Perdido... Homenagem ao seriado Lost
Edição e texto: JGCosta
Nov/2010
Passagem manual
Olho para os lados e não vejo nada que me dê uma pista de
onde me encontro.
Sei que caí feito anjo nessa praia linda...
... feito anjo de asa quebrada é o que eu quis dizer...
... não só um anjo pousou aqui, vários, uns diferentes dos outros, em
formatos, cores e tamanhos.
Sinto que existe um perigo muito grande, de um ser que nos observa e
provavelmente brinca conosco...
... mas a lei pela sobrevivência prevalece e fazemos de tudo para manter uma ordem,
mesmo que seja aparente.
Passam-se as horas, os dias, as semanas, o e socorro que deveria ser breve, inexiste!
O desespero, aliado a dor de perdas, nos sufoca...
... e de fato somente os mais fortes ou astutos conseguem sobreviver.
Entre tantas armadilhas do destino e de humanos vamos traçando uma nova rota...
... e escrevendo nossas histórias, que não são poucas...
O perigo agora já tem nome e sobrenome, deixou de ser uma incógnita.
O mais difícil para aceitar é que esse mesmo perigo reside também
dentro de nós mesmos...
... e vez por outra força a passagem para a liberdade e a loucura é a sua
conseqüência.
A desesperança agora é algo concreto, mas por mais estranho que possa parecer...
... sinto agora que faço parte desse lugar, não somente eu como vários de nós...
... como se há muito tempo essa nossa morada atual aguardasse os filhos pródigos que enfim
chegaram...
Mas ainda existe uma divisão acirrada pela força...
entre aqueles que desesperadamente buscam partir e entre nós que aprendemos a gostar
daqui.
O pior disso tudo é que os outros pensam que essa nossa posição...
... é uma ameaça à liberdade que eles tanto anseiam...
... e com isso todo um mar de problemas são gerados.
O astuto perigo parece que finalmente conseguiu uma das coisas que queria:
plantar a discórdia entre nós!
Como ocorreu antes, somente os mais fortes continuaram respirando do ar da vida...
... e firmaram barreiras em suas posições e continuaram seguindo em frente, assim
mesmo como eu.
Agora, depois de tanto tempo dessa jornada que iniciou dado ao acaso, assim sempre
pensei...
... onde desde o início eu me vi como alguém perdido, que teve que aprender a se
encontrar novamente...
... então agora, depois de tantas páginas viradas eis que a merecida luz se abre diante
de nós...
... conduzindo-nos a um caminho merecido pela árdua tarefa pela qual passamos...
... recheando nosso coração de um amor, antes até por
mim inimaginável, coroando todo
nosso sacrifício com a mais tenra
paz!
Eis que me vi perdido, tive que me reencontrar e lembrar de quem eu era!
Agora, o que eu preciso é somente esquecer e seguir em
frente para o desconhecido além...
Desconhecido sim, mas infinitamente procurado
por mim...
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