A IMPORTÂNCIA DA BANANA PARA O RIO DE JANEIRO
ÁREA PLANTADA: 23.082,6 ha
PRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORESPRINCIPAIS MUNICÍPIOS PRODUTORES
Mangaratiba – 5.000 ha
Itaguaí – 3.030 ha
Macaé – 2.400 ha
Seropédica – 1.851 ha
Paracambi – 1.447 há
Cachoeiras de Macacu – 1.009 ha
Fonte: ASPA 2004, Emater-Rio
Moleque-da-bananeira
PRINCIPAL PRAGA DA BANANEIRA
Cosmopolites sordidus
Durante o dia, os adultos são encontrados em ambientes úmidos e sombreados junto às touceiras, entre as bainhas foliares e nos restos culturais. Os danos são causados pelas larvas, as quais constróem galerias no rizoma, debilitando as plantas e tornando-as mais sensíveis ao tombamento. Plantas infestadas normalmente apresentam desenvolvimento limitado, amarelecimento e posterior secamento das folhas, redução no peso do cacho e morte da gema apical.
Tripes
OUTRAS PRAGAS
Tripes da erupção dos frutos - Frankliniella spp.
Apesar do pequeno tamanho (cerca de 1 mm de comprimento) e da agilidade, os tripes são facilmente vistos por causa da coloração branca ou marrom-escura. Os adultos são encontrados geralmente em flores jovens abertas. Também podem ocorrer nas flores ainda protegidas pelas brácteas.
Os danos provocados por esses tripes manifestam-se nos frutos em desenvolvimento, na forma de pontuações marrons e ásperas ao tato, o que reduz o seu valor comercial, mas não interfere na qualidade da fruta.
Vírus:
PRINCIPAIS DOENÇAS DA BANANEIRA
CMV – Mosaico-do-PepinoÉ transmitido por várias espécies de afídeos. A fonte de inóculo para a infecção de novos plantios provém geralmente de outras culturas ou de plantas daninhas, especialmente trapoeraba ou maria-mole (Commelina diffusa).
Os sintomas variam de estrias amareladas, mosaico, redução de porte, folhas lanceoladas, necrose do topo, assim como pode haver distorção dos frutos, com o surgimento de estrias cloróticas ou necrose interna.
Vírus:
PRINCIPAIS DOENÇAS DA BANANEIRA
O vírus é transmitido de bananeira para bananeira pela cochonilha Planococcus citri, assim como através de mudas infectadas.
O BSV produz inicialmente estrias amareladas nas folhas que posteriormente ficam escurecidas ou necrosadas. Pode ocorrer a deformação dos frutos e a produção de cachos menores.
BSV - Banana Streak Virus
BSV - Banana Streak Virus
BSV - Banana Streak Virus
Nematóides:
Radopholus similis
Meloidogyne spp.
Os nematóides que ocorrem na cultura da banana são classificados segundo as lesões que provocam:
a) lesões profundas (Radopholus similis - nematóide "cavernícola" e Pratylenchus musicolab) lesões superficiais (Helicotylenchus spp)c) lesões tipo galha (Meloidogyne spp).
Nematóides:
A infecção por nematóides provoca redução no porte da planta, amarelecimento das folhas, seca prematura, má formação de cachos, refletindo em baixa produção e reduzindo a longevidade dos plantios.
Nas raízes, podem ser observados o engrossamento e nodulações, que correspondem às galhas e massa de ovos, devido à infecção por Meloidogyne spp. (nematóide-das-galhas) ou mesmo necrose profunda ou superficial provocada pela ação isolada ou combinada das espécies Radopholus similis (nematóide cavernícola), Helicotylenchus spp. (nematóide espiralado), Pratylenchus sp. (nematóide das lesões), ou Rotylenchulus reniformis (nematóide reniforme).
Levam ao tombamento de plantas, além disso abrem nas raízes e no rizoma portas de entrada para outros parasitas.
Bactérias: Encontra-se no Brasil na região Norte, onde já é bastante difundida, e no Nordeste. A planta infectada morre em poucas semanas, sua incidência se dá em reboleiras, com as folhas caídas e secas ("guarda-chuva fechado"), os frutos apresentam a polpa com manchas negras distribuídas no seu interior.
Moko - Ralstonia solanacearum raça 2
Moko - Ralstonia solanacearum raça 2
A descoloração vascular do pseudocaule é mais intensa no centro e é menos aparente na região periférica, ao contrário do que ocorre na planta atacada pelo mal-do-Panamá. Os sintomas em frutos aparecem na forma de podridão seca, firme, de coloração parda.
Bactérias:
A doença inicia-se no rizoma, causando seu apodrecimento, progredindo posteriormente para o pseudocaule. Ao se cortar o rizoma ou pseudocaule de uma planta afetada, pode ocorrer a liberação de grande quantidade de material líquido fétido, daí o nome podridão aquosa.
Na parte aérea, os sintomas podem ser confundidos com aqueles do moko ou mal-do-Panamá. A planta normalmente expressa sintomas de amarelecimento e murcha das folhas podendo ocorrer quebra da folha no meio do limbo ou junto ao pseudocaule.
Podridão Mole – Erwinia spp.
Deficiência de Potássio (K) ou Murcha Abiótica
Corresponde a 41% do total de nutrientes exigidos pela planta.
Os sintomas de deficiência são caracterizados pela rápida clorose e murchamento precoce das folhas mais velhas. Esta clorose, inicialmente, é amarelo ouro, depois a folha vai secando e adquirindo a tonalidade alaranjada em todo o limbo foliar. O cacho é a parte mais afetada.
Os frutos ficam “magros” e os cachos impróprios para comercialização. Causa danos que se assemelham aos do moko e aos do mal-do-Panamá”
Rachaduras nas bainhas
Necrose em anéis concêntricos
Feixes do cilindro central limpo
Amarelecimento, murcha e colapso do pecíolo junto ao pseudocaule
Fungos:
Mal-do-Panamá
(Fusarium oxysporum f.sp. cubense)
Os cultivares de interesse comercial apresentam taxas variáveis de tolerância, assim apresentam alta tolerância os cultivares: ‘Ouro’, ‘Nanica’, ‘Nanicão’; mediana tolerância: ‘Terra’; baixa tolerância: ‘Prata’ e intolerante: ‘Maçã’.
Amarelecimento progressivo das folhas mais velhas para as mais novas, começando pelos bordos do limbo foliar e evoluindo no sentido da nervura principal. Posteriormente, as folhas murcham, secam e se quebram junto ao pseudocaule dando-as a aparência de um guarda-chuva fechado.
É comum constatar-se que as folhas centrais das bananeiras permanecem eretas mesmo após a morte das mais velhas. É possível notar, próximo ao solo, rachaduras do feixe de bainhas.
Internamente, observa-se uma descoloração pardo-avermelhada na parte mais externa do pseudocaule provocada pela presença do patógeno nos vasos.
Mal-do-Panamá – Fusarium oxysporum f.sp. cubense
Fungos:
De importância secundária, normalmente associada a alguma forma de estresse na planta. Via de regra, a mancha de cordana está associada à outra doença, principalmente à Sigatoka-amarela e/ou à deficiência mineral.
Os sintomas, no início da doença, podem ser confundidos com os da Sigatoka-amarela. Às vezes, ocorre superposição de lesões de ambas as doenças.
As lesões apresentam, devido ao maior crescimento radial, um formato piriforme, com zonas concêntricas e circundadas por um halo amarelo.
Mancha de Cordana – Cordana musae
Cultivar Thap MaeoCultivar Thap Maeo
Mancha de Cordana – Cordana musae
Cultivar NanicaCultivar NanicaMancha de Cordana – Cordana musae
Cultivar NanicaCultivar Nanica
Mancha de Cordana – Cordana musae
Mancha de Chloridium – Veronaea musae
Mancha-de-DeightoniellaMancha-de-Deightoniella
Deightoniella torulosaDeightoniella torulosa
Sigatoka Amarela ou Mal-de-Sigatoka
Mycospaerella musicola = Pseudocercospora musae
Sigatoka Amarela – evolução dos sintomas
Mancha de coloração escura à
Negra, com pequeno halo
amarelo
Sigatoka Negra
Sigatoka Amarela
Mancha de coloração
Marrom à Parda,
com grande halo amarelo
SIGATOKA NEGRA E SIGATOKA AMARELA - COMPARAÇÃO
O QUE É A SIGATOKA NEGRA?O QUE É A SIGATOKA NEGRA? A doença é a mais grave e destrutiva da cultura da
bananeira, podendo ocasionar a perda de 100% da produção e inviabilizar seu cultivo.
NÃO ESTÁ PRESENTE NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Esta doença alastra-se nas folhas da bananeira, causando uma rápida decomposição foliar, Esta doença alastra-se nas folhas da bananeira, causando uma rápida decomposição foliar,
reduzindo a capacidade fotossintética da planta, podendo causar-lhe a morte, reduzindo a capacidade fotossintética da planta, podendo causar-lhe a morte,
antes mesmo da formação do cacho de frutos, e a conseqüente redução da produçãoantes mesmo da formação do cacho de frutos, e a conseqüente redução da produção .
ETIOLOGIAAgente causal: Mycosphaerella fijiensis Morelet, sendo sua fase assexuada representada pelo fungo Paracercospora fijiensis (Morelet)
ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS -Sigatoka Negra
Folha vela
Folha 1Folha 2
- Condições Favoráveis: períodos úmidos ou chuvosos com temperatura variando de 24 a 30o C
+ SUSCETÍVEIS
- Período Latente: 17 a 18 dias (suscetíveis)
30 a 47 dias (resistentes)
Ascosporos: disseminados
pelo vento e pela chuva
Sigatoka Negra – evolução dos sintomas
Sigatoka NegraSigatoka Negra
Estádio2
Estádio 3
Estádio 1
face inferior
face inferior
face inferior
Sigatoka NegraSigatoka Negra
Estádio 4
Estádio 5
Estádio 6
Estádio 6
face superior ou inferior da folha
EXPANSÃO RADIAL E LONGITUDINAL DAS ESTRIAS. COLORAÇÃO CAFÉ
(AMBAS AS FACES)
FACE INFERIOR
FACE SUPERIOR
Pequenas áreas descoloridas que progridem formando
estrias de coloração marrom-clara (face inferior)
A doença torna-se extremamente severa após a emissão do cacho (frutos pouco desenvolvidos, pequenos, com maturação precoce e desuniforme. Cerca de 40 dias após o florescimento, as plantas encontram-se com as folhas totalmente destruídas.
Característica Sigatoka Negra Sigatoka Amarela
Primeiros sintomas visíveis Estrias marrom claro na face abaxial das folhas 1 ou 2
Estrias marrom escuro nas duas faces das folhas 3 ou 4
Visualização dos sintomas Face abaxial ou ventral da folha
Face adaxial ou dorsal da folha
Evolução das lesõesEstria evolui para mancha escura de formato irregular
Estria evolui para lesão necrótica de formato elíptico ou elíptico-alongado com centro cinza palha
Presença de halo amarelo Não freqüente ou ocasional Freqüentemente ocorre
Coalescência de lesõesFreqüente a partir das fases iniciais ou estrias de cor marrom escuro (café)
Pode ocorrer apenas nos estádios de lesões necróticas (final do ciclo)
Senescência do limbo foliar Ocorre a partir dos bordos da folha em todo o comprimento da folha
Nos locais das lesões necróticas
Características diferenciadoras da Sigatoka Negra e da Sigatoka Amarela
Sigatoka Negra sobre Sigatoka Negra sobre Heliconia psittacorumHeliconia psittacorum
VENTO: Principal agente de disseminação dos esporosVENTO: Principal agente de disseminação dos esporos
Caixas de embalagem
(30 dias)
Roupas(60 dias)
folhas usadas para proteger os frutos (60 dias)
Veículo
(10 dias)
As próprias bananas que podem levar até 11.000 esporos cada
(18 dias)
Pneu
(18 dias)
etc....
DISSEMINAÇÃODISSEMINAÇÃO
nebulização - fogpulverização aérea
Uso de agrotóxicos - caro e pouco eficiente
(48 aplicações de fungicidas por ano)
CONTROLE QUÍMICO
Ideal do ponto de vista econômico e da preservação do meio ambiente. Ideal do ponto de vista econômico e da preservação do meio ambiente.
Cultivares recomendados:Cultivares recomendados:
CAIPIRA; THAP MAEO; FHIA 01, O2, O3, 18, 20, 21; FIGO; OURO; PRATA ZULUCAIPIRA; THAP MAEO; FHIA 01, O2, O3, 18, 20, 21; FIGO; OURO; PRATA ZULU
CONTROLE GENÉTICO
- eliminação de folhas baixeiras infectadas (racionalmente)- eliminação de folhas baixeiras infectadas (racionalmente)
- espaçamento correto, evitando superpopulação de plantas- espaçamento correto, evitando superpopulação de plantas
- adubação balanceada- adubação balanceada
CONTROLE CULTURAL
Legislativo - Exclusão
Impedir a entrada da praga no Estado através das ações de Defesa Vegetal
Resolução SEAAPI N° 581, de 02 de julho de 2004 - proíbe a entrada de veículos transportando banana no Estado do Rio de Janeiro de áreas onde já tenha sido detectada a praga
Barreiras fitossanitárias - impedir o trânsito de frutas e mudas de banana de áreas contaminadas ou sem a seguinte determinação:
“A partida é originária de Unidade de Produção onde foi implantado o Sistema de Mitigação de Risco para Sigatoka Negra”
O que está sendo feito para prevenir a entrada da
Sigatoka Negra?
Campanha de Prevenção à Sigatoka Negra
Evitar a introdução da Sigatoka Negra, mediante ações conjuntas da Evitar a introdução da Sigatoka Negra, mediante ações conjuntas da
pesquisa, extensão e Defesa Sanitária Vegetal, visando proteger o pesquisa, extensão e Defesa Sanitária Vegetal, visando proteger o
agronegócio da banana no Estado do Rio de Janeiroagronegócio da banana no Estado do Rio de Janeiro
Objetivo
Implantação de Unidades de Observação - UOs
Cultivares plantadas:Cultivares plantadas:
- CAIPIRA- CAIPIRA
- THAP MAEO- THAP MAEO
- FHIA 18- FHIA 18
Fiscalização do Trânsito de Vegetais
Inspeção e fiscalização nos bananais do Estado
Visita às propriedades produtoras, para verificar as condições Visita às propriedades produtoras, para verificar as condições fitossanitárias das lavouras.fitossanitárias das lavouras.
Recolhimento e Destruição de mudas
O que os produtores podem fazer para ajudar a evitar esta doença?
Não comprar mudas de bananas de São Não comprar mudas de bananas de São Paulo e da região norte;Paulo e da região norte;
Avisar ao Núcleo de Defesa Sanitária ou ao Avisar ao Núcleo de Defesa Sanitária ou ao escritório local da Emater se observar escritório local da Emater se observar qualquer sintoma da doença;qualquer sintoma da doença;
Realizar o manejo cultural; Erradicar os Realizar o manejo cultural; Erradicar os bananeirais abandonados.bananeirais abandonados.
Não comprar cargas de Não comprar cargas de bananas de São Paulo ou da bananas de São Paulo ou da região Norte.região Norte.
Avisar ao Núcleo de Defesa Avisar ao Núcleo de Defesa Sanitária ou ao escritório Sanitária ou ao escritório local da Emater se observar a local da Emater se observar a entrada de cargas oriundas entrada de cargas oriundas destas localidades.destas localidades.
Não comprar cargas envoltas Não comprar cargas envoltas em folhas de bananeiras.em folhas de bananeiras.
Levantamento fitossanitário dos bananais do Estado com vistas à caracterização do Estado como “Área Livre de Sigatoka Negra”.
Levantamento fitossanitário dos bananais do Estado com vistas à caracterização do Estado como “Área Livre de Sigatoka Negra”.
Resultados
“Área Livre de Sigatoka Negra”
Instrução Normativa N° 17, de 31 de maio de 2005
DefiniçãoÁrea livre de praga: área onde uma praga específica não ocorre, sendo esse fato demonstrado por evidência científica e na qual, de forma apropriada, essa condição está sendo mantida oficialmente.
Medidas adotadas
• mudas de Musa spp. e seus cultivares, que não sejam provenientes de bananais de Área Livre de Sigatoka Negra;
• bananas em cacho em todo o território nacional;
• de folhas de bananeira ou parte da planta no acondicionamento de qualquer produto.
Proibição do trânsito de:
“Área Livre de Sigatoka Negra”
Instrução Normativa N° 17, de 31 de maio de 2005
Procedimentos
Área livre: 2% das propriedades
a) Área urbana e área rural não comercial inspecionar 3 plantas adultas, próximas ao florescimento, por hectare;
b) Área de produção comercial, inspecionar no mínimo 5 plantas adultas, próximas ao florescimento, por hectare.
Periodicidade: a cada 3 meses
Instrução Normativa N° 39, de 30 de novembro de 2005
Estradas que sejam rotas de risco para a praga:
3 plantas adultas em 50% das propriedades existentes às suas margens
> 6 meses
Andréia de Oliveira Gerk
Contatos: [email protected]
Material elaborado para o Curso de Pré-Serviço realizado em Santa Maria Madalena, RJ, Fevereiro de 2006
Na ocasião Engenheira Agrônoma da atual Secretaria deEstado de Agricultura e Pecuária – SEAPEC do Rio de Janeiro.
Atualmente Fiscal Federal Agropecuário lotada na SFA-RJ
Engenheira Agrônoma, M.Sc. Entomologia
ATENÇÃOATENÇÃO: verifique sempre se as normativas mencionadas ainda estão em vigor ou sofreram alteração.
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