NOVO SISTEMA DE CONDUÇÃO
DA PODA DE
ESQUELETAMENTO EM
CAFEEIROS
Matiello, Almeida, Silva, Aguiar, Josino e Araujo
Justificativas
A poda de esqueletamento, ou desponte, vem sendo muito usada, ultimamente, nas lavouras cafeeiras no Brasil.
Na maioria dos casos a poda é aplicada para zerar a safra, no sistema denominado ‘safra zero’.
Realizada a poda, a etapa seguinte consiste na condução da brotação.
Os brotos que saem no topo dos cafeeiros são, normalmente, conduzidos de 2 formas- a 1ª pela desbrota parcial, deixando 2-3 por planta, e a 2ª deixando sem desbrota.
Os trabalhos de pesquisa mostram que a condução sem desbrota favorece a produtividade.
Objetivos
No presente trabalho objetiva-se apresentar dados e observações sobre a viabilidade de uso de outro sistema de condução.
Com desbrota total do topo das plantas.
Este novo sistema, aqui proposto, tem por base os testes efetuados, nos 2 últimos anos, em lavouras em Pirapora-MG e Tambau-SP.
Metodologia
Em Pirapora foi conduzido um trabalho em cafezal Catuai vermelho 144, com 8 anos de idade, espaçamento 3,8 x 0,5 m.
A poda de esqueletamento foi realizada em ago de 2009, na altura de 2,2 m.
Foram podadas 100 plantas, e, em jan 2010, efetuou-se a sub-divisão em 10 parcelas de 10 plantas cada, as quais, intercaladamente foram conduzidas de 2 modos.
O 1º sem desbrota e o 2º com desbrota total (esta efetuada com decotadeira mecanizada) cortando cerca de 10 cm acima da altura de corte original da poda.
Resultados
Em Pirapora foi conduzido um trabalho em cafezal Catuai vermelho 144, com 8 anos de idade, espaçamento 3,8 x 0,5 m.
Em 2011 efetuou-se a colheita das plantas, nos 2 sistemas de condução testados, obtendo-se os seguintes resultados-
• Plantas sem desbrota – 8,8 l por planta
• Plantas com desbrota total- 10,2 l por planta
Verificou-se que houve maior produtividade( cerca de 16 % a mais) nas plantas com topo desbrotado.
Metodologia- resultados
Em Tambaú-SP o trabalho foi feito em lavoura de Icatu vermelho 2945, com 8 anos, espaçamento 3,8 x 1 m.
Nesta área foi feito o teste de poda e condução em 10 ha de lavoura.
A poda foi feita a uma altura de 2,2 m e efetuou-se desbrota total do topo, através de 2 operações manuais.
Verificou-se, em 2011, uma produtividade na faixa de 70 scs por ha.
Discussão
A nova condução, de desbrota total, do topo das plantas, deve ser indicada para o sistema safra zero.
As brotações ortotrópicas, que saem do topo, só produzirão em parte dos ramos laterais que nelas crescem. O ponteiro iria produzir mais no ano seguinte.
Como vai ser feito, novamente, o esqueletamento, com corte da haste principal, por decote, o crescimento anterior e a energia gasta nele seriam desperdiçados, o que resultaria em perdas de produtividade na parte baixa das plantas.
Recomendações
No novo sistema de condução deve-se observar que o decote da haste principal é indicado mais alto, de 2-2,7m (conforme o espaçamento), para aproveitar maior altura útil de ramagem produtiva.
Com o corte dos ramos ortotrópicos do topo, os ramos laterais (produtivos)junto ao ponteiro da planta, acabam se desenvolvendo mais, sendo que a altura de suas extremidades atingem 30-50 cm acima da altura do corte.
SISTEMA SAFRA ZERO: CICLOS DE
PODA EM CAFEEIROS DE PORTE
ALTO E BAIXO
Gabriel Reis Lacerda – Eng. Agr. Fundação Procafé
37º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras
Sistema Safra Zero
•Sistema de Manejo
•Esqueletamento e decote das plantas a cada 2 anos
1º ano somente vegeta
2º ano produção e poda
• Manter o porte da lavoura
• Eliminar colheitas onerosas
Objetivo
O objetivo desse trabalho foi avaliar a
produtividade de cafeeiros porte alto
(Mundo Novo) e porte baixo (Catuaí)
sob podas, com foco no sistema
Safra Zero em diferentes ciclos de
poda
Metodologia
• Ensaio instalado e DBC
• FEV – Varginha-MG
• Poda inicial foi em 2003
• Porte alto – Mundo Novo 376/4 (4,0 x 1,0m)
• 7 Tratamentos x 4 Repetições
• Porte Baixo – Catuaí Vermelho IAC 144 (3,8 x 0,8m)
• 5 Tratamentos x 6 Repetições
• 10 Plantas por parcela
Resultados
Mundo Novo 376/4 Produtividade (sacas/ha)
Tratamentos 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Média
1 – Testemunha sem poda 23,0 105,0 28,0 81,0 49,0 86,0 29,0 101,0 63 a
2 – Safra Zero cada 2 anos
(decote a 2 metros) 0,0 65,0 0,0 92,0 0,0 111,0 0 103,0 47 b
3 – Safra Zero cada 3 anos
(decote a 2 metros) 0,0 76,0 30,5 0,0 84,0 71,0 0 98,0 45 b
4 – Safra Zero cada 4 anos
(decote a 2 metros) 0,0 78,0 44,0 40,0 0,00 134,0 20,0 118,0 54 a
5 – Esqueletamento + decote a
1,4m a cada 4 anos 0,0 50,0 68,0 26,0 0,0 58,0 66,0 72,0 43 b
6 – Decote 2m cada 4 anos 12,0 64,0 50,0 32,0 42,0 69,0 53,0 36,0 45 b
7 – Decote + desponte a cada 2
anos 0,0 86,0 0,0 70,0 0,00 93,0 0 108,0 45 b
Resultados
Catuaí Vermelho 144 Produtividade (sacas/ha)
Tratamentos 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Média
1 – Testemunha sem poda 22,2 60,2 29,6 44,5 44,0 37,0 69,6 45 44,0 a
2 – Safra Zero cada 2 anos 0,0 41,7 0,0 51,3 0,0 86,2 0 65,0 30,5 b
3 – Safra Zero cada 3 anos 0,0 51,4 47,1 0 49,3 38,8 0 74,0 32,5 b
4 – Safra Zero cada 4 anos 0,0 46,3 42,3 20,0 0,0 92,0 29,8 54,0 35,5 b
5 – Decote a cada 4 anos 16,8 44,4 47,3 29,4 33,4 48,9 79,1 30,0 41,4 a
• Em espaçamento de renque mecanizado a cultivar porte alto
Mundo Novo IAC 376/4 foi mais produtiva que a cultivar porte
baixo Catuai Vermelho IAC 144 com e sem podas;
•Os resultados obtidos para a cultivar Mundo Novo IAC 376/4
mostraram que a testemunha sem poda, apresentou a maior
média de produção seguida do tratamento 4 ,safra zerro de 4 em 4
anos, diferindo dos demais tratamentos podados.
•Os resultados obtidos para a cultivar Catuaí Vermelho 144
mostraram que a testemunha sem poda apresentou a maior média
de produção seguida do tratamento 5, decote a cada 4 anos
diferindo dos demais tratamentos testados. Esta semelhança pode
ser explicada pelo porte baixo da cultivar e pela altura original das
plantas, com 2,1 metros de média, sendo que o decote a 1,7m
reduziu uma pequena parte da área produtiva da planta no ano
após a poda, sendo novamente renovada com a condução da
brotação.
Considerações
(35)3214 1411
CONTATO [email protected]
Agradecimentos a equipe:
Dra. Lílian Pailha
MSc. André L. Alvarenga Garcia
Bs. Edson Costa Figueiredo
Bs. Iran Bueno Ferreira
EFEITO DE DOSES DO STIMULATE® NO CAFÉ ESQUELETADO
R. Santinato Eng° Agr° MAPA-Procafé; F. B. Bento Eng° Agr° Stoller do Brasil Ltda.; R. O. Silva, Tec. Agr. Campo
Experimental Isidoro Bronzi (ACA)
Eng° Agr° Fernanda Bruna Bento – Stoller do Brasil Ltda.
1- Introdução
Objetivo do esqueletamento: Minimizar auto-sombreamento Evitar decréscimos severos de produtividade Minimizar efeitos da bienalidade Renovação do sistema radicular Recompor a arquitetura da planta
Uso de Bioreguladores: Promove o equilíbrio hormonal da planta, contribuindo para o desenvolvimento das plantas. Melhor formação e desenvolvimento das raízes Estímulo a brotação de gemas - ↑ Relação CITOCININA:AUXINA Melhor eficiência fotossintética
Formação e Desenvolvimento das
raízes
AUXINAS e CITOCININAS atuam
na formação de raízes laterais e alongação
da raiz principal;
GIBERELINAS aumentam tanto o
alongamento quanto a divisão celular
Mais Raízes
↑eficiência em explorar o ambiente
↑capacidade de armazenar reservas
↑capacidade de reestabelecer equilíbrio hormonal (citocininas)
↑capacidade de reagir a condições adversas
Parte aérea mais eficiente em interceptar e capturar luz
Auxina: Regula o ângulo de abertura das folhas Aumenta a superfície de absorção de luz
Citocinina Diferenciação do cloroplasto Síntese da clorofila Síntese da enzima Rubisco
Giberelina Expansão Foliar
Manutenção da área foliar
Citocinina e Giberelina Inibe a degradação da clorofila
Melhor eficiência fotossintética
2- Objetivo Avaliar o efeito de doses do bioregulador Stimulate® no crescimento vegetativo do cafeeiro após a poda de esqueletamento. *Realizado com base em trabalho publicado no 36° CBPC.
3- Material e Métodos
Local: Araguari/MG (ACA).
Cafeeiro esqueletado a 40 cm e decote de 2 m.
Cultivar IAC 62 (Catuaí Amarelo) , com 10 anos.
Volume de Calda: 50, 100, 150 e 200 L/ha.
Espaçamento: 3,7 x 0,7 m (3.861 pl/ha).
Delineamento: Blocos ao acaso, com quatro repetições e parcelas de 10 plantas, sendo úteis as 6 centrais, e com bordadura lateral dupla.
Avaliações: Medições do comprimento e do número de internódios dos ramos plagiotrópicos, utilizando-se de 24 ramos por parcela, na altura média das plantas (± 1m) e em ambos os lados da linha do café.
Os resultados foram submetidos comparação de médias- Duncan (5%).
TRATAMENTOS DOSES ÉPOCAS DE APLICAÇÃO
STIMULATE®
Testemunha ---
Programa Stoller*
Programa Stoller + Stimulate® 0,1%
4 Aplicações em intervalo mensal, a partir do início das brotações
Programa Stoller + Stimulate® 0,2%
Programa Stoller + Stimulate® 0,3%
Programa Stoller + Stimulate® 0,4%
3- Material e Métodos
Stimulate® - 50 mg L-1 de ácido giberélico, 50 mg L-1 de Ácido 4-indol-butirico e 90 mg L-1 de Cinetina
* Programa Nutricional Stoller: 4 aplicações em intervalos mensais de DaCafé Cerrado (3 L/ha) e Phytogard Zn (1,5 L/ha)
4- Resultados e Conclusão
TRATAMENTOS DOSES COMPRIMENTO
DOS RAMOS NÚMERO DE
INTERNÓDIOS
Testemunha --- 11,7 b 6,0 b
Programa Stoller 14 ab 9,0 ab
Programa Stoller + Stimulate®
0,1% 16,1 ab 9,0 ab
Programa Stoller + Stimulate®
0,2% 15,0 ab 7,0 b
Programa Stoller + Stimulate®
0,3% 19,5 a 10,0 ab
Programa Stoller + Stimulate®
0,4% 20,8 a 13,0 a
4- Resultados e Conclusão
Ensaio 36° CBPC: Stimulate® na dose de 0,2% aumentamos significativamente o desenvolvimento vegetativo das plantas esqueletadas;
Volume de Calda/ha: 300 L/ha
COMPRIMENTO DOS RAMOS
44,3
48,8
56,3
49,7 45,4
y = -0,0002x2 + 0,0937x + 43,751 R² = 0,8189
40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60
0 100 200 300 400
cm
Stimulate (ml/100L)
15,9
17
18,3
16,6 16,3
y = -4E-05x2 + 0,017x + 15,911
R² = 0,7139 15
15,5
16
16,5
17
17,5
18
18,5
0 100 200 300 400 Stimulate (ml/100L)
NÚMERO DE INTERNÓDIOS
4- Resultados e Conclusão Quanto maior o número de nós, maior o número de pontos de frutificação e, consequentemente, o potencial de produção da cultura. Devido a sua maior relação citocinina:auxina, o Stimulate® estimula a brotação de gemas laterais, pois permite a quebra da dominância apical, desta forma, o maior desenvolvimento vegetativo.
Importância do fornecimento de micronutrientes via folha, para adequado crescimento das plantas.
Pode-se concluir que através do uso do Programa Stoller + Stimulate® na faixa de 0,3 a 0,4% aumentamos significativamente o desenvolvimento vegetativo das plantas esqueletadas e seu potencial de produção.
O ensaio será mantido até a 1° Produção
Top Related