2. A oposio ditadura portuguesa comeou logo aps a implantao da
ditadura portuguesa, em 1926 e foi-se fortificando e alargando
medida que o regime autoritrio (1926-1974) perdurava. Esta oposio,
especialmente comunista e republicana, lutou, perturbou e ops-se s
ideias da ditadura militar (1926-1933) e do Estado Novo
(1933-1974).
Oposio ao regime salazarista
3. O movimento de oposio ao regime salazarista pode-se
dividir
em 3 fases:
1 fase:1926 at 1943;
2 fase:1943 at aos princpios da dcada de 60;
3 fase: finais da dcada de 60 at queda do regime.
4. No princpio da ditadura, a oposio era desorganizada e era
dominada por concepes anarquistas que privilegiavam a aco violenta,
radical e armada.
O Partido Comunista Portugus representou a principal estrutura
organizada de oposio ditadura.
Primeira Fase
5. Os republicanos democrticos organizaram e comandaram vrias
revoltas como as de 1927, 1928 e 1931, mas todas elas
fracassaram.
A revolta de 1934 que foi organizada pelos comunistas e operrios
que tentaram opor-se corporativizao dos sindicatos. Esta revolta,
fracassou, como as outras.
Em 1932, o movimento monrquico catlico do Integralismo Lusitano fez
a sua demarcao em relao ao Estado Novo.
Revoltas da 1 Fase
6. Em 1935, os nacionais-sindicalistas, vieram ainda a Portugal
tentar uma revolta, mas acabou por fracassar.
Em 1938, um grupo anarco-sindicalista tentou assassinar Salazar, o
"Chefe", quando ele se dirigia para a missa, mas ele conseguiu
escapar ileso.
Em 1932, o movimento monrquico catlico do Integralismo Lusitano fez
a sua demarcao em relao ao Estado Novo.
7. Oposio mais organizada e pacfica e a participao destes nas
eleies presidenciais de 1949, 1951 e 1958. Naquela poca, a oposio
organizada ao regime continuava a ser pequena, incluindo sobretudo
os intelectuais, os comunistas, os profissionais liberais e os
democratas.
2 fase
8. Um dos mais clebres actos que a oposio fez no estrangeiro foi a
captura do paquete Santa Maria (1961) por Henrique Galvo, amigo e
aliado de Delgado. Este acto despertou a ateno do Mundo. Este
paquete pertencia Companhia Colonial da Navegao, uma das jias da
marinha mercante portuguesa.
Em Maro de 1959, vrias figuras militares e civis planeiam um golpe
de Estado em Lisboa, conhecido como "Golpe da S",que acabou em
fracasso.
Revoltas
9. A partir da dcada de 60, os estudantes universitrios comearam a
opor-se ao regime e um dos principais conflitos foi a Crise
acadmica de 1962.
No dia 31 de Dezembro de 1961, d-se uma revolta militar e civil no
quartel de Beja, comandada pelo capito Varela Gomes e Manuel Serra.
O general Humberto Delgado regressou clandestinamente ao pas para
participar nesta revolta, no entanto, a guerra acabou
fracassada.
No ano seguinte, um grupo de oficiais liberais, dirigido pelo
General Botelho Moniz, lanou uma tentativa de golpe de
Estado.
10. Em 1943, nasceu o Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista
(MUNAF). Era uma organizao poltica clandestina e pretendia agrupar
e reorganizar a oposio (desorganizada naquele tempo). Conseguiu
agrupar muitos opositores democrticos, como Mrio Soares.
MUNAF
11. Em 1945, com a derrota das grandes ditaduras (alinhados no
Eixo), Salazar foi forado a fazer algumas mudanas "democrticas",
nomeadamente a instituio de eleies, para dar uma boa imagem s
democracias capitalistas ocidentais.
Para preparar a oposio para as eleies (tanto presidenciais como
legislativas), o MUNAF foi substitudo pelo Movimento de Unidade
Democrtica (MUD), em 1945.
Importncia das eleies presidenciais (1949 e 1958)
12. Os opositores participaram nas eleies presidenciais de 1949
(Norton de Matos), de 1951 (Quinto Meireles) e de 1958 (Humberto
Delgado) defendendo a democratizao. As eleies de 1958 conseguiram
abalar o poder do Estado Novo e deram fora e esperana oposio, mesmo
que o candidato opositor (Humberto Delgado) perdesse. Aps esta
eleio, o Governo, para no haver mais surpresas, mudou o acto
eleitoral.
13. 3 fase
A oposio radicaliza-se e torna-se forte, favorecendo os actos
terroristas, radicais e mais violentos. O regime, sofrendo muitas
dificuldades econmico-financeiras e presso internacional, era tambm
atacado fortemente pela oposio. O MFA surgiu na dcada de 70.
14. Nem com o afastamento de Salazar do poder, em 1968, fez com que
o panorama poltico se alterasse. As eleies legislativas de 1969
fizeram eleger um grupo de 30 jovens deputados liberais denominado
Ala Liberal e que vieram dar uma lufada de ar fresco na luta pela
liberdade. Estes deputados apresentaram vrios projectos liberais
que acabavam por ser sempre negados, o que fez com que esta Ala
abandonasse a Assembleia da Repblica.
Francisco S Carneiro
15. S nos finais da dcada de 60 que se comeou a verificar uma
radicalizao da atitude poltica, nomeadamente entre as camadas mais
jovens, que mais se sentiam vitimizadas pela continuao da
guerra.
As universidades desempenharam um papel fundamental na difuso deste
posicionamento.
16. neste ambiente que a Aco Revolucionria Armada (ARA), apoiada e
criada pelo PCP, e as Brigadas Revolucionrias (BR) se revelaram
como uma importante forma de resistncia
Na dcada de 70, os sectores das finanas e negcios, classes mdias e
movimentos operrios alinharam-se oposio devido s dificuldades
econmicas vividas no pas causadas pela guerra e pela crise mundial
de 1973. Foram muito importantes na contestao poltica do
regime.
17. Crescia o descontentamento e a angstia nas Foras Armadas
Portuguesas (a grande base de apoio do regime), especialmente a
partir de dcada de 70, porque perceberam que a guerra colonial
estava longe de acabar e que eles no iriam conseguir ganh-la.
18. Os oficiais intermdios do exrcito, principalmente os capites,
sabendo que tinham o apoio dos seus chefes superiores,
organizaram-se num movimento clandestino, o Movimento das Foras
Armadas (MFA) que tinha como principais objectivos democratizar o
pas e acabar a guerra colonial.
19. O programa do MFA, concludo em Maro de 1974 e divulgado nos
quartis (na metrpole e nas colnias), iria depois resumir-se em trs
palavras - lema: Democratizar, Descolonizar e Desenvolver (os trs
D).
20.
Factores que influenciaram o estado do pas:
O tardio Desenvolvimento Econmico
3.
23. Nos anos 1950 e 1960, registou-se um significativo
desenvolvimento industrial, resultante das seguintes condies:
4.
24. O grande surto de emigrao
Em 1960 deu-se o grande surto deemigrao
Milhares de pessoas emigraram para as cidades.
(Porto, Setbal, Lisboa ou para o Ultramarportugus)
At 1970, cerca de 1,5 milhes de portugueses emigraram, em busca de
melhores condies de vida e elevados salrios
5.
25. Causas
26.A partirde 1960, sentiu-se uma reduo do dficeda balana
comercial
Devido a
Devido a
Ao envio de divisas dos emigrantes para o pas.
Ao aumento de receitas provenientes do turismo.
6.
27. Desvantagens da emigrao:
desenvolvimento do pas.
Vantagens da emigrao:
7.
31. Emigrao Portuguesa na dcada de 1960
8.
32. Morte de Salazar a 1968 e tomada do poder pelo professor
Marcelo Caetano.
Marcelo Caetano no inicio do seu mandato, demonstrou-se mais
liberal que Salazar mas no o suficiente para a democracia dando aos
portugueses a liberdade possvel.
Primavera Marcelista
33. Faz regressar do exlio algumas personalidades, como o bispo do
Porto e Mrio Soares, modera a actuao da polcia poltica (que passara
a chamar-se Direco-Geral de Segurana - DGS), ordena o abrandamento
da censura (mais tarde designada Exame Prvio), abre a Unio Nacional
(rebaptizada, em 1970, Aco Nacional Popular - ANP) a sensibilidades
polticas mais liberais.
Sinais do Liberalismo Marcelista
34. Foi neste clima de mudana, que ficou conhecido como primavera
marcelista, que se prepararam as eleies legislativas de 1969.
Procurando legitim-las aos olhos da opinio pblica, o Governo
alargou o sufrgio feminino (a todas as mulheres escolarizadas),
permitiu maior liberdade de campanha oposio, bem como a consulta
dos cadernos eleitorais e a fiscalizao das mesas de voto.
Mas estas legislaes foram novamente manipuladas dando 100% dos
votos aos deputados da Unio Nacional.
35. Com o abandono dos seus apoiantes da oposio, Marcelo Caetano
obrigado a reprimir um poderoso surto de agitao estudantil, greves
operrias e at aces bombistas, ligando-se cada vez mais direita e
inflectindo a sua poltica inicial de abertura.
As associaes de estudantes mais activas so encerradas, a legislao
sindical aperta-se, a polcia poltica desencadeia uma nova vaga de
prises, alguns opositores, como Mrio Soares, so novamente remetidos
ao exlio.
36. No Vaticano o papa Paulo IV recebeo MPLA, o FRELIMO e o PAIGC,
que tambm so ouvidos pela ONU. Este facto criou uma grande humilhao
para Portugal.
Com toda a presso financeira/econmica, social, internacional e com
a evidencia de derrota na guerra, Manuel Caetano apercebeu-se que o
fim do Estado Novo estavaprximo.
Impacto da Guerra Colonial
37. Bibliografia / Webgrafia
Entrevista alusiva:
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