PORANDUBA Informativo da Coordenação de Informação e Documentação do Museu Paraense Emílio Goeldi
Ano 1, Número 1, Abril-Junho de 2016
www.museu-goeldi.br
COLEÇÃO OSVALDO CUNHA Publicações da coleção pessoal do herpetólogo Osvaldo Cunha são resgatadas
pela CID. Elas resumem a história do acervo bibliográfico e arquivístico criado
pelos ideais de Emilio Goeldi (na imagem, selo ex libris de Goeldi).
PG. 6
Coordenadora de Informação e Documentação
Maria Astrogilda Ribeiro Silva
Vice-coordenadora de Informação e Documentação
Sonia Maria de Sousa Dias
Chefe do Serviço de Biblioteca
Andréa Abraham de Assis
Chefe Substituto do Serviço de Biblioteca
Rodrigo Oliveira de Paiva
Serviço de Comunicação Social
Revisão Lázaro Magalhães
Projeto Gráfico Jéssica Vasconcelos
Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG/MCTI
Coordenação de Informação e Documentação
Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna
Av. Perimetral, 1901. Terra Firme 66077-530 - Belém,
PA - Brasil.
Fone: (91) 3075-6278 | E-mail: mgdoc@museu-
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Poranduba [notícias, informações, em tupi] é
um informativo da Coordenação de
Informação e Documentação do Museu
Paraense Emílio Goeldi (CID). Confira as ações
e novidades da biblioteca Domingos Soares
Ferreira Penna, do Arquivo Guilherme de La
Penha e das coleções bibliográficas e acervos
arquivísticos.
Seções:
Novas Aquisições: Periódicos & Livros
Publicações adquiridas pela biblioteca do
Museu Goeldi e acesso a artigos.
Especial
Artigos e matérias especiais.
Notas e Eventos
Notícias, ações e agenda de programações
(cursos, palestras e outros).
Ciência & Memória
Um passeio pelas coleções e acervos
arquivísticos e bibliográficos do MPEG.
Perfil
Colaboradores de destaque para o avanço nas
áreas de atuação do MPEG.
COORDENAÇÃO DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO - CID É um órgão de apoio ao gerenciamento, preservação e disseminação de informações e documentos sobre a Amazônia e as áreas de atuação do Museu Goeldi. Promove cursos, treinamentos, debates e palestras. Veja sua atuação: * Coleções bibliográficas científicas * Fundos documentais arquivísticos * Atividades e serviços: - Atendimento presencial e online; - Seleção e aquisição de documentos; - Distribuição de publicações; - Comutação bibliográfica; - Cursos de Conservação de Acervos; - Digitalização de acervos; - Projetos de pesquisa.
Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna
Campus de Pesquisa do MPEG
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Horários: 2ª a 5ª, de 8h às 17h,
e 6ª, de 8h às 14h.
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Arquivo Guilherme de La Penha
Campus de Pesquisa do MPEG
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Expediente e serviços
Imagem da capa
Selo Ex Libris do
acervo de Emílio
Goeldi desenhado por
Ernst Lohse (1902).
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NOVAS AQUISIÇÕES
DE PERIÓDICOS
Arthropod Systematics & Philogeny
V. 73, N. 3, 2015
590.5 A86
SUMÁRIO
Bulletin of the Auckland Museum
V. 20, 2015
505 B7
SUMÁRIO
Brazilian Journal of Geology
V. 45, N. 3, 2015
550.5 R24
SUMÁRIO
Candollea: Int. Jour. Of Systematic Botany V. 70, N. 2, 2015
580.5 C5
SUMÁRIO
História, ciências, saúde: manguinhos
V. 22, 2015
610.5 H4
SUMÁRIO
Scientlae studia
V. 13, N. 4, 2015
505 S72
SUMÁRIO
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NOVAS AQUISIÇÕES
DE LIVROS
AS AMAZÔNIAS DE BERTHA K. BECKER: ENSAIOS SOBRE
GEOGRAFIA E SOCIEDADE NA REGIÃO AMAZÔNICA
ASSIM CAMINHOU A HUMANIDADE
BELÉM DO PARÁ: HISTÓRIA, CULTURA E CIDADE
As Amazônias de Bertha K. Becker (em três volumes) reúne as
pesquisas de mais de 40 anos da geógrafa sobre a região. Sua
obra propõe um novo modelo de desenvolvimento sustentável
para a região. Assim, chama a atenção para necessidade do
desenvolvimento social, econômico e tecnológico integrado,
protegendo a natureza, a qualidade de vida da população local
e a autonomia do Brasil no mundo global.
O livro representa a primeira obra sobre Evolução Humana
escrita inteiramente por brasileiros. É redigido numa linguagem
acessível ao público em geral e ao público universitário das
áreas de Antropologia, Arqueologia e Biologia Evolutiva.
A obra é uma coletânea de artigos escritos por docentes e
discentes do Programa de Pós-graduação em História da UFPA,
resultados dos estudos realizados na linha de pesquisa
“Cidade, floresta e sertão: cultura, trabalho e poder”, que se
debruça, entre outros aspectos, sobre os espaços urbanos
amazônicos, sua cultura, movimentos sociais, poderes locais e
políticas de governo.
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NOVAS AQUISIÇÕES
DE LIVROS
PAN-AMAZÔNIA: VISÃO HISTÓRICA,
PERSPECTIVAS DE INTEGRAÇÃO E CRESCIMENTO
RAÇA, ETNICIDADE, SEXUALIDADE E GÊNERO:
EM PERSPECTIVA COMPARADA
HEALING ROOTS: ANTHROPOLOGY IN LIFE AND MEDICINE
Coleção de 23 capítulos relacionados com as temáticas de
segurança social econômica, política militar, biodiversidade,
transportes, energia, tecnologia de países vizinhos da
Amazônia brasileira.
Este livro representa uma adição interessante para a série
emergente de artigos e livros dedicados ao estudo das
interações entre os sistemas ocidentais e africanos do
conhecimento.
Publicação que representa o resultado de uma ação, de muito
sucesso, viabilizada entre os programas de pós-graduação em
antropologia social da Universidade de São Paulo e da
Universidade Federal do Pará entre 2008 e 2013. Obra que
trata da exploração de classificações de cor/raça, etnia, gênero
e orientação sexual em São Paulo e em Belém.
6
CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE EM PAISAGENS
Extinção de espécies florestais em diferentes
componentes de paisagens
PG. 4
"Como há de se determinar objetos de
história natural sem obras sistemáticas?".
Essa ponderação, feita pelo naturalista e
zoólogo suíço Emílio Goeldi ainda em 1894,
foi um dos pontos de partida determinantes
para os primeiros esforços de criação, na
região, de acervos que apoiassem as ações
em ciência na Amazônia.
Essa preocupação de Goeldi, registrada em
seu primeiro relatório ao chegar ao Pará para
dirigir o então “Museu Paraense de História
Natural e Etnographia”, traduz a importância
que as coleções bibliográficas científicas
tiveram para o esforço pioneiro de formar a
instituição, que em 2016 completa 150 anos.
Nesse século e meio, a ideia de
enriquecimento progressivo de acervos,
defendida por Goeldi, se manteve no Museu
- e foi estabelecida em grande parte por
empenhos pessoais e institucionais.
Paralelamente, a política de doações para seu
acervo foi fortalecida e ganhou contornos
cada vez mais sistematizados dentro do
MPEG. Um exemplo disso é o cuidado dado
recentemente à coleção Osvaldo Cunha,
doada ao Museu Goeldi pela família do
herpetólogo Osvaldo Rodrigues da Cunha
(1928-2011).
Livros para impulsionar a ciência na Amazônia: um
legado de Goeldi
Mais de mil exemplares do acervo do herpetólogo Osvaldo Cunha, doados ao MPEG, enriquecerão o acervo da instituição. A boa notícia resume o passado e o presente do esforço histórico que deu base à geração de conhecimento na Região
O acolhimento inicial desse acervo, que
envolve uma grande equipe, dedicada à
triagem, higienização e esforço de
conservação de 33 caixas de livros e
periódicos, está quase concluído.
Posteriormente, mais nove caixas com
valiosas publicações ainda serão higienizadas
e tratadas. E quando terminar, esse trabalho
resumirá o estado mais atual e aplicado de
um esforço pioneiro que há um século e
meio foi iniciado na região.
Osvaldo Cunha em sua sala no Museu Goeldi, 1991. (Foto: Acervo Museu Goeldi)
especial
Por Lázaro Magalhães
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Emílio Goeldi e funcionários do Museu Paraense, durante despedida da cidade de Belém, em 1907. (Foto: Arquivo Guilherme de La Penha)
História viva - Os ideais de Emílio Goeldi,
expressos ainda em 1894, em defesa da
formação de um acervo com obras para o
apoio à produção de conhecimento na
Amazônia, viriam a ser em seguida, em
Belém.
Vindo do Museu Nacional do Rio de
janeiro, após a Proclamação da República, o
zoólogo suíço assumiu, em junho de 1894,
a direção do Museu Paraense. Sete meses
depois, em janeiro de 1895, finalmente foi
criada a Biblioteca Domingos Soares
Ferreira Penna, que em 2016 também
completa 121 anos de existência.
Com apenas um quarto das suas primeiras
projeções de acervo feitas por Goeldi, a
Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna
foi inicialmente enriquecida aos poucos,
com permutas do primeiro Boletim do
Museu Paraense com conceituadas
instituições científicas de vários continentes.
Em 1896, Emílio Goeldi já almejava obter
obras complementares. "Além daquelas
voltadas para as especialidades de atuação
do Museu, e também de viagens e
expedições, Emílio Goeldi estava em busca
de obras que permitissem cabedal no
estado atual das ciências naturais relativas à
Amazônia, e que permitissem
embasamento e sucesso nas
argumentações com o mundo científico",
ressalta Gilda Ribeiro, responsável pela
Coordenação de Informação e
Documentação do Museu Goeldi (CID).
Abrigando as bibliotecas e os acervos
bibliográficos e arquivísticos da instituição,
a CID hoje cuida de aproximadamente 340
mil volumes, entre livros, periódicos
nacionais e internacionais, folhetos, teses,
dissertações, monografias, publicações
seriadas, material multimídia e coleções que
incluem itens que vão desde o século XVI
até os dias atuais.
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Biblioteca do Museu Paraense Emílio Goeldi, em meados do século XX. (Foto: Arquivo Guilherme de La Penha)
Doações de gerações - As coleções da
Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna
também chegaram a ser enriquecidas até
com doações reais, como as feitas pelo
príncipe Alberto I, de Mônaco, e as do
Príncipe Fernando I, da Bulgária. Também
passaram a integrar parte deste acervo
obras científicas como as do professor John
Casper Branner (1850-1922), da
Universidade de Stanford, Califórnia.
Geólogo norte-americano, Branner foi um
dos fundadores da Universidade de
Stanford e também expert em geologia
brasileira: esteve em expedições no País em
1899 e entre 1907 e 1908.
"Nesse período foram adquiridas séries
completas de peso, como Iust's Botaniches
Iahrbucher e o International Archive fur
Ethnographie. Em 1901, foram adquiridas
obras importantes de sistemática zoológica
e botânica, como as de Cuvier e Temminck",
ressalta Gilda Ribeiro. Outros importantes
títulos chegaram por compra, como as
obras.
obras completas de Humboldt e Bonpland,
Voyages aux régions équinoctiales, e
Sertum Palmarum Brasiliensum, de Barbosa
Rodrigues.
Na história da formação do acervo
bibliográfico e arquivístico do Museu
Goeldi, no entanto, esforços pessoais
também se destacam de forma relevante.
São ações que fizeram a diferença em vários
momentos desse século e meio de trajetória
institucional. "Diversas pessoas organizaram
o acervo da Biblioteca Domingos Soares
Ferreira Penna. O próprio Emílio Goeldi
esteve às voltas com o catálogo. Jacques
Huber, que substituiu Goeldi, em 1907
exerceu os serviços da Biblioteca. O
catálogo de fichas e folhas separadas foi
continuado por Otilia Muller e Machado
Coelho. Até que chegou a importante
bibliotecária Clara Galvão, que formou, no
ofício, várias profissionais que hoje ainda
atuam com seus conhecimentos na
Biblioteca", conta Gilda Ribeiro.
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O acervo Osvaldo Cunha - Desse trabalho
contínuo de gerações, que hoje se agrega a
gente mais nova na Biblioteca do Museu
Goeldi, o acolhimento da doação da
coleção particular do pesquisador Osvaldo
Cunha, que pertenceu ao quadro da
instituição, é o mais significativo exemplo
atual de um grande esforço institucional
movido a superações pessoais.
Osvaldo Rodrigues da Cunha (1928-2011)
foi herpetólogo. E foi para o MPEG que
Cunha dedicou a maior parte de sua vida
profissional voltada à herpetologia - o ramo
da zoologia que estuda os répteis e
anfíbios. E ainda quando estava em
atividade no Museu, Cunha já havia deixado
legados importantíssimos nessa área, como
estudos pioneiros e o fortalecimento da
Coleção Herpetológica do MPEG. "Quando
Cunha se aposentou, a Coleção
Herpetológica do MPEG já contava com 38
mil exemplares, um aumento de quase 60
vezes em relação ao número existente em
1965", ressalta a coordenadora da CID,
Gilda Ribeiro. Nessa época, o MPEG
conseguiu formar a maior coleção
herpetológica com material da Amazônia
brasileira do País. E assim consolidou
também a terceira maior coleção
herpetológica do Brasil.
Resgate do acervo de Osvaldo Cunha. (Foto: Astrogilda Ribeiro)
Higienização das obras recuperadas. (Foto: Astrogilda Ribeiro)
Mesmo após sua morte, Cunha segue
enriquecendo o acervo do Museu. A família
do pesquisador doou à instituição uma
parte de livros e periódicos. Os mais de mil
volumes estão se integrando ao acervo do
MPEG. E o belo nisso é assistir como o
passado, representado pelo legado de
Cunha, se funde ao esforço do presente,
apontando o futuro. "Para o recebimento
dessa doação, foram deslocados 12 técnicos
da Biblioteca, para fazer a triagem de um
acervo que já estava abrigado há dois anos
na casa de Osvaldo Cunha, aos cuidados da
da sobrinha Ana Lúcia Cunha", detalha
Gilda Ribeiro.
O trabalho exigiu triagem minuciosa dos
títulos, voltados a várias áreas de interesse
do Museu Goeldi, observando o valor
científico de cada volume e a raridade das
obras. A grande maioria dos títulos já foi
tratada. Ao todo, 945 volumes já foram
higienizados – e muitos fumigados, em
função do seu estado de conservação e
contaminação por fungos e insetos. Restam
apenas seis caixas para o término desses
trabalhos. "Certamente este acervo de
Cunha enriquece ainda mais a coleção
científica do Museu Goeldi. Para ressaltar a
sua importância, constam alguns autores
como Coudreau, Darwin, Gould, Herrmann,
Martius, Spix, Wallace, Nimuendajú e até
Volumes da Coleção Brasiliana, que agora
foram acrescidos às nossas coleções",
comemora a coordenadora da CID.
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Museu Goeldi consolida sua política de acolhimento de coleções
científicas e ganha experiência numa área que fortalece seu acervo
O acolhimento de doação da coleção
particular do pesquisador Osvaldo Cunha -
com seu trabalho de triagem, higienização e
conservação -, é um exemplo bem sucedido
do esforço contínuo e bem preparado da
equipe da Coordenação de Informação e
Documentação do Museu Goeldi (CID) para
o fortalecimento do acervo bibliográfico e
arquivístico da instituição. E esse esforço
coroou o estabelecimento de uma política
institucional para o acolhimento doações.
"Acolher acervos como o de Osvaldo Cunha
é algo importantíssimo. A coleção científica
de Cunha, por exemplo, contempla várias
áreas do Museu", ressalta Gilda Ribeiro,
coordenadora da CID.
A CID avalia que a equipe saiu fortalecida
da experiência. "Nas horas de arregaçar as
mangas para enfrentar os desafios, a equipe
encarou com força e responsabilidade. A
participação de todos foi corajosa, pelo
estado do acervo de Osvaldo Cunha. O
desafio foi tão grande que nos serviu como
desafio foi tão grande que nos serviu como
experiência no possível acolhimento de
outros acervos", ressaltou Gilda Ribeiro.
Pela internet - Como parte da Política de
Desenvolvimento de Coleções, hoje o
Museu
COMO DOAR?
- Procure primeiro a Coordenação de Informação
e Documentação do MPEG (CID)
- Conheça as condições do termo de doação no
portal do Museu. Imprima e assine.
- O acervo a ser doado será avaliado. O Museu
Goeldi faz visitas ao local.
QUEM PROCURAR?
- Coordenação de Informação e Documentação
do Museu Goeldi (CID);
- Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna.
ATENDIMENTO
Campus de Pesquisa do Museu Goeldi – CID
De segunda a sexta, das 9h às 12h e 13h às 17h
Av. Perimetral, 1901, Terra Firme. Belém – PA
Portal do Museu Goeldi
Coordenação CID – Gilda Ribeiro
Chefia de Biblioteca – Andréa Assis
Telefones: (91) 3075-6278/ 3217-6061
A força das doações
Museu já dá acesso ao Termo de Doação de
Materiais Bibliográficos, através da página
da Biblioteca Domingos Soares Ferreira
Penna no portal do MPEG. "O doador deve
ler o termo e conhecer critérios lá listados",
ressalta Andréa Abraham de Assis, chefe do
Serviço da Biblioteca Domingos Soares
Ferreira Penna. Os doadores também
devem entrar em contato com a equipe da
CID. "Nesse contato é avaliada a pertinência
do acervo através de uma curadoria”,
lembra Gilda Ribeiro.
Após a aprovação do novo acervo, uma
equipe da biblioteca do Museu Goeldi visita
o local, de posse de termo de doação - que
estabelece as condições para abrigá-lo.
Por Lázaro Magalhães
Acervo da biblioteca científica do Museu Paraense Emílio Goeldi. (Foto: Acervo Museu Goeldi)
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Dossiê da série exposição. (Foto: Arquivo Guilherme de La Penha)
A equipe do Arquivo Guilherme de La Penha concluiu
a identificação e montagem de dossiês da série
Exposições. Totalizando 103 dossiês com documentos
por exposição museológica, do período de 1973 a
2013, constitui fonte de informações importantes
sobre a atuação do Museu Goeldi no campo da
Museografia e comunicação museológica.
Identificação e montagem de dossiês da série exposição são concluídas
Notas & eventos
Servidora da CID é eleita membro titular do Conselho
Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura
A servidora do Arquivo Guilherme de La Penha,
Doralice Romeiro, foi eleita membro titular do
Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério
da Cultura (MinC), representando o Colegiado Setorial
de Arquivos. O referido conselho tem por finalidades
propor a formulação de políticas públicas para as
atividades culturais em seus diversos segmentos, em
todo território nacional.
Eleição de servidora da CID no MinC. (Foto: MinC)
Tratamento da série “Correspondência ativa da gestão Emílio Goeldi”
Está sendo desenvolvida a identificação, descrição e
acondicionamento da série “Correspondência Ativa
da Gestão Emílio Goeldi (1894/1907)”, que,
juntamente com a série “Correspondência Passiva”,
totalizam mais de 800 documentos, entre cartas,
ofícios, memorandos e pareceres, que retratam as
primeiras ações de Emílio Goeldi por ocasião da
reestruturação do então Museu Paraense.
Tratamento técnico de documento. (Foto: Arquivo Guilherme de La Penha)
12
Sobrevoos de Goeldi e Lohse
No fim do século XIX e aurora do século XX, Emílio Goeldi
e o ilustrador Ernst Lohse retratavam em palavras e imagens
a Amazônia. É a época de ouro dos cientistas viajantes
As obras raras disponíveis no acervo do Museu Goeldi podem nos levar a um passado rico para
a história de pioneirismo da ciência na Amazônia. A Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna
abriga imagens que retratam a flora e a fauna da região, com textos de cientistas e viajantes
que a percorreram em séculos passados. Nestas páginas, reproduzimos descrições de Emílio
Goeldi (1859-1917) e ilustrações de Ernst Lohse (1873-1930) para aves como socós e araras,
encontradas em viagens ao Arquipélago do Marajó e às Guianas. Alce voo no tempo.
“Saímos de sob as arcadas; estamos de
novo em pleno céu tropical e os raios do sol
equatorial brilham e refletem-se mil vezes,
pulverizando de pontos luminosos as
comas dos arbustos e árvores de meia
estatura e o tapete variegado de folhas com
que inúmeras trepadeiras revestem a
vegetação das margens. O mundo alado
ainda uma vez se nos apresenta sob novo
aspecto.
A cada pancada dos remos levanta-se do
verde labirinto de grinaldas, de um lado ou
de outro, um bando de socós, em todas as
fases de idade, evidentemente advertidos
mais pelo seu agudíssimo ouvido que
mesmo pela vista e se dispersam em todas
as direções, com gritos ásperos que bem
mostram o embaraço em que se acham
para encontrar sem demora um novo
esconderijo sombrio.
E assim durante um bom quarto de hora,
caminhamos, levando continuamente à
nossa frente uma nuvem de 30, 50 e mais
socós; [...]”
Emílio A. Goeldi (1859-1917) Maravilhas da natureza na Ilha de Marajó (Rio Amazonas). Boletim do Museu Paraense de Historia
Natura e Ethnographia (Museu Goeldi),
Belém, t. 3 fasc. 1-4, p. 385,
Socós. Álbum de Aves Amazônicas de Emílio A. Goeldi – 1900-
1906. Ilustração de Ernst Lohse (1873-1930)
Ciência e memória
Por Olímpia Resque
13
“As araras são por certo uma das mais
brilhantes figuras das florestas equatoriais
da América do Sul, e compreender-se-á
facilmente quanto ficamos surpreendidos
por encontrar aqui, na costa da Guiana, uma
das espécies mais raras, a arara azul [...] em
circunstâncias que nos permitem considerar
uma ave comum nestas regiões. De uma vez
Araras. Álbum de Aves Amazônicas de Emílio A. Goeldi – 1900-1906. Ilustração de Ernst Lohse (1873-1930).
Emílio A. Goeldi
Resultados ornithologicos de uma viagem de naturalistas
à costa da Guyana meridional.
Boletim do Museu Paraense de Historia Natura e
Ethnographia (Museu Goeldi), t. 3, p 219, 1900-1902.
vimos juntos oito indivíduos, formando quatro
casais. Os indígenas, todos brasileiros do
estado do Pará (pelo menos ao longo do
Cunani e da região costeira do Norte) falam da
arara azul, que e, aliás, uma espécie rara nos
jardins zoológicos, como de uma “ave de
arribação”, comum na estação seca, e ausente
durante certos meses. [...]”.
14
perfil
O herpetólogo Osvaldo Rodrigues da Cunha é o pesquisador homenageado in memorian na 1ª
edição do Poranduba – justamente por sua grande colaboração em pesquisas do Museu Goeldi
e à sociedade com seus estudos voltados à área de herpetologia.
Osvaldo Rodrigues da Cunha (1928-2011) foi herpetólogo do Museu Paraense Emílio Goeldi
(MPEG) durante a maior parte de sua vida profissional. Nessa área, deixou um grande legado, na
forma de estudos pioneiros e também para fortalecimento da Coleção Herpetológica do MPEG.
Quando Osvaldo Cunha se aposentou, a Coleção Herpetológica do MPEG já contava com 38.000
exemplares, um aumento de quase 60 vezes em relação ao número existente em 1965.
Constituía, então, a maior coleção herpetológica com material da Amazônia brasileira e a
terceira do Brasil.
Fonte: Cunha, 1978.
OSVALDO CUNHA