores, apenas sete cresceram acima da mdia
mundial. Desses sete, o maior crescimento percen-
tual foi no Brasil e no vietn. nesse perodo men-
cionado, apenas a Frana e a Polnia apresentaram
quedas na sua produo.
o Brasil o nico pas da Amrica do Sul entre
os dez maiores produtores de carne suna. Sua po-
sio crescente, ganhando posies ano aps ano.
Em 1995, a participao do Brasil no total mundial
era de 1,82 % e cresceu para 3,1 % no ano 2012.
Plantel mundial de sunosDe 1995 a 2012, o plantel mundial de sunos
cresceu 4,4%, passando de 900 para 940 milhes
de cabeas. Quando analisamos a situao por pas
(tabela 3), nota-se que a China , disparado, o maior
produtor mundial, com 50,5% do total. o Brasil
ocupa o terceiro lugar em nmero de cabeas e
possui 4,2% do rebanho mundial.
TABELA 1 EVOLuO DA PRODuO MuNDIAL DE CARNE SuNA, 1995 A 2012 (MIL T)
1995 2000 2005 2010 2012
78.243,25 90.049,02 98.785,77 109.317,96 111.730,38 Fonte: l. roPPa, 2013 adaPtado de oecd stat 2013
TABELA 2 PRINCIPAIS PRODuTORES MuNDIAIS DE CARNE SuNA, 1995 A 2012. (EM MILHES DE T.)
1995 2012 Crescimento %
China 33,401 52,389 56,8
Estados unidos 8,097 9,959 23
Alemanha 3,602 5,459 51,6
Espanha 2,174 3,515 61,7
Brasil 1,470 3,450 134,7
Rssia 1,865 2,717 45,7
Canad 1,275 2,166 69,9
Vietn 1,000 2,000 100
Frana 2,144 1,957 - 8,7
Polnia 1,962 1,695 - 13,6
dinamarca 1,494 1,603 7,3
Total 11 maiores 58,484 86,910 48,6
Total mundial 78,243 111,730 42,8
11 maiores/Total mundial 74,7% 77,8% + 3,1Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo
25
Nmero de matrizes nos principais pases produtores de carne suna
o plantel mundial de fmeas sunas reproduto-
ras estimado em aproximadamente 94 milhes de
cabeas. Cinquenta por cento delas esto localiza-
das na China. os dez maiores pases em nmero de
reprodutoras detm 78% do total mundial. vrios
pases apresentaram uma diminuio no seu plan-
tel de matrizes nos ltimos anos (tabela 4). Entre os
maiores produtores, s a China, o vietn e a Rssia
alojaram mais matrizes em 2010 do que tinham no
ano 2000.
o nvel tecnolgico de cada pas pode ser avalia-
do pela quantidade de carne produzida anualmente
por matriz alojada. Pode ser um indicativo tambm
do nmero de fmeas tecnificadas e de subsistn-
cia. Esse nmero pode ser obtido dividindo-se a
produo de carne suna do pas pelo seu nmero
de matrizes (tabela 5). Entre os maiores produtores
mundiais, o pas mais eficiente nesse parmetro a
Alemanha, que obtm 2.435kg de carne por matriz
alojada. Em segundo lugar, esto os Estados Unidos
com 1.763kg, seguidos da Espanha (1.412kg) e do
Canad (1.368kg).
Evoluo do consumo mundial de carnesAnalisando-se o perodo de 2000 a 2012, a
maior evoluo no consumo e na produo de pro-
tenas de origem animal ocorreu com a carne de
Aves. Seu crescimento nesse perodo foi de 23,7%.
Em segundo lugar ficou o consumo de peixes, com
um crescimento de 19,6%. A carne suna apre-
TABELA 3 PRINCIPAIS PLANTIS DE SuNOS, POR PAS, 1995 A 2012 (EM MILHES DE CABEAS)
1995 2012 Crescimento %
1. China 424,787 473,340 11,4
2. Estados unidos 59,738 66,631 11,5
3. Brasil 36,062 39,306 9
4. Alemanha 24,698 28,331 14,7
5. Espanha 18,345 25,250 37,6
Total cinco maiores 563,630 632,858 12,3
Total mundial 900,212 940,000 4,4
5 maiores/Tot. mundial 62,6 % 67,39 % - Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat
TABELA 4 NMERO DE MATRIZES ALOJADAS POR PAS, 2000 A 2010
PasNo matrizes em 2000
(milhes)
No matrizes em 2010
(milhes)
Crescimento,
%
China 35,500 47,500 33,8
Estados unidos 6,267 5,778 - 7,8
Vietn 2,947 4,390 49
Rssia 3,070 4,345 41,5
Espanha 2,441 2,408 - 1,4
Brasil 2,461 2,379 - 3,3
Alemanha 2,527 2,233 - 11,6
Filipinas 1,920 1,940 1
Polnia 1,650 1,328 - 19,5
Canad 1,361 1,295 - 4,8Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
Captulo 1
26
sentou um crescimento no consumo de 5,4%. Em
relao ao consumo mundial de carnes, houve um
crescimento de quase 11,3kg por habitante, fruto
do aumento do poder aquisitivo principalmente nos
pases em desenvolvimento (tabela 6). Apesar do
consumo mundial de carnes ser de 41kg por habi-
tante, a distribuio mundial muito desigual.
vale ressaltar que os dados da tabela 6 referem-
se disponibilidade interna, o que, na prtica, tra-
ta-se de um indicador do consumo per capita. Esse
nmero obtido, dividindo-se a produo mundial
do ano pela populao mundial estimada nessa mes-
ma data.
A carne suna ocupa com destaque o primeiro
lugar na preferncia da populao, dando-lhe o t-
tulo de a carne mais consumida no mundo. nos l-
timos 40 anos, o consumo de carne suna por parte
da populao mundial tem crescido na proporo
de 1,52% ao ano. Como podemos ver na tabela 7,
em 1970 o consumo era de 9,2Kg por habitante, e
hoje chega aos 15,5Kg. Isso representa um cresci-
mento de 60% nesse perodo. A previso de cres-
cimento para 2020 de que o consumo alcance
16,3kg/pessoa. os pases com maior consumo per
capita so a Dinamarca (73kg), a Espanha (67kg) e
hong Kong (66kg). A mdia do consumo per capita
na UE-27 de 40,2kg, nos EUA 27,9, na China 37kg,
na Coreia do Sul 29,2 kg e no Japo 19,6kg.
Em termos quantitativos, quando multiplica-
mos o consumo per capita pela populao total do
pas, notamos que 45% do consumo mundial de car-
ne suna so da China (50 milhes de toneladas). A
Unio Europeia, com seus 27 pases componentes,
consome 20 milhes de toneladas, seguida dos Es-
TABELA 5 PRODuO DE CARNE SuNA POR MATRIZ ALOJADA, 2010
Pas No matrizes em 2010
(milhes)
Produo em 2010
(milhes toneladas)
Produo/Matriz
(kg)
Alemanha 2,233 5,438 2.435
Estados unidos 5,778 10,187 1.763
Espanha 2,408 3,401 1.412
Canad 1,295 1,772 1.368
Polnia 1,328 1,741 1.311
Brasil 2,890 3,195 1.106
China 47,500 51,070 1.075
Filipinas 1,940 1,255 647
Vietn 4,390 2,310 526
Rssia 4,345 2,135 491Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat
TABELA 6 EVOLuO MuNDIAL DO CONSuMO DE CARNES, 2000 A 2012
Carne 2000 (kg/pessoa) 2012 (Kg/por pessoa) Crescimento, %
Suno 14,7 15,5 5,4
Frango 11,4 14,1 23,7
Bovino 9,1 9,5 4,3
ovelhas 1,88 1,93 2,6
ToTAL 37,1 41,3 11,3
Peixes 15,8 18,9 19,6
Leite 94 105,3 12Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, ocde-Fao e eurostat
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo
27
tados Unidos, com 8,4 milhes. Juntos, eles conso-
mem 70% da produo mundial. o Brasil o quinto
maior consumidor quantitativo, logo atrs da Rs-
sia (tabela 8).
Principais exportadores mundiais de carne suna
As exportaes mundiais de carne suna no ano
2012 atingiram oito milhes de toneladas (tabela
9). Elas representaram apenas 7% da produo, o
que mostra que o maior consumo de carne suna
realizado localmente, no pas onde produzida. As
exportaes mundiais cresceram 192% de 1995 a
2012, o que d um expressivo crescimento mdio
de mais de 11% ao ano.
os trs maiores exportadores so respons-
veis por 80% do comrcio mundial de carne suna
(tabela 10). o maior exportador mundial so os Es-
tados Unidos, que nos ltimos 12 anos cresceram
suas exportaes em 312% e deslocaram a Unio
Europeia da liderana que ocupava. o Canad
o terceiro maior exportador. o Brasil o 4o maior
exportador, responsvel por 8% do comrcio mun-
dial. A China, apesar de ser o maior produtor mun-
dial, tem modesta participao nas exportaes,
por no ser livre de febre aftosa e consumir quase
tudo que produz, com seus habitantes estimados
em 1,3 bilho.
Principais importadores mundiais de carne suna
o Japo o maior importador mundial de carne
suna, tendo aumentado suas importaes em 43%
nos ltimos 12 anos (tabela 11). considerado um
TABELA 7 EVOLuO DO CONSuMO MuNDIAL DE CARNE SuNA, 1970 A 2001
Ano Consumo / pessoa
1970 9,2
1980 11,7
1990 13,3
2000 14,7
2012 15,5Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados da ocde-Fao
TABELA 8 CONSuMO QuANTITATIVO DE CARNE SuNA POR PAS, 2012
Pas Consumo, milhes T
China 50
uE 27 20,5
EuA 8,4
Rssia 2,94
Brasil 2,87Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados da ocde-Fao e marche du Porc
TABELA 9 EVOLuO DAS ExPORTAES MuNDIAIS DE CARNE SuNA, 1995 A 2012
1995 2000 2005 2010 2012
2,748 3,635 5,730 6,874 8,037 Fonte: l. roPPa, 2013 adaPtado de oecd stat e eurostat, 2013
TABELA 10 PRINCIPAIS PASES ExPORTADORES DE CARNE SuNA, 2000 A 2012 (EM MILHES DE TONELADAS)
2000 2012 Crescimento %
1. unio Europeia 1,470 3,130 112,9
2. Estados unidos 0,592 2,262 282,1
3. Canad 0,636 1,189 86,9
4. Brasil 0,135 0,581 330,3
5. Chile 0,030 0,271 803,3
6. China 0,073 0,235 221,9
7. outros Pases 0,699 0,368
TOTAL 3,635 8,037 121,1Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, asProcer, marche du Porc, canada Pork int, eurostat e abiPecs
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
Captulo 1
28
CANAdA223%
uSA119%
BRASIL118%
CHILE131%
MXICo66%
uCRNIA90%
u.E 27112%
RSSIA68%
CHINA99%
VIETNAM100%
FILIPINAS 93%
AuTRLIA 71%
TAIWAN92%
COREIA SuL 57%
JAPo 51%
comprador exigente, pois impe estritas normas de
sanidade e de qualidade. Seus principais fornece-
dores so os Estados Unidos, a Unio Europeia (em
especial a Dinamarca), o Canad, o Chile e o Mxico.
A Rssia o segundo maior importador mun-
dial, tendo aumentado suas importaes em 256%
nos ltimos 12 anos. um mercado que gradu-
almente se torna mais exigente e que estimula a
produo interna para depender menos das impor-
taes. Suas compras so feitas principalmente da
Unio Europeia e do Brasil.
A China, maior produtor mundial de carne su-
na, tambm o maior consumidor e terceiro maior
importador. Suas importaes cresceram mais de
500% em 12 anos, devido aos constantes proble-
mas sanitrios que tm limitado a produo e, por
consequncia, diminudo a oferta interna.
o Mxico o quarto maior importador, tendo
aumentado suas importaes em 443% nos ltimos
12 anos. os Estados Unidos, o Canad e o Mxico
respeitam o tratado da nAFtA, e facilitam o comr-
cio entre si. Grande parte das importaes dos EUA
vem do Canad, enquanto as do Mxico vm dos
EUA e do Canad.
A Coreia do Sul era um pas exportador no
incio deste sculo. Porm, em virtude de fortes
TABELA 11 PRINCIPAIS IMPORTADORES MuNDIAIS DE CARNE SuNA, 2000 A 2012 (EM MILHES DE TONELADAS)
2000 2012 Crescimento %
1. Japo 0,880 1,259 43
2. Rssia 0,300 1,070 256,6
3. China 0,120 0,730 508,3
4. Mxico 0,130 0,706 443,1
5. Coreia do Sul 0,005 0,502 -
6. Hong Kong 0,264 0,414 56,8
7. Estados unidos 0,453 0,363 - 19,8Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados do usda, FaPri e oecd-Fao
Figura 1 autossuficincia (Produo consumo) em carne suna nos principais pases do mundo, 2012Fonte: l. roPPa, 2013, com base em dados do marche du Porc
EXPoRTAdoRIMPoRTAdoR
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo
29
problemas sanitrios (Febre Aftosa no ano 2000),
passou a ser um importador de carne suna devido
diminuio do seu plantel e da sua produo. hoje
o quinto maior importador mundial.
A figura 1 mostra, de forma resumida, a au-
tossuficincia dos principais pases produtores e
consumidores de carne suna. os pases em ver-
de produzem mais do que consomem e possuem
excedentes exportveis. Por exemplo, os Estados
Unidos possuem um excedente de 19%, que ex-
portado para outros pases. Em vermelho esto os
pases cuja produo no suficiente para seu au-
toabastecimento e necessitam importar de outros
pases. Por exemplo, a Rssia produz 68% do seu
consumo interno e necessita importar 32% para
abastecer seu mercado.
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8.http://www.asprocer.cl/index/for_publica_exporta.as-
p?id_seccion=7&id_subsecciones=73
9. http://tnet.teagasc.ie/fapri/downloads/paper1.pdf
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
os primeiros porcos chegaram ao Brasil
em 1532. Foram trazidos pelo navegador
Martim Afonso de Souza, que desembar-
cou na cidade de So vicente, no litoral paulista.
Pertenciam s raas da Pennsula Ibrica, existen-
tes em Portugal naquela poca.
no Brasil, a utilizao da carne suna foi muito
importante na alimentao da poca da colonizao.
os portugueses procuraram reproduzir aqui a
mesma alimentao que tinham no velho mundo,
onde a carne suna era um dos seus pratos prefe-
ridos. os africanos contriburam com sua tcnica,
tempero e manejo de preparo.
Desde o incio, passaram a criar porcos em
maior escala, para que deles fosse retirada, alm
da carne, toda sua gordura, utilizada no lugar da
manteiga em toda a sorte de preparo. Do porco
tambm se extraa o toucinho, para que fosse cozi-
do com o feijo, frito como torresmo ou guardado
em grandes potes para a conservao de carnes
que sobrassem. Desse modo, a gordura passou a
ser item de consumo quase vital para a nossa culi-
nria. o porco, com todos os seus encantos culi-
nrios, ganhou de imediato o paladar dos nativos.
Com o tempo, os criadores brasileiros passa-
ram a desenvolver raas prprias, como o Piau, o
Canastra, o Sorocaba, o tatu e o Caruncho. todos
eram destinados produo de carne e toucinho.
no final do sculo xIx e incio do sculo xx,
com a imigrao europeia para os estados do Sul,
a suinocultura ganhou um novo aliado. Esses imi-
grantes, vindos, principalmente da Alemanha e da
Itlia, trouxeram para o Brasil os seus hbitos ali-
mentares de produzir e consumir sunos, bem como
um padro prprio de industrializao.
Comearam ento os processos de melho-
ramento gentico das raas existentes, atravs
das importaes de animais das raas Berkshire,
tamworth e large Black da Inglaterra e, posterior-
mente, das raas Duroc e Poland China. Entre 1930
e 1940, chegaram as raas Wessex e hampshire.
nos anos seguintes, com o surgimento e difu-
so dos leos vegetais, a produo de sunos como
fonte de gordura perdeu espao, pois ela passou a
ser menos utilizada na alimentao. A partir da, a
produo de sunos para carne passa a ser privile-
giada e surge um novo perfil de consumo.
nesse perodo que fundada a Associao Bra-
sileira dos Criadores de Sunos (ABCS), em 1955, na
cidade de Estrela, Rio Grande do Sul. Sua principal
funo seria a busca pelo melhoramento gentico
do rebanho nacional, por meio de incentivo intro-
duo de raas puras, que garantiriam a produo de
menos gordura e mais carne. Incentivados por esse
novo desafio, os produtores trouxeram novas raas
para o Brasil: na dcada de 50 chegam os landrace;
na de 60, os large White; a partir da dcada de 70,
os hbridos de empresas especializadas no melhora-
mento gentico de sunos.
o trabalho da aBcS e a introduo de diferentes
raas geraram um novo patamar de desenvolvimento
na suinocultura nacional. Uma melhor assistncia tc-
nica, um controle sanitrio adequado e o desenvolvi-
mento da indstria frigorfica e de alimentos garanti-
ram ao Pas a produo mais eficiente de uma protena
animal e contriburam para o aprimoramento do setor.
Evoluo da produo de carne suna no Brasil
o Brasil o quarto maior produtor mundial de
1.2 estatsticas da produo, abate e comercializao brasileira e mundial de sunosLuciano Roppa
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo
31
carne suna, ficando atrs apenas da China, Unio Eu-
ropeia e dos Estados Unidos. tem aumentado cons-
tantemente sua participao e hoje representa 3,2 %
da produo mundial (tabela 1). Em 1980, recm-sa-
do do episdio da Peste Suna Africana, o Brasil pro-
duziu 1,15 milho de toneladas. os dez anos seguintes
foram caracterizados por algumas crises de preos e,
principalmente, pela forte modernizao das insta-
laes, gentica e nutrio. A suinocultura Brasileira
terminou a dcada de 90 com produo inferior
de 1980, mas com bases consolidadas para um forte
crescimento, que iria ocorrer nos anos subsequentes.
Se compararmos o crescimento da suinocultura bra-
sileira com o crescimento da mundial, verificaremos
que, nos ltimos 32 anos, a produo brasileira cres-
ceu 200%, enquanto a mundial cresceu 110%.
Brasil: evoluo do plantel total de sunoso Brasil tem um plantel de aproximadamente
39 milhes de cabeas (tabela 2). Em 1980 o plantel
era de 32,5 milhes de cabeas e a produo havia
sido de 1,150 milho de toneladas. Em 2012, com
39,3 milhes de cabeas, a produo aumentou
para 3,450 milhes de toneladas. Portanto, em 32
anos o crescimento do plantel foi de apenas 20,9%,
enquanto a produo aumentou 200%. Esses n-
meros exemplificam claramente a evoluo tecno-
lgica do setor nesse perodo, graas a um forte tra-
balho dos tcnicos, das associaes, das entidades
de pesquisa e dos criadores nas reas de gentica,
nutrio, instalaes e manejo.
outros fatos que exemplificam essa evoluo
tecnolgica so a melhora do desfrute (nmero de
animais abatidos divididos pelo plantel total), que
passou de 54,4% para 103% em 32 anos. o peso
mdio das carcaas tambm aumentou de forma
considervel, passando de 64 para 84kg.
com a evoluo gentica e nutricional, os sunos
puderam ser abatidos com maior peso, sem acumu-
lar gordura, como no passado, e se tornaram muito
mais eficientes. Em 1980, os sunos eram abatidos
com 180 dias de idade, com converso alimentar de
1:3,6kg (3,6kg de rao para 1kg de ganho de peso),
espessura de toucinho de 4 a 5mm e peso vivo de
abate de 94kg. Em 2012, os sunos eram abatidos
aos 140-150 dias de idade, com converso alimen-
tar de 1:2,4kg, espessura de toucinho de 1mm e peso
vivo de abate de 110 a 120kg.
TABELA 1 SuINOCuLTuRA BRASILEIRA: EVOLuO NA PARTICIPAO DA PRODuO MuNDIAL DE CARNE SuNA
Produo Brasil
(milhes T)
Produo mundial
(milhes T)
Participao,
%
1980 1,150 52,678 2,18
1990 1,040 69,862 1,49
2000 2,556 89,533 2,85
2010 3,238 102,745 3,15
2012 3,450 110,800 3,21Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da ocde-Fao e abiPecs
TABELA 2 SuINOCuLTuRA BRASILEIRA: EVOLuO DO PLANTEL E ABATES, 1980 A 2012
1980 1990 1995 2000 2005 2010 2012
N de cabeas, milhes 32,500 33,623 35,050 31,562 34,063 38,950 39,306
Produo de carne, milhes T 1,150 1,040 1,470 2,556 2,709 3,238 3,450
No de abates, milhes cabeas 17,7 19,2 20,1 32,3 33,9 39,6 40,5
Peso mdio das carcaas, kg 64,9 64,6 73,1 79,1 79,9 81,7 84,5
desfrute, % 54,4 53,6 57,3 102,3 99,5 101,6 103Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
Captulo 1
32
Suinocultura brasileira: evoluo do plantel de matrizes
A suinocultura brasileira pode ser subdividida
entre industrial (tecnificada) e de subsistncia, com
a presena de produtores familiares, patronais e
empresariais. no Brasil, o nmero de matrizes su-
nas de aproximadamente 2,4 milhes atualmente.
Desse total, 1,6 milho de matrizes so criadas em
sistemas altamente tecnificados, onde os animais
so confinados, recebem alimentao balanceada
e cuidados sanitrios especficos. os dados sobre
nmero de matrizes tecnificadas e de subsistncia
antes de 2002 so controversos e divergentes en-
tre as fontes. o primeiro trabalho oficial de orga-
nizao desses dados foi feito em 2002 e passou
a ser o nmero oficial publicado pela Associao
Brasileira da Indstria Produtora e Exportadora
de Carne Suna (ABIPECS).
Em 2002, nosso plantel de matrizes era de 2,86
milhes de cabeas, das quais 1,59 milho consi-
deradas tecnificadas e 1,26 milho consideradas
de subsistncia. Com a forte crise de 2002 a 2003,
grande nmero de matrizes foram abatidas (nme-
ros extraoficiais apontaram o abate de 360 mil ma-
trizes), principalmente do rebanho de subsistncia
e de pequenos criadores tecnificados.
Com o passar dos anos, houve uma contnua
reduo das matrizes de subsistncia e aumento
das tecnificadas. Esse crescimento ocorreu nas
principais regies produtoras e se concentrou nos
alojamentos ligados s integraes ou s coopera-
tivas, em detrimento do mercado dos suinocultores
independentes.
a regio Sul do pas tradicionalmente a de
maior expresso na produo de sunos, detendo
59% das matrizes tecnificadas alojadas no Brasil. J
o sudeste, ao dispor de um plantel de 380 mil matri-
zes, a segunda maior regio produtora, com desta-
que para Minas Gerais estado que conta com 241
mil matrizes, alcanando a quarta posio no Pas.
A expanso agrcola da regio Centro-oeste,
a partir da dcada de 1970, agregou crescimento
natural na produo de aves e sunos. nos ltimos
15 anos, as suinoculturas de Gois e Mato Grosso
se destacaram em termos nacionais. Atualmente, a
regio Centro-oeste abriga 274 mil matrizes, de-
vendo ultrapassar, nos prximos anos, o Sudeste,
principalmente pelas condies associadas pro-
duo de gros, abundncia de gua, clima favor-
vel e topografia do solo, fator que permite melhor
distribuio dos dejetos sunos, utilizados como
adubo orgnico.
Suinocultura brasileira: produo por regio geogrfica
A produo de carne suna no Brasil apresentou
profundas transformaes organizacionais e tecno-
lgicas nos ltimos 30 anos. A grande evoluo nas
reas de gentica, nutrio e qualidade da carne foi
acompanhada por trs tendncias determinantes:
TABELA 3 SuINOCuLTuRA BRASILEIRA: EVOLuO DO PLANTEL DE MATRIZES, 1980 A 2012
1980 1990 1995 2000 2005 2010 2012
N de cabeas, milhes 32,5 33,623 35,050 31,562 34,063 38,950 39,306
N total de matrizes, milhes n.d 3,700 2,125 2,461 2,343 2,416 2,379
N de matrizes industriais, milhes n.d. n.d. n.d. n.d. 1,406 1,613 1,655
N de matrizes subsistncia, milhes n.d. n.d. n.d. n.d. 0,937 0,803 0,724Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe
TABELA 4 SuINOCuLTuRA BRASILEIRA: MATRIZES TECNIFICADAS ALOJADAS POR REGIO,
2012 (MILHES DE CABEAS)
Regio 2012
sul 0,980
sudeste 0,380
centro-oeste 0,274
nordeste 0,018
norte 0,002
BRASIL 1,654Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da
abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe
produo de SunoS - teoria e prticacoordenao tcnica - integrall
Panorama da Produo de sunos no Brasil e no mundo
33
o aumento da escala de produo e a redu-o no nmero de produtores foram obser-
vados em todas as regies do Pas.
A mudana no sistema produtivo, com a se-gregao da produo em mltiplos stios, em
unidades produtoras de leites (UPl) e unida-
des de crescimento e terminao (Ut), se deu
de forma mais intensa entre as integraes na
regio Sul e Centro-oeste e foi tambm ado-
tada por parte dos criadores do Sudeste.
A evoluo da fronteira agrcola para a re-gio Centro-oeste, que disponibilizou o
acesso quantitativo ao milho e soja, que so
os principais insumos na produo da rao.
Esses trs fatores foram decisivos para alterar
a distribuio geogrfica da produo de carne su-
na no Brasil (tabela 5).
A regio Sul aumentou sua participao na
produo nacional de 44,9 para 48,6%. nessa re-
gio, que sofreu considervel reduo no nmero
de criadores, predomina hoje a participao de
agricultores familiares integrados s empresas e
cooperativas agroindustriais. A produo est se-
gregada em mltiplos stios e especializada por ati-
vidade, com pouca produo local de gros.
A regio Sudoeste manteve sua participao de
17,8% ao longo dos ltimos 30 anos. nessa regio
continua predominando o suinocultor independen-
te com ciclo completo, considerando que os cria-
dores com maior escala evoluram para a produo
segregada em mltiplos stios e especializada por
atividade. Com produo local de gros inferior
sua demanda, a regio assistiu a uma reduo no
seu nmero de criadores. Esses fatores levaram
bem-sucedida experincia de associaes de gru-
pos de criadores, que passaram a fazer as compras
de seus insumos e a comercializar sua produo,
em conjunto, inclusive com a construo conjunta
de unidades de abate e industrializao, que leva-
ram elaborao de marcas prprias de produtos.
A regio Centro-oeste foi a que apresentou a
maior expanso, aumentando sua participao de
8,3 para 14,1%, em 30 anos. As grandes empresas
acompanharam a migrao da fronteira agrcola e ali
montaram seus novos parques industriais, visando
diminuir o custo de alimentao. Alm desse fato, a
disponibilidade de rea para deposio dos dejetos
tambm impulsionou essa deciso. nessa regio, a
suinocultura tambm uma atividade desenvolvida
por produtores de gros, que passaram a diversificar
suas atividades e explorar ganhos de escala. A pro-
duo tecnificada e a utilizao de tecnologias mais
avanadas (mltiplos stios, especializao por ativi-
dade) so as caractersticas da regio.
A maior queda na participao foi nas regi-
es norte e nordeste, que passaram de 28,8 para
19,4% da produo nacional. o baixo consumo
regional de carne suna, a falta de gros e o menor
nvel tecnolgico (das instalaes) dos produtores
mdios e pequenos acabaram por reduzir o nmero
de produtores e a produo.
Suinocultura brasileira: evoluo do consumo de carne suna
Ao contrrio do perfil mundial, o consumo de
carne suna no Brasil inferior ao das carnes de fran-
go e bovina. Apesar de o consumo per capita ter evo-
ludo de 9,7kg em 1980 para 14,8kg em 2012, o per-
TABELA 5 EVOLuO DO PLANTEL POR REGIO DO BRASIL (MILHES DE CABEAS), 1980 A 2011
Regio 1980 1985 1990 1995 2000 2006 2010 2011
norte 1,910 2,560 3,750 2,207 2,619 1,594 1,598 1,569
nordeste 7,993 7,872 9,691 6,357 7,140 3,945 6,184 6,079
Sudeste 6,141 5,606 6,084 4,496 5,548 5,482 6,857 7,023
Sul 15,412 11,892 10,636 12,495 13,452 17,366 18,930 19,094
Centro-oeste 2,874 2,548 3,459 2,253 2,801 3,559 5,381 5,539
totais 34,33 30,48 33,62 27,81 31,56 31,95 38,95 39,30Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe
PRoDUo DE SUnoS - tEoRIA E PRtICACooRDEnAo tCnICA - IntEGRAll
Captulo 1
34
centual de participao na mesa dos consumidores
brasileiros caiu de 19 para 14,5% (tabela 6 ). o maior
crescimento na participao foi o da carne de frango,
que passou de 17,5 para 44% do consumo dos brasi-
leiros. A maior queda foi a da carne bovina, que de
63% caiu para 41% de participao.
Um ponto extremamente positivo a ser reala-
do foi o forte crescimento do consumo de carnes
em nosso Pas, que cresceu de 51kg por habitante
em 1980 para 102,1kg em 2012.
o pequeno avano do consumo quantitativo de
carne suna no Brasil esbarrou ao longo desses lti-
mos 30 anos mais em fatores culturais do que na aces-
sibilidade e teve como base a preferncia dos produ-
tos processados em detrimento da carne in natura.
Durante a primeira dcada deste sculo, o con-
sumo per capita de carne suna no Brasil permane-
ceu estagnado, aumentando apenas de acordo com
o crescimento da populao (tabela 7). Com o ob-
jetivo de aumentar o consumo in natura de carne
suna no Brasil e melhorar a estabilidade econmi-
ca da atividade, surgiu, em 2009, o Projeto nacio-
nal de Desenvolvimento da Suinocultura (PnDS),
criado pela ABCS.
Para que o PnDS se concretizasse, houve a
unio de entidades como a associao Brasileira
dos criadores de Sunos (aBcS), o Servio Bra-
sileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas
(SEBRAE), o Servio nacional de Aprendizagem
Rural (SEnAR) e da Confederao da Agricultura e
Pecuria do Brasil (CnA). os objetivos especficos
so modernizar a comercializao da carne suna e
generalizar boas prticas de produo da granja
mesa, que contribuam para consolidar a carne suna
como um produto saudvel e nutritivo, produzido
de forma tecnicamente correta, socialmente justa
e ambientalmente responsvel. A meta incremen-
tar o consumo domstico per capita para 18 kg at
o final do ano de 2015. nos primeiros anos de exe-
cuo do projeto, o consumo cresceu de 13,4kg em
2008 para 15,1kg em 2011.
ao longo de dois anos, o projeto realizou mais
de 280 aes, registrou aumentos de 20% a 90%
nas vendas de cortes sunos e, atravs do trabalho
realizado pelas afiliadas da ABCS, mais de um mi-
lho de pessoas foram sensibilizadas por meio de
informaes sobre a salubridade da carne suna,
sua importncia para a sade humana e suas diver-
sas opes de consumo. Alm disso, cerca de 13 mil
profissionais foram capacitados de forma direta em
treinamentos de cortes, oficinas gastronmicas,
palestras para mdicos e em universidades. nessa
fatia de capacitaes, mais de dois mil produtores
do Brasil receberam treinamento para melhoria de
gesto e mo de obra, alm de consultorias tcni-
cas e de inovao realizada nas granjas.
vale ressaltar que os dados da tabela 7 refe-
rem-se disponibilidade interna, o que, na prtica,
traduz um indicador do consumo per capita. no fi-
nal, o balano entre produo e exportaes que
define as alteraes na disponibilidade interna.
Suinocultura brasileira: exportaes Com a abertura comercial no incio de 1990
e com a desvalorizao cambial em 1999, o Brasil
conseguiu aumentar sua produo e ampliar as ex-
portaes no mercado internacional, passando a
figurar atualmente como quarto maior exportador
TABELA 6 EVOLuO DO CONSuMO DE CARNES NO BRASIL (KG/HABITANTE/ANO)
Suno Frango de corte Bovino Total
Kg/hab % Kg/hab % Kg/hab % Kg/hab
1980 9,7 19 8,9 17,5 32,4 63,5 51
1990 7 15,9 13,4 30,5 23,6 53,6 44
2000 14,3 17,8 29,9 37,1 36,3 45,1 80,5
2010 14,2 14,3 44,5 44,8 40,5 40,8 99,2
2012 14,8 14,5 45 44,1 42,3 41,4 102,1Fonte: l. roPPa, 2013 com base em dados estatsticos da abiPecs, abcs/associaes estaduais e ibGe
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