ASSOCIAO POMBA DA PAZ IPSS
ESPAO COMUNITRIO SACAVM
2012 -2013
EDUCADORA DE INFNCIA
Tnia Ferro
AJUDANTE DA AO EDUCATIVA
Ins Quianda
2
ndice
Introduo ..................................................................................................................................... 2
1. Diagnstico ............................................................................................................................ 4
1.1. Caracterizao do grupo .................................................................................... 4
1.2. Identificao de interesses e necessidades ....................................................... 6
1.3. Levantamento de recursos ................................................................................ 7
2. Fundamentao das opes educativas ............................................................................... 8
3. Metodologia ........................................................................................................................ 11
4. Organizao do Ambiente Educativo .................................................................................. 13
4.1. Organizao do Grupo ..................................................................................... 13
4.2. Organizao do Espao e dos Materiais .......................................................... 14
4.3. Organizao do Tempo .................................................................................... 16
4.4. Trabalho de Equipa .......................................................................................... 18
4.5. Trabalho com as Famlias ................................................................................. 19
4.6. Trabalho com a Comunidade ........................................................................... 20
5. Intencionalidades Educativas .............................................................................................. 21
5.1. Opes e prioridades curriculares ................................................................... 21
5.2. reas de Contedo: Objectivos, Estratgias e Efeitos Esperados ................... 23
5.3. Estratgias pedaggicas e organizativas previstas das componentes
educativas e de apoio famlia .................................................................................. 31
5.4. Previso dos intervenientes e definio de papis ......................................... 32
6. Avaliao ............................................................................................................................. 34
6.1. Avaliao com as Crianas ............................................................................... 34
6.2. Avaliao com a Equipa ................................................................................... 35
6.3. Avaliao com as Famlias ................................................................................ 36
6.4. Avaliao com a Comunidade .......................................................................... 36
7. Planificao das actividades ................................................................................................ 38
8. Bibliografia .......................................................................................................................... 39
Introduo
3
O presente documento uma forma de orientao para os profissionais de
educao, em especfico da Sala Laranja, mas tambm um documento que os
encarregados de educao e familiares podem consultar para melhor compreender o
trabalho que realizado na sala.
Neste documento ir descrever-se o grupo de crianas, assim como as linhas
orientadoras de trabalho que foi refletido para este grupo especfico.
Pretende-se que o encarregados de educao e/ou outros familiares participem
ativamente na vida escolar do seu educando e, para tal, ir constar do projeto
curricular de turma a incluso da famlia enquanto primeiro interveniente da criana,
de forma a haver uma interligao e interao entre escola-famlia.
O projeto ter linhas orientadoras concretas e objetivos especficos. No
entanto, um projeto flexvel a mudanas e alteraes que esto de acordo com as
necessidades manifestadas pelo grupo de crianas.
O projeto curricular de turma ter, este ano letivo 2012/2013, como tema
principal Sentimentos e Emoes. Ao longo do projeto iro descritos objetivos e
metodologia que permitiro trabalhar o tema.
4
1. Diagnstico
1.1. Caracterizao do grupo
No presente ano lectivo, a Sala Laranja constituda por um grupo heterogneo
de 18 crianas, com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos. De salientar que oito
crianas ingressaram no Pr-escolar pela primeira vez, enquanto os restantes j
haviam frequentado outras salas, como a Sala Arco-ris e Lils.
um grupo nascido em Portugal havendo crianas cujos pais so originais de
outros pases como Angola, Cabo Verde e Brasil. Este grupo vive, na sua maioria na
Urbanizao Terraos da Ponte, Sacavm.
Relativamente a necessidades educativas especiais, h dois casos sinalizados na
Sala. Uma criana com espectro do autismo e, como tal, tem apoio de uma educadora
de interveno precoce, assim como musicoterapia e terapia da fala. uma criana
com 4 anos que no autnoma necessitando da interveno do adulto para comer e
para trabalhar, para realizar a higiene diria como lavar as mos. No presente
momento em que o projeto foi escrito, esta criana ainda no pronunciava qualquer
palavra, manifestando somente sons aleatrios como mama ou papa.
O outro caso sinalizado uma criana de 5 anos que tem apoio a nvel da fala,
ou seja tem terapia da fala e, acompanhada por uma psicloga.
Quanto aos encarregados de educao, o local de trabalho mais comum no
concelho de Lisboa, havendo, similarmente, encarregados de educao que esto
desempregados.
Para ajudar na compreenso e observao dos dados, prosseguem-se algumas
tabelas que permitem a transparncia dos dados atrs descritos. Refiro que estes
dados foram recolhidos a partir das fichas individuais de cada criana que foram
atualizadas aquando das entrevistas aos encarregados de educao.
1.1.1 Distribuio das crianas por sexo
Masculino Feminino
8 11
5
1.1.2 Distribuio das crianas por idade
Idades 3 Anos 4 Anos 5 Anos
N de Crianas 8 5 6
1.1.3 Distribuio das crianas por salas e novo ingresso
Sala Arco-ris Lils Ingressou
este ano
N de
Crianas
1
10
8
1.1.4 Distribuio da residncia do grupo de crianas
Sacavm Camarate Santo Antnio
dos Cavaleiros
N de
Crianas
12 6 1
1.1.5 Crianas com Apoio
Terapia da
Fala
Psicloga Educao de
Apoio
Musicoterapia
N de Crianas 2 1 2 1
1.1.6 Distribuio de pais empregados
Pais empregados
(Portugal)
Pais empregados
(estrangeiro)
Desempregados
N de Pais 6 4 9
6
1.1.7 Distribuio de mes empregadas
Mes empregadas Em formao Desempregadas
N de Mes 14 2 3
1.2. Identificao de interesses e necessidades
O grupo da sala Laranja um grupo participativo e comunicativo. Gostam de
ajudar o adulto sempre que este pede ajuda, e algumas crianas gostam de tomar a
iniciativa e ajudar o adulto mesmo quando esta no solicitada.
Gosta de participar ativamente nas vrias tarefas e atividades que so
propostas, manifestando interesse, iniciativa e empenho quando as realiza.
um grupo que autnomo, exceo de uma criana que tem espectro do
autismo e que necessita que o adulto a oriente e que a ajude.
um grupo que gosta de fazer pinturas, gosta igualmente de fazer desenhos
seja para registar o que aprendeu, seja um desenho livre, onde pode exprimir o que
quer.
O grupo gosta bastante da rea da casinha pois uma rea onde podem
representar vrios momentos do seu quotidiano, para alm de poderem assumir
diferentes personagens como pai, me, filho, entre outras. uma rea onde
predominantemente esto meninas a brincar, mas os meninos tambm gostam de
brincar nesta rea escolhendo-a frequentemente. Escolhem, igualmente, a rea dos
jogos e da garagem. A garagem frequentada tanto pelos meninos como pelas
meninas. A rea da escrita e da matemtica , igualmente, muito requisitada,
especialmente pelas crianas que j possuem os 5 anos e que iro ingressar no ensino
bsico no prximo ano letivo.
7
1.3. Levantamento de recursos
Na sala Laranja podem-se encontrar diversos materiais disponveis para
complementar o desenvolvimento cognitivo, fsico e social da criana.
Assim, na rea da casinha existem materiais caractersticos de uma casa, com
uma cama, carrinho e roupas para bebs, pratos, panelas e talheres, rdio e telemvel,
entre outros. Esta rea est delimitada para 4 crianas brincarem. No incio do ano
letivo foi permitida a permanncia de 5 crianas nesta rea, mas gerava alguns
conflitos pelo que se cingiu a rea para ser frequentada por 4 crianas.
Na rea da garagem pode-se encontrar carros de vrios tamanhos e de
diferentes materiais, assim como diversos bonecos com diferentes tamanhos, como
animais. Nesta rea encontra-se, tambm, casas e algumas bonecas de plstico. Esta
rea pode ser frequentada por 4 crianas.
A rea dos jogos, por sua vez, tem jogos de encaixe como diversos puzzles com
diferentes graus de dificuldade, domins, jogos de enfiamento, entre outros. Apesar
da mesa dos jogos permitir que mais crianas possam jogar ao mesmo tempo, para
no haver conflitos e peas de diferentes jogos misturadas, esta rea pode ser
frequentada no mximo por 6 crianas.
A rea da biblioteca tem um armrio com bastantes livros e um sof e uma
almofada que combinados proporcionam melhor bem-estar a quem est nesta rea.
Devido a ser um espao acolhedor e pequeno, foi delimitado para 2 crianas.
H ainda materiais de desgaste que podem ser usados para realizar variadas
actividades e projectos com o grupo.
8
2. Fundamentao das opes educativas
Atualmente, uma educao de qualidade transcrita por muitos fatores. Do meu
ponto de vista, estes so os aspetos mais importantes para se obter uma educao de
qualidade onde as crianas sero as principais beneficirias.
Neste sentido, irei transcrever os aspectos-chave de Zabalza (1998, pp.50-54):
1. Organizao dos espaos A educao infantil () precisa de espaos
amplos, bem diferenciados, de fcil acesso e especializados (facilmente
identificavis pelas crianas tanto do ponto de vista da sua funo como das
atividades que se realizam nos mesmos).
2. Equilbrio entre iniciativa infantil e trabalho dirigido no momento de
planejar e desenvolver as actividades () A presso do currculo no pode
substituir, em nenhuma situao, o valor educativo da autonomia e da
iniciativa prpria das crianas. Mas, ao mesmo tempo, os professores(as)
tambm precisam planejar momentos nos quais o trabalho esteja orientado
para o desenvolvimento daquelas competncias especficas que constam da
proposta curricular.
3. Ateno privilegiada aos aspectos emocionais () nesta etapa do
desenvolvimento os aspectos emocionais desempenham um papel
fundamental, () constituem a base ou a condio necessria para qualquer
progresso nos diferentes mbitos ao desenvolvimento infantil. Tudo na
Educao Infantil influenciado pelos aspectos emocionais: desde o
desenvolvimento psicomotor, at o intelectual, o social e o cultural.
4. Utilizao de uma linguagem enriquecida () sobre a linguagem que vai
sendo construdo o pensamento e a capacidade de decodificar a realidade e
a prpria experincia, ou seja, a capacidade de aprender. preciso, ento,
criar um ambiente no qual a liguagem seja a grande protagonista: tornar
possvel e estimular todas as crianas a falarem; criar oportunidades para
falas cada vez mais ricas atravs de uma interao educador(a) criana
que a faa colocar e jogo todo o seu repertrio e superar constantemente as
estruturas prvias.
9
5. Diferenciao de atividades para abordar todas as dimenses do
desenvolvimento e todas as capacidades Embora o crescimento infantil
seja um processo global e interligado, no se produz nem de maneira
homogna nem automtica. Cada rea do desenvolvimento exige
intervenes que o reforcem e vo estabelecendo as bases de um progresso
equilibrado do conjunto.
6. Rotinas estveis () As rotinas atuam como as organizadoras estruturais
das experincias quotidianas, pois esclarecem a estrutura e possibilitam o
domnio do processo a ser seguido e, ainda, substituem a incerteza do futuro
por um esquema fcil de assumir. O quotidiano passa, ento, a ser algo,
previsvel, o que tem importantes efeitos sobre a segurana e a autonomia.
7. Materiais diversificados e polivalentes Uma sala de aula de educao
Infantil deve ser, antes de mais nada, um cenrio muito estimulante, capaz
de facilitar e sugerir mltiplas possibilidades de ao. Deve conter materiais
de todos os tipos e condies, comerciais e construdos, alguns mais formais
e relacionados com atividades acadmicas e outros provenientes da vida
real, de alta qualidade ou descartveis, de todas as formas e tamanhos, etc.
8. Ateno individualizada a cada criana () mesmo que no seja possvel
desenvolver uma ateno individual permanente, preciso manter, mesmo
que seja parcialmente ou de tempos em tempos, contatos individuais com
cada criana. o momento da linguagem pessoal, de reconstruir com ela os
procedimentos de ao, de orientar o seu trabalho e dar-lhe pistas novas, de
apoi-la na aquisio de habilidades ou condutas muito especficas, etc.
9. Sistemas de avaliao, anotaes, etc., que permitam o acompanhamento
global do grupo e de cada uma das crianas () preciso ter uma
orientao suficientemente clara e avaliar a cada passo se est havendo um
avano em direo aos propsitos estabelecidos. No se trata de coisificar
as intenes educativas, nem tampouco de formalizar o processo. Trata-se,
sim, de saber o que se quer (ideia geral) e quais so as grandes linhas do
processo estabelecido para alcan-lo.
10. Trabalho com os pais e as mes e com o meio ambiente (escola aberta)
() Esse tipo de participao enriquece o trabalho educativo que
10
desenvolvido na escola, enriquece os prprios pais e mes e enriquece a
prpria ao educativa que as famlias desenvolvem depois em suas casas.
Tambm os professores(as) aprendem muito com a presena dos pais e das
mes, ao ver como eles enfrentam os dilemas bsicos da relao com
crianas pequenas.
11
3. Metodologia
Na minha prtica educativa no uso apenas um nico modelo pedaggico.
Prefiro aproveitar o que, na minha opinio, cada um tem de melhor e adapt-lo ao
grupo de crianas com que me encontro. Neste sentido, na minha prtica presto
cuidado aos saberes que as crianas j adquirem e aos seus interesses havendo, deste
modo, uma conjuno entre os interesses que elas partilham e uma ateno s suas
necessidades. Assim, partindo dos interesses manifestados pelas crianas cria-se um
projecto mais rico e diversificado, aumentando no s a criatividade dentro do
projecto como, aumentando de igual forma, o interesse, o prazer, o envolvimento de
cada criana e a sua auto-estima.
Com a Pedagogia de Projecto, pretende-se que cada criana tenha uma opinio,
saiba planear, saiba dar sugestes, saiba avaliar o trabalho que foi realizado, saiba
trabalhar em conjunto com o outro ou outros mas que, acima de tudo, seja capaz de se
divertir procura de mais informao, que saiba ultrapassar obstculos em busca do
saber e que descubra por ela prpria (com ajuda do adulto) que o mundo ao seu redor
uma fonte inesgotvel de perguntas, respostas e curiosidades.
Outro modelo com que me identifico o modelo High-Scope. Identifico-me
com este modelo no sentido de que cada criana capaz de realizar a maioria das
tarefas sem a interveno direta do adulto, ou seja, o adulto cria oportunidades para
que as crianas ultrapassem as suas dificuldades, de modo a que estas consigam ser
autnomas e consigam resolver os seus auto-conflitos e conflitos com os pares. Assim,
e citando Hohmann e Weikart (2007, p.331) As crianas so, por natureza,
formuladoras e resolutoras de problemas. So capazes de solucionar e solucionam
muitos problemas sozinhas. Por vezes os adultos, que so resolutores de problemas
mais eficientes que as crianas, tm de se refrear para no interferir, prematuramente,
nas tentativas de resoluo de problemas feitas pelas crianas.. Para alm deste facto,
identifico-me ainda com este modelo no sentido do trabalho de e em equipa, visto que
um modelo que privilegia bastante o trabalho em equipa, envolvendo todos os
adultos da sala e da instituio, trocando sugestes, observaes.
12
Relativamente ao Movimento Escola Moderna, a avaliao e os debates em
grande grupo so uma mais-valia para o desenvolvimento da democracia, assim como
os mapas reguladores que so usados frequentemente neste modelo, como o Mapa
das Presenas, das Tarefas, do Tempo, entre outros, que permitem a tomada de
conscincia da criana enquanto pessoa pertencente a um grupo. Enquanto
educadora, estes aspectos referidos anteriormente so de () um espao de iniciao
s prticas de cooperao e de solidariedade de uma vida democrtica. Nela, os
educandos devero criar com os seus educadores as condies materiais, afectivas e
sociais para que, em comum, possam organizar um ambiente institucional capaz de
ajudar cada um a apropriar-se dos conhecimentos, dos processos e dos valores morais
e estticos gerados pela comunidade no seu percurso histrico-cultural. (Formosinho
et. al, 2007, p.127).
13
4. Organizao do Ambiente Educativo
4.1. Organizao do Grupo
O grupo comea por mudar o dia da semana e o dia do ms. Logo a seguir
marcam a presena e depois planeiam, em conjunto com a educadora, no tapete.
neste local que se vo debater ideias, projectos e avaliar o trabalho realizado, assim
como escolher a rea onde querem ir brincar.
Como so um grupo heterogneo, as atividades orientadas sero realizadas em
pequeno grupo, de modo, a que o adulto (seja a educadora ou a A.A.E) possa
disponibilizar mais tempo e apoio de melhor qualidade ao grupo de crianas que est a
realizar a actividade. Excepcionalmente, podero ocorrer actividades de grande grupo.
Estas sero actividades em que o adulto conclua que o grupo no necessita de tanto
apoio, pois pode-se apoiar nos seus pares. Neste sentido, o trabalho est dividido em
dois momentos, na parte da manh o trabalho dirigido s crianas que necessitam de
dormir a sesta, enquanto a parte da tarde ser para o grupo que no dorme comear
e/ou concluir o trabalho.
Contudo, os momentos em pequeno grupo no conferem toda a ateno que
uma criana possa precisar e requerer. Como cada criana uma criana, e cada uma
tem uma personalidade e necessidades diferentes, cabe ao educador proporcionar
ateno individualizada para que a criana possa crescer num ambiente onde se sinta
apoiada, querida, confiante e que possibilite o aumento da sua auto-estima. Neste
sentido, e fazendo referencia s Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar
A relao individualizada que o educador estabelece com cada criana facilitadora
da sua insero no grupo e das relaes com as outras crianas. Esta relao implica a
criao de um ambiente securizante que cada criana conhece e onde se sente
valorizada. (Ministrio da Educao, 1997, p.35).
14
4.2. Organizao do Espao e dos Materiais
O espao e os materiais so pensados e organizados de forma a auxiliar o grupo
de crianas, ou seja, o espao pensado em funo do grupo de modo a que este
ltimo no sinta tanta necessidade de pedir auxlio aos adultos da sala, contribuindo,
desta forma, para o seu bem-estar e autonomia. J os materiais so pensados de modo
a permitirem a diversidade de brincadeiras e a estimular o raciocnio lgico-
matemtico, assim como a desenvolver as aptides sociais. O estado em como estes se
encontram tambm fulcral, visto que materiais apelativos e diversificados permitem
aguar o interesse da criana, da mesma forma que permitem que esta permanea
interessada e concentrada durante mais tempo.
necessrio que o educador no reflita apenas no inicio do ano letivo acerca da
organizao do espao e dos materiais, muito pelo contrrio. uma das preocupaes
do educador reflectir durante o ano letivo sobre a disposio e disponibilidade do
espao e dos materiais de forma a coincidir com a evoluo e com as necessidades do
grupo de crianas. Assim, necessria A reflexo permanente sobre a funcionalidade
e adequao do espao e as potencialidades educativas dos materiais permit[indo] que
a sua organizao v sendo modificada de acordo com as necessidades e evoluo do
grupo. (Ministrio da Educao, 1997, p.38).
Segundo Zabalza (1998, p.50) () [a] organizao dos espaos: precisa de
espaos amplos, bem diferenciados, de fcil acesso e especializados (facilmente
identificveis pelas crianas tanto do ponto de vista da sua funo como das atividades
que se realizam nos mesmos). Tambm importante que exista um espao onde
possam ser realizadas tarefas conjuntas de todo o grupo ().. Ora, neste sentido, a
sala est dividida em reas de interesse distintas:
rea da casinha - Esta rea tem disponveis materiais que se
assemelham aos que se encontram em casa pratos, talheres, panelas,
telefone, agenda, entre outros. Pode-se tambm encontrar nesta rea
um tapete, uma cama para bebs, alguns bonecos, um fogo. assim,
15
uma rea que permite que as crianas representem as realidades vividas
por elas, quer na escola, quer em casa.
rea da garagem Pode-se encontrar nesta rea variados brinquedos
desde carros, carros de bombeiros e de polcias e bastantes bonecos e
bonecas. Tambm est nesta rea casas pequenas.
rea das expresses plsticas Nesta rea encontram-se as folhas A4,
lpis, canetas de feltro, lpis de cera, tesouras, jornais e revistas. De
referir que, a plasticina, sendo ela uma forma de expresso plstica,
tambm pode ser encontrada na rea das expresses plsticas.
rea da pintura Como no era possvel juntar o cavalete e as tintas
perto da expresses plsticas, criou-se uma rea diferente apesar de a
pintura ser uma expresso plstica.
rea dos jogos O mvel est repleto de diferentes jogos de mesa,
desde domins, ao jogo do loto, puzzles. Todos os jogos foram revistos
se estavam completos.
rea da biblioteca Esta rea possui um mvel cheio de livros em bom
estado.
rea das construes Esta rea permite que as crianas, em cima do
tapete onde se renem em grande grupo, faam construes com
diferentes materiais como peas de encaixe, madeiras, entre outros.
Com esta diviso e identificao das reas, torna-se mais simples para o grupo
escolher a rea para onde quer ir brincar. Esta diviso permite, similarmente, criar um
ambiente harmonioso, () acolhedor, seguro, amplo e funcional (). (Bassedas et al.,
1999, p.106). Salienta-se o fato de a rea da casinha, da garagem e da biblioteca
estarem delimitadas com linhas no cho para facilitar a perceo da limitao do
espao da rea pela criana com espectro do autismo.
16
4.3. Organizao do Tempo
Tal como todo o trabalho com crianas tem uma intencionalidade, tambm a
rotina refletida para melhor corresponder s caractersticas e necessidades do grupo.
Nesta mesma linha de pensamento, a organizao do tempo mais uma etapa que o
educador planeia ao conhecer o grupo, as suas necessidades, caractersticas e
peculiaridades, pois () uma rotina () educativa porque intencionalmente
planeada pelo educador e porque conhecida pelas crianas que sabem o que podem
fazer nos vrios momentos e prever a sua sucesso, tendo a liberdade de propor
modificaes. (Ministrio da Educao, 1997, p.40).
A rotina permite que as crianas tomem conscincia e conhecimento do que
vem a seguir, como referncia Hohmann e Weikart (2007, p.224) () a rotina diria
oferece uma estrutura para os acontecimentos do dia uma estrutura que define,
ainda que de forma pouco restrita, a maneira como as crianas utilizam as reas e o
tipo de interaces que estabelecem com os colegas e com os adultos durante perodos
de tempo particulares..
com a ajuda de uma rotina coesa mas flexvel que as crianas vo tomando
conhecimento dos vrios momentos do dia, tornando-se esta fundamental para que a
criana se sinta confortvel, sem ter crises de ansiedade por no saber o que lhe
espera, para ser autnoma e feliz. Neste sentido, () a rotina flexvel na forma
como os adultos compreendem que nunca podem prever com exactido aquilo que as
crianas faro ou diro, ou como as decises que as crianas tomam iro moldar cada
experincia. (Hohmann e Weikart, 2007, p.227).
importante salientar que a rotina varia, de igual modo, com os interesses que
o grupo demonstra, ou seja, no se deve nem se pode dissociar o espao e materiais
da rotina visto que a organizao desta ltima depende da forma como o grupo se
relaciona com os materiais e com o espao. Neste aspecto, A distribuio do tempo
relaciona-se com a organizao do espao pois a utilizao do tempo depende das
experincias e oportunidades educativas proporcionadas pelos espaos. O tempo, o
espao e a sua articulao devero adequar-se s caractersticas do grupo e
necessidades de cada criana. (Ministrio da educao, 1997, p.41).
17
A rotina da Sala Laranja est dividida em dois momentos: o da manh, e o da
tarde. Para melhor se compreender a rotina desta sala prossegue-se uma tabela com
as horas e o que se sucede nas mesmas (aproximadamente).
ROTINA DIRIA SALA LARANJA
ANO LECTIVO 2012/2013
Perodo Horas Actividades
MANH
7h 8h Acolhimento na Sala Branca
8h 9h Acolhimento na Sala Branca
9h 9.30h Acolhimento na Sala Laranja
9.30h 10h Conversa no Tapete/ Planeamento Dirio
10h 11.00h
Atividade Orientada/ Brincadeira Livre/ Exterior (caso as condies atmosfricas o permitam)
11.00h 11.15h Arrumao da Sala
11.15h 11.25h Higiene
11.30h 12.00h Almoo
TARDE
12.00h 12.15h Higiene
12.15h 14.30h Repouso Brincadeira Livre/ Atividade Orientada
14.30h 15.00h Higiene das crianas que repousam/ Arrumao da Sala
15.00h 15.15h Higiene
15.15h 15.45h Lanche
15.45h 16.30h Brincadeira no Exterior/ Polivalente Conversa no Tapete/ Avaliao
16.30h 17h Conversa no Tapete/ Avaliao Reforo do Lanche
17h 19h Brincadeira Livre/ Exterior/ Entrega das crianas s suas famlias
18
4.4. Trabalho de Equipa
A equipa da Sala Laranja constituda por 2 elementos fixos, a educadora Tnia
Ferro e a ajudante de aco educativa (A.A.E) Ins Quihanda.
Assim, os horrios so os seguintes:
Educadora Tnia Ferro 9h s 17h, hora de almoo das 12.30h s 13.30h;
Ajudante de Aco Educativa Ins Quihanda 9.30h s 17.30h, hora de
almoo das 13.30 s 14.30h.
Trabalhar em equipa , talvez, uma das tarefas mais complicadas devido aos
diferentes mtodos de trabalho e diferentes personalidades de cada pessoa o que
poder incitar conflitos. No entanto, e como um ambiente calmo, seguro, acolhedor e
harmonioso so elementos chave para um crescimento saudvel, essas diferenas
devero ser ultrapassadas.
Um dos aspectos importantes a considerar ressalva-se na conversa com o outro
adulto responsvel na sala sobre os objectivos a cumprir no ano lectivo e as estratgias
previstas para o concretizar. Assim, ao envolver todos os adultos da sala nos objectivos
de trabalho, estes iro trabalhar para a mesma finalidade. , igualmente, importante
que o educador englobe os adultos da sala nas actividades que iro ser realizadas, ou
seja, dar a conhecer as temticas que iro ser trabalhadas, assim como aceitar
sugestes e permitir que estes participem ativamente na implementao do projecto.
Outro aspecto fulcral para um bom trabalho em equipa consiste na
interatividade entre adultos. essencial que os adultos da sala conversem entre si,
troquem experincias, comuniquem situaes observadas entre criana-criana ou
criana-adulto, que ponham o outro adulto ao ocorrente do que se vai trabalhar para
que, tambm ele, se possa preparar e prestar mais apoio quer s crianas, quer ao
educador.
Criando estas oportunidades de interao e de comunicao entre adultos,
est-se a Cria[r] um clima de apoio entre os adultos por forma a que a aceitao e
confiana que sentem entre eles alastre s interaces com as crianas; Vai de
encontro s necessidades dos adultos em termos de pertena, partilha, desempenho,
reconhecimento e compreenso do currculo, para que se possam concentrar nos
19
interesses e intenes das crianas quando esto com elas (). (Hohmann e Weikart,
2007, p.130).
4.5. Trabalho com as Famlias
A famlia o primeiro interveniente educativo da criana e, como tal, no h
ningum que conhea to bem a sua criana como a sua famlia. Tendo em conta este
facto, torna-se necessrio haver uma grande relao entre os dois intervenientes da
vida da criana: a famlia e a escola. Para que esta relao seja de entreajuda,
compreenso e de continuidade educativa indispensvel que quer a famlia, quer os
profissionais de educao estabelecem contato entre si e estabeleam uma relao de
confiana.
esta relao de confiana entre os profissionais de educao e a famlia que
vai permitir que a criana se sinta segura, que confie, igualmente, na instituio e nos
profissionais de educao, que se sinta desejada, acolhida.
Algumas das opes para incluir e envolver as famlias na vida escolar dos seus
filhos passa por participarem nas reunies de pais que se realizam trimestralmente,
assim como participar nos pequenos trabalhos que a educadora pode enviar para casa
para que as famlias o faam com os seus educandos. Esta actividade pretende no s
fazer com que as famlias participem activamente nas actividades escolares, como
tambm possam passar um pouco de tempo com os seus educandos.
A educadora e a A.A.E. podem e devem conversar com as famlias no
acolhimento e na entrega de forma a perceberem como a criana esteve em casa
(comunicao da famlia escola) e como a criana esteve na escola (comunicao da
escola famlia).
Fazendo referencia s Orientaes Curriculares A importncia da participao
dos pais e suas potencialidades para a educao das crianas e para a formao dos
adultos pressupe que o educador, em colaborao com a direco e/ou director
20
pedaggico do estabelecimento de educao pr-escolar, encontre as melhores formas
de motivar a participao dos pais, tendo em conta que as crianas so as mediadoras
dessa relao. por causa delas, e tendo em vista a sua educao, que estas relaes
tm sentido, embora contribuam tambm para o desenvolvimento dos adultos.
(Ministrio da Educao, 1997, p.46).
4.6. Trabalho com a Comunidade
As famlias e a escola no esto separadas como se fossem duas realidades ou
dois mundos paralelos. A envolv-las h a comunidade que representa um outro
agente de socializao e de aprendizagens para as crianas.
atravs do trabalho com a comunidade que a criana conhece o meio onde
vive, onde cresce. A criana comea a aprender a respeitar, a valorizar e a preservar a
comunidade onde est inserida, contribuindo para que possa crescer e sentir-se
integrada na comunidade que a envolve.
Neste sentido, criar um espao na rotina onde as crianas possam ir ao Parque
do Catujal, conhecer um pouco do espao onde a instituio se encontra e observar as
ruas permite que estas tomem conhecimento de regras e condutas bsicas para se
tornarem cidados responsveis.
Entre algumas parcerias que se encontram esto a Cmara Municipal de
Loures, que proporciona transporte para algumas visitas de estudo.
21
5. Intencionalidades Educativas
5.1. Opes e prioridades curriculares
O projecto educativo para os anos lectivos 2011-2014 tem como tema
Caminhando com a Arte.
J o tema do projeto curricular de turma ir basear-se nos Sentimentos e
Emoes visto ser uma rea que muitas crianas demonstram dificuldade, seja em
gerir os sentimentos que sentem e, consequentemente, lidar com eles, seja a
express-los quando lhes pedido. Neste sentido, as duas crianas com necessidades
educativas especiais, e principalmente a que tem espectro do autismo, mostram
dificuldade em gerir os sentimentos e a compreend-los. No caso da criana do
espectro do autismo e sendo uma caracterstica do autismo, tem dificuldade em
compreender os sentimentos dos outros, em especfico do adulto quando este est
zangado ou triste com um comportamento que teve. Assim, mostrando ser uma
rea que pode ser bastante trabalhada e porque Steiner e Perry (2000) ()
consideram que uma pessoa emocionalmente inteligente est apta a lidar com as suas
emoes, o que vai fazer acrescer o poder pessoal, a sua qualidade de vida e dos que a
rodeiam. Ser educado a nvel emocional significa que se conhecedor das prprias
emoes e das do outro, que se podem gerir emoes porque possvel entend-las.
Tambm permite a compreenso de que as emoes pessoais tm efeito sobre o
outro.. Neste sentido, espera-se que, ao trabalhar este tema, o grupo ganhe
conscincias dos seus prprios sentimentos e dos outros, de modo a que consigam
gerir melhor no s os seus conflitos interiores, como tambm consigam gerir os
conflitos com os seus pares. Neste sentido, e citando Goleman (1998) () so as
competncias pessoais que permitem que o indivduo seja capaz de gerir os seus
sentimentos. Uma maior consciencializao emocional possibilita que se seja capaz de
compreender como as emoes pessoais influenciam comportamentos, assim, ao
conhecer os pontos pessoais fortes e fracos sabe-se tambm quais devem ser
reforados.
22
Relativamente s prioridades curriculares, estas esto expostas nas Orientaes
Curriculares para a Educao Pr-Escolar (1997) e assistem tambm no trabalho
educativo.
Espera-se assim:
Promover o desenvolvimento pessoal e social da criana com base em
experincias de vida democrtica numa perspectiva de educao para a
cidadania;
Fomentar a insero da criana em grupos sociais diversos, no respeito
pela pluralidade das culturas, favorecendo uma progressiva conscincia
como membro da sociedade;
Contribuir para a igualdade de oportunidades no acesso escola e para
o sucesso da aprendizagem;
Estimular o desenvolvimento global da criana no respeito pelas suas
caractersticas individuais, incutindo comportamentos que favoream
aprendizagens significativas e diferenciadas;
Desenvolver a expresso e a comunicao atravs de linguagens
mltiplas como meios de relao, de informao, de sensibilizao
esttica e de compreenso do mundo;
Despertar a curiosidade e o pensamento crtico;
Proporcionar criana ocasies de bem estar e de segurana,
nomeadamente no mbito da sade individual e colectiva;
Proceder despistagem de inadaptaes, deficincias ou precocidades e
promover a melhor orientao e encaminhamento da criana;
Incentivar a participao das famlias no processo educativo e
estabelecer relaes de efectiva colaborao com a comunidade..
23
5.2. reas de Contedo: Objectivos, Estratgias e Efeitos
Esperados
Segundo o que est descrito na Orientaes Curriculares, Consideram-se
reas de contedo como mbitos de saber, com uma estrutura prpria e com
pertinncia scio-cultural, que incluem diferentes tipos de aprendizagem, no apenas
conhecimento, mas tambm atitudes e saber-fazer. (Ministrio da Educao, 1997,
p.47).
Como j fora referido anteriormente, a educadora deve partir das
aprendizagens, conhecimentos e saberes do grupo, adaptando a sua prtica s
experincias e vivncias do grupo.
Assim, e utilizando as reas de contedo referidas nas Orientaes Curriculares
para a Educao Pr-Escolar, segue-se uma tabela com as reas de Contedo, com os
objectivos e estratgias para este grupo e para este ano lectivo. Relembro que apesar
de estarem em grelhas separadas, estas reas de Contedo no so dissociveis umas
das outras, ou seja, estas reas auto-complementam sendo impossvel trabalhar uma
sem trabalhar, simultaneamente, as outras.
rea de
Contedo
Objectivos Estratgias
rea de Formao Pessoal e Social
Desenvolver a socializao;
Estimular a autonomia, a auto-
estima e auto-confiana;
Respeitar e valorizar as
normas de convivncia em
grupo aceitando as diferenas
entre os pares;
Promover a partilha de
experincias, a reflexo e o
sentido crtico;
Estimular a iniciativa, a
Rotinas;
Momento de
grande grupo no
tapete;
Partilha de
experincias e
vivncias;
Canes;
Lengalengas;
Jogos;
Desenho;
24
tomada de decises, a
planificao;
Respeitar e cooperar com os
pares;
Criar hbitos de higiene e de
alimentao.
Brincadeira livre;
Mapas reguladores;
Avaliaes no final
do dia.
Incentivar higiene
e incentivar a
provar e comer
alimentos
diferentes.
rea de
Contedo
Objectivos Estratgias
rea do
Conhecimento
do Mundo
Estimular o interesse pela
observao e pela vivncia de
experincia no meio onde est
envolvido;
Sensibilizar para o interesse
das experincias e vivncias
no domnio cientfico e social;
Desenvolver uma boa relao
com a famlia, com as outras
crianas e com o meio
envolvente (comunidade);
Fomentar hbitos de uma
alimentao saudvel e
equilibrada;
Conhecer o corpo humano;
Respeitar e preservar o meio
ambiente;
Desenhos;
Colagens;
Pinturas;
Observaes da
Natureza;
Registos;
Experincias no
domnio cientfico;
Conhecer as
diferentes
profisses;
Mandar trabalhos
para as famlias
realizarem com os
seus educandos;
Passeios pela e fora
da comunidade
25
Desenvolver as noes
espaciais e temporais,
Histrias;
Canes;
Jogos;
Festas;
Mapas das
Presenas, do
Tempo, do dia, ms
e ano.
rea de
Contedo
Objectivos Estratgias
rea de
Expresso e
Comunicao
- Expresso
Motora
Desenvolver a coordenao
motora;
Desenvolver a motricidade
fina e grossa;
Interiorizar o esquema
corporal;
Promover a organizao
espao-temporal;
Associar ritmo e movimento;
Definir a lateralidade;
Desenvolver a flexibilidade, a
Movimentos com o
corpo ou outro
material: bolas,
arcos, etc.;
Canes de roda;
Danas;
Jogos;
Recorte;
Colagem;
Modelagem;
Desenho;
26
- Expresso
Dramtica
- Expresso
Plstica
- Expresso
Musical
coordenao de movimentos e
o equilbrio.
Estimular e desenvolver a
expresso corporal;
Estimular o gosto pela
representao;
Desenvolver a capacidade de
interiorizar papis sociais;
Conhecer e explorar as suas
possibilidades expressivas.
Desenvolver a destreza
manual;
Desenvolver a criatividade e
imaginao;
Exprimir emoes e
sentimentos;
Conhecer e explorar
diferentes tcnicas e materiais
para a realizao das obras
plsticas.
Estimular o gosto pela msica;
Estimular e desenvolver a
Pintura;
Rasgar Papel.
Histrias;
Fantoches;
Sombras chinesas;
Dramatizaes;
Jogos de
Expresses;
Brincadeira livre
nas reas.
Desenho com lpis
de cera, de cor,
canetas de feltro,
giz;
Digitinta;
Recorte;
Colagem;
Pintura;
Massa de cores;
Plasticina;
Materiais de
desperdcio.
Canes infantis e
tradicionais;
27
- Domnio da
Linguagem oral
e abordagem
escrita
- Domnio da
Matemtica
expresso musical;
Desenvolver a audio e o
ritmo;
Explorar possibilidades
rtmicas do som.
Desenvolver a concentrao e
memorizao;
Desenvolver a aquisio
vocabular;
Estimular a leitura e a escrita;
Explorar as possibilidades
ldicas da linguagem;
Desenvolver a expresso oral;
Conhecer a importncia da
linguagem escrita como meio
de expresso e comunicao;
Promover o gosto pela leitura
e pela escrita.
Desenvolver a capacidade de
raciocnio lgico-matemtico;
Canes danadas;
Quadras e poemas;
Ouvir diferentes
gneros de msica;
Cantar e tocar
instrumentos
musicais;
Descobrir e
reproduzir sons
com o corpo.
Histrias;
Poesias;
Lengalengas;
Canes;
Fantoches;
Registos;
Grafismos;
Escrever os nomes
e outras palavras;
Ter acesso a livros,
revistas e jornais.
Jogos;
Contar as
28
Desenvolver a ateno e
memorizao;
Desenvolver a noo de
nmero e quantidade;
Desenvolver a noo de
ordenar, classificar e seriar;
Estimular a aquisio de
noes espao-temporais;
Desenvolver a capacidade de
descobrir diferentes atributos
de grandeza nos objectos.
presenas e as
faltas;
Atribuio de
tarefas como pr as
mesas;
Pesar e medir as
crianas da sala e
fazer o registo da
mais pesada, mais
leve, mais alta e
mais baixa.
Estes objectivos e estratgias tm em conta o grupo, a sua faixa etria e os
interesses que o mesmo demonstra. Espera-se que, a partir do trabalho desenvolvido
em sala o grupo seja capaz de:
Saber solucionar problemas sem recorrer interveno directa do
adulto;
Que crie autonomia necessria para pensar por si prprio e que seja
capaz de realizar as tarefas/actividades propostas;
Seja capaz de trabalho em conjunto com o outro, da mesma forma que
saiba respeitar o prximo;
Adquirir conhecimentos bsicos e mais complexos sobre o mundo que
o rodeia;
Trabalhar o seu auto-controlo;
Sentir bem-estar e confiana e com isso manter uma auto-estima em
nveis satisfatrios;
Crescer com regras de modo a si prprio e o outro e, com isto, tornar-
se num cidado exemplar.
29
Quanto aos casos com necessidades educativas especiais, os objetivos sero os
mesmos, mas sero tidos em conta objetivos especficos para estas duas crianas.
Assim sendo, no caso da criana com autismo e tendo em conta que manifesta
atrasos a nvel lingustico, cognitivo e social, os objetivos estabelecidos para ela esto
de acordo com as suas necessidades. Neste sentido, segue-se uma tabela
exemplificativa das reas a trabalhar e os objetivos que se pretende que esta criana
consiga alcanar. Salienta-se que os objetivos foram adaptados d A Criana Autista
(Garcia e Rodrguez, 1997)
REA OBJECTIVOS
rea da Comunicao Interao
Contacto atravs do olhar;
Proximidade e contacto fsico;
Coorientao do olhar, com ou
sem sinal prvio;
Chamadas de ateno funcionais
sobre fatos, objetos, ou sobre si
mesmo;
Uso do sorriso como contacto
social;
Pedido de ajuda ao adulto quando
precisa de alguma coisa;
Dirigir-se ao adulto olhando-o de
frente e/ou vocalizando.
Dar e mostrar objetos.
30
rea Cognitiva
Promoo dos mecanismos
bsicos de ateno;
Promoo de relaes entre
objetos e meios; condutas
instrumentais e resoluo de
problemas simples;
Promoo de mecanismos e
comportamentos bsicos de
imitao em situaes reais e
funcionais;
Promoo de comportamentos
bsicos de utilizao funcional de
objetos e primeiras utilizaes
simblicas;
Promoo de mecanismos bsicos
de abstrao, primeiros conceitos
simples e, caso necessrio, pr-
requisitos para discriminao
percetiva;
Promoo da compreenso de
redundncias, extrao de regras
e antecipao.
Relativamente criana que tem apoio ao nvel da fala e da psicologia, os
objetivos determinados para esta criana foram refletidos no sentido de
complementar o trabalho realizado pela terapeuta da fala e pela psicloga que
acompanham semanalmente esta criana. Na seguinte tabela descrever-se- os
objetivos premeditados para esta criana.
31
Objetivos
Terapia da Fala
Cumprir ordens complexas;
Dar respostas com detalhes;
Repetir palavras que demonstra
ter mais dificuldade em
pronunciar;
Expressar oralmente os seus
sentimentos/desejos.
Psicologia
Trabalhar a rea social;
Sujeitar a criana a fazer mais
contacto visual quando deseja
algo, ou quando conversa com o
outro;
Estimular a criana a frequentar
outras reas de interesse
exceo da rea dos jogos e da
garagem;
Estimular a criana a tomar
iniciativa e participar ativamente
nas atividades espontneas do
pequeno/grande grupo.
5.3. Estratgias pedaggicas e organizativas previstas
das componentes educativas e de apoio famlia
Como est previsto no artigo 27 do Regulamento Interno da Resposta Social
de Jardim de Infncia da Associao Pomba da Paz:
32
1. A componente social/familiar corresponde ao servio de refeies e s
actividades desenvolvidas para alm das 5 horas dirias da componente
lectiva/educativa, competindo direco pedaggica a coordenao e a
orientao de actividades de animao scio-educativa, salvaguardando a
qualidade do atendimento prestado s crianas.
2. O horrio desta componente de apoio famlia ser o restante entre o
horrio de abertura e o da componente lectiva.
5.4. Previso dos intervenientes e definio de papis
Constitui atribuio da Educadora organizar e aplicar os meios educativos, no
mbito dos quais lhe cabe as seguintes competncias:
a) Realizao de actividades com as crianas, promovendo o acompanhamento
e desenvolvimento integral da criana, nomeadamente psicomotor, afectivo,
intelectual, social e tico;
b) Acompanhar a evoluo da criana;
c) Estabelecer os contactos com os pais no sentido de se obter uma aco
educativa integrada;
d) Elaborar em Setembro (incio do ano lectivo), o Projecto Pedaggico da sua
sala;
e) Participar activamente na elaborao do Projecto Educativo da Instituio
realizado de trs em trs anos, com a participao de outros tcnicos.
f) Manter actualizado o dossier de sala com o registo da planificao das
actividades, mapa de presenas das crianas, reflexo e avaliao do projecto e do
desenvolvimento das crianas;
g) Participar activamente nas diferentes reunies solicitadas quer pela
Directora Pedaggica, quer pela Instituio;
h) Participao na organizao e possvel realizao de aces de (in)formao
(seminrios, conferncias, entre outras);
33
i) Manter informadas as ajudantes de aco educativa directa, sobre o
desenrolar do projecto para um melhor acompanhamento destas nas actividades;
j) Comunicar Directora Pedaggica as suas iniciativas relacionadas com a sua
actividade na Instituio;
k) Colaborar com conhecimento do Encarregado de Educao da criana no
despiste de situaes que o Educador considere de algum modo problemticas.
Constitui atribuio das Ajudantes de Aco Educativa/Auxiliares de
Educativas:
a) Proceder ao acompanhamento da criana na Instituio;
b) Promover o bem-estar fsico da criana nomeadamente a sua higiene e
conforto;
c) Na ausncia do(a) Educador(a) ministrar s crianas a medicao prescrita;
d) Acompanhar as crianas, sempre que necessrio, nas suas deslocaes ao
Hospital em situaes de urgncia;
e) Informar a Educadora e Directora Pedaggica de eventuais acontecimentos
que possam influenciar o normal funcionamento desta valncia ou que ponha em
causa o bem-estar das crianas;
f) Proporcionar um ambiente adequado e actividades de carcter educativo e
recreativo, junto das crianas;
g) Colaborar nas actividades desenvolvidas pelo(a) Educador(a);
h) Colaborar no atendimento dos pais das crianas entrada e sada na
Instituio;
i) Proceder diariamente limpeza, arrumo e manuteno das salas e
equipamento, nomeadamente mobilirio, material pedaggico e brinquedos.
Assim, a equipa tem como objectivo principal proporcionar um servio cuidado
e de bem-estar criana e, tambm, aos seus familiares.
34
6. Avaliao
A avaliao um dos instrumentos mais fulcrais para uma boa prtica
pedaggica. Este instrumento permite reflectir sobre a prtica pedaggica, o que h a
melhorar e a modificar, o que correu bem e o que podia correr melhor, () a
avaliao serve para valorizar o que acontece quando colocamos em prtica o
programa que planejamos previamente e para verificarmos se preciso modificar ou
no determinadas atuaes. Nesse caso, a avaliao est sendo utilizada para recolher
informaes que ajudam a melhorar as propostas que fizemos em aula. (Bassedas et.
al, 1999, p.173).
Esta permite no s que a educadora reflita sobre o seu trabalho e dos seus
companheiros de trabalho, como tambm possa refletir e anotar o desenvolvimento
realizado pelo grupo de crianas. Neste sentido, A Avaliao dos efeitos possibilita ao
educador saber se e como o processo educativo contribuiu para o desenvolvimento e
aprendizagem, ou seja, saber se a frequncia da educao pr-escolar teve, de facto,
influncia nas crianas. Permite-lhe tambm ir corrigindo e adequando o processo
educativo evoluo das crianas e ir aferindo com os pais os seus progressos.
(Ministrio da Educao, 1997, p.94).
6.1. Avaliao com as Crianas
Tendo em conta que os principais beneficirios das intencionalidades
educativas da educadora so as crianas que constituem o grupo da Sala, torna-se
essencial que tambm estas participem na avaliao das suas aprendizagens e
conhecimentos adquiridos.
Desta forma, no final do dia, as crianas, em conjunto com a educadora,
recordam e reflectem sobre as actividades que ocorreram nesse dia, pois Quando as
crianas relembram as suas experincias do tempo de trabalho, formam uma verso
mental dessas experincias com base na sua capacidade de compreender e interpretar
aquilo que fizeram. (Hohmann e Weikart, 2007, p.340). Este momento, importante
35
para a educadora perceber se a aprendizagem foi bem recebida pelo grupo e quais as
dificuldades sentidas pelo mesmo contribuindo, assim, para que a educadora possa
reformular a sua interveno e readapt-la ao grupo.
ainda realizada uma avaliao final sobre as competncias que as crianas j
adquiriram e que ainda esto a adquirir, segundo as Orientaes Curriculares para a
Educao Pr-Escolar.
6.2. Avaliao com a Equipa
Como h uma componente de trabalho em equipa tem de haver, igualmente,
uma avaliao com a mesma.
A avaliao com a equipa permite tomar conscincia de todo um trabalho
realizado quer na sala, quer na instituio. Esta troca de ideias, de experincias, de
situaes vividas permite alcanar um conhecimento mais global das aprendizagens
realizadas pelo grupo.
Realo, tambm, a necessidade de trocar ideias e experincias vividas na
prtica pedaggica entre educadoras, visto que algumas actividades podem ser
executadas coletivamente. Assim sendo, relevante que educadoras e coordenadora
pedaggica se renam e troquem experincias e ideias do que se vai concretizando nas
suas prticas.
Para que haja troca de ideias, experincias e vivncias dentro da Sala
necessrio querer ouvir e aceitar sugestes do outro. Neste caso, conversar formal ou
informalmente com a A.A.E acerca do trabalho desenvolvido na Sala quando se ache
mais pertinente faz-lo, ou combinar um dia ao princpio ou ao final do ms para fazer
uma avaliao mensal da prtica pedaggica.
Relativamente reunio de educadoras, esta marcada pela coordenadora
pedaggica quinzenalmente.
36
6.3. Avaliao com as Famlias
A famlia o primeiro interveniente educativo da criana, como j fora referido.
Por isso, faz sentido que a famlia no s tome conhecimento do que realizado
dentro da sala, como tambm queira e possa fazer parte da comunidade escolar.
Assim, tendo em conta estes aspetos, tornar possvel que as famlias possam ter algo a
reformular, a acrescentar quer ao projecto, quer prtica pedaggica torna-se um
passo importante.
Para que estes aspetos sejam possveis de concretizar, tambm a famlia pode
avaliar o trabalho que realizado com os seus educandos. No h ningum mais
indicado para poder avaliar as aprendizagens, o desenvolvimento e a evoluo que os
educandos perpetuam que as prprias famlias.
Como muitas famlias no dispem de horrios flexveis que permitam estar
prontamente dispostos a participar nas reunies de pais, cresce uma necessidade da
instituio conseguir corresponder a esse facto. Desta forma, a educadora dispe de
uma hora de atendimento aos pais que ir ser combinada no incio do ano letivo.
Tambm o acolhimento e a entrega das crianas podero servir para trocar ideias,
sugestes.
Como foi referido atrs, trimestralmente sero realizadas as reunies de pais
com o intuito de pr os pais ao corrente das atividades e competncias que esto a ser
trabalhadas e desenvolvidas com os seus educandos.
6.4. Avaliao com a Comunidade
Dar a conhecer o trabalho que realizado na Instituio uma mais-valia para
que a profisso de Educador de Infncia seja mais conhecida, respeitada e
compreendida.
37
Para tal, a Instituio tem ao seu alcance alguns materiais que divulgam o
trabalho concretizado na mesma:
Website da Instituio www.pombadapaz.org;
Jornal da Associao O Estarola;
Visita a vrias entidades;
Exposies abertas Comunidade na Instituio ou noutros espaos
culturais.
38
7. Planificao das actividades
Ms Tema Setembro Adaptao
Outono
Outubro Dia da Alimentao Dia das Bruxas
Novembro S. Martinho Dia dos Direitos Internacionais da Criana
Dezembro Inverno Natal
Janeiro Ano Novo Dia Mundial da Paz
Dia dos Reis
Fevereiro Carnaval Dia de S. Valentim
Maro Dia do Pai Primavera
Dia Mundial da rvore e da Floresta Dia Mundial da gua
Abril Pscoa Dia Internacional do Livro Infantil
Dia da Terra Dia da Liberdade
Maio Dia da me Dia Mundial da Famlia
Junho Dia Mundial da Criana Santo Antnio
Vero
Julho Praia Dia dos Avs
Agosto Frias
39
8. Bibliografia
Bassedas, E.; Huguet, T.; Sol, I. (1999) Aprender e ensinar na Educao
Infantil, Porto Alegre: Artmed. ISBN 85-7307-517-1
Formosinho, J.; Lino, D.; Niza, S. (2007) Modelos Curriculares para a
Educao de Infncia: construindo uma praxis de partipao, Porto:
Porto Editora. ISBN 978-972-0-01345-3
Hohmann, M; Weikart, D. (2007)- Educar a Criana, Lisboa: Fundao
Calouste Gulbenkian 4ed. ISBN 978-972-31-0797-5
Katz, L., Chard, S. (1997)- A abordagem de projecto na Educao de
Infncia, Lisboa. Fundao Calouste Gulbenkian ISBN 972-32-0753-8
Top Related