Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de
coberturas inclinadas
Aplicação em telhas cerâmicas
Rui João Santos Campos e Ramos
Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em
Construção e Reabilitação
Orientadores:
Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Professor Doutor Pedro Manuel dos Santos Lima Gaspar
Júri
Presidente: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques
Orientador: Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito
Vogal: Doutora Ana Filipa Ferreira da Silva Cigarro Matos
Outubro de 2016
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação i
Resumo
A presença de sinais evidentes de degradação no parque edificado em Portugal, apesar de este
ser relativamente recente, quando comparado com o de outros países europeus, está associada à
má prática de manutenção, traduzindo-se na perda de desempenho das construções, nas quais se
incluem os revestimentos exteriores cerâmicos de coberturas inclinadas. A qualidade e a
durabilidade das construções são essenciais para a qualidade de vida, constituindo parâmetros
fundamentais para a estabilidade social e económica das nações. Neste sentido, tem crescido o
interesse pela determinação da durabilidade e da vida útil dos materiais e dos componentes de
estruturas e de edifícios.
O objetivo da dissertação consiste no desenvolvimento de uma metodologia de estimativa da vida
útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, aplicada a telhas cerâmicas, validada
através de uma campanha de inspeções visuais. A metodologia desenvolvida permitiu a obtenção
de resultados que demostraram ser adequados, verificando-se que a degradação dos revestimentos
depende de fatores que influenciam a sua vida útil.
Esta investigação envolveu uma amostra constituída por 149 revestimentos exteriores de
coberturas inclinadas, distribuídos por 86 edifícios, com uma área total de 44.748,0 m2, visando a
obtenção de informação relevante no apoio à decisão para gestão do património edificado.
Palavras-chave: vida útil, durabilidade, degradação, revestimentos, coberturas inclinadas, telhas
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
ii Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Abstract
The progressive degradation of the building stock in Portugal, even though relatively recent when
compared with that of other European countries, is associated with poor maintenance practice,
translating into a loss of performance of buildings, and of its pitched roofs of ceramic tiles. The
quality and durability of constructions are essential to the quality of life, which are basic parameters
for the social and economic stability of the nations. In this sense, there has been growing interest in
the determination of the durability and service life of materials and components of structures and
buildings.
The purpose of this work is to develop a methodology to predict the service life of exterior
claddings of pitched roofs, applied to ceramic tiles, validated through a visual inspection campaign.
The methodology allows obtaining results that demonstrated to be adequate, verifying that the
degradation of claddings depends on factors that influence their service life.
This research involved a sample of 149 coatings of pitched roofs, distributed over 86 buildings with
a total area of 44,748.0 m2, which afforded relevant information to support the decision of property
management.
Keywords: service life, durability, deterioration, coatings, pitched roofs, roof tiles
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação iii
Agradecimentos
Ao terminar um período relativamente longo, durante o qual esta investigação foi desenvolvida,
chega a altura de recordar todos os intervenientes que permitiram concretizar o objetivo deste
trabalho, pessoas que têm permitido o desenvolvimento de conhecimento, que se espera de
interesse e utilidade para o mundo.
Agradeço ao Professor Jorge de Brito, pela incansável persistência e motivação para que este
trabalho pudesse ser desenvolvido; agradeço por ser um exemplo dotado das mais extraordinárias
capacidades de trabalho, demonstrado no seu espírito de sacrifício e abnegação, entregando ao
seu trabalho todo o esforço e inteligência em prol do desenvolvimento do conhecimento científico.
Ao Tenente-general Joaquim Manuel Nunes Borrego, enquanto meu comandante, agradeço pelo
seu apoio e contributo que permitiu a o desenvolvimento da dissertação.
Ao Coronel José Manuel Santiago, enquanto meu chefe, agradeço a confiança depositada na
minha pessoa, pelo seu exemplo e extraordinária capacidade de trabalho, que contribuíram para a
motivação e empenho neste trabalho.
À Professora Ana Silva, agradeço pelo seu apoio e motivação, pela disponibilidade demostrada e
pela contribuição para a qualidade deste trabalho.
Ao Tenente-Coronel Borges Ferreira, ao Capitão José Romão, ao Tenente Robalo, ao Tenente
Ricardo Simões, e todos os seus colaboradores, que permitiram e facilitaram o acesso às
coberturas.
Aos meus camaradas, Tenente-Coronel José Pereira, Major Cristina Fachada, Major Rute
Ramalho, Capitão Ana Gomes e Tenente Andreia Costa, pelo incansável apoio e motivação para a
conclusão deste trabalho.
À minha mãe, ao meu pai, às minhas irmãs, Carla e Clara, por acreditarem nas minhas
capacidades, e pela motivação durante toda a realização da dissertação.
Aos meus sogros, pelo apoio familiar, pela motivação e pelo contributo que permitiu concluir este
trabalho.
À minha esposa, Ana de Carmo, agradeço pela fé, pelo exemplo demostrado na sua capacidade
de trabalho, pelo sacrifício, por toda a abnegação e pelo seu permanente e incansável apoio
familiar, que permitiram a conclusão deste trabalho.
À minha filha, Glória de Carmo, agradeço pela compreensão na sua tenra idade, pelo seu amor, e
pelo tempo de brincadeira de que abdicou comigo, um dos bens mais caros da sua vida.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
iv Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Índice geral
Resumo ............................................................................................................................................... i
Abstract................................................................................................................................................ ii
Agradecimentos .................................................................................................................................. iii
Índice de figuras ................................................................................................................................ vii
Índice de tabelas ................................................................................................................................ ix
1. Introdução ................................................................................................................................... 1
1.1 Considerações iniciais ........................................................................................................ 1
1.2 Trabalhos realizados no âmbito da dissertação ................................................................. 2
1.3 Objetivos e metodologia da dissertação ............................................................................ 3
1.3.1 Pesquisa bibliográfica ............................................................................................ 4
1.3.2 Ficha de inspeção e diagnóstico ............................................................................ 4
1.3.3 Trabalho de campo ................................................................................................ 5
1.3.4 Elaboração dos modelos de previsão de vida útil .................................................. 5
1.3.5 Análise e discussão de resultados ......................................................................... 6
1.4 Previsão da vida útil - conceitos ......................................................................................... 6
1.4.1 Durabilidade ........................................................................................................... 6
1.4.2 Vida útil ................................................................................................................... 6
1.4.3 Fim de vida útil ....................................................................................................... 7
1.4.4 Obsolescência ........................................................................................................ 7
1.4.5 Modelos de degradação ......................................................................................... 8
1.5 Metodologias de previsão de vida útil ................................................................................ 8
1.5.1 Métodos determinísticos ........................................................................................ 8
1.5.1.1 Método fatorial......................................................................................... 8
1.5.1.2 Método gráfico......................................................................................... 9
1.5.2 Métodos probabilísticos ....................................................................................... 11
1.5.3 Métodos de engenharia ....................................................................................... 12
1.6 Estrutura da dissertação ................................................................................................... 13
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas ................................................................. 15
2.1 Considerações iniciais ...................................................................................................... 15
2.2 Classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas ............................................. 15
2.3 Exigências funcionais ....................................................................................................... 17
2.4 Tipos de revestimentos .................................................................................................... 18
2.4.1 Revestimentos pétreos naturais ........................................................................... 18
2.4.2 Revestimentos pétreos artificiais ......................................................................... 19
2.4.2.1 Telha cerâmica ...................................................................................... 19
2.4.2.2 Telha de microbetão ............................................................................. 19
2.4.2.3 Revestimento em fibrocimento.............................................................. 20
2.4.2.4 Vidro ...................................................................................................... 20
2.4.3 Revestimentos metálicos ..................................................................................... 20
2.4.4 Revestimentos plásticos ...................................................................................... 21
2.4.5 Revestimentos mistos .......................................................................................... 21
2.4.6 Revestimentos tradicionais .................................................................................. 22
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Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação v
2.5 Patologia dos RECI ...........................................................................................................22
2.5.1 Classificação das anomalias ................................................................................ 22
2.5.2 Caracterização das anomalias ............................................................................. 24
2.5.2.1 Condensações ...................................................................................... 25
2.5.2.2 Deformações acentuadas do revestimento .......................................... 26
2.5.2.3 Desalinhamento do RECI ..................................................................... 26
2.5.2.4 Desprendimento / descolamento de elementos de revestimento ......... 27
2.5.2.5 Acumulação de detritos ........................................................................ 27
2.5.2.6 Corrosão ............................................................................................... 27
2.5.2.7 Descasque / escamação / esfoliação ................................................... 27
2.5.2.8 Desenvolvimento de vegetação parasitária / crescimento biológico .... 28
2.5.2.9 Diferenças de tonalidade / alteração de cor ......................................... 28
2.5.2.10 Desagregação / oxidação ..................................................................... 28
2.5.2.11 Fissuração / fratura ............................................................................... 29
2.5.2.12 Defeitos nas fixações ............................................................................ 29
2.5.2.13 Defeitos nos remates ............................................................................ 29
2.5.2.14 Inexistência ou deterioração dos cordões de estanqueidade .............. 29
2.5.2.15 Sobreposição insuficiente ou excessiva ............................................... 29
2.5.2.16 Defeitos no sistema de isolamento térmico .......................................... 30
2.5.2.17 Defeitos no sistema de ventilação ........................................................ 30
2.5.2.18 Inclinação insuficiente ou excessiva ..................................................... 30
2.5.2.19 Intervenções incorretas ou deficientes ................................................. 30
2.5.3 Classificação dos fatores de degradação associados às anomalias ....................... 30
2.5.3.1 Ações de origem mecânica ................................................................... 31
2.5.3.2 Ações ambientais .................................................................................. 31
2.5.3.3 Erros de projeto ..................................................................................... 31
2.5.3.4 Erros de execução ................................................................................ 31
2.5.3.5 Erros de utilização / manutenção .......................................................... 32
2.6 Conclusões ........................................................................................................................32
3. Trabalho de campo ................................................................................................................... 33
3.1 Considerações iniciais .......................................................................................................33
3.2 Objetivos do trabalho de campo ........................................................................................33
3.3 Metodologia .......................................................................................................................33
3.3.1 Ficha de inspeção e diagnóstico .......................................................................... 34
3.4 Classificação e definição dos níveis de degradação ........................................................36
3.4.1 Classificação das anomalias ................................................................................ 36
3.4.2 Níveis de degradação das anomalias .................................................................. 37
3.4.2.1 Anomalias estéticas .............................................................................. 38
3.4.2.2 Anomalias funcionais ............................................................................ 38
3.4.2.3 Anomalias estruturais............................................................................ 39
3.5 Caracterização da amostra ...............................................................................................41
3.5.1 Determinação da dimensão da amostra .............................................................. 41
3.5.2 Caraterização das construções analisadas ......................................................... 42
3.5.3 Caracterização das zonas estudadas .................................................................. 44
3.5.4 Caracterização dos revestimentos inspecionados .............................................. 47
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
vi Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
3.5.5 Caracterização das anomalias detetadas ............................................................ 49
3.5.5.1 Frequência das anomalias detetadas ................................................... 50
3.5.5.2 Níveis de degradação das anomalias detetadas .................................. 53
3.6 Conclusões ....................................................................................................................... 56
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI ....................................................................... 57
4.1 Considerações iniciais ...................................................................................................... 57
4.2 Parâmetros de degradação .............................................................................................. 57
4.2.1 Área degradada ponderada ................................................................................. 57
4.2.2 Extensão da degradação ..................................................................................... 59
4.2.3 Extensão ponderada da degradação ................................................................... 59
4.2.4 Severidade da degradação normalizada ............................................................. 60
4.2.4.1 Ponderação relativa entre anomalias ................................................... 61
4.2.5 Relação entre severidade normalizada e condição ............................................. 62
4.3 Curvas de degradação ..................................................................................................... 64
4.3.1 Curva de degradação geral .................................................................................. 65
4.3.2 Definição do fim da vida útil de RECI ................................................................... 66
4.3.3 Influência dos fatores de degradação .................................................................. 67
4.3.3.1 Envolvente dos RECI ............................................................................ 67
4.3.3.2 Zonamento climático ............................................................................. 68
4.3.3.3 Exposição da cobertura ........................................................................ 70
4.3.3.4 Proximidade do mar .............................................................................. 71
4.3.3.5 Forma das coberturas ........................................................................... 71
4.3.3.6 Tipo de revestimento ............................................................................. 72
4.3.3.7 Tipo de estrutura ................................................................................... 73
4.3.4 Análise da degradação global por grupo de anomalias ....................................... 74
4.4 Conclusões ....................................................................................................................... 75
5. Conclusões ............................................................................................................................... 77
5.1 Considerações finais ........................................................................................................ 77
5.2 Conclusões gerais ............................................................................................................ 77
5.3 Desenvolvimentos futuros ................................................................................................ 80
Referências bibliográficas ................................................................................................................ 81
Anexo A .................................................................................................................................... A1
Ficha de inspeção e diagnóstico - Parte 1 ............................................................................... A1
Anexo B .................................................................................................................................... A3
Caraterização das construções e das zonas analisadas ......................................................... A3
Anexo C .................................................................................................................................... A8
Caraterização dos revestimentos inspecionados ..................................................................... A8
Anexo D .................................................................................................................................. A15
Caraterização do estado de degradação dos revestimentos ................................................. A15
Anexo E .................................................................................................................................. A17
Exemplos do cálculo da severidade de degradação normalizada ......................................... A17
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação vii
Índice de figuras
Figura 1.1 - Degradação esquemática dos diferentes grupos de propriedades .................................... 7
Figura 1.2 - Padrões típicos de deterioração do desempenho .......................................................... 8
Figura 1.3 - Curva de Gompertz, para valores de a e b, -30 e -0,10, respetivamente .................... 10
Figura 1.4 - Curva potencial, para valores de a e b, 0,0002 e 2, respetivamente ........................... 11
Figura 1.5 - Curvas de Weibull, para valores de η de 40 e β de 3, 5, 7 e 9 .................................... 11
Figura 1.6 - Função de deterioração de Markov .............................................................................. 12
Figura 2.1 - Distribuição das principais causas de anomalias em RECI ......................................... 24
Figura 3.1 - Zonamento climático resultante da combinação vento / precipitação .......................... 35
Figura 3.2 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de utilização ........................................ 43
Figura 3.3 - Distribuição da amostra relativamente ao número de pisos acima do solo ................. 44
Figura 3.4 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos edifícios ....................................... 44
Figura 3.5 - Distribuição da amostra relativamente à localização dos RECI por concelhos ........... 45
Figura 3.6 - Distribuição da amostra relativamente à envolvente dos RECI ................................... 45
Figura 3.7 - Distribuição da amostra relativamente ao zonamento climático .................................. 46
Figura 3.8 - Distribuição da amostra relativamente à exposição dos RECI .................................... 46
Figura 3.9 - Distribuição da amostra relativamente à proximidade do mar ..................................... 47
Figura 3.10 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos RECI com intervalos de 10 anos . 48
Figura 3.11 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos RECI com intervalos de 20 anos . 48
Figura 3.12 - Distribuição da amostra relativamente à forma das coberturas ................................. 49
Figura 3.13 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de revestimento ................................. 49
Figura 3.14 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de estrutura de suporte ..................... 50
Figura 3.15 - Frequência relativa e absoluta das anomalias detetadas .......................................... 51
Figura 3.16 - Frequência relativa e absoluta das anomalias detetadas por grupos ........................ 51
Figura 3.17 - Frequência relativa e frequência absoluta de RECI afetados por anomalias detetadas . 52
Figura 3.18 - Frequência relativa e frequência absoluta de RECI afetados por grupos de anomalias
detetadas .......................................................................................................................................... 52
Figura 3.19 - Distribuição por idade de RECI da relação percentual entre grupos de anomalias ... 53
Figura 3.20 - Distribuição das anomalias detetadas por nível de degradação ................................ 53
Figura 3.21 - Distribuição das anomalias por níveis e por grupos de degradação .......................... 54
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
viii Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Figura 3.22 - Distribuição das anomalias por grupos e por níveis de degradação .......................... 55
Figura 3.23 - Distribuição das anomalias por níveis de degradação ............................................... 55
Figura 4.1 - Distribuição da amostra delimitada por 5 patamares de degradação .......................... 64
Figura 4.2 - Distribuição da amostra por 5 patamares de degradação ............................................ 64
Figura 4.3 - Curva de degradação geral definida através de curva de regressão polinomial de 3º
grau ................................................................................................................................................... 65
Figura 4.4 - Determinação gráfica da vida útil prevista .................................................................... 67
Figura 4.5 - Curvas de degradação em função da envolvente ........................................................ 68
Figura 4.6 - Curvas de degradação em função do zonamento climático para as zonas 2 e 3 ........ 69
Figura 4.7 - Curvas de degradação em função do zonamento climático para as zonas 1, 2 e 3 .... 69
Figura 4.8 - Curvas de degradação em função da exposição da cobertura .................................... 70
Figura 4.9 - Curvas de degradação em função da proximidade do mar .......................................... 71
Figura 4.10 - Curvas de degradação em função da forma da cobertura ......................................... 72
Figura 4.11 - Curvas de degradação em função do tipo de RECI ................................................... 73
Figura 4.12 - Curvas de degradação em função do tipo de estrutura ............................................. 74
Figura 4.13 - Componentes da severidade normalizada média por grupo de anomalias ............... 75
Figura 4.14 - Combinação das componentes da severidade normalizada média por grupo de
anomalias ......................................................................................................................................... 75
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação ix
Índice de tabelas
Tabela 1.1 - Inspeções realizadas por Garcez [23] e Lopes [24] aos diferentes tipos de RECI ....... 5
Tabela 1.2 - Tipos de obsolescência (adaptado da ISO 15686-1 [20]) ............................................. 7
Tabela 2.1 - Classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas ........................................ 16
Tabela 2.2 - Classificação das exigências funcionais dos RECI [45] .............................................. 17
Tabela 2.3 - Classificação de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas [43] ................... 18
Tabela 2.4 - Classificação de anomalias em RECI [23] ................................................................... 23
Tabela 2.5 - Relação entre as anomalias e os diferentes RECI [23] ............................................... 24
Tabela 3.1 - Grau de exposição atmosférica dos edifícios [41] [63] ................................................ 35
Tabela 3.2 - Informação constante na primeira parte da ficha de inspeção e diagnóstico ............. 36
Tabela 3.3 - Classificação de anomalias evolutivas em RECI ......................................................... 37
Tabela 3.5 - Níveis de degradação para anomalias do grupo estéticas .......................................... 38
Tabela 3.6 - Níveis de degradação para anomalias do grupo funcionais ........................................ 39
Tabela 3.7 - Níveis de degradação para anomalias do grupo estruturais ....................................... 40
Tabela 3.8 – Espaçamento entre ripado para os diferentes tipos de telhas [41] [70] ...................... 41
Tabela 4.1 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-E
estéticas ........................................................................................................................................... 60
Tabela 4.2 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-F
funcionais ......................................................................................................................................... 60
Tabela 4.3 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo
AE-S estruturais ............................................................................................................................... 60
Tabela 4.4 - Valores de coeficientes de ponderação relativa entre anomalias ............................... 62
Tabela 4.5 - Correspondência entre severidade normalizada e condição ...................................... 63
Tabela 4.6 - Casos ilustrativos dos patamares de degradação ....................................................... 63
Tabela 4.7 - Valores de vida útil de telhas cerâmicas [49] .............................................................. 67
Tabela 4.8 - Valores de vida útil em função dos fatores de degradação ......................................... 76
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
x Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Lista de acrónimos
AE - anomalias evolutivas
AE-E - anomalias evolutivas estéticas
AE -F - anomalias evolutivas funcionais
AE-S - anomalias evolutivas estruturais
APICC - Associação Portuguesa de Industriais de Cerâmica de Construção
ESLC - estimated service life
CIB - Conseil International du Bâtiment
CSA - Canadian Standard Association
MEVU - metodologias de estimativa de vida útil
MEVURECI - metodologia de estimativa de vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
NRCA - National Roofing Contractors Association
PC - policarbonato
PCV - policloreto de vinilo
PMMA - polimetacrilato de metilo
PRFV - poliéster reforçado com fibra de vidro
RECI - revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
RSLC - reference service life
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 1
1. Introdução
1.1 Considerações iniciais
A dissertação subordinada ao tema “previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas
inclinadas”, realizada no âmbito da Dissertação do Mestrado Avançado em Construção e
Reabilitação, segue a linha de investigação que tem sido desenvolvida no Instituto Superior Técnico.
O interesse pela determinação da durabilidade e da vida útil dos materiais e dos componentes de
estruturas e de edifícios tem crescido ao longo das últimas décadas [1]. Segundo Hovde [2], o
interesse por este assunto está relacionado com as questões ambientais e económicas que têm
vindo a assumir um peso cada vez maior na tomada de decisão no sector da construção.
A qualidade e a durabilidade das construções são essenciais para a qualidade de vida, constituindo,
de acordo com Wekesa et al. [3], citado por Silva et al. [4], parâmetros críticos para a estabilidade
social e económica das nações. Segundo Flores-Colen e Brito [5], Gaspar e Brito [6] e Parnham [7],
a degradação visual da superfície exterior dos edifícios tem um forte impacte na qualidade do
espaço urbano, constituindo uma das maiores preocupações dos seus proprietários, dado que as
ações de manutenção são determinadas apenas com base na aparência do edifício [8].
O processo de envelhecimento dos materiais e componentes inicia-se imediatamente após a
conclusão da obra o que, associado à má prática de manutenção, se traduz na perda de
desempenho das construções [9]. Esta situação justifica a presença de sinais evidentes de
degradação no parque edificado em Portugal, apesar de este ser relativamente recente quando
comparado com outros países europeus [10].
A perda de desempenho dos materiais e componentes manifesta-se em níveis gradualmente
crescentes ao longo do tempo, refletindo-se na incapacidade dos edifícios acolherem os usos para os
quais foram projetados ou na existência de problemas, avarias ou falhas [11]. O estado atual de
degradação do parque habitacional justifica a necessidade da sua recuperação e revitalização que,
nalguns casos, é urgente [12]. Neste sentido, há necessidade de aplicação de medidas gerais, através
da implementação de políticas sérias de manutenção, conforme referido por Flores e Brito [13].
O planeamento das ações de manutenção surge como consequência de uma necessidade de
intervenção condicionada pelos escassos recursos financeiros [14], motivado por questões sociais
e ambientais [1]. Para otimização dos planos de manutenção, é fundamental o conhecimento da
vida útil dos elementos de construção de modo a se proceder a uma avaliação informada da
solução mais vantajosa.
Geralmente, a estimativa de vida útil é obtida a partir do conhecimento do material e do seu estado
de deterioração, sendo escolhidas, como indicadores, determinadas propriedades mensuráveis [15].
1. Introdução
2 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
De acordo com Shohet e Paciuk [16], citados por Chai [17], a existência de ferramentas, que permitam
a previsão do ciclo de vida e a definição de padrões de degradação dos vários componentes da
construção, constituem um dos fatores principais em qualquer programa de manutenção.
1.2 Trabalhos realizados no âmbito da dissertação
O desempenho dos edifícios interligado à durabilidade foi estudado por diversos autores e
organismos, tendo o seu estudo sido, inicialmente, sistematizado pelo Conseil International du
Bâtiment (CIB) e levado à criação do Grupo de Trabalho W80, em 1970 [18].
Um dos principais métodos usados para avaliação da vida útil é o método fatorial, que foi proposto
pelo Instituto de Arquitetura do Japão, através da norma Principal Guide for Service Life Planning
of Buildings (edição inglesa). Esta metodologia foi adotada pela norma ISO15686 [20], que produz
uma abordagem mais sistemática da estimativa da vida útil.
Relativamente à durabilidade e previsão da vida útil nas fases de planeamento, projeto,
construção e utilização dos edifícios e dos seus componentes, foram adotadas, em Inglaterra, a
norma Guide of Buildings and Buildings Elements, Products and Components e, no Canadá, a
norma Guideline on Durability of Buildings [21].
Nos Estados Unidos, existe, desde 1946, o Committee E06 on Performance of Buildings,
responsável por diversas normas e publicações, tais como a ASTM E917-13 Standard Practice for
Measuring Life-Cycle Costs of Buildings and Building Systems [22], relacionadas com o
desempenho de materiais e elementos da construção.
O tema da dissertação surge na sequência de duas dissertações de mestrado concluídas em
2009, pelos engenheiros de aeródromos Garcez [23] e Lopes [24], sobre “sistema de inspeção e
diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas” e “tecnologia e reabilitação de
revestimentos exteriores de coberturas inclinadas”, respetivamente, sob a orientação do professor
Jorge de Brito.
A previsão da vida útil de revestimentos exteriores constitui uma informação de elevado valor no
apoio à decisão para gestão do património edificado, tendo justificado o desenvolvimento de
trabalhos relacionados com o tema, como as dissertações de mestrado de Sousa [25], Silva [26],
Chai [17], Ximenes [18] e Galbusera [19] e a tese de doutoramento do professor Pedro Gaspar [11].
Para o desenvolvimento da dissertação, é necessário o estudo sobre “revestimentos de coberturas
inclinadas” e “modelos de previsão de vida útil”, considerando-se de especial relevo, as seguintes
referências:
Garcez, Nuno - “Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas
inclinadas”, Dissertação de Mestrado em Engenharia de Aeródromos, Instituto Superior Técnico,
Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009;
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 3
Gaspar, Pedro - “Vida útil das construções: desenvolvimento de uma metodologia para a
estimativa da durabilidade de elementos da construção. Aplicação a rebocos de edifícios
correntes”, Tese de Doutoramento em Ciências da Engenharia, Instituto Superior Técnico,
Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009;
Lopes, Nuno - “Tecnologia e reabilitação de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas”,
Dissertação de Mestrado em Engenharia de Aeródromos, Instituto Superior Técnico, Universidade
Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009;
Sousa, Rita - “Previsão da vida útil dos revestimentos cerâmicos aderentes em fachada”,
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade
Técnica de Lisboa, Lisboa, 2008;
Silva, Ana - “Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes”, Dissertação de
Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de
Lisboa, Lisboa, 2009;
Chai, Cristina - “Previsão da vida útil de revestimentos de superfícies pintadas em paredes
exteriores”, Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico,
Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2011;
Ximenes, Sofia - “Previsão da vida útil de ETICS em paredes exteriores”, Dissertação de Mestrado
Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2012;
Morgado, João - “Plano de inspecção e manutenção de coberturas de edifícios correntes”,
Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade
Técnica de Lisboa, Lisboa, 2012.
1.3 Objetivos e metodologia da dissertação
O objetivo da dissertação consistiu no desenvolvimento de uma metodologia de estimativa da vida útil
de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas (MEVURECI), para o caso das telhas cerâmicas,
validada através de uma campanha de inspeções in situ. Apesar de o objetivo inicial englobar todo o
tipo de revestimentos utilizados nas coberturas inclinadas, decidiu-se aplicar esta metodologia ao tipo
de revestimento mais frequente em coberturas inclinadas em Portugal, com maior facilidade de se
obter uma amostra de dimensão aceitável para este estudo.
A campanha de inspeções permitiu a realização de um levantamento da patologia e respetivos
mecanismos de degradação. O levantamento foi complementado por uma proposta de
classificação de manifestações patológicas e tipificação dos mecanismos de degradação
contribuindo para a elaboração da MEVURECI.
Pretende-se que, após a validação da MEVURECI, esta possa ser usada para previsão de vida útil de
revestimentos de outras coberturas, cujas anomalias se encontrem no domínio da patologia abordada.
1. Introdução
4 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
O desenvolvimento da dissertação seguiu uma metodologia descrita em seis etapas, procurando
atingir o objetivo proposto:
pesquisa bibliográfica;
elaboração das fichas de inspeção e diagnóstico;
trabalho de campo;
elaboração dos modelos de previsão de vida útil;
análise e discussão de resultados;
redação da dissertação.
1.3.1 Pesquisa bibliográfica
O trabalho de investigação iniciou-se com a pesquisa bibliográfica centrada em duas áreas
principais: revestimentos exteriores de coberturas inclinadas (RECI) e vida útil. Pretendeu-se
compreender as principais matérias referentes aos RECI e às metodologias de estimativa de vida
útil (MEVU), pesquisando em livros, teses de doutoramento, dissertações de mestrado, artigos
científicos, revistas internacionais e pesquisa em linha.
Para atingir o objetivo proposto, procurou-se estudar num processo contínuo os seguintes temas:
durabilidade e vida útil total e residual;
metodologias para previsão de vida útil;
revestimentos exteriores de coberturas inclinadas;
manifestações patológicas de RECI;
mecanismos de degradação de RECI;
inspeção e diagnóstico de coberturas inclinadas.
1.3.2 Ficha de inspeção e diagnóstico
A ficha de inspeção e diagnóstico visa normalizar o registo das características de cada edifício e
dos respetivos revestimentos, assegurando o levantamento das anomalias e atributos particulares
que facilitem a progressão de anomalias.
Para o levantamento da patologia dos RECI tomou-se em consideração as fichas de inspeção e
diagnóstico desenvolvidas por Garcez [23] e Lopes [24], Chai [17], Ximenes [18], Sousa [25] e
Silva [26]. A ficha de inspeção e diagnóstico de Garcez [23] e de Lopes [24] permitiu-lhes, recolher
uma amostra durante o trabalho de campo, com a distribuição apresentada na Tabela 1.1.
Para cada RECI, é proposta uma classificação de manifestações patológicas, seguindo a proposta
de Garcez [23] e de Lopes [24], facilitando o cruzamento de informação e a coerência necessária
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 5
para se agilizar o estudo de desenvolvimentos futuros.
Tabela 1.1 - Inspeções realizadas por Garcez [23] e Lopes [24] aos diferentes tipos de RECI
Tipo de RECI N.º de inspeções realizadas
Ardósia 20
Cerâmicos 62
Microbetão 21
Fibrocimento 23
Metálicos 20
Plásticos 20
Painel sanduíche 20
Telha asfáltica 21
De modo a se estabelecer graus de severidade das anomalias para cada RECI cerâmico
inspecionado, foram definidos diferentes níveis de degradação. Os níveis de degradação foram
estabelecidos para cada grupo de anomalias, permitindo conhecer os parâmetros a utilizar nos
modelos de previsão de vida útil.
1.3.3 Trabalho de campo
Nas visitas às coberturas, foram registadas as características dos RECI e respetivas anomalias,
utilizando as fichas de inspeção e diagnóstico. A classificação das anomalias e a avaliação da sua
extensão, ou área, foram preferencialmente determinadas durante a campanha, recorrendo
posteriormente a registos fotográficos para o esclarecimento de dúvidas existentes. No âmbito da
MEVURECI, interessava registar a dimensão, a extensão e o nível de degradação de cada
anomalia, de modo a ponderar o respetivo peso na afetação da durabilidade dos revestimentos.
1.3.4 Elaboração dos modelos de previsão de vida útil
Como resultado da dissertação, chegou-se a uma proposta de metodologia de estimativa de vida
útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas. De acordo com Chai [17], citada por
Ximenes [18], existem três etapas importantes na fase de modelação:
combinação da informação relativa às anomalias detetadas num único indicador que traduza o
nível global de degradação do elemento considerado e que permita a identificação do padrão de
degradação deste ao longo do tempo;
especificação dos níveis mínimos de aceitação para o componente considerado;
identificação de vidas úteis de referência.
Os dados recolhidos no trabalho de campo foram trabalhados de modo a obter modelos que
expressassem a deterioração dos revestimentos, materializados em gráficos de perda de
desempenho em função do tempo. A validação dos resultados conduziu à identificação e
determinação da influência das anomalias que se assumem como variáveis explicativas da
metodologia para estimativa de vida útil [17].
1. Introdução
6 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
1.3.5 Análise e discussão de resultados
A qualidade da informação recolhida durante o trabalho de campo foi fundamental para que se
conseguissem resultados fiáveis. Os resultados do modelo de previsão foram analisados e
discutidos no sentido de se verificar a validade e a precisão da estimativa de vida útil determinada
numérica ou graficamente.
Os resultados foram analisados de modo a explicar como refletiam a degradação dos
revestimentos, como se traduziam em termos de velocidade de degradação e o modo como as
causas prováveis, ou fatores de degradação, afetavam a durabilidade e o desempenho.
1.4 Previsão da vida útil - conceitos
No âmbito do tema desta dissertação, considera-se necessário compreender conceitos como vida útil,
durabilidade e fim de vida útil. Neste sentido, apresenta-se os seus conceitos e outros relacionados.
1.4.1 Durabilidade
De acordo com a norma ISO 15686-1 [20], a durabilidade consiste na capacidade de um edifício,
ou as suas partes, desempenharem as funções exigidas durante um período de tempo sob a ação
de agentes previstos em projeto.
A Canadian Standard Association 478-95 (R2007) Guideline on Durability in Buildings (CSA) [21]
apresenta um conceito que se considera complementar do anterior, definindo durabilidade como a
habilidade de um edifício, ou as suas componentes, desempenharem as funções requeridas, no
seu ambiente de serviço durante um determinado período de tempo sem custos imprevistos para
manutenção ou reparação.
A durabilidade pode ser entendida como uma propriedade do material ou componente de um
edifício ou, então, como um período de tempo. De facto, a definição de durabilidade não é
consensual; por exemplo, Gaspar [15] define durabilidade como o período de tempo ao longo do
qual o edifício, ou construção, se mantém num nível requerido de adequação às exigências que
lhe são colocadas, ou permite acolher e responder, sem sofrer desgaste físico (erosão ambiental
efeitos de usos, ou outros) irreversível para além da manutenção corrente ou de investimentos
equivalentes ao custo de reposição do elemento.
1.4.2 Vida útil
De acordo com a ISO 15686-1 [20], a vida útil corresponde ao período de tempo após a instalação, ou
construção, durante o qual um edifício, ou sua parte, atinge ou excede os requisitos de desempenho.
A CSA [21] define vida útil como o período de tempo durante o qual o edifício, ou qualquer um dos
seus componentes, cumpre os seus objetivos sem custos imprevistos ou sem alterações da
manutenção e sem reparações.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 7
A vida útil residual corresponde ao período de tempo restante entre o momento em análise e o fim
de vida útil considerada em projeto, definida com base na vida útil estimada ou prevista [20].
1.4.3 Fim de vida útil
O fim da vida útil corresponde ao momento a partir do qual um elemento de construção deixa de
desempenhar adequadamente as funções que lhe foram exigidas, verificando-se alterações que
estabelecem o seu desempenho abaixo dos níveis mínimos de exigência.
De acordo com Moser [27], a vida útil é influenciada por critérios de segurança, de funcionalidade
e de aparência (Figura 1.1). Para cada um destes critérios, que se agregam em grupos de
propriedades, Moser [28] definiu uma relação hierárquica, estabelecendo que a segurança é um
critério fundamental e, por isso, assume um nível de exigência superior aos outros critérios.
Figura 1.1 - Degradação esquemática dos diferentes grupos de propriedades (adaptado de Moser [28])
O grupo da aparência, onde se avalia as propriedades estéticas, é o que atinge o nível mínimo de
exigência mais rápido, apresentando-se frequentemente como o critério condicionante da vida útil.
1.4.4 Obsolescência
A obsolescência consiste na perda de capacidade para um elemento da construção cumprir
satisfatoriamente as mudanças das exigências de desempenho. Estas exigências caracterizam o
tipo de obsolescência, que pode ser funcional, tecnológica ou económica (Tabela 1.2).
Tabela 1.2 - Tipos de obsolescência (adaptado da ISO 15686-1 [20])
Tipo de obsolescência Ocorrência típica Exemplos
Funcional A função em causa já não é requerida
Processo industrial obsoleto, instalações desnecessárias, divisória removida, entre outros
Tecnológica Alternativas atuais com melhor desempenho; mudança de padrões de uso
Mudança do isolamento térmico para um melhor desempenho, mudança para caixilharias mais estanques
Económica Item ainda mais funcional, mas menos eficiente e económico do que novas alternativas
Mudança do sistema de aquecimento
Nível mínimo de segurança
Nível mínimo para funcionalidade e aparência
Aparência
Funcionalidade
Segurança
Vida útil prevista
1. Introdução
8 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
1.4.5 Modelos de degradação
Segundo Hodges [29], a degradação progressiva da envolvente de um edifício é uma
consequência da acumulação dos efeitos da chuva, do vento, da temperatura e da ação química.
A degradação, de acordo com a norma ISO 15686-1 [20], consiste nas mudanças na composição,
nas microestruturas e propriedades de um componente ou material, dando origem a uma redução
do seu desempenho ao longo do tempo.
A deterioração do desempenho pode seguir um padrão, como representado na Figura 1.2, ou uma
combinação de padrões. Nos padrões apresentados, com base num estudo de Shohet et al. [30],
adaptado por Flores [31], as ordenadas representam o desempenho funcional do elemento e as
abcissas o tempo de vida útil, em anos.
Os padrões de deterioração compreendem-se como modelos de degradação, sendo o padrão em
“forma de S” o que mais se aproxima do processo real de degradação dos edifícios [32].
Figura 1.2 - Padrões típicos de deterioração do desempenho [31], traduzido de Shohet et al. [30]
1.5 Metodologias de previsão de vida útil
Segundo Hovde e Moser [33], citados por Santos [34], e Lacasse e Sjöström [35], citados por Chai
et al [9], a vida útil pode ser estimada segundo três tipos de método: determinísticos,
probabilísticos e de engenharia.
1.5.1 Métodos determinísticos
Os métodos determinísticos são baseados em estudos de fatores de degradação, na
compreensão dos mecanismos de atuação e na quantificação traduzida em funções de
degradação [15]. Estes métodos permitem facilidade e rapidez de implementação, mas abordam
os fenómenos de degradação de forma simples, o que os tornam alvo de críticas [26].
Os métodos determinísticos mais conhecidos são: o método fatorial (o de maior relevo) e o
método gráfico.
1.5.1.1 Método fatorial
O método fatorial tem por base um valor de vida útil de referência, que é afetado por um conjunto
de fatores determinísticos relacionados com a diferença entre condições específicas e condições
Convexo D 100%
t (anos) t (anos)
Forma S D 100%
t (anos)
Linear D 100%
t (anos)
Côncavo D 100%
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 9
de referência. Este método empírico, proposto pela Ordem dos Arquitetos Japoneses
(Architectural Institute of Japan) e que serviu de suporte à norma ISO 15686-1 [20], permite
determinar a vida útil através da expressão:
GFEDCBARSLCESLC ( 1 )
onde:
ESLC - vida útil estimada (estimated service life);
RSLC - vida útil de referência (reference service life);
A - fator relacionado com a qualidade dos materiais;
B - fator relacionado com o nível de projeto;
C - fator relacionado com o nível de execução;
D - fator relacionado com as condições do ambiente interior;
E - fator relacionado com as condições do ambiente exterior;
F - fator relacionado com as condições de uso;
G - fator relacionado com o nível de manutenção.
Os fatores multiplicativos variam, normalmente, entre 0,8 e 1,2, nas situações em que as condições
existentes são menos, ou mais, favoráveis, respetivamente, à preservação do estado inicial.
Para melhorar a qualidade da estimativa da vida útil, pode ser incorporada neste método uma
vertente probabilística, considerando cada um dos fatores como uma variável aleatória associada
a uma função densidade de probabilidade.
1.5.1.2 Método gráfico
O método gráfico baseia-se em curvas de degradação para modelação do desempenho dos materiais
e componentes ao longo do tempo. As curvas são obtidas através de gráficos que representam o
tempo decorrido desde o momento de entrada em serviço, representado no eixo das abcissas, e uma
escala de medida da degradação no eixo das ordenadas. No presente estudo, os valores
representados no eixo das abcissas reportam-se ao tempo decorrido desde a última intervenção.
A escala de medida da degradação pode traduzir o efeito de uma anomalia ou várias anomalias
combinadas. Para expressão de uma única anomalia, utiliza-se uma medida da sua extensão.
Para que a escala de degradação traduza o efeito combinado de várias anomalias, utiliza-se um
indicador de degradação que é quantificado em função da combinação das extensões e, se se
pretender, da severidade associada a cada uma. A escala de medida da degradação pode ser
definida através do valor real da extensão respetiva ou através de níveis de degradação [14].
Para utilização do método gráfico, existem curvas de modelação do desempenho, como as do tipo
Gompertz, potenciais e Weibull. O método gráfico tem a possibilidade de ser utilizado em
combinação com o método fatorial, como na metodologia desenvolvida por Gaspar [11].
As curvas de Gompertz (Figura 1.3), utilizadas nos estudos de envelhecimento humano, poderão
1. Introdução
10 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
apresentar aplicabilidade ao caso dos RECI. Estas curvas são caracterizadas por duas
assimptotas horizontais nos limites do contradomínio da curva, que traduzem respetivamente, no
contexto da patologia, a fase de iniciação da degradação, com progressão lenta, e a fase de
redução da taxa de degradação, quando a extensão é muito elevada. A expressão geral destas
curvas é apresentada na equação ( 2 ), em que DG corresponde ao valor da extensão da
degradação e t representa o tempo decorrido desde a entrada em serviço do material ou
componente [17]. Na equação, os parâmetros a e b, assumem valores negativos.
btae
eGD ( 2 )
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0
Exte
nsã
o d
a d
eg
rad
açã
o
Figura 1.3 - Curva de Gompertz, para valores de a e b, -30 e -0,10, respetivamente
As curvas potenciais (Figura 1.4) apresentam um patamar inicial, que representa a fase de
iniciação da degradação, seguido de um aumento gradual da taxa de degradação. A fase final
destas curvas é caracterizada por um valor máximo da extensão da degradação, não registando
decréscimo da taxa de degradação. A expressão geral das curvas potenciais é apresentada na
equação ( 3 ), em que DP corresponde ao valor da extensão da degradação e t representa o tempo
decorrido desde a entrada em serviço do material ou componente [17]. Na equação, os
parâmetros a e b, assumem valores positivos.
bP atD ( 3 )
As curvas de Weibull (Figura 1.5) são muito utilizadas na engenharia da fiabilidade [14] e apresentam
formas semelhantes às curvas de Gompertz, com dois patamares definidos por assimptotas
horizontais nos limites do contradomínio. A expressão geral das curvas potenciais é apresentada na
equação ( 4 ), em que DW corresponde ao valor da extensão da degradação e t representa o
tempo decorrido desde a entrada em serviço do material ou componente [17]. Na equação, os
parâmetros η e β, assumem valores positivos. Para o andamento das curvas da Figura 1.5, o
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 11
parâmetro η apresenta o valor de 40; de acordo com Garrido, os valores do parâmetro β devem
ser ímpares, maiores ou iguais a 3 [14].
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Exte
nsão d
a d
egra
dação
Tempo (anos)
Figura 1.4 - Curva potencial, para valores de a e b, 0,0002 e 2, respetivamente
β
Wηt
e1D
( 4 )
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0
Exte
nsão d
a d
egra
dação
Tempo (anos)
β = 9
β = 7
β = 5
β = 3
Figura 1.5 - Curvas de Weibull, para valores de η de 40 e β de 3, 5, 7 e 9
1.5.2 Métodos probabilísticos
Os métodos probabilísticos constituem processos estocásticos regidos por variáveis aleatórias,
que definem parâmetros de afetação de uma curva média de degradação [27]. Nestes métodos,
1. Introdução
12 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
para além do valor estimado de vida útil, são acrescentados intervalos possíveis de valores com
probabilidades de ocorrência associadas [14]. Dada a existência de incerteza relacionada com as
formas de degradação e com a forma de irreversibilidade das condições de serviço respetivas,
recorre-se ao cálculo matricial ou probabilístico [34]. Estes métodos são relativamente complexos,
necessitando de grande quantidade de informação e, por isso, implicando enorme dependência de
trabalho de campo [15] [36].
O modelo de deterioração de Markov (Markov Chain) assenta numa abordagem estocástica, que
se baseia na hipótese de a deterioração ser definida a partir de um número limitado de condições.
Para cada critério de desempenho, são definidos parâmetros de desempenho escalonados de
acordo com a degradação do sistema. Para cada estado ou condição, é definida a probabilidade
de transição de estado por unidade de tempo, baseada em observações de campo, em função de
cada variável ambiental, formando-se matrizes de probabilidades de transição de estado [17].
Na Figura 1.6, apresenta-se a evolução da degradação, usando sete níveis de desempenho com
distribuições probabilísticas associadas.
Nív
el de D
esem
penho
Tempo/Idade
Figura 1.6 - Função de deterioração de Markov (adaptado de Moser [27])
1.5.3 Métodos de engenharia
Os métodos de engenharia conciliam as vantagens dos métodos determinísticos e dos métodos
probabilísticos. Por um lado, descrevem os processos de degradação de forma probabilística e,
por outro, mantêm a simplicidade de aplicação [27].
Segundo Hovde e Moser [33], os métodos de engenharia satisfazem três critérios:
o método é fácil de compreender (para engenheiros);
7
6
5
4
3
2
1
0 tn-1 tn tn+1
Curva média de degradação
Distribuições probabilísticas no nível de desempenho
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 13
o método é fácil e rápido de se aplicar;
os resultados são realistas (para as simplificações consideradas).
O princípio geral dos métodos de engenharia pode ser definido em quatro pontos, como se
apresenta [33]:
definição de uma equação que descreva a vida útil do edifício ou seus componentes, tendo em
consideração todos os parâmetros relevantes identificados. Para os casos padrão, pode ser
utilizada a equação do método fatorial, definida na ISO 15686-1. Noutros casos, têm que ser
criadas equações modificadas ou feitas à medida (a definição dos sete fatores corretivos do
método fatorial, como variáveis aleatórias, são um exemplo do método de engenharia [36]);
utilizar dados dos parâmetros da equação referida, obtidos a partir da experiência, da opinião de
peritos, etc., para criar qualquer tipo de distribuição de densidade de probabilidade para os
parâmetros individualmente identificados;
realizar o cálculo de vida útil;
rever a plausibilidade dos resultados usando opinião de especialistas e, quando necessário,
modificar os dados de entrada em conformidade, ou seja, entrar em maior detalhe na criação de
parâmetros para as variáveis dominantes da vida útil.
1.6 Estrutura da dissertação
A dissertação é constituída por cinco capítulos, bibliografia e anexos:
capítulo 1: Introdução - neste capítulo, faz-se uma abordagem ao tema da dissertação,
definindo o seu objetivo e a metodologia adotada; expõe-se os conceitos relacionados com a vida
útil e descreve-se, de forma resumida, os principais métodos existentes; no encerramento deste
capítulo, apresenta-se a estrutura da dissertação;
capítulo 2: Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - no segundo capítulo,
apresenta-se um levantamento do estado da arte relativamente aos RECI, classificando-se os
diversos tipos de revestimentos e de coberturas inclinadas; define-se as exigências funcionais,
classifica-se e caracteriza-se as anomalias mais frequentes; por fim, classifica-se os fatores de
degradação associados às anomalias;
capítulo 3: Trabalho de campo - no terceiro capítulo, descreve-se o objetivo e a metodologia
adotada no trabalho de campo; caracteriza-se as anomalias e define-se os níveis de degradação
correspondentes, de acordo com cada grupo de anomalias; define-se a informação a registar na
ficha de inspeção e diagnóstico; e analisa-se os dados recolhidos em campo, caraterizando a
amostra obtida;
capítulo 4: Metodologia de estimativa de vida útil de RECI - no quarto capítulo, apresenta-se
a metodologia para estimativa da previsão de vida útil de revestimentos exteriores de coberturas
1. Introdução
14 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
inclinadas; com base nos dados recolhidos no trabalho de campo, analisa-se a evolução da
degradação, de acordo com as caraterísticas dos revestimentos, a extensão e a severidade da
degradação para cada grupo de anomalias; por fim, discute-se os resultados obtidos, avaliando a
validade do modelo de previsão proposto;
capítulo 5: Conclusões - no último capítulo, apresenta-se as conclusões gerais sobre o
trabalho desenvolvido e as recomendações sobre desenvolvimentos futuros.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 15
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
2.1 Considerações iniciais
Segundo a associação americana National Roofing Contractors Association (NRCA), o sistema de
cobertura representa um dos principais e maiores investimentos em edifícios, dada a necessidade
de ser durável, impermeável à água e de funcionar como isolamento térmico [37].
Patterson e Mehta [38] referem que as coberturas são os elementos mais críticos dos edifícios, no
entanto, como mencionado por Hassanain et al. [39], são consideradas como inestéticas e, como
nem sempre são visíveis, o investimento realizado durante a fase de construção e com a sua
manutenção é o menor em todo o edifício; o que não está de acordo com a leitura da NRCA.
As coberturas estão mais expostas a fatores ambientais severos do que qualquer outro elemento
dos edifícios, tendo de resistir à ação da chuva, da neve, à radiação solar, ao vento, a
tempestades e, em alguns casos, a ações humanas abusivas [40]. Torna-se, então, fundamental,
compreender as coberturas, em particular os RECI, dada a importância e atenção que merecem
como a “pele” mais solicitada dos edifícios.
2.2 Classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas
As coberturas inclinadas apresentam, por definição, uma inclinação superior à das coberturas
planas. A Associação Portuguesa de Industriais de Cerâmica de Construção (APICC) [41]
diferencia as coberturas inclinadas das planas a partir de 8º de inclinação. De acordo com o
Eurocódigo 1 - NP EN 1991-4 (alínea 1 do ponto 7.2.3), as coberturas planas compreendem
inclinações entre +5º e -5º com o plano horizontal. Mas existem outros critérios de classificação.
Por exemplo, Khuncumchoo [40] refere que as coberturas têm duas classificações genéricas: até
14º (razão de 3:12) são de baixa inclinação e a partir de 14º são de elevada inclinação.
Em termos estruturais, a APICC define quatro tipos de elementos constituintes de uma cobertura
inclinada [41]:
estrutura principal, que constitui os elementos que permitem dar forma e sustentar todo o
conjunto da cobertura; a estrutura de cobertura inclinada pode ser executada em madeira, ripado
cerâmico, ou laje aligeirada, ou maciça em betão armado;
estrutura secundária, que compreende todos os elementos que sustentam o revestimento de
uma cobertura inclinada;
revestimentos, com a função de proteger o sistema das ações dos agentes atmosféricos;
forro, que constitui uma proteção térmica, impermeável e acústica ao espaço interior.
As coberturas inclinadas, e os revestimentos respetivos, podem assumir diversas configurações e
a sua definição depende de condições ambientais, da utilização, da geometria e das dimensões
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
16 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
dos edifícios que servem. Na Tabela 2.1, são apresentadas várias formas de classificar as
coberturas, em função das suas características.
Tabela 2.1 - Classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas
Característica de Classificação
Classificação Observações
Número de vertentes [24], [42]
Uma água Designação de telheiro
Duas águas Intersecção em caleira ou cumeeira
Quatro águas Intersecção com uma cumeeira e quatro rincões
Pavilhão Forma particular de cobertura com quatro águas - interseção em quatro rincões sem cumeeira
Funcionamento estrutural [43]
Diferenciadas
Os elementos de revestimento descarregam sobre elementos de maior rigidez, como vigas, asnas e arcos
Indiferenciadas
A estrutura de suporte vence o vão principal, desempenhando, em simultâneo, funções de revestimento
Tipo de estrutura [43]
Contínua A estrutura de suporte contínua pode ser em laje estrutural de betão armado
Descontínua
As estruturas descontínuas podem ser em madeira, metal, vigotas de betão armado ou pré-esforçado, mistas ou alvenaria
Natureza dos materiais de revestimento [24], [43], [44]
Pétreo natural Soletos de ardósia, granito ou calcário
Pétreo artificial
Telha cerâmica, telha de microbetão, fibrocimento, soletos de pedra artificial. Estes revestimentos são os mais aplicados em edifícios correntes
Metálico
Chapas de zinco, de aço galvanizado e de aço inoxidável. Folhas de cobre, placas de chumbo e telhas metálicas. Estes revestimentos são frequentemente aplicados em edifícios industriais ou pavilhões
Plástico
Chapas de policloreto de vinilo, poliéster reforçado com fibras de vidro, polimetacrilato de metilo e alveolares de policarbonato
Mistos
Chapas de aço revestidas com betume e folha de alumínio, painéis sanduiche com camada de isolamento térmico e telhas asfálticas
Vegetal Colmo, palha e ramos de árvores
Forma dos elementos de revestimento [24]
Planos Curvos Ondulados Trapezoidais Mistos
Exemplos: as telhas cerâmicas são elementos de plana ou ondulada; as telhas de microbetão e elementos de forma plástica apresentam maioritariamente forma ondulada
Dimensão dos elementos de revestimento [24], [44]
Pequenos
Telhas e soletos - elementos fáceis de transportar; revestimento fácil de executar, fácil de substituir e boa capacidade de adaptação às características geométricas da cobertura
Médios
Revestimento com reduzida quantidade de juntas, permitindo maior estanqueidade, face aos elementos de pena dimensão
Grandes
Revestimento com reduzida quantidade de juntas, permitindo maior estanqueidade, face aos elementos de pena dimensão
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 17
2.3 Exigências funcionais
Para que os RECI desempenhem a função para a qual foram concebidos, deverão ser
estabelecidos alguns critérios. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil [45] propõe uma
classificação de exigências funcionais, conforme apresentado na Tabela 2.2.
Tabela 2.2 - Classificação das exigências funcionais dos RECI [45]
Exigências de segurança
Segurança estrutural Dimensionamento para ações
Segurança contra incêndio
Comportamento ao fogo dos elementos de construção
Reação ao fogo dos materiais
Resistência a ações por utilização normal
Ações de punçoamento
Ações de choques acidentais
Acão dos agentes atmosféricos
Segurança contra as intrusões
Exigências de habitabilidade
Estanqueidade Água / neve
Poeiras / permeabilidade ao ar
Conforto higrotérmico
Isolamento térmico
Suscetibilidade de condensações
Proteção solar
Conforto acústico Sons aéreos
Sons de percussão
Conforto visual
Iluminação natural
Refletividade da camada de proteção
Aspeto Exterior
Interior
Pureza do ar
Iluminação
Exigências de durabilidade
Manutenção do desempenho
Resistência mecânica
Estabilidade dimensional
Resistência química
Comportamento ao gelo / degelo
Limpeza, manutenção e reparação
Exigências de economia
Limitação do custo global
Custos de construção
Custos de conservação, manutenção e reparação
Outras exigências
Estabilidade geométrica
Processo construtivo
Sustentabilidade
Os materiais que constituem estes revestimentos devem respeitar normas de qualidade, como a
Diretiva Europeia dos Produtos da Construção 89/106/CE, que estabelece a obrigatoriedade de
aptidão para o uso a que se destinam [46].
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
18 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
A escolha do tipo de revestimento depende do tipo de utilização do edifício, das exigências
estéticas, da economia e, sobretudo, da durabilidade pretendida.
2.4 Tipos de revestimentos
Atualmente, os revestimentos exteriores de coberturas inclinadas são bastante diversificados.
Apesar de a telha cerâmica constituir o revestimento tradicional dos edifícios correntes em Portugal,
a utilização de telha de microbetão e de telha asfáltica tem vindo a crescer nos edifícios de
habitação.
A escolha do revestimento é especialmente condicionada pela utilização atribuída ao edifício,
estando disponíveis revestimentos de fibrocimento, metálicos e plásticos, e soluções mistas de
painéis sanduíche, constituídas por chapas metálicas perfiladas preenchidas por poliuretano,
poliestireno expandido ou lã mineral e painéis de telhas asfálticas combinadas com poliuretano e
película de alumínio na face interior.
Os revestimentos podem ser agrupados em cinco grupos, em função do material constituinte,
conforme a Tabela 2.3. Esta tabela, adaptada da Tabela 2.1, não contempla o revestimento do tipo
vegetal cuja aplicação nas construções não apresenta expressão significativa, por ser constituído
por colmo, palha e ramos de árvores.
Tabela 2.3 - Classificação de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas [43]
Tipo de revestimento Denominação
Pétreo natural
Ardósia
Granito
Calcário
Pétreo artificial
Telha cerâmica
Telha de microbetão
Fibrocimento / naturocimento
Metálico Aço; alumínio
Cobre; zinco
Plástico
Acrílico (polimetacrilato de metilo)
Policarbonato
PRFV (poliéster reforçado com fibras de vidro)
PVC (policloreto de vinilo)
Mistos
Chapas compostas
Painéis sanduíche
Telhas asfálticas
Telhas metálicas
2.4.1 Revestimentos pétreos naturais
Dos revestimentos naturais, são os soletos de ardósia que apresentam alguma expressão em
Portugal. No entanto, a aplicação da ardósia é muito restrita, ocorrendo sobretudo em recuperação
de casas típicas transmontanas [43]. Os soletos de ardósia apresentam elevada estabilidade
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 19
dimensional, quando sujeitos a elevadas variações de temperatura, e isolam termicamente melhor
a cobertura do que as telhas cerâmicas, dado que apenas absorvem 1% do seu peso em
humidade, enquanto as últimas absorvem 12% [47].
Tipicamente, este material é aplicado sobre um forro em madeira, sobre um ripado de madeira, ou
sobre um forro flexível, sob o ripado, conferindo maior estanqueidade à cobertura. Os soletos são
fixos com grampos de aço galvanizado e as suas singularidades são executadas em cobre ou
chumbo [24].
O granito e o xisto não apresentam, atualmente, viabilidade para aplicação nas construções, na
medida em que existem diversas alternativas de produção em série disponíveis no mercado. O
xisto, por exemplo, exige mão-de-obra especializada e a sua aplicação é realizada com elementos
que não apresentam formas padronizadas e em que o resultado final, em termos de acabamento,
estética e impermeabilização, depende fortemente da experiência do aplicador.
2.4.2 Revestimentos pétreos artificiais
2.4.2.1 Telha cerâmica
A telha cerâmica integra o revestimento de coberturas inclinadas mais frequente em Portugal. A
sua preferência tem por base as vantagens, comparativamente com os restantes revestimentos:
possibilidade de criar diferentes estilos arquitetónicos, devido às diversas formas e peças
acessórias; qualidade; elevada durabilidade; bom desempenho face às ações dos agentes
atmosféricos; e matéria-prima de reduzido custo [23] [43].
As telhas distinguem-se, sobretudo, através do seu encaixe e geometria. O mercado português
dispõe de grande variedade de telhas cerâmicas, com várias opções em termos de forma,
coloração e textura. As telhas com maior expressão são a telhas do tipo lusa, marselha, canudo,
romana e plana, integrando as coberturas inclinadas da maioria dos edifícios tradicionais, edifícios
correntes de habitação e de comércio, edifícios industriais antigos, igrejas e pavilhões.
2.4.2.2 Telha de microbetão
As telhas de microbetão tiveram origem no Norte da Europa, em locais onde a argila é de
baixa qualidade e a resistência ao gelo é fraca. Estas telhas apresentam boa estabilidade
dimensional, boa estanqueidade, elevada resistência mecânica, pouca sensibilidade às
variações térmicas e bom comportamento em zonas costeiras ou afetadas pelos ciclos
gelo-degelo. Em termos estéticos, as telhas de microbetão adaptam-se às necessidades das
generalidades das coberturas, dispondo do um largo espectro de cores e de acabamentos.
Face às telhas cerâmicas, este RECI apresenta maior peso, com consequências negativas ao
nível da estrutura de suporte e maior consumo energético para produção.
Para produção das telhas de microcimento, é utilizado como matéria-prima o cimento, a areia e a
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
20 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
água. A cor das telhas é obtida através da introdução de um pigmento na cor pretendida e a textura
pode ser variada em função das características do granulado aplicado. Os dois tipos de telhas de
microbetão disponíveis no mercado são a de perfil Duplo S e a de perfil Dupla Romana [24].
2.4.2.3 Revestimento em fibrocimento
O fibrocimento deve a sua origem a Ludwig Hatschek, que o patenteou em 1901, tornando-se um
dos materiais compósitos mais antigos usados na construção. Este material é incombustível,
inoxidável, pouco suscetível aos diferenciais térmicos e apresenta bom comportamento mecânico.
Devido à leveza que este material apresenta e à sua boa resistência mecânica, consegue vencer
grandes vãos e, associado à elevada resistência a agentes químicos, é adequado para edifícios
próximos do mar, edifícios de exploração agrícola e pecuária, unidades fabris, edifícios escolares
e pavilhões desportivos [24] [43].
A utilização do fibrocimento na construção está associada a um baixo custo e rapidez de
execução. No entanto, carece de cuidados acrescidos nas ações de inspeção e de manutenção,
implicando o uso de equipamentos elevatórios auxiliares e a uma substituição relativamente
demorada, quando comparada com telhas.
Atualmente o fibrocimento é produzindo com fibras sintéticas em substituição do amianto, sendo
aplicado como revestimento de cobertura ou subtelha, apresentando diversas formas, tais como
soletos, chapas planas e chapas onduladas, dispondo de dimensões, cores e peças acessórias
complementares diversas. Estes elementos podem ser aplicados sobre estrutura de madeira,
metálica ou de betão armado ou pré-esforçado. Em função do material da estrutura de suporte,
devem ser adotados elementos de fixação específicos; em estruturas de madeira, utiliza-se
tirefonds, em estruturas de betão, utiliza-se buchas autoexpansíveis e grampos e, em estruturas
metálicas, utiliza-se parafusos auto-roscantes com alheta e grampos [23].
2.4.2.4 Vidro
A utilização do vidro nos RECI garante a proteção da cobertura face aos agentes atmosféricos,
permitindo a entrada de luz natural. De acordo com Argilés, o vidro contribui para os ganhos
energéticos, que podem ser importantes na estação de inverno e favoráveis à obtenção de
conforto interior [48].
O vidro é durável e 100% reciclável, apresentado uma dureza elevada, bom isolamento elétrico,
baixa condutibilidade térmica, e variadas formas e tamanho. O vidro pode ser aplicado
integralmente em toda a área de cobertura como RECI, ou como complemento a outro material,
como é caso dos revestimentos de telha cerâmica.
2.4.3 Revestimentos metálicos
Os revestimentos metálicos são extremamente leves permitindo grande versatilidade de formas e
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 21
de vãos. As chapas metálicas são normalmente perfiladas, permitindo obter bom comportamento
mecânico, cujo desempenho é devido à geometria da secção e a partir da qual se obtém módulos
de flexão e inércias variadas.
Os RECI metálicos são aplicados, maioritariamente, em edifícios industriais, pavilhões
gimnodesportivos, hangares, edifícios agrícolas e de agropecuária, edifícios comerciais e
armazéns. A construção de coberturas metálicas é rápida, devido às grandes dimensões dos
painéis, e pouco onerosa.
Das dimensões habituais destes revestimentos resultam poucas juntas, diminuindo o risco de
infiltrações de água. No entanto, estes revestimentos necessitam de cuidados adicionais ao nível
da proteção anticorrosiva, que deve ser adequada ao meio ambiente, ao tipo de utilização e à
durabilidade pretendida. As proteções mais frequentes são os revestimentos pré-patinados, em
alumínio, zinco, liga de alumínio e zinco (galvanização), revestimentos anodizados (para
elementos em alumínio), orgânicos (lacagem), películas plásticas ou películas reflectantes [24].
2.4.4 Revestimentos plásticos
A aplicação dos revestimentos plásticos é adequada a coberturas de edifícios industriais,
comerciais e agrícolas, permitindo uma estrutura de suporte aligeirada devido ao reduzido peso
específico dos seus materiais. Os materiais que estão na base deste tipo de revestimentos
dividem-se em termoplásticos (PCV - policloreto de vinilo, PMMA - polimetacrilato de metilo e PC -
policarbonato) e termoendurecidos (PRFV - poliéster reforçado com fibra de vidro).
Os plásticos, quando incolores, permitem entrada de luz natural no interior dos edifícios, devido à
elevada transmitância de radiação visível. No entanto, a exposição do plástico aos raios
ultravioletas compromete a durabilidade deste material, na medida em que se tornam quebradiços
e progressivamente opacos. Este processo pode ser acelerado com a presença de humidade, o
que torna a aplicação deste material em zonas costeiras mais suscetível. Para aumentar a
resistência aos raios ultravioletas, podem ser revestidos com membranas protetoras.
Estes materiais são, ainda, muito suscetíveis à ação do vento, devido ao seu peso reduzido, e aos
diferenciais térmicos, havendo necessidade de se proceder a um dimensionamento de fixações
especialmente cuidadoso [24].
2.4.5 Revestimentos mistos
A combinação de diferentes materiais permite reforçar as fragilidades que cada material apresenta
isoladamente, obtendo-se uma solução mista mais equilibrada, de acordo com as propriedades
que forem selecionadas para o tipo e uso dos edifícios. Deste modo, os painéis sanduiche
apresentam uma maior resistência à corrosão, maior isolamento acústico e maior amortecimento
dos efeitos do ruído da chuva e dos sons aéreos. Entre estas soluções mistas, as mais comuns no
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
22 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
mercado estão representadas por painéis sanduiche, telhas asfálticas e telhas metálicas
revestidas com grânulos minerais [49]. Outros revestimentos, como as chapas de aço revestidas
com betume e folhas de alumínio, são pouco utilizados em Portugal [24].
Os painéis sanduiche são compostos por duas chapas metálicas em aço, ou em alumínio,
podendo os materiais das duas faces ser diferentes. O núcleo é, habitualmente, constituído por
poliuretano ou lã mineral. Estes painéis são aplicados, principalmente, em edifícios de comércio e
de serviços, em armazéns e em edifícios agrícolas. A elevada resistência mecânica, obtida pela
geometria definida pelas chapas e pelo seu afastamento devido à presença do núcleo, permite
obter vãos elevados e soluções estruturais leves e económicas. A proteção anticorrosiva e de
proteção atmosférica das chapas metálicas integrantes no revestimento misto é a mesma do que a
das chapas instaladas isoladamente.
Aa telhas asfálticas são constituídas por granulado cerâmico, betume oxidado, fibra de vidro e
areia de sílica, permitindo obter um material impermeável, flexível e reciclável. Este revestimento
deve ser aplicado sobre um forro, normalmente em placas de madeira ou em placas cimentícias
com fibrocelulose, o que se traduz num processo de aplicação relativamente simples. No entanto,
o rendimento da sua aplicação apresenta um índice relativamente baixo. Em locais de clima
quente, desaconselha-se a sua aplicação, uma vez que a elevada captação de radiação solar
pode originar a perda de componentes voláteis causando a fissuração [24].
As telhas e soletos metálicos revestidos com grânulos minerais são constituídos por um suporte
em aço galvanizado em ambas as faces, revestido com uma camada de primário epóxido, uma
camada em resina acrílica, granulados de rocha e aglomerante acrílico com fungicida. A sua
constituição permite elevada resistência aos agentes atmosféricos, boa resistência ao vento, às
variações térmicas e eficaz isolamento acústico [43] [49].
2.4.6 Revestimentos tradicionais
Os revestimentos tradicionais apresentam-se em diversos materiais, tais como colmo, palha e
outros revestimentos combustíveis. Em Portugal, a aplicação de revestimentos tradicionais não é
permitida, com exceção dos edifícios rústicos e isolados das restantes edificações, tal como
previsto no Regulamento Geral das Edificações Urbanas, art.º 153.
2.5 Patologia dos RECI
2.5.1 Classificação das anomalias
Os RECI constituem a primeira proteção dos edifícios, evitando que as agressões externas afetem
o desempenho de toda a construção. A degradação dos RECI compromete o comportamento e a
durabilidade dos materiais do edifício, principalmente devido à presença de humidade e de água
das chuvas, uma vez que a exposição à ação dos agentes atmosféricos é elevada.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 23
As anomalias nos RECI conduzem a uma vasta gama de manifestações patológicas provocadas
por determinados fenómenos ou causas, podendo ter origem na ação humana ou em fenómenos
naturais. As anomalias mais frequentes nos RECI foram estudadas por Garcez [23] e Lopes [24]
tendo sido proposta a classificação que se apresenta na Tabela 2.4.
Tabela 2.4 - Classificação de anomalias em RECI [23]
A-C CONDENSAÇÕES
A-D DESLOCAMENTOS / DEFORMAÇÕES
A-D1 deformações acentuadas do revestimento
A-D2 desalinhamento de elementos de revestimento
A-D3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
A-E DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO
A-E1 acumulação de detritos
A-E2 corrosão
A-E3 descasque / escamação / esfoliação
A-E4 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
A-E5 diferenças de tonalidade / alteração de cor
A-E6 desagregação / oxidação (envelhecimento)
A-E7 fissuração / fratura
A-O DEFEITOS DE PROJETO / EXECUÇÃO
A-O1 defeitos nas fixações
A-O2 defeitos nos remates
A-O3 inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade
A-O4 sobreposição insuficiente ou excessiva
A-O5 defeitos no sistema de isolamento térmico
A-O6 defeitos no sistema de ventilação
A-O7 inclinação insuficiente ou excessiva
A-O8 intervenções incorretas ou deficientes
A metodologia de classificação proposta agrupa as anomalias por tipologia e aspeto visual,
definindo-se 19 anomalias distribuídas em quatro grupos:
o grupo A-C contempla apenas as condensações, como uma das formas de manifestação da
humidade mais críticas em coberturas;
o grupo A-D reúne as anomalias relacionadas com deformações do revestimento e com o
descolamento de elementos que permitem a infiltração de água da chuva;
o grupo A-E constitui um conjunto de anomalias que se traduzem em envelhecimento e em
degradação, em alterações estéticas, em perda de coesão e em desgaste dos revestimentos e
dos acessórios das coberturas;
o grupo A-D é alusivo a defeitos de projeto / execução (que se traduzem em defeitos em vários
elementos de RECI, como fixações, remates, sistema de ventilação e de isolamento térmico), a
inclinações insuficientes ou excessivas e a intervenções inadequadas.
Para cada tipo de revestimento, Garcez [23] obteve uma relação de anomalias possíveis,
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
24 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
conforme apresentado na Tabela 2.5.
Tabela 2.5 - Relação entre as anomalias e os diferentes RECI [23]
Anomalias RECI
Ardósia Cerâmicos Microbetão Fibrocimento Metálicos Plásticos Mistos
A-C
A-D1
A-D2
A-D3
A-E1
A-E2 - - - - -
A-E3 - -
A-E4
A-E5
A-E6 - - - - -
A-E7
A-O1
A-O2
A-O3 - - -
A-O4
A-O5
A-O6
A-O7
A-O8
2.5.2 Caracterização das anomalias
As anomalias que se desenvolvem nos RECI devem-se, sobretudo, a deficiências de projeto e a
erros de execução que, de acordo com Argilés [48], citado por Garcez [1], representam entre 40 e
50% e entre 25 e 35%, respetivamente, de todas as anomalias.
Nos trabalhos de investigação de Garcez [23] e de Lopes [24], as anomalias analisadas nas
coberturas inclinadas obtiveram, como causas principais, erros de execução, seguindo-se erros de
projeto, representando 31% e 29%, respetivamente, das causas admissíveis (Figura 2.1).
Figura 2.1 - Distribuição das principais causas de anomalias em RECI [23][24]
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 25
Para que se reduza a ocorrência de anomalias nos RECI, é fundamental compreender como se
caracterizam e, conhecendo as causas que lhes dão origem, se possa atuar com eficácia sobre as
mesmas. A compreensão das anomalias e das suas causas prováveis permite, posteriormente,
proceder a uma análise de relação entre a condição dos revestimentos e a vida útil.
2.5.2.1 Condensações
A quantidade de água que o ar tem capacidade para conter é limitada e depende da temperatura.
A quantidade de água existente por unidade de volume de ar, ou de massa de ar, designa-se por
humidade absoluta, Ha, expressa em kg/m3, ou kg/kg de ar seco. Quanto maior for a quantidade
de água contida na massa de ar, maior será a pressão parcial, Pp, expressa em Pa. Quando um
determinado volume de ar atinge a capacidade máxima de contenção de água, atinge-se o limite
de saturação, Ws, e a correspondente pressão de saturação, Ps, ocorrendo o fenómeno de
condensação associado à quantidade de água em excesso.
O conceito de humidade relativa, Hr, permite compreender a quantidade de água por unidade de
ar, Ha, face ao limite de saturação, Ws, ou seja, a percentagem de água presente no ar até se
atingir a saturação, como traduzido na equação ( 5 ).
100P
P100
W
HH
s
p
s
ar ( 5 )
A humidade relativa aumenta com a variação negativa da temperatura, o que acontece até atingir o
limite de saturação do ar. Este fenómeno ocorre a uma determinada pressão de saturação específica
a que se designa “ponto de orvalho”, ou tensão de vapor, também dependente da temperatura.
Quando a temperatura na superfície dos RECI é muito baixa, o fenómeno de ocorrência de
condensações é facilitado, não sendo necessária a existência de uma humidade absoluta muito
elevada para que ocorra. Para evitar a condensação dos RECI, deve-se conhecer a produção de
vapor no interior do edifício, associada à sua utilização, e adequar o RECI a um sistema de
ventilação que permita um equilíbrio de pressões entre o ar exterior e interior no intradorso do
revestimento [50] [51]. Quando se justifique, esta solução pode ser acompanhada de uma barreira
pára-vapor e de um sistema de isolamento térmico apropriado, tendo em consideração a utilização
do edifício, em especial as piscinas, os balneários e as cozinhas [45].
A degradação dos RECI pode dever-se a condensações, traduzindo-se na redução de
caraterísticas térmicas e na deterioração dos elementos de suporte quando sujeitos a longos
períodos de contacto com a água. A presença de água proveniente de condensações promove a
formação de manchas escuras devido à retenção de poeiras e ao desenvolvimento de fungos e
bolores. Em RECI constituídos por telhas asfálticas, as condensações podem promover a
formação de bolhas de ar nos elementos e conduzir à sua fissuração, perda de aderência e à
perda de funcionalidade nas zonas de remate.
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
26 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
2.5.2.2 Deformações acentuadas do revestimento
As deformações acentuadas nos revestimentos podem ser caracterizadas em função dos
materiais dos RECI ou das estruturas de suporte, os quais são suscetíveis às solicitações que
sobre eles atuam, tais como: movimentações diferenciais do suporte, ações de inspeção e de
manutenção e de agentes atmosféricos.
A deformação nos revestimentos pode ser devida à falta de capacidade resistente nos elementos
estruturais, como consequência de um dimensionamento deficiente, de uma execução defeituosa,
ou a falta de manutenção que tenha permitido a deterioração por infiltrações de água das chuvas
ou acumulação de água de condensação.
Nos elementos metálicos, os erros de execução ou de conceção estão associados à aplicação de
materiais de fraca qualidade, a falhas na ligação entre os elementos, devido a corrosão, e a
problemas nos apoios.
Nos elementos em madeira, a desadequação entre a humidade em condições de serviço e a
humidade de secagem prescrita conduz a empenos, que podem ser agravados por dilatações e
contrações elevadas, conduzindo a abertura de juntas entre peças e empolamentos, com
consequências graves ao nível do revestimento exterior. Nestes elementos, a presença de
humidade e temperatura ideais pode conduzir à degradação da madeira por agentes biológicos,
tais como xilófagos marinhos, bactérias, fungos e insetos.
Os revestimentos constituídos por telhas cerâmicas, em microbetão, ou por soletos de ardósia
podem apresentar abertura de juntas entre elementos associada a deformações do suporte, que
afetam a estanqueidade da cobertura.
Os revestimentos constituídos por elementos metálicos, plásticos, em fibrocimento e por painéis
sanduiche, quando sujeitos a deformações dão origem a zonas de acumulação de água e de
detritos, que promovem um conjunto diversificado de anomalias [24].
2.5.2.3 Desalinhamento do RECI
O desalinhamento do RECI poderá estar associado à deficiente execução do ripado, influenciando
o seu desempenho. Quando os ripados são executados com recurso a elementos construídos em
argamassa, esta anomalia torna-se mais provável.
A ação do vento pode conduzir ao desalinhamento dos RECI, em especial quando construídos em
elementos metálicos, e, no geral, as ações de inspeção e de manutenção poderão conduzir ao
desalinhamento quando os elementos não se encontram devidamente fixos.
O desalinhamento do RECI pode conduzir a descontinuidades favoráveis à penetração da
humidade de precipitação.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 27
2.5.2.4 Desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
Os RECI com inclinações elevadas, que são incorretamente colocados ou que se encontram
degradados ou sem fixação, apresentam uma maior frequência de ocorrência de desprendimento /
descolamento [41]. A inadequação da tipologia da cobertura face à ação do vento e às restantes
condições climatéricas, ou o colapso da estrutura de suporte, são condições favoráveis a esta
anomalia [24].
O desprendimento / descolamento de RECI conduz à exposição dos elementos de suporte /
estruturais, e de outros elementos da construção, aos elementos atmosféricos, agravando a
patologia dos revestimentos.
2.5.2.5 Acumulação de detritos
A acumulação de detritos contribui para o aparecimento de vegetação parasitária, afetando o
escoamento das águas pluviais na cobertura. Esta situação favorece a fixação da humidade de
precipitação, resultando em infiltrações na cobertura, principalmente sob a ação do vento [41].
Os detritos acumulados sobre a cobertura podem resultar da existência de animais, tais como
pombos e gatos, de elementos vegetais transportados pelo vento, como ramos e folhas de árvores,
ou de objetos transportados em ações de manutenção ou devidos a atos de vandalismo [24] [25].
2.5.2.6 Corrosão
Os elementos de revestimento metálicos são suscetíveis à corrosão, um fenómeno eletroquímico
que pode conduzir à perda de funcionalidade destes RECI. A ocorrência de corrosão deve-se a
fatores metalúrgicos (corrosão intergranular e deszincificação dos latões), a condições de
utilização, a condições de exposição ambiental (proximidade do mar, humidade relativa, ambiente
químico / industrial), ao contacto entre metais de natureza distinta (corrosão bimetálica), e a erros
de conceção e de execução [24] [51].
As anomalias decorrentes de corrosão podem ser superficiais ou profundas. As anomalias
superficiais mais comuns são: perda de brilho / branqueamento, alteração de cor, manchas,
escorrimentos, empolamentos ou destacamentos do revestimento protetor / anticorrosivo. As
anomalias profundas mais comuns são: picadas / perfurações, diminuição de espessura e perda
do elemento metálico ou fissuras / fraturas.
A corrosão superficial pode ocorrer em faces exteriores ou em faces interiores. A corrosão nas
faces interiores deve-se, principalmente, à humidade de condensação, sobretudo em locais com
temperaturas baixas ou com elevada produção de vapor [52] [53].
2.5.2.7 Descasque / escamação / esfoliação
O descasque é uma anomalia que pode ocorrer em revestimentos cerâmicos, de microbetão e em
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
28 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
ardósia devido à exposição prolongada de ciclos gelo-degelo, principalmente quando não são
garantidas condições adequadas de ventilação.
A ardósia, apesar de garantir melhor estanqueidade à água das chuvas, apresenta facilidade em
soltar lascas devido ao seu processo de formação na natureza. Dado que se desenvolve por
camadas que constituem panos preferenciais de delaminação, quando as suas superfícies não
são polidas podem conter fissuras que dão origem a escamações.
A esfoliação das camadas de proteção de revestimentos metálicos e mistos pode dever-se à
corrosão que se desenvolve por camadas de forma paralela à superfície [23] [51].
2.5.2.8 Desenvolvimento de vegetação parasitária / crescimento biológico
A vegetação parasitária e o crescimento biológico constituído por fungos, líquenes, musgo ou
vegetação diversa fixam-se nos RECI afetando o escoamento da água e criando zonas de
estagnação. As zonas de estagnação facilitam a penetração da água promovendo novas anomalias.
Quando os RECI apresentam microfissuras, nomeadamente em elementos cerâmicos e em
microbetão, as raízes de alguns agentes biológicos podem dar origem a fissuras maiores. A
fixação destes agentes é promovida pela humidade, em zonas de sombra prolongada e a
excrementos de aves, que é facilitada quando não existem ações de manutenção [54].
2.5.2.9 Diferenças de tonalidade / alteração de cor
As diferenças de tonalidade ou alteração de cor podem dever-se ao processo de fabrico, à
degradação do RECI, à afetação da película protetora ou a manutenção inadequada [24].
As diferenças de tonalidade e alteração de cor não comprometem o desempenho da cobertura,
desde que o processo de fabrico assegure as exigências funcionais. No entanto, quando existe
exigência de RECI com a mesma tonalidade, as diferenças de tonalidade podem ser consideradas
uma anomalia.
2.5.2.10 Desagregação / oxidação
A interação dos RECI plásticos com a radiação solar e com os agentes atmosféricos promove a
oxidação, que se traduz na sua fragilização e perda de transparência. Esta anomalia afeta a
funcionalidade destes revestimentos, dado que são frequentemente utilizados a fim de permitir
entrada de luz nos edifícios.
Os produtos com base em microbetão, como o fibrocimento, podem sofrer deterioração por
agentes químicos agressivos ou por agentes atmosféricos, como o vento, humidade e ciclos
gelo/degelo. Os fenómenos principais de deterioração e de envelhecimento são a carbonatação, a
lixiviação e as chuvas ácidas.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 29
2.5.2.11 Fissuração / fratura
A fendilhação dos RECI pode dever-se à ventilação insuficiente ou inexistente, facilitando a sua
ocorrência com a geada. A rotura dos elementos cerâmicos pode ocorrer devido aos ciclos
gelo-degelo, a impactos como a queda de granizo ou de objetos, a circulação de pessoas, a
vandalismo, ou a excesso de peso de equipamentos instalados sobre a cobertura.
A fissuração pode ocorrer quando os elementos são fixos de forma demasiado rígida, conduzindo
a um conjunto de tensões internas excessivas quando sujeitos a diferenciais térmicos elevados.
2.5.2.12 Defeitos nas fixações
Os defeitos nas fixações podem dever-se à corrosão de parafusos ou de anilhas, a deformações
da estrutura de suporte ou do RECI, face a movimentações volumétricas, a aperto excessivo ou
insuficiente, à ausência de anilhas vedantes e a fixações excessivas ou insuficientes.
2.5.2.13 Defeitos nos remates
Nos remates, os elementos que apresentam anomalias são, geralmente, a cumeeira, o rincão, os
remates nas ligações entre vertentes, remates inferiores no beirado, no beiral, no algeroz, na
platibanda, remate lateral, remate com clarabóias, remates com chaminés, com tubagens, com
paredes emergentes, caleiras, larós, e juntas de dilatação [56].
Frequentemente, as práticas construtivas inadequadas, como a aplicação de argamassa em
excesso ou em elementos incompatíveis, provoca a dificuldade de escoamento de água ou
facilidade de infiltração através de fissuras, ou outras anomalias que surgem como consequência da
anterior.
2.5.2.14 Inexistência ou deterioração dos cordões de estanqueidade
Os cordões de estanqueidade, como os mastiques e as bandas betuminosas, garantem a
estanqueidade das coberturas. No entanto, nem sempre está prevista a sua aplicação,
considerando-se tal situação uma incorreta conceção. Noutras situações, ocorre a deterioração
destes materiais devido a ataque químico, a ataque dos raios ultravioletas, a variações volumétricas
do RECI ou da estrutura de suporte, e incorreto dimensionamento ou execução das juntas [24].
2.5.2.15 Sobreposição insuficiente ou excessiva
A sobreposição insuficiente ou excessiva ocorre em todos os tipos de RECI, comprometendo a
estanqueidade das coberturas. No entanto, a sobreposição insuficiente é mais gravosa, na medida
em que, pela perda de estanqueidade, o contacto frequente com a água conduz à perda de
funcionalidade e degradação dos materiais.
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
30 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
2.5.2.16 Defeitos no sistema de isolamento térmico
Os defeitos de isolamento térmico estão associados a erros de execução ou de conceção. Face às
exigências, o tipo de solução adotada pode não ser o mais adequado. A degradação precoce
deste elemento pode dever-se à inexistente, ou inadequada, proteção à ação da chuva, raios
ultravioletas, ações de manutenção e presença de animais.
2.5.2.17 Defeitos no sistema de ventilação
A correta ventilação permite reduzir a ocorrência de várias anomalias, pelo que os defeitos no
sistema de ventilação assumem particular preocupação. Entre as anomalias que surgem como
consequência de uma ventilação inexistente ou insuficiente, encontram-se o descasque, a
esfoliação e escamação por ação do gelo-degelo, a ocorrência de condensações, o
desenvolvimento biológico e a degradação da estrutura de suporte e elementos da construção.
Deste modo, a micro-ventilação e a ventilação do desvão da cobertura, devem ser assegurados. As
telhas de ventilação, ou acessórios de ventilação, devem ser instalados em quantidade suficiente;
caso contrário a sua inexistência, ou insuficiência poderá ser considerada uma anomalia.
2.5.2.18 Inclinação insuficiente ou excessiva
Para cada tipo de revestimento, deve ser adotada uma inclinação dentro dos limites, mínimo e
máximo, estabelecidos. Enquanto a inclinação insuficiente dificulta o escoamento das águas
pluviais - o que facilita a penetração de humidade e a acumulação de detritos e o desenvolvimento
de agentes biológicos - a inclinação excessiva pode conduzir ao deslocamento do RECI, ao seu
desalinhamento e ao desprendimento de elementos [24].
2.5.2.19 Intervenções incorretas ou deficientes
Quando as práticas construtivas associadas à correção de anomalias nos RECI são inadequadas,
surgem novas anomalias. Segundo Lopes [24], as práticas construtivas inadequadas estão
relacionadas com a aplicação de telas asfálticas e de mastiques no RECI fissurado, ou fraturado,
ou nas singularidades da cobertura, que pretendem garantir a estanqueidade. Garcez [23]
acrescenta, ainda, que a prática frequente de aplicação de argamassas nos revestimentos de
betão e de microbetão é incorreta por não resolver o problema da estanqueidade e por contribuir
para o aumento da carga sobre a estrutura de suporte e, por sua vez, o aumento de deformação.
A aplicação de telas pode comprometer a ventilação da cobertura e, dado que não se consegue
garantir a sua aderência ao suporte, poderá ocorrer a penetração de águas pluviais. Nestes casos,
os revestimentos devem ser substituídos e não reparados com produtos betuminosos.
2.5.3 Classificação dos fatores de degradação associados às anomalias
Os fatores de degradação dos RECI são apresentados numa perspetiva de tipificação das causas
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 31
que contribuem para a ocorrência de anomalias. Para o efeito, resume-se o sistema classificativo
apresentado por Garcez [23], baseado na divisão definida pelo Colégio Oficial de Arquitetos de
Madrid [57].
As causas podem ser divididas em dois grupos: causas diretas, ou próximas, e causas indiretas,
ou primeiras. Entre as causas diretas, encontram-se as ações de origem mecânica e ações
ambientais; entre as causas indiretas, encontram-se as associadas a erros de projeto, a erros de
execução e a erros de utilização ou de manutenção. As causas indiretas necessitam da
conjugação de uma causa direta para que se inicie o processo patológico.
2.5.3.1 Ações de origem mecânica
As ações de origem mecânica contribuem para a deformação da estrutura de suporte da
cobertura, com origem na circulação de pessoas ou de cargas sobre os revestimentos, na
instalação de equipamentos pesados sobre os revestimentos ou em impactos de objetos pesados.
2.5.3.2 Ações ambientais
As ações ambientais através da ação das chuvas, do vento, da radiação solar, da presença de
neve e de ciclos gelo-degelo são as principais causas de ocorrência de anomalias em RECI.
A ação do vento pode ser responsável por deformações dos revestimentos devido aos esforços
excessivos na estrutura de suporte ou nos próprios revestimentos. O desprendimento de
elementos de revestimento deve-se a situação pouco comuns de ventos fortes, principalmente em
coberturas com inclinações elevadas, ou em situações de elementos degradados, sem fixações,
ou incorretamente colocados.
2.5.3.3 Erros de projeto
Os erros de projeto constituem a maior causa de anomalias nas construções. Entre os erros de
projeto, encontram-se o dimensionamento incorreto das estruturas de suporte, conceção e
pormenorização incorreta das pendentes, dos sistemas de ventilação, dos remates, dos beirais,
das fixações e prescrições inadequadas de materiais.
2.5.3.4 Erros de execução
Os erros de execução devem-se à qualificação insuficiente da mão-de-obra e à subcontratação de
empresas cuja responsabilidade se pode perder em casos de subcontratação [58].
Os erros comuns de execução dizem respeito a:
sistemas de ventilação, nomeadamente à distribuição incorreta na cobertura;
sistemas de isolamento térmico, em particular quando a continuidade não é garantida permitindo
a existência de pontes térmicos que facilitam a ocorrência de condensações;
2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas
32 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
desalinhamento dos elementos de revestimento, que afeta o efeito estético da cobertura ou
mesmo a sua funcionalidade;
uso excessivo de argamassas para fixação de elementos de cumeeira e de rincões, ou de
remates, ocorrendo fissuração e infiltração de humidade, desenvolvimento de vegetação
parasitária e ventilação deficiente;
uso incorreto de telas asfálticas sobre os revestimentos dificultando a sua ventilação;
fixação dos elementos de revestimento com aperto exagerado, que originam esmagamento,
fissuração, ou impedem a deformação livre dos elementos;
remates inadequados em chapas de policarbonato e ausência de cordões de estanqueidade em
cumeeiras e rincões de chapas metálicas.
2.5.3.5 Erros de utilização / manutenção
A inexistência de manutenção conduz à ocorrência descontrolada de anomalias, podendo gerar
novas anomalias. A principal causa de acumulação de detritos sobre os revestimentos é a
inexistência de manutenção, o que facilita o desenvolvimento de líquenes e de plantas,
dificultando o escoamento da água.
Intervenções deficientes podem, por outro lado, conduzir a deformações das estruturas de
suporte, normalmente associadas ao aumento de cargas sobre as coberturas. O incremento de
peso sobre as coberturas pode dar-se pela aplicação de argamassa para tentar aumentar,
incorretamente e de forma ineficaz, a estanqueidade do RECI constituído por telhas.
O uso de telas asfálticas é frequentemente usado ainda que incorretamente, impossibilitando a
ventilação das coberturas e, por sua vez, incrementando o peso dos revestimentos.
A substituição de elementos de revestimento, efetuada numa perspetiva de manutenção, ou de
reparação, pode conduzir a um efeito inestético, uma vez que nem sempre se obtém as mesmas
tonalidades.
2.6 Conclusões
Neste capítulo, apresentou-se a classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas,
focando as suas exigências funcionais e caraterizando os vários tipos de revestimentos: pétreos
naturais, pétreos artificiais, metálicos, plásticos, mistos e tradicionais.
Em relação à patologia, procedeu-se à classificação das anomalias e à caraterização das
mesmas, de acordo com Garcez [23] e Lopes [24] e classificou-se os fatores de degradação,
numa perspetiva de tipificação das suas causas.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 33
3. Trabalho de campo
3.1 Considerações iniciais
A elaboração de uma MEVURECI assenta num estudo sobre a patologia de revestimentos
exteriores de coberturas inclinadas e sobre as metodologias de previsão de vida útil, combinado
com uma campanha de trabalho de campo que permita a sua validação. A realização de uma
campanha, baseada em inspeções visuais, tem em vista identificar, caracterizar, classificar e
quantificar as anomalias resultantes da degradação natural dos RECI.
3.2 Objetivos do trabalho de campo
Com o trabalho de campo, pretende-se caraterizar e classificar as anomalias evolutivas
atribuindo-se um nível de degradação. Para cada anomalia, é necessário avaliar a extensão da
área de revestimento afetado, identificando os fatores de degradação que lhes possam estar
associados de modo a compreender a sua influência na vida útil dos RECI.
O levantamento de características e de anomalias de revestimentos de coberturas inclinadas
permite estabelecer relações entre os parâmetros que caracterizam o estado patológico com a
idade, de modo a que, através da metodologia a desenvolver, seja possível prever a vida útil. O
estabelecimento de uma relação entre a idade e cada uma das anomalias compreende a
avaliação da extensão, a definição de níveis de degradação, os quais se prevê aumentarem com o
tempo de vida, e da severidade respetiva. Deste modo, recorrendo a inspeções visuais (como
método empírico [6]), a realização do trabalho de campo tem os seguintes objetivos:
levantamento das anomalias evolutivas;
avaliação da extensão da área de revestimento afetado por cada anomalia;
quantificação dos níveis de degradação para classificação das anomalias;
definição dos fatores de degradação associados às anomalias.
3.3 Metodologia
A previsão de vida útil de RECI depende das variáveis severidade e idade e, por isso,
necessariamente das caraterísticas da amostra adquirida com o trabalho de campo. Para
avaliação da condição da degradação dos RECI, recorre-se a uma escala qualitativa, utilizada pela
maioria das metodologias, conforme referido por Gaspar e Brito [59]. Esta escala é baseada em
diferentes níveis de degradação e balizada através da condição verificada na campanha, de
acordo com Marteinsson et al. [60] e Freitas et al. [61], citados por Silva et al. [4].
Neste sentido, considera-se as anomalias que apresentam natureza evolutiva a fim de serem
avaliadas, enquanto variáveis do modelo de previsão, associadas a fatores de degradação. Para
3. Trabalho de campo
34 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
este efeito, é necessário compreender a condição dos RECI e os fatores de degradação, de modo
a que a correta caraterização e classificação das anomalias permita desenvolver uma MEVURECI.
Para que a informação recolhida durante o trabalho de campo seja considerada uma
representação da realidade, é necessário definir os níveis de degradação de acordo com a
intensidade e o tipo de anomalia, independentemente da extensão da manifestação patológica [9].
Definindo-se um índice numérico, que exprima a degradação global dos revestimentos
inspecionados, é possível expressá-lo graficamente, usando os pontos que representam as
variáveis idade e severidade, cujos valores pertencem ao eixo das abcissas e aos eixos das
ordenadas, respetivamente [11]. Conhecendo o conjunto de pontos, num sistema de eixos
cartesianos, é possível determinar a curva de degradação dos RECI, traçando de uma curva de
regressão da amostra, tal como estudado por Shohet et al. [62].
3.3.1 Ficha de inspeção e diagnóstico
A recolha da informação obtida durante o trabalho de campo foi preparada através do
preenchimento de uma ficha de inspeção e diagnóstico (Anexo A), visando a padronização e a
organização dos dados, de modo a facilitar o seu tratamento. Os dados foram obtidos através de
inspeção visual, cruzando a informação disponível em plantas, sempre que foi possível aceder aos
projetos, e com auxílio da fotografia aérea para identificação dos edifícios.
A ficha de inspeção e diagnóstico segue o modelo de Garcez [23] e de Lopes [24], adaptando a
informação das fichas de Chai [17], de Ximenes [18], de Sousa [25] e de Silva [26]. Deste modo, a
ficha divide-se em duas partes:
primeira parte: caracterização geral do edifício, com referência às condições ambientais, e dos
revestimentos de cada uma das suas coberturas, com informação relativa a eventuais ações de
manutenção;
segunda parte: caracterização de cada anomalia e classificação respetiva, com atribuição do
nível de degradação correspondente, e avaliação da área afetada.
De acordo com a patologia relativa aos RECI, seleciona-se as anomalias suscetíveis de
caraterizar a condição de cada revestimento, procedendo à classificação e avaliação da área
afetada.
Relativamente à primeira parte da ficha, existem três parâmetros que devem ser esclarecidos
antes do trabalho de campo. Estes dizem respeito à exposição atmosférica (protegida, normal ou
exposta), à zona climática (um, dois e três) e à exposição a agentes poluentes.
De acordo com a Associação Portuguesa dos Industriais da Cerâmica de Construção (APICC)
[41], os edifícios estão sujeitos a um determinado grau de exposição que depende das condições
do local, conforme representado na Tabela 3.1.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 35
Tabela 3.1 - Grau de exposição atmosférica dos edifícios [41] [63]
Situação protegida Situação normal Situação exposta
Zona totalmente rodeada por elevações de terreno, abrigada face a todas as direções de incidências de ventos.
Zona plana, ou praticamente plana, podendo apresentar ligeiras ondulações do terreno.
Zona litoral até uma distância de 5 km do mar, sobre falésias, em ilhas ou penínsulas estreitas, estuários ou baías cavadas, regiões montanhosas e planaltos; em situações intermédias, podem surgir edifícios que comportem cinco ou seis pisos, situados em locais protegidos ou normais.
Em relação ao zonamento climático, que classifica o território em função da ação combinada da
precipitação e do vento, Portugal encontra-se dividido em três zonas, conforme apresentado na
Figura 3.1.
Figura 3.1 - Zonamento climático resultante da combinação vento / precipitação [41] [63]
Quando os edifícios se encontram próximos de vias urbanas principais, com elevado tráfego
rodoviário, considera-se que existe exposição aos agentes poluentes, preenchendo-se o campo
respetivo.
3. Trabalho de campo
36 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
A informação que consta na primeira parte da ficha de inspeção e diagnóstico é apresentada na
Tabela 3.2. A segunda parte compreende os registos referentes a cada anomalia identificada, com
a classificação do nível de degradação e com a avaliação da área degradada correspondente.
Tabela 3.2 - Informação constante na primeira parte da ficha de inspeção e diagnóstico
CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO
Localização
Ano de conclusão
N.º de pisos acima do solo
Quantidade de coberturas
Tipo de utilização: habitação / comércio / serviços / outro
Tipo de envolvente: rural / urbana / marítima / outra
Zona climática: zona 1 / zona 2 / zona 3 /
Proximidade do mar: < 1 km / ≤ 5 km / > 5 km
Exposição da cobertura: protegida / normal / exposta
Exposição a agentes poluentes: s / n
CARACTERÍSTICAS DA COBERTURA
Forma da cobertura: uma água / duas águas / três águas / quatro águas / em pavilhão ou piramidal / redonda / águas desencontradas / trapeira / em mansarda
Designação do RECI
Área total do RECI (m2)
Inclinação da cobertura (%)
Estrutura de suporte: madeira / metálica / mista / muretes de alvenaria / betão - contínua / betão - descontínua
Sistema de ventilação: micro-ventilação / ventilação do desvão / telhas de ventilação / beiral com ventilação / bandas de ventilação / ventiladores
Isolamento térmico: laje de esteira / vertente inclinada / não existe
Existência de barreira de vapor: s / n / ns
Existência de fixações: s / n / ns
Existência de forro: s / n / ns
Singularidades da cobertura: beirais ou beirados / cumeeiras ou rincões / larós / elementos emergentes / platibandas / paredes de bordo / caleiras exteriores / caleiras recuadas
MANUTENÇÃO
Tipo de manutenção ou de reparação
Data da última intervenção
3.4 Classificação e definição dos níveis de degradação
3.4.1 Classificação das anomalias
Garcez [23] e Lopes [24] analisaram 19 anomalias (Tabela 2.4) correspondentes ao domínio de
todos os tipos de revestimentos exteriores classificados na Tabela 2.3. No caso de RECI
constituídos por telhas cerâmicas, excluiu-se as anomalias A-E2 corrosão, A-E6 desagregação /
oxidação e A-O3 inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade, por não se verificar a
sua ocorrência neste tipo de revestimento (Tabela 2.5), conforme referido por Garcez [23].
Analisando as 16 anomalias relativas aos revestimentos cerâmicos, verificou-se que as do grupo
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 37
A-O defeitos de projeto / execução não apresentam caráter evolutivo. Dado que se pretende relacionar
a idade com a severidade das anomalias dos RECI, procedeu-se à exclusão das anomalias relativas a
defeitos nas fixações (A-O1), defeitos nos remates (A-O2), sobreposição insuficiente ou excessiva (A-
O4), defeitos no sistema de isolamento térmico (A-O5), defeitos no sistema de ventilação (A-O6),
inclinação insuficiente ou excessiva (A-O7) e intervenções incorretas ou deficientes (A-O8).
A anomalia A-E1 acumulação de detritos foi incorporada na A-E5 relativa a diferenças de tonalidade
/ alteração de cor, excluindo-se do estudo os casos que podem ser eliminados definitivamente
através de ações de manutenção simples. Nas situações em que se verifique que esta anomalia
afeta a tonalidade ou a cor, exigindo uma ação de manutenção próxima da utilizada para a
eliminação da colonização biológica, a mesma foi considerada com a classificação A-E5.
Assim, procedeu-se a uma nova classificação das anomalias, considerando apenas as evolutivas
(AE), organizando-as em três grupos, conforme apresentado na Tabela 3.3.
Tabela 3.3 - Classificação de anomalias evolutivas em RECI
Classificação de anomalias evolutivas Classificação de Garcez
[23] e de Lopes [24]
AE-E ESTÉTICAS
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica A-E4
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor A-E5
AE-F FUNCIONAIS
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação A-E3
AE-F2 fissuração / fratura A-E7
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento A-D3
AE-S ESTRUTURAIS
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento A-D1
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento A-D2
Para desenvolver uma metodologia de previsão de vida útil, há que considerar as anomalias que
afetam a durabilidade dos revestimentos e, para isso, deve-se estudar aquelas que são
modeláveis. Nesta situação, pressupõe-se que estas anomalias são evolutivas, sofrendo um
aumento do nível de degradação com o tempo de vida. O comportamento de cada anomalia será
comprovado com o trabalho de campo, podendo vir a excluir-se do estudo aquelas que não
demonstrarem sofrer evolução em função do tempo.
3.4.2 Níveis de degradação das anomalias
Para cada anomalia identificada, atribui-se uma classificação referente ao nível de degradação, de
acordo com uma escala que pretende explicar a condição dos revestimentos. Esta escala, definida
através de valores discretos, não é forçosamente caracterizada pelo tipo de área afetada, ou extensão
da mesma por cada anomalia, mas pela gravidade da degradação. Pretende-se que cada nível de
degradação corresponda a um patamar associado à consequência que determinada anomalia tem nos
revestimentos, em termos das exigências funcionais que poderão ser comprometidas.
3. Trabalho de campo
38 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Assim, definiu-se cinco níveis de degradação, numerados de 0 a 4, em que o nível 0 corresponde à
inexistência de degradação (muito bom) e o nível 4 corresponde a degradação generalizada. Todos os
grupos são classificáveis nos cinco níveis de degradação.
3.4.2.1 Anomalias estéticas
As anomalias estéticas são classificadas de acordo com as suas consequências, em todos os
níveis de degradação. Para efeitos da determinação do nível de degradação, recorre-se à
quantificação da área afetada, relacionando-a com a área total da cobertura. Deste modo,
contabiliza-se as telhas afetadas por cada uma das anomalias deste grupo e multiplica-se cada
uma destas quantidades pela área unitária da telha. Os intervalos admitidos para cada nível de
degradação são apresentados na Tabela 3.4.
Por se considerar que as consequências das anomalias relativas ao desenvolvimento de vegetação
parasitária / colonização biológica (AE-E1) são mais gravosas do que as provocadas pelas
diferenças de tonalidade / alteração de cor (AE-E2), atribuiu-se a AE-E2 o nível 3 como máximo de
degradação, correspondente a degradação moderada; já que a classificação de degradação
generalizada pareceria exagerada para uma anomalia que não tem consequências graves. Os
intervalos que caraterizam os restantes níveis apresentam uma maior dimensão e percentagem de
área de RECI afetada pela anomalia AE-E2 do que os intervalos definidos para a anomalia a AE-E1.
A anomalia AE-E2 abrange o escurecimento do RECI devido a acumulação de detritos, que
requeira uma ação de manutenção, e que contribua para a alteração da tonalidade ou da cor.
Tabela 3.4 - Níveis de degradação para anomalias do grupo estéticas
Nível de degradação Caracterização das anomalias
AE-E Estéticas
Observação
% área de RECI afetada
Nível 0
Muito Bom
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-E1: não identificado
AE-E2: não identificado
Nível 1
Bom estado de conservação
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-E1: ≤ 10% Atotala
AE-E2: ≤ 20% Atotala
Nível 2
Degradação ligeira
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-E1: > 10% e ≤ 30% Atotala
AE-E2: > 20% e ≤ 50% Atotala
Nível 3
Degradação moderada
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-E1: > 30% e ≤ 50% Atotala
AE-E2: > 50% Atotala
Nível 4
Degradação generalizada
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-E1: > 50% Atotala
AE-E2: não aplicável
Nota: a valor da área total do revestimento de uma cobertura inclinada
3.4.2.2 Anomalias funcionais
O grupo referente a anomalias funcionais é classificado em todos os níveis de degradação, conforme
apesentado na Tabela 3.5. As anomalias que constituem este grupo são classificadas em função da
extensão de área afetada. Para determinação da área afetada, recorre-se à contabilização das
telhas afetadas e à área unitária da telha, multiplicando estas duas quantidades.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 39
A anomalia referente a fissuração / fratura (AE-F2) é mais gravosa do que a anomalia descasque /
escamação / esfoliação (AE-F1), pelo que os intervalos considerados apresentam menor
dimensão. Por outro lado, a ocorrência da anomalia AE-F2 pode conduzir a consequências
gravosas, pelo que não se considerou adequada a sua classificação no nível de degradação 1,
correspondente a bom estado de conservação.
A anomalia referente a desprendimento / descolamento de elementos de revestimento (AE-F3) é a
mais gravosa das três e, por isso, considerou-se como menos grave o nível 2. Nesta situação,
referente a degradação ligeira, considerou-se que a área afetada não deve ser superior a 5% da
área total (Atotal), o que revela o caráter gravoso atribuído à anomalia.
Tabela 3.5 - Níveis de degradação para anomalias do grupo funcionais
Nível de degradação Caracterização das anomalias
AE-F Funcionais Observação
% área de RECI afetada
Nível 0
Muito Bom
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação
AE-F2 fissuração / fratura
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
AE-F1: não identificado
AE-F2: não identificado
AE-F3: não identificado
Nível 1
Bom estado de conservação
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação
AE-F2 fissuração / fratura
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
AE-F1: ≤ 10% Atotala
AE-F2: não aplicável
AE-F3: não aplicável
Nível 2
Degradação ligeira
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação
AE-F2 fissuração / fratura
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
AE-F1: > 10% e ≤ 30% Atotala
AE-F2: ≤ 10% da Atotala
AE-F3: ≤ 5% da Atotala
Nível 3
Degradação moderada
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação
AE-F2 fissuração / fratura
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
AE-F1: > 30% e ≤ 50% Atotala
AE-F2: > 10% e ≤ 30% Atotala
AE-F3: > 5% e ≤ 10% Atotal a
Nível 4
Degradação generalizada
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação
AE-F2 fissuração / fratura
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
AE-F1: > 50% Atotala
AE-F2: > 30% Atotala
AE-F3: > 10% Atotala
Nota: a valor da área total do revestimento de uma cobertura inclinada
3.4.2.3 Anomalias estruturais
As anomalias do grupo estruturais manifestam-se ao nível de deformações acentuadas do
revestimento (AE-S1) e ao nível do desalinhamento de revestimentos (AE-S2). A classificação do
nível de degradação é apresentada na Tabela 3.6.
As anomalias estruturais analisadas no âmbito da dissertação dizem respeito apenas aos
elementos de revestimento, não obstante as suas causas poderem ter origem em anomalias da
estrutura de suporte. Nesta perspetiva, as anomalias que possam ocorrer na estrutura de suporte
das coberturas não são avaliadas. No entanto, recorre-se a alguns critérios de desempenho
utilizados ao nível da estabilidade, nomeadamente relacionados com os estados limite de
utilização, como ferramenta de análise à condição dos revestimentos.
3. Trabalho de campo
40 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Tabela 3.6 - Níveis de degradação para anomalias do grupo estruturais
Nível de degradação Caracterização das anomalias
AE-S Estruturais Observação
% área de RECI afetada
Nível 0
Muito Bom
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
AE-S1: não identificado
AE-S2: não identificado
Nível 1
Bom estado de conservação
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
AE-S1: não aplicável
AE-S2: ≤ 10% Atotala
Nível 2
Degradação ligeira
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
AE-S1: ≤ 25% Atotala
AE-S2: > 10 e ≤ 25% Atotala
Nível 3
Degradação moderada
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
AE-S1: > 25 e ≤ 50% Atotala
AE-S2: > 25 e ≤ 50% Atotala
Nível 4
Degradação generalizada
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
AE-S1: > 50% Atotala
AE-S2: > 50% Atotala
Notas: a valor da área total do revestimento de uma cobertura inclinada
As anomalias referentes a deformações acentuadas de revestimentos (AE-S1) são classificadas
com os níveis 0, 2, 3 e 4. Dado que nem todos os revestimentos têm o mesmo tipo de suporte,
procurou-se estabelecer intervalos de valores aceitáveis para a generalidade das estruturas. Deste
modo, cruzou-se informação relativa às estruturas mais frequentes, em betão armado, em madeira
e em aço. De acordo com o Eurocódigo 3, parte 1-1 [64] e Eurocódigo 5 [65], a flecha máxima
admissível para coberturas é definida através da expressão ( 6 ):
200
Lδmax ( 6 )
onde:
δmax - deformação vertical máxima;
L - vão medido entre apoios.
Dada a necessidade de obter uma referência para a deformação máxima aceitável dos RECI,
poderá, ainda, ser consultada a norma ISO 4356 [66], o AC 318.83 [67], o ACI Committee 435 [68]
e o Manual do CEB [69], a partir dos quais, e para o caso de áreas que deverão drenar água, se
considera que a deformação limite corresponde ao valor do comprimento do vão a dividir por 240.
Deste modo, assume-se que os revestimentos padecem de deformação acentuada quando a
flecha é superior ao resultado da razão entre o comprimento do vão e 200 mas, para efeitos de
classificação, apenas se regista o nível correspondente a degradação ligeira, quando este valor é
ultrapassado. A partir deste valor, a deformação torna-se evidente e, por este motivo, a não
classificação em nível 1 evita a dúvida que poderia surgir na diferenciação entre a classificação
relativa a bom estado de conservação e a degradação ligeira.
Assim, e de modo a conseguir facilmente classificar o nível de degradação, assumiu-se que a
degradação é ligeira (nível 2), de acordo com a expressão ( 6 ), quando visível sem necessidade de
recorrer a instrumentos de medição, mas com uma configuração suave e contida numa área igual ou
inferior a 25% da área da cobertura. Quando a deformação envolver uma área de revestimento
superior a 25% da área da cobertura, mas inferior a 50%, a degradação corresponde ao nível 3; será
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 41
de nível 4, caso a área de cobertura sujeita a deformação for superior a 50% da área total.
O critério usado para a classificação da anomalia correspondente ao desalinhamento de elementos
de revestimento (AE-S2), baseia-se na dimensão média dos diferentes tipos de telhas, usando como
referência o afastamento do ripado, ou seja, a distância entre apoios. Conforme apresentado na
Tabela 3.7, dependendo do tipo de telha, o espaçamento entre ripado varia de 15 cm a 46 cm.
Tabela 3.7 – Espaçamento entre ripado para os diferentes tipos de telhas [41] [70]
Espaçamento do ripado por tipo de telha (cm)
Lusa Marselha Canudo Romana Plana
33 a 45 37 a 39 25 a 36 25 a 46 15 a 38,5
Considerando a elevada amplitude, e os valores médios dos diferentes tipos de telha, propõe-se que o
espaçamento no valor de 40 cm seja utilizado como referência para o desalinhamento dos elementos
que constituem o revestimento. Assim, considera-se que o revestimento está em bom estado de
conservação quando o valor do desalinhamento, que corresponde à distância da telha mais desviada
da linha reta definida pela fiada, é da ordem da dimensão do elemento de RECI (Dreci) sobre 40. Deste
modo, o valor de desalinhamento aceitável é menor para elementos de revestimento de menores
dimensões, dado que a sua configuração geométrica tem menor capacidade para acomodar
divergências dimensionais em relação à sua instalação na fiada de RECI. Em campanha, o nível 1
pode ser atribuído se for possível perceber, sem recurso a instrumentos de medição, que existe
desalinhamento numa área inferior a 10% da área total da cobertura; para áreas de maior dimensão, o
nível de degradação pode ser 2, 3 ou 4, conforme Tabela 3.6.
3.5 Caracterização da amostra
3.5.1 Determinação da dimensão da amostra
Assumindo cada uma das anomalias independente das restantes, considera-se que, numa
perspetiva de inferência estatística, a dimensão da amostra deverá estar compreendida entre 10 a
15 vezes o número de variáveis independentes a pesquisar [71]. Não sendo conhecida a
quantidade de variáveis independentes, no início do trabalho de campo, e considerando a
necessidade de se obter uma amostra suficientemente grande (classificação estatística) de RECI,
a sua dimensão pode ser determinada em função de um nível de confiança (ou de significância) e
de uma precisão escolhidas [72], de acordo com a expressão ( 7 ):
n
p1pz )2/1(
( 7 )
onde:
ε - margem de erro, ou precisão do intervalo de confiança;
Z(1-α/2) - valor crítico, lido na abcissa da curva de densidade normal reduzida para o nível de
confiança correspondente a 1-α/2;
3. Trabalho de campo
42 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
p - proporção de elementos da população com caraterísticas de interesse;
n - dimensão da amostra.
Isolando n na expressão ( 7 ) é possível determinar a dimensão da amostra através da expressão ( 8 ):
p1pz
n2
2)2/1(
( 8 )
Não conhecendo a dimensão da população de RECI, mas compreendendo que o valor máximo de
p(1-p) maximiza a dimensão da amostra, n, para p pertencente ao intervalo entre 0 e 1, esse valor
ocorre para p=0,5. Assim, para um intervalo de confiança de 99% e uma margem de erro de 10%,
a dimensão da amostra é determinada de acordo com a expressão:
89,1655,05,001,0
636,65,015,0
1,0
576,2n
2
2
( 9 )
ou seja, 166 revestimentos. A mesma dimensão permite obter um intervalo de confiança de 95% e
uma margem de erro de 7,7%, como determinado através da seguinte expressão:
98,1615,05,000593,0
842,35,015,0
077,0
960,1n
2
2
( 10 )
3.5.2 Caraterização das construções analisadas
Foram inspecionados 167 revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, com uma área total
no valor de 48.576,7 m2, pertencentes a 93 edifícios. Alguns destes revestimentos foram excluídos
da amostra, por se ter verificado a existência de inconsistências que permitem caraterizá-los como
outliers. Assim, excluíram-se 14 elementos por se ter verificado a existência de evidências físicas
que justificam a exclusão destes elementos, como recomendado por Matos [75], e quatro
elementos que, apesar de não se considerarem outliers, ainda não têm 1 ano de idade, não
contribuindo para a explicação da degradação em função do tempo.
Os quatro elementos com menos de um ano de idade encontram-se caracterizados nas fichas
72_1/2, 72_2/2, 73_1/2 e 73_2/2. O conjunto de 14 elementos considerados outliers encontra-se
caraterizado nas fichas de inspeção e diagnóstico com os números 17, 20_2/2, 52, 54_4/6, 54_5/6,
54_6/6, 57_1/2, 57_2/2, 61_1/5, 61_2/5, 61_3/5, 61_4/5, 63 e 64. Com a exceção do elemento
registado na ficha 61_4/5, todos os 13 revestimentos excluídos apresentam deformação ao nível da
estrutura de suporte principal, não fazendo parte do âmbito deste estudo. Para efeitos da construção
de uma MEVURECI, apenas se considera a deformação ao nível do revestimento, o qual envolve
apenas a estrutura secundária, ou seja, o ripado, o contra-ripado (quando existe) e a vara.
O revestimento a que se reporta a ficha 61_4/5 apresenta uma caleira exterior que recolhe águas
do beirado junto a um laró, encontrando-se subdimensionada, o que contribui para o registo de
uma degradação elevada para a sua idade, constituindo um outlier.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 43
Assim, a amostra para efeitos da MEVURECI é constituída por 149 revestimentos, distribuídos por 86
edifícios. A área total de revestimentos considerada tem 44.748,0 m2, com uma área média no valor de
300,3 m2, e os seus edifícios têm uma área média no valor de 520,3 m2. A área das coberturas
apresenta uma elevada amplitude de valores, desde 11,7 m2, para a menor cobertura, até 2011,5 m2
para a maior cobertura. Existem 27 edifícios que, devido à sua função e arquitetura, apresentam mais
do que uma cobertura, razão pela qual existe uma média de 1,7 coberturas por edifício.
Os revestimentos analisados pertencem a edifícios que se encontram caraterizados em termos de tipo
de utilização (Figura 3.2), número de pisos acima do solo (Figura 3.3), idade (Figura 3.4) e localização
(Anexo B). Estas caraterísticas permitem compreender, numa primeira análise, o contexto em que se
inserem os revestimentos, como a idade do edifício, que pode ser diferente da do revestimento; ou ter
uma noção da altura da cobertura, que será tanto maior quanto o número de pisos do edifício acima do
solo; e a função do edifício, que pode sugerir uma utilização mais produtora de humidade do que outra.
Os revestimentos analisados distribuem-se por edifícios cujas funções são maioritariamente de
serviços e de habitação, com um total de 85% dos RECI (Figura 3.2). O tipo de utilização que engloba
a maior quantidade de revestimentos é serviços, com 41% dos RECI, havendo um conjunto de 6% de
revestimentos que partilha a sua função entre serviços e habitação. Os edifícios que têm outros tipos
de função são utilizados para armazéns, oficinas e igrejas.
5661
23
9
38%41%
15%
6% 0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
0
10
20
30
40
50
60
70
Habitação Serviços Outros Mista (habitaçãoe serviços)
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Tipo de utilização
Figura 3.2 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de utilização
Os RECI inspecionados pertencem a edifícios com 1, 2 ou 3 pisos, tendo permitido aceder às suas
coberturas pelo exterior, com recurso a escadas portáteis na maior parte dos edifícios. A maioria
dos RECI pertence a edifícios com 1 piso, com 50% dos revestimentos, seguindo-se dos edifícios
com 2 pisos com 41% dos revestimentos (Figura 3.3).
3. Trabalho de campo
44 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
75
61
13
50%
41%
9%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Nº de pisos acima do solo
Figura 3.3 - Distribuição da amostra relativamente ao número de pisos acima do solo
Dado que a idade dos RECI é referente ao ano da última intervenção de manutenção, ou de
reparação, dos revestimentos da cobertura, apresenta-se na Figura 3.4 a sua distribuição em função
da idade dos edifícios de que fazem parte. Cerca de 59% dos RECI pertence a edifícios com 50 ou
mais anos e a média de idade dos edifícios, considerando a distribuição das coberturas, é de 64
anos; valor calculado tendo em consideração a idade do edifício que corresponde cada cobertura da
amostra.
58
15
6
27 27
45
5
11
3%5%
10%
4%
18% 18%
30%
3%
7%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
[0 a 9] [10 a 19] [20 a 29] [30 a 39] [40 a 49] [50 a 59] [60 a 69] [70 a 79] > 79
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Idade dos edifícios
Figura 3.4 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos edifícios
3.5.3 Caracterização das zonas estudadas
Os RECI distribuem-se pelos concelhos de Alenquer, Beja, Lisboa, Loures, Moita, Peniche e
Sintra, conforme apresentado na Figura 3.5. Os concelhos que contêm a maior quantidade de
RECI são os de Alenquer, Beja e Sintra, com cerca de 83% do total de revestimentos. Foram
efetuadas inspeções a coberturas no concelho de Peniche e da Moita, procurando analisar a
influência da proximidade do mar e do rio, respetivamente. Os RECI inspecionados em Lisboa e
em Loures procuram aumentar caraterísticas na amostra, como a envolvente urbana (Figura 3.6) e
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 45
a exposição do tipo “exposta” (Figura 3.8), que estão em minoria.
32%
17%
7%
3%
8%
34%
48
25
104
12
50
0
10
20
30
40
50
60
Alenquer Beja Lisboa eLoures
Moita Peniche Sintra
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Nº
de
RE
CI
% d
e R
EC
I
Localização dos RECI
Figura 3.5 - Distribuição da amostra relativamente à localização dos RECI por concelhos
A maioria dos RECI encontra-se em zonas de envolvente rural, com 83% do total de revestimentos,
havendo apenas 17% dos RECI em envolvente urbana. Compreende-se que a envolvente rural
contenha a maioria das coberturas, uma vez que se procurou incidir o estudo em edifícios militares.
123
26
83%
17%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
0
20
40
60
80
100
120
140
Rural Urbana
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Envolvente dos RECI
Figura 3.6 - Distribuição da amostra relativamente à envolvente dos RECI
A exposição das coberturas foi definida de acordo com a Figura 3.1, relativa ao zonamento climático,
que classifica o território em função da ação combinada da precipitação e do vento. A zona que
concentra mais RECI é a zona 3, com 51% do total de todos os revestimentos, um valor ligeiramente
superior aos 49% dos RECI que se somam no conjunto da zona 1 com a zona 2 (Figura 3.7).
Adicionalmente, as coberturas foram classificadas em função da sua exposição aos agentes
atmosféricos, de acordo com a Tabela 3.1, verificando-se que a maioria dos RECI apresentam uma
exposição normal, com 82% do total dos revestimentos. Os revestimentos restantes distribuem-se
equitativamente por exposição protegida e exposta, com 9%, respetivamente (Figura 3.8).
3. Trabalho de campo
46 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
25
48
76
17%
32%
51%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Zona 1 Zona 2 Zona 3
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Zonamento climático
Figura 3.7 - Distribuição da amostra relativamente ao zonamento climático
13
122
14
9%
82%
9%0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
0
20
40
60
80
100
120
140
Protegida Normal Exposta
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Exposição da cobertura
Figura 3.8 - Distribuição da amostra relativamente à exposição dos RECI
Relativamente à proximidade do mar, procedeu-se ao registo da localização dos RECI em função
da sua distância ao mar, recorrendo aos intervalos definidos por Ferreira [76], conforme seguido
por Chai [17] e Ximenes [18]. Estes intervalos correspondem a 3 níveis: normal, para elementos a
mais de 5 km da linha de costa; desfavorável, para elementos até 5 km da linha de costa, ou sob
influência direta de ventos dominantes soprados por mar; e incidência direta, para edifícios
localizados a menos de 1 km da linha de costa.
Analogamente ao que acontece com as fachadas, conforme referido por Gaspar [11], em que os
ventos podem transportar algas que as colonizam, o mesmo pode ocorrer nos RECI. Assim,
caraterizou-se os RECI em função da proximidade ao mar, verificando-se, conforme apresentado
na Figura 3.9, que a maioria se encontra a mais de 5 km da linha de costa, representado 92% do
total dos revestimentos. Não se observou nenhum RECI a menos de 1 km da linha de costa.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 47
12
137
8%
92%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0
20
40
60
80
100
120
140
160
≤ 5 km > 5 km
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Proximidade do mar
Figura 3.9 - Distribuição da amostra relativamente à proximidade do mar
3.5.4 Caracterização dos revestimentos inspecionados
Os revestimentos inspecionados (Anexo C) foram caraterizados em função da idade, da forma da
cobertura, do tipo de telha e da estrutura de suporte. Adicionalmente, foram registados outros
dados que podem esclarecer o comportamento dos RECI, como a inclinação, o tipo de sistema de
ventilação e a existência de isolamento térmico e a sua posição.
A idade dos RECI é referente à data da última intervenção realizada na cobertura para efeitos da
sua manutenção, ou reparação. Assim, a idade dos revestimentos difere da idade dos seus
edifícios, apresentando uma média de 36 anos, valor substancialmente inferior à média de idades
dos edifícios, tendo em consideração a distribuição das coberturas, que é de 64 anos. O RECI
mais jovem apresenta 1 ano de idade e mais antigo apresenta 112 anos.
Na Figura 3.10, pode-se observar que o conjunto dos RECI que apresentam uma idade até 39
anos, inclusive, reúne 49% dos elementos da amostra e os que têm mais de 39 anos representam
51% de todos os revestimentos. Distribuindo a amostra por grupos com uma diferença de 10 anos
de intervalo, verifica-se que aquele que tem mais RECI é o dos 0 aos 9 anos, inclusive, com 21%
de elementos da amostra, seguido do intervalo de 60 a 69 anos, com 19%.
Redistribuindo os elementos por grupos com intervalos de 20 anos de idade, verifica-se um maior
equilíbrio entre a quantidade de revestimentos por grupo, mantendo-se o de menor idade aquele
reúne mais RECI, com 30% dos elementos da amostra, seguindo-se do grupo com idades entre
40 e 59 anos, com 29% (Figura 3.11).
As coberturas da amostra assumem diversas formas, sendo a de duas águas a predominante,
com 52% do total, seguida da de quatro águas, com 26%, representando 78% dos revestimentos.
As coberturas menos representativas são do tipo mansarda e do tipo pavilhão, com 2 e 3
3. Trabalho de campo
48 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
coberturas, respetivamente (Figura 3.12).
32
13
21
8
23
20
28
3
1
21%
9%
14%
5%
15%
13%
19%
2% 1%0%
5%
10%
15%
20%
25%
0
5
10
15
20
25
30
35
[0 a 9] [10 a 19] [20 a 29] [30 a 39] [40 a 49] [50 a 59] [60 a 69] [70 a 79] > 79
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Idade dos RECI
Figura 3.10 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos RECI com intervalos de 10 anos
45
29
43
32
30%
19%
29%
21%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
[0 a 19] [20 a 39] [40 a 59] > 60
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Idade dos RECI
Figura 3.11 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos RECI com intervalos de 20 anos
A amostra é constituída por revestimentos do tipo lusa, marselha, canudo e romana. O tipo de
revestimento mais frequente é do tipo lusa, com 50% dos RECI da amostra, seguido do tipo
marselha, com 34%, totalizando 84% de todos os revestimentos (Figura 3.13). O tipo canudo é o
menos representativo da amostra com apenas 9 elementos, traduzindo-se em apenas 6% dos
revestimentos.
A estrutura de suporte pode ter influência no comportamento dos RECI, nomeadamente a nível da
deformação cobertura. No entanto, não é do âmbito deste estudo a deformação estrutural, uma
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 49
vez que envolve mais mecanismos de degradação do que a deformada do revestimento. A
deformação analisada envolve, apenas, a estrutura secundária constituída pelas ripas e pelas
varas. Assim, e dado que as diversas soluções apresentam comportamentos distintos,
caraterizou-se o tipo de suporte estrutural (Figura 3.14).
16
78
12
38
3 2
11%
52%
8%
26%
2% 1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Um
a á
gua
Du
as
águ
as
Trê
s á
gua
s
Qu
atr
o á
gua
s
Pa
vilh
ão
/Pir
am
idal
Ma
nsa
rda
% d
e R
EC
I
Nº
de R
EC
I
Forma das coberturas
Figura 3.12 - Distribuição da amostra relativamente à forma das coberturas
75
51
914
50%
34%
6%9%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Lusa Marselha Canudo Romana
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Tipo de RECI
Figura 3.13 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de revestimento
A estrutura de suporte mais frequente é de madeira, englobando 66% de todos os revestimentos,
seguida da estrutura em betão descontínua, com 19% dos elementos da amostra, constituído os
dois tipos de estrutura mais representativos.
3.5.5 Caracterização das anomalias detetadas
Para a caraterização das anomalias detetadas, apresenta-se a frequência relativa e absoluta de
cada anomalia, e de cada grupo de anomalias, na totalidade dos RECI.
3. Trabalho de campo
50 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
98
1 1
8 12
29
66%
5%8%
19%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
0
20
40
60
80
100
120
Ma
de
ira
Me
tálic
a
Mis
ta
Mu
rete
s d
e a
lven
aria
Be
tão
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ontí
nua
Be
tão
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esco
ntí
nua
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Estrutura de suporte
Figura 3.14 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de estrutura de suporte
Complementarmente, analisa-se a distribuição das anomalias em função do nível de degradação,
comparando as anomalias e os grupos entre si.
3.5.5.1 Frequência das anomalias detetadas
De modo a caraterizar as anomalias dos RECI, contabiliza-se a quantidade de revestimentos em
que se verifica a ocorrência de cada anomalia, independentemente da sua extensão e da sua
repetição em diferentes zonas do mesmo revestimento, apresentando-as em termos de frequência
relativa e absoluta e procedendo do mesmo modo para cada grupo de anomalias. Assim, nesta
análise, considera-se apenas uma anomalia de cada tipo e de cada grupo por revestimento.
Adicionalmente, analisa-se a frequência de anomalias, individualmente e por grupo, relativamente
à quantidade de revestimentos, ou seja, comparando a quantidade de RECI, em que se regista
cada anomalia, com a totalidade de revestimentos que constituem a amostra.
A anomalia mais frequente é relativa ao desenvolvimento de vegetação parasitária ou de
colonização biológica, representado 37% de todas as anomalias, seguida das diferenças de
tonalidade ou de alteração de cor e de desprendimento de elementos de revestimento, com 18% e
12%, respetivamente (Figura 3.15).
Em relação aos grupos de anomalias, o mais representativo é relativo a anomalias estéticas,
reunindo 53% de todas as anomalias, seguido dos referentes a anomalias funcionais e a
anomalias estruturais, com 27% e 20%, respetivamente (Figura 3.16).
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 51
136
65
25
3746
40
22
37%
18%
7%
10%
12%11%
6%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
0
20
40
60
80
100
120
140
160
AE-E1 AE-E2 AE-F1 AE-F2 AE-F3 AE-S1 AE-S2
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Anomalias detetadas
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação
AE-F2 fissuração / fratura
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
Figura 3.15 - Frequência relativa e absoluta das anomalias detetadas
149
77
55
53%
27%
20%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Anomalias estéticas
Anomalias funcionais
Anomalias estruturais
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Grupos de anomalias detetadas
Figura 3.16 - Frequência relativa e absoluta das anomalias detetadas por grupos
Na Figura 3.17, apresenta-se a percentagem de revestimentos afetados por cada anomalia,
verificando-se que grande parte dos RECI, 91%, são afetados por anomalias relativas ao
desenvolvimento de vegetação parasitária ou de colonização biológica, seguindo-se de anomalias
relativas a diferenças de tonalidade ou alteração de cor (AE-E2), com 44% do total dos revestimentos.
Pela Figura 3.18, verifica-se que todos os revestimentos (100%) são afetados por anomalias estéticas,
que 52% são afetados por anomalias funcionais e que 37% são afetados por anomalias estruturais.
Entre as anomalias funcionais, aquela que mais afeta os RECI é a relativa ao desprendimento /
descolamento de elementos, afetando 31% dos revestimentos, seguida das relativas a fissuração /
fratura e a descasque / escamação / esfoliação, afetando 25% e 17%, respetivamente.
3. Trabalho de campo
52 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
136
65
25
3746
40
22
91%
44%
17%
25%
31%27%
15%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0
20
40
60
80
100
120
140
160
AE-E1 AE-E2 AE-F1 AE-F2 AE-F3 AE-S1 AE-S2
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
RECI com anomalias detetadas
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação
AE-F2 fissuração / fratura
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
Figura 3.17 - Frequência relativa e frequência absoluta de RECI afetados por anomalias detetadas
149
77
55
100%
52%
37%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Anomalias estéticas
Anomalias funcionais
Anomalias estruturais
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
RECI com anomalias detetadas por grupos
Figura 3.18 - Frequência relativa e frequência absoluta de RECI afetados por grupos de anomalias detetadas
Entre as anomalias estruturais, a que mais afeta os revestimentos é relativa a deformações
acentuadas dos revestimentos, afetando 27% dos RECI, seguida da anomalia relativa ao
desalinhamento de elementos de revestimento, com incidência em 15% dos revestimentos.
A frequência das anomalias apresenta uma variação relativa entre grupos, passível de se caraterizar
por idade do revestimento (Figura 3.19). Verifica-se que, em todas as idades, o grupo das anomalias
estéticas apresenta uma maior frequência de anomalias do que qualquer um dos outros grupos. No
entanto, a frequência de anomalias dos grupos de anomalias funcionais e de anomalias estruturais
tende a aumentar com a idade, enquanto a referente a anomalias estéticas tende a reduzir a sua
representatividade na globalidade das anomalias. Em relação ao grupo de anomalias estéticas,
verificou-se uma exceção na tendência de evolução no tempo, no intervalo de 9 a 19 anos,
contribuindo para isso a inexistência de anomalias funcionais nos revestimentos da amostra analisada.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 53
65%
87%
55%62%
43%50% 45%
36%
27%
0%
24%23%
32%28%
32%
36%
8%13%
21%15%
25% 23% 23% 27%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
[0 a 9] [10 a 19] [20 a 29] [30 a 39] [40 a 49] [50 a 59] [60 a 69] >69
Anomalias estéticas Anomalias funcionais Anomalias estruturais
Figura 3.19 - Distribuição por idade de RECI da relação percentual entre grupos de anomalias
3.5.5.2 Níveis de degradação das anomalias detetadas
Foram registadas 371 anomalias e classificadas de acordo com o mecanismo de degradação
respetivo, ao qual foi associado o nível de degradação, de acordo com os critérios definidos na
Tabela 3.4, na Tabela 3.5 e na Tabela 3.6, consoante a sua gravidade.
Apesar de o intervalo de idades de revestimentos mais jovens, até 9 anos de idade, ser o mais
frequente, conforme Figura 3.10, o nível de degradação mais frequente corresponde a degradação
ligeira, nível 2, com 38% das anomalias detetadas, seguido do nível 4, correspondente a
degradação generalizada, com 32%, do nível 1, com 20%, e do nível 3 com 10% (Figura 3.20).
Nível 1; 74; 20%
Nível 2; 140; 38%Nível 3; 38; 10%
Nível 4; 119; 32%
Anomalias detetadas por nível de degradação
Figura 3.20 - Distribuição das anomalias detetadas por nível de degradação
O facto de a idade média dos RECI ser de 36 anos e a distribuição dos revestimentos se encontrar
equilibrada entre aqueles que têm menos e mais de 40 anos, com 49% e 51%, respetivamente,
conforme apresentado na Figura 3.11, permite compreender que as anomalias com degradação
ligeiras, nível 2, e com degradação moderada, nível 4, possam ser mais frequentes do que as de
nível 1 e 3. Atente-se, ainda, que o intervalo de 60 a 69 anos é o 2º maior da amostra, com 19%
3. Trabalho de campo
54 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
dos RECI (Figura 3.10), e que o intervalo de 40 a 59 anos, também corresponde ao 2º maior da
sua distribuição (Figura 3.11).
Entre as anomalias de nível 1, são as anomalias estéticas as que mais afetam os RECI, com 54%
das anomalias deste nível de degradação, seguidas das anomalias funcionais e das anomalias
estruturais, com 28% e 18%, respetivamente (Figura 3.21).
Em relação às anomalias de nível 2, degradação ligeira, que representam o nível de degradação
mais representativo, com 38% de todas as anomalias (Figura 3.20), as anomalias funcionais são as
que têm o maior peso dos três grupos, com 60% das anomalias, o que representa 22,8% de todas
as anomalias de qualquer nível, seguida das anomalias estruturais e das anomalias estéticas, com
25% e 15%, respetivamente. Neste nível, também é de realçar a elevada frequência de anomalias
estruturais face às estéticas, uma vez que as suas consequências são mais gravosas.
As anomalias de nível 3 resultam, apenas, da ocorrência de anomalias estruturais e de anomalias
estéticas, com 34% e 66%, respetivamente, das anomalias de degradação moderada.
Quanto ao nível 4, o 2º mais frequente das anomalias da amostra, carateriza-se, sobretudo, pela
ocorrência de anomalias estéticas, que representam aproximadamente 97% das anomalias
referentes ao estado de degradação generalizada. Com pouca expressão nas anomalias deste nível,
encontram-se as anomalias funcionais e estruturais, com cerca de 3% e 1%, respetivamente.
54%
15%
66%
97%
28%
60%
3%18%
25%34%
1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4
Anomalias estruturais
Anomalias funcionais
Anomalias estéticas
Figura 3.21 - Distribuição das anomalias por níveis e por grupos de degradação
Analisando a distribuição dos grupos de anomalias por níveis de degradação, e recorrendo à
Figura 3.22, de modo a compreender a composição das anomalias de degradação ligeira,
verifica-se que este nível não é o mais frequente em todos os grupos. No entanto, é muito
frequente no grupo de anomalias funcionais, com 78% das anomalias deste grupo, e no grupo de
anomalias estruturais, com 56% das anomalias. Estas elevadas taxas de incidência de anomalias
de nível 2, nestes dois grupos, refletem-se na frequência de 38% de anomalias detetadas com o
mesmo nível em toda a amostra.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 55
20% 19% 21%
10%
78%
56%
12%
0%
21%
57%
3% 2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Anomalias estéticas Anomalias funcionais Anomalias estruturais
Nível de degradação por grupos de anomalias
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
Figura 3.22 - Distribuição das anomalias por grupos e por níveis de degradação
Analisando a distribuição de todas as anomalias (Figura 3.23), verifica-se que as que foram
classificadas com nível 2 com maior frequência pertencem aos grupos de anomalias funcionais e
estruturais, tendo 100% das anomalias relativas a fissuração ou a fratura e a desprendimento ou a
descolamento de elementos sido avaliadas com o nível de degradação 2; em relação ao grupo de
anomalias estruturais, a deformação acentuada do revestimento e o desalinhamento de elementos
de revestimento foram classificados com nível 2 em 67,5% e em 36% dos casos, respetivamente.
Relativamente ao nível 4 de degradação, o 2º nível mais frequente, verifica-se que tem como
anomalias afetadas as relativas a desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização
biológica, seguida de anomalias relativas a descasque / escamação / esfoliação, a diferenças de
tonalidade / alteração de cor e deformações acentuadas do revestimento, com 81%, 12%, 8% e
2,5%, respetivamente, entre as anomalias dos restantes níveis de cada tipo.
4%
52%
84%
59%
7%
17%
4%
100% 100%
67.5%
36%
7%
23%
30.0%
5%
81%
8%12%
2.5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
AE-E1 AE-E2 AE-F1 AE-F2 AE-F3 AE-S1 AE-S2
Nível de degradação das anomalias
Nível 1
Nível 2
Nível 3
Nível 4
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação
AE-F2 fissuração / fratura
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
AE-S1 deformações acentuadas do revestimento
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
Figura 3.23 - Distribuição das anomalias por níveis de degradação
3. Trabalho de campo
56 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
3.6 Conclusões
Este capítulo trata a informação recolhida no trabalho de campo, de acordo com os objetivos definidos
e com a metodologia adotada. Para tal, foi construída uma ficha de inspeção e diagnóstico que permitiu
registar os dados relativos às construções e aos revestimentos que, depois de analisados, constituem
uma amostra com 86 edifícios e 149 revestimentos, com uma área total de 44.748,0 m2.
Depois de definidos os mecanismos de degradação, e realizado o trabalho de campo, tratou-se a
informação recolhida, caraterizando as construções, e os revestimentos, em termos de idade, de
localização, distância ao mar, tipo de suporte, tipo de telha, frequências de anomalias,
individualmente e em grupo, e níveis de degradação.
Verificou-se que o nível de degradação mais frequente entre as anomalias é o nível 2, relativo a
degradação ligeira, com 38% de todas as anomalias, principalmente devido a anomalias
funcionais, seguido do nível 4, o qual foi atribuído a um grupo significativo de anomalias estéticas,
seguido no nível 1, distribuído por todos os grupos de anomalias, e do nível 3, afetando as
principalmente as anomalias estruturais e em menor quantidade as anomalias estéticas.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 57
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
4.1 Considerações iniciais
As questões ambientais e económicas têm assumido um maior peso na tomada de decisão no
sector da construção, conduzindo a um crescente interesse em torno da determinação da
durabilidade e da vida útil dos materiais e componentes de estruturas e de edifícios [33].
Os critérios que estabelecem o fim da vida útil de revestimentos de coberturas inclinadas devem ser
estabelecidos com base na definição de níveis mínimos de desempenho. Para tanto, a análise da
degradação deverá obedecer a critérios de aceitação, estabelecendo patamares de mínimos de
desempenho, por analogia às propostas de Flourentzou et al. [73], Shohet et al. [74] e Gaspar [11] [15].
Saliente-se, no entanto, que Gaspar [15] releva a importância de se identificar padrões associados aos
critérios de decisão para intervir nos revestimentos com base no seu desempenho global.
A metodologia adotada neste trabalho, segue o modelo desenvolvido por Gaspar [15], o qual pretende
determinar um índice numérico que traduza o estado geral de degradação dos revestimentos. Para tal,
são definidos indicadores de degradação, tais como a severidade da degradação normalizada, a
extensão ponderada da degradação e a extensão da degradação do revestimento.
Para efeitos de determinação dos indicadores de degradação, no caso de ocorrência simultânea de
anomalias do mesmo grupo, com sobreposição na mesma área de revestimento, considera-se, no
cálculo da severidade normalizada, apenas a anomalia de cada grupo que for classificada com o
nível de degradação mais gravoso. Esta medida, proposta de forma análoga à de Silva [26],
pretende tornar os indicadores de degradação mais compreensíveis, em particular a extensão
ponderada da degradação, evitando a obtenção de valores muito elevados e afastados da realidade
física.
4.2 Parâmetros de degradação
A fim de se estimar a severidade da degradação normalizada (Sw), procede-se à classificação das
anomalias registadas, de acordo com a sua condição, aferindo a área afetada por cada uma.
Deste modo, são quantificados os parâmetros que constituem o modelo que estará na base da
MEVURECI: área da cobertura (revestimento exterior), área ou extensão de revestimento
degradado, área degradada ponderada; e os indicadores de degradação referidos.
4.2.1 Área degradada ponderada
A área de revestimento exterior de cobertura inclinada, que se encontra degradada, é ponderada em
função do nível de degradação das anomalias registadas. Recorrendo à área degradada ponderada
(Aw), expressa em m2, é possível distinguir a degradação de coberturas distintas. Este indicador tem por
base a gravidade das anomalias que ocorrem em cada revestimento e as áreas afetadas respetivas.
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
58 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
A área degradada ponderada é obtida através da seguinte expressão:
nnw kAA ( 11 )
onde:
Aw - somatório ponderado da área afetada pelas diferentes anomalias registadas, em m2;
An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;
kn - fator multiplicativo das anomalias n, em função do seu nível de degradação, tomando os
valores pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4}.
Tendo em conta os grupos de anomalias constituídos, pode-se representar a área de degradação
ponderada, por resolução da expressão ( 11 ), na qual cada uma das áreas degradadas por tipo de
anomalia é multiplicada pelo nível de degradação correspondente, obtendo-se a expressão ( 12 ):
ssffeennw kAkAkAkAA ( 12 )
onde:
Aw - somatório ponderado da área afetada pelas diferentes anomalias registadas, em m2;
An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;
Ae - área do revestimento afetada por anomalias do grupo estéticas (AE-E), em m2;
Af - área do revestimento afetada por anomalias de grupo funcionais (AE-F), em m2;
As - área do revestimento afetada por anomalias do grupo estruturais (AE-S), em m2;
kn - fator multiplicativo da anomalia n, em função do seu nível de degradação, tomando os valores
pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4};
ke - fator multiplicativo das anomalias do grupo AE-E, em função do seu nível de degradação,
tomando os valores pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4};
kf - fator multiplicativo das anomalias do grupo AE-F, em função do seu nível de degradação,
tomando os valores pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4};
ks - fator multiplicativo das anomalias do grupo AE-S, em função do seu nível de degradação,
tomando os valores pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4}.
A área degradada ponderada não tem limite superior, por depender da área de revestimento,
podendo assumir valores superiores à área da própria cobertura. Nos casos em que as anomalias
apresentam um nível de degradação superior a 1, ou nas situações de sobreposição de anomalias
na mesma área de revestimento, é possível obter um valor de área degradada ponderada superior
à área do revestimento da cobertura.
Nas situações em que não existe sobreposição de anomalias do mesmo grupo, no mesmo
elemento de revestimento, é possível atingir um valor de área degradada ponderada 12 vezes
superior ao valor da área total do revestimento. A possibilidade de o parâmetro Aw atingir valores
elevados conduz à decisão de não se considerar a sobreposição de anomalias do mesmo grupo
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 59
no mesmo elemento de revestimento; nessa situação, seria possível atingir um valor 27 vezes
superior à área total da cobertura (valor relativo à soma dos valores correspondentes ao nível
máximo de degradação referente a cada anomalia).
4.2.2 Extensão da degradação
A área de extensão da degradação do revestimento de uma cobertura inclinada é um indicador, de
valor adimensional, que representa a relação entre a área degradada e a área total do
revestimento da cobertura, de acordo com a expressão ( 13 ):
%100A
AAA%100
A
AE
sfen
( 13 )
onde:
An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;
A - área total da cobertura com o revestimento considerado, em m2;
Ae - área do revestimento afetada por anomalias do grupo estéticas (AE-E), em m2;
Af - área do revestimento afetada por anomalias do grupo funcionais (AE-F), em m2;
As - área do revestimento afetada por anomalias do grupo estruturais (AE-S), em m2.
O valor da extensão da degradação, calculado em percentagem, poderá ser superior a 100%, mas
tem um limite de 300% (para situações previsivelmente extraordinárias em que o revestimento terá
de estar totalmente afetado por cada um dos três grupos de anomalias). Neste caso, não se
considera a sobreposição de anomalias do mesmo grupo. A ocorrência simultânea de anomalias
no mesmo elemento de revestimento é considerada, apenas, se pertencerem a grupos diferentes.
Na situação em que ocorrem anomalias do mesmo grupo, no mesmo elemento, considera-se
aquela que apresentar o maior nível de degradação, permitindo, no entanto, que se registe a
ocorrência de anomalias do mesmo grupo na mesma cobertura.
4.2.3 Extensão ponderada da degradação
A extensão ponderada da degradação é um indicador que traduz a relação entre a área
degradada ponderada e a área total do revestimento, de acordo com a expressão ( 14 ):
%100A
kA%100
A
AE
nnww
( 14 )
onde:
Ew - extensão da degradação ponderada, expressa em percentagem;
Aw - área degradada ponderada, em m2;
A - área total da cobertura com o revestimento considerado, em m2;
An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
60 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
kn - fator multiplicativo da anomalia n, em função do seu nível de degradação, tomando os valores
pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4}.
Teoricamente, existe a possibilidade deste indicador assumir o valor máximo de 1200%; situação que
ocorrerá em situações muito pouco prováveis, nos casos de ocorrência simultânea de todos os grupos
de anomalias, com uma classificação máxima de nível 4 de degradação em toda a área do RECI.
Com a exceção da anomalia referente a desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização
biológica (AE-E1), que tem o nível 3 como máximo de degradação (Tabela 4.1), todas as restantes são
classificadas até ao nível 4, o correspondente ao máximo de degradação possível de cada grupo.
Justifica-se, assim, o valor máximo da extensão ponderada da degradação, obtido através da soma
dos valores da extensão ponderada da degradação, de 400% referente às anomalias do grupo AE-E
(Tabela 4.1), de 400% referente às anomalias do grupo AE-F (Tabela 4.2) e de 400% referente às
anomalias do grupo AE-S (Tabela 4.3).
Tabela 4.1 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-E estéticas
Anomalia Nível de degradação máximo Ew (%)
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 4 400
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 3 300
Total = 700
Máximo = 400
Tabela 4.2 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-F funcionais
Anomalia Nível de degradação máximo Ew (%)
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 4 400
AE-F2 fissuração / fratura 4 400
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 4 400
Total = 1.200
Máximo = 400
Tabela 4.3 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-S estruturais
Anomalia Nível de degradação máximo Ew (%)
AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 4 400
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 4 400
Total = 800
Máximo = 400
4.2.4 Severidade da degradação normalizada
A severidade da degradação normalizada é um indicador que permite fornecer uma estimativa da
degradação global do revestimento através dos dados recolhidos em campo [1]. Este indicador é
obtido a partir da razão entre a extensão da degradação ponderada e o valor máximo da extensão
de degradação ponderada, de acordo com a expressão ( 15 ):
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 61
%100E
E%100
kA
kkA%100
k
ES
max,w
w
max
n,ann
max
ww
( 15 )
onde:
Sw - severidade da degradação normalizada, expressa em percentagem;
Ew - extensão da degradação ponderada, expressa em unidades;
Ew, max - valor máximo da extensão da degradação ponderada, expresso em unidades; este indicador
assume o valor máximo de 12, correspondente à situação particular de toda a área de revestimento se
encontrar afetada por todos os grupos de anomalias, com o nível de degradação máximo respetivo;
∑kmax - somatório das constantes de ponderação correspondentes aos níveis de degradação mais
gravosos dos revestimentos; este somatório assume o valor 12, correspondente ao somatório dos
valores 4, 4 e 4, referentes aos níveis máximos de degradação dos grupos de anomalias estéticas,
funcionais e estruturais, respetivamente;
An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;
A - área total da cobertura com o revestimento considerado, em m2;
kn - fator multiplicativo da anomalia n, em função do seu nível de degradação, tomando os valores
pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4}
ka,n - coeficiente de ponderação correspondente ao peso relativo da anomalia detetada, em que
ka,n є R+; no caso de inexistência de qualquer especificação, deve assumir-se ka,n=1.
4.2.4.1 Ponderação relativa entre anomalias
Sendo a severidade da degradação um indicador que fornece uma estimativa da degradação
global do revestimento, importa que o seu valor matemático traduza, tanto quanto possível, a
realidade física. Neste sentido, verificou-se que, apesar de as anomalias serem classificadas de
acordo com o seu estado de degradação, e com a sua gravidade, é necessário atribuir
coeficientes de ponderação, que relacionem as anomalias entre si.
Assim, recorreu-se a uma análise empírica, que permite hierarquizar as anomalias em função das
consequências e do que envolve a correção de cada uma, em termos de materiais e trabalhos
necessários. Deste estudo resultaram os coeficientes apresentados na Tabela 4.4.
De modo a relacionar as anomalias entre si, tomou-se como referência o trabalho que envolve a
substituição de elementos de revestimento, considerando a remoção do elemento antigo e a
substituição por outro novo. Assim, as anomalias AE-F1 e AE-F2, relativas a descasque /
escamação / esfoliação e a fissuração / fratura, foram ponderadas com o coeficiente de 1,00.
A anomalia AE-S2, relativa a desalinhamento de elementos de revestimento, também foi
ponderada com o coeficiente 1,00, pois, apesar de não existir substituição de elementos por outros
novos, envolve um trabalho cuidadoso da sua remoção, por apresentar risco de fratura, eventual
realinhamento do ripado, e reposição cuidadosa dos elementos de revestimento.
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
62 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Tabela 4.4 - Valores de coeficientes de ponderação relativa entre anomalias
Anomalia Coeficiente de ponderação relativa ka,n
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00
AE-F2 fissuração / fratura 1,00
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20
AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00
A anomalia com maior peso na determinação do valor da severidade é a AE-S1, relativa a
deformações acentuadas de revestimentos, com o coeficiente 1,50. Esta anomalia, tal como a
AE-S2, envolve a remoção cuidadosa dos elementos de revestimento, a eventual substituição do
ripado, acrescendo-se a substituição ou reparação de varas, de modo a se corrigir a deformação,
e a reposição cuidadosa dos elementos de revestimento.
A anomalia AE-E1, relativa a desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica, foi
ponderada com o coeficiente 0,50, uma vez que envolve apenas trabalho de limpeza. Neste
trabalho, considera-se a limpeza com jato de água, aplicação de agentes químicos para eliminar
musgo, líquenes, algas e plantas e posterior lavagem com água.
A anomalia AE-E2, relativa a diferenças de tonalidade / alteração de cor, envolve o escurecimento
do RECI, necessitando de uma ação de manutenção para remoção de detritos. No entanto, a sua
reparação pode ser executada mais facilmente do que a reparação da anomalia AE-E1 e, por isso,
é ponderada com o coeficiente 0,20. Para correção desta anomalia, prevê-se apenas a utilização
de jato de água, ou de ar, excluindo-se a necessidade de aplicação de químicos e a posterior
lavagem para remoção de excessos.
A anomalia AE-F3, relativa a desprendimento de elementos de revestimento, envolve a reposição
de elementos existentes na cobertura, não necessitando de elementos novos, sendo ponderada
com o coeficiente 0,20.
4.2.5 Relação entre severidade normalizada e condição
A severidade normalizada traduz-se num valor numérico, em percentagem, que, no presente caso
de estudo, varia entre 0 e 100% (Anexo D), e que pode ser relacionado com a condição global do
RECI. A condição global pode ser definida por uma escala de 0 a 4, de forma análoga aos níveis de
degradação, adotando a metodologia de Gaspar [11], utilizada por Sousa [25], Silva [26], Chai [17],
Ximenes [18] e Galbusera [19]. Assim, a condição dos RECI é estabelecida em patamares, que
pretendem traduzir a degradação observada nos casos de estudo, como traduzido na Tabela 4.5.
Com base na informação recolhida no trabalho de campo, não se obteve nenhum valor de
severidade normalizada superior a 50%, correspondente ao patamar de nível 4.
Apresenta-se alguns casos exemplificativos dos patamares de degradação, do nível 0 ao nível 3:
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 63
Tabela 4.5 - Correspondência entre severidade normalizada e condição
Severidade normalizada de degradação Patamar de degradação
Sw ≤ 1% Nível 0 - inalterado
1% < Sw ≤ 6% Nível 1 - bom
6% < Sw ≤ 20% Nível 2 - degradação ligeira
20% < Sw ≤ 50% Nível 3 - degradação moderada
Sw > 50% Nível 4 - degradação generalizada
Tabela 4.6 - Casos ilustrativos dos patamares de degradação
RECI Anomalias Patamar de degradação
Sw (%)
Ficha de inspeção: 28
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
0 0,6
Ficha de inspeção: 90
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
1 1,3
Ficha de inspeção: 7_4/4
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica;
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor;
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação;
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento
2 15,9
Ficha de inspeção: 35
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica;
AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos;
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
3 27,6
No Anexo E, apresta-se alguns exemplos de cálculo para determinação da severidade normalizada.
Na Figura 4.1, apresenta-se a distribuição dos valores de severidade normalizada da amostra, ao
longo do tempo, por patamares de degradação, classificados por níveis, de acordo com Tabela 4.5.
Os valores de severidade normalizada da amostra, distribuídos pelos 5 patamares, podem ser
representados em termos de frequência relativa e absoluta, de modo a compreender a sua
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
64 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
incidência nos RECI. Assim, representa-se na Figura 4.2 a distribuição dos revestimentos por
patamares de degradação, a que correspondem os níveis de degradação respetivos.
Nível 4
Nível 0Nível 1
Nível 2
Nível 3
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120S
eve
rida
de
de
de
gra
da
çã
oIdade (anos)
Figura 4.1 - Distribuição da amostra delimitada por 5 patamares de degradação
14 12
103
20
09% 8%
69%
13%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
0
20
40
60
80
100
120
Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4
% d
e R
EC
I
Nº
de
RE
CI
Figura 4.2 - Distribuição da amostra por 5 patamares de degradação
Da análise à Figura 4.2, verifica-se que a maioria dos RECI da amostra, 69%, se encontra no
intervalo definido entre 6% e 20% de severidade normalizada e que apenas 13% apresenta uma
degradação moderada, correspondente ao nível 3.
4.3 Curvas de degradação
De acordo com Gaspar [15], citado por Ximenes [18], é possível associar uma curva de
degradação teórica a cada mecanismo de degradação. A perda de desempenho deve-se a uma
combinação de efeitos, causados por vários mecanismos de degradação, que se podem sobrepor.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 65
O modo como se combinam os vários mecanismos de degradação influencia a forma da curva de
degradação, que pode assumir um dos quatro padrões apresentados na Figura 1.2.
De acordo com Gaspar [15] e Silva [26], os quatro padrões típicos de deterioração, associados aos
mecanismos de degradação, podem ser explicados:
padrão côncavo - ocorrência de ações com desenvolvimento rápido de início, mas com redução da
velocidade ao longo do tempo, como desenvolvimento de vegetação parasitária e colonização biológica;
padrão linear - ocorrência de ações permanentes, com efeito constante ao longo do tempo,
como as ações climatéricas;
padrão com forma de S - ocorrência de fenómenos que ocorrem prematuramente,
aparentemente estabilizando no tempo, mas com possibilidade de originar deterioração profunda e
de rápido desenvolvimento;
padrão convexo - ocorrência de ações inicialmente lentas, mas com danos que se acumulam,
dando origem a uma aceleração das consequências com o tempo.
4.3.1 Curva de degradação geral
Da relação entre os valores de severidade normalizada e da idade correspondente de cada RECI,
foi construído um gráfico, cujos pontos representam estas caraterísticas. A partir destes pontos, é
possível definir uma curva de degradação, através de uma curva de regressão, como ilustrado na
Figura 4.3, que representa a linha de degradação geral da amostra.
y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0098xR² = 0.7491
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120
Se
ve
rida
de
de
de
gra
da
çã
o
Idade (anos)
Figura 4.3 - Curva de degradação geral definida através de curva de regressão polinomial de 3º grau
Na Figura 4.3, verifica-se que os pontos da amostra apresentam alguma dispersão, o que significa
que a degradação de cada revestimento depende de diversos fatores e não apenas da idade. Como
referido por Garrido [14], a obtenção de todos os pontos sobre a curva de regressão, significaria que
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
66 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
o desempenho dos revestimentos, traduzidos pela severidade normalizada, não seria afetado por
qualquer fator, não sofrendo influência por parte do seu contexto climático, envolvente, exposição,
proximidade do mar, tipo de revestimento, entre outros. Por outro lado, tratando-se de uma
representação da realidade, compreende-se que a sua caraterização a 100% seja difícil.
A curva de regressão obtida apresenta um coeficiente de correlação R2, correspondente ao quadrado
do coeficiente de correlação momentânea do produto de Pearson, no valor de 0,75. Este valor quer
dizer que a variabilidade da severidade de degradação normalizada é explicada pela idade em cerca
de 75% e que 25% dos casos são explicados por outros fatores, que não a idade. A percentagem de
valores de severidade normalizada não explicados pelo modelo pode estar relacionada com o facto de
os dados terem sido recolhidos a partir de inspeções visuais de RECI em condições reais de utilização,
acrescido de outros fatores que conduzem a divergências na velocidade de degradação.
Pode-se observar que a curva de degradação global apresenta uma configuração em forma de S,
que se pode associar a ocorrência de ações com desenvolvimento rápido de início, mas com
redução da velocidade ao longo do tempo, como desenvolvimento de vegetação parasitária e
colonização biológica, seguida de ocorrência de ações inicialmente lentas, mas com danos que se
acumulam, dando origem a uma aceleração das consequências com o tempo.
4.3.2 Definição do fim da vida útil de RECI
O fim de vida útil é o momento a partir do qual um elemento de construção deixa de desempenhar
adequadamente as funções que lhe foram exigidas, verificando-se alterações que estabelecem o
desempenho do elemento construtivo abaixo dos níveis mínimos de exigência.
Assim, a partir das alterações físicas a que os RECI foram sujeitos, foi possível determinar a
severidade de degradação e relacioná-la com a condição global de degradação. Esta condição
estabelece o nível mínimo de exigência, que corresponde ao nível 3, ou seja, 20% de severidade de
degradação, valor a partir do qual o revestimento deixa de apresentar uma degradação ligeira
passando a apresentar uma degradação moderada.
Na Figura 4.4, apresenta-se a interseção da curva de degradação geral com a reta que delimita os
patamares definidos pelo nível 2 e nível 3 de degradação, com o valor de 20% de severidade
normalizada, determinando-se o valor estimado de vida útil de 66 anos.
O valor de vida útil de revestimentos cerâmicos em coberturas foi estudo por outros autores e entidades,
como Schneider e Keenan [78], National Roofing Contractors Association e National Association of Home
Builders, Royal Institution of Chartered Surveyors e Housing Association Performance Management,
tendo sido apresentado no trabalho de Morgado [49] (Tabela 4.7). Todavia, o valor de vida útil
determinado neste estudo, baseia-se numa metodologia validada através de trabalho de campo, não se
baseando em valores fornecidos por fabricantes, ou em informação obtida através catálogos técnicos.
Combinando a informação disponibilizada na Figura 4.2 com a Figura 4.4, verifica-se que cerca de
87% dos elementos da amostra se encontram dentro do período de vida útil estimado, e que 13% dos
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 67
revestimentos já atingiram o fim da sua vida útil, de acordo com os critérios de desempenho definidos.
Nível 4
Nível 0Nível 1
Nível 2
Nível 3
R² = 0.749
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120
Se
ve
rida
de
de
de
gra
da
çã
o
Idade (anos)
Figura 4.4 - Determinação gráfica da vida útil prevista
Tabela 4.7 - Valores de vida útil de telhas cerâmicas [49]
Autores e entidades Vida útil
Schneider e Keenan 60 anos
National Roofing Contractors Association e National Association of Home Builders 50 anos
Royal Institution of Chartered Surveyors 64 anos
Housing Association Performance Management 35 anos
4.3.3 Influência dos fatores de degradação
A degradação nos RECI deve-se a diversos fatores, que conduzem a uma perda de desempenho ao
longo do tempo. Conhecer os fatores e o modo como afetam a condição dos revestimentos permite
estimar a vida útil em função de parâmetros que integram modelos que pretendem simular a realidade.
4.3.3.1 Envolvente dos RECI
Os revestimentos inspecionados pertencem a coberturas que se inserem em dois tipos de envolvente:
rural ou urbana. Nesta análise, pretendeu-se perceber se a envolvente afeta o modo como se
comportam os RECI ao longo da sua vida e útil e se é determinante na definição do seu valor.
Analisando a Figura 4.5, e resolvendo a equação, verifica-se que os RECI com envolvente rural
atingem o fim de vida útil próximo dos 56 anos de idade. Em relação à envolvente urbana, não foi
possível representar uma curva de degradação lógica; apesar de se ter realizado diversas
tentativas, recorrendo a várias famílias de curvas. Ambas as envolventes apresentam motivos que
contribuem para a redução do valor de vida útil, mas não foi possível determinar se a urbana é
mais ou menos penalizante do que a envolvente rural. Apesar de a envolvente urbana se
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
68 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
apresentar mais agressiva, num contexto de poluição considerável, a envolvente rural, por estar
mais exposta e por, provavelmente, ter menos manutenção do que a envolvente urbana, tem uma
vida útil prevista inferior ao valor de referência. Alguns fatores, que não a idade, poderão estar a
afetar o comportamento da degradação dos elementos referentes à envolvente urbana, de tal
modo que não foi possível definir uma curva com comportamento lógico do ponto de vista físico.
y = 6E-07x3 - 0.0001x2 + 0.0086xR² = 0.6948
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120
Se
ve
rida
de
de
de
gra
da
çã
o
Idade (anos)
Envolvente rural Envolvente urbana
Polinomial (Envolvente rural)
Figura 4.5 - Curvas de degradação em função da envolvente
4.3.3.2 Zonamento climático
O zonamento climático é definido pelas zonas 1, 2 e 3, de acordo com a Figura 3.1. Em relação à
zona 1, não se conseguiu determinar uma curva com significado sobre os pontos que representa,
tendo-se efetuado duas análises distintas: na primeira, excluiu-se os pontos relativos a esta zona;
na segunda, analisou-se globalmente a zona 1 e 2 por comparação com a zona 3.
Assim, pode-se observar na Figura 4.6 que os elementos da zona 3 apresentam uma velocidade
de degradação inicial superior aos da zona 2, ainda que estabilizando antes dos 40 anos e
atingindo um valor de fim de vida útil superior ao dos revestimentos da zona 2. Dado que a zona 3
é relativa a locais junto à costa e que o zonamento traduz a ação combinada da precipitação e do
vento, não faz sentido que os elementos desta zona tenham uma vida útil superior aos da zona 2.
Na segunda análise, agrupou-se os elementos da zona 1 aos da zona 2, estudando o seu
comportamento global, e comparando com o dos elementos da zona 3, tendo-se obtido as curvas da
Figura 4.7. O comportamento global dos elementos da zona 1 e 2 aproxima-se, na fase inicial de vida e
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 69
até cerca dos 30 anos, do comportamento dos elementos da zona 3, mas o fim de vida útil dos elementos
da zona 3 ocorre significativamente mais tarde, à semelhança do sucedido na primeira análise, o que
parece não fazer sentido.
y = 1E-08x3 - 4E-05x2 + 0.0063xR² = 0.8147
y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0098xR² = 0.7909
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120
Severidade d
e d
egra
dação
Idade (anos)
Zona 1 Zona 2
Zona 3 Polinomial (Zona 1)
Polinomial (Zona 2) Polinomial (Zona 3)
Figura 4.6 - Curvas de degradação em função do zonamento climático para as zonas 2 e 3
y = 2E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0102xR² = 0.7516
y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0098xR² = 0.7909
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120
Seve
ridade d
e d
egra
dação
Idade (anos)
Zona 1 e 2 Zona 3
Polinomial (Zona 1 e 2) Polinomial (Zona 3)
Figura 4.7 - Curvas de degradação em função do zonamento climático para as zonas 1, 2 e 3
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
70 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Apesar de as curvas terem R2 elevados, representando a globalidade dos elementos, verifica-se
que, para esta amostra, os revestimentos das zonas 1 e 2, comparativamente com os da zona 3,
estão a ser negativamente afetados por outros fatores e vice-versa. Assim, para a amostra obtida, o
valor de vida útil previsto para os RECI das zonas 1 e 2 é de 53 anos e para a zona 3 é de 75 anos.
4.3.3.3 Exposição da cobertura
Em relação à exposição da cobertura, que pode ser protegida, normal ou exposta, de acordo com
a Tabela 3.1, analisou-se o comportamento dos elementos de revestimento em cada uma destas
situações, recorrendo às curvas de degradação (Figura 4.8).
Não se obteve nenhuma curva adequada referente a revestimentos com exposição protegida,
talvez por só existirem 13 elementos na amostra, não se representando na Figura 4.8. A curva
referente a elementos com exposição normal apresenta uma velocidade de degradação inicial
elevada, estabilizando e voltando a acelerar, atingindo o fim de vida útil próximo de 63 anos.
y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0088xR² = 0.7776
y = 2E-06x3 - 0.0003x2 + 0.0125xR² = 0.7044
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120
Seve
ridade d
e d
egra
dação
Idade (anos)
Normal Exposta
Protegida Polinomial (Normal)
Polinomial (Exposta)
Figura 4.8 - Curvas de degradação em função da exposição da cobertura
Em relação aos revestimentos com exposição exposta, obteve-se uma curva de degradação com um
valor de R2 de 0,70, e com uma velocidade de degradação inicial elevada, superior à do elementos
com exposição normal. No entanto, com esta amostra, não se obteve nenhum elemento com
severidade superior a 20% com cobertura exposta, pelo que apenas resolvendo a equação se pode
obter o valor de vida útil previsto. Assim, o valor de vida útil previsto para elementos em coberturas
expostas é de 70 anos. Este valor é incongruente com o referente aos revestimentos com exposição
normal, cuja vida útil deveria ser superior a esta, pelo que será explicado por um enviesamento da
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 71
amostra relativamente a este parâmetro.
4.3.3.4 Proximidade do mar
A proximidade do mar pode ser caraterizada por três intervalos de distância: < 1km, ≤ 5km e > 5km.
Como não se observou nenhum RECI a menos de 1 km da linha de costa, definiu-se duas curvas,
que se apresentam na Figura 4.9.
y = 3E-06x3 - 0.0004x2 + 0.0139xR² = 0.4282
y = 0.00000112x3 - 0.00016996x2 + 0.00940277xR² = 0.76417419
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120
Seve
ridade d
e d
egra
daçã
o
Idade (anos)
≤ 5 km > 5 km
Polinomial (≤ 5 km) Polinomial (> 5 km)
Figura 4.9 - Curvas de degradação em função da proximidade do mar
Observa-se que a curva relativa aos elementos que se encontram a 5 km, ou menos, da linha de costa,
apresenta uma velocidade de degradação superior até aos 20 anos de idade, ocorrendo uma inversão do
comportamento a partir desse momento. Enquanto os elementos que se encontram a 5 km, ou menos,
da linha de costa apresentam uma elevada redução da velocidade de degradação, atingindo o fim vida
útil aos 67 anos, os elementos que se encontram a mais de 5 km da linha de costa apresentam um
aumento significativo da velocidade de degradação, atingindo a vida útil aos 64 anos de idade. Tal como
nos dois parâmetros anteriormente analisados, regista-se uma incongruência destes valores (isto é, a
vida útil devia ser maior para os revestimentos a mais de 5 km da linha da costa). A explicação para esta
incongruência é a mesma do que para esses parâmetros.
4.3.3.5 Forma das coberturas
Os RECI apresentam-se em coberturas de diversas formas, tendo-se analisado, apenas, as curvas de
degradação de elementos com uma água, duas águas, três águas e quatro águas, por se ter
observado um número muito reduzido de coberturas em mansarda e em pavilhão. Entre as várias
curvas analisadas, apenas foi possível representar uma curva com comportamento lógico, do ponto de
vista físico, relativa a coberturas de duas águas. Com esta amostra, as restantes formas de cobertura
deram origem a curvas de degradação com valores de severidade nem sempre crescentes com a
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
72 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
idade, ou com comportamentos inadequados face à curva de degradação de referência.
Apresenta-se, na Figura 4.10, a curva de degradação obtida, relativa a coberturas de duas águas,
prevendo-se um valor de vida útil de 66 anos, coincidente com o valor de vida útil de referência.
y = 2E-06x3 - 0.0003x2 + 0.0118xR² = 0.706
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0 20 40 60 80 100 120
Se
ve
rida
de
de
de
gra
da
çã
oIdade (anos)
Uma água Duas águasTrês águas Quatro águasPavilhão MansardaPolinomial (Duas águas)
Figura 4.10 - Curvas de degradação em função da forma da cobertura
A explicação física sobre a previsão de vida útil em função da forma da cobertura não parece fácil, nem
a compreensão da relação entre quatro tipos de forma na influência da severidade, até porque não foi
possível a obtenção de curvas que permitam realizar uma análise comparativa.
4.3.3.6 Tipo de revestimento
Os revestimentos observados são constituídos por telhas do tipo lusa, marselha, canudo e
romana. De modo a compreender o comportamento de cada tipo de RECI, definiu-se curvas de
degradação, apresentadas na Figura 4.11.
Verificou-se que a curva de degradação referente a telhas do tipo romana não apresenta um
comportamento adequado, na medida em que não apresenta aumento da degradação com a idade;
talvez por se ter observado apenas 14 revestimentos deste tipo, tendo-se excluído do gráfico.
Em relação aos outros tipos de revestimento, foi possível definir curvas de degradação representativas,
com R2 relativamente elevados, em particular para as curvas referentes a RECI do tipo canudo e do
tipo marselha. A partir das curvas de degradação definidas, obteve-se o valor de vida útil para cada tipo
de RECI: 66 anos para o tipo lusa, 68 anos para o tipo marselha e 55 anos para a telha canudo.
A curva relativa a revestimentos do tipo marselha, por ser logarítmica, e com base nesta amostra, só
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 73
apresenta valores válidos a partir de 3 anos de idade. Com exceção da curva relativa a revestimentos
do tipo canudo, as restantes, apesar de terem uma velocidade de degradação inicial elevada, reduzem
a mesma até atingirem a vida útil. A curva relativa a elementos do tipo canudo tem uma velocidade de
degradação inicial elevada, apesar de ser a mais lenta dos três tipos, estabilizando entre 40 e 60 anos,
voltando a uma velocidade de degradação elevada.
y = 9E-07x3 - 0.0002x2 + 0.0092xR² = 0.6184
y = 0.0587ln(x) - 0.048R² = 0.7558
y = 7E-07x3 - 0.0001x2 + 0.0074xR² = 0.9918
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
0 20 40 60 80 100 120
Seve
ridade d
e d
egra
dação
Idade (anos)
Lusa MarselhaCanudo RomanaPolinomial (Lusa) Logarítmica (Marselha)Polinomial (Canudo) Polinomial (Romana)
Figura 4.11 - Curvas de degradação em função do tipo de RECI
4.3.3.7 Tipo de estrutura
As coberturas dos RECI que constituem a amostra são formadas por estruturas em madeira, em
betão descontínua, em betão contínua, metálica, mista (madeira e betão descontínua) e por
muretes de alvenaria. Alguns tipos de estrutura são pouco representativos, como é o caso da
estrutura em betão contínua (12 elementos), em muretes de alvenaria (8 elementos), em estrutura
metálica (1 elemento) e em estrutura mista (1 elemento), tendo sido eliminados desta análise.
Assim, definiu-se duas curvas de degradação, representadas na Figura 4.12.
Apenas a curva relativa à estrutura em madeira apresenta um valor de R2 significativo, 0,81,
tendo-se obtido a valor de vida útil previsto de 65 anos. A estrutura em betão descontínua, com R2
pouco representativo, apresenta uma velocidade de degradação superior à da estrutura em
madeira, aproximando-se desta por volta dos 40 anos. A fase inicial da curva relativa a elementos
em betão descontínua não parece fazer sentido, pois do ponto de vista estrutural seria expetável
que houvesse influência sobre anomalias estruturais associadas a deformação e, por isso, com
uma velocidade de degradação inicial menor. No entanto, com esta amostra foi o que se obteve, o
que pode estar associado a outros fatores. Apesar de esta curva não atingir o valor de vida útil
graficamente, é possível, resolvendo a equação respetiva, obter o valor previsto de 64 anos para
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
74 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
os elementos sobre estrutura em betão descontínua (equação válida a partir de 2 anos de idade).
y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0088xR² = 0.8078
y = 0.0495ln(x) - 0.0066R² = 0.4499
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
0 20 40 60 80 100 120
Seve
ridade d
e d
egra
dação
Idade (anos)
Madeira Betão-descontínua
Polinomial (Madeira) Logarítmica (Betão-descontínua)
Figura 4.12 - Curvas de degradação em função do tipo de estrutura
4.3.4 Análise da degradação global por grupo de anomalias
Os fatores de degradação influenciam a severidade normalizada dos RECI, manifestando-se através
dos mecanismos de degradação associados a cada tipo de anomalia. O valor de severidade
normalizada é determinado a partir dos valores de extensão ponderada da degradação relativos a
cada anomalia.
De modo a compreender o modo como cada grupo de anomalias influencia a severidade normalizada
da degradação, apresenta-se na Figura 4.13, a distribuição da componente de severidade relativa a
cada grupo de anomalias, recorrendo ao valor da extensão ponderada da degradação, afetada pelo
peso relativo respetivo, e dividindo pelo valor máximo da extensão da degradação ponderada.
Cada curva traduz o comportamento da degradação dos revestimentos em termos médios, por grupos
de idade, associados aos intervalos apresentados na Figura 4.13. Verifica-se que, os valores médios
da componente de severidade associada a anomalias estéticas, apresentam valores mínimos entre 0 e
9 anos de idade, na ordem de 4%, aumentado até aos 19 anos, atingindo 14%. Entre os 20 e os 29
anos, existe um decrescimento desta componente, voltando a crescer até aos 49 anos. A partir daí, os
valores apresentam-se relativamente estáveis, na ordem de 17%, até idades superiores a 70 anos.
A curva de severidade relativa à componente de anomalias funcionais, representada a partir dos
valores médios em cada intervalo de idades, apresenta valores muito reduzidos, manifestando-se
de forma evidente a partir de 50 anos de idade, atingindo11% de severidade.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 75
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
0 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 49 50 a 59 60 a 69 ≥ 70
Seve
ridade d
e d
egra
dação
Idade (anos)
Sw - anomalias estéticas Sw - anomalias funcionais Sw - anomalias estruturais
Figura 4.13 - Componentes da severidade normalizada média por grupo de anomalias
Em relação à curva associada à componente de anomalias estruturais do valor da severidade
normalizada, apresenta uma tendência global de crescimento, em particular, de 0 a 39 anos, e de
49 a 59 anos, atingindo 3%, e a partir de 70 anos, atingindo 6% de severidade.
Como as curvas são obtidas a partir de valores médios relativos aos elementos de cada intervalo
de idades, não se obtém os valores máximos de severidade existentes na amostra. Contudo, é
possível obter um comportamento, representativo da média dos elementos, por intervalos de
idade. De modo a se obter o efeito cumulativo dos três grupos de anomalias, nos moldes referidos,
apresenta-se a Figura 4.14.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
0 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 49 50 a 59 60 a 69 ≥ 70
Seve
ridade d
e d
egra
dação
Idade (anos)
Sw - anomalias estéticas Sw - anomalias funcionais Sw - anomalias estruturais
Figura 4.14 - Combinação das componentes da severidade normalizada média por grupo de anomalias
Verifica-se que, em termos globais, a severidade tem um comportamento crescente, com uma redução
do seu valor médio entre 20 e 29 anos, de 15% para 14%, e voltando a crescer até atingir 34%.
4.4 Conclusões
A metodologia de estimativa de vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas,
aplicada a telhas cerâmicas, baseia-se no modelo de Gaspar [11], utilizando dados recolhidos
através de inspeções visuais. A metodologia assenta na definição de um nível de degradação global,
4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI
76 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
correspondente ao desempenho mínimo aceitável, relacionando a condição do RECI com a
severidade normalizada. Deste modo, foi definido que o limite superior de degradação ligeira,
correspondente a 20% de severidade normalizada, estabelece o fim de vida útil. A partir deste valor
e utilizando o método gráfico, ou resolvendo a equação que define a curva de degradação em
função do valor da severidade, foi possível determinar a vida útil de referência, no valor de 66 anos.
Posteriormente, analisou-se a influência de vários fatores de degradação, tendo-se verificado que
a envolvente, o zonamento climático, a exposição da cobertura, a proximidade do mar, a forma da
cobertura, o tipo de revestimento e o tipo de estrutura de suporte, podem reduzir ou aumentar a
vida útil dos revestimentos, face à vida útil de referência.
Em relação à envolvente, foi possível determinar a influência da envolvente rural na definição de
vida útil, tendo-se obtido o valor de 56 anos.
Em relação ao zonamento climático, a zona 1 e 2, analisadas em conjunto, permitiram obter um
valor de vida útil de 53 anos, e a zona 3, o valor de 75 anos.
Para as coberturas com exposição normal, obteve-se um valor de 63 anos de vida útil, e para as
coberturas expostas obteve-se o valor de 70 anos, não se tendo obtido nenhum valor para as protegidas.
Para elementos até 5 km da linha de costa, inclusive, obteve-se o valor de vida útil de 67 anos;
para elementos a mais de 5 km da linha de costa obteve-se o valor de vida útil de 64 anos.
As coberturas de duas águas foram as únicas que permitiram obter um valor de vida útil: 66 anos.
Os tipos de revestimento que permitiram definir valores de vida útil distintos são a telha lusa,
marselha e canudo, com valores de 66, 68 e 55 anos, respetivamente.
Entre os tipos de estruturas, em madeira e em betão contínua, foi possível obter um valor de vida
útil: 65 e 64 anos, respetivamente.
Da análise aos fatores de degradação, obteve-se um intervalo de variação de vida útil de 36 anos a
75 anos (Tabela 4.8), o que se aproxima de valores propostos por outros autores e entidades citados
por Morgado [49], que apresentam uma variação entre 35 e 64 anos. Os valores mais afastados são
relativos ao zonamento climático relativo à zona 3 (75 anos) e à exposição normal (70 anos).
Tabela 4.8 - Valores de vida útil em função dos fatores de degradação
Fator de degradação Vida útil esperada Envolvente dos RECI Rural 56 anos
Zonamento climático Zona 1 e 2 53 anos
Zona 3 75 anos
Exposição da cobertura Normal 62 anos
Exposta 70 anos
Proximidade do mar ≤ 5 km 67 anos
> 5 km 64 anos
Forma da cobertura Duas águas 66 anos
Tipo de RECI
Lusa 66 anos
Marselha 68 anos
Canudo 55 anos
Tipo de estrutura Madeira 65 anos
Betão descontínua 64 anos
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 77
5. Conclusões
5.1 Considerações finais
A presença de sinais evidentes de degradação no parque edificado em Portugal, apesar de este
ser relativamente recente, quando comparado com o de outros países europeus, está associada à
má prática de manutenção, traduzindo-se na perda de desempenho das construções, nas quais se
incluem os revestimentos exteriores cerâmicos de coberturas inclinadas.
A previsão da vida útil de revestimentos exteriores constitui uma informação de elevado valor no
apoio à decisão para gestão do património edificado, tendo justificado o desenvolvimento de
trabalhos relacionados com o tema, como as dissertações de mestrado de Rita Sousa [25], Ana
Silva [26], Cristina Chai [17], Sofia Ximenes [18] e Matteo Galbusera [19] e as tese de doutoramento
do professor Pedro Gaspar [11] e Ana Silva [79].
O objetivo da dissertação consistiu no desenvolvimento de uma metodologia de estimativa da vida
útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas (MEVURECI), para o caso das telhas
cerâmicas, validada através de uma campanha de inspeções in situ.
A metodologia desenvolvida permitiu a obtenção de resultados que se demostraram adequados à
realidade física, verificando-se a validade de modelos que caraterizam a degradação dos RECI e dos
fatores que influenciam o comportamento dos mecanismos de degradação e o valor de vida útil.
5.2 Conclusões gerais
A dissertação é composta por cinco capítulos e foi desenvolvida em três fases: a primeira, relativa
ao estudo de conceitos relacionados com vida útil e à classificação e caraterização de
revestimentos e coberturas e anomalias associadas; a segunda, relativa ao trabalho de campo; e a
terceira, referente à definição de um modelo para estimativa de vida útil.
Na primeira fase, classificou-se os vários tipos de revestimentos, no âmbito de coberturas
inclinadas, e procedeu-se à classificação e caraterização das anomalias, pertencentes a três
grupos, e à classificação dos fatores de degradação. Para caraterização das anomalias, definiu-se
uma escala de degradação com cinco níveis, permitindo avaliar a sua gravidade e extensão.
Na segunda fase, relativo ao trabalho de campo, procedeu-se ao desenvolvimento de uma ficha
de inspeção e diagnóstico, com base nos trabalhos de Garcez [23], Lopes [24], Chai [17],
Ximenes [18], Sousa [25] e Silva [26], que incluiu a definição das características de cada edifício e
dos respetivos revestimentos, assegurando o levantamento das anomalias e atributos particulares.
Na terceira fase, relativa à metodologia de estimativa de vida útil dos RECI, analisou-se a amostra
constituída por 86 edifícios e 149 revestimentos, com uma área total de 44.748,0 m2. Os dados
5. Conclusões
78 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
recolhidos foram analisados, caraterizando as construções, e os revestimentos, em termos de
idade, de localização, distância ao mar, tipo de suporte, tipo de telha, frequências de anomalias,
individualmente e em grupo, e níveis de degradação.
Como resultado da dissertação, chegou-se a uma proposta de metodologia de estimativa de vida
útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, relacionando as variáveis severidade de
degradação normalizada e idade, obtendo-se um padrão de degradação dos revestimentos ao
longo do tempo.
Com base na definição de um nível mínimo de desempenho, foi possível determinar a vida útil de
referência, procurando no gráfico a interseção do valor de severidade normalizada de 20% com a
curva obtida, ou resolvendo a equação da curva de degradação em função do valor de severidade.
Obteve-se, assim, o valor de vida útil de 66 anos.
Posteriormente, estudou-se os fatores de degradação de forma a se compreender como afetam o
valor de vida útil de referência. Nesta análise, foi possível perceber que fatores influenciam o
desempenho dos RECI e estimar valores de vida útil, em função de cada um.
Em termos gerais, a amostra pode ser caraterizada por construções, revestimentos, e anomalias
observadas, destacando-se o seguinte:
a maioria dos revestimentos pertence a edifícios de serviços, com 41% dos RECI; 38% dos RECI
pertencem a edifícios de habitação e um conjunto de 6% de RECI pertencem a edifícios que
partilham a sua função entre serviços e habitação;
a maioria dos RECI pertence a edifícios com 1 piso, com 50% dos revestimentos, seguindo-se
dos edifícios com 2 pisos, com 41% dos revestimentos, e de 3 pisos, com 9%;
cerca de 58% dos RECI pertence a edifícios com 50 ou mais anos;
49% dos elementos da amostra apresentam uma idade igual ou inferior a 39 anos; os
revestimentos com mais de 39 anos representam 51% da amostra;
os dois intervalos de idade que reúnem mais RECI são de 0 a 9 anos, inclusive, com 21% de
elementos da amostra, seguido do intervalo de 60 a 69 anos, com 19%;
os RECI distribuem-se pelos concelhos de Alenquer, Beja, Lisboa e Loures, Moita, Peniche e
Sintra, com 32%, 17%, 7%, 3%, 8% e 34% da amostra;
83% do total de revestimentos encontra-se em zonas de envolvente rural e 17% em envolvente
urbana;
51% dos revestimentos pertence à zona 3, 32% pertence à zona 2 e 17% pertence à zona 1;
em relação à exposição aos agentes atmosféricos, 82% dos RECI tem uma exposição normal,
9% tem uma exposição protegida e 9% tem uma exposição exposta;
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 79
em relação à proximidade ao mar, 92% dos RECI encontra-se a mais de 5 km da linha de costa,
e 8% encontra-se a menos de 5 km;
50% dos RECI é do tipo lusa, seguido do tipo marselha, com 34%, do tipo romana com 9% e do
tipo canudo com 6%;
66% dos RECI assenta em estrutura de madeira, seguida da estrutura em betão descontínua,
com 19%, constituído os dois tipos de estrutura mais representativos;
52% dos RECI encontra-se em coberturas de duas águas, seguido de coberturas de quatro
águas, com 26%, de uma água, com 11%, de três águas, com 8%, de pavilhão, com 2%, e de
mansarda com 1%;
em relação às anomalias, verifica-se que 37% são anomalias do tipo desenvolvimento de
vegetação parasitária ou de colonização biológica, seguida de diferenças de tonalidade ou de
alteração de cor, com 18%, de desprendimento de elementos, com 12%, de deformações
acentuadas, com 11%, de fissuração ou fratura, com 10%, de descasque, com 7%, e de
desalinhamento de elementos, com 6%;
em relação aos RECI, 100% são afetados por anomalias estéticas, 52% são afetados por
anomalias funcionais e 37% são afetados por anomalias estruturais.
38% das anomalias são de nível 2, 32% são de nível 4, 20% são de nível 1 e 10% são de nível 3;
entre as anomalias de nível 1, 54% são anomalias estéticas, 28% são funcionais, e 18% são
estruturais;
entre as anomalias de nível 2, 60% são funcionais, 25% são estruturais e 15% são estéticas;
entre as anomalias de nível 3, 66% são estéticas e 34% são estruturais;
entre as anomalias de nível 4, cerca de 97% são estéticas, 3% são funcionais e 1% são estruturais.
A severidade da degradação normalizada é o indicador que melhor traduz o estado geral da
degradação dos revestimentos, dependendo do valor da extensão da degradação, do nível de
gravidade de cada anomalia e do peso relativo de cada anomalia.
Neste trabalho, definiu-se níveis de degradação que têm em consideração a dimensão e a
gravidade de cada anomalia. Na avaliação das anomalias, registou-se a sua ocorrência, mesmo
que sobreposta a outra anomalia no mesmo elemento de revestimento. No entanto, em casos de
sobreposição de anomalias, apenas se considerou nos cálculos a anomalia de cada grupo,
classificada com o maior nível de degradação.
Na análise aos fatores que influenciam a degradação, verificou-se que as curvas de degradação
apresentam um comportamento adequado quando analisadas em função dos vários fatores. No
entanto, nem todos os parâmetros de cada fator permitiram estabelecer uma relação entre a idade
e severidade normalizada.
5. Conclusões
80 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
5.3 Desenvolvimentos futuros
Numa perspetiva de aperfeiçoamento e continuidade do desenvolvimento das metodologias de
previsão de vida útil, considera-se que existem duas perspetivas a referir: do ponto de vista dos
dados recolhidos e do ponto de vista dos resultados obtidos.
Em relação aos dados, verifica-se que a recolha de informação envolve cuidados especiais que, no
caso dos RECI, estão relacionados com as condições de segurança, uma vez que as inspeções das
coberturas apresentam riscos associados. Decorrente destes riscos, as questões de segurança
acrescem uma maior dificuldade em avaliar, com rigor, a área de cada anomalia em todo o
revestimento.
Como forma de melhorar a avaliação das anomalias em RECI, seria útil o recurso a aeronaves
não tripuladas, equipadas com câmaras fotográficas. Esta solução seria complementada com um
sistema informático de reconhecimento e tratamento de imagens, com capacidade para apoio à
análise e à avaliação das dimensões das anomalias observadas. A capacidade fotográfica e
informática passaria pela integração de uma câmara multiespectral visando a identificação de
ocorrência de desenvolvimento de vegetação parasitária e de colonização biológica, bem como de
fissuras, ou de fraturas e de descasque.
Em relação à distribuição de dados obtidos, propõe-se o aumento da amostra de modo a incluir
mais elementos, preferencialmente com as seguintes caraterísticas:
em relação à envolvente - aumentar a quantidade de RECI em meio urbano;
em relação ao zonamento climático - aumentar a quantidade de RECI pertencentes às zonas 1 e 2;
em relação à exposição da cobertura - aumentar a quantidade de RECI em zonas protegidas e em
zonas expostas;
em relação à idade dos RECI - aumentar a quantidade de RECI com idade entre 10 e 19 anos e
entre 30 e 39 anos;
em relação ao tipo de RECI - aumentar a quantidade de RECI do tipo Canudo, Romana e
Marselha.
Os resultados obtidos dependem dos critérios adotados e da qualidade dos dados recolhidos.
Tendo-se verificado dificuldade em aceder a informação relativa a ações de manutenção anteriores à
inspeção, torna-se fundamental propor planos de registo informatizados sobre intervenções futuras.
Como forma de complementar este estudo, propõe-se a análise de modelos de regressão linear
múltipla, de modo a testar variáveis independentes como fatores que influenciam a degradação.
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 81
Referências bibliográficas
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Referências bibliográficas
82 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A1
Anexo A
Ficha de inspeção e diagnóstico - Parte 1
FICHA DE INSPEÇÃO E DIAGNÓSTICO
REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS INCLINADAS
- Parte I -
Ficha de inspeção nº Data da inspeção
Responsável
Objetivo da inspeção
Características do edifício
Identificação do edifício
Localização
Ano de conclusão
Nº de pisos acima do solo
Quantidade de coberturas
Tipo de utilização Habitação
Comércio
Serviços
Outros
Tipo de envolvente Rural
Urbana
Marítima
Outra
Zonamento climático a Zona 1
Zona 2
Zona 3
Proximidade do mar < 1 km
≤ 5 km e ≥ 1 km
> 5 km
Exposição da cobertura b Protegida
Normal
Exposta
Exposição aos agentes poluentes Sim
Não
Características da cobertura
Forma da cobertura Pavilhão / piramidal
Águas desencontradas
Trapeira
Mansarda
Uma água
Duas águas
Três águas
Quatro águas
Redonda
Designação do RECI Lusa
Marselha
Canudo
Romana
Plana
Área total do RECI (m2)
Inclinação da cobertura (%)
Estrutura de suporte Madeira
Metálica
Mista
Muretes de Alvenaria
Betão - contínua
Betão - descontínua
Sistema de ventilação Micro-ventilação
Ventilação do desvão
Telhas de ventilação
Beiral com ventilação
Bandas de ventilação
Ventiladores
Isolamento térmico Laje de esteira
Vertente inclinada
Não existe
Existência de barreia de vapor Sim
Não
Não se sabe
Existência de fixações Sim
Não
Não se sabe
Existência de forro Sim
Não
Não se sabe
Singularidades da cobertura
Beirais / beirados
Cumeeiras / rincões
Larós
Elementos emergentes
Platibandas
Paredes de bordo
Caleiras exterio-res
Caleiras Recuadas
Manutenção
Tipo de manutenção / reparação
Data da última intervenção
Anexos
A2 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Ficha de inspeção e diagnóstico - Parte 2
FICHA DE INSPEÇÃO E DIAGNÓSTICO
REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS INCLINADAS
- Parte II -
Anomalias c
Nível de degrada-ção d Localização e Causas prováveis f
Área afetada
(m2) Observações
0 1 2 3 4 ZC SC 1 2 3 4 5
AE-E1
AE-E2
AE-F1
AE-F2
AE-F3
AE-S1
AE-S2
Aspeto global da cobertura
Aspeto Muito bom
Bom
Degradação ligeira
Degradação moderada
Degradação generalizada
Observações
Notas
a Zonamento climático:
b Exposição da cobertura:
Protegida
Normal
Exposta
c Anomalias:
AE-E ESTÉTICAS
AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor
AE-F FUNCIONAIS
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação AE-F2 fissuração / fratura AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimen-to
AE-S ESTRUTURAIS
AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento
e Localização:
ZC - zona corrente SC - singularidades da cobertura
f Causas prováveis (fatores de degradação):
1 - ações de origem mecânica 2 - ações ambientais 3 - erros de projeto 4 - erros de execução 5 - erros de utilização / manutenção
Anomalias d Nível de degradação
0 - muito bom 1 - bom 2 - degradação ligeira 3 - degradação moderada 4 - degradação generalizada
AE-E1 não identificado Aafetada ≤ 10% Atotalg Aafetada > 10% e ≤ 30% Atotal
g Aafetada > 30% e ≤ 50% Atotalg Aafetada > 50% Atotal
g
AE-E2 não identificado Aafetada ≤ 20% Atotalg Aafetada > 20% e ≤ 50% Atotal
g Aafetada > 50% Atotalg não aplicável
AE-F1 não identificado Aafetada ≤ 10% Atotalg Aafetada > 10% e ≤ 30% Atotal
g Aafetada > 30% e ≤ 50% Atotalg Aafetada > 50% Atotal
g
AE-F2 não identificado não aplicável Aafetada ≤ 10% Atotalg Aafetada > 10% e ≤ 30% Atotal
g Aafetada > 30% Atotalg
AE-F3 não identificado não aplicável Aafetada ≤ 5% Atotalg Aafetada > 5% e ≤ 10% Atotal
g Aafetada > 10% Atotalg
AE-S1 não identificado não aplicável Aafetada ≤ 25% Atotalg Aafetada > 25% e ≤ 50% Atotal
g Aafetada > 50% Atotalg
AE-S2 não identificado Aafetada ≤ 10% Atotalg Aafetada > 10% e ≤ 25% Atotal
g Aafetada > 25% e ≤ 50% Atotalg Aafetada > 50% Atotal
g g valor da área total do revestimento de uma cobertura inclinada.
Observações adicionais:
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A3
Anexo B
Caraterização das construções e das zonas analisadas
N.º da ficha de inspeção
Idade do edifício
Designação Localização Ano de conclusão
N.º de pisos acima do solo
Quantidade de coberturas
Tipo de utilização
Tipo de envolvente
Zona climática
Proximidade do mar
Exposição Exposição aos agentes
poluentes
1_1/4 121-107 Palácio - Salas Sintra - BA1 1900 3 4 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
1_2/4 121-107 Palácio - Sala dos espelhos Sintra - BA1 1900 3 4 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
1_3/4 121-107 Palácio - Alojamento Sintra - BA1 1900 3 4 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
1_4/4 121-107 Palácio - Alojamento_mansarda Sintra - BA1 1900 3 4 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
2 121-577 Capela Sintra - BA1 1900 2 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
3_1/2 121-102 Alojamento Sintra - BA1 1990 3 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
3_2/2 121-102 Alojamento Sintra - BA1 1990 3 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
4_1/5 121-290 Alojamento (extremidade sul) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
4_2/5 121-290 Alojamento (corpo sul) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
4_3/5 121-290 Alojamento (canto) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
4_4/5 121-290 Alojamento (corpo norte) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
4_5/5 121-290 Alojamento (extremidade norte) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
5_1/5 121-103 Alojamento (Norte) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
5_2/5 121-103 Alojamento (Corpo central) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
5_3/5 121-103 Alojamento (Sul) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
5_4/5 121-103 Alojamento (Oeste) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
5_5/5 121-103 Alojamento (Este) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços
Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
6 121-234 Alojamento Sintra - BA1 1990 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
7_1/4 121-119 Messe - chefia Sintra - BA1 2009 1 4 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
7_2/4 121-119 Messe - este Sintra - BA1 1952 1 4 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
7_3/4 121-119 Messe - oeste Sintra - BA1 1952 1 4 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
7_4/4 121-119 Messe - corpo principal Sintra - BA1 1952 2 4 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
8 121-117 Alojamento Sintra - BA1 1952 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
9 121-120 Alojamento Sintra - BA1 1952 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
Anexos
A4 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
N.º da ficha de inspeção
Idade do edifício
Designação Localização Ano de conclusão
N.º de pisos acima do solo
Quantidade de coberturas
Tipo de utilização
Tipo de envolvente
Zona climática
Proximidade do mar
Exposição Exposição aos agentes
poluentes
10_1/2 121-116 Alojamento Sintra - BA1 1952 2 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
10_2/2 121-116 Alojamento (área técnica) Sintra - BA1 1980 1 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
11 121-161 OD+PA Sintra - BA1 1952 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
12 121-166 WC Sintra - BA1 1940 1 1 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
13 121-122 Bar Sintra - BA1 1948 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
14 121-123 Comando Sintra - BA1 1948 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
15 121-125 Armazém Sintra - BA1 1948 1 1 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
16_1/6 121-130 Oficina_N Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
16_2/6 121-130 Oficina_NC Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
16_3/6 121-130 Oficina_C Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
16_4/6 121-130 Oficina_SC Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
16_5/6 121-130 Oficina_S Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
16_6/6 121-130 Oficina_U Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
18 121-134 Esq. Infr Sintra - BA1 1948 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
19 121-147 Central Telef. Sintra - BA1 1948 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
20_1/2 121-132 Esq. Abast -Este Sintra - BA1 1948 1 2 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
21_1/5 121-178 MUSAR - corpo central Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
21_2/5 121-178 MUSAR - nascente Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
21_3/5 121-178 MUSAR - poente Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
21_4/5 121-178 MUSAR - avanço norte Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
21_5/5 121-178 MUSAR - avanço sul Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
22_1/2 121-149 Armazém - Oeste Sintra - BA1 1948 1 2 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
22_2/2 121-149 Armazém - Este Sintra - BA1 1948 1 2 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
23_1/2 121-150 Enfermaria Sintra - BA1 1948 1 2 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
23_2/2 121-150 Enfermaria Sintra - BA1 1948 1 2 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
24 121-252 Gr Apoio Sintra - BA1 1969 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não
25_1/2 122-102 Balneário/salas de aula Ota - CFMTFA 1961 2 2 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
25_2/2 122-102 Balneário/salas de aula Ota - CFMTFA 1961 2 2 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
26 122-103 Alojamento CFP feminino Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
27 122-104 Alojamento CFP Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
28 122-105 Alojamento CFP Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
29 122-106 Alojamento CFP Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A5
N.º da ficha de inspeção
Idade do edifício
Designação Localização Ano de conclusão
N.º de pisos acima do solo
Quantidade de coberturas
Tipo de utilização
Tipo de envolvente
Zona climática
Proximidade do mar
Exposição Exposição aos agentes
poluentes
30 122-107 Alojamento CFP Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
31 122-109 Messe Norte Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
32 122-109 Messe Centro Norte Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
33 122-109 Messe Centro Poente Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
34 122-109 Messe Centro Nascente Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
35 122-109 Messe Sul Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
36 122-112 Ginásio - Musculação Ota - CFMTFA 1959 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
37 122-113 Alojamento CPSCH Ota - CFMTFA 1972 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
38 122-114 Armazém Ota - CFMTFA 1959 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
39 122-115 Alojamento CFO Ota - CFMTFA 1972 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
40 122-116 Alojamento OFIC Ota - CFMTFA 1973 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
41 122-119 Alojamento SARG Sul Ota - CFMTFA 1973 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
42 122-120 Alojamento SARG Norte Ota - CFMTFA 1973 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
43 122-153 Arrecadação de Futebol. Ota - CFMTFA 1973 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
44 122-153 Balneário da Piscina Ota - CFMTFA 1962 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
45 122-158 Biblioteca Ota - CFMTFA 1981 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
46 122-158 Clube Sarg. Ota - CFMTFA 1981 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
47_1/3 122-161 Enfermaria - Corpo Ota - CFMTFA 1956 1 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
47_2/3 122-161 Enfermaria - Interior Ota - CFMTFA 1956 1 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
47_3/3 122-161 Enfermaria - Poente Ota - CFMTFA 1956 1 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
48 122-162 Alojamento Recrutas Ota - CFMTFA 1955 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
49 122-163 Esquadra Polícia Ota - CFMTFA 1955 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
50_1/3 122-165 Esquadra de Pessoal Ota - CFMTFA 1955 2 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
50_2/3 122-165 Esquadra de Pessoal_N Ota - CFMTFA 1955 2 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
50_3/3 122-165 Esquadra de Pessoal_S Ota - CFMTFA 1955 2 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
51_1/2 122-166 Alojamento CFS Ota - CFMTFA 1954 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
51_2/2 122-169 Grupo de Apoio Ota - CFMTFA 1956 2 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
53 122-170 Alojamento CFS Ota - CFMTFA 1956 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
54_1/6 122-171 Centro de Comunicações. O Ota - CFMTFA 1956 1 6 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
54_2/6 122-171 Centro de Comunicações. N Ota - CFMTFA 1956 1 6 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
54_3/6 122-171 Centro de Comunicações. S Ota - CFMTFA 1956 1 6 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
55 122-173 C. de Com e Apoio Gráfico Ota - CFMTFA 1956 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
Anexos
A6 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
N.º da ficha de inspeção
Idade do edifício
Designação Localização Ano de conclusão
N.º de pisos acima do solo
Quantidade de coberturas
Tipo de utilização
Tipo de envolvente
Zona climática
Proximidade do mar
Exposição Exposição aos agentes
poluentes
56 122-175 Esq. Man. Base Ota - CFMTFA 1956 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
58_1/2 122-288 Alojamento OFIC N Ota - CFMTFA 1972 2 2 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
58_2/2 122-288 Alojamento OFIC S Ota - CFMTFA 1972 2 2 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
59_1/4 122-289 Alojamento OFIC Ota - CFMTFA 1972 3 4 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
59_2/4 122-289 Club OFIC Ota - CFMTFA 1972 2 4 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
59_3/4 122-289 Club OFIC - Apoio 1 (Este) Ota - CFMTFA 1972 2 4 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
59_4/4 122-289 Club OFIC - Apoio 2 (Oeste) Ota - CFMTFA 1972 2 4 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
60_1/2 122-329 Igreja Ota - CFMTFA 1944 2 2 Outros Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
60_2/2 122-329 Igreja - anexo Ota - CFMTFA 1944 2 2 Outros Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
61_5/5 122-330 Antiga escola (Corpo Norte-Este) Ota - CFMTFA 1946 1 5 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não
62_1/2 131-242 Armazém da Agropecuária (Este) Beja - BA11 1962 1 2 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não
62_2/2 131-242 Armazém da Agropecuária (Oeste) Beja - BA11 1962 1 2 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não
65_1/2 131-338 Centro de comunicações Beja - BA11 1962 1 2 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não
65_2/2 131-338 Centro de comunicações (avanço) Beja - BA11 1962 1 2 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não
66 131-131 Edifício - combate tático Beja - BA11 1962 1 1 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não
67_1/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (ligação Norte) - Bairro Residencial da Força Aérea
Beja - BA11 1996 1 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não
67_2/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (Oeste) - Bairro Residencial da Força Aérea
Beja - BA11 1965 2 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não
67_3/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (avanço Oeste) - Bairro Residencial da Força Aérea
Beja - BA11 1965 1 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não
67_4/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (Este) - Bairro Residencial da Força Aérea
Beja - BA11 1965 1 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não
67_5/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (Norte) - Bairro Residencial da Força Aérea
Beja - BA11 1965 1 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não
67_6/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (Norte, avanço) - Bairro Residencial da Força Aérea
Beja - BA11 1965 2 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não
68_1/2 582-142 Clube Sarg. - Casa da Força Aérea (Norte) Beja - BA11 1971 1 2 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
68_2/2 582-142 Clube Sarg. - Casa da Força Aérea (Sul) Beja - BA11 1971 1 2 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
69_1/2 582-143 Atividades de Tempos Livres (Norte) Beja - BA11 1971 1 2 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não
69_2/2 582-143 Atividades de Tempos Livres (Sul) Beja - BA11 1971 1 2 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não
70_1/5 582-144 Cube da BA11 (Clube e ginásio - corpo central)
Beja - BA11 1970 2 5 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
70_2/5 582-144 Cube da BA11 (ginásio - corpo Oeste) Beja - BA11 1970 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
70_3/5 582-144 Cube da BA11 (Clube e ginásio - corpo norte) Beja - BA11 1970 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
70_4/5 582-144 Cube da BA11 (Clube e ginásio - corpo Este) Beja - BA11 1970 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
70_5/5 582-144 Cube da BA11 (Clube - corpo sul) Beja - BA11 1970 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A7
N.º da ficha de inspeção
Idade do edifício
Designação Localização Ano de conclusão
N.º de pisos acima do solo
Quantidade de coberturas
Tipo de utilização
Tipo de envolvente
Zona climática
Proximidade do mar
Exposição Exposição aos agentes
poluentes
71_1/5 582-147 Jardim de Infância (Norte) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
71_2/5 582-147 Jardim de Infância (Centro Norte) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
71_3/5 582-147 Jardim de Infância (Centro Sul) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
71_4/5 582-147 Jardim de Infância (Avanço) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
71_5/5 582-147 Jardim de Infância (Sul) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não
74_1/6 Igreja Igreja da Força Aérea - canto Oeste Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não
74_2/6 Igreja Igreja da Força Aérea - sacristia sul Benfica 1680 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não
74_3/6 Igreja Igreja da Força Aérea - avança nave Este Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não
74_4/6 Igreja Igreja da Força Aérea - sacristia Este Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não
74_5/6 Igreja Igreja da Força Aérea - avanço sacristia Este Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não
74_6/6 Igreja Igreja da Força Aérea - Elevação Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não
75 N5 Sarilhos Pequenos Moita 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não
76 N6 Sarilhos Pequenos Moita 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não
77 N7 Sarilhos Pequenos Moita 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não
78 N8 Sarilhos Pequenos Moita 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não
79 N11 Palmeira Ferrel 1979 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
80 N9 Palmeira Ferrel 2001 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
81 N7 Palmeira Ferrel 1960 1 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
82 N5 Palmeira Ferrel 1955 1 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
83 N9 Rua da Saudade Ferrel 1996 3 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
84 N1 Rua Primeiro de Janeiro Ferrel 2001 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
85 N10 Pd Marcelino Ferrel 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
86 N15 Pd Marcelino Ferrel 1940 2 2 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
87 N17 Pd Marcelino Ferrel 1980 2 2 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
88 N9 Travessa do Coelho Ferrel 1960 1 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Normal Não
89 N11 Travessa do Coelho Ferrel 1980 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
90 N1 Travessa da Amizade Ferrel 2011 1 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não
91 N97 Rua 8 de Março Catujal 2010 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Exposta Não
92 N4 Largo Professora Claudina Rocheta Pinheiro de Loures
2003 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não
93_1/2 N8 Rua Alfredo Rato Botica 2015 2 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Exposta Não
93_2/2 N8 Rua Alfredo Rato Botica 2015 1 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Exposta Não
Anexos
A8 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Anexo C
Caraterização dos revestimentos inspecionados
N.º da ficha de inspeção
Forma da cobertura Designação do RECI
Área total de RECI
Inclinação da cobertura
Estrutura de suporte Sistema de ventilação: micro
Sistema de ventilação:
desvão
Sistema de ventilação: telhas de ventilação
Sistema de ventilação: beiral com ventilação
Sistema de ventilação: bandas de ventilação
Isolamento térmico Existência de barreira de vapor
Existência de fixações
Existência de forro
1_1/4 Quatro Águas Marselha 922,2 50 Madeira X Não existe Não Não Sim
1_2/4 Quatro Águas Lusa 137,5 78 Madeira X Não existe Não Não Sim
1_3/4 Quatro Águas Lusa 353,6 31 Madeira X Não existe Não Não Sim
1_4/4 Mansarda Lusa 165,0 - Muretes de alvenaria X Não existe Não Não Não
2 Quatro Águas Canudo 175,7 62 Madeira X X Não existe Não Não Sim
3_1/2 Quatro Águas Lusa 764,5 53 Madeira X Vertente inclinada Não Não Sim
3_2/2 Mansarda Lusa 265,0 - Muretes de alvenaria X Não existe Não Não Não
4_1/5 Duas Águas Lusa 73,2 29 Madeira X X Não existe Não Não Não
4_2/5 Duas Águas Lusa 310,3 29 Madeira X X Não existe Não Não Não
4_3/5 Três Águas Lusa 52,1 29 Madeira X X Não existe Não Não Não
4_4/5 Duas Águas Lusa 284,3 29 Madeira X X Não existe Não Não Não
4_5/5 Duas Águas Lusa 46,9 29 Madeira X X Não existe Não Não Não
5_1/5 Duas Águas Lusa 139,2 38 Madeira X Não existe Não Não Não
5_2/5 Pavilhão Lusa 337,5 32 Muretes de alvenaria X Não existe Não Não Não
5_3/5 Três Águas Lusa 60,0 58 Madeira X Não existe Não Não Não
5_4/5 Duas Águas Lusa 11,7 60 Madeira X Não existe Não Não Não
5_5/5 Três Águas Lusa 53,1 58 Madeira X Não existe Não Não Não
6 Duas Águas Lusa 833,3 36 Madeira X Não existe Não Não Não
7_1/4 Uma Água Lusa 43,4 14 Madeira X Não existe Não Não Não
7_2/4 Uma Água Lusa 133,3 14 Madeira X Não existe Não Não Não
7_3/4 Uma Água Lusa 163,6 14 Madeira X Não existe Não Não Não
7_4/4 Quatro Águas Lusa 961,4 14 Madeira X X Não existe Não Não Não
8 Quatro Águas Marselha 534,0 47 Madeira X X Não existe Não Não Não
9 Quatro Águas Marselha 564,7 47 Madeira X X Não existe Não Não Não
10_1/2 Quatro Águas Marselha 541,8 47 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
10_2/2 Três Águas Marselha 82,8 47 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
11 Quatro Águas Marselha 1118,9 58 Mista X Não existe Não Não Não
12 Quatro Águas Marselha 88,9 58 Madeira X Não existe Não Não Sim
13 Quatro Águas Marselha 506,2 49 Madeira X Não existe Não Não Sim
14 Quatro Águas Marselha 774,4 51 Madeira X Não existe Não Não Sim
15 Quatro Águas Marselha 73,2 70 Madeira X Não existe Não Não Não
16_1/6 Duas Águas Marselha 100,2 62 Madeira X Não existe Não Não Sim
16_2/6 Duas Águas Marselha 84,4 67 Madeira X Não existe Não Não Sim
16_3/6 Duas Águas Marselha 84,4 67 Madeira X Não existe Não Não Sim
16_4/6 Duas Águas Marselha 84,4 67 Madeira X Não existe Não Não Sim
16_5/6 Duas Águas Marselha 100,2 62 Madeira X Não existe Não Não Sim
16_6/6 Duas Águas Marselha 636,8 62 Madeira X Não existe Não Não Sim
18 Uma Água Marselha 156,7 47 Madeira X X Laje de esteira Não Não Não
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A9
N.º da ficha de inspeção
Forma da cobertura Designação do RECI
Área total de RECI
Inclinação da cobertura
Estrutura de suporte Sistema de ventilação: micro
Sistema de ventilação:
desvão
Sistema de ventilação: telhas de ventilação
Sistema de ventilação: beiral com ventilação
Sistema de ventilação: bandas de ventilação
Isolamento térmico Existência de barreira de vapor
Existência de fixações
Existência de forro
19 Quatro Águas Marselha 89,8 45 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
20_1/2 Quatro Águas Marselha 478,3 60 Metálica X Não existe Não Não Sim
21_1/5 Quatro Águas Marselha 226,5 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
21_2/5 Três Águas Marselha 147,2 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
21_3/5 Quatro Águas Marselha 192,5 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
21_4/5 Três Águas Marselha 17,0 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
21_5/5 Três Águas Marselha 17,0 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
22_1/2 Quatro Águas Marselha 341,8 58 Madeira X Não existe Não Não Sim
22_2/2 Quatro Águas Marselha 241,3 58 Madeira X Vertente inclinada Não Não Sim
23_1/2 Quatro Águas Marselha 424,7 60 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
23_2/2 Pavilhão Lusa 23,3 60 Madeira X Laje de esteira Não Não Não
24 Quatro Águas Lusa 662,1 34 Muretes de alvenaria X Laje de esteira Não Não Não
25_1/2 Duas Águas Marselha 373,7 53 Madeira X X Laje de esteira Não Não Não
25_2/2 Duas Águas Marselha 373,7 53 Madeira X X Laje de esteira Não Não Não
26 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
27 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
28 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
29 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
30 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
31 Quatro Águas Lusa 686,0 55 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não
32 Duas Águas Lusa 27,8 49 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não
33 Duas Águas Lusa 198,6 47 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não
34 Duas Águas Lusa 220,7 47 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não
35 Quatro Águas Lusa 686,0 55 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não
36 Duas Águas Marselha 489,5 49 Madeira X Não existe Não Não Não
37 Duas Águas Lusa 500,7 49 Madeira X X Não existe Não Não Não
38 Duas Águas Marselha 224,5 51 Madeira X Não existe Não Não Não
39 Duas Águas Lusa 478,4 49 Madeira X X Não existe Não Não Não
40 Duas Águas Lusa 466,2 49 Madeira X X Não existe Não Não Não
41 Duas Águas Lusa 512,9 49 Madeira X X X Não existe Não Não Não
42 Duas Águas Lusa 512,9 49 Betão-descontínua X X X Não existe Não Não Não
43 Duas Águas Marselha 24,9 53 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não
44 Quatro Águas Marselha 82,3 49 Madeira X Não existe Não Não Sim
45 Quatro Águas Lusa 490,7 49 Madeira X X Não existe Não Não Não
46 Quatro Águas Lusa 404,9 47 Madeira X X Não existe Não Não Não
47_1/3 Quatro Águas Marselha 509,0 45 Madeira X X X Não existe Não Não Não
47_2/3 Quatro Águas Marselha 37,2 45 Madeira X X X Não existe Não Não Não
47_3/3 Quatro Águas Marselha 37,2 45 Madeira X X X Não existe Não Não Não
48 Quatro Águas Marselha 662,0 47 Madeira X X X Não existe Não Não Não
49 Quatro Águas Lusa 656,5 47 Madeira X X Não existe Não Não Não
50_1/3 Duas Águas Marselha 409,6 51 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
50_2/3 Duas Águas Marselha 124,6 53 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
50_3/3 Duas Águas Marselha 124,6 53 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
51_1/2 Quatro Águas Marselha 903,7 47 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
51_2/2 Duas Águas Marselha 124,6 53 Madeira X X X Não existe Não Não Não
53 Quatro Águas Marselha 833,3 46 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não
Anexos
A10 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
N.º da ficha de inspeção
Forma da cobertura Designação do RECI
Área total de RECI
Inclinação da cobertura
Estrutura de suporte Sistema de ventilação: micro
Sistema de ventilação:
desvão
Sistema de ventilação: telhas de ventilação
Sistema de ventilação: beiral com ventilação
Sistema de ventilação: bandas de ventilação
Isolamento térmico Existência de barreira de vapor
Existência de fixações
Existência de forro
54_1/6 Duas Águas Marselha 519,6 51 Madeira X X Não existe Não Não Não
54_2/6 Três Águas Marselha 117,9 51 Madeira X X Não existe Não Não Não
54_3/6 Três Águas Marselha 117,9 51 Madeira X X Não existe Não Não Não
55 Quatro Águas Marselha 460,5 40 Madeira X X X Não existe Não Não Não
56 Quatro Águas Marselha 263,2 40 Madeira X X Não existe Não Não Não
58_1/2 Duas Águas Lusa 505,3 47 Madeira X X X X Não existe Não Não Não
58_2/2 Duas Águas Lusa 329,1 58 Madeira X X X X Não existe Não Não Não
59_1/4 Quatro Águas Lusa 465,6 47 Madeira X X Não existe Não Não Não
59_2/4 Três Águas Lusa 337,6 47 Madeira X X Não existe Não Não Não
59_3/4 Duas Águas Lusa 281,7 58 Madeira X X X X Não existe Não Não Não
59_4/4 Uma Água Lusa 169,7 58 Madeira X X Não existe Não Não Não
60_1/2 Duas Águas Marselha 278,3 58 Madeira X Não existe Não Não Sim
60_2/2 Duas Águas Marselha 75,1 58 Madeira Não existe Não Não Sim
61_5/5 Duas Águas Marselha 14,4 58 Madeira X Não existe Não Não Sim
62_1/2 Duas Águas Canudo 84,9 53 Madeira X Não existe Não Não Não
62_2/2 Duas Águas Canudo 200,5 53 Madeira X Não existe Não Não Não
65_1/2 Quatro Águas Lusa 667,8 51 Betão-descontínua X X Laje de esteira Não Não Não
65_2/2 Duas Águas Lusa 84,2 51 Betão-descontínua X X Laje de esteira Não Não Não
66 Uma Água Lusa 2011,5 47 Madeira X Não existe Não Sim Não
67_1/6 Duas Águas Lusa 404,6 53 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não
67_2/6 Duas Águas Lusa 404,4 53 Betão-descontínua X Laje de esteira Não Não Não
67_3/6 Uma Água Lusa 146,6 53 Betão-descontínua X Vertente inclinada Não Não Não
67_4/6 Uma Água Lusa 180,2 53 Betão-descontínua X Vertente inclinada Não Não Não
67_5/6 Uma Água Lusa 507,7 53 Betão-descontínua X Vertente inclinada Não Não Não
67_6/6 Uma Água Lusa 201,0 53 Betão-descontínua X Vertente inclinada Não Não Não
68_1/2 Duas Águas Romana 744,8 47 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
68_2/2 Duas Águas Romana 700,6 47 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
69_1/2 Duas Águas Romana 527,4 47 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
69_2/2 Duas Águas Romana 214,7 49 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
70_1/5 Duas Águas Romana 597,5 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
70_2/5 Duas Águas Romana 429,5 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
70_3/5 Uma Água Romana 322,7 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
70_4/5 Uma Água Romana 400,5 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
70_5/5 Uma Água Romana 112,1 49 Betão-contínua X X Não existe Não Sim Não
71_1/5 Duas Águas Romana 501,7 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
71_2/5 Duas Águas Romana 147,0 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
71_3/5 Uma Água Romana 38,2 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
71_4/5 Uma Água Romana 88,7 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
71_5/5 Duas Águas Romana 108,9 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não
74_1/6 Duas Águas Canudo 21,9 62 Madeira X X Não existe Não Não Sim
74_2/6 Duas Águas Canudo 79,2 58 Madeira X X Não existe Não Não Sim
74_3/6 Duas Águas Canudo 29,4 47 Madeira X Não existe Não Não Sim
74_4/6 Duas Águas Canudo 160,3 58 Madeira X X Não existe Não Não Sim
74_5/6 Duas Águas Canudo 12,8 58 Madeira X Não existe Não Não Sim
74_6/6 Pavilhão Canudo 171,4 100 Madeira X Não existe Não Não Sim
75 Duas Águas Lusa 115,6 51 Muretes de alvenaria X Vertente inclinada Não Não Sim
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A11
N.º da ficha de inspeção
Forma da cobertura Designação do RECI
Área total de RECI
Inclinação da cobertura
Estrutura de suporte Sistema de ventilação: micro
Sistema de ventilação:
desvão
Sistema de ventilação: telhas de ventilação
Sistema de ventilação: beiral com ventilação
Sistema de ventilação: bandas de ventilação
Isolamento térmico Existência de barreira de vapor
Existência de fixações
Existência de forro
76 Duas Águas Lusa 115,6 51 Muretes de alvenaria X Vertente inclinada Não Não Sim
77 Duas Águas Lusa 115,6 51 Muretes de alvenaria X Vertente inclinada Não Não Sim
78 Duas Águas Lusa 115,6 51 Muretes de alvenaria X Vertente inclinada Não Não Sim
79 Duas Águas Lusa 73,6 53 Madeira X Não existe Não Não Sim
80 Duas Águas Lusa 67,3 51 Betão-contínua X Não existe Não Não Sim
81 Duas Águas Lusa 107,7 51 Madeira X Não existe Não Não Sim
82 Duas Águas Lusa 59,5 51 Madeira X Não existe Não Não Não
83 Três Águas Lusa 132,4 49 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não
84 Duas Águas Lusa 129,1 47 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não
85 Duas Águas Lusa 84,3 45 Betão-contínua X Não existe Não Não Não
86 Duas Águas Lusa 89,8 51 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não
87 Duas Águas Lusa 96,5 51 Madeira X Não existe Não Não Não
88 Duas Águas Lusa 51,0 53 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não
89 Duas Águas Lusa 96,5 51 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não
90 Três Águas Lusa 52,3 49 Betão-contínua X Vertente inclinada Não Não Não
91 Duas Águas Lusa 150,2 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Não Não
92 Duas Águas Lusa 66,2 47 Betão-contínua X Não existe Não Não Não
93_1/2 Duas Águas Lusa 74,3 55 Betão-contínua X Vertente inclinada Não Não Não
93_2/2 Uma Água Lusa 21,9 45 Betão-contínua X Não existe Não Não Não
N.º da ficha de Inspeção
Singularidades da cobertura Data da última
intervenção
Tipo de manutenção/reparação Data da inspeção Beirais/
beirados Cumeeiras/ri
ncões Larós Emergentes Platibandas Paredes de
bordo Caleiras
exteriores Caleiras recuadas
1_1/4 X X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda
e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016
1_2/4 X X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda
e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016
1_3/4 X X X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda
e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016
1_4/4 X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda
e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016
2 X X X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda
e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016
3_1/2 X X - - 08/09/2016
3_2/2 X X - - 08/09/2016
4_1/5 X X X X - - 08/09/2016
4_2/5 X X X X - - 08/09/2016
4_3/5 X X X X - - 08/09/2016
4_4/5 X X X X - - 08/09/2016
4_5/5 X X X X - - 08/09/2016
5_1/5 X X - - 08/09/2016
5_2/5 X X X - - 08/09/2016
5_3/5 X X - - 08/09/2016
5_4/5 X X - - 08/09/2016
5_5/5 X X - - 08/09/2016
Anexos
A12 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
N.º da ficha de Inspeção
Singularidades da cobertura Data da última
intervenção
Tipo de manutenção/reparação Data da inspeção Beirais/
beirados Cumeeiras/ri
ncões Larós Emergentes Platibandas Paredes de
bordo Caleiras
exteriores Caleiras recuadas
6 X X - - 08/09/2016
7_1/4 X X X - - 08/09/2016
7_2/4 X X X 1981 Substituição integral da cobertura 08/09/2016
7_3/4 X X X 1982 Substituição integral da cobertura 08/09/2016
7_4/4 X X X X 1983 Substituição integral da cobertura 08/09/2016
8 X X X 1986 Substituição integral da cobertura 08/09/2016
9 X X X - - 08/09/2016
10_1/2 X X 2009 Limpeza profunda e substituição de telhas fraturadas 26/07/2016
10_2/2 X X 2009 Limpeza profunda e substituição de telhas fraturadas 26/07/2016
11 X X - - 26/07/2016
12 X X - - 10/10/2016
13 X X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento e aplicação de subtelha 08/09/2016
14 X X 1985 Substituição integral da cobertura 08/09/2016
15 X X - - 08/09/2016
16_1/6 X X X - - 08/09/2016
16_2/6 X X X - - 08/09/2016
16_3/6 X X X - - 08/09/2016
16_4/6 X X X - - 08/09/2016
16_5/6 X X X - - 08/09/2016
16_6/6 X X X - - 08/09/2016
18 X X - - 08/09/2016
19 X X - - 02/07/2016
20_1/2 X X X - - 08/09/2016
21_1/5 X X X - - 08/09/2016
21_2/5 X X X - - 08/09/2016
21_3/5 X X X - - 08/09/2016
21_4/5 X X - - 08/09/2016
21_5/5 X X - - 08/09/2016
22_1/2 X X - - 08/09/2016
22_2/2 X X X - - 08/09/2016
23_1/2 X X X - - 08/09/2016
23_2/2 X X X - - 08/09/2016
24 X X X - - 08/09/2016
25_1/2 X X - - 20/09/2016
25_2/2 X X - - 20/09/2016
26 X X X - - 20/09/2016
27 X X X 2015 - 20/09/2016
28 X X X 2015 - 20/09/2016
29 X X X 2014 - 20/09/2016
30 X X X 2014 - 20/09/2016
31 X X X - - 09/09/2016
32 X X X - - 09/09/2017
33 X X X - - 09/09/2018
34 X X X - - 09/09/2019
35 X X X - - 09/09/2020
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A13
N.º da ficha de Inspeção
Singularidades da cobertura Data da última
intervenção
Tipo de manutenção/reparação Data da inspeção Beirais/
beirados Cumeeiras/ri
ncões Larós Emergentes Platibandas Paredes de
bordo Caleiras
exteriores Caleiras recuadas
36 X X - - 20/09/2016
37 X X X - - 20/09/2016
38 X X - - 20/09/2016
39 X X X - - 07/07/2016
40 X X X - - 07/07/2016
41 X X X - - 07/07/2016
42 X X X - - 20/09/2016
43 X X 2013 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016
44 X X 2014 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 20/09/2016
45 X X - - 07/07/2016
46 X X - - 07/07/2016
47_1/3 X X X 2011 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 09/09/2016
47_2/3 X X X 2011 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 09/09/2016
47_3/3 X X X 2011 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 09/09/2016
48 X X X X - - 07/07/2016
49 X X X 2009 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016
50_1/3 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016
50_2/3 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016
50_3/3 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016
51_1/2 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016
51_2/2 X X X - - 07/07/2016
53 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016
54_1/6 X X X - - 09/09/2016
54_2/6 X X X - - 09/09/2016
54_3/6 X X X - - 09/09/2016
55 X X X - - 09/09/2016
56 X X X 2011 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 20/09/2016
58_1/2 X X X - - 07/07/2016
58_2/2 X X X - - 07/07/2016
59_1/4 X X X - - 09/09/2016
59_2/4 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 09/09/2016
59_3/4 X X X - - 09/09/2016
59_4/4 X X X - - 09/09/2016
60_1/2 X X - - 09/09/2016
60_2/2 X X - - 09/09/2016
61_5/5 X X 2013 Limpeza profunda com aplicação de hidrófug 09/09/2016
62_1/2 X X - - 28/07/2016
62_2/2 X X - - 28/07/2016
65_1/2 X X - - 28/07/2016
65_2/2 X X - - 28/07/2016
66 - - 28/07/2016
67_1/6 X X - - 28/07/2016
67_2/6 X X X - - 28/07/2016
67_3/6 X X - - 28/07/2016
67_4/6 X X X - - 28/07/2016
Anexos
A14 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
N.º da ficha de Inspeção
Singularidades da cobertura Data da última
intervenção
Tipo de manutenção/reparação Data da inspeção Beirais/
beirados Cumeeiras/ri
ncões Larós Emergentes Platibandas Paredes de
bordo Caleiras
exteriores Caleiras recuadas
67_5/6 X X - - 28/07/2016
67_6/6 X X - - 28/07/2016
68_1/2 X X 2001 limpeza com jacto de água 28/07/2016
68_2/2 X X 2001 limpeza com jacto de água 28/07/2016
69_1/2 X X X - - 28/07/2016
69_2/2 X X - - 28/07/2016
70_1/5 X X X - - 28/07/2016
70_2/5 X X X - - 28/07/2016
70_3/5 X X X - - 28/07/2016
70_4/5 X X X - - 28/07/2016
70_5/5 X X - - 28/07/2016
71_1/5 X X X X - - 28/07/2016
71_2/5 X X X X - - 28/07/2016
71_3/5 X X X - - 28/07/2016
71_4/5 X X X - - 28/07/2016
71_5/5 X X X - - 28/07/2016
74_1/6 X X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016
74_2/6 X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016
74_3/6 X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016
74_4/6 X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016
74_5/6 X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016
74_6/6 X X 1904 Restauro da Igreja 26/07/2016
75 X X X X X - - 18/09/2016
76 X X X X X - - 18/09/2016
77 X X X X - - 18/09/2016
78 X X X X - - 18/09/2016
79 X X X - - 15/07/2016
80 X X X - - 15/07/2016
81 X X 1988 limpeza com jacto de água 15/07/2016
82 X X - - 15/07/2016
83 X X X - - 15/07/2016
84 X X - - 15/07/2016
85 X X X - - 15/07/2016
86 X X 2007 Substituição integral dos elementos de revestimento 15/07/2016
87 X X 2000 limpeza com jacto de água 15/07/2016
88 X X 1997 Substituição integral dos elementos de revestimento 15/07/2016
89 X X 2002 Substituição integral dos elementos de revestimento 15/07/2016
90 X X - - 15/07/2016
91 X X X - - 29/08/2016
92 X X X - - 29/08/2016
93_1/2 X X X - - 29/08/2016
93_2/2 X X X - - 29/08/2016
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A15
Anexo D
Caraterização do estado de degradação dos revestimentos
Nº da Ficha de inspeção
Idade (anos)
Extensão ponderada
Ew
Severidade normalizada
Sw
Nº da Ficha de inspeção
Idade (anos)
Extensão ponderada
Ew
Severidade normalizada
Sw
1_1/4 21 367% 16,78% 22_1/2 68 434% 19,52%
1_2/4 21 301% 14,72% 22_2/2 68 401% 16,75%
1_3/4 21 354% 14,38% 23_1/2 68 409% 17,58%
1_4/4 21 79% 6,45% 23_2/2 68 401% 16,69%
2 21 107% 11,55% 24 47 432% 21,51%
3_1/2 26 288% 10,31% 25_1/2 55 400% 16,67%
3_2/2 26 302% 12,58% 25_2/2 55 400% 16,67%
4_1/5 26 318% 13,25% 26 54 425% 19,74%
4_2/5 26 377% 15,70% 27 1 34% 0,56%
4_3/5 26 381% 15,87% 28 1 8% 0,13%
4_4/5 26 259% 10,79% 29 2 35% 0,59%
4_5/5 26 367% 15,29% 30 2 36% 0,60%
5_1/5 26 206% 8,58% 31 54 476% 26,19%
5_2/5 26 306% 12,94% 32 54 404% 16,98%
5_3/5 26 350% 10,83% 33 54 496% 28,51%
5_4/5 26 240% 10,07% 34 54 416% 18,63%
5_5/5 26 271% 6,27% 35 54 488% 27,65%
6 26 162% 10,21% 36 57 450% 22,80%
7_1/4 7 55% 2,09% 37 44 401% 16,68%
7_2/4 35 400% 16,68% 38 57 449% 22,63%
7_3/4 34 400% 16,67% 39 44 401% 16,74%
7_4/4 33 401% 16,76% 40 43 401% 16,69%
8 30 108% 12,06% 41 43 402% 16,76%
9 64 434% 20,21% 42 43 401% 16,71%
10_1/2 7 191% 4,56% 43 3 8% 0,52%
10_2/2 7 228% 9,40% 44 2 4% 0,27%
11 64 439% 21,59% 45 35 400% 16,67%
12 76 485% 26,94% 46 35 400% 16,67%
13 1 9% 0,38% 47_1/3 5 151% 6,29%
14 31 286% 15,55% 47_2/3 5 151% 6,36%
15 68 441% 21,57% 47_3/3 5 151% 6,32%
16_1/6 68 401% 16,75% 48 61 415% 18,48%
16_2/6 68 401% 16,72% 49 7 37% 1,56%
16_3/6 68 400% 16,67% 50_1/3 6 50% 3,20%
16_4/6 68 400% 16,67% 50_2/3 6 48% 1,99%
16_5/6 68 401% 16,75% 50_3/3 6 48% 2,00%
16_6/6 68 400% 16,69% 51_1/2 6 42% 2,42%
18 68 401% 16,72% 51_2/2 60 400% 33,33%
19 68 422% 19,30% 53 6 36% 1,50%
20_1/2 68 412% 18,20% 54_1/6 60 422% 19,37%
21_1/5 68 466% 24,96% 54_2/6 60 434% 20,91%
21_2/5 68 400% 16,67% 54_3/6 60 416% 18,61%
21_3/5 68 417% 18,81% 55 60 600% 33,33%
21_4/5 68 400% 16,67% 56 5 40% 2,57%
21_5/5 68 400% 16,67% 58_1/2 44 471% 25,57%
Anexos
A16 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Nº da Ficha de inspeção
Idade (anos)
Extensão ponderada
Ew
Severidade normalizada
Sw
Nº da Ficha de inspeção
Idade (anos)
Extensão ponderada
Ew
Severidade normalizada
Sw
58_2/2 44 491% 28,06% 80 15 400% 16,67%
59_1/4 44 517% 31,23% 81 28 405% 16,75%
59_2/4 6 67% 3,12% 82 61 406% 16,75%
59_3/4 44 402% 16,85% 83 20 230% 9,57%
59_4/4 44 427% 18,84% 84 15 153% 6,40%
60_1/2 72 532% 33,17% 85 14 400% 16,67%
60_2/2 72 404% 16,93% 86 9 341% 13,70%
61_5/5 3 145% 6,06% 87 16 246% 12,96%
62_1/2 54 195% 16,64% 88 19 382% 15,98%
62_2/2 54 241% 22,49% 89 14 400% 16,67%
65_1/2 54 400% 16,67% 90 5 79% 1,31%
65_2/2 54 400% 16,67% 91 6 59% 1,11%
66 54 400% 16,64% 92 13 400% 16,67%
67_1/6 20 400% 16,67% 93_1/2 1 1% 0,01%
67_2/6 51 400% 16,67% 93_2/2 1 1% 0,02%
67_3/6 51 400% 16,67%
67_4/6 51 400% 16,67%
67_5/6 51 400% 16,67%
67_6/6 51 400% 16,67%
68_1/2 15 409% 17,42%
68_2/2 15 400% 16,67%
69_1/2 45 400% 16,67%
69_2/2 45 400% 16,67%
70_1/5 46 400% 16,67%
70_2/5 46 400% 16,67%
70_3/5 46 401% 16,70%
70_4/5 46 401% 16,70%
70_5/5 46 403% 16,85%
71_1/5 47 401% 16,72%
71_2/5 47 402% 16,71%
71_3/5 47 401% 16,69%
71_4/5 47 404% 16,73%
71_5/5 47 400% 16,70%
74_1/6 1 2% 0,03%
74_2/6 1 5% 0,09%
74_3/6 1 28% 0,47%
74_4/6 1 1% 0,01%
74_5/6 1 37% 0,62%
74_6/6 112 800% 50,00%
75 14 400% 16,67%
76 14 400% 16,67%
77 14 400% 16,67%
78 14 400% 16,67%
79 37 400% 16,67%
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A17
Anexo E
Exemplos do cálculo da severidade de degradação normalizada
Ficha de inspeção nº 27
Grupo de anomalias
Anomalia Coeficiente de
ponderação
ka, n
Nível de degradação
kn
Área afetada
(m2)
An
An x kn An x kn x ka, n ∑An x kn x ka, n Área total
(m2)
Sw (%)
Estéticas AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50 - - - -
38,34 567,4 0,6
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20 2 95,84 191,68 38,34
Funcionais AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00 - - - -
AE-F2 fissuração / fratura 1,00 - - - -
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20 - - - -
Estruturais AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50 - - - -
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00 - - - -
Anexos
A18 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Ficha de inspeção nº 59_2/4
Grupo de anomalias Anomalia
Coeficiente de ponderação
ka, n
Nível de degradação
kn
Área afetada (m2) An
An x kn An x kn x ka, n ∑An x kn x ka, n Área total (m2)
Sw (%)
Estéticas AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50 2 101,00 202,00 101,00
126,42 337,6 3,12
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20 - - - -
Funcionais
AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00 1 0,50 0,50 0,50
AE-F2 fissuração / fratura 1,00 2 0,08 0,17 0,17
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20 - - - -
Estruturais AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50 - - - -
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00 1 24,75 24,75 24,75-
Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas
Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A19
Ficha de inspeção nº 20_1/2
Grupo de anomalias
Anomalia Coeficiente de ponderação
ka, n
Nível de degradação
kn
Área afetada
(m2)
An
An x kn An x kn x ka, n ∑An x kn x ka, n Área total
(m2)
Sw (%)
Estéticas AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50 4 478,30 1913,28 956,64
1044,64 478,3 18,20
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20 - - - -
Funcionais AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00 - - - -
AE-F2 fissuração / fratura 1,00 2 0,25 0,50 0,50
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20 - - - -
Estruturais AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50 2 29,17 58,33 87,50
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00 - - - -
Anexos
A20 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação
Ficha de inspeção nº 33
Grupo de anomalias
Anomalia Coeficiente de ponderação
ka, n
Nível de degradação
kn
Área afetada (m2) An
An x kn An x kn x ka, n ∑An x kn x ka, n Área total (m2)
Sw (%)
Estéticas AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50 4 198,61 794,43 397,22
680,41 198,61 28,5
AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20 - - - -
Funcionais AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00 - - - -
AE-F2 fissuração / fratura 1,00 - - - -
AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20 2 1,04 2,09 0,42
Estruturais AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50 3 62,61 187,83 281,74
AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00 1 1,00 1,00 1,04
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