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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
2013 /2018
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SUMÁRIO
Mensagem
Apresentação 1
Introdução 2
Justificativa 4
Contextualização 6
Visão Geral da Organização 10
Missão
Visão
Valores
Conceitos Básicos Importantes
Objetivos Estratégicos Permanentes
Políticas e diretrizes
Estratégias e Diretrizes da Organização 14
Considerações Gerais
Diretrizes
Estratégias
Estrutura Institucional 15
Estrutura Organizacional do Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino
Organograma
Das Filiais
Organograma
Do Complexo Assistencial Tomás de Aquino
Organograma
Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves 18
Organograma
Missão, Visão e Valores
Diretrizes e Estratégias 19
Capacitação e Qualificação Profissional
Políticas e Diretrizes dos Estagiários
Políticas e Diretrizes dos Voluntários
Sistematização e Compilação do Relatório Anual das Atividades
- Relatório Anual das Atividades Social
- Relatório Anual das Atividades com Base no Balanço
Elaborar o Manual do Código de Ética e Conduta
Elaborar o Manual do Doador
Informatização dos Departamentos
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Construção do Projeto Político Pedagógico
- Plano de Ação e Meta dos Departamentos
- Plano de Trabalho dos Departamentos (Anual)
Programa Padrinho/Madrinha Afetivos
Transparência Institucional
Visibilidade Institucional
Regimento Interno
Plano de Sustentabilidade Institucional
Unidade de Apoio e Atendimento à Comunidade
Programa Cidadania e Apoio à Comunidade – PROCIAC 38
Serviço Social;
Serviço de Psicologia;
Serviço de Fisioterapia;
Programa Oficina Musical;
Escola de Natação
Ciclo de Palestras Simpósios e Cursos
.Unidade Educacional 42
Centro de Formação Técnico Profissionalizante
- Curso Técnico Profissionalizante para cuidador/educador
- Curso Técnico Profissionalizante na Área de Informática
Unidade de Saúde 46
Centro de Reabilitação
Centro de Diagnóstico por Imagem (Multiclínica)
Considerações Finais 58
4
APRESENTAÇÃO
Um velho ditado diz que boas intenções não movem montanhas;
tratores, sim. Na gerência de uma instituição sem fins lucrativos, a
missão e o plano são as boas intenções. As estratégias são os
tratores.
Peter F. Drucker
O Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino – NASTA é uma associação civil de direitos
privado, com caráter beneficente e de assistência social, sem fins econômicos, com sede e foro
na cidade de Manaus, Estado do Amazonas.
Como uma empresa, da mesma maneira que um órgão governamental, uma organização sem fins
lucrativos precisa planejar suas ações. Porém, este planejar tem que levar em consideração a
participação de todos os atores envolvidos nas ações institucionais.
Com esta premissa, o presente documento expressa a aspiração dos colaboradores desta entidade
que, juntos, refletiram o ambiente (interno e externo) da organização e, em conjunto, traçaram
objetivos, metas e estratégias para o enfrentamento às ameaças e fraquezas e ao aproveitamento
das oportunidades e das forças existentes.
Administração moderna, ágil, comprometida e transparente são hoje as premissas que norteiam a
atual administração do Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino, e suas filiais, com destaque
para a Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves, desmistificando assim o tratamento
que as empresas do Terceiro Setor em geral recebem na atualidade, que com certa frequência
utilizam-na como patamar para alcançar vantagens pessoais, e não como um instrumento
legítimo da democracia em prol de uma sociedade mais justa e equitativa. Assim, o NASTA
desenvolve suas atividades pautadas na transparência da utilização dos recursos que são
direcionados exclusivamente para os beneficiários e para a melhoria da qualidade de vida dos
que dele precisam.
Com este novo pensamento e as novas técnicas da administração moderna (incluído aí, o
planejamento estratégico participativo), o Terceiro Setor se tornará mais eficiente, cumprindo
verdadeiramente o seu papel social e não mais precisando tirar “leite de pedra”, como
habitualmente ainda acontece.
A Direção
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INTRODUÇÃO
Napoleão disse que três coisas eram necessárias para se lutar uma guerra.
A primeira é dinheiro. A segunda é dinheiro. E a terceira é dinheiro. Isso
pode ser verdade para a guerra, mas não para a organização sem fins
lucrativos. Ela requer quatro coisas: um plano, marketing, pessoas e
dinheiro.
Peter F. Drucker
Em todo trabalho a ser feito, um plano é necessário. “Tudo depende do plano”, segundo Goethe.
Para traçar a gestão estratégica (1)
do Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino – NASTA,
com ênfase no Complexo Assistencial Tomás de Aquino, utilizou-se a metodologia do
Planejamento Estratégico Participativo.
Entendemos que todo fazer humano é um processo – ou seja, um conjunto orgânico de ações,
atitudes, regras e rotinas e, todo processo, claro, tem em vista um resultado. No caso específico
do planejamento estratégico do Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino – Complexo
Assistencial Tomás de Aquino o que se quer é contribuir para a melhoria da qualidade de vida
das crianças e adolescentes, principalmente as deficientes e em situação de vulnerabilidade social
e pessoal.
Aqui, portanto trataremos do Planejamento estratégico do Complexo Assistencial Tomás de
Aquino, com ênfase à Unidade de Acolhimento Moacyr Alves, embora não menos importante as
outras unidades que a compõe. Ressalte-se também que as outras filiais têm através dos seus
diretores a tarefa e a responsabilidade de elaborar oportunamente o seu Planejamento
Estratégico.
Quais seriam, então, as etapas utilizadas no processo de elaboração desse plano estratégico?
Primeiramente buscou-se definir, no coletivo, a missão, visão e valores institucionais; inclusive,
a definição destes aspectos no que se relaciona aos respectivos departamentos.
Num segundo momento, a partir da utilização da ferramenta SWOT (ou FOFA), procedeu-se a
análise institucional no que tange aos aspectos interno (fraquezas e forças), e externo (ameaças e
oportunidades).
Com o diagnóstico da situação (pontos fracos e ameaças, principalmente), traçaram-se os
objetivos e metas nos três níveis: estratégicos, táticos e operacionais.
O presente documento é fruto da sistematização do planejamento coletivo da instituição e está
dividido em quatro partes principais: Contextualização – busca mostrar o histórico da
organização, as principais ações e projetos e a caracterização do público alvo. Visão Geral da
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Entidade – expressa as declarações de missão, visão, valores, políticas, estratégias e diretrizes
institucional, bem como as estratégias e diretrizes do Complexo Assistencial Tomás de Aquino,
ressaltando-se no primeiro momento a Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves por
encontrar-se em pleno funcionamento. Organograma Institucional – cuida da representação
gráfica do trabalho da organização, tanto no sentido horizontal: áreas de atuação, quanto no
sentido vertical: níveis hierárquicos de decisão. E, por último, o Plano Operacional – que defini
os cronogramas de atividades dos diversos departamentos (planos táticos e operacionais), bem
como as declarações de missão, visão e valores setoriais.
Alguns autores utilizam o termo gestão estratégica em vez de planejamento estratégico, ou mesmo plano
estratégico, que é o tradicionalmente adotado pelas organizações empresariais. Compreende-se gestão estratégica
como algo mais amplo, como um processo e não como um mero conjunto de atividades finitas para produzir um
documento ou plano, sendo, portanto, um conceito melhor aplicável às organizações de ensino. (Gestão de Instituição
de Ensino – fundação Getúlio Vargas)
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JUSTIFICATIVA
As organizações sem fins lucrativos eficazes sabem que o trabalho não
se faz com um belo plano, nem com uma linda declaração de política. O
trabalho só é feito quando está feito. Feito por pessoas com prazer. Por
pessoas treinadas, monitoradas e avaliadas. Por pessoas que se
responsabilizam pelos resultados.
Peter F. Drucker
A questão central que justifica a necessidade de uma organização sem fins lucrativos a planejar
suas ações está na busca de sua sustentabilidade. Neste sentido, dois aspectos precisam ser
focados: primeiro, o processo histórico do desenvolvimento das organizações sociais no Brasil;
segundo, a questão do conceito de sustentabilidade das ONGs.
1. Processo histórico:
No início do Século XXI, defrontamo-nos com o crescimento das desigualdades sociais –
acirradas pelo fenômeno da globalização, que cria riquezas na mesma magnitude em que acentua
a pobreza dos excluídos do processo – e com a constatação de que o Estado, supostamente o
remediador desses males, tem sido ineficaz como promotor de maior justiça social.
Nesse contexto, marcado pela impotência do Estado para atender às demandas sociais, surgem
propostas alternativas, à margem da esfera governamental. Talvez a novidade mais significativa
nesse caso tenha sido o aparecimento das chamadas organizações não governamentais (ONGs), e
mais recentemente conhecidas como organizações do setor público não governamental.
Essas organizações não fazem parte do Estado, nem a ele estão vinculados, mas se revestem de
caráter público na medida em que, apesar de serem sociedades civis privadas, não têm como
objetivo o lucro, e sim o atendimento das necessidades da sociedade.
Têm crescido muito no Brasil, e no mundo, o número e o espectro de organizações que buscam,
por meio de ações locais e globais, respostas para os problemas sociais e ambientais decorrentes
do tipo de desenvolvimento que experimentaram nos últimos 50 anos.
No entanto, a gestão desse tipo de organização seguiu caminhos diversos daqueles dos setores
privados e governamentais. Preocupadas com a ação social transformadora, baseada em valores
como solidariedade e confiança, essas entidades não se dedicam a administrar no sentido clássico
do termo.
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Por terem desenvolvido um estilo próprio de gestão, encontram dificuldades na execução das
tarefas administrativas, ainda que diferentes das enfrentadas pelas empresas tradicionais.
2. Sustentabilidade das ONGs:
A questão da sustentabilidade das organizações não governamentais ocupa uma boa parte da
agenda pública do setor, na atualidade. Embora desde os primórdios da cooperação internacional
com organizações da sociedade civil brasileira (inicio os 80) se fale na então denominada “auto-
-sustentação”, somente nos anos recentes o tema ganhou maior projeção e concretude.
Desde aquele tempo, o contexto no qual acontece a ação social coletiva apoiada em parcerias
mudou muito. Também muito se andou na discussão sobre as formas de sustentabilidade das
organizações não governamentais, bem como na tentativa de construção de estratégias de
sustentação das ONGs ou, mais amplamente, das organizações do Terceiro Setor.
Neste crescente fluxo de iniciativas, seja de quem financia e/ou apoia organizações não
governamentais, seja das próprias organizações e redes da sociedade civil, reconhecem-se alguns
avanços conceituais fundamentais para que a questão da sustentabilidade seja mais
compreendida.
O primeiro avanço conceitual diz respeito ao reconhecimento de que a sustentabilidade, para
organizações como as ONGs, jamais significará que elas consigam se sustentar financeiramente
sem uma porção relevante de recursos doados a fundo perdidos.
Um segundo avanço conceitual é relativo ao fato de que a sustentabilidade não diz respeito
apenas à dimensão da sustentação financeira de uma organização, mas sim, a um conjunto bem
mais amplo de fatores de desenvolvimento institucional cruciais para as chances de êxito
duradouro de uma ONG.
Um terceiro avanço, decorrente do segundo, é o aparente paradoxo de que para ser sustentável
uma organização precisa se reinventar. Isto é, a sustentabilidade não se oferece facilmente, ela
requer enorme esforço continuado, determinação política e disposição para mudança de aspectos
relevantes da cultura e do fazer institucional. Por exemplo, pensar o planejamento estratégico e
as estratégias de comunicação, o perfil dos recursos humanos e a capacidade de gestão
administrativo-financeira, ou mesmo à relação estratégica e orçamentária entre atividades-fim e
atividades-meio.
De fato, diante dessas dificuldades e desafios,
O que fazer?
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Para enfrentar esse quadro, as organizações sem fins lucrativos podem adotar o
GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO – uma ferramenta, até então, somente incorporada à
administração dos grandes empreendimentos.
CONTEXTUALIZAÇÃO INSTITUCIONAL
Há quarenta anos, quando comecei a trabalhar com instituições
sem fins lucrativos, elas eram vistas em geral como entidades
marginais de uma sociedade dominada respectivamente pelo
governo e pelas grandes empresas. (...) Hoje, estamos mais bem
informados e sabemos que as instituições sem fins lucrativos são
vitais para a sociedade (...).
Peter F. Drucker
1. Resumo Histórico:
O Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino – NASTA, com o nome fantasia de Complexo
Assistencial Tomás de Aquino é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, com
personalidade jurídica própria, ao qual atua em atividades sociais há cinquenta e dois anos na
cidade de Manaus. Considerada de Utilidade Pública Federal, Estadual e Municipal, inscrita no
Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, conforme a resolução Nº. 22 de 03 de março
de 1998, Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS, além de ser Certificada como
Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, de acordo com a Lei nº 12.101/2009 que
modificou o regime jurídico de concessão da Certificação de Entidades Beneficentes de
Assistência Social, via Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome.
O Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino além do Complexo Assitencial Tomás de Aquino
possui quatro filiais estatutariamente reconhecidas. Cada filial possui uma gestão executiva
(diretores) própria, indicada pelo Presidente, os quais podem ou não fazerem parte da associação
ou membros da Diretoria. As atividades desenvolvidas por essas filiais são pautadas na
solidariedade atuando em áreas de risco, com o objetivo de oferecer apoio material, educacional,
emocional e espiritual às famílias carentes exitentes em suas respectivas áreas de implantação.
As filiais, devidamente autorizadas pela diretoria Executiva, podem gerenciar suas atividades
sociais, buscar parceiros, bem como devem cumprir com suas responsabilidades sócio-
financeiras. São assim conhecidas:
1) Complexo Assistencial Tomás de Aquino
- Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves – localizado no bairro Alvorada I;
- Unidade de Apoio e Atendimento à Comunidade – PROCIAC;
- Unidade Educacional – Centro Técnico Prossionalizante;
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- Unidade de Saúde – Centro de Reabilitação e Centro de Diagnóstico por Imagem.
2) Casa do Caminho Simão Pedro - bairro Colônia Antônio Aleixo;
3) Casa da Santíssima - bairro Monte das Oliveiras;
4) Lar Francisco de Assis - bairro de Santa Etelvina;
5) Centro Espírita Tomás de Aquino – CETA b.Pico das Águas.
A Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves foi fundada há mais 30 (trinta) anos
inicialmente como unidade de atendimento para crianças e adolescentes adictos, com o objetivo
de amparar crianças e adolescentes infratoras. Desde a sua criação a instituição assumiu diversas
outras atividades tais como: escola, creche. Há mais de 15 (quinze) anos o Governo do Estado do
Amazonas transferiu a administração da instituição para o Núcleo de Amparo Social Tomás de
Aquino – NASTA e desde então passou a assumir a característica de Unidade de Acolhimento
Institucional voltada para crianças/adolescentes deficientes, firmando convênio anual com a
Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania – SEAS até 2011 e a partir do ano de
2012 com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa Deficiente - SEPED para a manutenção
das atividades. Ressalte-se que os recursos advindos de tal convênio não são suficientes para
enfrentar todas as despesas advindas dessa atividade, sendo, portanto necessárias ações que
possam contribuir para aumentar as receitas.
É uma instituição que não mantém uma relação mercantil com a sociedade. Não trabalha,
portanto, voltada para o lucro no sentido do interesse capitalista. As receitas advindas de
convênios, doações, eventos e prestadores de serviços, são revertidos para a própria instituição,
não havendo distribuição de “lucros” entre seus diretores ou associados. Esse é mais um dado
que as enquadra como instituições de assistência social. Apesar de não ser uma instituição
estatal, mas mantém vínculo com o Estado por força de convênios, relações de parceria e
cadastro no Conselho Municipal de Assistência Social, organizada por força do aparato estatal e
serem autogovernadas.
Esse fator lhes dá certa autonomia de ação e definição de diretrizes em relação ao Estado,
embora esteja sob a fiscalização dos Conselhos de acordo com o parágrafo artigo 2º da Lei
Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei 8.742 aprovada em 07/12/1993, que coloca a
maternidade, crianças e adolescentes, idosos, famílias e portadores de deficiência como alvos de
proteção, amparo e capacitação para que tenham qualidade de vida e acesso às políticas sociais.
A Unidade de Acolhimento valoriza o ser humano como um todo e promove o resgate social das
crianças/adolescentes e jovens, dignificando-as sob o aspecto BIOPSICOSOCIAL e
ESPIRITUAL e, através disso, reabilitá-los em suas características individuais para que possam
retornar a seus lares, ou eventualmente, lares substitutos. Além disso, propiciar oportunidades
para que todas as pessoas que adentram na unidade possam contribuir para a execução da sua
Missão: “Propiciar condições através de atitudes e comportamentos para que as
crianças/adolescentes, funcionários, colaboradores, voluntários e visitantes sintam a Unidade
de Acolhimento Moacyr Alves como uma grande família”.
O funcionamento da Instituição se dá como acolhimento institucional permanente para
crianças/adolescentes portadoras de deficiência e temporário para crianças vitimadas e em
situação de risco pessoal e/ou social. Em grande parte essas crianças/adolescentes são portadoras
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de deficiências múltiplas e completamente dependentes, que outrora foram abandonadas por seus
familiares e consequentemente são encaminhadas à Unidade de Acolhimento através do Juizado
da Infância e Juventude e/ou Conselhos Tutelares.
Nessa situação encontram-se, atualmente, acolhidas cerca de 50 (cinquenta)
crianças/adolescentes, com a grande maioria portadora de deficiências. No momento 25 (vinte e
cinco) crianças encontram-se matriculadas em 3 Escolas Especiais e 3 regulares, sendo que todos
possuem algum tipo de deficiência, seja ela física ou neurológica. Das 50 crianças, 37 são
cadeirantes por apresentarem comprometimento neurológico grave, o que caracteriza
dependência total de adultos nas suas necessidades básicas. Este número explicita a imensa
dificuldade para se trabalhar a valorização e o resgate social das crianças/adolescentes da
unidade de acolhimento, agravadas como dito anteriormente por serem crianças/adolescentes
com deficiências.
Crianças e adolescentes com deficiência são aquelas que possuem algum tipo de limitação, seja
ela física ou intelectual, necessitando de atendimento diferenciado com modificações ou
adaptações no programa da saúde e educação, para que possam atingir todo seu potencial. Essas
limitações podem ser causadas por problemas visuais, auditivos, mentais ou motores, bem como
de condições ambientais desfavoráveis.
Sob o prisma antropológico, cultural e psicológico para sua identificação, afirmam os teóricos
como sendo aquele indivíduo que não se adapta físico, intelectual ou emocionalmente aos
parâmetros normais, considerando os padrões de crescimento, desenvolvimento mental e
controle emocional, além dos relacionados à conservação da saúde. Com esta situação, ele passa
a merecer “educação” e “instrução” especiais, estruturalmente diferentes das comuns, como
também, lhe ser dado atendimento específico.
A Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves possui hoje uma excelente infraestrutura
para atender os acolhidos no que se refere aos cuidados básicos e especializados, e à comunidade
de uma forma mais ampla, possuindo espaços adequados para desenvolver as atividades
propostas e desenvolvidas pela equipe multidisciplinar já em exercício, com amplo crescimento
da demanda desse tipo de atendimento, principalmente da comunidade. Para tanto, promoveu
ampliação e reforma na estrutura predial para, assim, proporcionar qualidade adequada quando
dos atendimentos.
2. Programas, Projetos e Principais Atividades/Ações Desenvolvidas Atualmente no âmbito do Complexo Assistencial Tomás de Aquino:
O Complexo Assistencial Tomás de Aquino, através de suas Unidades, desenvolve diversos
Programas e Projetos sociais voltadas ao seu público alvo:
2.1. Programas (De acordo com a Lei 8.069, de 13 de julho de 1990, art. 90).
2.1.1. Orientação e Apoio Sócio-Familiar (Ações voltadas às famílias e à comunidade em geral);
2.1.2. Apoio Sócio-Educativo em meio Aberto;
2.1.3. Colocação Familiar;
2.1.4. Acolhimento Institucional para criança/adolescente deficientes e eventualmente adultos.
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2.2. No âmbito desses Programas, são desenvolvidos vários projetos e ações:
2.2.1. Atividades voltadas para crianças e adolescentes deficientes;
2.2.2. Escola e acompanhamento escolar às crianças e adolescentes;
2.2.3. Inclusão digital através do curso de Informática Básica;
2.2.4. Oficina Musical;
2.2.5. Capacitação Profissional;
2.2.6. Inserção no Mercado de Trabalho com Melhoria de Renda;
2.2.7. Ações Complementares
Além de todos estes projetos e ações há, também, em razão da natureza da problemática do
público alvo, o atendimento especializado e individual de acordo com as necessidades de cada
criança/adolescente e extensivo à comunidade nas seguintes modalidades:
1. Exercícios especializados de Fisioterapia com os estagiários da área;
2. Acompanhamento de Fonoaudiólogo com os estagiários da área;
3.Atividades da Psicóloga e os estagiários da área, envolvendo atendimento psicoterápico,
grupoterapia e terapia ocupacional;
4. Orientação do Serviço Social e seus estagiários na obtenção de diagnósticos sociais e exercício
da cidadania;
5. Atendimento, acompanhamento e manutenção Odontológica;
6. Orientação Nutricional;
7. Atividades de ludoterapia com a Pedagoga e acompanhamento das tarefas escolares;
8. Atendimento Médico especializado e de Enfermagem;
9. Desenvolvimento de atividades Sociais (lazer, cultura etc.) através da Equipe Multidisciplinar.
3. Caracterização do Público Alvo:
Crianças e Adolescentes Deficientes e Comunidade em Geral:
Crianças e Adolescentes:
O Complexo Assistencial Tomás de Aquino, através da Unidade de Acolhimento
Institucional Moacyr Alves, tem como público alvo prioritário criança, adolescente e
jovem com deficiência intelectual, auditiva, física, visual e múltipla de ambos os sexos,
em situação de risco social e pessoal.
Comunidade em Geral:
É dada ênfase aos familiares dos acolhidos, encaminhados pelo Juizado da Infância e da
Juventude e Conselhos Tutelares, e em seguida às famílias da comunidade Os trabalhos
se estendem a essas famílias especialmente porque precisam de orientação e
esclarecimentos no que diz respeito à situação da patologia de seus filhos – o que
possibilita o favorecimento de conforto afetivo emocional.
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A comunidade também é considerada, como público alvo, voltando-se àquelas famílias
que não necessariamente tenham filhos ou parentes atendidos diretamente pela entidade;
mas que participam dos projetos e ações sociais, educativas, culturais e esportivas,
desenvolvidas no âmbito da unidade.
VISÃO GERAL DA ORGANIZAÇÃO
Há quarenta anos, “gerência” era um palavrão nas
organizações sem fins lucrativos. Gerência significava
“negócios” e elas não eram empresas. Na verdade, em sua
maioria elas acreditavam que não necessitavam de
qualquer coisa que pudesse ser chamada de “gerência”.
Afinal, elas não tinham “lucros”.
Peter F. Drucker
O Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino - NASTA, através da sua “Unidade de
Acolhimento Institucional Moacyr Alves”, atua na cidade de Manaus, atendendo demanda
pública na área da menoridade e jovens, atuando como retaguarda ao poder público,
especialmente ao Juizado da Infância e da Juventude e aos Conselhos Tutelares. Sua filosofia de
trabalho está expressa nas declarações de missão, visão e valores.
Declaração de MISSÃO:
Oferecer serviços sócios assistenciais com qualidade e transparência, através das suas Unidades
e Filiais.
Declaração de VISÃO:
Tornar-se referência com projeção nacional como modelo nos serviços sócio-assistenciais que
oferece.
Conceitos Básicos Importantes:
Objetivando alinhar o entendimento das propostas aqui apresentadas, os aspectos conceituais que
estruturam o presente plano são os seguintes:
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MISSÃO: É a finalidade, a razão de ser, a mais elevada aspiração que legitima e justifica social
e economicamente a existência de uma organização para a qual devem se orientar todos os
esforços.
VISÃO: É a descrição (ou imagem) da situação desejada para a organização do futuro. Exprime
uma conquista estratégica de grande valor.
VALORES: Uma declaração de valores é um conjunto de crenças e princípios que orienta as
atividades, operações e projetos de uma organização.
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS PERMANENTES: Os Objetivos estratégicos permanentes
complementam e operacionalizam a Missão. Os Objetivos Estratégicos Permanentes focalizam
alvos específicos ligados aos NEGÓCIOS ou ao DESEMPENHO, e que devem ser perseguidos
permanentemente. Exprimem características específicas de uma situação desejada,
independentemente de restrições temporais ou de recursos materiais, financeiros e humanos.
MISSÃO, VISÃO, VALORES, OBJETIVOS E METAS SETORIAIS: Diz respeito aos itens
construídos de forma participativa pelos diversos departamentos e, se constituirão no
planejamento tático, ou seja, aos objetivos de mais curto prazo e com estratégias e ações que,
geralmente, afetam somente parte (setores e/ou Departamentos) do Complexo Assistencial
Tomás de Aquino.
NEGÓCIOS: Em estratégia, a expressão "NEGÓCIO” refere-se às funções-fim da
organização e ao conjunto de produtos e/ou serviços que ela oferece a segmentos da
sociedade. Tem, portanto, um significado mais amplo do que "atividade lucrativa" e, às vezes,
diverso desta. Dessa forma, NEGÓCIO, em planejamento estratégico, não se confunde
necessariamente com lucro, retorno econômico ou mesmo atividade mercantil.
POLÍTICAS: São orientações de caráter geral que apontam os rumos e as linhas de atuação de
uma determinada gestão. Funcionam como parâmetros para o processo decisório, com
orientações que facilitam a tomada de decisão do gestor.
DIRETRIZES: São instruções e indicações para se tratar e levar a termo um PLANO (ex.:
Plano Diretor de Informática), uma AÇÃO (ex.: aumentar o número de turmas de um
determinado curso) ou uma NEGOCIAÇÃO (ex.: formalizar uma parceria.). Representam,
também, o conjunto das grandes orientações da organização, ou seja, objetivos, estratégias e
políticas.
OBJETIVOS ESTRATÉGICOS PERMANENTES:
Para concretizar sua missão e visão institucional, o Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino,
através das suas unidades, tentará concretizar os seguintes Objetivos Estratégicos Permanentes:
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1. Distinguir-se pelo desenvolvimento de serviço de excelência no atendimento de crianças e
adolescentes acolhidas no âmbito da Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves,
sintonizado com a Missão do NASTA e com as necessidades do contexto em que está inserida.
2. Promover a prática criativa da integração com a comunidade, através de ações e projetos
culturais, educativos, esportivos e de geração de renda, definidos a partir da prospecção e da
avaliação crítica das demandas sociais, internas e externas.
3. Assegurar um ambiente de qualidade com interdisciplinaridade e visão atualizada de mundo,
domínio e aplicação de tecnologias terapêuticas e educacionais junto ao público alvo, formas
participativas e práticas inovadoras de ensino e aprendizagem.
4. Preparar e formar pessoas solidárias, qualificadas, comprometidas com a Missão do NASTA,
dispostas ao aprendizado contínuo e dedicadas às crianças e adolescentes acolhidas e à
comunidade em geral.
5. Garantir a autonomia institucional e autossustentação dos programas e projetos.
POLÍTICAS E DIRETRIZES GERAIS:
Com o objetivo de estabelecer as bases sobre como os objetivos e metas (estratégicos
permanentes e setoriais), serão alcançados, bem como mostrar aos funcionários, colaboradores e
voluntários, o que podem ou não fazer para contribuir para o alcance dos objetivos e metas
institucionais, estão descritos abaixo as seguintes políticas e diretrizes:
POLÍTICAS:
1. Ter como prioridade a manutenção de altos valores éticos nas relações com o público alvo,
voluntários, parceiros e comunidade em geral.
2. Priorizar a busca da concordância na tomada de decisões.
3. Buscar tecnologia e práticas terapêuticas e pedagógicas para potencializar as atividades
voltadas ao público alvo.
4. Estimular no âmbito das suas respectivas unidades e filiais, um clima de colaboração e
confiança mútua, buscando o reconhecimento e a realização das pessoas.
5. Proporcionar aos funcionários e voluntários, treinamento e recursos necessários ao
desenvolvimento e capacitação profissional.
DIRETRIZES:
Como forma de balizar as políticas institucionais, o Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino
e suas unidades, deverá oportunizar:
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1. Participação da comunidade nos projetos e ações institucionais.
2. Articulação com os setores públicos e privados de forma permanente na busca pela
sustentabilidade e para o fortalecimento institucional.
3. Criação de sistema de marketing institucional.
4. Programas/projetos de capacitação continuada.
5. Banco de dados com informações gerais sobre o público alvo e diagnóstico da realidade
socioeconômica existente.
6. Práticas e atitudes que viabilize a transparência institucional.
7. Valorização dos atores institucionais (funcionários, colaboradores, voluntários e estagiários).
8. Desenvolvimento de projetos e ações em conformidade com os princípios ambientais.
9. Desenvolvimento de ações que viabilize a promoção comunitária.
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ESTRATÉGIAS E DIRETRIZES DA ORGANIZAÇÃO
(Ações para o Complexo Assistencial Tomás de Aquino)
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
1. As Diretrizes expressam as orientações/ações que serão implementadas como pressupostos ao
atingimento da missão institucional e, por extensão, às Estratégias de Ações do Complexo
Assistencial Tomás de Aquino.
As Diretrizes do Complexo Assistencial Tomás de Aquino, constituem o feixe de ideias que
corporificam sua decisão. Ou seja, representam a síntese das grandes opções. Assim, as mesmas
constituem-se em orientações de ordem geral e têm como função subsidiar os gestores e seus
coordenadores na tomada de decisões.
Ela explicita, também, o que o Complexo Assistencial Tomás de Aquino deve ter para viabilizar
relações adequadas com o ambiente externo e interno à organização.
2. As Estratégias do COMPLEXO ASSISTENCIAL TOMÁS DE AQUINO, por outro lado,
serão apresentadas a partir do desdobramento do Organograma Institucional, o qual espelha sua
composição interna, bem como seu fluxo de comunicação.
As Estratégias do Complexo Assistencial Tomás de Aquino, representam um conjunto de
medidas importantes que devem ser implementadas, visando ao ajuste institucional às
necessidades atuais no que diz respeito, primeiramente, à adequação da organização no que se
refere à melhoria da sua estrutura física, da capacitação do seu corpo técnico-profissional e,
também, da excelência dos serviços oferecidos ao seu público alvo.
Portanto, o documento expressa o desejo, não só da sua direção, mas, também, de todos os atores
institucionais para a melhoria do Complexo Assistencial Tomás de Aquino e é fruto de encontros
internos entre os envolvidos para sua sistematização.
18
ESTRUTURA INSTITUCIONAL:
De acordo com o art. 22 dos Estatutos da Associação, são órgãos da administração do NASTA: a
Assembleia Geral, órgão soberano da entidade; Conselho de Representantes, setor de
orientação, fiscalização e de caráter consultivo; Diretoria Executiva, órgão administrador do
NASTA, composta por presidente, vice-presidente, secretário, tesoureiro; Conselho Fiscal,
órgão de fiscalização das contas da diretoria executiva.
Estrutura Organizacional do NASTA: (Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino)
19
Estrutura Organizacional das Filiais:
Consoante ao art. 15, para cumprir sua missão, o NASTA possui as filiais (anexos), subordinadas
àquela, obedecendo à mesma norma dos Estatutos: Complexo Assistencial Tomás de Aquino;
Casa do Caminho Simão Pedro; Lar Francisco de Assis; Centro Espírita Tomás de Aquino -
CETA e Casa da Santíssima.
20
COMPLEXO ASSISTENCIAL
TOMÁS DE AQUINO
Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr
Alves
Unidade de Apoio e Atendimento à
Comunidade
Unidade
Educacional
Unidade de
Saúde
Diretor da Unidade
Centro de Reabilitação Assessoria Técnica
Dep. Assessoria e
Comunicação
Dep. Administrativo
Dep. Psicossocioeducativo
Dep. Saúde
Programa Cidadania e Apoio
à Comunidade-PROCIAC
Serviços de Psicologia e
Assistência Social
Serviço de Fisioterapia
Oficina Musical
Atividades Esportivas
(Natação, Hidroginástica,
Futebol, etc.)
Ciclo de Palestras Socioeducativas,
Simpósios e Cursos
Centro de Formação
Técnico Prossionalizante
Curso Técnico
Profissionalizante para
Cuidador / Educador
Centro de Diagnóstico
por Imagem
Assessoria de
Projetos Sociais
Dep. Operacional
IMPORTANTE:
A estrutura do Complexo Assistencial Tomás de Aquino é composta
por quatro (04) Unidades com seus respectivos setores/serviços: Unidade
de Acolhimento Institucional Moacyr Alves; Unidade de Apoio e
Atendimento à Comunidade; Unidade Educacional; e Unidade de
Saúde.
Diretor Superintendente
Laboratório de Informática
Diretor da Unidade Diretor da Unidade
Diretor da Unidade
Curso Técnico Profissionalizante na Área de
Informática
21
Dep.
Unidade de Acolhimento
Institucional Moacyr Alves
Dep. Assessoria
e Comunicação
Dep.
Administrativo
Dep. Psicos-
socioeducativo
Dep.
Saúde
Dep.
Operacional
Diretor da Unidade Assessoria Projetos
Sociais Assessoria Técnica
Coord. de Eventos
Assessoria de
Comunicação
Estagiários /
Voluntários
Informática
Lab.
Informática
CPD
Contabilidade
Financeiro
Secretaria
Serviço Social
Psicologia
Pedagogia e
Psicopedagogia
Nutrição
Fonoaudiologia
Médico
Farmácia
Odontologia
Telemarketing
Coord.
Administrativa
Rouparia
Almoxarifado
Portaria
Transporte
Estagiários /
Voluntários
Estagiários /
Voluntários
Estagiários /
Voluntários
Enfermaria
Fisioterapia
Cozinha
Lavanderia
Serv. Gerais
Educadores /
Cuidadores
No âmbito de suas áreas específicas, cada Departamento desenvolve ações voltadas ao público alvo, contribuindo com o desempenho institucional.
22
UNIDADE DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL MOACYR ALVES
Missão: Propiciar condições por meio de atitudes e comportamentos para que as
crianças/adolescentes juntamente com seus funcionários, voluntários, estagiários e visitantes
sintam a Unidade de Acolhimento como uma grande família.
Visão: Tornar-se referência como Unidade de Acolhimento modelo, com Projeção Nacional nos
cuidados com crianças e adolescentes deficientes.
Declaração de Valores: Ética Profissional e Moral; Compromisso; Respeito; Honestidade;
Seriedade; Responsabilidade; Transparência; Humanidade; Caridade; Dignidade; Perdão;
Família e Amor ao Próximo.
DIRETRIZES e ESTRATÉGIAS
Para que haja, efetivamente o cumprimento das Metas e Políticas Institucionais programadas no
Plano Estratégico, a Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves deverá consolidar as
seguintes Diretrizes e Estratégias:
CAPACITAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Contextualização e Justificativa:
Aspectos Introdutórios:
O treinamento e o desenvolvimento tornam-se trunfos maiores em um meio que requeira grandes
faculdades de adaptação às novas técnicas e aos desafios de hoje. As escolas e os ensinos
externos à empresa/organização encontram cada vez mais dificuldade para formar pessoas que,
em um prazo relativamente curto, possam ser eficazes e produtivas, uma vez instaladas em seus
postos.
Além disso, a dinâmica do mundo do trabalho impõe rápidos ajustes às novas técnicas e aos
novos objetivos, necessitando a alternância das áreas de competência. O empregado moderno
deve ser capaz de mudar de área de atividade, de adquirir rapidamente saber-fazer e experiência,
pois hoje não se é possível imaginar uma carreira programada desde a saída da escola até a
aposentadoria.
Cada um deve estar pronto para enfrentar mudanças radicais durante toda sua carreira. Assim,
cabe à organização facilitar essas transições. Portanto, Os cursos complementares de formação
são ao mesmo tempo indispensáveis e inevitáveis.
É importante também, que o funcionário (colaborador), não se limite unicamente aos programas
relativos à sua atividade atual, a formação deve também incluir cursos que visem desenvolver as
qualidades pessoais e relacionais.
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Clima Organizacional:
Os profissionais/empregados devem ter acesso imediato a todas as informações relativas a seu
trabalho. Também devem ser preconizadas outras vias, tais como o coaching pelos membros
mais experientes da organização.
Com certeza, diante das rápidas evoluções da tecnologia, é importante manter uma dinâmica de
acumulação das competências, o que implica aos profissionais possuir enormes capacidades de
adaptação.
Neste sentido, é necessário no âmbito da Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves,
o planejamento e execução de programas de treinamento – ou seja, adotar o treinamento como
algo integrado ao conceito de educação permanente, na busca do aperfeiçoamento do
desempenho funcional de cada colaborador.
POLÍTICAS E DIRETRIZES DOS ESTAGIÁRIOS
Contextualização e Justificativa:
Aspecto conceitual:
Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa
à preparação para o trabalho produtivo de estudantes. O estágio integra o itinerário formativo do
estudante e faz parte do projeto pedagógico do curso no qual está inserido o educando.
A Política no que tange ao Estágio no âmbito desta entidade, objetiva tanto auxiliar o jovem
estudante a perceber os horizontes que se abrem para um caminhar seguro na carreira
profissional escolhida, como possibilitar a todos os colaboradores (e a entidade como um todo)
uma consciência de responsabilidade social e das potencialidades e vantagens materiais e morais
de acolher o estagiário em suas equipes técnicas e profissionais.
Breves considerações acerca da legislação específica:
As disposições da Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, representam uma evolução na
política pública de emprego para jovens no Brasil, ao reconhecer o estágio como um vínculo
educativo-profissionalizante, supervisionado e desenvolvido como parte do projeto pedagógico e
do itinerário formativo do educando.
As bases deste processo se fundamentam em compromisso formalizado entre o estagiário, a
instituição de ensino e a entidade com base em um plano de atividade que materializa a
proposta, a responsabilidade, o comprometimento e os procedimentos subsequentes.
Neste sentido, é definida como POLÍTICA para o ESTÁGIO na organização:
24
Atendimento ao que preceitua a legislação de estágio, com as seguintes DIRETRIZES
principais:
Celebrar Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por
seu cumprimento;
Ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de
aprendizagem social, profissional e cultural, observando o estabelecido na legislação
relacionada à saúde e segurança no trabalho;
Indicar funcionário do quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na
área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar
até dez estagiários simultaneamente;
Entregar termo de realização do estágio (por ocasião do desligamento do estagiário) com
indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de
desempenho (relatório final do estágio);
Manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio;
Enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de seis meses, relatório das
atividades, relacionada ao estagiário.
POLÍTICAS E DIRETRIZES DO VOLUNTÁRIADO
Contextualização e justificativa:
Aspecto conceitual:
De acordo com a Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, que trata do trabalho voluntário,
serviço voluntário é a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de
qualquer natureza ou instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos,
culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social.
O serviço voluntário não gera vínculo empregatício, nem obrigação de natureza trabalhista
previdenciária ou afim. O serviço voluntário será exercido mediante a celebração de termo de
adesão entre a entidade, pública ou privada, e o prestador de serviço voluntário, dele devendo
constar o objeto e as condições de seu exercício.
A Política no que tange ao voluntariado no âmbito desta entidade visa estimular a prática cidadã
e o espírito de responsabilidade social entre os profissionais externos, desejosos de participar de
ações de cunho humanitário, por meio de atividades desenvolvidas nos diversos setores desta
entidade em prol do público alvo institucional.
POLÍTICA para o VOLUNTARIADO na organização:
Aprimoramento contínuo da gestão institucional na busca do engajamento de forma
organizada de pessoas nas mais diversas áreas profissionais, visando os melhores
resultados em termos de eficácia e efetividade na ação de voluntariado.
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DIRETRIZES para o engajamento, eficácia e efetividade da ação voluntária:
Promover campanhas municipal, estadual e nacional objetivando o incremento de
doações para a realização de projetos e ações voltados ao público alvo institucional;
Estimular a participação da sociedade nas ações voltadas à captação de recursos, através
dos diversos eventos realizados com esse propósito;
Ter procedimentos claros visando que o colaborar possa, efetivamente, tornar-se um
voluntário institucional.
Desenvolver e programar ferramentas de avaliação capazes de gerar informações sólidas para
todos os envolvidos, voluntários, empresa, instituições, como forma de apresentar os resultados
das ações à sociedade e à gestão do programa.
SISTEMATIZAÇÃO E COMPILAÇÃO DO RELATÓRIO ANUAL DE ATIVIDADES
Relatório Anual das Atividades Social
Relatório Anual das Atividades com Base no Balanço
Contextualização e justificativa:
Aspectos Conceituais:
Relatório
Um relatório é uma exposição escrita, minuciosa e circunstanciada relativa a um assunto ou fato
ocorrido. O objetivo de um relatório é comunicar uma atividade desenvolvida, ou ainda em
desenvolvimento, durante uma missão. Deve fornecer o relato permanente de um estudo ou de
uma pesquisa e a informação necessária, que deve ser global e coerente, capaz de permitir
tomadas corretas de decisões.
Ação Social:
A ação social às vezes é discutida no sentido de saber a significação da conduta humana que
impulsiona as ações. Não é este, contudo, o significado que se busca neste documento. Neste
caso em particular, a ação social está ligada às formas de assistência/serviços/projetos/programas
da Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves que, através dos seus departamentos
assume em relação ao seu público alvo.
Balanço:
Balanço é um retrato instantâneo da organização. Na realidade, é um modo conveniente de
organizar e sintetizar o que uma organização possui (seus ativos), o que uma organização deve
(suas exigibilidades) e a diferença entre eles (patrimônio líquido da organização), num dado
momento.
Importante: Os departamentos devem, anualmente, elaborar os seus respectivos relatórios, os
quais devem esclarecer aspectos das atividades sociais realizadas, bem como descrever a
situação patrimonial (balanço) no que tange ao respectivo departamento, igualmente, pontuar as
necessidades e os desafios encontrados.
26
Dois são, portanto, os tópicos que devem compor o corpo do relatório, os quais serão
sistematizados (produzidos) e compilados pelos respectivos Departamentos:
1. Relatório Anual das Atividades Sociais:
Sistematização e Compilação do Relatório Anual de Atividades Social da Unidade de
Acolhimento Institucional Moacyr Alves, elaborados pelos diversos Departamentos. Trata-se
de relatar todas as atividades sociais desenvolvidas ao longo do ano (serviços) que cada
departamento prestou (ou presta) ao seu público alvo, em função da enfermidade física, mental,
educacional ou social.
2. Relatório Anual das Atividades com Base no Balanço.
Em relação aos aspectos com base no Balanço, devem-se evidenciar os componentes
patrimoniais que lhe são pertinentes, apresentando a posição patrimonial do departamento. Ao
elaborar o texto, o gerente do departamento deverá produzir um relatório-síntese
contextualizando o período de referência e expondo os caminhos escolhidos para atingir os
melhores resultados com os bens que possui.
COMITÊ DE ÉTICA E CONDUTA
Contextualização e justificativa:
Ética – Aspectos Conceituais:
A palavra ética deriva do grego ethos, que significa costume. Em latim, os costumes do povo
designam-se com palavras mos, moris; dela deriva a voz moral. Por isso, do ponto de vista
etimológico, pode-se falar indistintamente de ética ou de moral.
Entretanto, quanto ao uso atual dos termos ética e moral, predomina a corrente de utilizar o
primeiro para denominar a ciência ou filosofia da conduta humana (a Ética) e o segundo para se
referir à qualidade da conduta humana (a moralidade). Mas ambos, ética e moral, costumam ser
usados como adjetivos de uma conduta: diz-se moral ou ética a conduta boa, e imoral ou
antiética a conduta má.
Ética é a ciência da conduta humana, segundo o bem e o mal, com vistas à felicidade. É a ciência
que estuda a vida do ser humano, sob o ponto de vista da qualidade de sua conduta.
A ÉTICA NÃO É UMA CIÊNCIA TEÓRICA OU ESPECULATIVA, MAS UMA CIÊNCIA
PRÁTICA, NO SENTIDO DE QUE SE PREOCUPA COM A AÇÃO, COM O ATO HUMANO
As organizações são construídas pelo ser humano, e se distinguem pela atividade-meio: o
trabalho. Elas são vitais, indispensáveis para a sobrevivência humana – a sociedade precisa delas.
Há relações, pessoas convivem, ocupam funções distintas, umas investidas de autoridades
(diretor, gerente, administrador, presidente) e muitas envolvidas subordinadamente, em
atividades produtivas e administrativas. Como qualquer sociedade, as organizações devem ter
definido o seu bem comum.
27
HÁ, PORTANTO, NAS ORGANIZAÇÕES, PESSOAS A CONSIDERAR, O BEM COMUM A
CUIDAR E UM OBJETIVO CONCRETO A PERSEGUIR
Manual do Código de Ética e Conduta.
Uma organização fundada em princípios éticos de negócios ("NEGÓCIO” refere-se às funções-
fim da organização e ao conjunto de produtos e/ou serviços que ela oferece a segmentos da
sociedade. Tem, portanto, um significado mais amplo do que "atividade lucrativa") e valores
morais é uma força vital para o sucesso contínuo da estratégia. Assim, àqueles que prestam
serviços na Unidade de Acolhimento Moacyr Alves entende que precisam preocupar-se com a
maneira com que lidam entre sim e com o público externo – do contrário, a reputação da
organização e o desempenho institucional passam a correr riscos.
Partindo das considerações acima, percebe-se a necessidade da elaboração de um manual
(documento escrito) do código de ética e conduta, no âmbito da Unidade de Acolhimento
Moacyr Alves, em que serão estabelecidos de forma coletiva valores e padrões de
comportamentos que devem reforçar uma conduta ética.
ELABORAR O MANUAL DO DOADOR
Contextualização e justificativa:
Considerações Gerais:
Toda instituição sem fins econômicos, para viabilizar sua missão e seus projetos, precisa obter
recursos. Portanto, captar recursos é uma das atividades fundamentais dessas organizações e que
deve ser compreendida, assimilada e realizada, mesmo que indiretamente, por toda a
organização.
Recursos financeiros são as disponibilidades de caixa de uma organização. Na maioria das
instituições, esses recursos são oriundos de várias fontes doadoras e podem ser compreendidos
como uma das principais fontes para obter os resultados desejados.
Assim, comuns ao dia a dia de uma organização, as doações podem suprir desde as necessidades
para a infraestrutura, como móveis e equipamentos, até as necessidades do expediente, como
cartuchos para impressoras, papéis, disquetes, entre outros.
É importante considerar, também, os incentivos fiscais à doação definidos em lei. O que
possibilita a dedução no imposto de renda do doador dos valores que ele tenha destinado aos
projetos sociais ou culturais, previstos na mesma norma.
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Ações que podem ser beneficiadas:
Pessoa física:
Programas e projetos que atendam crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e
social;
Programas e projetos que acompanhem medidas sócioeducativas destinadas a reinserir
adolescentes infratores;
Incentivo à guarda e adoção de crianças e adolescentes;
Estudos e diagnósticos;
Qualificação de membros de conselhos;
Divulgação de direito da criança e do adolescente.
Pessoa Jurídica: (Os incentivos fiscais destinados às pessoas jurídicas são
consideravelmente mais amplos)
Lei de Incentivo à Cultura
A Lei de Incentivo à Cultura – Lei nº 8.313/91 – possibilita às pessoas jurídicas que
efetuarem doações a projetos culturais, ou os patrocinaram, o desconto destas quantias
em seu imposto de renda.
Fundos de Direitos da Criança e do Adolescente
Este benefício fiscal foi previsto pelo artigo 260 do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA, Lei nº 8.069/ 90), que dispõe acerca da possibilidade de contribuintes deduzirem
do imposto de renda as doações feitas aos Fundos da Criança.
DIANTE DAS CONSIDERAÇÕES, PERCEBE-SE A NECESSIDADE DA ELABORAÇÃO,
NO ÂMBITO DA UNIDADE DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL MOACYR ALVES,
DE UM MANUAL DO DOADOR COMO FORMA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS.
INFORMATIZAÇÃO DOS DEPARTAMENTOS
Contextualização e justificativa:
Considerações Gerais:
As empresas enfrentam muitos desafios e problemas que podem ser resolvidos por computadores
e sistema de informação.
Atualmente, o planejamento de informação e informática é de grande importância para as
organizações, por ser um instrumento que auxilia no processo de administração de sistemas de
informação. Já não se pode prescindir do planejamento sistemático das principais atividades a
serem desenvolvidas no campo da informação.
29
Referencial Teórico
Os sistemas de informação
O uso de computadores nas empresas tem sido cada vez mais frequente devido a sua capacidade
de armazenar enormes quantidades de dados, de processá-los a grande velocidade, pelos recursos
que oferece para aumentar a confiabilidade das informações e devido à necessidade de acelerar a
consolidação dos resultados e do desempenho em meio à competição globalizada dos negócios.
Sua aplicação foi diversificada de tal forma que se tornou um investimento essencial para
práticas de trabalho das organizações.
Por outro lado, a Tecnologia da Informação é um aspecto primordial na reformulação das
organizações, acarretando em investimentos na área de informática e comunicações, gerando
vantagem competitiva e outros benefícios estratégicos às empresas. Além disso, a tecnologia da
informação é utilizada para automatizar processos repetitivos, cortar custos e melhorar o
relacionamento com os clientes.
A capacidade de melhorar a qualidade dos serviços e disponibilizar informações rápidas e
seguras é o principal benefício que a tecnologia traz para as organizações, seus clientes e
fornecedores. Os Sistemas de Informação mais modernos proporcionam às organizações
oportunidades sem igual para a otimização de processos internos e serviços prestados ao público
alvo.
A UNIDADE DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL MOACYR ALVES TEM, PORTANTO
COMO UMA DE SUAS METAS, DEFINIDO NO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, A
INFORMATIZAÇÃO DOS DEPARTAMENTOS. O PROCESSO DEVE OCORRER DE
FORMA PLANEJADA, SEGUINDO PRIORIDADES E COM O ACOMPANHAMENTO DE
EQUIPE ESPECIALIZADA.
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Contextualização e justificativa:
Aspecto conceitual:
Segundo Celso Vasconcelos (1999), o Projeto Político-Pedagógico é o plano global da
instituição. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de
Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se caracteriza na caminhada, que define
claramente o tipo de ação educativa a ser realizada.
É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um
elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de
transformação.
30
“O Projeto Político-Pedagógico é, claramente, um documento de planificação escolar que
poderíamos caracterizar do seguinte modo: de longo prazo quanto à sua duração; integral
quanto à sua amplitude, na medida em que abarca todos os aspectos da realidade escolar;
flexível e aberto. Democrático porque elaborado de forma participada resultados de
consensos.” (Diogo, 1998: 17).
Para Celso Vasconcelos, “tem, portanto, este valor de articulação da prática, de memória do
significado da ação, de elemento de referência para a caminhada”. Conclui o autor, “Construído
participativamente, é uma tentativa, no âmbito da educação, de resgatar o sentido humano,
científico e libertador do planejamento”.
Partes do Projeto Político-Pedagógico:
Celso Vasconcelos diz que o Projeto Político Pedagógico é composto, basicamente, de três
grandes partes, articuladas entre si: Marco Referencial, Diagnóstico e Programação.
Marco Referencial Diagnóstico Programação
O que queremos alcançar? O que nos falta para ser o
que desejamos?
O que faremos
concretamente para suprir
tal falta?
É a busca de um
posicionamento:
1. Político: visão do ideal de
sociedade e de homem.
2. Pedagógico: definição
sobre a ação educativa e
sobre as características que
deve ter a instituição que
planeja.
É a busca das necessidades, a
partir da análise da realidade
e/ou do juízo sobre a
realidade da instituição
COMPARAÇÃO COM
AQUILO QUE
DESEJAMOS QUE
DEVESSE SER.
É a proposta de AÇÃO. O
que é necessário e possível
para diminuir a distância
entre o que vem sendo a
instituição e o que deveria
ser.
Relevância do Projeto Político-Pedagógico:
Celso Vasconcelos nos alerta, quando diz, “Muitas vezes, no dia a dia, a preocupação da
direção acaba sendo que a ‘escola funcione’, e a dos professores acaba girando em torno do
‘manter a disciplina e cumprir o programa’”. O nosso risco ressalta o mesmo que “é sermos
devorados pelo urgente e não temos tempo para posicionarmo-nos diante do importante”.
Diante de tantas dificuldades, por que, então, a escola deve se interessar pelo Projeto? Simples,
“a função do Projeto é justamente ajudar a resolver problemas, transformar a prática e, no
limite, tornar menor o sofrimento”, diz o autor.
Considerações Finais:
31
O Projeto Político-Pedagógico deve ser desenvolvido com base nos dados provenientes do
Planejamento Estratégico da instituição. É o subconjunto mais importante do Plano
Estratégico, no caso do Complexo Assistencial Tomás de Aquino, pois consolida a programação
das atividades de ensino no seu âmbito.
Plano de Ação e Meta dos Departamentos
Aspectos Conceituais:
Planejamento versus Plano – planejamento é o processo, contínuo, dinâmico, de reflexão,
tomada de decisão, a prática e o acompanhamento. Por outro lado, plano é o produto desta
reflexão e tomada de decisão. O qual poderá ser explicitado em forma de registro, de documento
ou não.
É importante destacar que: o planejamento, enquanto processo - é permanente; o plano,
enquanto produto - é provisório.
O planejamento enquanto processo envolve dois grandes subprocessos: A elaboração e a
realização (execução e controle). Tem que haver, portanto, a elaboração do plano de ação. MAS
ISTO NÃO BASTA: se não houver a tentativa de colocar em prática, tendo como referência
aquilo que foi planejado, estará rompida a unidade do processo.
A breve reflexão conceitual tem como objetivo mostrar a importância do planejamento no
âmbito dos departamentos da Unidade de Acolhimento Moacyr Alves para a efetivação de suas
metas e responsabilidades.
Plano de Ação e meta dos Departamentos:
Os coordenadores, juntamente com sua equipe, deverão ao final de cada ano, planejar as
ações do ano seguinte nos seus respectivos departamentos. Deverão ser elaborados planos
nos quais constarão metas, objetivos, atividades, custos, prazos, indicadores de avaliação
de resultado e responsabilidades.
Resultados Esperados:
Proporcionar ao público alvo e à comunidade em geral, serviços de qualidade;
Aprimorar a capacitação e o desempenho do departamento em particular, e a organização
como um todo;
Buscas departamentais da melhoria contínua;
Continuidade de propósito e percepção de longo prazo;
Identificação e correção de eventuais problemas;
Melhoria dos serviços e eficácia no uso dos recursos;
Visibilidade institucional.
Plano de Trabalho ou Atendimento dos Departamentos (Anual)
Direcionamentos Estratégicos:
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A atuação dos Departamentos no âmbito do Abrigo Moacyr Alves está referenciada pelo Plano
Estratégico 2012-2014 e alinhada aos Objetivos Estratégicos Permanentes, Políticas e
Diretrizes traçados de forma coletiva quando da sua elaboração em 2012.
Plano de Trabalho ou Atendimentos dos Departamentos:
Os Departamentos deverão utilizar como baliza o Plano Estratégico do Abrigo Moacyr
Alves para a elaboração dos respectivos planos de trabalhos. As metas e objetivos estão
incluídos no corpo do documento, especificamente no Plano Operacional, o qual reflete
as ações de cada Departamento para o período de 2012-2014;
É obrigatório utilizar Plano de Ação e Meta dos Departamentos, elaborados ao final de
cada ano, a qual expressa às ações planejadas para serem executadas ao longo do ano
seguinte;
É provável que alguns dos objetivos departamentais sejam consolidados via projeto.
Nesses casos, o departamento deverá elaborar os respectivos documentos (projetos) e
encaminhar para apreciação da direção geral;
Todos os planos de trabalhos deverão apresentar: objetivos, ações, indicadores de prazo,
custo, qualidade de resultado e indicação dos responsáveis.
Resultados Esperados:
Plano de trabalho elaborado a partir de uma diretriz (Planejamento Estratégico/Plano
Operacional e Plano de Ação e Meta dos Departamentos);
Consolidação da prática do planejamento no âmbito geral da instituição, e nos
departamentos, em particular;
Atualização dos documentos: Plano de Ação e Meta dos Departamentos e Plano de
Trabalho Departamental;
Incremento do nível de comprometimento e da visão sistêmica dos colaboradores
(técnicos, coordenadores e demais atores) com a organização como um todo, de maneira
a não atuarem de forma desconexa com os fins institucionais.
PROGRAMA PADRINHO/MADRINHA AFETIVOS
Contextualização e justificativa:
Aspecto conceitual:
O que diz o Dicionário Aurélio: Padrinho: sm. 1. Testemunha de batismo, casamento ou duelo.
2. O que acompanha o doutorando na coleção de grau ou recebimento de capelo. 3. Protetor,
patrono.
Existem os padrinhos de investidura, que têm como obrigação auxiliar seus afilhados a
caminharem corretamente nas funções pela qual exercem, seja ela qual for, não necessariamente
a religiosa. Comemora-se o dia do padrinho no segundo domingo do mês de agosto (dia dos
pais).
33
Catolicismo
Os Padrinhos têm como papel ensinar seu afilhado a trilhar os passos de Jesus, tanto no Batismo
quanto no Crisma. No catolicismo, os padrinhos assumem o papel de segundo pai, às vezes
assumindo o afilhado financeiramente, sempre tendo o papel de presença na vida com presentes
de gratidão e amor, tendo também o papel sempre de transmitir a sabedoria e o poder de aprender
a usar o potencial máximo de sua autoestima.
Padrinhos e Madrinhas são pais e mães espirituais, e no batismo têm como obrigação auxiliar os
pais da criança, na sua educação religiosa; na crisma, o padrinho deve ajudar o crismando a
amadurecer para a fé.
Religiões afro-brasileiras
Padrinho ou Madrinha são termos usados na Umbanda para designar os pais e mães espirituais,
também chamados de pai-de-santo ou mãe-de-santo, e exercem função de liderança e
propriedade do centro de Umbanda. São as pessoas responsáveis pelo desenvolvimento dos
médiuns e orientação espiritual, auxiliados pela segunda pessoa, o pai-pequeno ou mãe-pequena.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Padrinho
No âmbito da Unidade de Acolhimento Institucional Moacyr Alves, o que é ser Padrinho ou
Madrinha?
O Padrinho ou Madrinha Afetivo é alguém da sociedade civil que queira auxiliar e acompanhar a
vida de uma criança/adolescente ou jovem acolhido que tem possibilidades remotas ou
inexistentes de adoção. Não será alguém que vai adotar a criança ou adolescente, mas,
essencialmente será um (a) bom (a) amigo (a), que irá prestar assistência moral, física,
educacional e afetiva ao seu Afilhado. Importante: o Programa não implica em um vínculo
jurídico.
Critérios mínimos para ser Padrinho ou Madrinha:
Ter disponibilidade de tempo para participar efetivamente da vida do (a) afilhado (a)
(visitas à Casa de Acolhimento, à escola, passeios, etc.);
Ter mais de 21 anos (respeitando a diferença de serem 16 anos mais velhos do que a
criança ou adolescente);
Participar das oficinas e reuniões com a equipe técnica do projeto;
Contar com mais uma pessoa da família que também possa participar das Oficinas de
Esclarecimentos;
Apresentar toda a documentação exigida;
Consentir visita técnica na sua residência;
Respeitar as regras e normas colocadas pelos responsáveis do projeto e dos abrigos.
34
Considerações Finais:
Na elaboração, pela equipe institucional, do Programa em tela, deverão ser observados os
aspectos legais, técnicos e pedagógicos que envolvam ações como a implantação do
PROGRAMA DE APRADINHAMENTO EFETIVO, no âmbito da Unidade de Acolhimento
Institucional Moacyr Alves.
TRANSPARÊNCIA INSTITUCIONAL
Contextualização e justificativa:
Aspecto conceitual:
O conceito de transparência perpassa por características de diafaneidade. Diáfano é aquilo que
sendo compacto, dá passagem à luz, ou seja, é translúcido. Essa característica é trazida para um
contexto da informação, onde cidadãos curiosos almejam por maiores esclarecimentos de
determinados fatos ou processos. Segundo Fung et al., a transparência poderá auxiliar decisões
se proporcionar às pessoas informações pertinentes sobre determinado contexto analisado.
Para Holzner e Holzner, transparência é a crescente demanda no contexto de mudanças globais
devido à necessidade de se criar confiança através da vasta distância cultural e geográfica. No
contexto empresarial, as transações comerciais necessitam validar informação sobre mercados,
seus riscos e oportunidades, neste caso conceituado por Fung como “transparência dirigida”. Na
política há a necessidade de se validar a informação sobre intenções e estratégias entre países,
partidos e interesses da sociedade.
Atualmente, é perceptível o aumento por ações de transparência através de políticas do governo.
Transparência vem sendo impulsionada pelo poder dos computadores e internet, que podem
ajudar a criar uma nova geração mais eficiente de políticas de transparência colaborativas. Nesse
sentido, Fung et al. cita que a eficácia da transparência vai depender em grande parte de dois
fatores: (a) Políticas de transparência centradas no usuário, em suas necessidades e interesses. (b)
Políticas eficazes de transparência que sejam sustentáveis para que sejam efetivas, ou seja, que
ganhem em uso, precisão, escopo e perdurem no tempo.
Há de se verificar, portanto que a transparência passa a ter um papel importante no contexto da
sociedade, tornando-se uma frente inexplorada para sua caracterização e aplicação. Essa frente
pode ser direcionada aos processos organizacionais e a software utilizados de forma geral. Nas
organizações, é algo que pode melhorar a visão sobre os processos e as suas informações ao
disponibilizá-los para o seu conhecimento, reduzir a possibilidade de omissão entre os dados dos
processos, possibilitarem o controle sobre os produtos e serviços prestados, facilitar a
investigação e aumentar a confiança entre as organizações e a sociedade. Quando aplicada a
software, a transparência pode incentivar a disponibilização de informações mais completas,
objetivas, confiáveis, e de qualidade, melhorar o acesso à informação, auxiliar na compreensão
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da informação e permitir, ainda, que canais de comunicação estejam abertos para acesso livre às
informações.
Atributos de Transparência
Com o objetivo de caracterizar o conceito de transparência e melhorar sua percepção para
diferentes avaliadores, Cappelli e Leite definem um conjunto de características que se fazem
necessárias na aplicação da transparência, conceituadas pela autora como “Graus de
Transparência” (GT), tais como: acessibilidade, em que a transparência é realizada através da
capacidade de acesso; usabilidade, a transparência é realizada através das facilidades de uso;
informativo, onde a transparência é realizada através da qualidade da informação;
entendimento, a transparência é realizada através do entendimento e auditabilidade, a
transparência é realizada através da auditabilidade. Cada GT possui um conjunto de atributos que
são necessários para que aquele grau tenha um bom nível de transparência.
Considerações Finais
Importante, portanto, para que o Complexo Assistencial Tomás de Aquino possa consolidar seu
plano estratégico e garantir o reconhecimento de suas ações, que seus técnicos elaborem um
programa de transparência amplo, levando em consideração os aspectos acima, para que seja
capaz de demonstrar sua prática à comunidade interna, em particular, e à sociedade, como um
todo.
VISIBILIDADE INSTITUCIONAL
Contextualização e justificativa:
Aspecto conceitual:
A percepção da realidade pelo homem sempre foi um processo mediado. Nunca se teve acesso à
realidade que não fosse através de aparatos que permitem certa interpretação do que se vê. Os
cinco sentidos, o repertório cultural e linguístico são alguns desses intermediários que constroem
a representação que fazemos do real. A realidade não está dada, é construída conjuntamente no
momento da observação.
Visibilidade das organizações e captação de recursos
O marketing ou o estudo do mercado são uma das principais ferramentas da comunicação. O
mundo corporativo utiliza-se do marketing a fim de angariar novos clientes e incrementar suas
vendas. Por terem fins lucrativos, as empresas necessitam reforçar sua marca junto aos seus
grupos de influência ou de interesse (stakeholders), motivando consumidores, vendedores e
funcionários.
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Igualmente acontece no setor social. As entidades devem criar uma identidade junto à
comunidade onde atua por meio de material impresso, campanhas publicitárias e demais
ferramentas disponíveis. Uma organização que já foi notícia em algum jornal ou revista tem mais
apoio da sociedade.
No Terceiro Setor a comunicação deve se apropriar das técnicas utilizadas na administração
moderna para compor seu planejamento e executar seu “marketing”. A palavra não combina
muito com o cenário social em que as organizações atuam, mas é de fato um ponto fundamental
em que dirigentes e voluntários das ONGs devem se apoiar.
Com planejamento e integração, as ferramentas de comunicação podem ser usadas para diversas
finalidades. Além da própria divulgação institucional, podem-se buscar novos doadores,
parceiros e voluntários. É por meio da comunicação que a entidade irá prestar contas a seus
parceiros, doadores, corpo diretivo, conselheiros e à própria comunidade sobre o andamento de
suas atividades.
A comunicação sempre foi, é e sempre será o melhor meio de dar visibilidade e credibilidade a
um projeto social e, consequentemente, isso ajuda na captação de recursos.
As entidades do Terceiro Setor nem sempre são corretamente percebidas pela população
brasileira, e é neste sentido que se enfatiza a importância da imprensa. A maioria das instituições
ligadas ao Terceiro Setor aponta um aumento no espaço que a mídia dedica à sua cobertura,
principalmente sobre os temas relacionados à responsabilidade social e ambiental, porém
devemos ressaltar que esta cobertura necessita de mais qualificação.
Considerações Finais
O Complexo Assistencial Tomás de Aquino, através de seus técnicos, deverá empenhar-se para
elaborar um programa de marketing, ou seja, desenvolver um processo de comunicação capaz de
garantir a comunicação institucional e, portanto, viabilizar um maior e melhor entendimento de
suas ações pelo público externo.
REGIMENTO INTERNO
Contextualização e justificativa:
Aspecto conceitual:
Regimento interno é um conjunto de regras estabelecidas por um grupo para regulamentar o seu
funcionamento. Podendo ser usado em diversas atividades, nos mais variados campos, seja do
Poder Público, sejam na iniciativa privada, tem uma importância bastante destacada nos
tribunais.
Segundo Antonio Cury (1993), “o regimento interno é o produto final de um trabalho de
reorganização administrativa, sendo um documento aprovado pela diretoria ou o mais alto
37
escalão da organização, e que tem como objetivo descrever a finalidade institucional, sua
organização estrutural, os órgãos subordinados, suas atividades, as atribuições do pessoal de
chefia e outros itens julgados necessários, segundo a política da organização”.
Cury ressalta que, “normalmente, o regimento interno é dividido em capítulos”. Acrescenta
ainda, se for o caso, “que o regimento interno pode comportar anexos, como os documentos
complementares.”
Importância do Regimento Interno:
Assim como a Estrutura Básica, o Regimento Interno formaliza as relações funcionais de uma
organização. Representa a culminância de todo um processo de ajustes e definições que
propiciaram ao órgão uma determinada estrutura.
Como instrumento de modernização administrativa e otimização organizacional, a elaboração do
Regimento Interno obriga ao reexame crítico do que foi delineado como desejável para um
órgão, pois nele ficam explícitas as competências, as incumbências das chefias, as relações de
comando e os níveis hierárquicos. É o momento de especificar o conteúdo funcional e os limites
das unidades organizacionais, de equilibrá-las num todo harmônico, pois não se pode perder de
vista que o processo organizacional é sistêmico, onde os vários setores interagem visando a um
todo coerente e eficaz.
O reexame crítico feito por ocasião da elaboração do Regimento Interno é necessário para
detectar o que ainda existe de:
Duplicação de competência, retrabalho, paralelismo;
Áreas supérfluas de recobrimento de funções;
Ambiguidades funcionais;
Funções inadequadas para o nível hierárquico;
Indefinição de responsabilidades;
Verticalizações ou horizontalizações excessivas;
Concentrações de poder, entre outros.
Uma vez detectadas e corrigidas as disfunções, a estrutura do órgão será formalizada no
Regimento Interno.
Ficará, então, explicitada a cadeia de comando com a distribuição e posicionamento das chefias,
fato indispensável para a correta atribuição de funções gratificadas e de assessoramento.
Duração do Regimento Interno:
Diferentemente da Estrutura Básica (organograma) e do Estatuto, que organizam as relações
fundamentais das Unidades e possui certo grau de estabilidade, a estrutura regimental fornece o
detalhamento dessas relações, mostrando-se mais adaptável à dinâmica organizacional.
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As organizações são permeáveis às influências do ambiente externo, tendo de adaptar-se a ele
através de mudanças constantes. Assim, é inevitável que o Regimento Interno, acompanhando a
reestruturação de setores, sofra alterações no correr do tempo. Por isso, o Regimento Interno não
deve ser encarado como um documento rígido, imutável, mas como um espelho em que se
evidenciam as mudanças.
É importante observar que, sendo a organização um sistema, qualquer alteração de um setor não
se esgota em seus limites, mas afeta as relações operacionais com os demais. Por isso, as
modificações posteriores do Regimento Interno deverão ser cuidadosas, justificadas por real
necessidade e analisadas sob a ótica das relações globais.
Tanto o Regimento Interno quanto suas posteriores alterações deverão ser submetidas à análise
técnico-organizacional por parte da direção da organização.
Fonte:
Divisão de Planejamento e Modernização Administrativa / Departamento de Planejamento
Organizacional / Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos - (Governo do Estado
do Rio Grande do Sul)
Considerações Finais:
Na elaboração, pela equipe institucional, do Regimento Interno da organização, deverão ser
observados os aspectos apontados nos itens acima.
PLANO DE SUSTENTABILIDADE
Contextualização e justificativa:
Refletir sobre a SUSTENTABILIDADE e seus avanços conceituais é momento de extrema
importância para os gestores e técnicos das organizações do Terceiro Setor. A necessidade de
combinar fortalecimento institucional com ARTICULAÇÃO COLETIVA para influir nas
políticas públicas e apoiar parâmetros que regulam o apoio as ONGs – isso, por si só, é um
grande desafio.
Neste sentido, se faz necessário aos atores institucionais, discutir e apresentar um conjunto de
indicadores de sustentabilidade, capazes de garantir a que a organização possa desenvolver seus
programas, projetos e ações voltadas para seu público alvo.
Conceitos e seus Avanços:
Conceitos
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Sustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibidas por
algo ou alguém. É uma característica, ou condição de um processo, ou de um sistema que
permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as
necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou
seja, a sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material
sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se
mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o
desenvolvimento sustentável.
Sustentabilidade é um conjunto de ações integradas
É importante ter a consciência que uma organização é apenas um núcleo de um ambiente
complexo e enorme. Ser uma ilha de sustentabilidade em meio às ações degradantes das pessoas
que a cercam não faz parte de um modelo sustentável consciente. Não adianta ser um exemplo de
sustentabilidade dentro da empresa e ao sair fechar os olhos para a degradação do homem ao
meio ambiente.
O processo de ampliação da abrangência do sistema de gestão sustentável de uma empresa para
o meio social não é tarefa fácil, e uma peça essencial neste processo é seu colaborador. Ele será o
agente multiplicador das ações sustentáveis que a organização desenvolve, levando as boas
práticas para dentro de sua casa, familiares, amigos, que repassarão os conhecimentos para outras
pessoas.
Avanços Conceituais:
No nosso caso, em particular, a questão da sustentabilidade é bem específica. Garantir a
sustentação do Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino, seus Anexos, suas Unidades e seus
respectivos programas, projetos e ações. Como fazer isso?
“O primeiro avanço conceitual diz respeito ao reconhecimento de que a
SUSTENTABILIDADE, para organizações como as ONGs, jamais significará que elas
consigam se sustentar financeiramente sem uma proporção relevante de recursos doados a fundos
perdidos”.
Portanto, “a sustentabilidade deste tipo de organização vai sempre combinar, na melhor das
hipóteses, uma capacidade para obter receitas ‘próprias’ de forma regular (contribuição de sócios
e de ‘rede de amigos’, prestação de serviços de remunerada, venda de produtos, etc.), com a
capacidade de acessar fontes de financiamentos públicas, privadas e não-governamentais
nacionais e internacionais”.
O que isto significa para nós, do Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino?
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Tira-nos um grande peso de responsabilidade: quando falamos em sustentabilidade,
parece, ao parceiro (público ou privado), que nós temos de manter, por si só, a entidade,
já que “eles” nos ajudaram, por exemplo, a implementar uma atividade produtiva.
Que é necessário nos prepararmos para captar recursos das diversas fontes existentes.
“O segundo avanço conceitual é relativo ao fato de que a SUSTENTABILIDADE não diz
respeito apenas a dimensão da sustentação financeira de uma organização, mas sim, a um
conjunto bem mais amplo de fatores de desenvolvimento institucional cruciais para as chances
de ‘êxito duradouro’ de uma ONG”.
Assim, “...o caráter mais ou menos duradouro de uma entidade não depende somente do acesso
regular a recursos mas, acima de tudo, depende da qualidade de sua organização e de seu projeto
institucional”.
O que isto significa para nós, do Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino?
Que se deve ter claro a consciência de que é necessário o fortalecimento institucional.
O entendimento de que o desenvolvimento permanente de seus atores e da instituição é
fundamental para a sustentabilidade institucional
A confirmação do aspecto da legitimidade – ou seja, nossa instituição tem que ter
relevância social. (será que nossa entidade tem contribuído, por exemplo, para melhorar o
perfil da comunidade na qual está inserida?)
“Um terceiro avanço (...) é o aparente paradoxo de que para ser sustentável, uma organização
precisa se reinventar. Isto é, a sustentabilidade não se oferece facialmente, ela requer enorme
esforço continuado, determinação política e disposição para mudança de aspectos relevantes da
cultura e do fazer institucional”.
E isto, gera “... uma carga razoável de conflitos e tensões - seja, por exemplo, quanto ao
planejamento estratégico e as estratégias de comunicação, o perfil dos recursos humanos...”
O que isto significa para nós, do Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino?
Que é necessário melhorarmos nossas práticas, seja como profissional, seja como
instituição;
Que precisamos entender os conflitos (em alguns momentos até estimular para que
aconteça); porém, traçar um “norte” institucional é muito importante – e aqui, a unidade
para o alcanço das metas é necessário.
Considerações Finais:
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As Metas/Objetivos, Planos, Programas, Projetos, Políticas e Diretrizes, traçadas neste Plano
Estratégico, se elaboradas, executadas e avaliadas devem garantir a sustentabilidade do Núcleo
de Amparo Social Tomás de Aquino.
Unidade de Apoio e Atendimento à Comunidade
Programa Cidadania e Apoio à Comunidade – PROCIAC
ESTRATÉGIAS DE AÇÕES
(Programa Cidadania e Apoio à Comunidade / Plano de Implantação de Projetos Especiais)
As ações a seguir devem direcionar o Complexo Assistencial Tomás de Aquino ao maior e
melhor desempenho das suas Unidades. Para facilitar a compreensão das atividades a serem
empreendidas pelas respectivas Unidades, as ações estratégicas serão vinculadas a cada uma
dessas.
As AÇÕES ESTRATÉGICAS serão implementadas via PROJETOS que, de acordo com a
definição do PMI, é “um esforço temporário para produzir um produto, serviço ou resultado
único”. O que demandará dos Gestores e dos Chefes de Unidades, conhecimentos, habilidades, e
atitudes para planejar, executar e avaliar projetos.
PROGRAMA CIDADANIA E APOIO À COMUNIDADE – PROCIAC
Ações Estratégicas:
Psicologia Comunitária
Assistência Social Comunitária
Fisioterapia Comunitária
Oficina Musical
Laboratório de Informática
Escola de Natação
Unidade de Apoio e Atendimento à Comunidade
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Ciclo de Palestra, Simpósios e Cursos
Contextualização e justificativa das Ações Estratégicas:
1. Considerações Gerais:
Há diferencias entre ação comunitária como processo técnico-metodológico e ação comunitária
como processo social espontâneo. Como processo espontâneo, vai se articulando nas
comunidades à medida que os próprios desafios da natureza e os sociais vão levando o homem a
procurar formas adequadas de reação a eles. Encontrar tais formas significa buscar a cooperação
para a realização de ações comuns em torno dos problemas comuns que afetam a comunidade.
Historicamente, a ação comunitária passa a existir como forma de, em comum, o homem fazer
frente às intempéries da natureza e, posteriormente, aos próprios embates sociais que se vão
institucionalizando, de modo a deixar alguns grupos sociais em situação de confronto ante a
exploração a que são submetidos.
A ação comunitária, portanto, é resultante do esforço cooperativo de uma comunidade que toma
consciência de seus próprios problemas e se organiza para resolvê-los por si mesma,
desenvolvendo seus próprios recursos e potencialidades, com a colaboração dos parceiros
existentes.
2. Aspectos Conceituais:
2.1. Programa: Um grupo de projetos gerenciados de maneira coordenada. Os programas
geralmente incluem um elemento de atividades continuadas.
2.2. Cidadania: O conceito de cidadania tem origem na Grécia clássica, sendo usado então para
designar os direitos relativos ao cidadão, ou seja, o indivíduo que vivia na cidade e ali
participava ativamente dos negócios e das decisões políticas. Cidadania pressupunha, portanto,
todas as implicações decorrentes de uma vida em sociedade.
Ao longo da história o conceito de cidadania foi ampliado, passando a englobar um conjunto de
valores sociais que determinam o conjunto de deveres e direitos de um cidadão.
2.3. Assistência Social Comunitária - Na sociologia, ação social refere-se a qualquer ação que
leva em conta ações ou reações de outros indivíduos e é modificada baseando-se nesses eventos.
Para a eficácia que se pretende, considera-se conveniente que sejam definidas normas que
regulem as relações entre os envolvidos, principalmente com a comunidade, a qual será a
principal beneficiada das ações que serão implementadas.
Entretanto, a construção da vida comunitária numa óptica integrada, não se limita apenas à
existência de uma rede de serviços como solução estática e acabada dos problemas, mas é,
sobretudo o resultado da dinâmica das pessoas/grupos envolvidos, na determinação de
mecanismos incentivadores e potenciadores do seu bem-estar.
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2.4. Psicologia Comunitária: A Psicologia Comunitária é uma aplicação da psicologia social
para resolução dos problemas sociais nas comunidades. Constitui-se como disciplina recente na
história da psicologia. Sua origem remonta, por um lado à psiquiatria social e preventiva, à
dinâmica e psicoterapia de grupos, práticas "psi" que conceituavam uma origem social a seus
objetos de estudo.
A Psicologia Comunitária se caracteriza por trabalhar com sujeitos sociais em condições
ambientais específicas, atento às suas respectivas psiques ou individualidades. Seus objetivos se
referem à melhoria das relações entre os sujeitos e entre estes e a natureza e instituições sociais
ou o seu empoderamento. “Nesta perspectiva está todo o esforço para a mobilização das
comunidades na busca de melhores condições de vida”. O termo Psicologia Comunitária inclui
os estudos e práticas que vêm se realizando no Brasil a exemplo do Movimento de Saúde Mental
Comunitário e do Movimento de Ação Comunitária na América Latina, e outras aplicações da
psicologia social em problemas relacionados à comunidade.
2.5. Oficina Musical: A ideia de oficina se relaciona com intenção de recriar um espaço de
trabalho, no qual, como diz o dicionário, “se exerce um ofício, onde se verificam transformações
e se faz consertos”.
A Oficina se caracteriza por um espaço de trabalho onde se conjugam a teoria e a prática, a
reflexão e o fazer, tendo como resultados a capacitação (novas práticas, comportamentos,
habilidades) e “produtos” (diagnósticos, planos, qualidade dos processos e produtos) úteis aos
sujeitos envolvidos no processo de capacitação.
A música é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio
seguindo uma pré-organização ao longo do tempo.
É considerada por diversos autores como uma prática cultural e humana. Atualmente, não se
conhece nenhuma civilização ou agrupamento que não possua manifestações musicais próprias.
Embora nem sempre seja feita com esse objetivo, a música pode ser considerada como uma
forma de arte, considerada por muitos como sua principal função.
2.6. Fisioterapia: Atividade regulamentada pelo Decreto-Lei nº 938/1968, Lei Federal nº
6.316/1975, Resoluções do COFFITO, Decreto Federal nº 9.640/1984, Lei Federal nº
8.856/1994.
É uma área do conhecimento em saúde, que estuda os distúrbios cinéticos e sinérgicos
funcionais, que acometem os órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações
genéticas, por traumas e por doenças adquiridas. Suas ações profissionais estão fundamentadas
em metodologias e mecanismos diagnósticos e terapêuticos próprios, decorrentes de
conhecimentos profissionais universalmente consolidados, sistematizados pelos estudos
acadêmicos da biologia, das ciências morfológicas, das ciências fisiológicas, das patologias, da
anatomopatologia, da fisiopatologia, da bioquímica; da biofísica, da biomecânica, das
cinesiopatologias, das cinesias e dos processos sinérgicos funcionais de órgãos e sistemas do
corpo humano e também das disciplinas comportamentais e sociais.
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2.7. Laboratório de Informática: O laboratório de Informática é um, espaço provido de
computadores conectados à internet em banda larga, onde são realizadas, por meio do uso das
TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), com o objetivo de promover a inclusão
digital e social das comunidades atendidas.
O objetivo principal do Laboratório de Informática é promover o desenvolvimento social e
econômico das comunidades atendidas, reduzindo a exclusão social e criando oportunidades aos
cidadãos.
2.8. Escola de Natação é a capacidade do homem e de outros animais de se deslocarem através
de movimentos efectuados no meio líquido, geralmente sem ajuda artificial. A natação é uma
atividade que pode ser simultaneamente útil e recreativa. As suas principais utilizações são
recreativas, balneares, pesca, exercício e desporto.
História – A natação é conhecida desde a pré-história, o registo mais antigo sobre a natação
remonta às pinturas rupestres de cerca de 7.000 anos atrás. As referências escritas remontam a
2000 a. C. Algumas das primeiras referências estão incluídas em obras históricas como a
Epopeia de Gilgamesh, a Ilíada, a Odisseia, a Bíblia (Ezequiel 47:5, Atos 27:42, Isaías 25:11),
Beowulf, e outras sagas. No ano de 1538, Nikolaus Wynmann, um professor alemão de
linguística, escreveu o primeiro livro sobre natação, “O Nadador ou o diálogo sobre a arte de
Nadar” (Der Schwimmer oder ein Zwiegespräch über die Schwimmkunst). A natação de
competição na Europa começou por volta do ano de 1800, na sua maioria utilizando o estilo
bruços. Posteriormente, em 1873, John Arthur Trudgen, apresentou o estilo Trudgen, após ter
copiado o estilo crawl usado pelos Índios Nativos Norte-americanos, criando uma ligeira
variante do mesmo. Devido ao repúdio dos britânicos pelos salpicos, Trudgen empregou a
pernada de bruços no lugar do batimento de pernas convencional do estilo crawl. A natação fez
parte dos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna em 1896, em Atenas. Finalmente em 1902
Richard Cavill introduziu o estilo crawl e em 1908, foi fundada a Federação Internacional de
Natação (FINA). O estilo mariposa foi desenvolvido na década de 1930, que no início surgiu
como uma variante do estilo de bruços, até que foi aceito como um estilo distinto, em 1952
Benefício – Por movimentar praticamente todos os músculos e articulações do corpo, a prática
da natação é considerada um dos melhores exercícios físicos existentes trazendo ótimos
benefícios para o organismo, ajudando a melhorar a coordenação motora, além de ser
recomendada para pessoas com problemas respiratórios, como por exemplo, a asma, também é a
única atividade física indicada para menores de três anos.
Recreação – Como atividade recreativa, a natação é muito difundida. Muitos nadadores entram
na água apenas para se divertir, tanto em piscinas artificiais como nos mares, lagos e rios.
Embora os estilos de natação também sejam utilizados no lazer, é muito comum que os
nadadores recreativos utilizem estilos menos técnicos, geralmente mantendo a cabeça fora de
água.
Modalidades – Com tres modalidades/disciplinas distintas na especialidade de natação.
Natação
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Hidroginástica
Hidroterapia
2.9. Ciclo de Palestras, Simpósios e Cursos: é uma série de palestras, de simpósios e cursos.
Tanto podem ser assuntos desdobrados em várias apresentações quanto vários assuntos que se
complementam. Igualmente, podem ser ministrados por um ou vários palestrantes, especialistas
no assunto.
Palestras – É um recurso utilizado no desenvolvimento comunitário (DC), mas que tem sido
alvo de muitas controvérsias. Estas dizem respeito, sobretudo ao modo indiscriminado e
autoritário com que ela é utilizada. Muitos profissionais, sem nenhum propósito de trabalho,
usam a palestra para preencher o seu tempo e assim justificar-se funcionalmente.
Para Plínio A. Sampaio, “palestra é o ato de reunir pessoas objetivando a transmissão de
informações que contribuam para a reflexão de algum tema de interesse das pessoas, para
aclarar situações dúbias, ou ajudar a decidir sobre novas formas de ações relativas à vida
social e de trabalho desta população”.
Simpósios – Em que consiste? É uma série de breves apresentações de diversas pessoas sobre
diferentes aspectos de um mesmo tema ou problema. O simpósio pode ser realizado durante um
mesmo dia ou durante vários dias seguidos. Exemplo: o professor de Solos organiza um
simpósio sobre Salinidade, e encarrega a quatro alunos da preparação dos seguintes aspectos do
problema:
Aluno 1. Causas e origem da salinidade no solo;
Aluno 2. Ação dos sais nas propriedades físicas do solo;
Aluno 3. Efeitos da salinidade sobre o rendimento das culturas;
Aluno 4. Medidas preventivas e corretivas da salinidade.
A Unidade de Apoio e Atendimento à Comunidade, objetiva garantir ao público alvo
serviços que possam efetivamente contribuir para uma melhor qualidade de vida,
implantando, em 2013 o “Programa Cidadania e Apoio à Comunidade - PROCIAC” que
desenvolverá diversas ações específicas:
1. Assistência Social e Psicológica
2. Atendimento de Fisioterapia
3. Oficina Musical
4. Laboratório de Informática
5. Escola de Natação
6. Ciclo de Palestras, Simpósios e Cursos.
Unidade Educacional
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Ações Estratégicas:
Centro de Formação Técnico Profissionalizante
- Curso Técnico Profissionalizante na Área de Informática
- Curso Técnico Profissionalizante para Cuidador / Educador
Contextualização e justificativa das Ações Estratégicas:
CURSO TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE NA ÁREA DE INFORMÁTICA
Considerações Gerais:
Introdução:
A Informática vem adquirindo cada vez mais relevância no cenário educacional. Sua utilização
como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vem aumentando de forma rápida
entre nós. Nesse sentido, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente
a essa nova tecnologia.
Houve época em que era necessário justificar a introdução da Informática na escola. Hoje já
existe consenso quanto à sua importância. Entretanto o que vem sendo questionado é a forma
com que essa introdução vem ocorrendo.
O Ser humano e a Tecnologia:
Segundo Fróes in Lopes, Jose Junio (2002) “A tecnologia sempre afetou o homem: das
primeiras ferramentas, por vezes consideradas como extensões do corpo, à máquina a vapor,
que mudou hábitos e instituições, ao computador que trouxe novas e profundas mudanças
sociais e culturais, a tecnologia nos ajuda, nos completa, nos amplia... Facilitando nossas ações,
nos transportando, ou mesmo nos substituindo em determinadas tarefas, os recursos
tecnológicos ora nos fascinam, ora nos assustam”...
A Tecnologia não causa mudanças apenas no que fazemos, mas também em nosso
comportamento, na forma como elaboramos conhecimentos e no relacionamento com o mundo.
Vivemos num mundo tecnológico, estruturamos nossa ação através da tecnologia, como relata
KERCKHOVE, na Pele da Cultura “os eletrônicos são extensões do sistema nervoso, do corpo e
também da psicologia humana”.
De acordo com Fróes in Lopes, Jose Junio (2002) “Os recursos atuais da tecnologia, os novos
meios digitais: a multimídia, a Internet, a telemática trazem novas formas de ler, de escrever e,
portanto, de pensar e agir. O simples uso de um editor de textos mostra como alguém pode
registrar seu pensamento de forma distinta daquela do texto manuscrito ou mesmo
datilografado, provocando no indivíduo uma forma diferente de ler e interpretar o que escreve,
forma esta que se associa, ora como causa, ora como consequência, a um pensar diferente.”
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BORBA (2001) vai um pouco mais além, quando coloca “seres-humanos-com-mídias” dizendo
que “os seres humanos são constituídos por técnicas que estendem e modificam o seu raciocínio
e, ao mesmo tempo, esses seres humanos estão constantemente transformando essas técnicas”.
Dessa mesma forma devemos entender a Informática. Ela não é uma ferramenta neutra que
usamos simplesmente para apresentar um conteúdo. Quando a usamos, estamos sendo
modificados por ela.
CURSO TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE PARA CUIDADOR / EDUCADOR
Referencial Teórico – Conceituações
O que é Cuidado?
Para que se possamos entender melhor as questões abordadas e, especialmente, entender o papel
do cuidador, faz-se necessário conceituar o cuidado.
Primeiramente, recorrendo-se ao dicionário AURÉLIO (1986), é possível encontrar os seguintes
significados para a palavra cuidado: “Atenção, precaução, cautela, diligência, desvelo, zelo,
encargo, responsabilidade”, dentre outras.
Para uma reflexão mais aprofundada acerca do significado da palavra cuidado, cabe recorrer à
definição de BOFF (1999), na qual ele diz: “O que se opõe ao descuido e ao descaso é o
cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude”.
Portanto, abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma
atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.
BOFF (1999) também afirma que “(...) o ser humano é um ser de cuidado, mais ainda, sua
essência se encontra no cuidado. Colocar cuidado em tudo o que projeta e faz, eis a
característica singular do ser humano.”
Analisando as afirmações de BOFF, acima, pode-se entender o “cuidado” como sendo algo
inerente ao ser humano e, justamente, aquilo que o diferencia de outros seres fazendo-o
verdadeiramente humano. Para ele, cuidar representa uma atitude, uma forma de ser na qual um
ser humano preocupa-se com o outro, dando-lhe atenção, ocupando-se do outro e preocupando-
se com o outro.
O que é uma ocupação?
Segundo o dicionário AURÉLIO (1986), a palavra ocupação significa: ato de ocupar-se,
trabalhar em algo; atividade, serviço ou trabalho manual ou intelectual realizado por um
período de tempo mais ou menos longo; dentre outros significados similares a estes.
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O Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, disponibiliza a versão atual da Classificação
Brasileira de Ocupações - CBO, que foi instituída pela portaria ministerial nº 397, de 9 de
outubro de 2002. (Site MTE, 2009).
O que é a ocupação de cuidador/educador social?
Conforme o atual CBO, Livro I (2002), a descrição sumária da referida ocupação é: “Cuidam de
bebês, crianças, jovens, adultos e idosos, a partir de objetivos estabelecidos por instituições
especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene
pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida”.
Conforme o mesmo documento (CBO, Livro I, 2002), o código da ocupação de cuidador é
“5162-10 Cuidador de idosos - Cuidador de pessoas idosas e dependentes, Cuidador de idosos
institucional, Acompanhante de idosos, Cuidador domiciliar de idosos, Gero-sitter”.
Recomendações:
Aos CURSOS DE FORMAÇÃO DE CUIDADORES: Que tenham a preocupação de
formar cuidadores conscientes da responsabilidade do seu papel; elaborem seus
programas de capacitação exigindo um pré-requisito mínimo de escolaridade de ensino
fundamental (para cuidados básicos) e maior escolaridade para o atendimento de
cuidados que exijam maior estudo; que utilizem o modelo de mapeamento de
competências proposto neste trabalho (ou modelo semelhante).
Aos PROFESSORES DE CURSOS DE CUIDADORES: Que estudem
aprofundadamente as questões que envolvem o cuidado no Brasil e desenvolvam
pesquisas voltadas para a busca de soluções para os problemas brasileiros, neste contexto,
uma vez que vimos utilizando a literatura internacional que trata da questão em
sociedades diferentes da nossa. Também é importante que desenvolvam suas aulas
baseadas nas reais necessidades de capacitação de um cuidador e, sempre, tenham a
preocupação com o desenvolvimento de valores éticos para o trabalho do cuidador.
Aos CONTRATANTES DE CUIDADORES: Não queiram perfeição, pois a mesma
não existe. O cuidador “perfeito” é aquele no qual se pode confiar; que tem valores éticos
nos quais as suas atitudes são baseadas e tratam o seu familiar (cuidado) com respeito,
carinho, dedicação, paciência etc. Procurem, sempre, buscar referências da pessoa que vai
contratar; deixe que a pessoa a ser cuidada participe da escolha do profissional que
cuidará dele; busque informações, procure conhecer as reais atribuições do cuidador para
não exigir além do que ele pode/deve fazer.
Aos CUIDADORES: Estudem muito. Aprendam tudo que possa contribuir para a
realização de um trabalho cada vez melhor. No cenário atual, no qual o conhecimento é
extremamente importante e bastante valorizado, é um valioso bem e no qual há uma
crescente demanda por cuidado, conquistará tal mercado aquele que tiver mais
49
conhecimentos, habilidades e experiências, além de atitudes embasadas por valores
éticos. Convém lembrar, também, que para cuidar de alguém é preciso que se esteja bem
e, para isso, é preciso cuidar-se. Portanto, cuidem da saúde e procurem fazer exercícios,
além de buscar ajuda (orientações, apoio psicológico etc.), quando necessário.
Ações Estratégicas:
Centro de Reabilitação
Centro de Diagnóstico por Imagem
Contextualização e justificativa das Ações Estratégicas:
CENTRO DE REABILITAÇÃO
Aspectos Históricos da Reabilitação no Brasil
A Reabilitação no Brasil foi precedida por vários fatos importantes. Tem-se registro que ao final
do século XIX, o Imperador D. Pedro II, preocupado com o problema dos cegos, enviou à França
um médico, para que este estudasse e trouxessem ao nosso país conhecimento a cerca desta
deficiência. Como consequência surge o Instituto Benjamin Constant no Rio de Janeiro, para
assistência desses pacientes, que desenvolve suas atividades até o dia de hoje.
Durante o século XIX com os avanços da medicina européia, manifestado também pela
eletroterapia e hidroterapia, desperta no Brasil uma tentativa de acompanhar essas inovações.
Com isso num período não muito preciso, entre 1879 e 1883 surge no Rio de Janeiro, o primeiro
gabinete de Eletroterapia da América do Sul. Registros históricos mostram também, que em
1871 foi criada a Casa das Duchas, onde se utilizava água doce ou do mar para tratamentos de
doenças.
Em 1932, no Rio de Janeiro, foi criada a cátedra de Fisioterapia Médica, na Faculdade de
Ciências Médicas, a primeira escola de medicina no Brasil a ensinar Fisioterapia para seus
estudantes.
Logo após o termino da Segunda Guerra Mundial, ocorre nos Estados Unidos e na Europa um
movimento para organização de centros de reabilitação, no intuito de reabilitar soldados que
sofreram algum tipo de lesão física durante as batalhas. É a partir daí que muitos médicos vão
para os Estados Unidos e Europa, para adquirir conhecimento nessa nova área, ainda pouco
Unidade de
Saúde
Centro de Reabilitação
Centro de Diagnóstico
Unidade de
Saúde
Centro de Reabilitação
Centro de Diagnóstico
Unidade de
Saúde
Centro de Reabilitação
Centro de Diagnóstico
Unidade de
Saúde
Centro de Reabilitação
Centro de Diagnóstico
Unidade de Saúde
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difundida em nosso país. É nesse período que o desenvolvimento dos centros de reabilitação
acentua-se no Brasil e no Mundo.
Contudo, o surgimento de instituições de atendimento às pessoas com deficiências no Brasil,
data de períodos históricos diferentes e adotam modelos também diferentes de acordo com as
circunstâncias e agentes de sua constituição, bem como o tipo de deficiência a que se destina
reabilitar. Antes disso existiam algumas instituições, que tratavam pacientes atingidos por uma
moléstia crônica, com o objetivo de desenvolver a reabilitação, ou uma de suas fases, é o caso do
Hospital São Luiz Gonzaga, que iniciou suas atividades em 1945, com um serviço de
laborterapia, destinada a dar algumas ocupações aos pacientes tuberculosos.
Em 1943, o Governo Federal se manifesta pela primeira vez sobre a causa de pessoas portadoras
de doenças do aparelho locomotor e em junho desse mesmo ano foi criada e aprovada a portaria
359 pelo Ministério da Educação e Saúde, da época, nomeando a Comissão de Assistência aos
Mutilados. Em maio de 1944 a Portaria 260 do mesmo Ministério incorpora essa comissão à
Divisão de Organização Hospitalar, com objetivo de empregar um plano definitivo de serviço de
assistência aos mutilados.
Foi em 1947 que o primeiro Serviço de Medicina Física e Reabilitação, no Rio de Janeiro,
iniciou suas atividades para execução de programas de reabilitação médica.
A Importância da Reabilitação Física
Em casos de traumas provocados por acidentes, internação prolongada e sequelas de AVC, entre
outros, contar com um programa de reabilitação é fundamental. Para se ter uma ideia da
importância, a reabilitação ajuda os pacientes que tiveram um acidente vascular cerebral a se
recuperar de sequelas. Além disso, confere mais equilíbrio e autonomia a pessoas com problemas
ortopédicos, diminuindo o risco de quedas, aumentando sua autoconfiança e melhorando sua
qualidade de vida.
É fundamental que o processo de reabilitação conte com a participação de uma equipe formada
por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, nutricionista e enfermeiro
de reabilitação, entre outros profissionais.
Independentemente do modelo adotado – hospitalar ou domiciliar – o mais importante na
reabilitação é fazer uma avaliação minuciosa de cada caso e oferecer um plano de cuidados
personalizado e adequado à necessidade do paciente. Os últimos anos trouxeram boas novidades
tanto em avanços tecnológicos quanto na capacitação dos profissionais envolvidos, o que tem
garantido um reconhecimento da importância do trabalho de reabilitação.
O que é a reabilitação?
É um processo global e dinâmico orientado para a recuperação física e psicológica da pessoa
portadora de deficiência, tendo em vista a sua reintegração social.
51
Está associada a um conceito mais amplo de saúde, incorporando o bem-estar físico, psíquico e
social a que todos os indivíduos têm direito.
Em 05/07/2001, foi instituída a portaria do Ministério da Saúde/Secretaria de Assistência à saúde
(MS/SAS) nº. 185 e MS/SAS nº. 850, que define a operacionalização e financiamento dos
procedimentos de reabilitação e da concessão de órteses e próteses e materiais auxiliares de
locomoção. Por meio dela, determinou-se que, a partir dessa data, todo deficiente físico deveria
estar inserido em um Centro de Reabilitação, sendo que este seria o responsável pelo
fornecimento do material ortopédico.
A medicina física e de reabilitação pretende tratar ou atenuar as incapacidades causadas por
doenças crónicas, sequelas neurológicas ou lesões derivadas da gestação e do parto, acidentes de
trânsito e trabalho.
Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a
inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada
população. Na arquitetura e no urbanismo, a acessibilidade tem sido uma preocupação constante
nos últimos anos.
Em que situações é necessária a medicina física e de reabilitação?
Doenças crônicas – Nas sociedades modernas, a melhoria das condições de vida, os avanços
médico-cirúrgicos e a promoção e generalização dos cuidados de saúde levaram ao aumento da
longevidade e, como tal, ao progressivo crescimento do número de idosos. Paradoxalmente,
ampliou-se, a par do aumento da esperança de vida, o número de doenças crônicas,
frequentemente incapacitantes.
Sequelas neurológicas ou lesões derivadas da gestação e do parto – Os progressos na
proteção materna e infantil permitem, hoje em dia, por seu turno, salvar crianças que sobrevivem
com graves sequelas neurológicas ou outras lesões.
Acidentes de trânsito e trabalho – A evolução tecnológica e as alterações nos estilos de vida
têm levado ao surgimento de um elevado número de deficientes, vítimas de acidentes de trânsito,
de trabalho e de doenças cardiovasculares, em idades cada vez mais jovens e produtivas.
Quais são os profissionais responsáveis pela reabilitação?
Para ser bem sucedida, a reabilitação deve envolver uma equipa multidisciplinar, composta por:
Fisiatras;
Enfermeiros;
Fisioterapeutas;
Terapeutas ocupacionais;
Terapeutas da fala;
Secretárias clínicas;
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Auxiliares de ação médica;
Assistentes sociais;
Psicólogos.
Constituindo um trabalho integrado de diferentes profissionais, estes devem estabelecer uma
estratégia com objetivos comuns e desenvolver ações convergentes e sinérgicas. Interessa por
isso à maioria das áreas médicas, particularmente quando estão em causa situações
potencialmente incapacitantes.
A Medicina Física e de Reabilitação surge como uma área de especialização médica, para
responder à necessidade de apoiar as várias especialidades de forma global ou diferenciada.
Procura contribuir, de modo científico, para a reabilitação/recuperação do indivíduo afetado
funcionalmente por uma doença ou traumatismo.
CENTRO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM (Multiclínica)
História da Radiologia
No final do século XIX, mais precisamente no dia 8 de novembro de 1895 foi descoberto os
Raios X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen ao ver sua mão projetada numa tela
enquanto trabalhava com radiações. Por ser muito perspicaz e inteligente imaginou que de um
tubo em que ele trabalhava deveria estar sendo emitido um tipo especial de onda que tinha a
capacidade de atravessar o corpo humano.
Em seguida, resolveu realizar uma documentação para provar sua descoberta, sendo assim
efetuou a primeira radiografia, usando a mão esquerda de sua esposa. Por ser uma radiação
invisível, ela a chamou de Raios X. Sua descoberta valeu-lhe o prêmio Nobel de Física em 1901.
Na época - começo do século XX - ocorreu uma revolução no meio médico, trazendo um grande
avanço no diagnóstico por Imagem.
Desde esta época até os dias de hoje surgiram várias modificações nos aparelhos iniciais a fim de
se reduzir a radiação ionizante usada nos pacientes, pois acima de certa quantidade é prejudicial
à saúde. Assim foram surgindo tubos de Raios X, diafragmas e grades antidifusoras para
diminuir a quantidade de Raios X, assim diminuindo a radiação secundária que, além de
prejudicar o paciente, prejudicava a imagem final. Em abril de 1896, fez-se a primeira
radiografia de um projétil de arma de fogo no interior do crânio de um paciente, essa radiografia
foi feita na Inglaterra pelo Dr. Nelson. Em novembro de 1899, Oppenhein descreveu a destruição
da sela túrcica por um tumor hipofisário. Em março de 1911, Hensxhen radiografou o conduto
auditivo interno alargado por um tumor do nervo acústico.
Em novembro de 1912, Lackett e Stenvard descobriram ar nos Ventrículos casionados por uma
fratura do crânio. Um neurocirurgião de Baltimore, Dandy, em 1918, desenvolveu a
ventriculografia cerebral, substituindo o líquor por ar. Assim, ele trouxe grande contribuição no
diagnóstico dos tumores cerebrais. Por volta de 1931, J. Licord desenvolveu a mielografia com a
introdução de um produto radiopaco nos espaços subaracnóideo lombar.
53
Em julho de 1927, Egas Moniz (Neurocirurgião Português) descobriu a angiografia cerebral pela
introdução de contraste na artéria carótida no pescoço. Ao apresentar seu trabalho na Sociedade
de Neurologia de Paris, ele disse: "Nós tínhamos conquistado um pouco do desconhecido,
aspiração suprema dos homens que trabalham e lutam no domínio da investigação".
A evolução dos equipamentos trouxe novos métodos. Assim, surgiu a Planigrafia linear, depois a
Politomografia onde os tubos de Raios X realizavam movimentos complexos enquanto eram
emitidos. No Brasil, Manuel de Abreu desenvolveu a Abreugrafia, um método rápido de
cadastramento de pacientes para se fazer radiografias do tórax, tendo sido reconhecida
mundialmente.
Em 1952, desenvolveu-se a técnica da angiografia da artéria vertebral por punção da artéria
femoral na coxa passando um cateter que ia até a região cervical, pela aorta.
Por volta de 1970 através de catéteres para angiografia, começou-se a ocluir os vasos tumorais
surgindo assim a radiologia intervencionista e terapêutica. Assim, nos dias de hoje, usam-se
catéteres que dilatam e desobstruem até coronárias, simplesmente passando-os pela artéria
femoral do paciente, com anestesia local, evitando nesses casos cirurgias extracorpórea para
desobstrução de artérias (famosas pontes de safena).
Também na década de 1970, um engenheiro inglês, J. Hounsfield desenvolveu a Tomografia
Computadorizada, acoplando o Raios-X a um computador. Ele ganhou o prêmio Nobel de Física
e Medicina. Até então as densidades conhecidas nos Raios-X eram ossos, gorduras, líquidos e
partes moles. Com esse método, devido a sua alta sensibilidade foi possível separar as partes
moles assim visualizando sem agredir o paciente, o tecido cerebral demonstrando-se o líquor, a
substância cinzenta e a substância branca. Até essa época, as imagens do nosso corpo eram
obtidas pela passagem do feixe de Raios-X pelo corpo, que sofria atenuação e precipitava os sais
de prata numa película chamada filme radiográfico que era então processada. Com essa nova
técnica, o feixe de Raios-X atenuado pelo corpo sensibilizava de maneiras diferentes os
detectores de radiação. Essas diferenças eram, então, analisadas pelo computador que fornecia
uma imagem do corpo humano em fatias transversais em um monitor e depois passada para um
filme radiográfico.
A tomografia computadorizada revolucionou o diagnóstico por imagem, pois sem agressão
alguma ao paciente, obtemos imagens em seções transversais de todo o organismo. Hoje, se pode
diagnosticar em 10 minutos tumor "in situ" de até 1 mm de diâmetro localizado na intimidade do
cérebro, como por exemplo, um microneurinoma no interior do conduto auditivo interno e um
micropinealoma na intimidade da glândula pineal.
O homem, não satisfeito ainda, descobriu e colocou em aplicação clínica a Ressonância
Magnética por volta de 1980. Ela obtém imagens do nosso corpo similares às da tomografia
computadorizada, só que com várias vantagens adicionais. Não utiliza radiação ionizante,
raramente necessita uso de contraste e são obtidas imagens nos três planos: sagital, coronal e
transversal.
A ressonância resulta da interação dos núcleos dos átomos, os prótons de Hidrogênio de número
ímpar, com um campo magnético intenso e ondas de radiofrequência. Sob a ação dessas duas
energias, os prótons de hidrogênio ficam altamente energizados e emitem um sinal que apresenta
54
uma diferença entre os tecidos normais e os tecidos patológicos. Essa diferença de sinal é
analisada por um computador que mostra uma imagem precisa em seções nos três planos.
O uso do ultrassom na medicina começou logo após a segunda Guerra mundial, em vários
centros no mundo. O trabalho do Dr.Karl Theodore Dussik, na Áustria, em 1942, sobre o uso
médico do ultrassom na investigação do cérebro foi o primeiro trabalho publicado na área.
Outros pesquisadores nos EUA, Japão e Europa também são citados como pioneiros no uso
médico do ultrassom. O trabalho do Professor Ian Donald e seus colegas, em Glasgow, na década
de 50, teve grande repercussão e possibilitou o desenvolvimento do ultrassom para diagnóstico
médico. A partir da década de 60, houve um rápido avanço na melhora da imagem produzida
pelo ultrassom (Modo B e Doppler).
Os Primórdios da Radiologia médica do Brasil
O ensino da Radiologia brasileira começou com o curso ministrado pelo professor Roberto
Duque Estrada, em 15 de julho de 1916, em 30 lições teórico-práticas, ilustradas com material
selecionado do arquivo do Gabinete de Radiologia da Santa Casa. Anos depois, novas
instalações enriqueciam o Gabinete de Radiologia da Faculdade de Medicina, transformando-o
em um dos grandes patrimônios da história da Radiologia carioca. A partir dos anos 30 a
Radiologia se estabiliza no Rio. Na área de ensino, o curso do professor Duque Estrada já
contava com a assistência de um jovem radiologista na época: Nicola Caminha. Outras duas
escolas de Radiologia já estavam aparecendo, com dois notáveis mestres. Manoel de Abreu, na
Faculdade de Ciências Médicas e José Guilherme Dias Fernandes na Faculdade de Medicina do
Instituto Hahnemaniano (atual Hospital Gaffrée Guinle) e depois na Escola de Medicina e
Cirurgia. A Escola de Medicina e Cirurgia foi inaugurada em 1921, e em 1932 criou a primeira
cátedra do país em Radiologia. Antes do aparecimento das primeiras cátedras nas faculdades, o aprendizado da prática
radiológica só existia nos serviços de Radiologia das cadeiras de clínicas médicas,
principalmente as da Faculdade Nacional, espalhadas na Santa Casa da Misericórdia, Hospital
Moncôrvo Filho e Hospital São Francisco de Assis.
Na década de 40, Nicola Caminha já era conhecido pelo curso de especialização que ministrava
semanalmente em seu consultório. Paralelamente, Emilio Amorim montava o seu primeiro
consultório e já recebia diversos colegas para troca de ideias sobre laudos. Em 1948, inicia a
residência médica em seu novo consultório, ensinando a jovens médicos de diversos estados. O
primeiro aluno foi o radiologista Dirceu Rodrigues, do Paraná. Nessa época, os médicos clínicos
criaram o hábito de frequentar os consultórios de Emílio Amorim e Nicola Caminha, para pedir
opinião, esclarecer dúvidas e discutir casos.
No começo da década de 50 aparecem os institutos de pensões e aposentadorias, que teriam um
papel fundamental no treinamento dos jovens radiologistas. Os chefes dos serviços dos hospitais
desses institutos permaneceram em seus cargos por mais de 20 anos. No IAPI, indústria, o
professor José Guilherme Dias Fernandes; no IAPC, comerciários, Amarino Carvalho de
Oliveira; no IAPETEC, transportes, Júlio Pires Magalháes; no IPASE, funcionários públicos,
Nicola Caminha, e no IAPB, bancários, Emilio Amorim.
55
No Hospital dos Servidores do Estado, Nicola Caminha inaugurou o primeiro programa de
residência médica do país em Radiologia. Outros hospitais também instalaram programas
pioneiros, como o Hospital de Ipanema, Hospital do IAPETEC, (atual Hospital geral de
Bonsucesso) e o Hospital dos Bancários, hoje Hospital da Lagoa. Armando Amoêdo lembrou
que a partir dos anos 50, o ensino da Radiologia se dividia entre os grupos do Dr. Amorim e
Caminha. Eles participavam também de diversas atividades cientificas na cidade e em todo o
Brasil.
O curioso é que cada um dos colegas tinha uma determinada vocação para um assunto
específico, o que constituía na época um fato singular e incomum. Assim, o Dr. Rodolfo Roca
era especialista em pulmão, do mesmo modo que o Dr. Amarino. Ubirajara Martins fazia a parte
do tubo digestivo, o mesmo ocorrendo com Hermilo Guerreiro, Valdir de Lucae Felício Jahara,
que se dedicavam a exames do crânio, enquanto Alberto Álvares e José Raimundo Pimentel
cuidavam do esqueleto.
O curso de especialização do professor Caminha se tornou o primeiro em pós-graduação em
Radiologia do país, com o reconhecimento oficial do Ministério da Educação. Em 60 passa a ser
realizado pela PUC e entra em nova fase.
Nos anos 60 aparece no cenário da Radiologia brasileira a figura de Abércio Arantes Pereira.
Desde 1968, se consagrou como um dos principais radiologistas da área de ensino, dirigindo o
Instituto Estadual de Radiologia Manoel de Abreu e depois o Serviço de Radiologia do Hospital
do Fundão.
Em 72 é criado o Departamento de Radiologia e logo depois o professor Lopes Pontes, diretor da
Faculdade de Medicina, nomeia Nicola Caminha como chefe. Abércio Arantes Pereira ficou
como responsável pelas disciplinas do Departamento de Radiodiagnóstico, José Clemente
Magalhães Pinto, pela Medicina Nuclear e Walter Azevedo, coordenador das atividades
didáticas. Após prestar concurso público, Nicola Caminha tornou-se o primeiro professor titular
do Departamento, em 1974. No ano seguinte, foram aprovados no concurso para livre docência
os professores Abércio Arantes Pereira, Fernando de Souza Penna, Otacílio do Carmo Resende,
Waldemar Kischinhevsky, Walte Azevedo, José Clemente Magalhães Pinto e Lenine Fenelon
Costa.
A primeira tese de Mestrado em Radiologia foi defendida por Hilton Augusto Koch, em 77, que
assumiu a direção do Departamento, em 1994. O departamento só iria se transferir para o
Hospital do Fundão em 1978.
Em 1980, Camillo Abud substitui Nicola Caminha, devido a aposentadoria do mestre. No ano
seguinte Abércio Arantes Pereira foi eleito chefe do Departamento e logo depois se tornou o
segundo professor titular de Radiodiagnóstico. Em 87, José Clemente Magalhães Pinto assume
como o primeiro professor titular em Medicina Nuclear. Primeira aula de Radiologia no Brasil O
Dr. José Gonçalves cedeu, por empréstimo, uma rara e preciosa obra, datada de 1904, intitulada
RADIOLOGIA CLÍNICA, de autoria do Professor João Américo Garcez Fróes, Médico e
Farmacêutico, Professor da Faculdade de Medicina e da Faculdade Livre de Direito da Bahia.
Esse pequeno livro retrata as lições proferidas pelo Professor, no ano de 1903, aos alunos da
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terceira série do curso da Faculdade de Medicina, lições, aliás, já publicadas na Gazeta Médica
da Bahia.
A Importância nos dias de hoje
A importância dos exames radiológicos nos dias de hoje não está somente na prevenção de
doenças, mas no tratamento de urgência de quadros clínicos, principalmente neurológicos.
Doenças como aneurismas e tumores cerebrais são os mais comuns no uso da radiologia no pré e
pós-operatório.
Em tratamentos cirúrgicos a tecnologia se tornou essencial, pois fornece informações acerca do
diagnóstico e prognóstico, além de auxiliar no planejamento dos procedimentos. Após a cirurgia,
a avaliação do resultado e manejo de eventuais complicações foi beneficiada. Conforme o
neurocirurgião, Dr. Luiz Carlos de Alencastro, através dessas técnicas computacionais se
consegue planejar e em algumas situações obter detalhes para que o cirurgião possa fazer a
abordagem.
- Isso é possível com as reconstruções 3D e acoplamento de imagens 3D. O primeiro exame a ser
realizado em casos de AVC, por exemplo, é a tomografia que permite distinguir a ocorrência de
uma isquemia ou hemorragia. Logo após, a ressonância funcional estuda e mapeia as áreas
funcionais do cérebro e ajuda o neurocirurgião a detectar as áreas de acesso - explica Alencastro.
- Equipes formadas por neurocirurgiões, neurocirurgiões endovasculares, neurointensivistas e
neurorradiologistas ficam de alerta em hospitais para casos de emergência. O neurorradiologista,
Dr. Túlio Becker Hainzenreder, diz que utiliza os métodos radiológicos para analisar a anatomia
do parênquima encefálico, das estruturas vasculares e também dos métodos que fornecem
informações a respeito da fisiologia do cérebro normal e dos processos patológicos sob
avaliação.
- Para a avaliação das estruturas vasculares lançamos mão de estudos angiográficos que,
dependendo do caso, são obtidos através de tomografia computadorizada multislice ou de
ressonância magnética de alto campo - comenta Hainzenreder. Ele explica que a utilização da
angiotomografia computadorizada permite uma avaliação em plano anatômicos e tridimensional.
A técnica permite o diagnóstico preciso da dilatação do aneurisma, tanto em casos de ruptura
com hemorragias.
- Por se tratar de uma técnica volumétrica, a angiotomografia computadorizada apresenta grande
resolução anatômica tridimensional, com detalhamento não só da vasculatura, mas também da
estrutura óssea da base do crânio. Isso permite, muitas vezes, o emprego de craniotomias
mínimas resultando em recuperação mais rápida e, até mesmo, melhor resultado estético -
completa. Em casos de tumores intracranianos, os exames mais utilizados são a espectroscopia
de perfusão e de tractografia e ressonância magnética funcional. No pré-cirurgia, a ressonância
magnética de alto campo auxilia no planejamento do procedimento. O exame providencia uma
57
informação muito detalhada a respeito da morfologia da lesão tumoral e do tecido cerebral
adjacente.
- A ressonância magnética é utilizada em nosso serviço para mapeamento cortical com
demonstração tanto dos giros cerebrais como das veias superficiais, auxiliando na abordagem
mais precisa de lesões que não podem ser visualizadas pelo cirurgião a partir da superfície
cortical - explica.
Informações Gerais
A ressonância magnética ou ressonância nuclear magnética (RM) é um método de diagnóstico
por imagem que usa ondas de radio frequência e um forte campo magnético para obter
informações detalhadas dos órgãos e tecidos internos do corpo, sem a utilização de radiação
ionizante. Esta técnica é muito valiosa para o diagnóstico de uma ampla gama de condições
clínicas em todas as partes do corpo, incluindo o encéfalo, pescoço, desordens na coluna, nos
ossos e nas articulações, artérias e veias, abdômen, pelve e mama, auxiliando no diagnóstico de
diferentes condições que afetam a saúde.
Para isso requer equipamentos com tecnologia de ponta, além de médicos radiologistas e
tecnólogos experientes.
Quais são os exames mais comuns na ressonância magnética?
Como a ressonância magnética permite obter imagens mais nítidas dos tecidos moles próximos
aos ossos, é o tipo de exame mais sensível para avaliar a coluna e articulações. É amplamente
utilizada para o diagnóstico de lesões relacionadas ao esporte, especialmente aquelas que afetam
o joelho, ombro, quadril, cotovelo e punho. As imagens permitem que o médico identifique até
mesmo pequenas rupturas e outras lesões em ligamentos, tendões e músculos. Os órgãos do tórax
e abdômen – incluindo o coração; fígado; vesícula e vias biliares; rins e vias excretoras; baço;
pâncreas; glândulas adrenais e vasos abdominais, além das alças intestinais (em certas situações)
– podem também ser examinados com elevada definição pela RM, permitindo diagnóstico e
avaliação de tumores e desordens funcionais.
É muito útil no diagnóstico das afecções da pelve feminina, como complemento de outros
exames, como a ultrassonografia, inclusive no estudo da endometriose e das lesões ovarianas e
uterinas. Também permite estudo detalhado da próstata e é ferramenta útil na avaliação desse
órgão, particularmente nos casos em que persistem dificuldades diagnósticas após o estudo com
outros métodos, e para avaliação da extensão local da doença.
O exame por RM está crescendo em importância como complemento para a mamografia e
ultrassonografia no diagnóstico precoce do câncer de mama, especialmente para as pacientes de
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alto risco e no estudo das pacientes com doença mamária já diagnosticada, que necessitam de
avaliação complementar.
No estudo do encéfalo (crânio), as imagens de alta definição permitem o diagnóstico de tumores,
derrames e muitas outras doenças que podem comprometer essa região.
RESSONÂNCIA DE EXTREMIDADES
Informações Gerais
É um equipamento dedicado exclusivamente ao exame das extremidades do corpo (cotovelo,
punho, mão, joelho, tornozelo e pé). Embora apresente características praticamente iguais ao
equipamento de ressonância de corpo inteiro, diferencia-se por possibilitar que o exame seja feito
com o paciente confortavelmente sentado.
Assim, apenas a região a ser estudada é inserida no tubo do aparelho. Não há aqui a incômoda
sensação de claustrofobia observada ocasionalmente nos equipamentos que examinam o corpo
inteiro. É também um método de diagnóstico por imagem que usa ondas de radiofrequência e um
forte campo magnético; portanto, não utiliza radiação ionizante.
Alguns exames de ressonância magnética de extremidades exigem a administração de um meio
de contraste - um líquido que acentua as imagens dos órgãos e/ou vasos sanguíneos. Depois do
exame, o contraste é eliminado através da urina.
Os procedimentos gerais relacionados a esses exames são idênticos aos adotados na ressonância
de corpo inteiro. Além disso, a equipe de médicos, técnicos de radiologia e de enfermagem segue
uma rotina rígida, orientando e informando ao paciente os cuidados necessários para que o
exame transcorra sem incidentes.
ULTRASSONOGRAFIA
Informações Gerais
O exame de ultrassom, também chamado de ecografia, utiliza as ondas sonoras de alta
frequência para produzir imagens do interior do corpo.
Os exames do ultrassom não usam a radiação ionizante (raios-X). Como as imagens do
ultrassom são adquiridas em “tempo real”, podem mostrar além das características
morfológicas das estruturas o movimento dos órgãos internos do corpo, assim como o sangue
correndo através dos vasos sanguíneos. Os avanços na tecnologia do ultrassom incluem o
ultrassom tridimensional (3D) que formata os dados da onda sonora nas imagens que mostram
um volume (3D). O ultrassom em quatro dimensões (4D) é o ultrassom 3D em movimento. O
Doppler é uma técnica especial do ultrassom que avalia os vasos sanguíneos, incluindo as
principais artérias e veias do corpo no abdômen, pescoço e membros, através da medida de
dados físicos decorrentes do fluxo gerado pela passagem do sangue em seu interior.
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O ultrassom é também amplamente utilizado para guiar procedimentos como punções e
biópsias, permitindo a coleta com muita precisão de fragmentos de tecidos ou líquidos
corporais para exame histopatológico.
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Informações Gerais
É um método não invasivo e indolor de diagnóstico por imagem no qual um equipamento
especial de raios-X gira ao redor do paciente e produz múltiplas imagens do interior do corpo.
Com a ajuda de um computador, elas são processadas para que possam ser vistas em secções
(cortes) transversais, podendo ser reformatadas em diferentes planos e manipuladas com o
auxilio de softwares específicos para obter informações precisas sobre o organismo. As imagens
da região estudada podem então ser examinadas em um monitor do computador ou impressas. A
aquisição por Tomografia Computadorizada (TC) dos órgãos internos, ossos, tecidos moles e
vasos sanguíneos oferece melhor clareza do que os exames convencionais de raios-X. Usando o
equipamento especializado e as técnicas adequadas para criar e interpretar as imagens de TC, os
radiologistas diagnosticam mais facilmente problemas tais como tumores, doenças
cardiovasculares, doenças infecciosas, trauma e distúrbios ósseos e articulares.
É um método rápido, altamente confiável e seguro.
MAMOGRAFIA DIGITAL
Informações Gerais
Mamografia é um tipo específico de exame de imagem que usa um sistema de raios-X de baixa-
dose para examinar as mamas e auxiliar no diagnóstico das doenças mamárias.
Um avanço recente na mamografia tradicional inclui a mamografia digital, em que o sistema de
película de raios-X é substituído por detectores que convertem raios-X em sinais elétricos. Os
sinais elétricos são usados para produzir imagens das mamas que podem ser vistas em uma tela
de computador ou ser impressas na película especial, similar à das mamografias convencionais.
A mamografia digital é tão eficiente quanto o sistema da tela-película. A grande vantagem é o
tempo reduzido de exame, além dos benefícios proporcionados, sobretudo para as pacientes com
menos de 50 anos, especialmente aquelas que ainda menstruam ou se enquadrem nos casos de
“mamas densas”.
RAIOS-X DIGITAL
Informações Gerais
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O exame de raios-x é o método de imagem mais antigo e, ainda, o mais utilizado para a obtenção
de imagens médicas.
É um exame indolor, obtido mediante a exposição de áreas do corpo a determinada dose de
radiação ionizante, gerando imagens do seu interior que podem ser registradas em filme ou em
um detector digital. É um método amplamente utilizado para a avaliação do tórax, coluna e do
esqueleto em geral e de órgãos abdominais, dentre outros. Utilizando-se um meio de contraste é
possível aumentar a gama de usos deste método, para avaliação de estruturas do nosso corpo
como o tubo digestivo, vias urinárias, canais lacrimais, ductos salivares, entre outros.
BIOPSIA E PROCEDIMENTOS
Informações Gerais
O objetivo de uma biópsia é colher material de uma lesão ou de um órgão do corpo para ser
avaliado por um médico especialista (patologista).
Dessa forma, é possível obter informações precisas sobre a natureza das lesões ou o grau de
comprometimento de um tecido por doenças, como é o caso das biópsias hepáticas e renais.
A biópsia percutânea, isto é, através da pele, é realizada sem necessidade de cirurgia. A
utilização de métodos de imagem para guiar esse tipo de procedimento é um avanço que permite
que as biópsias sejam realizadas com grande precisão e com menor risco, com controle do trajeto
a ser percorrido pela agulha até o "alvo”, podendo-se detectar precocemente eventuais
complicações durante o exame. Além disso, o acesso percutâneo pode ser realizado sob efeito de
anestesia local, o que evita maiores riscos anestésicos, facilita a recuperação após o
procedimento e não deixa cicatrizes como em uma cirurgia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma das grandes forças de uma organização sem
fins lucrativos é que as pessoas não trabalham
para viver, mas por uma causa (nem todas, mas
muitas). Isso também cria uma tremenda
responsabilidade para a instituição: a de manter a
chama viva e não permitir que o trabalho se
transforme em apenas um “emprego”.
Peter F. Drucker
O fato de uma organização orientar suas ações a partir do planejamento estratégico institucional
é um dos motivos que pode reduzir, em muito, os problemas inerentes à promoção de mudanças
sociais via projetos, pois, segundo Valeriano (2001) “Estratégias sem projetos é mera filosofia e
projetos sem estratégias é fonte de angústia, aumento de riscos”.
O planejamento estratégico provê a organização de uma base sólida em termos de análise de
contexto, das forças e fraquezas da organização e, acima de tudo, de um marco estratégico global
orientador de todas as atividades institucionais.
Dessa forma, todos os projetos específicos devem ser expressão do plano estratégico. Assim, os
projetos já nascem com certo grau de maturação, a partir da interseção de uma boa análise de
contexto com a visão estratégica da instituição.
O presente plano expressa o desejo da direção e dos colaboradores em transformar o Núcleo de
Amparo Social Tomás de Aquino - Complexo Assistencial Tomás de Aquino e suas respectivas
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Unidades, em referência não só como Acolhimento modelo para crianças e adolescentes
deficientes com projeção Nacional, mas também como algo maior no trato e no avanço da
assistência social. Foi elaborado a várias mãos e contou com a colaboração de dirigentes,
colaboradores e voluntários envolvidos com a missão institucional da organização.
A busca da melhoria institucional no sentido de detectar, direcionar e superar problemas foi
realizada no Núcleo de Amparo Social Tomás de Aquino - Complexo Assistencial Tomás de
Aquino e suas respectivas Unidades, mediante um amplo processo participativo, dirigido com
métodos adequados e de dinâmicas de grupo, permitindo que a maioria de seu corpo funcional
expressasse seu pensamento e colocasse suas propostas.
Tem-se consciência de que o processo adotado não se encerra em sua concepção estratégica, mas
prossegue mediante sua aplicação e as práticas relacionadas com orientações estabelecidas neste
documento.
Assim, depois deste longo caminhar, tem-se, finalmente, sistematizado e disponibilizado,
ferramenta de trabalho que possibilitará um direcionamento na busca institucional pela
excelência.
Portanto, cada colaborador, cada voluntário, a partir deste documento, terá um instrumento que o
ajudará na tarefa urgente de transformar sua prática e, por extensão, dar maior visibilidade e
credibilidade junto à sociedade das ações desenvolvidas no âmbito do Núcleo de Amparo Social
Tomás de Aquino, suas filiais e, principalmente, do Complexo Assistencial Tomás de Aquino.
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