16-04-2016
111 A Associação Académica de Coimbra abre portas, amanhã, para rece-ber o Presidente da Repú-blica.
Marcelo chega às 18H15 e visita todo o edifício-sede, na Rua Padre António
Vieira – incluindo as secções cultu-rais e os núcle-os estudantis e
ainda a Quei-ma das Fitas.
O progra-m a p r o s -segue a pé.
Literalmente. Ou seja, a comi-
tiva sai da AAC rumo à Repú-
blica dos Fan-tasmas. Aqui
é inaugu-rada uma exposição do Museu Académi-co com fo-tografias e artefactos que reme-tem para
a Crise de 1969.
A visita vai ser cur-ta mas carregada de simbolismo, sobre-tudo pela mensagem cultural e patrimo-nial que acarreta: as Repúblicas da Alta são parte integran-te do Património da
Humanidade, não obstante os riscos que correm desde a entrada
em vigor da nova Lei das Rendas.A pé, também, vai ser fei-
to o trajeto até à Praça Dom Dinis (se calhar, mesmo, pe-
las Escadas Monumentais). Segue-se a sessão solene, na Sala 17 de Abril, de que se fala em texto à parte.
A pé, ainda, se fará o “ca-minho das pedras”, lite-
ralmente, pela Rua Larga e depois pela Couraça, até à residência universitária da Rua da Alegria. Aqui, o Che-fe de Estado vai jantar com residentes e com os órgãos sociais da AAC.
Para a Direção-Geral da AAC, refira-se, o foco esteve, desde o início, nas residên-cias universitárias e, de uma forma mais ampla, na ação social escolar. Daí o objeti-vo inicialmente anunciado de convidar o Presidente a conhecer uma residência – isso mesmo foi aprovado, em assembleia magna, a 29 de fevereiro último.
A residência escolhida, na Rua da Alegria, é das mais antigas e uma das 14 que os SASUC - Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra detêm e onde, ao todo, vivem mais de mil es-tudantes.
Apesar da sua localização privilegiada, esta residência tem problemas de habitabi-lidade que estão identifica-dos. Outras há mais moder-nas e confortáveis. Algumas, porém, estão ainda em pior estado.
Nos últimos tempos, a AAC tem visitado, de forma regu-lar, as residências e ouvido os respetivos delegados.
É, por isso, determinante para a AAC, aproveitar o momento para deixar uma mensagem de forte cunho político. Porque, como es-creveu José Dias, “com mais 20 milhões de euros investi-dos em Ação Social Escolar, no presente ano, e a revisão do Regulamento das Resi-dências Universitárias da Universidade de Coimbra, é necessário que se ponde-re acerca de novas políticas futuras que previlegiem a reestruturação de infraes-truturas e a canalização de meios materiais para todas”.| Paulo Marques
Académica de Coimbra abre portas, amanhã, para receber o Presidente da República.
Marcelo chega às 18H15 e visita todo o edifício-sede, na Rua Padre António
Vieira – incluindo as secções culturais e os núcleos estudantis e
ainda a Quei
Literalmente. Ou seja, a comi
tiva sai da AAC rumo à Repú
blica dos Fantasmas. Aqui
A visita vai ser curta mas carregada de simbolismo, sobretudo pela mensagem cultural e patrimonial que acarreta: as Repúblicas da Alta são parte integrante do Património da
Humanidade, não obstante os riscos que correm desde a entrada
em vigor da nova Lei das Rendas.A pé, também, vai ser fei
to o trajeto até à Praça Dom Dinis (se calhar, mesmo, pe
las Escadas Monumentais). Segue-se a sessão solene, na Sala 17 de Abril, de que se fala em texto à parte.
A pé, ainda, se fará o “caminho das pedras”, lite
Marcelo vai a pé a uma República e janta numa residênciaAssociação Académica de Coimbra assinala 17 de Abril com jornada de sensibilização para a ação social escolar
Presidente da República em Coimbra
16-04-2016
111 Professor jubilado da Faculdade de Economia da Universidade de Coim-bra, ensaísta e poeta, Rui Namorado participou nas lutas estudantis dos anos 60. Em 1962 foi expulso da Universidade de Coimbra, onde cursava Direito, por dois anos. Entre 1964 e 1975 foi membro da redação da revista Vértice, encontran-do-se entre os fundadores da Editora Centelha, em 1970. Editou agora “Abril antes de Abril - A crise uni-versitária de Coimbra de 1969”, 47 anos depois da-queles momentos, que vi-veu intensamente. O livro é apresentado hoje.
Editado pela Lápis de Memórias, “Abril antes de Abril - A crise universitária de Coimbra de 1969” é apre-sentado a partir das 16H00, no Auditório da Faculdade de Economia da Universida-de de Coimbra, numa sessão a contar com as interven-ções de Alberto Martins, Jorge Strecht Ribeiro e Pio Abreu e ainda com a parti-cipação de José Dias, atual presidente da Direção Geral da Associação Académica de Coimbra.
Exatamente um dia antes da passagem dos 47 anos so-bre o 17 de abril [de 1969], marcado pelo momento em que Alberto Martins, pre-sidente da Associação Aca-
démica de Coimbra, pediu “a palavra” na cerimónia de inauguração das Matemáti-cas, presidida por Américo Tomás, Rui Namorado apre-senta o livro, que, confessa, “esteve adormecido durante muitos anos”.
Pelas suas 184 páginas, com algumas fotografias “certeiras”, documentos e
nomes fundamentais, mas também o enquadramento necessário e preciso, passam muitas das memórias que guarda desse dias memo-ráveis em que alguns mi-lhares de jovens estudantes “abalaram” os fundamentos do regime fascista, numa greve “esmagadora” que levou a que com 86 por cento tivessem boicotado os exames. O que acarretou consequências para os pró-prios, mas também para o regime e para o país: nesta espécie de “Abril antes de Abril”, muitos dos que fo-ram “castigados” com a ida para a guerra, levaram a se-mente da revolta às fileiras do exército, que, de facto, germinou num outro Abril, cinco anos mais tarde.
Ao DIÁRIO AS BEIRAS, Rui Namorado sublinhou uma particularidade para si fun-damental e que “não foi co-mum a outro tipo de crises que houve em Portugal nos anos de 1960 e até antes”. Trata-se do “apoio continu-ado das massas estudantis”. Na crise de 1969, em Coim-bra, “nunca aconteceu o tí-pico – radicaliza-se, diminui –, o que aconteceu foi dife-rente: quanto mais se radi-calizava, mais aumentava o apoio” dos estudantes e, depois, da população. E esse apoio foi decisivo. | Lídia Pereira
“Abril antes de Abril”na “voz” de Rui Namorado
Rui Namorado e Adelino Castro, autor e editor de “Abril antes de Abril - A crise universitária de Coimbra de 1969”
destaqueR”Abril antes de Abril - A crise universitária de Coimbra de 1969” é o novo livro de Rui Na-morado, editado pela Lápis de Memórias
RLivro vai ser apre-sentado hoje, numa sessão a decorrer às 16H00, no Auditório da Faculdade de Eco-nomia da Universida-de de Coimbra
RSessão conta com as intervenções de Alberto Martins, Jorge Strecht Ribeiro e Pio Abreu. Conta ainda com a participação de José Dias, atual presi-dente da DG-AAC
DB-Luís Carregã
R A crise académica de 1969 e o 25 de Abril de 1974 têm, de facto, uma conexão. Sendo que o primeiro é um ponto de partida apenas.
R O facto é que tiveram a m b o s o m e s m o t i p o de adesão, aconteceu a mesma forma de resistência atípica… Coisas que só hoje vemos, muito do que na altura não era evidente, embora fosse percetível.
R Uma das particularidades que no livro se sublinha e que não foi comum a outro tipo de crises estudantis que houve em Portugal nos anos de 1960, e até antes, é o apoio continuado das massas estudantis.
R A r e a l i d a d e i n d u z suficientemente à con-clusão de que se tratou de “um Abril antes de Abril” para não se pensar nisso. E pensar é fundamental.
Rui Namorado, escritor, professor jubilado da
Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
RA crise universitária de 1969 é um dos momentos da nossa história, tal como o 25 de Abril o foi depois ou as eleições de Humberto Delgado foram antes. E o facto é que há momentos que constituem registos inultrapassáveis da história.
R E st e l ivro t e m u m a vantagem sobre os que já existem: surge na altura certa, passados 47 anos, quase naquele limite dos 50 anos da história, em que é possível fazer uma leitura muito desprendida e muito real dos factos, procurando fazer a sua interpretação à luz do que, neste caso, Rui Namorado nos relata
Adelino Castro, editor Lápis de Memórias
discurso direto
111 O Presidente da Re-pública regressa a Coim-bra, a 17 de abril. 46 anos depois, o chefe de Estado não vem inaugurar um novo edif ício mas vai falar na sala 17 de Abril, das Ma-temáticas... e deixar falar o presidente da AAC.
Em 1969, o Presidente Américo Tomaz trouxe consigo os ministros das Obras Públicas e da Educa-ção – que era José Hermano Saraiva, recorde-se.
A certa altura, com a sala a transbordar de estudan-tes em ambiente de pro-testo, o presidente da AAC levantou-se do seu lugar, no meio do público, e pediu a palavra.
O almirante hesitou mas retorquiu: “Está bem, mas agora fala o senhor minis-tro”... Pouco depois, todos os altos dignitários do Es-tado saíram à pressa, sob um coro de apupos.
Amanhã, Marcelo Rebelo de Sousa não se fará acom-panhar por qualquer mi-nistro. Também não se adi-vinham vaias – quiçá haja mesmo aplausos.
A sessão oficial que come-mora essa jornada mítica da história da Academia – símbolo maior da crise de 1969 – vai, então, acontecer na sala das Matemáticas.
Com Marcelo, em lugares de destaque, vão estar dois reitores de outros tantos
presidentes da Associação Académica.
Os reitores são o atual, João Gabriel Silva, e um dos seus antecessores, Rui de Alarcão, sócio honorário da AAC.
Os presidentes da Acadé-mica são o atual, José Dias, e o da Direção-Geral de 1969, Alberto Martins.
José Dias vai reiterar as reivindicações da AAC, em matéria de ação social es-colar. “Na sua qualidade de mais alta figura do Estado, o Presidente não deixará de sensibilizar o Governo para a necessidade de alterar as suas políticas, nesta área”. | Paulo Marques
Presidente regressa à Sala 17 de Abril para deixar falar a AAC
José Dias vai poder, amanhã, intervir sem ter de pedir a palavra
Sessão solene realiza-se na Sala 17 de Abril, no edifício de Matemática
1 Para além de Marcelo, falam os reitores João Gabriel e Rui de Alarcão
2 Pela Associação Académica, falam os presidentes José Dias e Alberto Martins
DB-Luís Carregã
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