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Pinos Anatômicos uma nova perspectiva clínica
Victor Grover Rene Clavijo*, Niélli Caetano de Souza**,
Marcelo Ferrarezi de Andrade***, Alexandre Henrique Susin****
ReSuMoEste artigo relata a reabilitação de raízes fragilizadas com pinos ana-tômicos (resina composta associada a pinos pré-fabricados de fibra de vidro), associados à coroas de por-celana metal free, apresentando um protocolo clínico para confecção de
PAlAVRAS-CHAVe: Pinos dentários. Dentes desvitalizados. Prótese parcial fixa.
núcleos intra-radiculares que pro-porcionam um núcleo intimamente adaptado ao remanescente radicu-lar e com propriedades mecânicas semelhantes à estrutura dentária apresentando-se como uma alterna-tiva aos convencionais núcleos me-tálicos fundidos.
* Mestrando em Dentística FOAr-UNESP. ** Mestranda em Dentística FOAr-UNESP. *** Professor Assistente Doutor do Departamento de Odontologia Restauradora FOAr-UNESP. **** Professor orientador do Programa de Pós- Graduação em Dentística – FOAr-UNESP Professor Adjunto Doutor do Departamento de Odontologia Restauradora – UFSM.
Victor Grover Rene Clavijo, Niélli Caetano de Souza, Marcelo Ferrarezi de Andrade, Alexandre Henrique Susin
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SiGNiFiCâNCiA ClíNiCA
O propósito deste protocolo clínico é des-
crever a técnica de confecção dos pinos ana-
tômicos e sua vantagens em relação aos pinos
indiretos já que constitui-se numa nova opção
de tratamento para reabilitação de raízes enfra-
quecidas.
iNTRoDuÇÃo
A Odontologia têm experimentado uma evo-
lução singular no início deste novo século, dis-
ponibilizando uma grande variedade de técnicas
restauradoras. Até alguns anos atrás, os núcleos
metálicos fundidos eram o único caminho para
a restauração de dentes endodonticamente tra-
tados, porém apresentavam vários empecilhos
na sua confecção, dentre as quais se incluem o
tempo clínico, o custo e o desgaste da estrutura
dentária já fragilizada. Além disso, devido a seu
alto módulo de elasticidade, quando compara-
do com a dentina, transferem grande parte do
stress recebido para a raiz, podendo ocasionar
fraturas dentárias2 .
Com o desenvolvimento de novos materiais,
aliado à evolução dos sistemas adesivos, houve
no mercado o lançamento de diversos tipos de
pinos pré-fabricados não metálicos que apre-
sentam como vantagens: menor desgaste da
estrutura dental, adesão à dentina através de ci-
mentos resinosos associados a adesivos e técni-
ca simplificada11. Dentre os pinos pré-fabricados,
destacam-se os pinos de fibra (carbono e vidro)
por apresentarem propriedades mecânicas pró-
ximas às da estrutura dentária, especialmente o
módulo de elasticidade semelhante ao da den-
tina, possibilitando uma melhor distribuição de
stress ao remanescente dentário5,11.
No entanto, a restauração de dentes com
perda prévia de quantidades significantes de es-
trutura dentária coronal e radicular, ainda é um
desafio. Torna-se fundamental buscar alternati-
vas aos sistemas de núcleos convencionais uma
vez que a substituição da dentina intra-radicu-
lar destruída por núcleos metálicos fundidos
poderá gerar um efeito de cunha que poderá le-
var á fraturas radiculares extensas e condenar o
dente à extração10,12. Pinos com módulo de elas-
ticidade próximo ao do remanescente dentário
(fibra de vidro e carbono) distribuem mais eqüi-
tativamente o estresse à estrutura dental5 de
forma a proteger a raiz de fraturas dentárias1.
Atualmente, tem-se estudado a obtenção de
um sistema de núcleos com propriedades físicas
e biológicas mais similares a estrutura dental
perdida e que possam atuar como dentina arti-
ficial. Uma das técnicas propostas para o trata-
mento de canais amplos é a utilização de pinos
anatômicos6,8 através da moldagem do conduto
radicular com resina composta associada a pi-
nos pré-fabricados de fibra. Esta técnica, além
de ampliar a indicação dos pinos pré-fabricados,
reduz quantidades excessivas de cimento que
serviriam para substituir a estrutura dental per-
dida 8. A individualização do pino permite uma
boa adaptação no conduto radicular, o que pos-
sibilita a formação de uma camada fina e uni-
forme de cimento resinoso, criando condições
favoráveis para retenção do pino3.
Diante do exposto, este trabalho propõe-se
a descrever a conduta clínica para confecção do
pino anatômico através da apresentação de um
caso clínico associado com restaurações indire-
tas estéticas.
CASo ClíNiCo
Paciente do gênero feminino, 26 anos procu-
rou a Disciplina de Dentística Restauradora da
Faculdade de Odontologia de Araraquara quei-
xando-se da aparência do seu sorriso, após ana-
mnese e avaliação clinica verificou-se a presença
Pinos Anatômicos uma nova perspectiva clínica
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Figura 1 - Sorriso inicial.
de coroas de resina acrílica nos incisivos cen-
trais com grandes falhas em forma e adaptação
marginal, além de escurecimento do dente 12
(Fig. 1, 2 e 3). No exame radiográfico verificou-
se a presença de núcleos metálicos inadequados
quanto ao seu diâmetro e comprimento (dentes
11 e 21) e tratamento endodôntico insatisfató-
rio nos dentes 12, 11, 21 (Fig. 4).
Como plano de tratamento, optou-se pelo
retratamento endodôntico dos dentes 11, 12
e 21, clareamento dental, substituição dos nú-
cleos metálicos fundidos por núcleos com pinos
anatômicos e confecção de coroas totais em ce-
râmica metal free pelo sistema IPS Empress® 2
Ivoclar (Ivoclar Vivadent) nos dentes 11 e 21.
Primeiramente foi realizado o clareamento
dental em todos os dentes, utilizando técnica
de consultório com peróxido de hidrogênio 35%
(Lase Peroxide TM – DMC) ativado por unidade
a base de LED (Whitenning Lase Light – DMC)
seguindo o protocolo de 3 sessões com 3 apli-
cações cada.
Em uma segunda etapa, realizou-se a remo-
ção da coroa e do núcleo metálico fundido (Fig.
5 e 6), observou-se uma pequena espessura de
dentina no remanescente radicular e invagina-
ção gengival sobre o remanescente (Fig. 7), foi
realizado uma remoção dessa hiperplasia gengi-
val com uma fresa esférica diamantada em alta
rotação, e readaptação do provisório, após 5 dias
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Figura 2 - Observa-se desarmonia dos incisivos centrais.
Figura 3 - Close-up dos incisivos.
Pinos Anatômicos uma nova perspectiva clínica
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redes dentinárias do remanescente radicular
com broca LARGO n° 3, de modo a evitar reten-
ções que impedissem a moldagem do conduto
(Fig. 9) . O pino de fibra de vidro Reforpost (An-
gelus® Soluções Odontológicas) foi introduzido
no conduto para a avaliação radiográfica e verifi-
cação da adaptação do pino à extremidade final
do preparo radicular (Fig. 10).
ReCoNSTRuÇÃo iNTeRNA Do
CANAl RADiCulAR
Após a seleção do pino principal, iniciou-se a
moldagem do conduto. Realizou-se o isolamen-
to do remanescente radicular com gel a base de
glicerina bidestilada com ajuda de um micropin-
cel (Microbrush®) (Fig. 11), preencheu-se o con-
duto radicular com resina composta microhibri-
da Filtek® Z-250 (3M ESPE - St. Paul MN, USA)
(Fig. 12) e dois pinos de fibra de vidro Reforpost
n°3 e 1 foram inseridos (Fig. 13 e 14 ). O conjun-
to foi fotoativado por 10 segundos (Fig. 15).
O pino anatômico foi removido (Fig. 16) e
completou-se a fotoativação por mais 40 segun-
dos (Fig. 17). Logo após, o mesmo foi re-inserido
e verificou-se a adaptação do conjunto (Fig. 18),
finalizando assim a confecção do pino anatômi-
co (Fig. 19).
O tratamento da superfície do pino anatô-
mico foi realizado com acido fosfórico a 37%
por 60 segundos (Fig. 20), lavagem com spray de
ar e água por 30 segundos (Fig. 21), secagem e
aplicação do adesivo, Adper Scotchbond® Mul-
ti-Purpose Plus (3M ESPE - St Paul, MN, USA) (Fig.
22). Na seqüência, realizou-se o condicionamen-
to do canal radicular com ácido fosfórico 37 %
por 15 segundos (Fig. 23), lavagem com seringa
hipodérmica e spray de ar/água por 15 segun-
dos e secagem do conduto com cones de papel
absorvente (Fig. 24) para impedir a desidratação
excessiva do remanescente radicular.
observou-se uma melhora do tecido genvival, e
deu-se inicio aos retratamentos endodônticos,
mantendo-se apenas 4 mm de material obtura-
dor no terço apical (Fig. 8).
Para confecção dos pinos anatômicos dividi-
mos a técnica em quatro etapas:
PRePARo Do CoNDuTo RADiCulAR
e SeleÇÃo Do PiNo
Inicialmente realizou-se isolamento relati-
vo da região anterior, colocando-se fio retrator
000 (Ultrapack® - Ultradent) no interior do sulco
gengival, de modo a impedir a saída de fluido
gengival e não prejudicar a técnica adesiva além
de melhorar a visualização do termino cervical.
Logo após, procedeu-se a regularização das pa-
Figura 4 - Radiografia inicial.
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Figura 5 - Remoção da coroa do dente 21. Figura 6 - Remoção do Núcleo Metálico do dente 21.
Figura 7 - Após a remoção do núcleo, observa-se a invaginação do tecido sobre o preparo.
Figura 8 -
Figura 9 - Inicio da preparação do canal radicular. Figura 10 - Prova do pino de fibra de vidro.
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Figura 11 - Inserção da Glicerina bi-destilada. Figura 12 - Preenchimento do canal radicular com resina composta.
Figura 13 - Inserção do primeiro pino de fibra de vidro. Figura 14 - Inserção do segundo pino de fibra de vidro.
Figura 15 - Fotoativação completa do pino anatômico para checar a adaptação.
Figura 16 - Remoção do pino anatômico.
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Figura 17 - Fotoativação completa do pino anatômico por 40 segundos. Figura 18 - Re-inserção do pino anatômico para checar a adaptação.
Figura 19 - Pino anatômico confeccionado. Figura 20 - Ácido fosfórico a 37% por 60 segundos.
Pinos Anatômicos uma nova perspectiva clínica
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A seguir, foram aplicados na seqüência o
Primer e o Adesivo, Adper Scotchbond® Multi-
Purpose Plus (Fig. 25), e em seguida retirou-se
o excesso do adesivo com cones de papel ab-
sorvente (Fig. 26). Esta seqüência de aplicação
permite que o sistema adesivo se torne de poli-
merização química.
CiMeNTAÇÃo DA ReCoNTRuÇÃo
iNTRACANAl (CoNjuNTo PiNo ReSiNA)
Após todo procedimento de tratamento do
remanescente radicular e do pino anatômico,
foi realizada a cimentação com cimento resino-
so Rely X ARC (3M - ESPE St Paul, MN, USA). O
cimento foi espatulado em placa de vidro por 15
segundos e inserido no conduto radicular com
auxílio de uma broca lentulo e no pino anatô-
mico (Fig. 27). A fotopolimerização foi realizada
por 5 segundos e logo após, o excesso de cimen-
to resinoso foi removido (Fig. 28).
ReCoNSTRuÇÃo DA PARTe CoRoNáRiA
A confecção da porção coronária do pino
anatômico iniciou-se seguindo o protocolo: aci-
Figura 21 - Lavagem com spray de ar água por 30 segundos. Figura 22 - Aplicação de uma fina camada de adesivo.
Figura 23 - Condicionamento do canal radicular com ácido fosfórico por 15 segundos.
Figura 24 - Secagem do canal radicular com cones de papel, evitando ressecamento.
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do fosfórico 37 % por 60 segundos (Fig. 29), la-
vagem com jato de spray/água, secagem, aplica-
ção do Adesivo Scotchbond® Multi-Purpose Plus
(Fig. 30), e fotopolimerização por 40 segundos.
A seguir, modelou-se a porção coronária do
pino anatômico com resina composta micro-
hibrida Filtek® Z-250, seguindo os princípios
geométricos de forma de resistência e reten-
ção para preparos periféricos totais em dentes
anteriores metal free. Removeu-se o excesso
do pino com uma ponta diamantada em alta
velocidade (Fig. 31) e após o término do núcleo,
realizou-se um refinamento do preparo com
ponta diamantada 3098 MF (KG Sorensen) (Fig.
32), executando um término em ombro para a
confecção da restauração indireta em cerâmica
metal free. Para o acabamento do término cer-
vical foi utilizado o instrumento manual MA2
(SAFIDENT) (Fig. 33) e discos FlexiDisc (Cosme-
dente®) (Fig. 34).
Os mesmos procedimentos foram realiza-
dos para confecção do pino anatômico do re-
manescente radicular do elemento dentário 11
(Fig. 35-38).
Figura 25 - Aplicação de uma fina camada de adesivo. Figura 26 - Remoção do excesso de adesivo com cones de papel absor-vente.
Figura 27 - Aplicação do cimento resinoso. Figura 28 - Remoção dos excessos de cimento resinoso com auxilio de uma sonda.
Pinos Anatômicos uma nova perspectiva clínica
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Após profilaxia com pedra-pomes, realizou-
se o condicionamento do dente com ácido
fosfórico a 37%, por 15 (Fig. 40), seguido de
lavagem com spray água/ar. O sistema adesivo
Scotchbond® Multi-Purpose Plus, foi aplicado
ao dente e a restauração conforme instruções
do fabricante (Fig. 41), seguido do cimento re-
sinoso adesivo de dupla-cura Rely X ARC (Fig.
42). Os excessos de cimento foram removidos
antes da fotopolimerização por meio de pin-
ceis, fio-dental e sonda exploradora. Fotopo-
limerizou-se por 40 segundos as superfícies
vestibular e palatina de cada peça. O ajuste
final da oclusão foi feito após remoção do iso-
lamento relativo do campo operatório.
O resultado final (Fig. 43-46) mostra uma
estética funcional e com propriedades ópticas
naturais.
DiSCuSSÃo
A reconstrução de dentes despolpados com
amplas perdas coronárias, através de pinos
anatômicos constitui-se numa tendência clí-
nica atual. Grandini et al em 20039, relataram a
Figura 39 - Preparos concluídos, observa-se excelente saúde gengival, obtida através de uma adaptação correta dos provisórios.
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técnica de confecção do pino anatômico, enfa-
tizando que esta técnica consiste em um pro-
cedimento simples, seguro e que permitem
sua confecção em sessão única.
Ainda, este tipo de pino é indicado princi-
palmente para canais excessivamente amplia-
dos iatrogenicamente, cônicos ou elípticos
uma vez que favorecem a justaposição do pino
em relação às paredes do canal radicular, o que
aumenta a retenção mecânica e reduz o volu-
me de cimento resinoso, o que consequente-
mente contribui significativamente para dimi-
nuir o estresse na interface adesiva durante a
contração de polimerização.
Acredita-se que o sistema de restauração
em monobloco, isto é, único complexo bio-
mecânico através da adesão entre estruturas
heterogêneas (remanescente dentário, agente
cimentante, pino e material de preenchimen-
to) e pelo emprego de materias com proprie-
das físicas semelhantes às da dentina poderia
alcançar um possível reforço da estrutura den-
tária remanescente4. Segundo Stewrdson13, a
utilização de pinos com materiais menos rígi-
Figura 40 - Ácido fosfórico a 37% por 15 segundos.
Pinos Anatômicos uma nova perspectiva clínica
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Figura 41 - Aplicação do adesivo.
Figura 42 - Cimentação das coroas Empress II – TDP- Fabio Fujiy.
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Figura 43 - Sorriso final logo após cimentação.
Figura 44 -
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dos que a dentina geraria menor transferência
de estresse para estruturas radiculares evitan-
do fraturas dentárias e favorecendo a cimen-
tação do pino.
A adesão entre pinos de fibra pré-fabricados,
agentes adesivos, cimento resinoso e resina
composta pode ser verificada em estudo reali-
zado por Ferrari et al.7, após 6 anos de avaliação
clínica e radiográfica, observaram apenas 3,2%
de falhas com o uso de pinos pré-fabricados de
fibra de quartzo e carbono cimentados por téc-
nica adesiva. Esta possível união química com
forte integração adesiva destes componentes
ao dente reforça a indicação de confecção de
pinos anatômicos para raízes com canais am-
plos.
Entretanto, a compatibilidade entre o agen-
te cimentante e o adesivo é um dos fatores que
deve ser considerado durante a cimentação de
pinos não metálicos. Pesquisas14,15,16 eviden-
ciam que pode ocorrer falhas na união entre
adesivos convencionais monocomponetes e
resinas quimicamente ativadas. Estas falhas
decorrem da interação entre os monômeros
ácidos presentes nos adesivos, principalmente
na camada superficial inibida pelo oxigênio. A
Figura 45 - Close-up dos incisivos centrais.
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129R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006
observação desse fenômeno tem implicação
direta na cimentação adesiva dos pinos intra-
radiculares não-metálicos quando se emprega
cimento de polimerização química ou dual,
juntamente com adesivos que contem monô-
meros ácidos. Adesivos monocomponentes
são incompatíveis com a aplicação de qualquer
material que apresente reação química de poli-
merização, porém adesivos de três passos não
oferecem risco a incompatibilidade química do
agente cimentante. Esse fato pode ser explica-
do uma vez que a aplicação do adesivo poste-
rior ao primer impede o contato dos monôme-
ros ácidos com o agente cimentante, fato este
que justificou a opção pelo protocolo adesivo
de três passos utilizado.
Com relação à associação de dois tipos de
pinos evidencia-se que foi possível preencher
o espaço existente entre o canal radicular e
o pino de fibra de vidro direto de forma ágil
conferindo maior resistência ao pino do que
somente a resina composta nessa diferença
de espaço. A confecção do núcleo de preenchi-
mento com resina composta e a realização das
restaurações indiretas em cerâmica foi à alter-
nativa para resolução clínica de forma a preser-
var estrutura dental, devolver a função e obter
estética aliada a um prognóstico favorável.
Diante da grande tendência em se promo-
ver restaurações estéticas sem metal, soman-
do-se às perspectivas oferecidas pela integra-
ção de técnicas adesivas7 os pinos anatômicos
tendem a conquistar grande espaço na clínica
diária uma vez que tem despertando grande
interesse por parte dos profissionais.
CoNCluSÃo
Podemos evidenciar que a utilização de pi-
nos anatômicos para canais excessivamente
ampliados constitui uma técnica racional, uma
vez que apresenta praticidade de uso, utiliza
materiais com módulo de elasticidade próxi-
mos ao da dentina e possui estética favorável
associado a restaurações indiretas metal free.
Entretanto, trate-se de uma nova técnica que
requer mais informações laboratoriais, bem
como resultados clínicos longitudinais.
Figura 46 - Radiografia final do tratamento.
Pinos Anatômicos uma nova perspectiva clínica
130 R Dental Press Estét, Maringá, v. 3, n. 3, p. 000-000, jul./ago./set. 2006
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Victor Grover Rene ClavijoAv. Visconde de Indaiatuba, 1307 - Jardim América, IndaiatubaSão Paulo - SP - CEP. 13.330.000.Email: [email protected]
Endereço para correspondência
The following article shows the rehabilitation
of weakened roots with anatomic posts (resin
composite combined to prefabricated glass
fiber posts), associated to metal-free ceramic
restorations. It is presented a clinical protocol
for the confection of cores, which proportionate
an intimate fit to the root remaining and with
mechanic properties similar to dental structure,
being an alternative among the conventional
metal cores.
KeY WORDs: Dental pins. Non-vital tooth. Fixed partial denture.
Abstract
Anatomic post the new clinical perspective
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