7/23/2019 Politica Saude Integral Populacao Negra
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Poltica Nacional de Sade Integral da
Populao Negra:uma poltica do SUS
MINISTRIO DA SADESecretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Apoio Gesto Participativa
Braslia DF2010
Srie B. Textos Bsicos de Sade
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2010 Ministrio da Sade.Todos os direitos reservados. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e queno seja para venda ou qualquer m comercial.A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra da rea t
cnica.A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada, na ntegra, na Biblioteca Virtual em Sade doMinistrio da Sade: http://www.saude.gov.br/bvsO contedo desta e de outras obras da Editora do Ministrio da Sade pode ser acessado na pgina:http://www.saude.gov.br/editora
Srie B. Textos Bsicos de Sade
Tiragem: 1a edio 2010 30.000 exemplares
Elaborao, distribuio e informaes:MINISTRIO DA SADESecretaria de Gesto Estratgica e ParticipativaDepartamento de Apoio Gesto ParticipativaSetor de Administrao Federal Sul - SAF SulQuadra 2. Lotes 5 e 6, Ed. PremiumCentro Corporativo, Bloco F, 3 andar, sala 303Cep: 70070 - 600 Braslia - DFTel.: (61) 3306-7454Fax: (61) 3306-7451E-mail: [email protected] page:w ww.saude.gov.br
Coordenao:Ana Maria Costa
Colaborao:
Comit Tcnico de Sade da Populao NegraJacinta de Ftima Senna da SilvaGilmara Lcia dos SantosGerlaine Torres Martini
Editora MSDocumentao e InformaoSIA, trecho 4, lotes 540/610CEP: 71200-040, Braslia DFTels.: (61) 3233-1774 / 2020Fax: (61) 3233-9558E-mail: [email protected]: http://www.saude.gov.br/editora
Equipe Editorial:Normalizao: Heloiza SantosReviso: Mara Pamplona e Fabiana RodriguesProjeto grco e diagramao: Marcus MoniciCapa: Rodrigo Abreu
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
Ficha Catalogrca
Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa. Departamento de Apoio GestoParticipativa.
Poltica Nacional de Sade Integral da Populao Negra : uma poltica para o SUS / Ministrio da Sade,Secretaria de Gesto Estratgica e Participativa, Departamento de Apoio Gesto Participativa. Braslia : Editorado Ministrio da Sade, 2010.
56 p. (Srie B. Textos Bsicos de Sade)
ISBN 978-85-334-1655-0
1. Poltica Nacional de Sade Integral da Populao Negra. 2. Sade da populao negra. 3. Polticas pblicasem sade. I. Ttulo. II. Srie.
CDU 613.94(=414)
Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2010/0065
Ttulos para indexao:Em ingls: Comprehensive Health Care National Policy of Negro Population: an Unied Health Sistem Policy (SUS Brazil)Em espanhol: Poltica Nacional de Salud Integral de la Poblacin Negra: una poltica para el Sistema nico deSalud (SUS Brasil)
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PROBLEMA2:MorbidadeeMort
alidadenaPopulaoNegra
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
RecursosFinanceiros
Indicadores
Meta2010
2011
Implantaodasaes
voltadasparaaateno
bsica
Inserodatemticasade
dapopulaonegranos
contedosdeespecializao
dosmdicosdasEquipes
deSadedaFamliaeda
educaoadistnciaatravs
doTelesade
Inserodatemticasade
dapopulaonegranos
contedosdecapacitao
dostrabalhadoresdas
EquipesdeSadedaFamlia
edeSadeBucal,Equipes
deSadedoSistema
Penitencirio
R$30
.000
.000,00(trinta
milhesdereais
)
Fonte:MaisSadeDireito
deTodos
2008
2011
Sem
custoespecco,
serocontempladasno
recursojestabelecido
supracitado
Mdicoscapacitados
natemticasadeda
populaonegra
Trabalhadorescapacitados
16
.000mdicoscapacitados
natem
ticadeSadeda
PopulaoNegra
50%d
ostrabalhadoresdas
EquipesdeSadedaFamlia
,
dasEq
uipesdeSade
daBucaledasEquipes
deSadedoSistema
Penite
nciriodosEstados:
CE
,RN
,AL
,SE
,PI,PB
,AM
,TO
,
RO
,AC
,RR
,AP,PA
,RS
,PR
,SC
,
ES
,DF
,GO
,MT
,MS
Continuao
Sumrio
Apresentao __________________________________________________5
Introduo ____________________________________________________7
A Populao Negra no Brasil e a Luta pela Cidadania ___________________9
A Situao de Sade da Populao Negra no Brasil e seus Determinantes
Sociais _______________________________________________________13
Princpios ____________________________________________________17
Marca __________________________________________________18
Diretrizes Gerais __________________________________________18
Objetivo Geral ___________________________________________19
Objetivos Especcos ______________________________________19
Estratgias de Gesto _____________________________________20
Responsabilidades das Esferas de Gesto ___________________________23
Gestor Federal ___________________________________________23
Gestor Estadual __________________________________________24
Gestor Municipal _________________________________________25
Referncias ___________________________________________________27
Anexos ______________________________________________________29
Anexo A Portaria n 992, de 13 de maio de 2009 ______________29
Anexo B Plano Operativo _________________________________41
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PROBLEMA2:MorbidadeeMortalidadenaPopulaoNegra
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
RecursosFinanceiros
Indicadores
Meta2010-2
011
Reduodamortalidade
materna
Capacitaodos
trabalhadoresdasadecom
enfoquetnico-racial
R$1
.350
.000
,00
(um
milho,
trezento
se
cinquentamilre
ais)
PPA2008
2011
Trabalhadorescapacitados
40%d
osestadoscom
trabalhadoresdasade
capac
itados
ImplantaodoPrograma
deAtenoIntegrals
Pessoascom
Doena
Falciformeeoutras
Hemoglobinopatias
Ampliaodecentrosde
referncia
Capacitaodasequipesdos
centrosdereferncia
R$18
.000
.000,00(dezoito
milhesdereais
).
PPA2008
2011
ProgramaImplantado
6esta
doscom
Programa
deAtenosPessoas
comD
oenaFalciformee
outrasHemoglobinopatias
Implantado
Reduodamortalidade
infantilps-neonatal
pordoenasdiarricase
pneumonia
Capacitaodefacilitadores
naEstratgiadeAteno
sDoenasPrevalentes
naInfncia
AIDPI
,nas
macrorregiesNortee
Nordeste.
Formaodefacilitadores
paraimplementaoda
vigilnciaaobitoinfantil.
Formaodefacilitadores
em
Amamentaoe
AlimentaoSaudvelnas
UnidadesBsicas
Inserodorecortetnico-
racialnaimplantaoda
PolticaBrasileirinhos
saudveis:primeirospassos
paraodesenvolvimento
nacionalgestoeprimeira
infncia
R$2
.500
.000
.00
(dois
milhesequinh
entosmil
reais).
Fonte:MaisSadeDireito
deTodos
2008
2011
Sem
custoespecco,
serocontempladasno
recursojestabelecido
supracitado
R$99
.600
.500,00(noventa
enovemilhes,
seiscentos
milequinhento
sreais)
Fonte:MaisSadeDireito
deTodos
2008
2011
Facilitadoresporestado
Recortetnico-racial
inserido
25%d
osprossionaisda
Aten
oBsicacapacitados
detod
ososestados
25%d
osprossionaisde
sade
daatenoBsicados
estadoscapacitados
25%d
osprossionaisde
sade
daAtenoBsicados
estadoscapacitados
500m
unicpioscom
recorte
tnico
-racialinserido
naPolticaBrasileiros
Saud
veis
Continuao
Continua
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PROBLEMA2:MorbidadeeMortalidadenaPopulaoNegra
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
RecursosFinanc
eiros
Indicadores
Meta2010
2011
Reduodamortalidade
porhomicdionosexo
masculino
Aperfeioamentoda
coletaeanlisededados
em
sadequantoao
quesitoetnia/raa/cornos
sistemasdeinformao
doSUS
Implementaodos
NcleosdePreveno
ViolnciaePromooda
Sade(PortariaMS/GM
n936
,de19demaiode
2004)
Realizaodeanlisesda
situaodesadecom
recorteetnia/raa/cor
R$27
.716
.554
,00
(vinteesetemilh
es,
setecentosedezes
seismil
equinhentosecin
quenta
equatroreais)
Fonte:PPA20082
011
Unio=
Proporode
estadoscom
ncleosde
prevenoepromooda
sadeimplantados
Unio=
Proporode
capitaiscom
ncleosde
prevenoepromooda
sadeimplantados
Estados=Proporode
municpiosprioritrioscom
ncleosdeprevenoe
promoodasadeporUF
Anlisesrealizadas
50%
do
sestadoscom
Ncleo
dePrevenoViolncia
ePromoodaSade
implem
entados
30%
dascapitaiscom
Ncleo
dePrevenoViolncia
ePromoodaSade
implem
entados
40%
do
smunicpios
prioritrioscom
Ncleo
dePrevenoViolncia
ePromoodaSade
implem
entados
20%
do
sestadosprioritrios
com
anlisesrealizadas
Noticaodasviolncias
nasunidadesdereferncia
dosmunicpios(Vigilncia
deViolnciaseAcidentes
Viva)
ImplantaodaFicha
deNoticaoe
investigaodeviolncia
domstica,s
exuale/ou
outrasviolncias.
Proporodemunicpios
prioritriosdoestadocom
noticaoviolncia
domstica,s
exuale/outras
violncias,implantadas.
20%
do
sestadoscom
chade
notica
oimplantada
50%
do
smunicpios
prioritrioscom
chade
notica
oimplantada
Continuao
5( )
Apresentao
A publicao da Poltica Nacional de Sade Integral da Populao Ne-
gra (PNSIPN) uma resposta do Ministrio da Sade s desigualdades sociais
que acometem essa populao. Essa resposta fruto do reconhecimento dosprocessos que construram e ainda constroem as condies de vida dessa
populao.
Ao longo de nossa histria, condies desiguais foram geradas paradeterminados segmentos da populao, com caractersticas tnicas e raciais
especcas, resultando no quadro atual de iniquidades enfrentadas por essessegmentos e, no caso da populao negra, num racismo que, ao ter sido in-
ternalizado aps a abolio ocial da explorao dos povos africanos em ter-
ritrio nacional, persistiu silencioso, no declarado e muitas vezes negado.
Desse modo, a populao negra, por causa dessas condies histricas,
apesar de numerosa, encontra-se hoje nos extratos mais pobres e em crni-
ca situao de iniquidade em relao sade, traduzida especialmente pelacomprovada precocidade dos bitos e pela alta taxa de mortalidade materna
neste segmento, situao agravada pelo racismo que, muitas vezes, res-ponsvel pela discriminao que ocorre em vrias instituies e tambm nos
servios de ateno sade.
Por outro lado, h tambm uma persistente resistncia histrica a es-sas condies, representada por vrios movimentos de mulheres e homens
negros dentro da sociedade, os quais criaram diversas dinmicas para a
transformao das desigualdades produzidas historicamente, a partir de rei-vindicaes para um atendimento mais equnime por parte das instituies
pblicas.
Ciente deste quadro, o Ministrio da Sade, comprometido com os
princpios da universalidade, da integralidade e da equidade nos aspectos da
promoo, da preveno e da ateno em sade, bem como no tratamento
e recuperao da sade, realizou uma trajetria de concretizao da poltica,
aes e planos voltados especicamente para a ateno sade da popula-
o negra, com a participao dos movimentos sociais na construo deste
processo.
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A PNSIPN se caracteriza como a principal diretriz deste conjunto de
aes. Sua publicao por meio da Portaria n 992, de 13 de maio de 2009,
representa a consecuo bem-sucedida de uma etapa da caminhada que se
iniciou com a instituio do Comit Tcnico de Sade da Populao Negra
para a formulao desta Poltica, seguida pela aprovao no Conselho Naci o-
nal de Sade e pela pactuao de seu Plano Operativo na Comisso Interges-
tores Tripartite, ocializando o compromisso das trs esferas de governo paraa execuo de aes especcas em sade voltadas para a populao negra
no mbito da promoo da equidade no Sistema nico de Sade.
Nesta publicao, essas etapas so apresentadas de forma textual,
numa sntese que se torna instrumento de orientao tanto para a gesto
como para o movimento social, com a nalidade do cumprimento das aes
na implementao da poltica e no acompanhamento e na avaliao de sua
operacionalizao. Enquanto instrumento, esta publicao refora a gesto
solidria e participativa, na qual as estratgias para a execuo das aes se
encontram atentas e abertas dinmica histrica das demandas do movi-
mento social.
Antnio Alves de Souza
Secretrio
51( )
PROBLEMA1:RaaNegraeRacismo
comoDeterminanteSocialdas
CondiesdeSade:acesso,
discriminaoeexclusosocial.
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
RecursosFinanceiros
Indicadores
Meta2010
2011
Introduodaabordagem
tnico-racialnosprocessos
deformaodeescolas/
centrosformadoresdos
prossionaisdesade
Estabelecimentode
compromissoformalpara
inserodecontedos
noscursosdegraduaoe
ps-graduaodoscentros
formadores/escolas
Portarian3.0
60
,de28
denovembro
de2007
,
portariassimilaresa
serem
publicadas
Escolas/centros
formadoresporestado
50%dasescolas/centros
formadoresdosestados
(CE,R
N,A
L,
SE
,PI,PB
,AM
,
TO
,R
O,A
C,
RR
,AP,PA
,RS
,
PR
,SC
,ES
,DF,GO
,MT
,MS)
comcontedotnico-racial
introduzido
Fortalecimentodo
processodemobilizao
socialnoSUS
Formaodelideranasdo
movimentonegrosobre
osdeterminantessociais
desade,d
ireitosadee
exercciodocontrolesocial
noSUS
Portarian3.0
60
,de28
denovembro
de2007;
portariassimilaresa
serem
publicadas
Lideranasformadas
1.0
00
lideranasformadas
em
50%
dosestados
Continuao
Continua
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50( )
Fase
2
Perodo2010
2011
PROBLEMA1:RaaNegraeRacismocomoDeterminanteSocialdas
CondiesdeSade:acesso,
dis
criminaoeexclusosocial.
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
RecursosFinanceiros
Indicadores
M
eta2010
2011
Adoodemecanismos
gerenciaisedeplanejamento
paraapromooda
equidadeem
sadede
grupospopulacionaisem
condiesdevulnerabilidad
e
einiquidade
Qualicaodegestores
parautilizaodoGuia
deEnfrentamento
dasIniquidadese
Desigualdadesem
Sade
Portarian3
.06
0,
de28
denovembrod
e2007;
portariassimila
resa
serem
publicad
as.
Gestoresqualicados
50%
Gestoresdascapitais
capacitados
50%
Gestoresdosmunicpioscom
maisde500mil/habcapacitados
Desenvolvimentode
processodeeducao
permanenteparaos
trabalhadoresdesade
visandoaoenfrentamento
dasiniquidadesem
sade
Educaopermanente
paraacapacitaode
trabalhadoresdasade
Portarian1
.99
6,
de20
deagostode2007
Trabalhadores
capacitados
50%
dostrabalhadoresdasade
dosestados:RJ,BA
,MA
,MG
,PEe
SPcapacitados.
25%
dostrabalhadoresdos
estados(C
E,R
N,
AL
,SE
,PI,PB
,AM
,
TO
,Ro,A
C
,RR
,AP,PA
,RS
,PR
,SC
,
ES
,DF,GO
,MT
,MS)capacitados.
Fomentocriaode
instnciadepromooda
equidadeem
sade
Instituiodeinstnciade
promoodaequidade
em
sade(reaTcnica,
Comits,GTs,entreoutros)
Portarian3
.06
0,
de28
denovembrod
e2007;
portariassimila
resa
serem
publicad
as.
Instnciasmunicipais
institudas
100%
dos
municpioscom
mais
de500mil/habitantescom
instncias
institudas
Continuao
Continua
7( )
Introduo
A Poltica Nacional de Sade Integral da Populao Negra dene os
princpios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as estratgias e as responsa-
bilidades de gesto, voltados para a melhoria das condies de sade dessesegmento da populao. Inclui aes de cuidado, ateno, promoo sa-
de e preveno de doenas, bem como de gesto participativa, participaopopular e controle social, produo de conhecimento, formao e educao
permanente para trabalhadores de sade, visando promoo da equidade
em sade da populao negra.
Sua formulao cou a cargo da Secretaria de Gesto Estratgica e Par-
ticipativa (SGEP), com assessoria do Comit Tcnico de Sade da Populao
Negra (CTSPN), cabendo a essa secretaria a responsabilidade pela articula-o para sua aprovao no Conselho Nacional de Sade (CNS) e a pactuao
na Comisso Intergestores Tripartite (CIT). tambm atribuio da SGEP, noprocesso de implementao desta poltica, o monitoramento, a avaliao e o
apoio tcnico aos estados e municpios.
Esta Poltica abrange aes e programas de diversas secretarias e r-gos vinculados ao Ministrio da Sade (MS). Trata-se, portanto, de uma pol-
tica transversal, com formulao, gesto e operao compartilhadas entre as
trs esferas de governo, seja no campo restrito da sade, de acordo com osprincpios e diretrizes do SUS, seja em reas correlatas.
Seu propsito garantir maior grau de equidade no que tange efetivao
do direito humano sade, em seus aspectos de promoo, preveno, ateno,tratamento e recuperao de doenas e agravos transmissveis e no transmiss-
veis, incluindo aqueles de maior prevalncia nesse segmento populacional.
Ela se insere na dinmica do Sistema nico de Sade (SUS), por meio
de estratgias de gesto solidria e participativa, que incluem: utilizao do
quesito cor na produo de informaes epidemiolgicas para a deniode prioridades e tomada de deciso; ampliao e fortalecimento do controle
social; desenvolvimento de aes e estratgias de identicao, abordagem,
combate e preveno do racismo institucional no ambiente de trabalho, nos
processos de formao e educao permanente de prossionais; implemen-
tao de aes armativas para alcanar a equidade em sade e promover a
igualdade racial.
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PROBLEMA2:MorbidadeeMortalidadenaPopulaoNegra
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
RecursosFin
anceiros
Indicadores
M
eta2008
2009
Reduodamorbi-
mortalidadena
populaoquilombola
ImplantaodeEquipesde
SadedaFamlia(ESF)para
atendimentopopulao
quilombola
Implantaode
EquipesdeSadeBucal(ESB)
paraatendimentopopulao
quilombola
R$97
.297
.200,0
0(noventa
esetemilhesduzentos
enoventaeset
emile
duzentosreais)
.
Fonte:
PortariaMS/GMn
648
,de28
demarode2006
Portarian90
,de
17dejaneiro
de2008
Equipesdesadeda
famliaimplantadas
Equipesdesade
bucalimplantadas
100%
dosmunicpios
contemp
ladosnaPortaria
n90
,de
17dejaneirode
2008
,totalizando1001ESFs
implantadas
100%
dosmunicpios
contemp
ladosnaPortarian90
,
de17de
janeirode2008
Implantaodasaes
voltadasparaaateno
bsica
Inserodatemticasade
dapopulaonegranos
contedosdecapacitaodos
mdicosdasEquipesdeSade
daFamliaedaeducao
adistnciapormeiodo
Telesade.
Inserodatemticasade
dapopulaonegranos
contedosdecapacitaodos
trabalhadoresdasEquipesde
SadedaFamliaedeSade
Bucal,EquipedeSadedo
SistemaPenitencirio.
R$30
.000
.000,0
0(trinta
milhesdereais)
Fonte:MaisSa
deDireito
deTodos
2008
2011
Sem
custoespe
cco,
serocontempladasno
recursojestab
elecido
supracitado
Mdicoscapacitados
Trabalhadores
Capacitados
16
.000m
dicoscapacitadosna
temtica
deSadedaPopulao
Negra
50%
dostrabalhadoresdas
Equipesd
eSadedaFamlia
capacitad
os
50%
dostrabalhadoresdas
Equipesd
eSadeBucal
capacitad
os
50%
dostrabalhadoresdas
Equipesd
eSadedoSistema
Penitenciriocapacitados
Continuao
Continua
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PROBLEMA2:MorbidadeeMortalidadenaPopulaoNegra
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
RecursosFinanceiros
Indicadores
Meta2008
2009
Reduodamortalidade
infantilps-neonatal,
com
nfasenasdoenas
diarreicasepneumonias
Capacitaodefacilitadores
naEstratgiadeAteno
sDoenasPrevalentes
naInfncia(AIDPI),nas
macrorregiesNortee
Nordeste.
Formaodefacilitadorespara
implementaodavigilncia
aobitoinfantil.
Formaodefacilitadoresem
AmamentaoeAlimentao
SaudvelnasUnidades
Bsicas
Inserodorecortetnico-
racialnaimplantaoda
PolticaBrasileirinhos
saudveis:primeirospassos
paraodesenvolvimento
nacionalgestoeprimeira
infncia
R$2
.500
.000.00(dois
milhesequin
hentosmil
reais)
Fonte:MaisSadeDireito
deTodos
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2011
Sem
custoespecco,
sero
contempladas
norecursoj
estabelecidosupracitado.
R$99
.600
.500,00(noventa
enovemilhes,seiscentos
milequinhent
osreais)
Fonte:MaisSadeDireito
deTodos
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Facilitadoresporestado
Recortetnico-racial
inserido
25%
dosprossionaisda
Aten
oBsicacapacitadosde
todososestados
25%
dosprossionaisde
sade
daatenoBsicados
estado
scapacitados
25%
dosprossionaisde
sade
daAtenoBsicados
estado
scapacitados
500municpioscom
recorte
tnico-racialinseridona
PolticaBrasileirosSaudveis
Continuao
Continua
9( )
A Populao Negra no Brasil e a Luta pela
Cidadania
O desenvolvimento da sociedade colonial e o processo de objeticao
dos milhes de negros1escravizados, trazidos do continente africano nos po-
res dos navios negreiros, marcaram um perodo longo da histria brasileira.A despeito das pssimas condies de vida e trabalho e das diversas formas
de violncia s quais foram submetidos, episdios de resistncia e luta foram
as bases para a formao de quilombos.
Os quilombos, a princpio comunidades autnomas de escravos fugiti-
vos, converteram-se em importante opo de organizao social da popula-
o negra e espao de resgate de sua humanidade e cultura e fort alecimento
da solidariedade e da democracia, onde negros se constituam e se consti-
tuem at hoje como sujeitos de sua prpria histria.
Aps a abolio ocial da escravatura, foram muitos os anos de luta en-
volvendo denncias sobre a fragilidade do modelo brasileiro de democracia
racial, at a fundao da Frente Negra Brasileira, em 1931. A partir de ento,as questes e demandas de classe e raa ganharam projeo na arena polti-
ca brasileira, fortalecidas, posteriormente, pelo Movimento Social Negro, que
atua organizadamente desde a dcada de 1970.
Entre as dcadas de 1930 e 1980, eclodiram no mundo inmeros mo-
vimentos sociais que manifestaram aos chefes de Estado a insatisfao dos
negros em relao sua qualidade de vida. Assumiram proeminncia a luta
dos negros dos Estados Unidos contra as regras de segregao racial vigen-tes naquele pas e a dos negros sul-africanos contra o sistema do apartheid.
No Brasil, a 8. Conferncia Nacional de Sade, realizada em 1986, cons-tituiu um marco na luta por condies dignas de sade para a populao
brasileira, uma vez que fechou questo em torno da sade como direito uni-versal de cidadania e dever do Estado. Na conferncia, o Movimento SocialNegro participou ativamente, ao lado de outros movimentos, em especial oMovimento pela Reforma Sanitria, do processo de elaborao e aprovaodas propostas.
1Neste documento, consideram-se negros a soma de pretos e pardos. Quanto questo de gnero, os termosnegros, brasileiros, etc. so tomados aqui como sinnimos de negros e negras, brasileiros e brasileiras, etc.
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Como principal desdobramento da conferncia e conquista fundamen-tal dos movimentos sociais, a Assemblia Nacional Constituinte introduziuo sistema de seguridade social na Constituio Federal de 1988, do qual asade passou a fazer parte como direito universal, independentemente decor, raa, religio, local de moradia e orientao sexual, a ser provido peloSUS (BRASIL, 1988).
Ainda nesse perodo, o movimento de mulheres negras conferiu maiorvisibilidade s questes especcas de sade da mulher negra, sobretudoaquelas relacionadas sade sexual e reprodutiva. O racismo e o sexismoimprimem marcas segregadoras diferenciadas, que implicam restries es-peccas dos direitos desse segmento, vitimando- o, portanto, com um duplopreconceito.
As primeiras inseres do tema Sade da Populao Negra nas aesgovernamentais, no mbito estadual e municipal, ocorreram na dcada de1980 e foram formuladas por ativistas do Movimento Social Negro e pesqui-sadores.
Na dcada de 1990, o governo federal passou a se ocupar do tema, em
ateno s reivindicaes da Marcha Zumbi dos Palmares, realizada em 20de novembro de 1995, o que resultou na cria o do Grupo de Trabalho Inter-ministerial para Valorizao da Populao Negra/GTI e do Subgrupo Sade.Em abril do ano seguinte, o GTI organizou a Mesa-Redonda sobre Sade daPopulao Negra, cujos principais resultados foram: a) a introduo do que-sito cor nos sistemas de informao de mortalidade e de nascidos vivos; b)a elaborao da Resoluo CNS n196/96, que introduziu, dentre outros, orecorte racial em toda e qualquer pesquisa envolvendo seres humanos; e c) arecomendao de implantao de uma poltica nacional de ateno s pes-
soas com anemia falciforme.
No cenrio internacional, em 2001, a Conferncia Intergovernamental
Regional das Amricas, no Chile, e a III Conferncia Mundial de Combate ao
Racismo, Discriminao Racial, Xenofobia e Intolerncia Correlata, em Dur-ban na frica do Sul, marcaram a participao do Movimento Social Negro
junto a governos e organismos internacionais, reivindicando compromissos
mais efetivos com a equidade tnico-racial.
A atuao do Movimento Social Negro brasileiro na 11. e na 12. Con-
ferncias Nacionais de Sade, realizadas respectivamente em 2000 e 2003,
47( )
PROBLEMA2:MorbidadeeMor
talidadenaPopulaoNegra
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
RecursosFinanceiros
Indicadores
Meta2008
2009
Reduodamortalidade
materna
Capacitaodos
trabalhadoresdasadecom
enfoquetnico-racial
Reviso,
impressoe
distribuiodomanualdos
comitscontemplando
orecortetnico-raciale
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em
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R$1
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.000,00(um
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reais)
Fonte:PPA200
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011
R$208
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,00(duzentose
oitomilequinhentosreais)
Fonte:PPA2008-
2011
Trabalhadores
capacitados
Comitscontemplados
20%
dosestadoscom
trabalhadoresdasade
capa
citados
100%
dosestadoscom
Man
ualdeComit
ImplantaodoPrograma
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Pessoascom
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Hemoglobinopatias
Ampliaodecentrosde
referncia
Capacitaodasequipesdos
centrosdereferncia
R$18
.000
.000,00(dezoito
milhesdereais)
Fonte:PPA2008-
2011
Programaimplantado
7estadoscom
Programa
deA
tenosPessoas
com
DoenaFalciformee
outrasHemoglobinopatias
Implantado
Continuao
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12( )
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Fase
1
Perodo20
08
2009
PROBLEMA1:RaaNegraeRacism
ocomoDeterminanteSocialdas
CondiesdeSade:acesso,di
scriminaoeexclusosocial.
Ao
Estratgiade
Operacionalizao
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cursos
Financeiros
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Meta2008
2009
Adoodemecanismosge
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em
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Continua
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44( )
Problema 2: Morbidade e Mortalidade na Populao Negra.
Sero adotadas aes para a reduo das taxas de mortalidade na po-
pulao negra, especialmente a reduo da mortalidade materna, infantil e
por mortes violentas. Para o enfrentamento deste problema apresentam-se
um elenco de aes, tais como: os processos de capacitao dos trabalhado-
res de sade das equipes dos ncleos de preveno violncia com a abor-
dagem tnico-racial; ampliao de rede de ateno a mulheres e adolescen-tes em situao de violncia; insero da temtica sade da populao negra
nos contedos de educao permanente dos trabalhadores das Equipes de
Sade da Famlia, de Sade Bucal e das Equipes do Sistema Penitencirio,
ampliao do nmero de centros de referncia destinados s pessoas com a
doena falciforme e outras hemoglobinopatias.
Referente ao Reduo da morbi-mortalidade na populao qui-
lombola, as estratgias de operacionalizao, os indicadores, a denio de
recursos nanceiros e as metas foram denidas apenas para o ano de 2008,
devido ao processo de certicao da titularidade das reas quilombolas ou
terras de quilombo, sendo necessria adequao a cada ano.
Cabe destacar, que para cada ao descrita no plano esto denidosrecursos nanceiros correspondentes, os quais esto contidos no PPA 2008
2011, nos programas e aes dos respectivos rgos e secretarias do Minis-
trio da Sade.
A transferncia de incentivo nanceiro para a execuo das aes ser
por meio de repasse automtico aos fundos estaduais, do Distrito Federal,
municipais, e outras modalidades.
As trs esferas de gesto do SUS tm como responsabilidades precpuas
para implementao do Plano: a denio do nanciamento, a priorizao
de aes e o monitoramento e avaliao que devem ser includos nos seus
respectivos Planos de Sade.
O monitoramento e a avaliao das aes deste Plano devem conside-rar os problemas priorizados, assim como, os objetivos, as estratgias e os
indicadores propostos para o cumprimento das metas a serem pactuadas.
13( )
A Situao de Sade da Populao Negra no Brasil
e seus Determinantes Sociais
O censo demogrco de 2000 revelou que 54% dos brasileiros se de-nem como brancos, 45% como negros (pretos e pardos) e 0,4% como ind-
genas e amarelos. Constatou ainda que a participao percentual das popu-laes autodeclaradas preta e indgena superou as projees realizadas combase no censo de 1991, o que sugere uma maior conscincia dos brasileirossobre o seu perl tnico-racial.
Os dados do censo contribuem para conferir maior visibilidade s ini-quidades que atingem a populao negra. Assim, no setor da educao, en-quanto entre os brasileiros a taxa de analfabetismo era de 12,4%, em 2001,entre os negros, a proporo era de 18,2% e, entre os brancos, de 7,7%. Emmdia, a populao branca estudava 6,9 anos e a negra, 4,7 anos. A menormdia de anos de estudo dos brasileiros foi observada na Regio Nordeste:5,7 anos para os brancos e 4 anos para os negros. No Sudeste, onde se encon-tra a maior mdia de anos de estudo do conjunto da populao 6,7 anos ,
os negros estudavam, em mdia, 2,1 anos menos que os brancos (INSTITUTODE PESQUISAS ECONMICAS APLICADAS, 2002).
No que se refere pobreza, outros estudos revelam que os negros cor-respondem a 65% da populao pobre e 70% da populao extremamentepobre, embora representem 45% da populao brasileira. Os brancos, porsua vez, so 54% da populao total, mas somente 35% dos pobres e 30%dos extremamente pobres (HENRIQUES, 2003 apud OLIVEIRA; FIGUEIREDO,2004).
O baixo nvel de renda, tanto individual quanto domiciliar per capita,
restringe as liberdades individuais e sociais dos sujeitos, fazendo com que
todo o seu entorno seja deciente, desgastante e gerador de doena. Em
2001, mais de 32 milhes de negros com renda de at meio salrio mnimoeram potencialmente demandantes de servios de assistncia social e viviam,
em sua maioria, em lugares com caractersticas indesejveis1de habitao
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA, 2000; INSTITUTO DE
PESQUISAS ECONMICAS APLICADAS, 2002).
1 De acordo com o Ipea e o IBGE, so consideradas caractersticas indesejveis: construo da habitao com mate-rial no durvel; alta densidade; inadequao no sistema de saneamento e abastecimento de gua; ausncia deenergia eltrica e coleta de lixo.
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14( )
O relatrio Sade Brasil 2005: uma anlise da situao de sade apresenta
informaes e anlises discriminadas segundo raa, cor e etnia, enfocando
assistncia pr-natal, tipo de parto, baixo peso ao nascer e anlise dos dados
referentes ao nascimento, incluindo morbi-mortalidade materno-infantil, em
mbito nacional e regional.
Esse estudo identicou uma proporo de 2% de nascimentos na faixa
etria materna de 10 a 14 anos entre as indgenas, o dobro da mdia nacio-nal. Considerando as mes entre 15 a 19 anos, constatou-se uma proporo
de nascidos vivos da cor branca de 19% (BRASIL, 2005).
Entre os nascidos vivos negros, a porcentagem de nascimentos prove-
nientes de mes adolescentes de 15 a 19 anos foi de 29%, portanto 1,7 vez
maior que a de nascidos vivos brancos. Vericou-se ainda que 62% das mes
de nascidos brancos referiram ter passado por sete ou mais consultas de pr-
natal. Para as mes de nascidos indgenas, o percentual foi de 27% e para as
mes de nascidos pardos, 37% (BRASIL, 2005).
O cenrio referente prematuridade e mortalidade infantil tambm
apresenta uma disparidade quando relacionado raa, cor e etnia. A maior
porcentagem de nascidos vivos prematuros (gestao < 37 semanas) foi re-gistrada nos recm-nascidos indgenas e pretos, ambos com 7%. Os menores
percentuais de recm-nascidos prematuros foram observados entre os nas-
cidos amarelos e pardos, ambos com 6% (BRASIL, 2005).
O relatrio destaca os dados referentes s crianas menores de 5 anos. O
risco de uma criana preta ou parda morrer antes dos 5 anos por causas infec-
ciosas e parasitrias 60% maior do que o de uma criana branca. Tambm o
risco de morte por desnutrio apresenta diferenas alarmantes, sendo 90%
maior entre crianas pretas e pardas que entre brancas (BRASIL, 2005).
Ainda prevalecem os diferenciais de raa, cor e etnia, quando a anlise
est centrada na proporo de bitos por causas externas O risco de uma
pessoa negra morrer por causa externa 56% maior que o de uma pessoabranca; no caso de um homem negro, o risco 70% maior que o de um ho-
mem branco. No geral, o risco de morte por homicdios foi maior nas popula-
es negra e parda, independentemente do sexo (BRASIL, 2005).
A anlise dos ndices de homicdios associada a anos de escolaridade
mostrou que pessoas com menor escolaridade apresentam risco maior de
morte quando comparadas quelas de maior escolaridade. Entretanto, ser
43( )
Garantir e ampliar o acesso da populao negra residente em reas
urbanas, do campo e da oresta s aes e aos servios de sade;
Incluir o tema tnico-racial, nos processos de formao e educao
permanente dos trabalhadores da sade e no exerccio do controle
social;
Identicar, combater e prevenir situaes de abuso, explorao e vio-
lncia;
Garantir a utilizao do quesito cor na produo de informaes epi-
demiolgicas para a denio de prioridades e tomada de deciso;
Identicar as necessidades de sade da populao negra e utiliz-las
como critrio de planejamento e denio de prioridades.
Este plano prope a operacionalizao das aes por meio de fases.
Cada uma das fases inclui metas especcas a serem atingidas em dois anos
e se articulam de forma que a primeira fase propicie as condies necessrias
para o cumprimento dos objetivos.
A Fase 1compreende o perodo de 20082009 e a Fase 2o perodo de
20102011. Ambas constituem-se em torno de dois problemas priorizadose incluem aes e metas que incidem sobre os diferentes condicionantes e
determinantes que sustentam a desigualdade em sade que acomete a po-
pulao negra.
Problema 1: Raa Negra e Racismo como Determinante Social das Con-
dies de Sade: acesso, discriminao e excluso social.
Para o equacionamento deste problema devero ser adotados meca-
nismos gerenciais e de planejamento para a promoo da equidade em sa-
de de grupos em condies de vulnerabilidade; instituio de instncias de
promoo da equidade em sade; aes de formao e educao permanen-
te destinadas a gestores, trabalhadores de sade e lideranas de movimen-
to negro; desenvolvimento de estratgias de articulao com as instituiesde promoo da equidade racial a m de operacionalizar atividades inter-
setoriais, como a semana da equidade em sade; processo de articulao e
negociao para a participao de representao do movimento negro nos
conselhos de sade; aperfeioamento dos sistemas de informao, inserindo
o quesito raa/cor e a realizao de estudos e pesquisas sobre a situao de
sade dessa populao.
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42( )
Justicativa
O presente Plano Operativo tem como nalidade estabelecer a s estrat-gias, os indicadores e as metas que orientaro a interveno no Sistema ni-co de Sade (SUS) e os seus rgos de gesto federal, estadual e municipal no processo de enfrentamento das iniquidades e desigualdades em sadecom enfoque na abordagem tnico-racial.
O Ministrio da Sade (MS), considerando as desfavorveis condiesde sade da populao negra, que constitui atualmente mais de 46 % do to-tal da populao do Pas, e visando tanto eliminao das iniquidades quan-to reduo dos agravos que incidem nas altas e desproporcionais taxas demorbidade e mortalidade neste grupo populacional, elaborou a Poltica Na-cional de Sade Integral da Populao Negra (PNSIPN).
A referida Poltica aprovada em 2006 pelo Conselho Nacional de Sade(CNS) vem materializar esses propsitos, concentrando os esforos das trsesferas de governo e da sociedade civil na promoo da sade, na atenoe no cuidado em sade, priorizando a reduo das desigualdades tnico-raciais, o combate ao racismo e a discriminao nas instituies e servios
do SUS.A PNSIPN dene os princpios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as
estratgias e as responsabilidades de gesto voltados para a melhoria dascondies de sade desse segmento da populao. Trata-se, portanto, deuma poltica transversal com gesto e execuo compartilhadas entre as trsesferas de governo e que dever atuar articulada s demais polticas do Mi-nistrio da Sade.
Neste contexto o plano se insere na dinmica do SUS, por meio de es-tratgias de gesto solidria e participativa, que incluem a adoo de estrat-gias operacionais, aes e metas para o cumprimento pelos estados, distritofederal e municpios a m de ampliar o acesso da populao negra aos ser-vios do SUS.
Estas estratgias operacionais, aes e metas propostas no Plano Ope-rativo da Poltica Nacional de Sade Integral da Populao Negra esto emconsonncia com o PAC (Programa de Acelerao do Crescimento) MaisSade: Direito de Todos e o Pacto pela Sade (cujo Termo de Compromissode Gesto Federal encontra-se em processo de adequao), e visam cumprir
estes objetivos:
15( )
preto ou pardo aumentou o risco de morte por homicdio em rela o popu-
lao branca, independentemente da escolaridade. i nteressante notar que
as diferenas no risco de homicdio na populao preta ou parda em relao
branca foram ampliadas no grupo de maior escolaridade (BRASIL, 2005).
Foram tambm realizadas anlises da mortalidade por doenas trans-
missveis e no transmissveis. O estudo destaca a diferena de raa e cor para
o risco de morte por tuberculose quando consideradas as taxas padroniza-das de mortalidade para o ano de 2003: tendo como base de comparao a
populao branca, o risco de morrer por tuberculose foi 1,9 vez maior para o
grupo de cor parda e 2,5 vezes maior para o de cor preta. Segundo o relatrio,
independentemente dos anos de estudo, as pessoas da cor preta ou parda
tiveram 70% mais risco de morrer por tuberculose que as pessoas brancas
(BRASIL, 2005).
A anlise dos dados tambm permitiu as seguintes constataes: as
mulheres negras grvidas morrem mais de causas maternas, a exemplo da
hipertenso prpria da gravidez, que as brancas; as crianas negras morrem
mais por doenas infecciosas e desnutrio; e, nas faixas etrias mais jovens,
os negros morrem mais que os brancos (BRASIL, 2005).
No Brasil, existe um consenso entre os diversos estudiosos acerca das
doenas e agravos prevalentes na populao negra, com destaque para
aqueles que podem ser agrupados nas seguintes categorias: a) genetica-
mente determinados doena falciforme, decincia de glicose 6-fosfato
desidrogenase, foliculite; b) adquiridos em condies desfavorveis des-
nutrio, anemia ferropriva, doenas do trabalho, DST/HIV/aids, mortes vio-
lentas, mortalidade infantil elevada, abortos spticos, sofrimento psquico,
estresse, depresso, tuberculose, transtornos mentais (derivados do uso abu-sivo de lcool e outras drogas); e c) de evoluo agravada ou tratamento di-cultado hipertenso arterial, diabetes melito, coronariopatias, insucinciarenal crnica, cncer, miomatoses (WORKSHOP INTERAGENCIAL DE SADE
DA POPULAO NEGRA, 2001). Essas doenas e a gravos necessitam de umaabordagem especca sob pena de se inviabilizar a promoo da equidadeem sade no Pas.
Para uma anlise adequada das condies sociais e da sade da popula-o negra, preciso ainda considerar a grave e insistente questo do racismono Brasil, persistente mesmo aps uma srie de conquistas institucionais, de-vido ao seu elevado grau de entranhamento na cultura brasileira. O racismo
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se rearma no dia a dia pela linguagem comum, se mantm e se alimentapela tradio e pela cultura, inuencia a vida, o funcionamento das institui-es e tambm as relaes entre as pessoas; condio histrica e traz con-sigo o preconceito e a discriminao, afetando a populao negra de todasas camadas sociais, residente na rea urbana ou rural e, de forma dupla, asmulheres negras, tambm vitimadas pelo machismo e pelos preconceitos de
gnero, o que agrava as vulnerabilidades a que est exposto este segmento.Do ponto de vista institucional que envolve as polticas, os programas
e as relaes interpessoais , deve -se considerar que as instituies compro-metem sua atuao quando deixam de oferecer um servio qualicado spessoas em funo da sua origem tnico-racial, cor da pele ou cultura. Essecomprometimento resultante do racismo institucional.
O racismo institucional constitui-se na produo sistemtica da segre-gao tnico-racial, nos processos institucionais. Manifesta-se por meio denormas, prticas e comportamentos discriminatrios adotados no cotidia-no de trabalho, resultantes de ignorncia, falta de ateno, preconceitos ouesteretipos racistas. Em qualquer caso, sempre coloca pessoas de gruposraciais ou tnicos discriminados em situao de desvantagem no acesso a
benefcios gerados pela ao das instituies.Com a nalidade de subsidiar a identicao, a abordagem, o comba-
te e a preveno ao racismo institucional foram denidas duas dimensesinterdependentes de anlise: (1) a das relaes i nterpessoais, e (2) a poltico-programtica. A primeira diz respeito s relaes que se estabelecem entredirigentes e servidores, entre os prprios servidores e entre os servidores e
os usurios dos servios.
A dimenso poltico-programtica de combate ao racismo institucional
caracterizada pela produo e disseminao de informaes sobre as ex-
perincias diferentes e/ou desiguais em nascer, viver, adoecer e morrer; pela
capacidade em reconhecer o racismo como um dos determinantes das desi-
gualdades no processo de ampliao das potencialidades individuais; pelo in-
vestimento em aes e programas especcos para a identicao de prticas
discriminatrias; pelas possibilidades de elaborao e implementao de me-
canismos e estratgias de no discriminao, combate e preveno do racismo
e intolerncias correlatas incluindo a sensibilizao e capacitao de pros-
sionais; pelo compromisso em priorizar a formulao e implementao de me-
canismos e estratgias de reduo das disparidades e promoo da equidade.
41( )
Anexo B Plano Operativo
MINISTRIO DA SADESECRETARIA DE GESTO ESTRATGICA E PARTICIPATIVA
DEPARTAMENTO DE APOIO GESTO PARTICPATIVA
Poltica Nacional de Sade Integral da Populao Negra
Plano Operativo
Braslia - DF
2008
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Princpios
A Constituio Federal de 1988 assumiu o carter de Constituio Cida-
d, em virtude de seu compromisso com a criao de uma nova ordem social.
Essa nova ordem tem a seguridade social como um conjunto integrado de
aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegu-
rar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social (BRASIL,
1988).
Esta Poltica est embasada nos princpios constitucionais de cidadania
e dignidade da pessoa humana, do repdio ao racismo, e da igualdade.
igualmente coerente com o objetivo fundamental da Repblica Federativa
do Brasil de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao (BRASIL, 1988).
Rearma os princpios do SUS, constantes da Lei n. 8.080, de 19 de se-
tembro de 1990, a saber: a) a universalidade do acesso, compreendido como
o acesso garantido aos servios de sade para toda populao, em todos os
nveis de assistncia, sem preconceitos ou privilgios de qualquer espcie;
b) a integralidade da ateno, entendida como um conjunto articulado econtnuo de aes e servios preventivos e curativos, individuais e coletivos,
exigido para cada caso, em todos os nveis de complexidade do sistema; c) a
igualdade da ateno sade; e d) descentralizao poltico-administrativa,
com direo nica em cada esfera de governo (BRASIL, 1990a).
A esses vm juntar-se os da participao popular e do controle social,instrumentos fundamentais para a formulao, execuo, avaliao e even-tuais redirecionamentos das polticas pblicas de sade.Constituem desdo-bramentos do princpio da participao da comunidade (BRASIL, 1990a) eprincipal objeto da Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que instituiu asconferncias e os conselhos de sade como rgos colegiados de gesto do
SUS, com garantia de participa o da comunidade (BRASIL, 1990b).Igualmente importante o princpio da equidade. A iniquidade racial,
como fenmeno social amplo, vem sendo combatida pelas polticas de pro-moo da igualdade racial, regidas pela Lei n. 10.678/03, que criou a Seppir.Coerente com isso, o princpio da igualdade, associado ao objetivo funda-mental de conquistar uma sociedade livre de preconceitos onde a diversida-de seja um valor, deve desdobrar-se no princpio da equidade, como aquele
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que embasa a promoo da igualdade a partir do reconhecimento das desi-gualdades e da ao estratgica para super-las. Em sade, a ateno deveser entendida como aes e servios priorizados em funo de situaes derisco e condies de vida e sade de determinados indivduos e grupos depopulao.
O SUS, como um sistema em constante processo de aperfeioamento,na implantao e implementao do Pacto pela Sade, institudo por meioda Portaria n. 399, de 22 de fevereiro de 2006, compromete-se com o com-bate s iniquidades de ordem socioeconmica e cultural que atingem a po-pulao negra brasileira (BRASIL, 2006).
Cabe ainda destacar o fato de que esta Poltica apresenta como princ-pio organizativo a transversalidade, caracterizada pela complementaridade,conuncia e reforo recproco de diferentes polticas de sade. Assim, con-templa um conjunto de estratgias que resgatam a viso integral do sujeito,considerando a sua participao no processo de construo das respostaspara as suas necessidades, bem como apresenta fundamentos nos quais es-to includas as vrias fases do ciclo de vida, as demandas de gnero e asquestes relativas orientao sexual, vida com patologia e ao porte dedecincia temporria ou permanente.
Marca
Reconhecimento do racismo, das desigualdades tnico-raciais e doracismo institucional como determinantes sociais das condies de sade,com vistas promoo da equidade em sade.
Diretrizes Gerais
Incluso dos temas Racismo e Sade da Populao Negra nos pro-I -cessos de formao e educao permanente dos trabalhadoresda sade e no exerccio do controle social na sade;
AmpliaII -
o e fortalecimento da participao do Movimento SocialNegro nas instncias de controle social das polticas de sade, emconsonncia com os princpios da gesto participativa do SUS,adotados no Pacto pela Sade;
Incentivo produo do conhecimento cientco e tecnolgicoIII -em sade da populao negra;
Promoo do reconhecimento dos saberes e prticas popularesIV -
39( )
implementao desta Poltica, pactuadas na Comisso Intergestores Biparti-
te CIB;
III Coordenao, monitoramento e avaliao da implementao desta
Poltica, em consonncia com o Pacto pela Sade;
IV Garantia da incluso desta Poltica no Plano Municipal de Sade e
no PPA setorial, em consonncia com as realidades e necessidades locais;
V Identicao das necessidades de sade da populao negra no
mbito municipal, considerando as oportunidades e os recursos;
VI Implantao e implementao de instncia municipal de promoo
da equidade em sade da populao negra;
VII Estabelecimento de estruturas e instrumentos de gesto e indica-
dores para monitoramento e avaliao do impacto da implementao desta
Poltica;
VIII Garantia da insero dos objetivos desta Poltica nos processos de
formao prossional e educao permanente de trabalhadores da sade,
em articulao com a Poltica Nacional de Educao Permanente em Sade,
instituda pela Portaria GM/MS n 1.996, de 20 de agosto de 2007 (BRASIL,2007);
IX Articulao intersetorial, incluindo parcerias com instituies go-
vernamentais e no governamentais, com vistas a contribuir no processo de
implementao desta Poltica;
X Fortalecimento da gesto participativa, com incentivo participa-
o popular e ao controle social;
XI Elaborao de materiais de divulgao visando socializao da
informao e das aes de promoo da sade integral da populao negra;
XII Apoio aos processos de educao popular em sade per tinentes s
aes de promoo da sade integral da populao negra; e
XIII Instituio de mecanismos de fomento produo de conheci-mentos sobre racismo e sade da populao negra.
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38( )
III Coordenao, monitoramento e avaliao da implementao destaPoltica, em consonncia com o Pacto pela Sade, em mbito estadual;
IV Garantia da incluso desta Poltica no Plano Estadual de Sade e noPPA setorial estadual, em consonncia com as realidades locais e regionais;
V Identicao das necessidades de sade da populao negra nombito estadual e cooperao tcnica e nanceira com os municpios, para
que possam fazer o mesmo, considerando as oportunidades e recursos;VI Implantao e implementao de instncia estadual de promoo
da equidade em sade da populao negra;
VII Apoio implantao e implementao de instncia s municipais depromoo da equidade em sade da populao negra;
VIII Garantia da insero dos objetivos desta Poltica nos processos deformao prossional e educao permanente de trabalhadores da sade,em articulao com a Poltica Nacional de Educao Permanente em Sade,instituda pela Portaria MS/GM n 1.996, de 20 de agosto de 2007 (BRASIL,2007);
IX Estabelecimento de estruturas e instrumentos de gesto e indica-
dores para monitoramento e avaliao do impacto da implementao destaPoltica;
X Elaborao de materiais de divulgao visando socializao da
informao e das aes de promoo da sade integral da populao negra;
XI Apoio aos processos de educao popular em sade, referentes s
aes de promoo da sade integral da populao negra;
XII Fortalecimento da gesto participativa, com incentivo participa-
o popular e ao controle social;
XIII Articulao intersetorial, incluindo parcerias com instituies go-
vernamentais e no governamentais, com vistas a contribuir no processo de
efetivao desta Poltica;
XIV Instituio de mecanismos de fomento produo do conheci-
mentos sobre racismo e sade da populao negra.
2.3 Gestor Municipal
I Implementao desta Poltica em mbito municipal;
II Denio e gesto dos recursos oramentrios e nanceiros para a
19( )
de sade, incluindo aqueles preservados pelas religies de matri-zes africanas;
Implementao do processo de monitoramento e avaliao dasV -aes pertinentes ao combate ao racismo e reduo das desi-gualdades tnico-raciais no campo da sade nas distintas esferasde governo;
Desenvolvimento de processos de informao, comunicao eVI -educao, que desconstruam estigmas e preconceitos, fortale-am uma identidade negra positiva e contribuam para a reduodas vulnerabilidades.
Objetivo Geral
Promover a sade integral da populao negra, priorizando a reduodas desigualdades tnico-raciais, o combate ao racismo e discriminaonas instituies e servios do SUS.
Objetivos Especcos
Garantir e ampliar o acesso da populao negra residente em reasI -urbanas, em particular nas regies perifricas dos grandes cen-tros, s aes e aos servios de sade;
Garantir e ampliar o acesso da populao negra do campo e daII -oresta, em particular as populaes quilombolas, s aes e aosservios de sade;
Incluir o temaIII - Combate s Discriminaes de Gnero e OrientaoSexual, com destaque para as intersees com a sade da popu-lao negra, nos processos de formao e educao permanentedos trabalhadores da sade e no exerccio do controle social;
Identicar, combater e prevenir situaes de abuso, explorao eIV - violncia, incluindo assdio moral, no ambiente de trabalho;
Aprimorar a qualidade dos sistemas de informao em sade, porV -meio da incluso do quesito cor em todos os instrumentos de co-leta de dados adotados pelos servios pblicos, os conveniadosou contratados com o SUS;
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Melhorar a qualidade dos sistemas de informao do SUS no queVI -tange coleta, processamento e anlise dos dados desagregadospor raa, cor e etnia;
Identicar as necessidades de sade da populao negra do cam-VII -po e da oresta e das reas urbanas e utiliz-las como critrio deplanejamento e denio de prioridades;
Denir e pactuar, junto s trs esferas de governo, indicadores eVIII -metas para a promoo da equidade tnico-racial na sade;
Monitorar e avaliar os indicadores e as metas pactuados para aIX -promoo da sade da populao negra visando reduzir as iniqui-dades macrorregionais, regionais, estaduais e municipais;
Incluir as demandas especcas da populao negra nos proces-X -sos de regulao do sistema de sade suplementar;
Monitorar e avaliar as mudanas na cultura institucional, visandoXI - garantia dos princpios antirracistas e no discriminatrios;
Fomentar a realizao de estudos e pesquisas sobre racismo eXII -sade da populao negra.
Estratgias de Gesto
Implementao das aes de combate ao racismo institucional eI -reduo das iniquidades raciais, com a denio de metas espec-cas no Plano Nacional de Sade e nos Termos de Compromissode Gesto;
Desenvolvimento de aes especcas para a reduo das dispa-II -ridades tnico-raciais nas condies de sade e nos agravos, con-siderando as necessidades locorregionais, sobretudo na morbi-mortalidade materna e infantil e naquela provocada por: causasviolentas, doena falciforme, DST/HIV/aids, tuberculose, hansena-
se, cncer de colo uterino e de mama, transtornos mentais;Fortalecimento da ateno sade integral da populao negra emIII -todas as fases do ciclo da vida, considerando as necessidades espe-ccas de jovens, adolescentes e adultos em conito com a lei;
Estabelecimento de metas especcas para a melhoria dos indica-IV -dores de sade da populao negra, com especial ateno para aspopulaes quilombolas;
37( )
VIII Garantia da insero dos objetivos desta Poltica nos processos de
formao prossional e educao permanente de trabalhadores da sade,
em articulao com a Poltica Nacional de Educao Permanente em Sade,
instituda pela Portaria MS/GM n 1.996, de 20 de agosto de 2007 (BRASIL,
2007);
IX Adoo do processo de avaliao como parte do planejamento e
implementao das iniciativas de promoo da sade integral da populaonegra, garantindo tecnologias adequadas;
X Estabelecimento de estruturas e instrumentos de gesto e indica-
dores para monitoramento e avaliao do impacto da implementao desta
Poltica;
XI Fortalecimento da gesto participativa, com incentivo participa-
o popular e ao controle social;
XII Denio de aes intersetoriais e pluri-institucionais de promo-
o da sade integral da populao negra, visando melhoria dos indicado-
res de sade dessa populao;
XIII Apoio aos processos de educao popular em sade pertinentess aes de promoo da sade integral da populao negra;
XIV Elaborao de materiais de divulgao visando socializao da
informao e das aes de promoo da sade integral da populao negra;
XV Estabelecimento de parcerias governamentais e no governamen-tais para potencializar a implementao das aes de promoo da sadeintegral da populao negra no mbito do SUS;
XVI Estabelecimento e reviso de normas, processos, procedimentos,visando implementao dos princpios da equidade e humanizao daateno e das relaes de trabalho; e
XVII Instituio de mecanismos de fomento produo de conheci-
mentos sobre racismo e sade da populao negra.2.2 Gestor Estadual
I Apoio implementao desta Poltica em mbito nacional;
II Denio e gesto dos recursos oramentrios e nanceiros
para a implementao desta Poltica, pactuadas na Comisso
Intergestores Bipartite CIB;
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XVI Articulao desta Poltica com as demais polticas de sade, nasquestes pertinentes s condies, caractersticas e especicidades da po-pulao negra;
XVII Apoio tcnico e nanceiro para a implementao desta Poltica,incluindo as condies para: realizao de seminrios, ocinas, fruns de sen-sibilizao dos gestores de sade; implantao e implementao de comits
tcnicos de sade da populao negra ou instncias similares, nos estados emunicpios; e formao de lideranas negras para o exerccio do controle social;
XVIII Estabelecimento de acordos e processos de cooperao nacionale internacional, visando promoo da sade integral da populao negranos campos da ateno, educao permanente e pesquisa. * Em virtude deseu carter transversal, todas as estratgias de gesto assumidas por estaPoltica devem estar em permanente interao com as demais polticas doMS relacionadas promoo da sade, ao controle de agravos e ateno ecuidado em sade.
2. Responsabilidades das Esferas de Gesto
2.1. Gestor Federal
I Implementao desta Poltica em mbito nacional;II Denio e gesto dos recursos oramentrios e nanceiros para a
implementao desta Poltica, pactuadas na Comisso Intergestores Tripar-
tite CIT;
III Garantia da incluso desta Poltica no Plano Nacional de Sade e no
Plano Plurianual PPA setorial;
IV Coordenao, monitoramento e avaliao da implementao desta
Poltica, em consonncia com o Pacto pela Sade;
V Garantia da incluso do quesito cor nos instrumentos de coleta de
dados nos sistemas de informao do SUS;
VI Identicao das necessidades de sade da populao negra e co-
operao tcnica e nanceira com os estados, o Distrito Federal e os munic-
pios, para que possam fazer o mesmo, considerando as oportunidades e os
recursos;
VII Apoio tcnico e nanceiro para implantao e implementao de
instncias de promoo de equidade em sade da populao negra no Dis-
trito Federal, nos estados e nos municpios;
21( )
Fortalecimento da ateno sade mental das crianas, adoles-V -centes, jovens, adultos e idosos negros, com vistas qualicaoda ateno para o acompanhamento do crescimento, desenvolvi-mento e envelhecimento e a preveno dos agravos decorrentesdos efeitos da discriminao racial e excluso social;
Fortalecimento da ateno sade mental de mulheres e homensVI -negros, em especial aqueles com transtornos decorrentes do usode lcool e outras drogas;
Qualicao e humanizao da ateno sade da mulher negra,VII -incluindo assistncia ginecolgica, obsttrica, no puerprio, no cli-matrio e em situao de abor tamento, nos estados e municpios;
Articulao e fortal ecimento das aes de ateno s pessoas comVIII -doena falciforme, incluindo a reorganizao, a qualicao e ahumanizao do processo de acolhimento, do servio de dispen-sao na assistncia farmacutica, contemplando a ateno dife-renciada na internao;
Incluso do quesito cor nos instrumentos de coleta de dados nosIX -sistemas de informao do SUS;
Incentivo tcnico e nanceiro organizao de redes integradasX -de ateno s mulheres negras em situao de violncia sexual,domstica e intrafamiliar;
Implantao e implementao dos Ncleos de Preveno Vio-XI -lncia e Promoo da Sade, nos estados e municpios, conformea Portaria MS/GM n. 936, de 19 de maio de 2004, como meio dereduzir a vulnerabilidade de jovens negros morte, traumas ouincapacitao por causas externas (BRASIL, 2004a);
Elaborao de materiais de informao, comunicao e eduXII - cao so-bre o tema Sade da Populao Negra, respeitando os diversos saberese valores, inclusive os preservados pelas religies de matrizes africanas;
Fomento realizao de estudos e pesquisas sobre o acesso daXIII -
referida populao aos servios e aes de sade;Garantia da implementao da Portaria Interministerial MS/SEDH/XIV -SEPM n 1.426, de 14 de julho de 2004, que aprovou as diretrizespara a implantao e implementao da ateno sade dos ado-lescentes em conito com a lei, em regime de internao e inter-nao provisria, no que diz respeito promoo da equidade(BRASIL, 2004d);
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22( )
Articulao desta Poltica com o Plano Nacional de Sade no Sis-XV -tema Penitencirio, institudo pela Portaria Interministerial MS/MJn 1.777, de 9 de setembro de 2003 (BRASIL, 2003b);
Articulao desta Poltica com as demais polticas de sade, nasXVI -questes pertinentes s condies, caractersticas e especicida-des da populao negra;
Apoio tcnico e nanceiro para a implementao desta Poltica,XVII - incluindo as condies para: realizao de seminrios, ocinas,fruns de sensibilizao dos gestores de sade; implantao e im-plementao de comits tcnicos de sade da populao negraou instncias similares, nos estados e municpios; e formao delideranas negras para o exerccio do controle social;
Estabelecimento de acordos e processos de cooperao nacional eXVIII -internacional, visando promoo da sade integral da populaonegra nos campos da ateno, educao permanente e pesquisa.
35( )
VI Fortalecimento da ateno sade mental de mulheres e homensnegros, em especial aqueles com transtornos decorrentes do uso de lcool eoutras drogas;
VII Qualicao e humanizao da ateno sade da mulher negra,incluindo assistncia ginecolgica, obsttrica, no puerprio, no climatrio eem situao de abortamento, nos estados e municpios;
VIII Articulao e fortalec imento das aes de ateno s pessoas comdoena falciforme, incluindo a reorganizao, a qualicao e a humanizaodo processo de acolhimento, do servio de dispensao na assistncia farma-cutica, contemplando a ateno diferenciada na internao;
IX Incluso do quesito cor nos instrumentos de coleta de dados nossistemas de informao do SUS;
X Incentivo tcnico e nanceiro organizao de redes integradas deateno s mulheres negras em situao de violncia sexual, domstica e in-trafamiliar;
XI Implantao e implementao dos Ncleos de Preveno Violn-cia e Promoo da Sade, nos estados e municpios, conforme a Portaria MS/
GM n 936, de 19 de maio de 2004, como meio de reduzir a vulnerabilida-de de jovens negros morte, traumas ou incapacitao por causas externas
(BRASIL, 2004a);
XII Elaborao de materiais de informao, comunicao e educaosobre o tema Sade da Populao Negra, respeitando os diversos saberes evalores, inclusive os preservados pelas religies de matrizes africanas;
XIII Fomento realizao de estudos e pesquisas sobre o acesso dareferida populao aos servios e aes de sade;
XIV Garantia da implementao da Portaria Interministerial MS/SEDH/SEPM n 1.426, de 14 de julho de 2004, que aprovou as diretrizes para a im-plantao e implementao da ateno sade dos adolescentes em con-
ito com a lei, em regime de internao e internao provisria, no que dizrespeito promoo da equidade (BRASIL, 2004b);
XV Articulao desta Poltica com o Plano Nacional de Sade no Siste-ma Penitencirio, institudo pela Portaria Interministerial MS/MJ n 1.777, de9 de setembro de 2003 (BRASIL, 2003b);
1 Em virtude de seu carter transversal, todas as estratgias de gesto assumidas por essa Poltica devem estar empermanente interao com as demais polticas do MS relacionadas Promoo da Sade, ao controle de agravose ateno e cuidado em sade.
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34( )
IX Monitorar e avaliar os indicadores e as metas pactuados para a pro-
moo da sade da populao negra visando reduzir as iniquidades macror-
regionais, regionais, estaduais e municipais;
X Incluir as demandas especcas da populao negra nos processos
de regulao do sistema de sade suplementar;
XI Monitorar e avaliar as mudanas na cultura institucional, visando
garantia dos princpios antirracistas e no discriminatrio;XII Fomentar a realizao de estudos e pesquisas sobre racismo e sa-
de da populao negra.
Captulo III
DAS ESTRATGIAS E RESPONSABILIDADES DAS ESFERAS DE GESTO
1. Estratgias de Gesto1
I Implementao das aes de combate ao racismo institucional e re-
duo das iniquidades raciais, com a denio de metas especcas no Plano
Nacional de Sade e nos Termos de Compromisso de Gesto;
II Desenvolvimento de aes especcas para a reduo das dispari-
dades tnico-raciais nas condies de sade e nos agravos, considerando
as necessidades locorregionais, sobretudo na morbi-mortalidade materna einfantil e naquela provocada por: causas violentas; doena falciforme; DST/HIV/aids; tuberculose; hansenase; cncer de colo uterino e de mama; trans-tornos mentais;
III Fortalecimento da ateno sade integral da populao negra emtodas as fases do ciclo da vida, considerando as necessidades especcas dejovens, adolescentes e adultos em conito com a lei;
IV Estabelecimento de metas especcas para a melhoria dos indica-dores de sade da populao negra, com especial ateno para as popula-es quilombolas;
V Fortalecimento da ateno sade mental das crianas, adolescen-tes, jovens, adultos e idosos negros, com vistas qualicao da ateno parao acompanhamento do crescimento, desenvolvimento e envelhecimento ea preveno dos agravos decorrentes dos efeitos da discriminao racial eexcluso social;
23( )
Responsabilidades das Esferas de Gesto
Gestor Federal
Implementao desta Poltica em mbito nacional;I -
Denio e gesto dos recursos oramentrios e nanceiros paraII -
a implementao desta Poltica, pactuadas na Comisso Interges-tores Tripartite (CIT);
Coordenao, monitoramento e avaliao da implementao des-III -ta Poltica, em consonncia com o Pacto pela Sade;
Garantia da incluso do quesito cor nos instrumentos de coleta deIV -dados nos sistemas de informao do SUS;
Identicao das necessidades de sade da populao negra e co-V -operao tcnica e nanceira com os estados, o Distrito Federal eos municpios, para que possam fazer o mesmo, considerando asoportunidades e os recursos;
Apoio tcnico e nanceiro para implantao e implementao deVI -
instncias de promoo de equidade em sade da populao ne-gra no Distrito Federal, nos estados e nos municpios;
Garantia da insero dos objetivos desta Poltica nos processos deVII -formao prossional e educao permanente de trabalhadoresda sade, em articulao com a Poltica Nacional de Educao Per-manente em Sade, instituda pela Portaria GM/MS n 1.996, de 20de agosto de 2007 (BRASIL, 2007);
Adoo do processo de avaliao como parte do planejamento eVIII -implementao das iniciativas de promoo da sade integral dapopulao negra, garantindo tecnologias adequadas;
EstabelecimenIX - to de estruturas e instrumentos de gesto e indica-
dores para monitoramento e avaliao do impacto da implemen-tao desta Poltica;
Fortalecimento da gesto participativa, com incentivo partici-X -pao popular e ao controle social;
Denio de aes intersetoriais e pluri-institucionais de promo-XI -o da sade integral da populao negra, visando melhoria dosindicadores de sade dessa populao;
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Apoio aos processos de educao popular em sade pertinentesXII -s aes de promoo da sade integral da populao negra;
Elaborao de materiais de divulgao visando socializao daXIII -informao e das aes de promoo da sade integral da popu-lao negra;
Estabelecimento de parcerias governamentais e no governa-XIV -
mentais para potencializar a i mplementao das aes de promo-o da sade integral da populao negra no mbito do SUS;
Estabelecimento e reviso de normas, processos e procedimen-XV -tos, visando implementao dos princpios da equidade e hu-manizao da ateno e das relaes de trabalho;
Instituio de mecanismos de fomento produo de conheci-XVI -mentos sobre racismo e sade da populao negra.
Gestor Estadual
Apoio implementao desta Poltica em mbito nacional;I -
Denio e gesto dos recursos oramentrios e nanceiros paraII -
a implementao desta Poltica, pactuadas na Comisso Interges-tores Bipartite (CIB);
Coordenao, monitoramento e avaliao da implementaoIII -desta Poltica, em consonncia com o Pacto pela Sade, em m-bito estadual;
Garantia da incluso desta Poltica no Plano Estadual de Sade eIV -no PPA setorial estadual, em consonncia com as realidades locaise regionais;
Identicao das necessidades de sade da populao negra noV -mbito estadual e cooperao tcnica e nanceira com os muni-cpios, para que possam fazer o mesmo, considerando as oportu-
nidades e recursos;Implantao e implementao de instncia estadual de promo-VI -o da equidade em sade da populao negra;
Apoio implantao e implementao de instncias municipaisVII -de promoo da equidade em sade da populao negra;
33( )
V Implementao do processo de monitoramento e avaliao das
aes pertinentes ao combate ao racismo e reduo das desigualdades
tnico-raciais no campo da sade nas distintas esferas de governo;
VI Desenvolvimento de processos de informao, comunicao e edu-
cao, que desconstruam estigmas e preconceitos, fortaleam uma identida-
de negra positiva e contribuam para a reduo das vulnerabilidades.
2. Objetivo GeralPromover a sade integral da populao negra, priorizando a reduo
das desigualdades tnico-raciais, o combate ao racismo e discriminao
nas instituies e servios do SUS.
3. Objetivos Especcos
I Garantir e ampliar o acesso da populao negra residente em reas
urbanas, em particular nas regies perifricas dos grandes centros, s aes
e aos servios de sade;
II Garantir e ampliar o acesso da populao negra do campo e da ores-
ta, em particular as populaes quilombolas, s aes e aos servios de sade;
III Incluir o tema Combate s Discriminaes de Gnero e OrientaoSexual, com destaque para as intersees com a sade da populao negra,
nos processos de formao e educao permanente dos trabalhadores da
sade e no exerccio do controle social;
IV Identicar, combater e prevenir situaes de abuso, explorao e
violncia, incluindo assdio moral, no ambiente de tra balho;
V Aprimorar a qualidade dos sistemas de informao em sade, por
meio da incluso do quesito cor em todos os instrumentos de coleta de dados
adotados pelos servios pblicos, os conveniados ou contratados com o SUS;
VI Melhorar a qualidade dos sistemas de informao do SUS no que
tange coleta, ao processamento e anlise dos dados desagregados por
raa, cor e etnia;VII Identicar as necessidades de sade da populao negra do campo
e da oresta e das reas urbanas e utiliz-las como critrio de planejamento e
denio de prioridades;
VIII Denir e pactuar, junto s trs esferas de governo, indicadores e
metas para a promoo da equidade tnico-racial na sade;
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O SUS, como um sistema em constante processo de aperfeioamento,
na implantao e implementao do Pacto pela Sade, institudo por meioda Portaria n 399, de 22 de fevereiro de 2006, compromete-se com o com-
bate s iniquidades de ordem socioeconmica e cultural que atingem a po-pulao negra brasileira (BRASIL, 2006).
Cabe ainda destacar o fato de que esta Poltica apresenta como princ-
pio organizativo a transversalidade, caracterizada pela complementaridade,conuncia e reforo recproco de diferentes polticas de sade. Assim, con-
templa um conjunto de estratgias que resgatam a viso integral do sujeito,
considerando a sua participao no processo de construo das respostaspara as suas necessidades, bem como apresenta fundamentos nos quais es-
to includas as vrias fases do ciclo de vida, as demandas de gnero e asquestes relativas orientao sexual, vida com patologia e ao porte de
decincia temporria ou permanente.
2. Marca
Reconhecimento do racismo, das desigualdades tnico-raciais e do
racismo institucional como determinantes sociais das condies de sade,
com vistas promoo da equidade em sade.
Captulo II
DAS DIRETRIZES GERAIS E OBJETIVOS
1. Diretrizes Gerais
I Incluso dos temas Racismo e Sade da Populao Negra nos pro-
cessos de formao e educao permanente dos trabalhadores da sade e
no exerccio do controle social na sade;
II Ampliao e fortalecimento da participao do Movimento Social
Negro nas instncias de controle social das polticas de sade, em consonn-
cia com os princpios da gesto participativa do SUS, adotados no Pacto pela
Sade;
III Incentivo produo do conhecimento cientco e tecnolgico em
sade da populao negra;
IV Promoo do reconhecimento dos saberes e prticas populares de
sade, incluindo aqueles preservados pelas religies de matrizes africanas;
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Garantia da insero dos objetivos desta Poltica nos processosVIII -de formao prossional e educao permanente de trabalhado-res da sade, em articulao com a Poltica Nacional de EducaoPermanente em Sade, instituda pela Portaria GM/MS n 1.996,de 20 de agosto de 2007 (BRASIL, 2007);
Estabelecimento de estruturas e instrumentos de gesto e indica-IX -
dores para monitoramento e avaliao do impacto da implemen-tao desta Poltica;
Elaborao de materiais de divulgao visando socializao daX -informao e das aes de promoo da sade integral da popu-lao negra;
Apoio aos processos de educao popular em sade, referentesXI -s aes de promoo da sade integral da populao negra;
Fortalecimento da gesto participativa, com incentivo partici-XII -pao popular e ao controle social;
Articulao intersetorial, incluindo parcerias com instituies go-XIII -vernamentais e no governamentais, com vistas a contribuir no
processo de efetivao desta Poltica;Instituio de mecanismos de fomento produo de conheci-XIV -mentos sobre racismo e sade da populao negra;
Garantia da incluso do quesito cor nos instrumentos de coletaXV -de dados nos sistemas de informao do SUS.
Gestor Municipal
Implementao desta Poltica em mbito municipal;I -
Denio e gesto dos recursos oramentrios e nanceiros paraII -a implementao desta Poltica, pactuadas na Comisso Interges-tores Bipartite (CIB);
Coordenao, monitoramento e avaliao da implementaoIII -desta Poltica, em consonncia com o Pacto pela Sade;
Garantia da incluso desta Poltica no Plano Municipal de SadeIV -e no PPA setorial, em consonncia com as realidades e necessida-des locais;
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Identicao das necessidades de sade da populao negra noV -mbito municipal, considerando as oportunidades e os recursos;
Implantao e implementao de instncia municipal de promo-VI -o da equidade em sade da populao negra;
Estabelecimento de estruturas e instrumentos de gesto e indica-VII -dores para monitoramento e avaliao do impacto da implemen-
tao desta Poltica;Garantia da insero dos objetivos desta Poltica nos processosVIII -de formao prossional e educao permanente de trabalhado-res da sade, em articulao com a Poltica Nacional de EducaoPermanente em Sade, instituda pela Portaria GM/MS n 1.996,de 20 de agosto de 2007 (BRASIL, 2007);
Articulao intersetorial, incluindo parcerias com instituies go-IX -vernamentais e no governamentais, com vistas a contribuir noprocesso de implementao desta Poltica;
Fortalecimento da gesto participativa, com incentivo partici-X -pao popular e ao controle social;
Elaborao de materiais de divulgao visando socializao daXI -
informao e das aes de promoo da sade integral da popu-lao negra;
Apoio aos processos de educao popular em sade pertinentesXII -s aes de promoo da sade integral da populao negra;
Instituio de mecanismos de fomento produo de conheci-XIII -mentos sobre racismo e sade da populao negra;
Garantia da incluso do quesito cor nos instrumentos de coletaXIV -de dados nos sistemas de informao do SUS.
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Esta Poltica est embasada nos princpios constitucionais de cidadania
e dignidade da pessoa humana (BRASIL, 1988, art. 1, inc. II e III), do repdioao racismo (BRASIL, 1988, art. 4, inc. VIII), e da igualdade (BRASIL, art. 5, ca-
put). igualmente coerente com o objetivo fundamental da Repblica Fede-rativa do Brasil de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao (BRASIL,
1988, art. 3, inc. IV).Rearma os princpios do Sistema nico de Sade SUS, constantes
da Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990, a saber: a) a universalidade do
acesso, compreendido como o acesso garantido aos ser vios de sade paratoda populao, em todos os nveis de assistncia, sem preconceitos ou
privilgios de qualquer espcie; b) a integralidade da ateno, entendidacomo um conjunto articulado e contnuo de aes e servios preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigido para cada caso, em todos os nveis
de complexidade do sistema; c) a igualdade da ateno sade; e d) a des-centralizao poltico-administrativa, com direo nica em cada esfera de
governo (BRASIL, 1990a, art. 7, inc. I, II, IV IX).
A esses vm juntar-se os da participao popular e do controle social, ins-
trumentos fundamentais para a formulao, execuo, avaliao e eventuais re-
direcionamentos das polticas pblicas de sade. Constituem desdobramentos
do princpio da participao da comunidade (BRASIL, 1990a, art. 7, inciso VIII)
e principal objeto da Lei n 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que instituiu asconferncias e os conselhos de sade como rgos colegiados de gesto do
SUS, com garantia de participao da comunidade (BRASIL, 1990b).
Igualmente importante o princpio da equidade. A iniquidade racial,como fenmeno social amplo, vem sendo combatida pelas polticas de pro-
moo da igualdade racial, regidas pela Lei n 10.678/03, que criou a Seppir.Coerente com isso, o princpio da igualdade, associado ao objetivo funda-
mental de conquis
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