PQI 5861 -
Engenharia de Processos OxidativosFotoquímicos para Tratamento deEfluentes Industriais
Prof. Dr. Antonio Carlos S.C. [email protected]
objetivos do curso
(i)
discutir
os Processos Oxidativos Avançados (POAs), em
reatores fotoquímicos com irradiação artificial e solar, para degradação de poluentes químicos em efluentes industriais;
(ii)
analisar o efeito das principais variáveis de processo quanto ao desempenho técnico dos
POAs;
(iii)
apresentar métodos de monitoramento de POAs voltados ao tratamento de efluentes e sua integração a outros processos de tratamento;
(iv)
apresentar os principais modelos de reatores fotoquímicos;
(v)
discutir critérios de projeto e de avaliação econômica de reatores e processos foto-oxidativos.
programa do curso –
atividades previstas
ExercíciosEstudos de casoAvaliação final
bibliografia
T. Oppenländer. Photochemical Purification of Water and Air: Advanced Oxidation Processes (AOPs): Principles, Reaction Mechanisms, Reactor Concepts, Wiley-VCH, 2003.
A.M. Braun, M.T. Maurette, E. Oliveros. Photochemical Technology, John Wiley & Sons, 1991.
S. Parsons (Ed.). Advanced Oxidation Processes for Water and Wastewater Treatment, Iwa Publishing, 2005.
bibliografia
Advanced Photochemical Oxidation Processes. EPA Handbook EPA/625/R- 98/004, 1998.
M. Kaneko & I. Okura (Eds.), Photocatalysis – Science and Enginering, Kodansha-Springer, 2002.
H. de Lasa, B. Serrano, M. Salaices, Photocatalytic Reaction Engineering, Springer, 2005.
bibliografia
G. Tchobanoglous, F.L. Burton, H.D. Stensel. Metcalf & Eddy Wastewater Engineering – Treatment and Reuse. McGrawHill, 2003.
J.C. Mierzwa & I. Hespanhol. Água na Indústria: Uso Racional e Reúso, Oficina de Textos, 2005.
J.G. Tundisi. Água no Século XXI – Enfrentando a Escassez, Rima Editora, 2003.
bibliografia complementar
J.B. Galvez & S.M. Rodriguez. Solar Detoxification, UNESCO Publications (Natural Sciences, Basic and Engineering Sciences), 2003.
D. Yogi Goswami, F. Kreith, J.F. Kreider. Principles of Solar Engineering, Taylor & Francis-; 2nd Edition, 2000.
J.B. Galvez & S.M. Rodriguez. Solar Detoxification, UNESCO Publications (Natural Sciences, Basic and Engineering Sciences), 2003.
propriedades importantes da água
Natureza polarFormação de ligações de hidrogênioCapacidade de hidratar espécies iônicas
Excelente solventeMaior constante dielétrica entre os líquidos mais comuns (78,4 a 25oC), exceto H2O2 e HCNMaior tensão superficial que os demais líquidos (72,8 mN/m a 20oC)“Transparente” à radiação UV e visívelDensidade máxima a 4°CAlto calor de vaporização em comparação a outros líquidosMaior calor latente de fusão que qualquer outro líquido, exceto amôniaMaior capacidade calorífica que qualquer outro líquido, exceto amônia
propriedades importantes da água
água e vida humana
A água representa 70% da massa do corpo humano.Sintomas de desidratação:
Perda de 1% a 5% de águaSede, pulso acelerado, fraqueza
Perda de 6% a 10% de águaDor de cabeça, fala confusa, visão turva
Perda de 11% a 12% de águaDelírio, língua inchada, morte
Uma pessoa pode suportar até 50 dias sem comer, mas apenas 4 dias sem beber água.
1000 L de água 6,15L (para consumo humano)
distribuição da água no planeta
total 1,4x109
km3 (9000 km3
são potáveis e disponíveis)
distribuição da água no planeta
Distribuição da água no planeta A cada 1000 L97,5% nos oceanos1,8% em geleiras
975 L18 L
0,6% nas camadas subterrâneas 6 L0,015% nos lagos e rios0,005% de umidade no solo
150 mL50 mL
0,0009% em forma de vapor na atmosfera 9 mL0,00004% na matéria viva 0,4 mL
ciclo hidrológico (1000 km3/ano)
361x106
km2
149x106
km2
16x106
km2
27,5x106
km3
1,35x109
km3
13x103
km3
variabilidade da distribuição mundial (Margat, 1998) –
m3/hab/ano
potenciais →níveis de uso ↓
muito pobre (<500)
pobre (500-1000)
regular (1000-2000)
suficiente (2000-10000)
rico (10000-100000)
muito rico (>100000)
muito baixo (<100)
Cingapura Quênia Etiópia Nigéria Vietnã Papua
baixo (100-500) Emirados Israel Tunísia Jordânia
Cabo Verde África do Sul Polônia Somália Líbano Rep. Tcheca
China BRASIL
Venezuela Colômbia Suécia Áustria
Islândia Guiana Fr.
moderado (500-1000)
Arábia Saudita Líbia
Bélgica Ucrânia
AlemanhaEspanha França Itália Japão México Reino Unido Turquia Índia
Nova Zelândia RússiaMalásia
alto (1000-2000) Egito Paquistão EUA Irã Afeganistão Filipinas
Argentina Austrália Canadá
Chile
muito alto (>2000)
EUA (Baixo Colorado)
Iraque EUA (Colorado)
Sibéria (Rússia)
variabilidade da distribuição mundial (1997)
0
20
40
60
80
100
Europa
pote
ncia
l per
cap
ita (1
000
m3 /ano
)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
pote
ncia
l tot
al (1
000
km3 /a
no)
potenciais per capitapotenciais totais
variabilidade da distribuição -
Brasil
2,4% no resto do país9,6% na região amazônica
O Brasil possui 12 % da águadoce disponível no mundo
Atende 95% da populaçãoAtende 5% da população
variabilidade da distribuição -
Brasil
demanda de água e crescimento
ICRH e DEA
ICRH –
índice de comprometimento dos recursos hídricos
DEA –
demanda específica de água (m3/hab/ano)
ICRH e DEA -
Brasil
consumo de água –
Brasil, SP e RMSP
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) estima que já
em 2010 a demanda de água em SP será
superior à
capacidade hídrica dos mananciais do Estado.
ANA, 2002 previsão para SP, 2010
previsão para a RMSP, 2010
custos da água
Custos
comparados (EUA)4.000 L de água doce
a partir da água do mar4.000 L de água doce
a partir de mananciais
}}
≅
1 dólar
≅
0,30 dólar
usos da água na indústria
Uma refinaria de petróleo de 10 mil m3/d utiliza água equivalente a uma cidade de 60 mil habitantes. A RPBC tem capacidade de 30 mil m3/d e a REPLAN, 60 mil m3/d.
processo
matéria-prima produto
água
Necessidade de água de alta pureza, incorporada ao produto final. Exemplos: tintas, alimentos, bebidas, farmacêuticos etc.
usos da água na indústria
Caldeira necessita de água que não gere depósitosVariáveis controladas: dureza, condutividade, sólidos totais, cloretos etc.Purgas no tratamento e no tubulão da caldeiraRetorno normal de condensado da ordem de 50 a 80%Uma refinaria de petróleo de 10 mil m3/dia usa cerca de 200 toneladas/h de vapor
usos da água na indústria
desmineralizaçãoosmose caldeira turbina
P1
P2
purga purga
desaeração
água
usos da água na indústria
processomatéria-prima
água água contaminadaproduto
A água deixa o processo com algum contaminante solúvel ou suspenso ou escapa para a atmosfera. Pode ser reutilizada ou tratada e reciclada.
Lavagem/remoção de contaminante de algum produto ou corrente internaInertização de equipamentoAtomização (combustível/carga de reator)Diluição
usos da
água na indústria: distribuição de consumo
indústria resfriamento sem contato
(%)
processos e atividades afins (%)
uso sanitário e outros (%)
laticínios 53 27 20
bebidas maltadas
72 13 15
celulose e papel
19 80 1
plásticos e resinas
93 7 <0,5
têxteis 57 37 6
refino de petróleo
95 5 <0,5
automóveis 28 69 3
aço 56 43 1
inorgânicos 83 16 1
-
leite em pó
(1 tonelada): 45000-200000 L-
cerveja (1000 L): 6000-30000 L-
papel jornal (1 tonelada): 165000-200000 L-
borracha sintética (1 tonelada): 83500-
2800000 L-
tingimento de tecidos (1 tonelada): 52000-
560000 L-
gasolina (1000 L): 7000-10000 L-
1 veículo produzido: 38000 L-
aço semi-acabado e acabado (1 tonelada): 22000-27000 L-
soda cáustica (1 tonelada): 60500-200000 L
requisitos de qualidade para uso industrial
parâmetros específicos para cada setor industrial
poluição de recursos hídricos
reservas de água
poluição
biológicasedimentar térmica despejo de substâncias
“Introdução
ou presença de qualquer agente
capaz de alterar, suprimir, ou de alguma forma interferir com o uso esperado ou desejado do recurso hídrico.”
poluição sedimentar
origem efeito
extração mineraldesmatamentoserosões
interferem na fotossíntese e na capacidade dos animais encontrarem alimentos
extração mineralesgotos e fluentes
adsorvem e concentram os poluentes biológicos e os poluentes químicos
partículas do solo
produtos químicos insolúveis
acúmulo de partículas em suspensão (solo, produtos químicos insolúveis)
poluição térmica
descarte de grandes volumes de água aquecida em rios e oceanos
poluição microbiológica
4 bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à
água potável tratada2,9 bilhões de pessoas vivem em áreas sem coleta ou tratamento de esgoto
poluição química
-
7 milhões de substâncias químicas conhecidas -
aproximadamente 45 mil substâncias comercializadas internacionalmente -
300 milhões de toneladas anuais de compostos orgânicos produzidas -
dados ecotoxicológicos para aproximadamente 1500 substâncias
histórico da poluição ambiental
países de desenvolvimento harmônico
países de desenvolvimento não-harmônico
esgotos municipais, efluentes industriais, nutrientes e
micronutrientes
geração de poluentes por setor
refino de petróleo3%
metais6%
equipamentos eletrônicos
6%
mineração e metalurgia
22% produtos químicos em geral27%
todas as demais indústrias
23%
borrachas e plásticos diversos
3%
papel e produtos associados
5%
transporte5%
Emissões
de substâncias tóxicas nos EUA em 1997 (porcentagem da emissão total, 3x106
toneladas/ano (Allen e Rosselot, 1997)
geração de poluentes e resíduos
Das
2,9 milhões de toneladas
de resíduos industriais perigosos gerados anualmente no Brasil, somente 600 mil toneladas
(~22%)
recebem tratamento adequado, conforme estimativa da ABETRE -
Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos.
Segundo uma estimativa conservadora, a indústria brasileira apresentou um passivo de R$ 5 bilhões na última década. Esse passivo cresce meio milhão de reais a cada ano.
A ABETRE calcula que o potencial do mercado de destinação de resíduo industrial perigoso é
de R$ 1 bilhão por ano
no Brasil.
Atualmente, porém, o tratamento e a disposição de rejeitos geram um faturamento anual de
aproximadamente R$ 240 milhões, valor quatro vezes
menor que
o potencial.
poluição das águas e conseqüências
fontes de poluição de recursos hídricos
pontual
descarga de efluentes a partir de indústrias e de estações
de tratamento de esgoto
são bem localizadas, fáceis de identificar e de monitorar
difusa
escoamento superficial urbano, escoamento superficial de áreas
agrícolas e deposição atmosférica
espalham-se por toda a região, são difíceis de identificar e tratar
fontes de contaminaçãoáguas superficiais
fontes de contaminaçãoáguas subterrâneas
exemplo –
consumo de água e geração de efluentes
exemplo –
consumo de água e geração de efluentes
compostos na água
naturais antropogênicos
espécies catiônicas (Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Ba2+, Al3+, Fe2+, Fe3+, Mn2+, NH4+)
espécies aniônicas (HCO3
-, F-, Cl-, Br-, NO3-,
SO42-)
espécies neutras (H4
SiO4
, H2
CO3
, H3
BO3
, O2
, N2
)
material húmico
NO3-, HPO4
2-, H2
PO4-
pesticidasinseticidasPOPs, PAHs, CHCs, HCsdetergentescátions de metais pesadosdrogas humanas e veterinárias
percolado de aterro sanitário(hidrocarbonetos cíclicos e bicíclicos, aromáticos, benzenos substituídos, álcoois, éteres, éteres cíclicos, cetonas, ácidos, ésteres, fenóis, ftalatos, furanos, compostos contento N, P, S, Si)
compostos químicos presentes na água
- matéria orgânica e DBO- fertilizantes agrícolas- metais e não metais- POPs (persistent organic compounds)- aromáticos policíclicos- corantes têxteis- petróleo e hidrocarbonetos- fenol e derivados fenólicos- detergentes- pesticidas- cianotoxinas- fármacos- desreguladores endócrinos
matéria orgânica
húmica (~50% da matéria orgânica dissolvida)
ácido húmico
ácido fúlvico
-
resistentes à
degradação microbiana -
possuem grupos cromóforos -
contribuem para formação de sub-produtos durante a cloração da água potável
solúvel em qualquer pH 500-2000 g/mol
solúvel em pH ácido >2000-5000 g/mol
matéria orgânica biodegradável
aumento da população de microrganismos
consumo de oxigênio
matéria orgânica e demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
matéria orgânica e demanda bioquímica de oxigênio (DBO)
CONAMA 20: limites máximos de DBO de 3, 5, 10, 5, 10 e 5 mg/L
para águas de classe 1, 2, 3, 5, 6 e 7.
Decreto Estadual no
8468 (SP): limite máximo de DBO de 60 mg/L para emissão de esgotos, ou eficiência global mínima do processo de tratamento na remoção de DBO igual a 80%.
zona limpazona de
decomposiçãozona
sépticazona de
recuperação zona limpa
concentração de poluente
oxigênio dissolvido
adição de poluente
distância a jusante
conc
entr
ação
de
OD
ou
polu
ente
matéria orgânica
fertilizantes agrícolas
usados sem critério excesso é levado pela chuva
lençóis subterrâneos, lagos e rios
reprodução acelerada
fitoplâncton algas macroscópicas
ao morrerem são decompostos por microrganismos aeróbios
cobrem a superfície isolando a água do oxigênio do ar
eutrofização
íons NO3(aq) (0,3 mg/L), NO2(aq) , HPO4(aq) (0,02 mg/L) e H2 PO4(aq)- - 2- -
fertilizantes agrícolas
maré vermelha
esgoto tratado contém ca. 32 mg/L N e 8 mg/L P
eutrofização
metais e não-metais
Arsênico (As) mineração tóxicopossivelmente carcinogênio
Boro (B) detergentes tóxico
Chumbo (Pb) mineração tóxicocombustíveis prejudicial à
vida selvagemindústria
Crômio (Cr) galvanotécnica Cr(III) essencial; Cr(VI) tóxico
Cobre (Cu) galvanotécnica tóxico a plantas e algas em alto teormineração
Flúor (F-) aditivo da água previne a cárie (tóxico se >1 mg/L)
Mercúrio (Hg) mineração tóxicoindústria mobilizado por bactérias
Molibdênio (Mo) indústria essencial às plantastóxico a animais
Zinco (Zn) indústria essencialgalvanotécnica tóxico às plantas em alto teor
metais pesados
bioacumulação → danos ao SNC
pilhas e baterias
aterro sanitário
contaminação de águas subterrâneas, córregos
e riachos
mineração (garimpo)
rios e mares
os oceanos recebem por ano 400.000 t de metais pesados
80.000 t só de mercúrio
POPs (persistent organic compounds)
Os POPs são substâncias químicas tóxicas, cuja resistência à
biodegradação favorece sua permanência por longos períodos de tempo no meio ambiente, sendo assim responsáveis por fenômenos como a biomagnificação na cadeia alimentar.
“the dirty dozen”
aromáticos
policíclicos
(PAHs)
benzoantraceno
ativação enzimática
epóxido intermediário
atividade carcinogênica (reage com DNA)
derivado fenólico
excreção
corantes têxteis
Cerca de 10.000 corantes
e pigmentos sintéticos diferentes são usados nas indústrias têxtil e gráfica etc. Isso representa um consumo anual de cerca de 7×105
toneladas no mundo
e 26.500 toneladas no Brasil
(Bonancêa, 2005). As classes mais usadas são os azo-corantes (50% do total), antraquinonas e ftalocianinas.
petróleo e hidrocarbonetos
grandes acidentes
vazamentos em poços de petróleo, superpetroleiros,
rompimentos de dutos
Exxon Valdez: 42 milhões de litrosKuwait: 200.000 t no Golfo Pérsico
Rio Barigüi: 4 milhões de litrosBaía da Guanabara: 1,3 milhão de litros
5% dos danos
pequenos acidentes
vazamentos de óleo de motor de barcos
e de carros
somente no Canadá:300 milhões de litros/ano
95% dos danos
fenol e derivados fenólicos
fenóis e formaldeído
resinas água de condensação contendo <2 g/L
500 L/tonelada de resina produzida
fenóis tanques de armazenamento, navios, tubulações, transporte
água de lavagem contendo <15 g/L
0,1%da produção total diluída em 60 volumes de água
fenóis produção derramamentos, água de lavagem
0,1%da produção total diluída em 60 volumes de água
cadeia HC hidrofóbica
extremidade iônica hidrofílica estearato de
sódio
alquilbenzeno sulfonato de sódio
detergentes
- fabricação e embalagem: 2000 m3/ano em empresa de porte médio, contendo 0,05% de componentes ativos em 100 partes de água;
- agricultura e agro-indústria: água de lavagem de equipamentos, contendo <100 mg/L
- reciclagem de embalagens: 0,2-0,5 g/frasco vazio de 2 L, em 500 partes de água
pesticidas
pesticidas
Em 1962, Rachel Carson publicou
Silent Spring, um dos primeiros relatos sobre a relação entre a
presença de DDT no meio ambiente e o declínio na população de algumas espécies de animais. Posteriormente, estudos mostraram que o DDT possui atividade estrogênica e pode afetar o sistema reprodutor de mamíferos, pássaros e outros animais.
pesticidas
cianotoxinas
cianotoxinas
Caruaru (PE), 1996
fármacos
lavagem de fermentadores e liofilizadores: 0,05% da produção total em 500 L de água
lavagem de equipamentos de fabricação de pílulas: < 1000 mgC/L em 3-5000 L/dia
O efeito mais discutido dos fármacos é
o desenvolvimento de
resistência bacteriana aos antibióticos
fármacos
foram detectados em efluentes de ETE entre 0,1-1,0 μg/L e, em rios, entre 0,02-0,04 μg/L (Bila, 2005).
efeitos de poluentes sobre a saúde
substância tóxica + receptor → receptor modificado
inibição enzimática ruptura da membrana celular mau funcionamento da biossíntese de proteínas comprometimento do metabolismo de lipídeos e carboidratos inibição da respiração (utilização de O2
pelas células)
alteração de sinais vitais: temperatura, batimentos cardíacos e pressão sangüinea, respiração sistema nervoso central: alucinações, convulsões, paralisia, ataxia teratogênese mutagênese carcinogênese efeitos no sistema imunológico
substância ou metabólito tóxicos
efeito primário
efeito bioquímico
resposta fisiológica ou comportamental
efeitos de poluentes sobre a saúde
poluente LMC
(mg/L) efeitos fontes de
contaminação benzeno 0,005 câncer gasoline, tintas,
indústria de plásticos tetracloreto de carbono
0,005 câncer solventes
clorobenzeno 0,1 sistema nervoso, fígado desengraxamento de metais
o-diclorobenzeno 0,6 fígado, rins tintas, corantes 1,2-dicloroetileno 0,07 fígado, rins, sistema nervoso solventes etilbenzeno 0,7 fígado, rins, sistema nervoso gasolina, produtos
químicos diversos pentaclorofenol 0,001 câncer, fígado, rins preservativo de
madeira PCBs 0,0005 câncer óleos de transformador estireno 0,1 fígado, sistema nervoso plásticos, borrachas,
chorume de aterro tetracloroetileno 0,005 câncer solvente para lavagem
a seco, solventes tolueno 1,0 fígado, rins, sistema nervoso gasolina, solventes cloreto de vinila 0,002 câncer fabricação de plásticos xilenos 10 fígado, rins, sistema nervoso tintas, gasolina
a,
desreguladores endócrinos (DE)
Micropoluentes
(concentrações da ordem de mg/L e ng/L) que podem interferir no sistema endócrino, afetando o desenvolvimento, o crescimento, a reprodução e o comportamento.
Os DE podem alterar a função de órgãos do sistema endócrino, mimetizar a ação de
hormônios
endógenos, interagir com receptores de hormônios
ou alterar o metabolismo de hormônios
em um órgão
endócrino ou de forma periférica.
Agem como DE: pesticidas, fármacos,
alquilfenóis, ftalatos, bisfenol
A, estrogênios naturais (17b-estradiol,
estrona) e sintéticos (17a-etinilestradiol) e POPs.
Estrogênios foram detectados em esgoto
doméstico e em efluentes de ETE entre 0,2 ng/L-0,07μg/L (Bila, 2005).
desreguladores endócrinos (DE)
Em 1996, Colborn
e colaboradores publicaram Our Stolen Future, que discute os efeitos de DE no sistema endócrino de humanos e animais, além de apresentar um levantamento detalhado de problemas ambientais causados por diversos compostos. Antes, Colborn
et al. (1993) haviam publicado uma revisão sobre anomalias em pássaros e peixes associadas à
exposição a poluentes (dioxinas, PCBs
e pesticidas).
desreguladores endócrinos (DE)
Ftalatos: dimetil ftalato (DMP), dietil ftalato (DEP), butilbenzil ftalato (BBP)Inseticidas: DDT, DDE, Deltametrin, CarbofuranoHerbicidas: Atrazina, LinuronFungicidas: Tridemorfos, Procloraz, PenconazolPesticidas organoclorados: LindanoAlquilfenóis: nonilfenol, nonilfenol etoxiladoComposos orgânicos de estanho: tribultilestanho (TBT), trifenilestanho (TPT)Organoclorados: dibenzo-p-dioxina (TCDD)Parabenos: benzilparabeno, metilparabenoAromáticos: naftaleno, fluoreno, fenantreno, pireno, antracenoBifenilas policloradas: 2,4,4’-triclorobifenil, 2,2’,4,4’,5,5’-hexaclorobifenilRetardantes de chama bromados: polibromobifenila (PBB), tetrabromobisfenol (TBBA)Agentes terapêuticos e farmacêuticos: dietilestilbestrol (DES), 17α-etinilestradiol (EE2)Fitoestrogênios: isoflavonas, enterodiol, enterolactonaEstrogênios naturais: estrona (E1), 17β-estradiol (E2)
desreguladores endócrinos (DE)
mamíferos: deformidades no sistema reprodutivo de ratos (bisfenol A, PCB,
DDT)
répteis: concentrações anormais de hormônios sexuais no plasma, anomalias morfológicas nas gônadas (DDE, DDT), alteração na produção de ovos de tartarugas (17β-estradiol)
moluscos: anomalias no crescimento de conchas de mexilhões (efluente de ETE), surgimento de órgãos sexuais masculinos nas fêmeas (TBT, TPT)
anfíbios: anomalias no sistema reprodutivo (Atrazina), hermafroditismo (efluente de ETE)
pássaros: diminuição de fertilidade (pesticidas), feminização de gaivotas machos (DDT), anomalias no sistema reprodutivo (DDT)
peixes: feminização de machos (nonilfenol), infertilidade (efluente de ETE, 17β-
estradiol), inibição do crescimento testicular, hermafroditismo e mortalidade elevada de descendentes (17β-estradiol, estrona), indução à
síntese de VTG (estrona, 17α-
etinilestradiol)
critérios de qualidade de água
pHsalinidadealcalinidadedurezagases totais dissolvidosparâmetros globaisparâmetros de gruposparâmetros específicosoutros elementos/substâncias
critérios de qualidade
propriedades químicas
propriedades físicas
propriedades biológicas
absorbânciatransmitânciacorturbidezodor, sabortemperaturadensidadecondutividaderadioatividade
bacteriologiaorganismos específicosgrupos de microrganismos
toxicidade
aspectos da legislação brasileira
Código de Águas – Decreto no 24.643 de 10/07/1934
CETESB (SP) – Lei no 997 de 31/05/1973 e Decreto no 8.468 de 08/09/1976
Resolução Federal CONAMA no 20 de 18/06/1986
Política Estadual de Recursos Hídricos (SP) – Lei no 7.663 de 30/12/1991
Política Nacional de Recursos Hídricos – Lei no 9.433 de 08/01/1997
Lei dos Crimes Ambientais – Lei no 9.605 de 12/02/1998 (Seção III, Capítulo V)
Agência Nacional de Águas (ANA) – Lei no 9.984 de 17/06/2000
Resolução Federal CONAMA no 357 de 17/03/2005
Resolução CONAMA no
357/2005
Resolução CONAMA no
357/2005
Resolução CONAMA no
357/2005
Resolução CONAMA no
357/2005
Artigo 34 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, desde que obedeçam às seguintes condições:
a) pH entre 5 e 9;b) temperatura: inferior a 40°C, sendo que a elevação de temperatura do corpo receptor não deverá exceder a 3°C;c) materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Imhoff. Para o lançamento em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;d) regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de atividade diária do agente poluidor;e) óleos e graxas: óleos minerais até 20 mg/L; óleos vegetais e gorduras animais até 50 mg/L;f) ausência de materiais flutuantes.
Artigo 25 – É vedado o lançamento e a autorização de lançamento de efluentes em desacordo com as condições e padrões estabelecidos nesta Resolução.
Artigo 30 – No controle das condições de lançamento, é vedada, para fins de diluição antes do seu lançamento, a mistura de efluentes com águas de melhor qualidade, tais como as águas de abastecimento, do mar e de sistemas abertos de refrigeração sem recirculação.
Resolução CONAMA no
357/2005
Artigo 24 – Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis.
Artigo 27 – É vedado, nos efluentes, o lançamento dos Poluentes Orgânicos Persistentes-POPs mencionados na Convenção de Estocolmo, ratificada pelo Decreto Legislativo no 204, de 7 de maio de 2004.
gestão de resíduos e emissões
emissões
resíduos
1. ignorando a poluição
medidas fim-de-
linha
remediação
2. controlando as emissões e os resíduos após geração
3. fechando o ciclo, integrando com o ambiente
gestão de resíduos(Allen e Rosselot, 1997)
alimentaçãoproduto + resíduo
1. Redução da geração de resíduos
reator
2. Reciclo no processo
reator
reagente reciclado
separador
produto3. Reúso na planta
reator 1 separador
produto 1
produto 2reator 2
5. Tratamento de resíduos
produto
reator separador
resíduotratamento
tratado
4. Lançamento diretoproduto
reator separador
resíduo para o meio ambiente
6. Disposição segura
reator separador
aterroresíduo
produto
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