PERCEPÇÃO DE MEDO NO ESTADO DE MINAS GERAIS
Relatório Final
Março de 2010
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EQUIPE:
Coordenação Geral da Pesquisa:
Cláudio Chaves Beato Filho
Equipe de Pesquisadores:
Danilo Brasil Soares
Diogo Alves Caminhas
Lívia de Souza Lima
Luiz Felipe Zilli do Nascimento
Mateus Rennó Santos
Michael Abraão Soares Miranda
Rodrigo Alisson Fernandes
Vinicius Assis Couto
Estatístico Responsável pela Amostragem:
Emílio Suyama
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
2. ASPECTOS METODOLÓGICOS........................................................................... 4
3. A PERCEPÇÃO DE MEDO EM MINAS GERAIS - RESULTADOS ...................... 8
3.1.CARACTERIZAÇÃO DOS PERFIS ............................................................................. 8 3.2. EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL AO RISCO...................................................................... 19 3.3. VITIMIZAÇÃO VICÁRIA........................................................................................ 25 3.4. VITIMIZAÇÃO NA VIZINHANÇA ............................................................................. 27 3.5. ASSASSINATO OU TENTATIVA DE ASSASSINATO NA VIZINHANÇA............................ 29 3.6. VITIMIZAÇÃO .................................................................................................... 31
3.6.1. Furto .............................................................................................................31 3.6.2. Roubo...........................................................................................................32 3.6.3. Agressão Física............................................................................................34 3.6.4. Invasão de Residência .................................................................................36 3.6.5. Tentativa de Homicídio.................................................................................38 3.6.6. Agressão Sexual ..........................................................................................40 3.6.7. Roubo de Veículo e Contato com a Polícia ..................................................42
3.7. PERCEPÇÃO DE RISCO...................................................................................... 47 3.8. SENTIMENTO DE MEDO ..................................................................................... 52 3.9. COMPARAÇÃO ENTRE MEDO E RISCO PERCEBIDO............................................... 73 3.10. VIZINHANÇA ................................................................................................... 85 3.11. ATUAÇÃO POLICIAL......................................................................................... 95 3.12. FONTE DE INFORMAÇÕES SOBRE CRIMINALIDADE ............................................ 102 3.14. CONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES ...................................................................... 110
4. MEDO COMPARADO: PRINCIPAIS RESULTADOS 2008 E 2009 .................. 114
4.1. VITIMIZAÇÃO VICÁRIA...................................................................................... 115 4.2. VITIMIZAÇÃO CRIMINAL ................................................................................... 117 4.3. PERCEPÇÃO DE SEGURANÇA........................................................................... 119 4.4. FONTES DE INFORMAÇÃO SOBRE CRIMINALIDADE .............................................. 121 4.5. CONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS ......................................................... 123
5. O NÚMERO DO MEDO NO ESTADO DE MINAS GERAIS .............................. 125
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 130
7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA....................................................................... 133
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1. Introdução
Nos últimos anos existe uma enorme proliferação de estudos testando modelos
de explicação da criminalidade. Esses estudos, em geral, examinam a relação entre
características dos indivíduos e características das comunidades onde residem na
ocorrência de crimes. Porém, poucos estudos têm se preocupado com o impacto que o
medo gera nas atividades cotidianas das pessoas. Alguns estudos se voltam para o
impacto do medo na saúde coletiva dos indivíduos, outros por sua vez, se preocupam
com o impacto em nível social e econômico que o medo pode gerar, por exemplo:
processos de migração populacional, perda de recursos econômicos e financeiros e
etc.
A pesquisa na qual o presente relatório se baseia teve como objetivo produzir,
coletar, organizar e analisar informações relativas à percepção de medo, em especial o
impacto que a violência e criminalidade produz no sentimento de segurança da
população dos municípios do Estado de Minas Gerais. Esta pesquisa ocorreu em duas
etapas. Na primeira etapa, foram realizadas entrevistas entre os meses de abril e junho
do ano de 2008, cujo relatório final encontra-se à disposição da Secretaria de Estado
de Defesa Social de Minas Gerais. Num segundo momento, foi realizada uma nova
enquete entre os meses de agosto a novembro do ano de 2009, com as mesmas
pessoas entrevistadas no ano de 2008. Essa técnica tem como objetivo de mensurar
uma variação na percepção de medo da população mineira.
Pesquisas dessa natureza procuram conhecer detalhadamente a freqüência e a
natureza da ocorrência de crimes e seus impactos na sensação de insegurança dos
indivíduos. Seu objetivo central está em obter informações sobre as populações no que
diz respeito aos elementos segurança e à vitimização, além de medir o impacto desses
fatores sobre a sensação de insegurança dos cidadãos entrevistados. Permitem, ainda,
avaliar a percepção do público a respeito da atuação do Estado numa área crucial para
a consolidação de instituições democráticas: a da segurança pública. Assim, o tipo de
investigação aqui apresentada permite um melhor dimensionamento da ocorrência do
fenômeno a que se propõe conhecer do que exclusivamente o uso das taxas oficiais de
ocorrências e especulações de senso comum.
Essa pesquisa se destaca pelo seu caráter inovador no âmbito nacional. Além
de mapear a percepção de medo dos cidadãos, permite conhecer as formas como os
indivíduos mudam suas rotinas diárias ou evitam situações consideradas inseguras. Do
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ponto de vista analítico, este projeto visa diagnosticar a percepção de insegurança e
propor políticas públicas voltadas a minimizar os efeitos da vitimização vicária.
Finalmente, são de grande importância para pesquisadores acadêmicos, na medida e
que disponibilizam variáveis pertinentes para a construção de modelos explicativos
para a construção da sensação de insegurança.
2. Aspectos Metodológicos
Municípios Selecionados para a Pesquisa:
Esta pesquisa se realizou nas cidades de:
• Belo Horizonte;
• RMBH: Betim, Contagem, Ibirité, Ribeirão das Neves e Santa Luzia;
• Cidades Pólo de Macrorregiões Administrativas: Governador Valadares,
Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Poços de Caldas, Salinas
ou Uberlândia;
• Cidades Pequenas: 16 municípios com população inferior a 10.000
habitantes, com base no Censo de 2000: Rio Paranaíba, Estrela do
Indaiá, Cachoeira de Pajé, Cristália, Jequitibá, Cel. Xavier Chaves, São
João do Pacuí, Bonito de Minas, St. Maria do Suaçuí, Dom Cavati, São
Pedro da União, Bocaina de Minas, Planura, Iraí de Minas, Volta Grande,
Jequeri
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Mapa 01 – Municípios selecionados para a pesquisa
Fonte: CRISP / UFMG
Estratificação
Foram considerados 21 estratos: Belo Horizonte, 5 cidades da região
metropolitana de Belo Horizonte consideradas na população, os 7 pólos regionais, e as
8 macrorregiões com 2 municípios pequenos (população inferior à 10 mil habitantes)
selecionados em cada macro.
O sistema de referência
O sistema de referência adotado varia em relação ao tamanho do município
selecionado. Em Belo Horizontes, Betim, Contagem, Ibirité, Ribeirão das Neves ou
Santa Luzia, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas,
Poços de Caldas, Salinas ou Uberlândia foi utilizado a relação de setores censitários
urbanos cadastrados no Censo de 2000 e fornecidos pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE. Para os municípios com população inferior a 10 mil
habitantes, foi utilizado como sistema de referência o número de domicílios particulares
permanentes classificados e contados no Censo de 2000 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística.
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Alocação da amostra
Decidiu-se alocar 1500 entrevistas na capital Belo Horizonte, 1000 em nas
cidades da RMBH, 1150 em nos municípios pólos regionais das macrorregiões e 1550
no restante do estado de Minas Gerais, entre as cidades pequenas (com população
menor que 10 mil habitantes).
A probabilidade de seleção de uma pessoa numa cidade pequena é constante e
igual a 1/1586, ou seja, uma pessoa é entrevistada a cada 1586 pessoas na população.
A seleção do domicílio e do entrevistado em Belo Horizonte
Depois de selecionado o setor censitário em cada uma das cidades, deve-se
selecionar o domicílio dentro deste setor e, por fim, a pessoa a ser entrevistada. Para
garantir estatisticamente que esta amostra será probabilística até o último estágio, isto
é, até a seleção do indivíduo, o procedimento é o seguinte:
A) - Procedimentos para localização do domicílio
Em Belo Horizonte, cada entrevistador recebeu um mapa com seu setor de
trabalho e uma listagem com os endereços de porta selecionados para a amostra. Esse
sorteio foi realizado anteriormente pela equipe de estatísticos do CRISP. A lista geral
de endereços de portas é proveniente de um cadastro municipal de contribuintes,
cedido ao CRISP pela URBEL - Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte
subordinada à Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
B) Procedimentos para a seleção do entrevistado
Nosso objetivo é coletar informações precisas através do uso de questionários e
de outros instrumentos que estejam de acordo com as práticas de realização de uma
entrevista. Para atingir este objetivo, é necessário conhecer os aspectos básicos sobre
os instrumentos de survey e como utilizá-los. A seleção da entrevista é um instrumento
importante para manter a representatividade da amostra aleatória.
O método de sorteio do entrevistado no domicílio segue o modelo de amostra
probabilística até o estágio final de seleção desses indivíduos. Conhecido como
“método de KISH” para seleção de moradores, arrola-se em cada residência
selecionada todos os moradores acima de 15 anos de idade em ordem decrescente de
idade. Em seguida procede-se ao sorteio de apenas um indivíduo, com base no
método de Kish.
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A seleção do domicílio e do entrevistado nos municípios da Região Metropolitana
de Belo Horizonte e cidades pólos regionais das macrorregiões administrativas
de MG
Depois de selecionados e identificados os setores censitários a serem visitados,
a escolha dos domicílios amostrados dentro de cada setor foi feita por amostragem
sistemática. O intervalo de amostragem foi determinado com o auxílio dos dados sobre
o número de domicílios da Contagem Populacional de 2000, sendo esse intervalo,
portanto, variável de setor para setor.
A seleção do domicílio e do entrevistado nos municípios com população inferior
a 10 mil habitantes
Para municípios com população inferior a 10 mil habitantes do IBGE não
disponibiliza a divisão desses municípios em setores censitários. Diante dessa
realidade a equipe de pesquisadores do CRISP, com auxilio de mapas municipais,
dividiu essas cidades em grandes setores respeitando limites de bairros e regionais.
Depois de classificar e identificar esses setores, a escolha dos domicílios amostrados
dentro de cada grande setor foi feito por amostragem sistemática. O intervalo de
amostragem foi fixo e seguiu uma metodologia adotada pelo IBGE na Contagem
Populacional de 2000. Estipulou-se nesses grandes setores um intervalo de pulo de 5
domicílios.
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3. A Percepção de Medo em Minas Gerais - Resultados
Antes de começarmos a tratar das questões que se referem ao medo do crime e
percepção de risco propriamente ditas, é importante apresentar alguns perfis sócio-
demográficos dentro dos quais estes fenômenos se desenvolvem. Via de regra, os
fenômenos de percepção criminal não seguem um padrão homogêneo de distribuição.
Em muitos casos, eles podem variar quando pensados em termos de sexo, idade, faixa
de renda, local onde vive, estado civil, escolaridade, dentre outros.
Desta forma, tais informações adquirem grande importância, uma vez que fazem
com que seja possível correlacionar os índices de medo do crime e percepção de risco
medidos pela pesquisa, com as configurações sócio-econômicas, demográficas e
estruturais dos diversos municípios e/ou regiões de Minas Gerais. Esse procedimento,
portanto, é fundamental para a obtenção de uma compreensão mais ampla sobre o
problema da insegurança no Estado.
3.1.Caracterização dos Perfis
As tabelas a seguir apresentam a distribuição percentual do sexo dos
entrevistados e do sexo por regiões contempladas pela pesquisa.
Verifica-se que do número total de entrevistados 45,6% são do sexo masculino e
54,4% são do sexo feminino.
Observa-se, também, que apenas a cidade de Salinas apresentou um percentual
de homens entrevistados superior ao de mulheres. Nesta cidade o número de homens
entrevistados foi aproximadamente 10% superior em relação às mulheres.
Nas regiões onde o percentual de mulheres entrevistadas é superior destaca-se
a cidade de Poços de Caldas, onde o número de homens entrevistados é
aproximadamente 20% inferior. Já a cidade de Uberlândia apresenta a distribuição
percentual do sexo mais equilibrada, com uma diferença inferior a 2% entre homens e
mulheres.
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Tabela 01: Distribuição dos entrevistados por Gênero
Frequência Percentual
Masculino 2281 45,6
Feminino 2725 54,4
Total 5006 100,0
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 02: Distribuição dos Entrevistados por Gênero e Regiões
Sexo
Masculino Feminino BELO HORIZONTE 41,3% 58,7%
RMBH 48,9% 51,1%
GOVERNADOR VALADARES 44,8% 55,2%
JUIZ DE FORA 48,7% 51,3%
MONTES CLAROS 46,6% 53,4%
PATOS DE MINAS 45,8% 54,2%
POÇOS DE CALDAS 40,2% 59,8%
SALINAS 55,6% 44,4%
UBERLANDIA 49,1% 50,9%
Local de Origem
MUNICIPIOS INTERIOR 46,1% 53,9%
Total 45,6% 54,4%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela a seguir apresenta a distribuição percentual do local de origem dos
entrevistados por regiões contempladas pela pesquisa.
Apenas na RMBH (Região Metropolitana de Belo Horizonte) e na cidade de
Uberlândia o percentual de entrevistados que residem em seus locais de origem foi
inferior em relação aqueles que não residem.
Verifica-se que a RMBH (Região Metropolitana de Belo Horizonte) destaca-se
como a região com o menor percentual de entrevistados que residem em seu local de
origem. Apenas 23,5% responderam ter nascido na cidade onde moram. Em
contrapartida, a cidade de Juiz de Fora se destaca como a cidade como o maior
percentual de entrevistados que residem em seu local de origem.
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Tabela 03: Distribuição dos entrevistados por local de origem
Nasceu na cidade em que mora
Sim Não BELO HORIZONTE 57,2% 42,8%
RMBH 23,5% 76,5%
GOVERNADOR VALADARES 58,7% 41,3%
JUIZ DE FORA 63,9% 36,1%
MONTES CLAROS 51,3% 48,7%
PATOS DE MINAS 61,4% 38,6%
POÇOS DE CALDAS 60,9% 39,1%
SALINAS 61,1% 38,9%
UBERLANDIA 39,2% 60,8%
Local de Origem
MUNICIPIOS INTERIOR 55,0% 45,0%
Total 48,9% 51,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
As tabelas a seguir apresentam a distribuição dos entrevistados por faixa etária
e por faixa etária e região. É importante ressaltar que na presente pesquisa foram
entrevistadas apenas pessoas cuja idade mínima é quinze anos.
É possível observar na tabela xx que foram entrevistadas mais pessoas que
possuem entre 23 e 32 anos. Mas verifica-se também que a faixa etária seguinte, com
pessoas entre 33 e 42 anos, também obteve um alto percentual de entrevistados.
De forma geral, a maioria das regiões apresenta um percentual maior de
entrevistados na segunda e na terceira faixa etária. Belo Horizonte é a cidade como
menor percentual de pessoas entrevistadas entre 15 e 22 anos.
A cidade de Salinas não apresentou nenhum entrevistado entre 53 e 62 anos.
Mas neste município o percentual de pessoas com mais de 63 anos é
significativamente superior. Por fim verifica-se que em Salinas o percentual de pessoas
entre 23 e 32 anos é muito inferior em relação às demais regiões.
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Tabela 04: Distribuição dos entrevistados por Faixa Etária
Frequência Percentual
15-22 910 18,2
23-32 1146 22,9
33-42 1014 20,3
43-52 807 16,1
53-62 577 11,5
63 ou mais 552 11,0
Total 5006 100,0
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 05: Distribuição dos entrevistados por Faixa Etária e Regiões
Faixa Etária
15-22 23-32 33-42 43-52 53-62 63 ou mais
Total
Belo Horizonte 15,7% 21,8% 18,4% 17,4% 13,3% 13,3% 100,0%
RMBH 20,1% 24,0% 20,9% 16,6% 10,6% 7,8% 100,0%
Governador Valadares
25,2% 20,3% 23,8% 14,7% 7,7% 8,4% 100,0%
Juiz de Fora 21,4% 21,0% 20,2% 16,8% 10,9% 9,7% 100,0%
Montes Claros 18,7% 28,0% 18,1% 11,4% 11,9% 11,9% 100,0%
Patos de Minas 19,3% 20,5% 24,1% 10,8% 10,8% 14,5% 100,0%
Poços de Caldas 18,4% 23,0% 20,7% 11,5% 18,4% 8,0% 100,0%
Salinas 22,2% 11,1% 16,7% 27,8% 22,2% 100,0%
Uberlândia 18,7% 23,2% 22,9% 17,2% 9,9% 8,1% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
17,7% 23,2% 20,6% 15,5% 11,1% 11,9% 100,0%
Total 18,2% 22,9% 20,3% 16,1% 11,5% 11,0% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
As tabelas a seguir apresentam a distribuição dos entrevistados por estado civil e por
estado civil e região.
Verifica-se, inicialmente, que cerca de metade dos entrevistados encontram-se
casados ou amigados. Aqueles que apresentam o estado civil solteiro também
representam um percentual alto dos entrevistados, somando 37,1%.
A cidade de Salinas é aquela que possui o maior percentual de pessoas casadas,
enquanto Juiz de Fora e Montes Claros apresentam um percentual aproximadamente
20% inferior de pessoas em este estado civil.
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Destaca-se, por fim, que em Belo Horizonte a diferença percentual de pessoas que
casadas e pessoas solteiras é muito pequena, sendo inferior a 2%.
Tabela 06: Distribuição dos entrevistados por Estado Civil
Frequência Percentual
Solteiro 1856 37,1
Casado 2091 41,8
Amigado 498 9,9
Divorciado 184 3,7
Separado 103 2,1
Viúvo 275 5,5
Total 5006 100,0
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 07: Distribuição dos entrevistados por Estado Civil e Regiões
Estado Civil
Solteiro Casado Amigado Divorciado Separado Viúvo Total
Belo Horizonte 40,5% 42,3% 5,1% 4,1% 1,8% 6,2% 100,0%
RMBH 36,8% 40,8% 11,4% 3,2% 2,4% 5,3% 100,0%
Governador Valadares
42,0% 43,4% 4,9% 2,1% 2,1% 5,6% 100,0%
Juiz de Fora 42,9% 35,7% 10,9% 5,0% 2,1% 3,4% 100,0%
Montes Claros 36,8% 35,2% 15,0% 1,6% 2,6% 8,8% 100,0%
Patos de Minas 34,9% 42,2% 9,6% 4,8% 4,8% 3,6% 100,0%
Poços de Caldas 25,3% 44,8% 11,5% 9,2% 2,3% 6,9% 100,0%
Salinas 33,3% 55,6% 5,6% 5,6% 100,0%
Uberlândia 34,6% 41,0% 14,8% 4,2% 2,1% 3,3% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
34,2% 43,3% 12,0% 3,4% 1,8% 5,4% 100,0%
Total 37,1% 41,8% 9,9% 3,7% 2,1% 5,5% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
As tabelas a seguir apresentam a distribuição dos entrevistados por cor/raça e
por cor/raça e região. Para a classificação de cor/raça foram adotadas as mesmas
categorias utilizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Verifica-se que a maioria dos entrevistados, 42,1%, responderam ser brancos,
enquanto 12,6% afirmaram serem pretos, 39,4% pardos, 1,5% amarelos e 07%
indígenas.
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Segundo a distribuição de cor/raça por região observa-se que “Branco”, “Preto” e
“Pardo” foram classificações encontradas em todas as cidades. Juiz de Fora apresenta
o maior percentual de “Brancos” e “Pretos”, e o menor percentual de “Pardos” em
relação às demais regiões. O maior percentual de pessoas pardas encontra-se em
Salinas.
Tabela 08: Distribuição dos entrevistados por Cor/Raça
Frequência Percentual
Branco 2096 41,9
Preto 629 12,6
Pardo 1964 39,2
Amarelo 72 1,4
Indígena 33 ,7
Outro 187 3,7
Total 4980 99,5
NS 25 ,5
NR 0 ,0
Total 26 ,5
Total 5006 100,0
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 09: Distribuição dos entrevistados por Cor/Raça e Regiões
Cor/Raça
Branco Preto Pardo Amarelo Indígena Outro Total
Belo Horizonte 45,3% 13,5% 37,2% 1,5% ,7% 1,8% 100,0%
RMBH 33,6% 13,5% 49,9% 1,9% ,5% ,6% 100,0%
Governador Valadares
19,6% 15,4% 56,6% 2,8% 2,8% 2,8% 100,0%
Juiz de Fora 57,6% 18,5% 21,0% 2,9% 100,0%
Montes Claros 32,6% 8,8% 54,4% 1,6% 2,6% 100,0%
Patos de Minas 50,6% 7,2% 36,1% 1,2% 4,8% 100,0%
Poços de Caldas 53,6% 10,7% 32,1% 1,2% 2,4% 100,0%
Salinas 22,2% 5,6% 72,2% 100,0%
Uberlândia 48,8% 11,6% 33,8% 2,1% ,6% 3,0% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
43,2% 11,3% 35,4% 1,2% ,8% 8,1% 100,0%
Total 42,1% 12,6% 39,4% 1,4% ,7% 3,8% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
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As tabelas a seguir apresentam a distribuição dos entrevistados por religião e
por religião e região.
Observa-se que mais da metade dos entrevistados, 60,6%, afirmou praticar a
religião Católica Apostólica Romana. Cerca de um quarto dos entrevistados afirmou
praticar alguma religião evangélica, e 10,6% afirmaram não praticar nenhuma religião.
Quando se cruza a distribuição de religiões praticadas por regiões percebe-se que em
todas as cidades a religião Católica é a mais praticada. Verifica-se que Poços de
Caldas é a cidade com o menor percentual de pessoas que não praticam nenhuma
religião. Já em Uberlândia 18,1% afirmam não praticar nenhuma religião. A cidade com
o menor percentual de Evangélicos é Salinas, com apenas 11,1%.
Tabela 10: Distribuição dos entrevistados por Religião
Frequência Percentual
Não tenho / pratico religião 533 10,6
Católica Apostólica Romana 3032 60,6
Evangélicas 1227 24,5
Espírita 158 3,2
Umbanda e Candomblé 10 ,2
Religiões Orientais 13 ,3
Outra 31 ,6
NS 2 ,0
NR 1 ,0
Total 5006 100,0
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 11: Distribuição dos entrevistados por Religião e Região
Religião a qual pratica
Não tenho /
pratico religião
Católica
Apostólica
Romana
Evangélicas
Espírita
Umbanda e
Candomblé
Religiões
Orientais
Outra
NS
NR
Total
Belo Horizonte 13,2% 56,3% 23,9% 5,9% 0,0% ,4% ,3% 0,0% 0,0% 100,0%
RMBH 9,1% 53,3% 34,8% 1,6% 0,0% ,2% ,9% ,1% 0,0% 100,0%
Governador Valadares 8,4% 44,1% 44,8% 1,4% 0,0% ,7% 0,0% ,7% 0,0% 100,0%
Juiz de Fora 8,8% 65,5% 20,6% 3,4% ,4% ,4% ,8% 0,0% 0,0% 100,0%
Montes Claros 15,0% 57,0% 25,4% ,5% ,5% 0,0% 1,0% 0,0% ,5% 100,0%
15
Patos de Minas 9,6% 73,5% 12,0% 3,6% 0,0% 0,0% 1,2% 0,0% 0,0% 100,0%
Poços de Caldas 1,1% 62,1% 28,7% 5,7% 0,0% 0,0% 2,3% 0,0% 0,0% 100,0%
Salinas 16,7% 72,2% 11,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0%
Uberlândia 18,1% 46,1% 24,1% 9,3% ,6% ,9% ,9% 0,0% 0,0% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 8,2% 72,4% 17,7% ,7% ,4% 0,0% ,5% 0,0% 0,0% 100,0%
Total 10,6% 60,6% 24,5% 3,2% ,2% ,3% ,6% ,0% ,0% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
As tabelas seguintes apresentam a distribuição dos entrevistados por
escolaridade e por escolaridade e região.
Cerca de um quarto da população entrevistada, 25,6% possui o segundo grau
completo. Em seguida, seguem aqueles que possuem entre a primeira e a quarta série,
com 21%. Verifica-se ainda que os menores percentuais são de pessoas com pós-
graduação. Os analfabetos apresentam também um baixo percentual, seguidos por
aqueles possuem curso superior incompleto e completo.
Relacionando a escolaridade dos entrevistados com a região onde residem
verifica-se que em Poços de Caldas não foram encontradas pessoas analfabetas ou
com pós-graduação. A cidade de Montes Claros e os municípios com até 10.000
habitantes apresentaram os maiores percentuais de analfabetos.
Tabela 12: Distribuição dos entrevistados por Escolaridade
Frequência Percentual
Analfabeto 257 5,1
1ª a 4ª série 1048 20,9
1º grau incompleto 711 14,2
1º grau completo 449 9,0
2º grau incompleto 576 11,5 2º grau completo 1278 25,5
Superior incompleto 264 5,3 Superior completo 301 6,0
Pós-graduação 111 2,2
Total 4996 99,8
NA 5 ,1
NS 2 ,0
NR 3 ,1
Total 10 ,2
Total 5006 100,0
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
16
Tabela 13: Distribuição dos entrevistados por Escolaridade e Região
Escolaridade
Analfabeto
1ª a 4ª série
1º grau
incompleto
1º grau
completo
2º grau
incompleto
2º grau
completo
Superior
incompleto
Superior
completo
Pós-graduação
Total
Belo Horizonte 3,3% 14,7% 10,7% 7,3% 9,6% 29,9% 8,3% 11,8% 4,4% 100,0%
RMBH 3,9% 22,9% 17,9% 10,1% 14,4% 25,4% 3,3% 1,3% ,8% 100,0%
Governador Valadares 4,9% 15,4% 24,5% 11,9% 14,7% 18,9% 7,0% 2,1% ,7% 100,0%
Juiz de Fora 1,3% 21,1% 21,6% 10,3% 11,2% 25,0% 2,2% 6,0% 1,3% 100,0%
Montes Claros 8,3% 19,7% 10,4% 10,4% 9,8% 32,6% 4,7% 3,6% ,5% 100,0%
Patos de Minas 2,4% 22,9% 15,7% 10,8% 15,7% 16,9% 9,6% 3,6% 2,4% 100,0%
Poços de Caldas 19,5% 14,9% 4,6% 17,2% 39,1% 1,1% 3,4% 100,0%
Salinas 22,2% 5,6% 16,7% 33,3% 5,6% 5,6% 11,1% 100,0%
Uberlândia 2,1% 15,4% 14,8% 12,7% 16,3% 23,6% 5,4% 5,7% 3,9% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 8,9% 27,2% 13,3% 8,4% 10,0% 21,7% 4,2% 4,9% 1,3% 100,0%
Total 5,1% 21,0% 14,2% 9,0% 11,5% 25,6% 5,3% 6,0% 2,2% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
17
As tabelas seguintes apresentam a distribuição dos entrevistados segundo
trabalho e trabalho por regiões.
Segundo os entrevistados 58,8% possui algum tipo de trabalho, formal ou
informal, enquanto 42,1% afirmou não possuir nenhum tipo de trabalho. Esta
distribuição percentual apresenta variações muito pequenas quando analisada
separadamente por região. Destaca-se apenas a cidade de Salinas, que possui um
percentual mais elevado de pessoas que possuem algum tipo de trabalho remunerado.
Tabela 14: Distribuição dos entrevistados segundo Trabalho
Frequência Percentual
Sim 2945 58,8
Não 2061 41,2
Total 5006 100,0
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 15: Distribuição dos entrevistados segundo Trabalho e Região
Possui algum trabalho remunerado (formal ou informal)
Sim Não Total
Belo Horizonte 60,3% 39,7% 100,0%
RMBH 55,1% 44,9% 100,0%
Governador Valadares 59,4% 40,6% 100,0%
Juiz de Fora 52,5% 47,5% 100,0%
Montes Claros 54,9% 45,1% 100,0%
Patos de Minas 60,2% 39,8% 100,0%
Poços de Caldas 57,5% 42,5% 100,0%
Salinas 72,2% 27,8% 100,0%
Uberlândia 67,5% 32,5% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 59,3% 40,7% 100,0%
Total 58,8% 41,2% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela a seguir apresenta a distribuição dos entrevistados segundo o motivo
de não possuir nenhum tipo de atividade remunerada em cada região analisada. Para
31,1% dos entrevistados cuidar dos afazeres domésticos é o principal motivo de não
possuir trabalho remunerado. Observa-se, em seguida, que para aproximadamente um
18
quarto dos entrevistados, 24,5%, o motivo é estar aposentado. Estar desempregado
apareceu como o terceiro motivo mais freqüente e ser estudante foi o quarto.
Observa-se também que a Região Metropolitana de Belo Horizonte e a cidade
de Governador Valadares apresentaram os maiores percentuais de pessoas que
afirmaram estar desempregadas (mais de um quarto dos entrevistados). Em
Uberlândia foi verificado o maior percentual de pessoas que se dedicam aos afazeres
domésticos, enquanto em Salinas foi verificado o maior percentual de pessoas
aposentadas.
Tabela 16: Distribuição dos entrevistados segundo motivo por não possuir
trabalho remunerado e região
Motivo porque não possui trabalho remunerado (formal ou informal)
Desempregado
Afastado por
motivos de saúde
Afastado por outro motivo
Aposentado
Pensionista
Estudante
Cuida de afazeres doméstic
os
Outro Total
Belo Horizonte 15,8% 2,2% 1,7% 29,5% 5,0% 17,1% 26,5% 2,2% 100,0%
RMBH 25,9% 2,3% 1,4% 16,6% 3,6% 15,2% 33,1% 2,0% 100,0%
Governador Valadares
25,9% 3,4% 13,8% 5,2% 22,4% 25,9% 3,4% 100,0%
Juiz de Fora 19,4% 6,5% 1,9% 24,1% 1,9% 20,4% 24,1% 1,9% 100,0%
Montes Claros 20,7% 2,3% 26,4% 8,0% 17,2% 24,1% 1,1% 100,0%
Patos de Minas 6,1% 3,0% 33,3% 9,1% 21,2% 27,3% 100,0%
Poços de Caldas 5,4% 21,6% 10,8% 18,9% 43,2% 100,0%
Salinas 20,0% 40,0% 20,0% 20,0% 100,0%
Uberlândia 10,4% 2,8% ,9% 19,8% 2,8% 20,8% 41,5% ,9% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
18,6% 2,8% ,5% 27,1% 5,8% 9,6% 34,2% 1,5% 100,0%
Total 18,9% 2,7% 1,1% 24,5% 5,0% 15,0% 31,1% 1,8% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela a seguir apresenta a distribuição dos entrevistados segundo a renda
familiar mensal e a região onde residem.
De forma geral, verifica-se que aproximadamente um terço dos entrevistados,
33,3%, afirmou ter uma renda familiar mensal entre um e dois salários mínimos.
Aproximadamente 28% afirmou ter uma renda entre dois e quatro salários mínimos, e
17,4% afirmou receber até um salário. Assim, verifica-se que quase 80% dos
entrevistados recebe até quatro salários mínimos. Os que afirmaram receber mais de
25 salários não representaram 1% da população entrevistada.
19
Quando analisadas as regiões separadamente, destaca-se Belo Horizonte como
a cidade com o menor percentual de pessoas que recebem até um salário e com o
maior percentual de pessoas que recebem mais de 25 salários mínimos.
Tabela 17: Distribuição dos entrevistados segundo Renda Familiar Mensal e
Região
Renda familiar mensal
Até 01 salário mínimo
Mais de 01 até 02
salários
Mais de 02 até 04
salários
Mais de 04 até 07
salários
Mais de 07 até 11
salários
Mais de 11 até 16
salários
Mais de 16 até 25
salários
Mais de 25 até 40
salários
Mais de 40
salários Total
Belo Horizonte 6,7% 22,1% 32,9% 20,5% 7,8% 4,4% 3,3% 1,7% ,6% 100,0% RMBH 16,5% 39,7% 29,1% 10,4% 2,9% 1,2% ,2% 100,0% Governador Valadares
20,3% 29,4% 32,2% 9,8% 4,2% 2,8% ,7% ,7% 100,0%
Juiz de Fora 9,9% 34,8% 32,6% 14,2% 5,2% 1,3% 1,3% ,4% ,4% 100,0% Montes Claros 20,3% 47,4% 20,8% 10,4% ,5% ,5% 100,0% Patos de Minas 11,0% 39,0% 29,3% 17,1% 1,2% 1,2% 1,2% 100,0% Poços de Caldas 8,1% 27,9% 46,5% 15,1% 1,2% 1,2% 100,0% Salinas 11,1% 22,2% 22,2% 33,3% 5,6% 5,6% 100,0% Uberlândia 7,1% 30,2% 40,0% 15,7% 3,7% 1,8% 1,2% ,3% 100,0% Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
30,9% 38,0% 19,4% 8,2% 2,5% ,7% ,3% ,1% 100,0%
Total 17,4% 33,3% 28,1% 13,3% 4,2% 2,0% 1,2% ,5% ,2% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.2. Exposição Individual ao Risco
A possibilidade que o indivíduo seja vitima de um crime ou de outra fatalidade
violenta qualquer não se deve estritamente ao acaso. Na verdade, por traz do
fenômeno de vitimização, há toda uma complexidade de predisposições que podem ser
geográficas, físicas e/ou comportamentais.
Neste módulo, trataremos de algumas atitudes que, possivelmente, expõem as
pessoas a maiores riscos individuais. Um bom exemplo é a tabela abaixo que ilustra a
freqüência com a qual os entrevistados saíram à noite, em finais de semana, por
motivos de lazer nos últimos 3 meses. A média geral aponta que 14% dos
entrevistados saíram muitas vezes, 17,2% saíram algumas vezes, 26,8% saíram
poucas vezes e, finalmente, 42% não saiu, o que demonstra que a maioria dos
entrevistados não costuma sair à noite nos finais de semana. As localidades com o
menor percentual de pessoas que não saíram sequer uma vez à noite nos finais de
semana nos últimos três meses são Uberlândia (31,8%) e Belo Horizonte (34,7%).
20
Nesse item, a maioria dos municípios apresentou um percentual acima da média geral,
sendo que na maioria dos casos esse valor aproximou-se da média. As maiores
discrepâncias foram mesmo os valores encontrados em Belo Horizonte e Uberlândia.
No outro extremo, entre as pessoas que saem muitas vezes, observa-se que esse
grupo constitui-se a minoria da população entrevistada. A distribuição das localidades
em relação à média se deu de forma equânime: metade acima e metade abaixo da
média. O menor valor foi Poços de Caldas (9,2%) e o maior foi Governador Valadares
(17%)
Tabela 18 – Distribuição dos entrevistados a partir da Frequência com que nos ultimos 3 meses saiu a noite, em finais de semana, por motivos de lazer
Frequência com que nos ultimos 3 meses saiu a noite, em finais de semana, por motivos de lazer
Muitas vezes Algumas vezes Poucas vezes Não Belo Horizonte 16,6% 21,2% 27,5% 34,7%
RMBH 14,5% 15,5% 20,6% 49,4%
Governador Valadares
17,0% 16,3% 19,1% 47,5%
Juiz de Fora 13,1% 14,3% 29,5% 43,0%
Montes Claros 8,3% 19,8% 28,1% 43,8%
Patos de Minas 15,7% 19,3% 24,1% 41,0%
Poços de Caldas 9,2% 18,4% 27,6% 44,8%
Salinas 16,7% 16,7% 27,8% 38,9%
Uberlândia 13,6% 21,8% 32,7% 31,8%
Local de Origem
Municípios do interior 12,1% 13,6% 29,2% 45,1%
Total 14,0% 17,2% 26,8% 42,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela a seguir fala da distribuição dos entrevistados a partir da freqüência de
consumo de bebidas alcoólicas. A esse respeito, 13% de todos os entrevistados
afirmaram que consumiram muitas vezes, 21,5% consumiram algumas vezes, 29,4%
consumiram poucas vezes e 36,1% não consumiu. Observa-se que há uma relação
entre sair à noite e consumir bebidas alcoólicas, pois a distribuição das freqüências em
ambos os casos apresentou uma distribuição semelhante. É interessante perceber o
caso de Uberlândia, que apresentou o menor valor para pessoas que não consumiram
bebidas alcoólicas (7,2%), um percentual muito abaixo da média geral. No item
anterior, Uberlândia também apresentou a menor taxa de pessoas que não saíram à
noite nos finais de semana nos últimos três meses. Ainda sobre o valor de Uberlândia,
ele influencia consideravelmente na média geral, pois a maioria das localidades
21
apresentou um valor acima da média. Num outro extremo, entre os que afirmaram que
consumiram muitas vezes bebidas alcoólicas nos últimos três meses, os maiores
valores são de Governador Valadares (19,7%) e Uberlândia (19,2%). Nesse item,
metade das localidades tiveram valor acima da média e metade, abaixo.
Tabela 19 – Distribuição dos entrevistados a partir da Frequência com que nos ultimos 3 meses consumiu bebidas alcoolicas socialmente, em bares ou festas
Frequência com que nos ultimos 3 meses consumiu bebidas alcoolicas socialmente, em bares ou festas Muitas vezes
Algumas vezes Poucas vezes Não
Belo Horizonte 14,6% 19,1% 23,8% 42,4%
RMBH 14,3% 21,2% 30,3% 34,2%
Governador Valadares 19,7% 19,7% 32,8% 27,9%
Juiz de Fora 10,8% 17,8% 29,9% 41,4%
Montes Claros 8,0% 24,0% 28,8% 39,2%
Patos de Minas 6,5% 27,4% 16,1% 50,0%
Poços de Caldas 2,3% 4,6% 13,8% 79,3%
Salinas ,0% 11,1% 38,9% 50,0%
Uberlândia 19,2% 32,8% 40,8% 7,2%
Local de Origem
Municípios do interior 11,7% 24,9% 36,2% 27,1%
Total 13,0% 21,5% 29,4% 36,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
22
Ainda nas questões que tratam da exposição ao risco, os entrevistados foram
questionados se dirigiram após consumir bebidas alcoólicas nos últimos três meses. A
esse respeito, a grande maioria dos entrevistados afirmou não ter tomado essa atitude
(82,8%), o que significa que 17,2% dirigiu alcoolizado pelo menos uma vez nos últimos
três meses, sendo que 2,8% afirmaram ter tomado essa atitude várias vezes, 6,7%
afirmaram algumas vezes e 7,7% poucas vezes.
Tabela 20 – Distribuição dos entrevistados a partir da Frequência com que nos ultimos 3 meses dirigiu após consumir bebidas alcoolicas
Frequência com que nos ultimos 3 meses dirigiu após consumir bebidas alcoolicas
Várias vezes Algumas vezes Poucas vezes Não Belo Horizonte 3,2% 6,1% 5,5% 85,1%
RMBH 2,6% 6,7% 5,8% 84,9%
Governador Valadares 6,8% 6,8% 4,5% 81,8%
Juiz de Fora 2,2% 4,3% 5,4% 88,0%
Montes Claros 1,3% 10,5% 10,5% 77,6%
Patos de Minas 3,2% 9,7% 12,9% 74,2%
Poços de Caldas ,0% ,0% 5,6% 94,4%
Salinas 11,1% 11,1% 33,3% 44,4%
Uberlândia 3,5% 7,9% 14,0% 74,6%
Local de Origem
Municípios do interior 2,3% 7,0% 9,3% 81,4%
Total 2,8% 6,7% 7,7% 82,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
23
Seguindo na relação entre “álcool e volante”, ao serem questionados se
pegaram carona com alguém que havia consumido bebidas alcoólicas nos últimos três
meses, os percentuais gerais se aproximam dos descritos na tabela anterior, onde
temos 2,8% afirmando que tomou essa atitude várias vezes, 5,5% tomou essa atitude
algumas vezes, 8,1% tomou essa atitude poucas vezes e 83,6% não tomou essa
atitude.
Tabela 21 – Distribuição dos entrevistados a partir da Frequência com que nos ultimos 3 meses pegou carona com alguém que havia consumido bebidas alcoolicas
Frequência com que nos ultimos 3 meses pegou carona com alguém que havia consumido bebidas alcoólicas
Várias vezes Algumas vezes Poucas vezes Não Belo Horizonte 3,1% 5,5% 7,8% 83,5%
RMBH 2,4% 5,1% 8,0% 84,5%
Governador Valadares 2,1% 2,8% 3,5% 91,6%
Juiz de Fora 1,7% 5,9% 5,0% 87,4%
Montes Claros 1,6% 4,1% 7,3% 87,0%
Patos de Minas 6,0% 9,6% 14,5% 69,9%
Poços de Caldas 3,4% ,0% 4,6% 92,0%
Salinas ,0% 11,1% 22,2% 66,7%
Uberlândia 2,7% 4,5% 12,0% 80,7%
Local de Origem
Municípios do interior 2,9% 6,4% 8,1% 82,6%
Total 2,8% 5,5% 8,1% 83,6%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Uma última bateria de perguntas comportamentais quis saber dos entrevistados
se eles possuem algum amigo que fez uso de droga ilícita e também a freqüência com
que eles fizeram uso de droga ilícita alguma vez na vida. Dentre os que admitiram
possuir amigos que fazem uso de drogas ilícitas, destacaram-se Governador Valadares
(45,8%) e Juiz de Fora (43,3%), percentuais bem acima da média geral que é de 31%.
O percentual de pessoas que admitiram que fazem ou já fizeram uso de drogas ilícitas
é muito baixo (6,2%), o que pode indicar uma sub-enumeração se compararmos essa
informação com o resultado da tabela anterior, onde 31% afirmaram possuir algum
amigo que faz uso
24
Tabela 22 – Distribuição dos entrevistados que possuem algum amigo que faz uso de drogas ilícitas
Possui algum amigo que faz uso de drogas ilícitas
Sim Não Belo Horizonte 31,7% 68,3%
RMBH 34,8% 65,2%
Governador Valadares 45,8% 54,2%
Juiz de Fora 43,3% 56,7%
Montes Claros 25,5% 74,5%
Patos de Minas 38,6% 61,4%
Poços de Caldas 37,2% 62,8%
Salinas 11,1% 88,9%
Uberlândia 26,4% 73,6%
Local de Origem
Municípios do interior 25,7% 74,3%
Total 31,0% 69,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 23 – Distribuição dos entrevistados que Fazem ou já fizeram uso de drogas ilícitas alguma vez na vida
Faz ou já fez uso de drogas ilícitas alguma vez na vida
Faz uso Já fez uso Nunca fez uso Belo Horizonte ,9% 6,4% 92,7%
RMBH ,9% 5,2% 93,9%
Governador Valadares ,7% 6,3% 93,0%
Juiz de Fora ,8% 5,9% 93,3%
Montes Claros ,0% 5,2% 94,8%
Patos de Minas ,0% 9,6% 90,4%
Poços de Caldas ,0% 11,5% 88,5%
Salinas ,0% ,0% 100,0%
Uberlândia ,0% 7,5% 92,5%
Local de Origem
Municípios do interior ,9% 3,8% 95,3%
Total ,8% 5,5% 93,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
25
3.3. Vitimização Vicária
Vitimização vicária é o conceito pelo qual se descrevem eventos de vitimização
que ocorrem não com o agente em si, mas com alguém que ele conheça.
A relevância de se apresentar tal módulo em uma pesquisa sobre medo parte da
hipótese de que experiências ocorridas com terceiros, mas que tenham sido levadas ao
conhecimento de algum indivíduo, podem sim afetar a percepção desse último acerca
de sua realidade. É exatamente a incidência da vitimização vicária, e o efeito que ela
pode ter sobre a percepção de medo, o objetivo de se incluir tal conceito nessa
pesquisa. A seguir, será apresentada a descrição das variáveis utilizadas na
mensuração da incidência desse fenômeno em Minas Gerais.
As três tabelas a seguir apresentam a distribuição dos entrevistados segundo a
ocorrência ou não de vitimização vicária nos últimos cinco anos, em cada local de
origem contemplado pela pesquisa. São três os tipos de vitimização contemplados:
invasão à residência, assalto à pessoa física e roubo de veículos.
Analisando os resultados, pode-se verificar que nos três tipos de vitimização a
proporção de entrevistados que respondeu conhecer alguém vítima de alguns dos
eventos consultados permaneceu constante em torno dos 50%. No entanto, é possível
observar uma freqüência superior para os roubos e assaltos à pessoa física (56,1%) e
inferior para os roubos e arrombamentos de veículos (46,1%).
A distribuição por localidades também explicita resultados relevantes, mas que
variam muito de acordo com cada tipo de vitimização vicária. Como padrão, constata-
se que em cidades pequenas ter algum conhecido que foi vítima de algum dos crimes
mensurados é algo significativamente mais raro do que nas outras localidades
pesquisadas, sobretudo para os roubos de veículos (34,1%). Por outro lado, Belo
Horizonte apresenta-se com uma freqüência relativamente maior nos eventos de
vitimização vicária e tende a atrair a média do estado para cima. Esse efeito tende a
ser especialmente forte para os eventos de roubo e assalto à pessoa. Em toda a
amostra do município, quase três em cada quatro entrevistados declarou ter conhecido
ao menos uma pessoa vítima nos últimos cinco anos - proporção essa mais de duas
vezes superior a dos municípios do interior, apresentados anteriormente.
26
Tabela 24 – Distribuição dos Entrevistados por Afirmativa de Conhecer Vítimas de
Invasão a Residência nos Últimos 05 Anos
Conhece alguém que teve sua residência invadida nos últimos cinco
anos
Sim Não Belo Horizonte 51,0% 49,0%
RMBH 42,1% 57,9% Governador Valadares 60,1% 39,9%
Juiz de Fora 43,7% 56,3% Montes Claros 53,9% 46,1% Patos de Minas 69,9% 30,1%
Poços de Caldas 51,7% 48,3% Salinas 72,2% 27,8%
Uberlândia 65,4% 34,6%
Local de Origem
Municípios do interior 49,1% 50,9%
Total 50,0% 50,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 25 – Distribuição dos Entrevistados por Afirmativa de Conhecer Vítimas
assalto nos Últimos 05 Anos
Conhece alguém que foi roubado ou assaltado nos últimos cinco anos
Sim Não Belo Horizonte 73,2% 26,5% RMBH 54,1% 45,9% Governador Valadares 69,9% 30,1% Juiz de Fora 55,0% 45,0% Montes Claros 63,7% 36,3% Patos de Minas 63,9% 36,1% Poços de Caldas 40,2% 59,8% Salinas 61,1% 38,9% Uberlândia 64,2% 35,8%
Local de Origem
Municípios do interior 38,6% 61,2% Total 56,1% 43,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
27
Tabela 26 – Distribuição dos Entrevistados por Afirmativa de Conhecer Vítimas de
Roubo ou Arrombamento de Veículos nos Últimos 05 Anos
Conhece alguém que foi vítima de roubos ou arrombamento de veículos nos últimos
cinco anos
Sim Não Belo Horizonte 62,7% 37,3%
RMBH 43,0% 57,0%
Governador Valadares 37,8% 62,2%
Juiz de Fora 39,5% 60,5%
Montes Claros 41,5% 58,5%
Patos de Minas 43,4% 56,6%
Poços de Caldas 43,7% 56,3%
Salinas 61,1% 38,9%
Uberlândia 52,1% 47,9%
Local de Origem
Municípios do interior 34,6% 65,4%
Total 46,1% 53,9%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Há de se chamar a atenção para o fato de que os resultados descritos nesse
capítulo não necessariamente apontam para uma maior ou menor incidência de
eventos de vitimização - tal incidência será apresenta no capítulo 6 desse relatório.
Longe disso, os resultados indicam o quanto os indivíduos tomaram conhecimento da
vitimização de alguém do seu círculo pessoal. Assim, não tanto como um medidor da
vitimização em si, a vitimização vicária é um medidor bem mais eficiente da percepção
que as pessoas tem da criminalidade, uma vez que é uma variável demasiadamente
contaminada pela tendência das pessoas a compartilhar com seus conhecidos a
ocorrência de eventos dessa natureza.
3.4. Vitimização na Vizinhança
Distinta da vitimização vicária, a vitimização na vizinhança nãos e remete a
eventos que tenham ocorrido com pessoas conhecidas, mas sim àqueles nas
proximidades de onde determinado indivíduo mora. Trata-se, então, não de uma
delimitação de ordem social, ou seja, da rede de pessoas próximas, mas sim de uma
demarcação geográfica.
28
Para a vitimização na vizinhança, se decidiu perguntar aos entrevistados sobre
roubos e assaltos a comércios. Assim como para a vitimização vicária, também parte-
se da hipótese de que a percepção de medo da criminalidade engloba não apenas os
eventos ocorridos com o próprio indivíduo, mas também aqueles que acontecem –
social ou geograficamente – próximo a ele.
Também com a vitimização na vizinhança, constata-se que para todo o estado
aproximadamente metade dos entrevistados declararam ter tido, nos últimos cinco
anos, conhecimento de roubos ou assaltos a comércios nas proximidades de casa. No
entanto, distinto da vitimização vicária, para esta variável em específico se observou
uma variação bem menor na proporção dessas ocorrências entre as várias regiões
pesquisadas. Enquanto em Patos de Minas 66,3% dos entrevistados tiveram
conhecimento de roubou ou assaltos à comércios ma vizinhança, nos municípios do
interior – novamente apresentando uma menor presença da criminalidade na vida de
seus moradores - essa proporção cai para 43,9%, o que corresponde a uma diferença
de 22,4%.
Tabela 27 – Distribuição dos Entrevistados por Afirmativa de Conhecer Comércios
Vítimas de Roubo ou Assaltos, na sua vizinhança, nos Últimos 05 Anos
Tem conhecimento da ocorrência de roubos ou assaltos a comércios nas proximidades de casa
nos últimos cinco anos
Sim Não Belo Horizonte 61,2% 38,8%
RMBH 53,5% 46,5%
Governador Valadares
49,7% 50,3%
Juiz de Fora 57,1% 42,9%
Montes Claros 63,7% 36,3%
Patos de Minas 66,3% 33,7%
Poços de Caldas 47,1% 52,9%
Salinas 50,0% 50,0%
Uberlândia 66,0% 34,0%
Local de Origem
Municípios do interior 43,9% 56,1%
Total 54,0% 46,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Foi também perguntado aos entrevistados se a ultima ocorrência desse roubo ou
assalto a comércio que ele ouviu falar tinha acontecido dentro dos últimos 12 meses.
Os resultados dessa outra variável, apresentados a seguir, mostram que para quase
29
todos os municípios, mais de três quartos das ocorrências lembradas dentro do período
de um ano. As exceções a essa regra são os municípios do interior e Patos de Minas.
O resultado dessa ultima cidade chama ainda mais atenção se analisado junto ao dá
tabela anterior, onde foi visto que é lá onde as pessoas mais se lembram de roubos e
assaltos a comércios nos últimos cinco anos.
Tabela 28– Distribuição dos Entrevistados por Afirmativa de Conhecer Comércios
Vítimas de Roubo ou Assaltos, na sua vizinhança, nos Últimos 12 Meses
Ultima ocorrência foi nos ultimos 12 meses? (roubo ou assalto a comércio) Sim Não
Belo Horizonte 86,3% 13,7%
RMBH 88,1% 11,9%
Governador Valadares 91,5% 8,5%
Juiz de Fora 89,7% 10,3%
Montes Claros 91,7% 8,3%
Patos de Minas 75,9% 24,1%
Poços de Caldas 64,1% 35,9%
Salinas 88,9% 11,1%
Uberlândia 93,9% 6,1%
Local de Origem
Municípios do interior 74,8% 25,2%
Total 84,4% 15,6%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.5. Assassinato ou Tentativa de Assassinato na Vizinhança
Dentre os eventos de criminalidade, os homicídios são talvez um dos que mais
chocam as pessoas que de alguma forma estão ligados a eles. Além disso, distinto de
outros crimes, os homicídios são ocorrências relativamente difíceis de esconder, o que
resulta que ele seja conhecido por mais pessoas e, dessa forma, acabe interferindo na
vida de mais indivíduos do que apenas aqueles que se tornaram vítimas.
Na Pesquisa de Medo 2009, observou-se que são muitas as cidades e regiões
do estado de Minas Gerais em que mais da metade das pessoas teve conhecimento de
algum evento de assassinato ou de tentativa de assassinato nas proximidades de casa.
Belo Horizonte, sua região metropolitana, Montes Claros, Governador Valadares e
Patos de Minas, todos tiveram menos da metade dos respondentes que declararam
não ter tido cognição de tal ocorrência.
30
Apesar de ter sido constatado que, de forma geral, um pouco menos da metade
(49,1%) dos entrevistados não teve contato com homicídios que ocorreram próximos a
sua residência, discrepâncias nesse padrão médio foram relativamente freqüentes.
Chama atenção dentre os resultados, por exemplo, o caso de Governador Valadares,
já que lá apenas 27,3%, quase um quarto da amostra consultada, que não teve
conhecimento de assassinato ou tentativa na vizinhança. Todo restante dos
entrevistados respondeu ou ter tido conhecimento de assassinato (35,7%), ou de
tentativa (9,1%) ou dos dois (28,0%).
No outro extremo, Salinas foi o local consultado em que menos pessoas tiveram
algum contato com assassinatos, resposta essa encontrada em 83,3% das pessoas
consultadas.
Outro fator relevante encontrado na tabela a seguir é a grande proximidade dos
resultados de Belo Horizonte e das cidades do interior. Não tanto com um indicador de
que essas duas unidades geográficas tenham a mesma quantidade, ou mesmo taxa de
homicídios, o que a pesquisa procurou avaliar foi, por outro lado, o quanto as pessoas
tiveram conhecimento desses eventos na vizinhança. Dessa forma, é possível que
mesmo que ajam menos homicídios nos municípios do interior do que em Belo
Horizonte, mais pessoas fiquem sabendo deles, e a percepção de proximidade da
residência (o que não necessariamente significa um bairro, ou uma rua), também seja
distinta.
Tabela 29 – Distribuição dos Entrevistados por ter Conhecimento de Assassinato
ou Tentativa de Assassinato nas Proximidades de Casa, nos Últimos 05 Anos
Tem conhecimento de assassinato ou tentativa de assassinato nas proximidades de casa
Sim, assassinato
Sim, tentativa de assassinato
Sim, assassinato e tentativa de assassinato Não
Belo Horizonte 40,7% 4,5% 7,3% 47,4% RMBH 45,6% 4,8% 5,2% 44,3% Governador Valadares 35,7% 9,1% 28,0% 27,3%
Juiz de Fora 29,8% 3,4% 4,6% 62,2% Montes Claros 32,1% 9,3% 11,4% 47,2% Patos de Minas 39,8% 13,3% 7,2% 39,8% Poços de Caldas 28,7% 1,1% 3,4% 66,7% Salinas 11,1% 5,6% 0,0% 83,3% Uberlândia 40,6% 2,4% 3,9% 53,0%
Local de Origem
Municípios do interior 35,6% 3,5% 8,8% 52,1%
Total 38,8% 4,5% 7,7% 49,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
31
3.6. Vitimização
As análises que veremos neste módulo discorrem sobre se o entrevistado já foi
vítima ou não de crimes como furto, roubo, agressão física, residência invadida,
tentativa de homicídio e agressão sexual e há quanto tempo o crime ocorreu. Além
disso, será esboçado alguns indicativos de como cada tipo de crime se distribui entre a
cidade de Belo Horizonte e nas demais regiões de Minas Gerais.
3.6.1. Furto
De forma geral, os dados indicam que aproximadamente um quarto da
população mineira foi, ao menos uma vez, vítima de furto, ou seja, foi levado algo dele
sem que ele tenha, no momento do ato, percebido a vitimização.
A distribuição dos dados por Local de Origem auxilia no maior detalhamento
dessas dados, indicando assim que são nas cidades do interior onde os habitantes são
menos vitimizados (17,8%). Quanto as cidades pólo consultadas, apesar de possuírem,
na média, menor proporção de entrevistados vítimas de furtos do que em Belo
Horizonte (32,1%), existem sim alguns municípios que se destacaram por terem tido
uma taxa de ocorrências desse tipo de crime superior ao da capital, como Governador
Valadares (35,7%), Juiz de Fora (33,6%) e Salinas (33,3%), todas elas com pelo
menos um terço da população furtada nos últimos cinco anos.
Tabela 30 – Proporção dos Entrevistados Vitimas de Furto nos Últimos 05 Anos
Vítima de furto
Sim Não Belo Horizonte 32,1% 67,9% RMBH 20,8% 79,2% Governador Valadares 35,7% 64,3% Juiz de Fora 33,6% 66,4% Montes Claros 23,4% 76,6% Patos de Minas 31,3% 68,7% Poços de Caldas 24,1% 75,9% Salinas 33,3% 66,7% Uberlândia 24,4% 75,6%
Local de Origem
Municípios do interior 17,8% 82,2% Total 24,6% 75,4%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
32
Na tabela a seguir, algo relevante a ser observado é que as Cidades do Interior
apresentam um percentual relativamente baixo de casos de furto alguma vez na vida,
no entanto, esse percentual torna-se expressivo quando se leva em consideração a
proporção dentre essas ocorrências ocorridas nos últimos doze meses. Caso
semelhante também ocorre com as Cidades Pólo que, embora não apresentarem os
maiores percentuais de respondentes vítimas de furto, são as que compõem o maior
proporção média de ocorrências nos últimos doze meses. É curioso então que, apesar
de ser uma das cidades com maior proporção de entrevistados vitimados, é em Belo
Horizonte que a proporção desses casos que ocorreram no último ano é menor.
Tabela 31 – Distribuição dos Entrevistados vítimas de Furtos em Relação há quantidade
de tempo desde a última ocorrência
FOI VITIMA HÁ QUANTO TEMPO
12 meses
Há mais de 12 meses
Belo Horizonte 37,2% 62,8%
RMBH 40,2% 59,8%
Governador Valadares
51,0% 49,0%
Juiz de Fora 47,5% 52,5%
Montes Claros 50,0% 50,0%
Patos de Minas 38,5% 61,5%
Poços de Caldas 33,3% 66,7%
Salinas 50,0% 50,0%
Uberlândia 45,7% 54,3%
Local de Origem
Municípios do interior 45,1% 54,9%
Total 41,8% 58,2%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.6.2. Roubo
Define-se como roubo toda ação com fins de usurpação de propriedade alheia
na qual se faz uso real ou presumido de força. É, dessa forma, algo distinto e um crime
com um potencial ofensivo bastante superior ao do furto, esse ultimo facilitado e mais
comum, dado a sua natureza oculta.
Os dados coletados reforçam que são os roubos crimes mais raros em
ocorrência do que os furtos, com apenas 14,7% de vitimas nos últimos cinco anos, para
todas as regiões consultas. Novamente, no entanto, explicita-se uma distribuição muito
assimétrica dentre a incidência deste tipo de vitimização nas várias regiões do estado.
33
Belo Horizonte, que havia sido identificada com uma das maiores taxas de furto,
tem com os roubos uma liderança relativamente isolada, com 23,4% da amostra vítima
ao menos uma vez. Seguido da capital do estado, e a única outra cidade a possuir
mais de um quinto da população vítima de furos, é Uberlândia, com 20,8% de
respostas afirmativas a questão posta na pesquisa.
Novamente também é constata uma menos vitimização nos municípios do
interior (6,1%), mas que é superada por Poços de Caldas e Salinas, com 5,7% e 5,8%
da população vítima de roubo, respectivamente.
Tabela 32 – Proporção dos Entrevistados Vitimas de Roubo nos Últimos 05 Anos
Vítima de Roubo
Sim Não Belo Horizonte 23,4% 76,6%
RMBH 15,8% 84,2%
Governador Valadares
18,9% 81,1%
Juiz de Fora 11,8% 88,2%
Montes Claros 11,4% 88,6%
Patos de Minas 12,0% 88,0%
Poços de Caldas 5,7% 94,3%
Salinas 5,6% 94,4%
Uberlândia 20,8% 79,2%
Local de Origem
Municípios do interior 6,1% 93,9%
Total 14,7% 85,3%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Quando perguntados sobre a proximidade cronológica das ocorrências de
roubos sofridas, mais de um quarto (27,9%) da população de entrevistados afirmou ter
ela ocorrido a menos de 12 meses. Não é assim uma proporção tão grande, em
específico se for levado em conta que, dentre as ocorrências de roubos ocorridas nos
últimos cinco anos, cada um desses anos seriam homogêneos em termos de
ocorrências de roubos se todos tivessem registrado exatamente 20% das ocorrências.
27,9% é um valor relativamente superior a 20%, mas se consideradas questões
relativas a memória humana, pode-se inferir, com um alto grau de imprecisão, que não
foi o ano anterior à pesquisa àquele em que mais roubos aconteceram, o que pode
assinalar à um decrescimento no número de ocorrências.
Casos determinantemente incompatíveis a essa dedução seriam o de algumas
das cidades pólo consultadas, como Montes Claros, Patos de Minas e Poços de
34
Caldas, todas com mais de 40% da população vítima de roubo a qual a última
ocorrência foi nos últimos 12 meses. Por outro lado, chama atenção o caso de Salinos,
onde nem mesmo um dos entrevistados declarou ter sido vítima nos últimos doze
meses, sendo todas as ocorrências demonstradas na tabela anterior - que já eram
poucos, com apenas 5,6% da população vitimada - ocorridas nos outros anos da última
metade de década.
Tabela 33 – Distribuição dos Entrevistados vítimas de Roubo em Relação há quantidade
de tempo desde a última ocorrência
FOI VITIMA HÁ QUANTO TEMPO
12 meses
Há mais de 12 meses
Belo Horizonte 28,2% 71,8%
RMBH 29,0% 71,0%
Governador Valadares
37,0% 63,0%
Juiz de Fora 28,6% 71,4%
Montes Claros 40,9% 59,1%
Patos de Minas 50,0% 50,0%
Poços de Caldas 40,0% 60,0%
Salinas 0,0% 100,0%
Uberlândia 26,1% 73,9%
Local de Origem
Municípios do interior 17,9% 82,1%
Total 27,9% 72,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.6.3. Agressão Física
De forma geral, a pesquisa realizada mostra que são raras, - sobretudo
comparada aos outros tipos de vitimização - as ocorrências de agressão física. Menos
de 10% da população já foi, alguma vez nos últimos cinco anos, vítima desse tipo de
ocorrência. Também distinta das outras vitimizações vistas até agora, a variação, em
termos absolutos, entre as distintas regiões do estado não foi diagnosticada como
demasiada grande, haja visto que a diferença entre a cidade com a maior proporção de
vitimados (Belo Horizonte, com 11,2%) e a menor (Patos de Minas, com 6,0%) é de
apenas 5,2 pontos percentuais. No entanto, tal conclusão a respeito da pequena
diferença não pode ser expandida para termos relativos, já que essa distancia, de
35
apenas 5,2%, corresponde a uma diferença de quase 2 vezes entre um município e
outro.
Também é observado um comportamento nos dados que contraria aqueles
vistos nos roubos e furtos. Salinas, cidade com a menor proporção de roubos, é a
segunda maior taxa de agressão física. Essa e outras discrepâncias podem ser talvez
explicadas pela distinta motivação entre esses dois tipos de crimes. Enquanto roubos e
furtos estão entre os chamados "crimes contra o patrimônio", ou seja, de motivação
estritamente material, a agressão física seria um crime contra a pessoa, de cunho mais
emocional e voltado ao dano "gratuito" (no sentido de não haver ganho em termos
financeiros) de outro.
Para as cidades pequenas, novamente essas se colocam dentre as mais
seguras também para essa vitimização, com 6,7% da população fisicamente agredida,
valor esse pouco maior do que Patos de Minas.
Tabela 34 – Proporção dos Entrevistados Vitimas de Agressão Física nos Últimos 05
Anos
Vítima de agressão física
Sim Não Belo Horizonte 11,2% 88,8%
RMBH 7,6% 92,4%
Governador Valadares
7,7% 92,3%
Juiz de Fora 7,1% 92,9%
Montes Claros 6,7% 93,3%
Patos de Minas 6,0% 94,0%
Poços de Caldas 9,2% 90,8%
Salinas 11,1% 88,9%
Uberlândia 7,8% 92,2%
Local de Origem
Municípios do interior
6,7% 93,3%
Total 8,3% 91,7%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Grande parte das ocorrências de agressão física ocorreram nós ultimo doze
meses (34,3%), como mostra a tabela a seguir. Quase todos os municípios
pesquisados, quando analisados de forma discriminado, se mantiveram próximos a
marca média do estado. No entanto, talvez fujam a essa afirmativa os dois municípios
localizados nos extremos dessa estatística. Montes Claros, com 46,2% (12,1% acima
36
da média) e, do outro lado, Salinas, com 0.0% (34,3% abaixo da média). É realçado,
dentre os resultados, que nenhuma das agressões físicas constatadas em Salinas
ocorreu nos últimos doze meses, sendo essas oriundas de outras datas mais antigas.
Tabela 35 – Distribuição dos Entrevistados vítimas de Agressão Física em Relação há
quantidade de tempo desde a última ocorrência
FOI VITIMA HÁ QUANTO TEMPO
12 meses
Há mais de 12 meses
Belo Horizonte 35,7% 64,3%
RMBH 33,3% 66,7%
Governador Valadares 36,4% 63,6%
Juiz de Fora 29,4% 70,6%
Montes Claros 46,2% 53,8%
Patos de Minas 40,0% 60,0%
Poços de Caldas 25,0% 75,0%
Salinas 0,0% 100,0%
Uberlândia 15,4% 84,6%
Local de Origem
Municípios do interior 37,9% 62,1%
Total 34,3% 65,7%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.6.4. Invasão de Residência
Analisados de forma agregada, os dados sugerem que 13,5% das residências
do estado invadidas ou arrombadas nos últimos cinco anos. Discriminados pelas
regiões do estado, esses mesmo dados revelam grandes descrepâncias e
comportamento distinto desse fenômeno a partir do espaço geográfico analisado.
Enquanto em Patos de Minas – o município com maior proporção de vítimas desse
evento - são 31,3% as residências invadidas ou arrombadas, nos municípios do interior
esse percentual cai quase quatro vezes (para 8,2%), alcançando a menor marca dentre
todas as localidades pesquisadas.
Belo Horizonte, apesar de se apresentar superior a média de todas as regiões,
com invasões e arrombamentos em 17,3% das residências, não chega a ter uma taxa
dessa criminalidade tão alta quanto outras cidades pólo, como Uberlândia (23,2%) e
Patos de Minas, já vista anteriormente.
37
Chama atenção também o caso da Região Metropolitana do estado, com o
segundo menor percentual (10,8%), menor do que todas as cidades pólo e superior
apenas à média dos municípios do interior.
Tabela 36 – Proporção dos Entrevistados Vitimas de Invasão ou arrombamento de
residência nos Últimos 05 Anos
Vítima de invasão ou arrombamento de
residência
Sim Não Belo Horizonte 17,3% 82,7%
RMBH 10,8% 89,2%
Governador Valadares
16,1% 83,9%
Juiz de Fora 14,7% 85,3%
Montes Claros 15,5% 84,5%
Patos de Minas 31,3% 68,7%
Poços de Caldas 14,9% 85,1%
Salinas 11,1% 88,9%
Uberlândia 23,2% 76,8%
Local de Origem
Municípios do interior 8,2% 91,8%
Total 13,5% 86,5%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Dentre as ocorrências exibidas na tabela anterior, 33,0% ocorreram nos últimos
doze meses, o que corresponde, em termos proporcionais, a uma em cada três
invasões e arrombamentos.
Novamente, no que diz respeito a distribuição cronológica dessa ocorrência
entre as regiões do estado, observa-se grande discrepância. Enquanto que nos
municípios de Montes Claros e Salinas mais da metade dos entrevistados sofreu essa
invasão ou arrombamento à residência nos últimos 12 meses, em outros locais como
Governador Valadares, Poços de Caldas e Uberlândia essa proporção é pelo menos
duas vezes menor, ou seja, inferior a 25,0%.
Além disso, destaca-se as Cidades do Interior que apresenta um baixo
percentual de entrevistados que tiveram a residência invadida, porém uma elevada
taxa de ocorrências nos últimos doze meses (45,2%).
38
Tabela 37 – Distribuição dos Entrevistados vítimas de Invasão a Residência em Relação
há quantidade de tempo desde a última ocorrência
FOI VITIMA HÁ QUANTO TEMPO
12 meses
Há mais de 12 meses
Belo Horizonte 29,3% 70,7%
RMBH 27,6% 72,4%
Governador Valadares
21,7% 78,3%
Juiz de Fora 42,9% 57,1%
Montes Claros 50,0% 50,0%
Patos de Minas 30,8% 69,2%
Poços de Caldas 23,1% 76,9%
Salinas 100,0% 0,0% Uberlândia 24,7% 75,3%
Local de Origem
Municípios do interior 45,2% 54,8%
Total 33,0% 67,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.6.5. Tentativa de Homicídio
Na metodologia de survey, enquanto um instrumento de consulta a uma
determinada população com fins descritivos e inferências, a mensuração de homicídios
é algo que fica prejudicado. Isso porque não é, pela própria natureza do ocorrido, se
consultar alguém que foi assassinado para perguntá-lo se esse foi ou não vítima desse
crime. Por bem que seus parentes e conhecidos provavelmente tiveram notícia do
ocorrido, seriam então eles passíveis de serem consultados. Ocorre, no entanto, que
essa consulta teria um risco muito alto de causar uma dupla contagem, de um mesmo
homicídio, caso dois entrevistados em separado declarassem ter sabido de uma
mesma vítima.
Logo, para o fim de mensuração da incidência de homicídios outras fontes são
mais recomendadas, com os dados da polícia ou os bancos de dados de morbidade
por causas externas da saúde.
As tentativas de homicídio, no entanto, se comportam de forma distinta, já que
sua vítima permanece viva, e, dessa forma, pode ser normalmente consulta. Os dados
coletados estão na tabela a seguir.
39
Ela nos mostra que, dentre todas as vitimizações analisadas até agora, as
tentativas de homicídio são, de longe, as mais incomuns, com apenas 2,0% dos
entrevistados que declararam ter sido vítimas
Salinas foi o município que mais se destacou dentre as regiões analisadas, com
5,6% da população consultada vítima de tentativa de homicídio, proporção essa muito
alta, em especial se comparada com a de Belo Horizonte, de apenas 2,6%, coma da
RMBH, de 1,9% e com a média de todo o estado, já apresentada anteriormente.
O comportamento da distribuição das tentativas de homicídios nas cidades polo
variou muito, não havendo assim um padrão dentre elas. Enaquanto municípios como
Montes Claros, Poços de Caldas e Patos de Minas, tiveram todos mais de 3% da sua
população vítima de tentativa de homicídio, outros como Uberlândia e Juiz de fora não
ultrapassaram a marco de 1,2%, chegando esse último a não ter nenhum caso
registrado.
Tabela 38 – Proporção dos Entrevistados Vitimas de Tentativa de Homicídio nos Últimos
05 Anos
Vítima de tentativa de homicídio
Sim Não Belo Horizonte 2,6% 97,4%
RMBH 1,9% 98,1%
Governador Valadares
2,8% 97,2%
Juiz de Fora 0,0% 100,0%
Montes Claros 3,1% 96,9%
Patos de Minas 3,6% 96,4%
Poços de Caldas 3,4% 96,6%
Salinas 5,6% 94,4%
Uberlândia 1,2% 98,8%
Local de Origem
Municípios do interior 1,6% 98,4%
Total 2,0% 98,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
De forma geral, 38,4% dos entrevistados que declararam ter sido vítima de
tentativa de homicídio assinalaram que a ultima ocorrência sofrida foi em tempo inferior
a doze meses. Montes Claros e Salinas se destacam nesse contexto, ambos com
menos de 17% das ocorrências no último ano, o que leva a conclusão de que as
tentativas de homicídios mensurados na tabela anterior ocorreram a mais tempo. No
outro extremo, Patos de Minas, Governador Valadares e Poços de Caldas tiveram mais
40
da metade das ultimas tentativas de homicídios registradas ocorridos a menos de 12
meses, o que indica que esse é ainda um problema bastante atual nessas regiões
Tabela 39 – Distribuição dos Entrevistados vítimas de Tentativa de Homicídio em
Relação há quantidade de tempo desde a última ocorrência
FOI VITIMA HÁ QUANTO TEMPO
12 meses
Há mais de 12 meses
Belo Horizonte 37,1% 62,9%
RMBH 31,6% 68,4%
Governador Valadares
50,0% 50,0%
Montes Claros 16,7% 83,3%
Patos de Minas 66,7% 33,3%
Poços de Caldas 66,7% 33,3%
Salinas ,0% 100,0%
Uberlândia 25,0% 75,0%
Local de Origem
Municípios do interior 45,8% 54,2%
Total 38,4% 61,6%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.6.6. Agressão Sexual
Ao observar a tabela a seguir, pode-se chegar a conclusão de que a agressão
sexual e um crime muito raro, com apenas 0,9% das entrevistados vitimizados em todo
estado. No entanto, tendo em vista as características desse tipo de crime, essa pode
ser uma conclusão demasiado precipitada. Ocorre que, por se tratar de um crime com
altíssimo potencial de constrangimento à vítima, as pessoas acabam por não o reportar
a polícia e, mesmo que o survey vise amenizar essa chamada “cifra negra”, para
crimes que, como a agressão sexual, causam enorme constrangimento, mesmo essa
metodologia pode não ser tão eficaz nesse sentido.
Logo, apesar de quase todos os municípios terem entre 0,0% e 1,5% da
população vítima de agressão sexual, nos últimos 5 anos, esses dados carecem de
confiabilidade suficiente para serem tratados enquanto um diagnóstico. Menos do que
isso, seriam eles apenas um patamar mínimo, referência para um problema bem maior
do que evidenciado por suas vítimas.
41
Tabela 40 – Proporção dos Entrevistados Vitimas de Agressão Sexual nos Últimos 05
Anos
Vítima de agressão sexual
Sim Não Belo Horizonte 0,9% 99,1%
RMBH 0,7% 99,3%
Governador Valadares
0,7% 99,3%
Juiz de Fora 0,8% 99,2%
Montes Claros 0,0% 100,0%
Patos de Minas 1,2% 98,8%
Poços de Caldas 1,1% 98,9%
Salinas 0,0% 100,0%
Uberlândia 1,5% 98,5%
Local de Origem
Municípios do interior 1,1% 98,9%
Total ,9% 99,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Como um todo em quase todos os municípios as ocorrências de agressão sexual
ocorreram a mais de doze meses, com apenas Belo Horizonte, a RMBH e os
municípios do interior que fugiram a esse padrão, mesmo que de forma não tão
acentuada.
Tabela 41 – Distribuição dos Entrevistados vítimas de Agressão Sexual em Relação há
quantidade de tempo desde a última ocorrência
FOI VITIMA HÁ QUANTO TEMPO
12 meses
Há mais de 12 meses
Belo Horizonte 30,0% 70,0%
RMBH 14,3% 85,7%
Governador Valadares
0,0% 100,0%
Juiz de Fora 0,0% 100,0%
Patos de Minas 0,0% 100,0%
Poços de Caldas 0,0% 100,0%
Uberlândia 0,0% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior 18,8% 81,3%
Total 16,3% 83,7%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
42
3.6.7. Roubo de Veículo e Contato com a Polícia
Por questões relativas à seguros, e ao alto valor do próprio objeto, os roubos de
veículos estão entre as vitimizações com maior proporção de notificação à polícia,
sendo essa uma modalidade com uma relativa baixa cifra negra.
Tendo em vista esse fator da natureza do roubo de veículos, se decidiu usá-lo
como um instrumento de mensuração do contato com a polícia das vítimas, a fim de
fazer um diagnóstico mais detalhado dessa relação. Logo, bem mais do que apenas
tabelas relativas a vitimização, a seguir também serão apresentadas informações sobre
o policiamento e sua atuação nessas ocorrências.
O roubo de veículos está entre os tipos de vitimização menos comuns dentre os
pesquisados. De forma agregada no estado, constatou-se que apenas 2,6% dos
entrevistados form vítimas de roubo dessa natureza. Entre as regiões, Uberlândia e
Belo Horizonte são as que se destacam por uma proporção bastante superior a todas
as outras localidades – 6,3% e 4,7% respectivamente - sendo essa ultima quase duas
vezes superior ao segundo colocada, Governador Valadares (2,8%). Dentre os com
menor proporção de vitimidos, se destacam Poços de Caldas e Salinas, ambos com
nenhum caso de roubo de veículo declarado pelos pesquisados.
Tabela 42 – Proporção dos Entrevistados Vitimas de Roubo de Veículos nos Últimos 05
Anos
FOI VITIMA DE ROUBO DE VEÍCULOS
Sim Não Belo Horizonte 4,7% 95,3%
RMBH 2,2% 97,8%
Governador Valadares 2,8% 97,2%
Juiz de Fora ,8% 99,2%
Montes Claros 1,0% 99,0%
Patos de Minas 1,2% 98,8%
Poços de Caldas 0,0% 100,0%
Salinas 0,0% 100,0%
Uberlândia 6,3% 93,7%
Local de Origem
Municípios do interior ,9% 99,1%
Total 2,6% 97,4%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
As tentativas de roubo de veículos, como mostra a tabela seguinte, se mostraram
significativamente superiores a dos eventos que foram realmente efetivados, com 3,2%
43
de entrevistados que sofreram tentativas contra 2,6% que foram roubados. Belo
Horizonte, assim como visto para os roubos efetivados, permanece na liderança, com
6,3% da população vitimada. Poços de Caldas e Salinas, que antes não tinham
nenhum entrevistado vitimado, agora já apresentam proporções significativas, com
2,3% e 5,6% respectivamente, sendo essa ultima região a que tem a segunda maior
proporção de vitimas do estado.
Para as tentativas, então, se destacam os municípios do interior, que tiveram
menos de 1,0% da população vitima de tentativa de roubo de veículo, a menor entre
todas as regiões pesquisadas.
Tabela 43 – Proporção dos Entrevistados Vitimas de Roubo de Veículos nos Últimos 05
Anos
Foi vítima de tentativa de roubo de veículo
Sim Não Belo Horizonte 6,3% 93,7%
RMBH 2,7% 97,3%
Governador Valadares 1,4% 98,6%
Juiz de Fora 2,9% 97,1%
Montes Claros 1,0% 99,0%
Patos de Minas 1,2% 98,8%
Poços de Caldas 2,3% 97,7%
Salinas 5,6% 94,4%
Uberlândia 5,4% 94,6%
Local de Origem
Municípios do interior ,8% 99,2%
Total 3,2% 96,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Quando perguntados sobre qual das polícias foi chamada no evento de roubo, ou
tentativa de roubo de veículos, os entrevistados tenderam a se distribuir entre
“nenhuma delas” (34,1%), e “A Polícia Militar”(57,6%), ficando a Polícia Civil (7,3%) e a
Guarda Municipal (1,0%), com uma participação expressivamente baixa, se não nula,
como foi o caso da Guarda Municipal em todos os municípios à exceção de
Governador Valadares.
Dessa forma, tende-se a constatar que são quase todos aquelas regiões que,
quando se sofre roubo de veículos, tende-se a chamar a Polícia Militar, chegando até
mesmo Salinas a ter todas as ocorrências comunicadas à PM.
44
No outro sentido, em Montes Claros e em Poços de Caldas nenhum dos
entrevistados declarou ter comunicado à polícia quando foi vítima de roubo de veículo,
proporção essa muito alta a de todos os outros municípios, que não ultrapassaram a
marca de 50% da amostra que escolheu essa opção de resposta.
Tabela 44 – Distribuição dos Entrevistados Segundo qual das Policias foi procurada no
evento de Roubo ou Tentativa de Roubo de Veículo
Qual das polícias foi procurado na ocorrência de roubo ou tentativa de roubo de veículo
Nenhuma A Polícia Militar
A Polícia Civil
(Delegacia de polícia)
A Guarda Municipal
Belo Horizonte 28,4% 63,3% 8,3% 0,0%
RMBH 43,8% 50,0% 6,3% 0,0%
Governador Valadares
0,0% 50,0% 0,0% 50,0%
Juiz de Fora 50,0% 50,0% 0,0% 0,0%
Montes Claros 100,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Patos de Minas 50,0% 50,0% 0,0% 0,0%
Poços de Caldas 100,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Salinas 0,0% 100,0% 0,0% 0,0%
Uberlândia 42,4% 51,5% 6,1% 0,0%
Local de Origem
Municípios do interior
26,7% 60,0% 13,3% 0,0%
Total 34,1% 57,6% 7,3% 1,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
45
A tabela a seguir mostra a distribuição do tempo de demora dos policiais, desde a
notificação do roubo de veículo, até o atendimento propriamente dito da vitima.
Constata-se que, apesar de haver uma demora superior a 10 minutos em 73,3% das
ocorrências, são relativamente raras aquelas notificações que demoram mais de uma
hora para serem atendidas, sendo essas restritas a 19,1% das vitimizações
diagnosticadas.
Em 61,1% das ocorrências, a polícia demora menos de 30 minutos para iniciar
seu atendimento. Essa proporção é muito semelhante ao da capital, com 57,2% de
atendimentos nesse tempo, da mesma forma que a Região Metropolitana, com 51,3%.
Tabela 45 – Distribuição dos Entrevistados Segundo tempo de demora para o
atendimento no evento de Roubo ou Tentativa de Roubo de Veículo
Quanto tempo levou o atendimento da polícia na ocorrência de roubo/ tentativa de roubo do veículo
Menos de 10 minutos
Entre 11 e 30 minutos
Entre 31 e uma hora
Entre uma e 12 horas
Entre 12 e 24 horas
Mais de 24
horas Belo Horizonte 29,9% 27,3% 20,8% 18,2% 3,9% 0,0%
RMBH 31,3% 25,0% 25,0% 18,8% 0,0% 0,0%
Governador Valadares
0,0% 25,0% 50,0% 25,0% 0,0% 0,0%
Juiz de Fora 50,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Patos de Minas 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 0,0%
Salinas 0,0% 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Uberlândia 31,6% 52,6% 10,5% 5,3% 0,0% 0,0%
Local de Origem
Municípios do interior
0,0% 63,6% 18,2% 9,1% 0,0% 9,1%
Total 26,7% 34,4% 19,8% 16,0% 2,3% ,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Em 87,2% das ocorrências de roubo de veículo, para todo o estado, os
entrevistados declararam, pela própria a percepção ter tido ciência de que os polícias
registraram devidamente a ocorrência. Ocorre, no entanto, que para 12,8% desses
eventos não houve registro qualquer, sendo esse não uma fato isolado, que ocorre
esporadicamente, mas um problema sistemático em mais de um em cada dez roubos
de veículos, inclusive em Belo Horizonte (11,1%).
A razão específica para esta falta de registro não foi constatada, mas cabe
colocar que ela varia muito de acordo com qual região é analisada. Governador Valares
46
foi a que mais apontou ausência de registro, que aconteceu em metade dos casos. Juiz
de Fora, a Região Metropolitana e as cidades do interior (vistas de forma agregada)
também se destacaram nesse sentido, com 33,3%, 18,8% e 18,2 cada uma.
Explicita-se então que, bem mais do que um erro de percepção da vítima, que
não viu, ou não ficou sabendo se o crime foi ou não registrados, existem distintas
polícias, em diferentes localidades que incorporaram em seu cotidiano de trabalho o
habito de registrar ou não as ocorrências as quais eles compareceram.
Tabela 46 – Distribuição dos Entrevistados Segundo Registro ou não da Polícia do
evento de Roubo ou Tentativa de Roubo de Veículo
A polícia registrou a ocorrência de roubou/ tentativa de roubo do veículo
Sim Não Belo Horizonte 88,9% 11,1%
RMBH 81,3% 18,8%
Governador Valadares
50,0% 50,0%
Juiz de Fora 66,7% 33,3%
Patos de Minas 100,0% 0,0%
Salinas 100,0% 0,0%
Uberlândia 94,7% 5,3%
Local de Origem
Municípios do interior
81,8% 18,2%
Total 87,2% 12,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
47
3.7. Percepção de Risco
A percepção de risco geralmente acontece quando o indivíduo está em um
ambiente estranho e desorientador, longe de seu território, dos objetos e figuras
conhecidas que lhe dão apoio. Em outras palavras, a percepção de risco é a tentativa
de transformar incertezas em estimativas de probabilidades que algo negativo ocorra,
mesmo que não haja nenhum indício objetivo de que alguma coisa iria ocorrer.
Em uma tentativa de mensurar essa percepção, foram colocadas os
entrevistados diferentes situações clássicas, a saber: “como você se sente ao andar
sozinho durante o dia em sua vizinhança” e “como você se sente ao caminhar sozinho
à noite em sua vizinhança”, além de questões que envolvem estas percepções
comparado-as aos últimos doze meses, por exemplo, “comparando hoje com os
últimos doze meses, como você se sente quando caminha sozinho pela sua vizinhança
a noite”.
Quando perguntados a respeito da percepção de segurança ao caminhar,
sozinho, durante o dia, 62% de todos os entrevistados do estado declarou se sentir
seguros, mas apenas 14,5% responderam se sentir muito seguros. Os pouco seguros
corresponderam 16% da amostra, ao passo que os inseguros, ou seja, aqueles
entrevistados que escolheram a menor de todas as opções de resposta, chegaram a
7,4%.
No entanto, a discriminação dos dados da tabela a seguir pelas diversas
localidades do estado apresenta discrepâncias muito significativas. Belo Horizonte e a
RMBH, apesar de não serem o mesmo espaço geográfico, apresentaram resultados
muito semelhantes, com variações inferiores a 1% entre as opções de resposta. Quase
todos os outros municípios, com exceção de Uberlândia, tiveram uma maior proporção
de pessoas muito seguras maior do que o da capital. Chamam atenção nesse aspecto
os municípios do interior, que tiveram a maior percepção de segurança, com mais de
um quarto da população segura para caminhar sozinho durante o dia.
Outro município que mostra possuir essa percepção com um comportamento
distinto é Governador Valadares. Apesar de possuir uma proporção de pessoas muito
seguras semelhante a média do estado (14,0%), é lá que existe a maior quantidade
relativa de pessoas que optaram por responder serem inseguros para sair sozinhos,
mesmo que durante o dia. Foi em Governador Valadares o único município que
ultrapassou os 20% nessa opção de resposta, o que corresponde a um quinto da
48
população. A título de comparação, vale colocar que o segundo município com maior
proporção de pessoas inseguras – Montes Claros, com 12,4% - tem essa proporção
quase duas vezes menor que a de Governador Valadares.
Tabela 47 – Distribuição dos Entrevistados Segundo Percepção de Segurança ao
Caminhar Sozinho durante o DIA
Percepção de segurança ao caminhar sozinho durante o DIA
Muito Seguro Seguro Pouco Seguro Inseguro Belo Horizonte 8,3% 63,0% 19,4% 9,1%
RMBH 7,5% 63,1% 20,2% 9,1%
Governador Valadares 14,0% 48,3% 16,8% 21,0%
Juiz de Fora 17,6% 58,0% 18,1% 6,3%
Montes Claros 8,8% 56,5% 22,3% 12,4%
Patos de Minas 12,0% 51,8% 25,3% 10,8%
Poços de Caldas 12,6% 69,0% 12,6% 5,7%
Salinas 16,7% 72,2% 11,1% 0,0%
Uberlândia 7,5% 64,2% 20,2% 8,1%
Local de Origem
Municípios do interior 26,4% 62,5% 7,9% 2,9%
Total 14,5% 62,0% 16,0% 7,4%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Quando perguntados a respeito dos mesmos fatores da questão anterior, com a
diferença apenas que ao invés de se tratar de caminhar sozinho de dia, se mensurou
essa mesma ação no período da noite, constatou-se, como era esperado, uma queda
drástica na segurança percebida dos entrevistados.
Apesar de ser ainda a maior, a proporção de pessoas que declararam se sentir
seguras caiu para quase a metade, de 62% para 34,9%, quando é levado em conta os
dados para todo o estado. Enquanto isso as percepções de pouca segurança e, mais
ainda, a de insegurança, aumentaram muito, alcançando as marcas de 26,5% e 30,5%
respectivamente. Somadas, a quantidade de pessoas que optaram por essas duas
opções de resposta correspondem a mais da metade de todos os consultados – mais
exatamente, 57% deles.
Curiosamente, as discrepâncias regionais encontradas na tabela anterior
apresentaram basicamente o mesmo comportamento, ou seja, os locais em que havia
maior número de pessoas inseguras permaneceram nessa colocação, da mesma forma
que aqueles com maior proporção de entrevistados seguros. Belo Horizonte e a Região
Metropolitana permaneceram com proporções semelhantes, tendendo a ser um pouco
49
mais inseguras do que a média estadual. Além disso, Governados Valadares, apesar
de já não ser tão isolado nessa posição, ainda se mostra com a maior quantidade
relativa de inseguros (44,1%), enquanto são os municípios do interior, dessa vez junto
também à Salinas, aqueles em que as pessoas mostraram se sentir mais seguros para
andar sozinhos durante a noite do que em qualquer outra localidade do estado
consultada.
Tabela 47 – Distribuição dos Entrevistados Segundo Percepção de Segurança ao
Caminhar Sozinho durante a NOITE
Percepção de segurança ao caminhar sozinho durante a NOITE
Muito Seguro Seguro Pouco Seguro Inseguro
Belo Horizonte 2,2% 26,7% 29,9% 40,1%
RMBH 3,6% 32,1% 26,4% 36,8%
Governador Valadares
7,0% 27,3% 21,0% 44,1%
Juiz de Fora 7,6% 32,4% 30,3% 29,4%
Montes Claros 3,6% 27,5% 28,5% 39,9%
Patos de Minas 7,2% 20,5% 28,9% 43,4%
Poços de Caldas 4,6% 39,1% 18,4% 37,9%
Salinas 16,7% 27,8% 38,9% 16,7%
Uberlândia 1,5% 28,3% 30,1% 38,6%
Local de Origem
Municípios do interior 15,0% 48,1% 22,6% 13,1%
Total 7,0% 34,9% 26,5% 30,5%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Quando perguntados a respeito da variação da percepção de segurança para
caminhar durante o dia, entre a data da pesquisa e os doze meses anteriores a ela,
aproximadamente metade dos entrevistados declarou ter essa não se alterado de
forma significativa. Ao mesmo tempo, dentre aqueles que perceberam alguma variação
na sua segurança, houveram mais aqueles que se vêem menos seguros (33,0%), do
que com maior segurança (14,8%), o que indica uma tendência média no sentido de
reduzir essa percepção e segurança.
Apesar de ser observada diferenças entre as diversas regiões pesquisada, essa
parece ser, de forma geral, demasiado pequena. Todos os municípios, independente
se foram colocados com maior ou menos percepção de segurança nas tabelas
anteriores, tiveram uma proporção maior de entrevistados que declaravam se sentir
menos seguros do que mais seguros em relação aos últimos doze meses.
50
A capital se destaca pela maior quantidade de entrevistados que se
responderam se sentir mais seguras agora do que anteriormente (19,0%). No outro
extremo, foi em Patos de Minas o local em que a maior proporção da amostra se sente
menos segura do que nos últimos meses, com mais da metade das respostas nesse
sentido (55,3%).
Tabela 48 – Distribuição dos Entrevistados Segundo Percepção de Segurança ao
Caminhar Sozinho durante o DIA, em comparação aos ÚLTIMOS 12 MESES
Percepção de segurança ao caminhar pela vizinhança durante o DIA hoje, em comparação com os últimos 12 meses
Mais Seguro Tão seguro quanto
antes Menos Seguro Belo Horizonte 19,0% 45,4% 35,5%
RMBH 15,0% 54,4% 30,3%
Governador Valadares 14,7% 34,3% 51,0%
Juiz de Fora 15,1% 49,6% 35,3%
Montes Claros 9,8% 44,0% 45,6%
Patos de Minas 12,0% 32,5% 55,4%
Poços de Caldas 17,2% 60,9% 21,8%
Salinas 5,6% 55,6% 38,9%
Uberlândia 13,3% 51,8% 34,9%
Local de Origem
Municípios do interior 12,1% 59,6% 27,8%
Total 14,8% 51,9% 33,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Sobre essa mesma percepção comparada, mas com relação ao período da
noite, foi observada, na média, maior piora na sensação de segurança do que a
constatada no período do dia (48,8% para noite contra 33,0% para o dia declararam se
sentir agora menos seguros do que a doze meses atrás.
Essa informação não necessariamente se remete ao fato de serem as noites
menos seguras, mas que eles perceberam uma piora efetiva nessa segurança com o
tempo, e que essa foi superior a constata para os dias.
Na tabela a seguir, bem como na anterior, as proporções entre as categorias de
respostas para os vários municípios permaneceu quase sempre a mesmas, com
pequenas variações percentuais entre uma e outra. Exceções a essa regra seria as
regiões de Salinas e Patos de Minas, que tenderam a ter uma percepção de piora na
sensação de segurança se comparado aos outros município.
51
Tabela 49 – Distribuição dos Entrevistados Segundo Percepção de Segurança ao
Caminhar Sozinho durante a NOITE, em comparação aos ÚLTIMOS 12 MESES
Percepção de segurança ao caminhar pela vizinhança durante a noite hoje, em comparação com os últimos 12 meses
Mais Seguro
Tão seguro quanto antes Menos Seguro
Belo Horizonte 13,2% 36,9% 48,6%
RMBH 10,6% 37,0% 51,2%
Governador Valadares 7,7% 33,6% 58,7%
Juiz de Fora 7,1% 40,8% 51,7%
Montes Claros 5,7% 25,4% 65,8%
Patos de Minas 7,2% 19,3% 73,5%
Poços de Caldas 13,8% 42,5% 41,4%
Salinas 0,0% 50,0% 50,0%
Uberlândia 8,7% 31,0% 58,1%
Local de Origem
Municípios do interior 9,6% 48,2% 40,9%
Total 10,4% 39,5% 48,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela abaixo explicita que, além de terem percebido piora na sua sensação
particular de segurança se comparado aos últimos doze meses, 52,9% dos
entrevistados observaram que a violência, na cidade onde eles moram, aumentou
nesse mesmo período. O resto dos respondentes se distribui entre aqueles que
acreditam que a violência permaneceu a mesma (31,8%) e o resto, aproximadamente
15% da amostra, percebeu uma diminuição na violência em sua cidade.
O crédulo predominante então, tendo em vista essa e as duas tabelas
anteriores, é de que a situação criminal em cada município da pesquisa teve piora
expressiva, o que acarretou numa maior percepção de risco geral. Essa, no entanto,
não foi uma opinião hegemônica, havendo quase sempre um grupo expressivo dentro
os entrevistados que percebeu uma constância nas condições de segurança e mesmo
aqueles que acreditam que ela diminui, apesar de esse segundo grupo ter sido menos
numeroso.
Analisando os dados por município, constata-se novamente que, apesar de
haver variações percentuais entre eles, em todos bem mais entrevistados declararam
ter a violência aumentado do que diminuído. Do agregado de regiões, duas se
destacam, mas por razões opostas. De um lado, em Patos de Minas são 95,2% dos
entrevistados que percebeu aumento na violência em seus municípios, opinião essa
quase que consensual nesse local. Oposto a Patos de Minas, os municípios do interior
52
são os únicos, dentre todos os outros, em que mais entrevistados acreditaram ter a
violência em suas cidades permanecido a mesma (43,5%) do que se comparado ao
grupo da amostra que acredita que ela aumentou (40,5%).
Tabela 50 – Distribuição dos Entrevistados Segundo de percepção da Violência na
cidade hoje, em comparação aos últimos 12 meses.
Percepção da Violência na cidade hoje, em comparação com os últimos 12 meses
Diminuiu Permaneceu a mesma Aumentou
Belo Horizonte 14,0% 28,1% 58,0%
RMBH 22,9% 31,9% 45,2%
Governador Valadares 12,6% 16,1% 71,3%
Juiz de Fora 6,4% 22,8% 70,7%
Montes Claros 7,6% 20,0% 72,4%
Patos de Minas 3,6% 1,2% 95,2%
Poços de Caldas 11,9% 30,3% 57,9%
Salinas 0,0% 38,9% 61,1%
Uberlândia 11,7% 20,5% 67,8%
Local de Origem
Municípios do interior 16,0% 43,5% 40,5%
Total 15,3% 31,8% 52,9%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.8. Sentimento de Medo
A primeira tabela a ser analisada apresenta a percepção dos indivíduos sobre a
freqüência com que estes deixam de sair de casa a noite, por medo da violência, a qual
foi descrita percentualmente de acordo com as regiões contempladas pela pesquisa.
Como se abstrai da tabela abaixo anexada, a Região Metropolitana de Belo
Horizonte e Patos de Minas representaram as localidades onde se observou a maior
freqüência da alternativa “sempre” como resposta dos entrevistados à questão em tela,
respectivamente, 29,3% e 28,9%.
Em sentido oposto, Salinas e Juiz de Fora se destacaram como as de menor
constância da utilização do “sempre” como resposta para essa questão, atingindo os
percentuais de 5,6% e 13,9%, respectivamente, como se observa ainda na tabela
supra colacionada.
53
No que tange a variável “freqüentemente” as regiões de Belo Horizonte (13, 9%)
e Montes Claros (11,9%) tiveram os índices mais elevados nesse padrão, enquanto
Patos de Minas (1,2%) e Poços de Caldas (2,3%) foram as que menos recorreram a
esta constante como resposta ao medo de sair de casa a noite.
Frente ainda à análise da tabela, a variável “às vezes” apareceu com grande
freqüência nas regiões de Montes Claros e Juiz de Fora, onde se observou os
percentuais de 30,6% e 24,4%, respectivamente. Já em Salinas, apenas 16,7% dos
respondentes recorreram a esta variável, seguida dos Municípios do Interior (com até
10 mil habitantes) onde o percentual atingido foi de 14,3%.
A variável “raramente” apresentou seu pico nas regiões de Belo Horizonte
(16,1%) e Uberlândia (13,3%), sendo pouco utilizada como resposta em Poços de
Caldas (1,1%) e Governador Valadares (7,0%).
A alternativa “nunca” apareceu sistematicamente como resposta em Salinas e
nos Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes), onde se observou o percentual
de 61,1% em ambas as regiões.
Em análise ainda a tabela, percebe-se que a única região que não teve como
maior freqüência de respostas a variável “nunca” foi Montes Claros, apresentado
majoritariamente como resposta a alternativa “às vezes” (30,6%).
Passando agora a uma análise sobre os padrões de cada localidade, Belo
Horizonte, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Governador Valadares, Patos de
Minas, Uberlândia e os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) apresentaram
o mesmo padrão de resposta, vez que estabelecem como majoritária a variável
“nunca”, e minoritária a “freqüentemente.
Já em Juiz de Fora e Poços de Caldas, a variável “nunca” foi a principal escolha
dos entrevistados, seguindo o padrão da maioria das regiões. Contudo, no que tange à
minoritária, observou-se a predominância de “raramente” em ambas as regiões.
Em Montes Claros a opção de maior freqüência empregada pelos entrevistados
foi “às vezes”, enquanto “freqüentemente” foi a menos utilizada como padrão de
resposta.
Por fim, em Salinas, as alternativas menos utilizadas pelos respondentes foram
“sempre” e “freqüentemente”, em iguais percentuais, enquanto a mais utilizada foi o
“nunca”.
Em padrões gerais, as alternativas “nunca” (40,8%) e “sempre” (20,1%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “às vezes” (19,3%) e
54
“raramente” (10,9%). Sendo a alternativa “freqüentemente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 8,9%.
Tabela 51 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que por
medo da violência, evita sair de casa à noite
Frequencia com que, por medo da violência, evita sair de casa à noite
Sem
pre
Frequente
mente
Às vezes
Raram
ente
Nunca
Total
Belo Horizonte 21,0% 13,9% 22,7% 16,1% 26,2% 100,0%
RMBH 29,3% 9,8% 17,8% 10,1% 32,9% 100,0%
Governador Valadares
23,8% 2,8% 20,3% 7,0% 46,2% 100,0%
Juiz de Fora 13,9% 10,9% 24,4% 10,1% 40,8% 100,0%
Montes Claros 19,2% 11,9% 30,6% 13,0% 25,4% 100,0%
Patos de Minas 28,9% 1,2% 21,7% 7,2% 41,0% 100,0%
Poços de Caldas 20,7% 2,3% 21,8% 1,1% 54,0% 100,0%
Salinas 5,6% 5,6% 16,7% 11,1% 61,1% 100,0%
Uberlândia 24,4% 8,1% 20,8% 13,3% 33,4% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
12,8% 4,6% 14,3% 7,2% 61,1% 100,0%
Total 20,1% 8,9% 19,3% 10,9% 40,8% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A segunda tabela aqui analisada aborda com que freqüência os entrevistados
evitam conversar ou atender pessoas estranhas por medo de violência. Novamente
apresentado como variáveis as respostas “sempre”, “freqüentemente”, “às vezes”,
“raramente” e “nunca”. As respostas foram percentualmente transcritas na tabela de
acordo com as regiões contempladas pela pesquisa.
Como se observa na tabela apartada, em análise à variável “sempre”, Patos de
Minas e Poços de Caldas foram as responsáveis pelos maiores percentuais dessa
alternativa, alcançado os patamares de 33,7% e 31,0% respectivamente, enquanto
Salinas (5,6%) e Montes Claros (17,6%) apresentaram os menores índices.
55
A variável “freqüentemente” apareceu com mais assiduidade nas regiões de
Governador Valadares e Belo Horizonte, representadas, nessa ordem, pelos
percentuais de 17,5% e 17,2%. Poços de Caldas teve o menor percentual, apenas
2,3% dos entrevistados recorreram a esta variável, seguida de Patos de Minas que
obteve 2,4%.
No que tange à utilização da resposta “às vezes”, as regiões de Salinas e
Montes Claros foram as responsáveis pelos maiores percentuais desta respostas,
alcançando respectivamente, 55,6% e 37,8%. Em sentido oposto, Poços de Caldas
(10,3%) e Governador Valadares (23,1%) apresentaram os menores índices de
utilização dessa variável como resposta.
A alternativa “raramente” apareceu majoritariamente em Salinas (16,7%) e
Montes Claros (15,0%), e minimamente em Patos de Minas e Poços de Caldas, onde
os percentuais atingidos foram, nesta ordem, de 2,4% e 5,7%.
Quanto à opção “nunca”, a região de Poços de Caldas foi a responsável por
abrigar o maior percentual desta variável, alcançando o índice de 50,6%, seguida dos
Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes), cujo percentual foi de 35,1% dos
respondentes.
Analisando agora região a região, em Belo Horizonte observou-se que a
alternativa “às vezes” foi predominante, sendo responsável por 27,1% das respostas,
enquanto “raramente” obteve os menores índices, com apenas 13,3%.
A Região Metropolitana de Belo Horizonte recorreu à opção “sempre” como a
resposta mais utilizada, enquanto “raramente” representou aquela cujo percentual foi
menor, apenas 8,5% dos entrevistados.
Em Governador Valadares a maioria dos entrevistados respondeu que “nunca”
evitam conversar ou atender pessoas estranhas por medo de violência (28,0%),
enquanto somente 11,2% responderam que “raramente” deixam de fazê-lo per receio
de violência.
Em Juiz de Fora o que se observou é que 28,6% dos entrevistados recorreram à
variável “às vezes” como padrão de resposta, enquanto 8,8%, menor percentual nesta
região, recorreu a “raramente” como alternativa.
Igualmente se percebe que em Montes Claros a opção “às vezes” foi utilizada
majoritariamente pelos respondentes (37,8%), enquanto “freqüentemente” abrangeu o
menor número de respostas na região (13,5%).
56
Em Patos de Minas a variável “sempre” foi a predominante com 33,7%,
enquanto “freqüentemente” e “raramente” atingiram os menores índices de resposta,
com iguais 2,4%.
Em Poços de Caldas a opção “nunca” foi a responsável por 50,6%, maioria dos
entrevistados, enquanto “freqüentemente” teve o menor padrão de resposta, sendo
apresentada por apenas 2,3%.
Em Salinas 55,6% dos entrevistados optaram por “às vezes” como resposta
principal, enquanto “sempre” e “freqüentemente” alcançaram os menores índices
(5,6%).
Na região de Uberlândia, assim como em Salinas, a variável “às vezes” foi a
mais utilizada (39,4%), e “raramente” foi a menos empregada pelos entrevistados
(8,4%).
Por último, os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) responderam
majoritariamente que a freqüência com que evitam conversar ou atender pessoas
estranhas é “nunca” (35,1%), sendo apenas 9,7% que escolheram “raramente”,
resposta menos utilizada na região.
Em padrões gerais, as alternativas “às vezes” (26,6%) e “nunca” (25,5%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “sempre” (24,6%) e
“freqüentemente” (12,9%). Sendo a alternativa “raramente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 10,4%.
57
Tabela 52 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que por
medo da violência, evita conversar ou atender pessoas estranhas
Frequencia com que, por medo da violência, evita conversar ou atender pessoas estranhas
Sempre
Frequentemente
Às vezes Raramente Nunca Total
Belo Horizonte 25,5% 17,2% 27,1% 13,3% 16,9% 100,0%
RMBH 28,5% 16,8% 23,2% 8,5% 23,1% 100,0%
Governador Valadares
20,3% 17,5% 23,1% 11,2% 28,0% 100,0%
Juiz de Fora 24,4% 12,6% 28,6% 8,8% 25,6% 100,0%
Montes Claros 17,6% 13,5% 37,8% 15,0% 16,1% 100,0%
Patos de Minas 33,7% 2,4% 32,5% 2,4% 28,9% 100,0%
Poços de Caldas 31,0% 2,3% 10,3% 5,7% 50,6% 100,0%
Salinas 5,6% 5,6% 55,6% 16,7% 16,7% 100,0%
Uberlândia 28,0% 12,7% 30,4% 8,4% 20,5% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
21,2% 7,5% 26,5% 9,7% 35,1% 100,0%
Total 24,6% 12,9% 26,6% 10,4% 25,5% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A terceira tabela aqui analisada aborda com que freqüência os entrevistados
evitam ir a locais da cidade que gostariam ou precisariam ir por medo da violência.
Novamente apresentado como variáveis as respostas “sempre”, “freqüentemente”, “às
vezes”, “raramente” e “nunca”. Sendo os percentuais apresentados referentes às
regiões contempladas pela pesquisa.
A primeira variável a ser apresentada corresponde à opção “sempre”.
Observando a tabela colacionada, percebeu-se que Uberlândia representa a região
onde a alternativa obteve maior incidência (13,0%), acompanhada de Governador
Valadares e Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o percentual foi de 12,6%
em ambas as localidades. Salinas e Poços de Caldas representaram respectivamente
as localidades com menor incidência, 0,0% e 6,9%.
58
Em seqüência, “freqüentemente” apareceu majoritariamente em Belo Horizonte
(10,7%) e Montes Claros (9,3%), enquanto Salinas (0,0%) e Patos de Minas (1,2%)
representaram as regiões onde os entrevistados menos utilizaram desta alternativa.
“Às vezes”, terceira alternativa destacada na tabela supra colacionada,
apresentou maior incidência nas regiões de Patos de Minas (28,9%) e Salinas (27,8%),
enquanto foi minimamente utilizada como opção principal em Poços de Caldas (8,0%)
e nos Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes), registrando apenas 13,9%.
A variável “raramente” apareceu sobretudo nas regiões de Belo Horizonte e
Montes Claros, representadas, nessa ordem, pelos percentuais de 16,0% e 13,5%.
Salinas e os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) tiveram os menores
percentuais, apenas 5,6% dos entrevistados.
A variável “nunca”, que de maneira geral obteve o maior percentual de
respostas, teve o seu ápice em Poços de Caldas com 72,4%, seguida dos Municípios
do Interior (com até 10 mil habitantes) 67,6%. As localidades onde se observou menor
aplicação desta variável foram Belo Horizonte (38,5%) e Montes Claros (41,5%)
Passando agora para uma análise sobre os padrões de cada região, Belo
Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Poços de Caldas, Uberlândia
e os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) apresentaram o mesmo padrão
de resposta, vez que apresentaram como majoritária a variável “nunca”, e minoritária a
“freqüentemente”.
Já a Região Metropolitana de Belo Horizonte e Governador Valadares
igualmente seguram o padrão da variável “nunca” como a principal escolha dos
entrevistados. Contudo, no que tangia à minoritária, “raramente” foi apresentada como
a menos escolhida nas regiões.
Por fim, tal como se aparta da tabela anexada com os destaques, em Salinas a
maioria dos entrevistados responderam “nunca” à pergunta em questão, enquanto a
minoria dividiu-se entre as alternativas “sempre” e “freqüentemente” em iguais
proporções (0,0%).
Em padrões gerais, as alternativas “nunca” (52,2%) e “às vezes” (19,8%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “sempre” (10,7%) e
“raramente” (9,8%). Sendo a alternativa “freqüentemente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 7,4%.
59
Tabela 53 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que por
medo da violência, deixa de ir a locais da cidade que gostaria ou precisaria ir
Freqüência com que, por medo da violência, deixa de ir a locais da cidade que gostaria ou precisaria
ir
Sem
pre
Frequent
emente
Às vezes
Raram
ente
Nunca
Total
Belo Horizonte 11,3% 10,7% 23,4% 16,0% 38,5% 100,0%
RMBH 12,6% 9,1% 20,6% 8,6% 49,1% 100,0%
Governador Valadares 12,6% 8,4% 22,4% 7,7% 49,0% 100,0%
Juiz de Fora 11,3% 3,8% 22,7% 10,9% 51,3% 100,0%
Montes Claros 10,4% 9,3% 25,4% 13,5% 41,5% 100,0%
Patos de Minas 9,6% 1,2% 28,9% 6,0% 54,2% 100,0%
Poços de Caldas 6,9% 5,7% 8,0% 6,9% 72,4% 100,0%
Salinas 27,8% 5,6% 66,7% 100,0%
Uberlândia 13,0% 6,9% 24,1% 7,2% 48,8% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 8,6% 4,2% 13,9% 5,6% 67,6% 100,0%
Total 10,7% 7,4% 19,8% 9,8% 52,2% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A quarta tabela observada versa sobre a freqüência com que os entrevistados
evitam usar o transporte coletivo que gostariam ou precisariam utilizar por medo da
violência. Novamente apresentado como variáveis as respostas “sempre”,
“freqüentemente”, “às vezes”, “raramente” e “nunca”. Sendo os percentuais
apresentados referentes às regiões contempladas pela pesquisa. Em destaque a tabela
a ser analisada.
A variável “sempre” apresentou maior incidência nas regiões de Governador
Valadares (9,8%) e Região Metropolitana de Belo Horizonte (6,4%). As localidades com
menor incidência desta opção como resposta foram Salinas (0,0%) e Juiz de Fora
(1,3%).
60
A alternativa “freqüentemente” apresentou também uma baixa taxa de escolha,
tendo maior ênfase nas Regiões Metropolitana de Belo Horizonte (3,9%) e em Belo
Horizonte (3,4%). Dentre as localidades que os entrevistados menos optaram pela
mesma, encontram-se Salinas (0,0%) e Poços de Caldas (1,1%).
Como se observou ainda em análise a tabela acima colacionada, a opção “às
vezes” teve picos em Belo Horizonte e Uberlândia, com percentuais de 13,2% e 12,7%,
respectivamente. Já Salinas e os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes)
apresentaram a menor incidência dessa alternativa, com 0,0% e 5,0%.
No que tange à variável “raramente”, percebeu-se ainda uma restrita gama de
entrevistados que optaram por este padrão de resposta, onde se destacaram as
regiões de Belo Horizonte (18,1%) e Montes Claros (10,9%), e, em sentido oposto,
Salinas (0,0%) e Poços de Caldas (3,4%).
A variável “nunca”, que em termos gerais obteve maior percentual, apareceu
principalmente em Salinas (100%) e em Poços de Caldas (86,2%), com menor
expressão em Belo Horizonte (60,6%) e Montes Claros (68,8%).
Observando agora os padrões de resposta por regiões, percebeu-se que em
Belo Horizonte, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Governador Valadares,
Montes Claros, Poços de Caldas, Uberlândia e os Municípios do Interior (com até 10
mil habitantes) apresentavam o mesmo padrão de resposta, vez que estabeleciam
como majoritária a variável “nunca”, e minoritária a “freqüentemente”.
Já o padrão observado em Juiz de Fora foi o de estabelecer como menor
percentual a variável “sempre”, enquanto em Patos de Minas as variáveis “sempre” e
“freqüentemente” foram igualmente apontadas como minoritárias. Seguindo o padrão
das demais regiões, a opção “nunca” foi majoritariamente também apontada nessas
regiões.
Em Salinas observou-se que 100% dos entrevistados responderam utilizando à
alternativa “nunca”.
Por fim, em termos gerais, as alternativas “nunca” (74,0%) e “às vezes” (9,5%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “raramente” (9,1%) e
“sempre” (4,5%). Sendo a alternativa “freqüentemente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 2,9%.
61
Tabela 54 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que por
medo da violência, evita usar algum transporte coletivo que gostaria ou precisaria usar
Freqüência com que, por medo da violência, evita usar algum transporte coletivo que
gostaria ou precisaria usar
Sempre
Frequentemente
Às vezes Raramente Nunca Total
Belo Horizonte 4,7% 3,4% 13,2% 18,1% 60,6% 100,0%
RMBH 6,4% 3,9% 10,5% 6,6% 72,6% 100,0%
Governador Valadares 9,8% 2,8% 8,4% 3,5% 75,5% 100,0%
Juiz de Fora 1,3% 3,4% 8,0% 6,3% 81,1% 100,0%
Montes Claros 4,7% 2,6% 12,0% 10,9% 69,8% 100,0%
Patos de Minas 2,5% 2,5% 9,9% 4,9% 80,2% 100,0%
Poços de Caldas 2,3% 1,1% 6,9% 3,4% 86,2% 100,0%
Salinas 100,0% 100,0%
Uberlândia 5,7% 1,5% 12,7% 5,1% 75,0% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
3,0% 2,1% 5,0% 4,8% 85,1% 100,0%
Total 4,5% 2,9% 9,5% 9,1% 74,0% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A quinta tabela a ser analisa apresenta a percepção dos indivíduos sobre a
freqüência com que estes mudam o caminho entre a casa e o tralho e/ou escola e/ou
lazer, por medo da violência. Sendo os percentuais apresentados referentes às regiões
contempladas pela pesquisa.
Conforme se aparta da tabela acima anexada, as regiões de Governador
Valadares, Montes Claros e Uberlândia foram destaque na utilização da variável
“sempre”, apresentando os percentuais de 13,3% na primeira localidade e 11,4% nas
duas seguintes. Com os menores índices referentes a este padrão de resposta,
encontram-se os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes), cujo percentual foi
de 4,5%, Juiz de Fora e Poços de Caldas, que igualmente foram representados por
4,6%.
62
Ainda em análise a tabela, a variável “freqüentemente” teve maior incidência em
Uberlândia (6,9%) e em Belo Horizonte (6,0%), e menor em Salinas (0,0%) e Patos de
Minas, aonde alcançou o índice de 2,4%.
No que tange à utilização da opção “às vezes”, Patos de Minas e Belo Horizonte
foram os responsáveis por apresentar a maior utilização desse padrão de resposta,
com os percentuais de 24,1% e 17,8%. Já os Municípios do Interior (com até 10 mil
habitantes) e a região de Salinas apresentaram os menores índices, com 8,6% e
11,1%, respectivamente.
“Raramente” foi observada com maior freqüência em Belo Horizonte (15,3%) e
em Montes Claros (9,3%), sendo ainda pouco utilizada como resposta nas regiões de
Poços de Caldas (0,0%) e Patos de Minas (1,2%).
A variável “nunca” apareceu principalmente nos Municípios do Interior (com até
10 mil habitantes) com percentual de 79,9%, seguidos de Salinas (77,8%). Belo
Horizonte (50,8%) e Patos de Minas (57,8%) foram as regiões com menor incidência
dessa resposta.
Passando agora para uma análise sobre os padrões de cada região, Belo
Horizonte, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros,
Salinas e os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) apresentaram o mesmo
padrão de resposta, vez que estabeleceram como majoritária a variável “nunca”, e
minoritária a “freqüentemente”.
Já Governador Valadares, Patos de Minas, Uberlândia e Poços de Caldas,
igualmente seguiram o padrão da variável “nunca” como a principal escolha dos
entrevistados. Contudo, no que tange à minoritária, “raramente” foi apresentada como a
menos escolhida nas regiões.
Em padrões gerais, as alternativas “nunca” (66,0%) e “às vezes” (13,7%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “sempre” (8,2%) e
“raramente” (7,4%). Sendo a alternativa “freqüentemente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 4,6%.
63
Tabela 55 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que por
medo da violência, muda o caminho entre a casa e o trabalho e/ou escola e/ou lazer
Frequencia com que, por medo da violência, muda o caminho entre a casa e o trabalho e/ou escola e/ou
lazer
Sempre Frequentemente
Às vezes Raramente Nunca Total
Belo Horizonte 10,1% 6,0% 17,8% 15,3% 50,8% 100,0%
RMBH 9,7% 5,1% 14,1% 5,6% 65,6% 100,0%
Governador Valadares 13,3% 5,6% 16,1% 2,8% 62,2% 100,0%
Juiz de Fora 4,6% 3,4% 12,2% 4,6% 75,2% 100,0%
Montes Claros 11,4% 3,6% 12,4% 9,3% 63,2% 100,0%
Patos de Minas 14,5% 2,4% 24,1% 1,2% 57,8% 100,0%
Poços de Caldas 4,6% 3,4% 18,4% 73,6% 100,0%
Salinas 5,6% 11,1% 5,6% 77,8% 100,0%
Uberlândia 11,4% 6,9% 16,0% 3,0% 62,7% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
4,5% 3,0% 8,6% 4,0% 79,9% 100,0%
Total 8,2% 4,6% 13,7% 7,4% 66,0% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A próxima tabela a ser analisada apresenta a percepção dos indivíduos sobre a
freqüência com que estes evitam sair de casa portando muito dinheiro ou objetos de
valor por medo da violência.Sendo os percentuais apresentados referentes às regiões
contempladas pela pesquisa.
Como se abstrai da tabela a seguir, Patos de Minas e Belo Horizonte foram as
regiões onde se observou a maior freqüência da variável “sempre”, com os percentuais
de 62,7% e 28,9%.
Em sentido oposto, os Municípios de Interior (com até 10 mil habitantes) e
Montes Claros se destacaram como os de menor freqüência da utilização do “sempre”
como resposta para essa questão, atingindo os percentuais de 22,8% e 34,0%, como
se observa ainda na tabela supra colacionado.
64
No que tange a variável “freqüentemente”, esta teve maior incidência em Montes
Claros (22,0%) e na região Metropolitana de Belo Horizonte (20,3%), e menor em
Poços de Caldas, com apenas 1,1% e em Patos de Minas, aonde alcançou o índice de
4,8%.
Como se observa ainda em análise a tabela a opção “às vezes” teve picos em
Governador Valadares e Juiz de Fora, com percentuais de 19,6% e 18,9%,
respectivamente, enquanto Poços de Caldas (8,0%) e Belo Horizonte (8,4%) obtiveram
os menores resultados frente a esta alternativa de resposta.
A variável “raramente” foi observada com maior freqüência em Montes Claros
(9,9%) e em Governador Valadares (8,4%), sendo ainda pouco utilizada como resposta
nas regiões de Salinas (0%) e Poços de Caldas (2,3%).
A alternativa “nunca” apareceu como resposta principalmente nos Municípios do
Interior (com até 10 mil habitantes) e em Salinas, onde se observou o percentual de
46,3% e 44,4%. Já Belo Horizonte (9,3%) e Uberlândia (13,0%) tiveram os menores
percentuais dessa alternativa.
Passando agora a uma análise sobre os padrões de cada região, Belo
Horizonte, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Governador Valadares, Juiz de
Fora, Montes Claros e Patos de Minas apresentaram o mesmo padrão de resposta, vez
que estabeleceram como majoritária a variável “sempre”, e minoritária a “raramente”.
A região de Poços de Caldas apresentou maior incidência da variável “sempre”
enquanto em Salinas se observou o apogeu da opção “nunca”. Na primeira região
“freqüentemente” foi utilizada minimamente pelos respondentes, enquanto na segunda
“raramente” obteve os menores índices.
Uberlândia seguiu o padrão da maioria das regiões, apresentando o “sempre”
como a variável mais utilizada pelos entrevistados, enquanto nos Municípios do Interior
(com até 10 mil habitantes) a alternativa “nunca” foi a de maior destaque. No que tange
a menos utilizada nessas regiões, a variável “raramente” obteve os menores índices.
Em padrões gerais, as alternativas “sempre” (43,4%) e “nunca” (23,8%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “freqüentemente”
(14,3%) e “às vezes” (12,5%). Sendo a alternativa “raramente” a resposta menos
utilizada pelos respondentes, com percentual de 6,0%.
Tabela 56 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que por
medo da violência, evita sair de casa portando muito dinheiro e objetos de valor
65
Frequencia com que, por medo da violência, evita sair de casa portando muito dinheiro e objetos de
valor
Sempre Frequentemente
Às vezes Raramente Nunca Total
Belo Horizonte
57,2% 18,6% 8,4% 6,5% 9,3% 100,0%
RMBH 52,6% 20,3% 10,9% 3,8% 12,2% 100,0%
Governador Valadares 35,7% 11,2% 19,6% 8,4% 25,2% 100,0%
Juiz de Fora
44,5% 10,9% 18,9% 2,9% 22,7% 100,0%
Montes Claros
34,0% 22,0% 14,1% 9,9% 19,9% 100,0%
Patos de Minas
62,7% 4,8% 12,0% 2,4% 18,1% 100,0%
Poços de Caldas
48,3% 1,1% 8,0% 2,3% 40,2% 100,0%
Salinas 38,9% 5,6% 11,1% 44,4% 100,0%
Uberlândia 56,0% 13,0% 12,0% 6,0% 13,0% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
22,8% 8,1% 15,8% 7,0% 46,3% 100,0%
Total 43,4% 14,3% 12,5% 6,0% 23,8% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A sétima tabela em análise apresenta a percepção dos indivíduos sobre a
freqüência com que estes, por medo da violência, evitam freqüentar locais e eventos
com grande concentração de pessoas. Sendo os percentuais apresentados referentes
às regiões contempladas pela pesquisa.
Nas regiões de Patos de Minas e Região Metropolitana de Belo Horizonte, a
opção “sempre” foi escolhida por grande parte dos entrevistados, 38,6% e 35,6%,
enquanto em Salinas e nos Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) foram
alcançados os patamares, de 5,6% e 20,8%, representando estes os menores
percentuais para esta categoria de resposta.
A variável “freqüentemente” foi utilizada principalmente em Montes Claros
(19,5%) e Uberlândia (18,1%), e menos empregada em Patos de Minas (3,6%) e
Salinas (5,6%).
“Às vezes” obteve maior freqüência em Montes Claros, onde a porcentagem foi
de 22,6% dos entrevistados, e Belo Horizonte, com 20,6%. Em sentido oposto, Poços
66
de Caldas e Salinas representaram a menor utilização dessa variável, com,
respectivamente 10,3% e 11,1%.
No que tange à alternativa “raramente”, o seu pico foi em Salinas, com 11.1%,
seguida de Belo Horizonte com 10,6%. Seus menores percentuais foram em Poços de
Caldas (2,3%) e em Patos de Minas (2,4%).
A opção “nunca”, que foi utilizada amplamente em algumas regiões, tal como se
observa em análise à tabela colacionada, alcançando a maior freqüência em Salinas e
Poços de Caldas, cujos índices foram de 66,7% e 51,7%. Montes Claros e Belo
Horizonte foram as regiões onde se percebeu a menor utilização desse padrão de
respostas, com apenas 22,6% e 23,6%.
Passando agora a uma análise sobre os padrões de cada região, Belo
Horizonte, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Montes Claros
apresentaram o mesmo padrão de resposta, vez que estabeleceram como majoritária a
variável “sempre”, e minoritária a “raramente”.
As regiões de Governador Valadares, Poços de Caldas, Uberlândia e os
Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) apresentaram maior incidência da
variável “nunca”, enquanto “raramente” foi igualmente utilizada minimamente pelos
respondentes.
Em Patos de Minas as variável “sempre” e “nunca” foram as mais utilizadas
pelos entrevistados. No que tange a menos empregada, a variável “raramente” obteve
os menores índices, assim como na maioria das demais regiões.
Em Salinas, a opção “nunca” foi a de maior incidência, enquanto “sempre” e
“freqüentemente” foram igualmente menos utilizadas na região.
67
Em padrões gerais, as alternativas “nunca” (33,4%) e “sempre” (28,8%)
representaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “às vezes” (17,4%) e
“freqüentemente” (12,8%). Sendo a alternativa “raramente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 7,6%.
Tabela 57 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que por
medo da violência, evita frequentar locais e eventos com grande concentração de
pessoas
Frequencia com que, por medo da violência, evita
frequentar locais e eventos com grande concentração de pessoas
Sempre Frequentemente
Às vezes Raramente Nunca Total
Belo Horizonte
32,4% 12,8% 20,6% 10,6% 23,6% 100,0%
RMBH 35,6% 17,4% 13,7% 6,5% 26,8% 100,0%
Governador Valadares 27,5% 16,2% 19,0% 4,2% 33,1% 100,0%
Juiz de Fora
34,9% 10,1% 19,3% 3,4% 32,4% 100,0%
Montes Claros
25,3% 19,5% 22,6% 10,0% 22,6% 100,0%
Patos de Minas
38,6% 3,6% 16,9% 2,4% 38,6% 100,0%
Poços de Caldas
27,6% 8,0% 10,3% 2,3% 51,7% 100,0%
Salinas 5,6% 5,6% 11,1% 11,1% 66,7% 100,0%
Uberlândia 28,6% 18,1% 14,2% 10,2% 28,9% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
20,8% 8,8% 17,1% 6,1% 47,3% 100,0%
Total 28,8% 12,8% 17,4% 7,6% 33,4% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A próxima tabela em análise apresenta a percepção dos indivíduos sobre a
freqüência com que estes, por medo da violência, evitam sair e voltar sozinhos para
casa. Sendo os percentuais apresentados referentes às regiões contempladas pela
pesquisa.
68
Conforme se aparta da tabela colacionada, as regiões de Poços de Caldas e
Patos de Minas foram destaques na utilização da variável “sempre”, apresentando os
percentuais de 35,6% na primeira localidade e 34,9% na seguinte. Com os menores
índices referentes a este padrão de resposta, observou-se a região de Salinas, cujo
percentual foi de 5,6%, seguida dos Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes),
que foram representados por 4,6%.
A alternativa de resposta “freqüentemente” teve seu apogeu em Governador
Valadares com 14,0%, seguida da Região Metropolitana de Belo Horizonte e
Uberlândia que igualmente foram representadas com 12,0%. Com os menores
percentuais, destacaram-se Salinas (0,0%) e Poços de Caldas (3,4%).
“Às vezes” apareceu assiduamente em Montes Claros (24,9%) e em Salinas
(22,2%). E, em menor freqüência, nas regiões de Governador Valadares (10,5%) e
Poços de Caldas (11,5%).
Quanto à alternativa “raramente”, o seu pico foi em Belo Horizonte, com 15,2%,
seguida de Montes Claros com 9,8%. Seus menores percentuais foram em Salinas
(0,0%) e Poços de Caldas (1,1%).
A variável “nunca” apareceu principalmente em Salinas com percentual de
72,2%, seguida dos Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) (57,0%). Belo
Horizonte (28,5%) e Patos de Minas (36,1%) foram as regiões com menor incidência
dessa resposta.
Passando agora a uma análise sobre os padrões de cada localidade, a Região
Metropolitana de Belo Horizonte, Governador Valadares, Juiz de Fora, Montes Claros,
Poços de Caldas e os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) apresentaram
o mesmo padrão de resposta, vez que estabeleceram como majoritária a variável
“nunca”, e minoritária a “raramente”.
Já em Belo Horizonte e Uberlândia, a variável “sempre” foi a principal escolha
dos entrevistados. Contudo, no que tange à minoritária, na primeira região observou-se
a predominância de “frequentemente”, enquanto a segunda seguiu o padrão da maioria
das regiões com a opção “raramente”.
Em Patos de Minas observou-se que a alternativa menos utilizada pelos
respondentes, assim como em Belo Horizonte, foi a “freqüentemente”, enquanto a mais
utilizada foi o “nunca”.
Por fim, em Salinas, a alternativa predominante foi o “nunca”, e aquelas menos
empregadas pelos entrevistados foram “freqüentemente” e “raramente”, que igualmente
atingiram 0,0%.
69
Em padrões gerais, as alternativas “nunca” (41,0%) e “sempre” (25,7%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “às vezes” (15,2%) e
“freqüentemente” (9,4%). Sendo a alternativa “raramente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 8,7%.
Tabela 58 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que
por medo da violência, evita sair e voltar sozinho para casa
Frequencia com que, por medo da violência, evita sair e voltar sozinho para casa
Sempre Frequentemente
Às vezes Raramente Nunca Total
Belo Horizonte
29,0% 10,7% 16,7% 15,2% 28,5% 100,0%
RMBH 30,6% 12,0% 12,9% 7,4% 37,0% 100,0%
Governador Valadares 30,1% 14,0% 10,5% 7,0% 38,5% 100,0%
Juiz de Fora
24,4% 8,4% 21,4% 4,2% 41,6% 100,0%
Montes Claros
18,7% 10,4% 24,9% 9,8% 36,3% 100,0%
Patos de Minas
34,9% 6,0% 15,7% 7,2% 36,1% 100,0%
Poços de Caldas
35,6% 3,4% 11,5% 1,1% 48,3% 100,0%
Salinas 5,6% 22,2% 72,2% 100,0%
Uberlândia 31,9% 12,0% 15,4% 8,7% 31,9% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
18,1% 6,3% 13,7% 5,0% 57,0% 100,0%
Total 25,7% 9,4% 15,2% 8,7% 41,0% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
70
A nona tabela em análise apresenta a percepção dos indivíduos sobre a
freqüência com que estes, por medo da violência, evitam conviver com vizinhos. Sendo
os percentuais apresentados referentes às regiões contempladas pela pesquisa.
Em resposta a este questionamento, a alternativa “sempre” foi a mais
empregada nas regiões de Patos de Minas (12,0%) e Governador Valadares (7,7%),
sendo, contudo menos utilizada pelos entrevistados de Salinas (0%) e Poços de Caldas
(1,1%).
No que tange a variável “freqüentemente”, esta teve maior incidência na região
Metropolitana de Belo Horizonte (5,1%) e em Governador Valadares (3,5%), e menor
em Salinas com 0,0% e em Poços de Caldas, com apenas 1,1%.
“Às vezes” obteve maior freqüência em Governador Valadares, onde a
porcentagem foi de 15,4% dos entrevistados, e em Uberlândia, com 11,7%. Em sentido
oposto, Poços de Caldas e os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes)
representaram a menor utilização dessa variável, com, respectivamente, 3,4% e 5,9%.
No que tange à alternativa “raramente”, o seu pico foi em Belo Horizonte, com
14,9%, seguida de Montes Claros com 13,5%. Seus menores percentuais foram em
Salinas (0,0%) e em Poços de Caldas (1,1%).
A variável “nunca” apareceu principalmente em Poços de Caldas com percentual
de 93,1%, seguida dos Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes) com 87,1%.
Montes Claros (67,7%) e Belo Horizonte (69,9%) foram as regiões com menor
incidência dessa resposta.
Passando agora a uma análise sobre os padrões de cada localidade, Belo
Horizonte, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos
de Minas, Uberlândia e os Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes)
apresentaram o mesmo padrão de resposta, vez que estabeleceram como majoritária a
variável “nunca”, e minoritária a “freqüentemente.
Já em Governador Valadares, a variável “nunca” foi a principal escolha dos
entrevistados, assim como em Salinas, seguindo o padrão da maioria das regiões.
Contudo, no que tange à minoritária, observou-se a predominância de “raramente” na
primeira região e “sempre”, “freqüentemente” e “raramente” na segunda, em iguais
proporções.
71
Por fim, em Poços de Caldas observou-se que as alternativas menos utilizadas
pelos respondentes foram “sempre”, “freqüentemente” e “raramente”, em iguais
percentuais, enquanto a mais utilizada foi o “nunca”.
Em padrões gerais, as alternativas “nunca” (76,8%) e “às vezes” (8,7%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “raramente” (7,7%) e
“sempre” (4,0%). Sendo a alternativa “freqüentemente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 2,7%.
Tabela 59 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que
por medo da violência, evita conviver com vizinhos
Frequencia com que, por medo da violência, evita conviver com vizinhos
Sempre Frequentemente
Às vezes Raramente Nunca Total
Belo Horizonte
3,4% 2,3% 9,5% 14,9% 69,9% 100,0%
RMBH 5,6% 5,1% 10,4% 8,0% 70,9% 100,0%
Governador Valadares 7,7% 3,5% 15,4% 2,1% 71,3% 100,0%
Juiz de Fora
2,5% 2,1% 6,3% 6,7% 82,4% 100,0%
Montes Claros
4,2% 3,1% 11,5% 13,5% 67,7% 100,0%
Patos de Minas
12,0% 2,4% 8,4% 3,6% 73,5% 100,0%
Poços de Caldas
1,1% 1,1% 3,4% 1,1% 93,1% 100,0%
Salinas 11,1% 88,9% 100,0%
Uberlândia 4,2% 2,4% 11,7% 6,6% 75,0% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
3,2% 1,8% 5,9% 2,0% 87,1% 100,0%
Total 4,0% 2,7% 8,7% 7,7% 76,8% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A última tabela dessa seção apresenta a percepção dos indivíduos sobre a
freqüência com que estes, por medo da violência, procuram informar suas atividades e
itinerários para amigos e parentes. Sendo os percentuais apresentados referentes às
regiões contempladas pela pesquisa.
72
Como se abstrai da tabela a seguir, as regiões de Poços de Caldas e Patos de
Minas foram aquelas aonde se observou a maior freqüência da alternativa “sempre”,
com respectivamente 29,3% e 28,9% dos entrevistados a responderem que “sempre”
informam suas atividades e itinerários a amigos e parentes por medo da violência.
Em sentido oposto, Salinas e Juiz de Fora se destacam como as de menor
freqüência da utilização do “sempre” como resposta para esse padrão, atingindo os
percentuais de 22,2% e 34,0%, respectivamente, como se observa ainda na tabela
supra colacionada.
No que tange a variável “freqüentemente” a região Metropolitana de Belo
Horizonte (14,0%) e Juiz de Fora (13,0%) tiveram os índices mais elevados nesse
padrão, enquanto Patos de Minas (2,4%) e Poços de Caldas (4,6%) foram as que
menos recorreram a esta constante.
A variável “às vezes” apareceu com grande freqüência em Montes Claros e nos
Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes), aonde se observou os percentuais
de 22,8% e 13,7%, respectivamente. Já em Salinas notou-se que apenas 5,6% dos
respondentes recorreram a esta variável, seguida de Poços de Caldas, aonde o
percentual atingido foi de 5,7%.
A variável “raramente” apresentou seus picos em Salinas (16,7%) e Belo
Horizonte (13,5%), sendo pouco utilizada como resposta, principalmente, em Patos de
Minas (0,0%) e Juiz de Fora (2,9%).
A alternativa “nunca” apareceu como resposta principal em Salinas e Juiz de
Fora, onde se observou o percentual de 50,0% e 38,2%, enquanto Poços de Caldas
(12,6%) e Montes Claros (17,1%) apresentaram a menor incidência dessa resposta, tal
como se aparta da tabela acima apresentada.
Passando agora a uma análise sobre os padrões de cada localidade, a Região
Metropolitana de Belo Horizonte, Governador Valadares, Montes Claros, Poços de
caldas, Uberlândia e nos Municípios do Interior (com até 10 mil habitantes)
apresentaram o mesmo padrão de resposta, vez que estabeleceram como majoritária a
variável “sempre”, e minoritária a “raramente”.
Já em Belo Horizonte e Patos de Minas, a variável “sempre” foi a principal
escolha dos entrevistados, enquanto “freqüentemente” foi a opção minoritária.
Por fim, em Juiz de Fora e Salinas observou-se a predominância da opção
“nunca”, divergindo, contudo, no que tange à minoritária, já que a primeira região teve
menor incidência da variável “raramente”, enquanto na segunda “freqüentemente” e “às
vezes” foi menos utilizada pelos entrevistados.
73
Em padrões gerais, as alternativas “sempre” (43,3%) e “nunca” (27,1%)
apresentaram os maiores percentuais de respostas, seguidas de “às vezes” (11,9%) e
“freqüentemente” (10,2%). Sendo a alternativa “raramente” a resposta menos utilizada
pelos respondentes, com percentual de 7,5%.
Tabela 60 – Distribuição dos Entrevistados de acordo com a freqüência com que por
medo da violência, procura informar suas atividades e itinerários para amigos e parentes
Frequencia com que, por medo da violência, procura informar suas atividades e itinerários para amigos e
parentes
Sempre Frequentemente
Às vezes Raramente Nunca Total
Belo Horizonte
45,7% 7,9% 9,4% 13,5% 23,5% 100,0%
RMBH 45,3% 14,0% 11,1% 6,6% 23,0% 100,0%
Governador Valadares 45,5% 9,8% 9,1% 3,5% 32,2% 100,0%
Juiz de Fora
34,0% 13,0% 11,8% 2,9% 38,2% 100,0%
Montes Claros
37,3% 12,4% 22,8% 10,4% 17,1% 100,0%
Patos de Minas
69,5% 2,4% 9,8% 18,3% 100,0%
Poços de Caldas
73,6% 4,6% 5,7% 3,4% 12,6% 100,0%
Salinas 22,2% 5,6% 5,6% 16,7% 50,0% 100,0%
Uberlândia 49,1% 12,3% 13,3% 5,7% 19,6% 100,0%
Local de Origem
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
37,9% 9,5% 13,7% 4,2% 34,7% 100,0%
Total 43,3% 10,2% 11,9% 7,5% 27,1% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.9. Comparação entre Medo e Risco Percebido
As tabelas a seguir, apresentam o percentual médio de respondentes que
afirmaram sentir medo de se tornarem vítima de determinados crimes e o percentual
médio de entrevistados que relataram ter algum risco se sofrer essas vitimizações. Ou
seja, considera que medo e percepção de risco, embora logicamente relacionados, são
74
eventos distintos, que não necessariamente se distribuem conforme as mesmas
causas.
A percepção de risco geralmente acontece quando o indivíduo está em um
ambiente estranho e desorientador, longe de seu território, dos objetos e figuras
conhecidas que lhe dão apoio. Em outras palavras, a percepção de risco é a tentativa
de tornar incertezas em possibilidades, é um pressentimento de perigo quando nada
existe nas proximidades que justifique o medo.
Com relação ao medo e o risco de ter sua residência invadida ou arrombada,
77,6% disseram ter algum medo de ter sua residência invadida (29,4% disseram ter
pouco medo, enquanto 48,2% disseram ter muito medo). Em relação ao risco, 53,4%
afirmaram ter risco de ter sua residência invadida ou arrombada. De forma geral,
observa-se que os entrevistados sentem mais medo de terem a residência invadida do
que risco. As localidades que apresentaram a maior discrepância entre o medo e o
risco de terem sua residência invadida foram os Municípios do Interior, Uberlândia e
Governador Valadares, onde a diferença de percentuais entre os que não tem medo e
os que não tem risco foi de 31,5%, 27,7% e 25,9% respectivamente. Já as localidades
que apresentaram a menor diferença entre o medo e o risco foram Patos de Minas,
Poços de Caldas e Belo Horizonte, com 12%, 15% e 18,2% respectivamente.
Tabela 61 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de terem sua
residência invadida ou arrombada
Medo de ter sua residência invadida ou arrombada
Risco de ter sua residência invadida ou arrombada
Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 30,9% 47,5% 21,6% 60,2% 39,8%
RMBH 23,2% 51,3% 25,6% 52,4% 47,6%
Governador Valadares
27,3% 49,0% 23,8% 50,3% 49,7%
Juiz de Fora 31,1% 49,2% 19,7% 59,7% 40,3%
Montes Claros 28,5% 58,0% 19,7% 59,1% 40,9%
Patos de Minas 45,8% 34,9% 19,3% 68,7% 31,3%
Poços de Caldas 26,4% 44,8% 28,7% 56,3% 43,7%
Salinas 38,9% 44,4% 16,7% 61,1% 38,9%
Local de Origem
Uberlândia 22,9% 58,4% 18,7% 53,6% 46,4%
75
Municípios do interior
32,6% 44,3% 23,1% 45,4% 54,6%
Total 29,4% 48,2% 22,4% 53,4% 46,6%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Com relação ao medo e ao risco de terem seus objetos pessoais roubados,
76,2% dos entrevistados demonstraram sentir algum medo, ao passo que 57,9%
admitiram sentir algum risco. Nesse caso, assim como no anterior, as pessoas tem
mais medo de serem vitimadas do que efetivamente acreditam que estão correndo
risco disso. As localidades que apresentam as maiores diferenças entre o medo e o
risco são os Municípios do Interior (29,1%), Governador Valadares (21,7%) e
Uberlândia (23,5%). Por outro lado, as localidades com menor diferença entre as taxas
de risco e medo são Patos de Minas (1,1%), Salinas (5,6%) e Belo Horizonte (9%).
Numa comparação com o item anterior, percebe-se que boa parte das localidades se
comportam da mesma forma quando questionadas sobre o risco/medo de serem
roubadas e de terem suas residências invadidas.
Tabela 62 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de terem seus
objetos pessoais roubados
Medo de ter seus objetos pessoais roubados
Risco de ter seus objetos pessoais roubados
Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 27,6% 52,2% 20,2% 70,8% 29,2%
RMBH 18,7% 57,5% 23,8% 59,8% 40,2%
Governador Valadares
28,7% 47,6% 23,8% 54,5% 45,5%
Juiz de Fora 21,4% 52,9% 25,6% 64,7% 35,3%
Montes Claros 19,2% 64,2% 16,6% 64,2% 35,8%
Patos de Minas 32,5% 38,6% 28,9% 72,2% 27,8%
Poços de Caldas 14,9% 57,5% 27,6% 58,0% 42,0%
Salinas 22,2% 50,0% 27,8% 66,7% 33,3%
Uberlândia 20,2% 62,3% 17,5% 59,0% 41,0%
Local de Origem
Municípios do interior
27,3% 44,1% 28,5% 42,4% 57,6%
Total 24,5% 51,7% 23,8% 57,9% 42,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
76
Ainda com relação ao medo e risco percebidos pela população, os entrevistados
foram questionados a respeito de furto ou roubo de carros. Nesse caso, há uma
pequena diferenciação entre as questões anteriores no que tange ao risco, uma vez
que nem toda população possui carro, logo, não poderia sentir o risco. Dito isso, a
análise comparativa nos mostra que Salinas e Uberlândia são as localidades onde
percebe-se o menor percentual de pessoas que não tem medo de terem seus carros
roubados ou furtados, com aproximadamente 50% das respostas nessas localidades.
Num outro extremo, Governador Valadares (73,4%), os Municípios do Interior (73,9%)
e Montes Claros (73,6%) são as localidades com o maior percentual de pessoas que
não tem medo de serem roubados. Com relação ao risco, as populações que mais
destacaram-se foram Salinas (44,4%) e Uberlândia (33,7%), com os maiores
percentuais de risco
Tabela 63 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de terem seu carro
roubado ou furtado
Medo de ter seu carro roubados ou furtado
Risco de ter seu carro roubados ou furtado
Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não Não se Aplica
Belo Horizonte 11,8% 23,4% 64,9% 32,7% 30,3% 36,9%
RMBH 5,6% 22,2% 72,2% 21,8% 21,6% 56,5%
Governador Valadares
7,0% 19,6% 73,4% 21,7% 20,3% 58,0%
Juiz de Fora 10,1% 22,7% 67,2% 27,3% 10,9% 61,8%
Montes Claros 5,2% 21,2% 73,6% 22,3% 10,4% 67,4%
Patos de Minas 10,8% 19,3% 69,9% 22,9% 13,3% 63,9%
Poços de Caldas 5,7% 28,7% 65,5% 28,7% 20,7% 50,6%
Salinas 33,3% 16,7% 50,0% 44,4% 22,2% 33,3%
Uberlândia 12,0% 37,3% 50,6% 33,7% 38,6% 27,7%
Local de Origem
Municípios do interior
8,8% 17,3% 73,9% 19,0% 23,9% 57,2%
Total 9,1% 22,0% 68,9% 25,2% 24,7% 50,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
77
A tabela a seguir trata do medo ou risco que os entrevistados sentem de serem
vítimas de agressão física. De forma geral, 18,9% dos entrevistados disseram ter
pouco medo de ser vítima de agressão física, enquanto 36,3% disseram ter muito
medo e 44,9% disseram não ter medo. Com relação ao risco, 36,2% acreditam que
correm esse risco enquanto 63,8% acham que não. Belo Horizonte e Patos de Minas
apresentam os maiores percentuais para pessoas que não tem medo de serem vítimas
de agressão física, sendo 69,9% e 54,8%. Por outro lado, Montes Claros (33,2%) e Juiz
de Fora (37%) tem os menores percentuais nesse quesito. Com relação ao risco, as
localidades que tem os maiores percentuais de pessoas que acreditam que correm
risco de serem vítimas de agressão física são a RMBH (41,7%) e Governador
Valadares (40,9%), ao passo que Patos de Minas (12,9%) e os Municípios do Interior
(30,3%) tiveram os menores percentuais. Ao relacionar medo e risco, percebe-se que
Belo Horizonte é a localidade que apresenta a menor diferença entre as pessoas que
tem algum medo de ser vítima de agressão física e aquelas que acreditam que correm
risco, ao passo que Montes Claros é a localidade que apresenta a maior discrepância
entre esses dois valores.
Tabela 64 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de serem vítimas de
agressão física
Medo de ser vítima de agressão física
Risco de ser vítima de
agressão física Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 17,6% 27,7% 54,8% 40,0% 60,0%
RMBH 17,4% 42,6% 40,0% 41,7% 58,3%
Governador Valadares 17,5% 40,6% 42,0% 40,9% 59,1%
Juiz de Fora 16,8% 46,2% 37,0% 40,3% 59,7%
Montes Claros 22,8% 44,0% 33,2% 38,3% 61,7%
Patos de Minas 21,7% 8,4% 69,9% 12,9% 87,1%
Poços de Caldas 23,0% 34,5% 42,5% 37,9% 62,1%
Salinas 38,9% 16,7% 44,4% 33,3% 66,7%
Uberlândia 24,1% 31,3% 44,6% 35,5% 64,5%
Local de Origem
Municípios do interior 19,2% 39,9% 40,9% 30,3% 69,7%
Total 18,9% 36,3% 44,9% 36,2% 63,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
78
A próxima tabela diz respeito à opinião dos entrevistados sobre o risco e o medo
deles serem vítimas de assassinato. De forma geral, 14,6% dos entrevistados disseram
ter pouco medo de ser assassinado, 53,9% tem muito medo e 31,4% não tem medo.
Com relação ao risco, 42,1% dos entrevistados acreditam ter algum risco e 57,7%
acham que não. Patos de Minas é a localidade com o maior percentual de pessoas que
não tem medo de serem assassinadas, com 50,6%, ao passo que Montes Claros é a
localidade com o menor, 18,1%. Com relação ao risco, Belo Horizonte é o local onde
há o maior percentual de pessoas que acham que tem risco de serem assassinadas,
enquanto Salinas apresenta o menor percentual, 27,8%. Ao compararmos a diferença
entre o medo e o risco, Patos de Minas tem a menor diferença enquanto Salinas tem a
maior.
Tabela 65 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de serem vítimas de
assassinato
Medo de ser assassinado
Risco de ser assassinado
Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 17,6% 47,4% 35,0% 49,6% 50,4%
RMBH 12,8% 58,7% 28,4% 49,4% 50,6%
Governador Valadares 11,2% 61,5% 27,3% 47,6% 52,4%
Juiz de Fora 12,6% 57,6% 29,8% 44,1% 55,9%
Montes Claros 11,9% 69,9% 18,1% 37,8% 62,2%
Patos de Minas 21,7% 27,7% 50,6% 43,4% 56,6%
Poços de Caldas 10,3% 49,4% 40,2% 40,2% 59,8%
Salinas 27,8% 38,9% 33,3% 27,8% 72,2%
Uberlândia 14,2% 53,3% 32,5% 39,2% 60,8%
Local de Origem
Municípios do interior 14,0% 55,3% 30,7% 32,0% 68,0%
Total 14,6% 53,9% 31,4% 42,1% 57,7%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela seguinte diz respeito à opinião dos entrevistados sobre o risco e o medo
deles serem vítimas de seqüestro ou seqüestro relâmpago. De forma geral, 14,7% dos
79
entrevistados disseram ter pouco medo de ser sequestrado, 46,2% tem muito medo e
39,1% não tem medo. Com relação ao risco, 38,8% dos entrevistados acreditam ter
algum risco e 61,2% acham que não. Patos de Minas é a localidade com o maior
percentual de pessoas que não tem medo de serem assassinadas, com 61,4%, ao
passo que Juiz de Fora é a localidade com o menor, 32,8%. Com relação ao risco, Belo
Horizonte (52,8%) é o local onde há o maior percentual de pessoas que acham que
tem risco de serem assassinadas, enquanto Salinas apresenta o menor percentual,
11,1%. Ao compararmos a diferença entre o medo e o risco, Patos de Minas tem a
menor diferença enquanto Salinas tem a maior.
Tabela 66 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de serem vítimas de
seqüestro ou seqüestro relâmpago
Medo de ser vítima de sequestro ou sequestro
relâmpago
Risco de ser vítima de
sequestro ou sequestro relâmpago
Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 18,2% 45,9% 35,9% 52,8% 47,2%
RMBH 12,3% 50,1% 37,6% 43,8% 56,2%
Governador Valadares 13,3% 42,7% 44,1% 38,5% 61,5%
Juiz de Fora 18,1% 49,2% 32,8% 41,6% 58,4%
Montes Claros 16,1% 48,2% 35,8% 21,8% 78,2%
Patos de Minas 18,1% 20,5% 61,4% 28,9% 71,1%
Poços de Caldas 8,0% 48,3% 43,7% 33,3% 66,7%
Salinas 16,7% 33,3% 50,0% 11,1% 88,9%
Uberlândia 14,5% 44,6% 41,0% 36,4% 63,6%
Local de Origem
Municípios do interior 12,8% 45,4% 41,9% 26,5% 73,5%
Total 14,7% 46,2% 39,1% 38,8% 61,2%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A partir da tabela a seguir, se constata haver mais pessoas que tem algum medo
de ser vítima de agressão sexual do que aqueles que acreditam ter algum rico de sofrer
esse crime. É 11,5% da amostra que declarou ter medo, mas pouco, de ser agredido
sexualmente e 45,6% com muito medo, o que soma 57,1% da amostra. Com relação a
80
acreditar ou não que existe algum risco dessa vitimização ocorrer, essa foi observada
em 33,4% dos entrevistados, valor esse 23,7% inferior ao daqueles que tem algum
medo, o que indica uma certa discrepância entre esses dois dados. Ao menos
teoricamente, seria apenas plausível a existência de medo de algo que se acredita
poder ocorrer, ou seja, que tenha algum risco.
Em linhas gerais, todas as regiões apresentaram comportamento semelhante no
que diz respeito a essas estatísticas. Com exceção de Patos de Minas, em todas as
outras regiões mais de 50% da população tem algum medo de ser vítima de agressão
sexual, especialmente o município de Juiz de Fora, em que 66% da população
declarou ter esse receio. Também para o risco presumido de ser vitimado, são todos os
municípios em que mais pessoas acreditam que esse não exista do que aquelas que
acham que a agressão sexual possa efetivamente vir a ocorrer. Municípios que se
destacaram para essa questão foram Salinas, em que quase todos os entrevistados
(88,9%) acreditam não ter risco de serem agredidos, e novamente Juiz de Fora, que
até de forma coerente com a proporção do medo, possui a maior quantidade relativa,
dentre todos os outros municípios, de cidadãos que acreditam ter risco de serem
vitimizados por agressão sexual (42,4%).
Tabela 67 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de serem vítimas de
agressão sexual
Medo de ser vítima de agressão sexual
Risco de ser vítima de
agressão sexual Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 12,8% 42,9% 44,3% 38,8% 61,2%
RMBH 9,9% 49,6% 40,4% 40,2% 59,8%
Governador Valadares 7,7% 52,4% 39,9% 41,3% 58,7%
Juiz de Fora 12,6% 53,4% 34,0% 42,4% 57,6%
Montes Claros 13,5% 49,7% 36,8% 26,9% 73,1%
Patos de Minas 8,4% 31,3% 60,2% 33,1% 66,9%
Poços de Caldas 5,7% 50,6% 43,7% 29,9% 70,1%
Salinas 16,7% 38,9% 44,4% 11,1% 88,9%
Uberlândia 14,2% 44,6% 41,3% 30,1% 69,9%
Local de Origem
Municípios do interior 11,3% 43,9% 44,8% 24,1% 75,9%
Total 11,5% 45,6% 42,8% 33,4% 66,6%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
81
Condizente com os dados da agressão sexual, também para as fraudes
financeiras a proporção de entrevistados com algum medo que ela ocorra (65,3%) é
significativamente superior àqueles que acreditam existir algum risco para isso (44,2%).
A distribuição do medo por município é consideravelmente heterogênea. A título
de exemplo, Patos de Minas, com menos d 50% dos indivíduos com algum medo de
ser vítima de fraude financeira, tem essa proporção quase duas vezes menor do que a
de Salinas, em que 88,9% dos entrevistados declararam ter esse receio
Quanto ao risco, as estatísticas mostram grande igualdade na proporção de
entrevistados que acreditam poder a fraude financeira ocorrer com eles, ficando quase
sempre em torno dos 45%. No entanto, Juiz de Fora seria uma exceção a essa regra,
já que é o único dos municípios em que mais da metade dos respondentes declarou
acreditar ter esse risco. No outro extremo, são os municípios do interior os únicos que
tiveram menos de 40% da população com essa percepção de risco, a menor dentre
todas as regiões pesquisadas.
Tabela 68 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de serem vítimas de
fraude financeira
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Medo de ser vítima de fraude financeira
Risco de ser vítima de fraude
financeira Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 22,2% 39,6% 38,2% 49,8% 50,2%
RMBH 17,2% 47,7% 35,1% 46,3% 53,7%
Governador Valadares 14,0% 51,0% 35,0% 46,9% 53,1%
Juiz de Fora 18,9% 56,7% 24,4% 55,5% 44,5%
Montes Claros 23,8% 48,7% 27,5% 40,9% 59,1%
Patos de Minas 19,3% 28,9% 51,8% 41,0% 59,0%
Poços de Caldas 20,7% 41,4% 37,9% 46,0% 54,0%
Salinas 55,6% 33,3% 11,1% 38,9% 61,1%
Uberlândia 18,4% 49,4% 32,2% 45,2% 54,8%
Local de Origem
Municípios do interior 20,3% 46,3% 33,4% 36,2% 63,8%
Total 20,1% 45,2% 34,7% 44,2% 55,8%
82
A próxima tabela diz respeito à opinião dos entrevistados sobre o risco e o medo
deles receber ligações de bandidos pedindo dinheiro. De forma geral, 17,1% dos
entrevistados disseram ter pouco medo de serem extorquidos por telefone, 45,9% tem
muito medo e 37% não tem medo. Com relação ao risco, 47,3% dos entrevistados
acreditam ter algum risco e 52,7% acham que não. Patos de Minas é a localidade com
o maior percentual de pessoas que não tem medo de serem extorquidas por telefone,
com 57,8%, ao passo que Montes Claros é a localidade com o menor, 28%. Com
relação ao risco, Juiz de Fora (55%) é o local onde há o maior percentual de pessoas
que acham que tem risco de serem assassinadas, enquanto Salinas apresenta o menor
percentual, 33,3%.
Tabela 69 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de receberem
ligações de bandidos pedindo dinheiro
Medo de receber ligações de bandidos pedindo
dinheiro
Risco de receber ligações de
bandidos pedindo dinheiro
Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 18,1% 38,6% 43,3% 54,8% 45,2%
RMBH 14,5% 47,8% 37,7% 49,1% 50,9%
Governador Valadares 15,4% 48,3% 36,4% 46,9% 53,1%
Juiz de Fora 16,0% 52,1% 31,9% 55,0% 45,0%
Montes Claros 19,7% 52,3% 28,0% 43,5% 56,5%
Patos de Minas 14,5% 27,7% 57,8% 42,2% 57,8%
Poços de Caldas 13,8% 33,3% 52,9% 46,0% 54,0%
Salinas 44,4% 22,2% 33,3% 33,3% 66,7%
Uberlândia 17,5% 52,4% 30,1% 49,1% 50,9%
Local de Origem
Municípios do interior 17,7% 49,9% 32,4% 38,9% 61,1%
Total 17,1% 45,9% 37,0% 47,3% 52,7%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
83
A tabela a seguir trata do medo e do risco que os entrevistados sentem de
serem vítimas de violência praticada por Policiais Militares. De forma geral, verifica-se
que 43,1% dos entrevistados afirmaram não ter medo de ser vítima deste tipo de
violência, enquanto 19,3% disseram ter pouco medo e 37,5% disseram ter muito medo.
Por outro lado, 61,1% afirmaram não sentir risco de sofrer violência praticada por
policiais militares, enquanto 38,9% disseram estarem sujeitos a este tipo de risco.
Quando analisadas as regiões separadamente é possível observar que as cidades de
Patos de Minas e Salinas apresentam os maiores percentuais para aqueles que não
sentem medo de sofrer este tipo de violência. Entretanto, verifica-se que Patos de
Minas as pessoas sentem mais risco de sofrer esta violência do que em cidades como
Montes Claros e Municípios do Interior. A RMBH (Região metropolitana de Belo
Horizonte) e a cidade de Juiz de Fora se destacam por apresentar os maiores
percentuais de pessoas que sentem tanto medo quanto risco de serem vítimas de
policiais civis. Ao relacionar medo e risco, observa-se ainda que Belo Horizonte é a
localidade que apresenta a menor diferença entre as pessoas que tem algum medo de
ser vítima deste tipo de violência e aquelas que acreditam que correm risco, ao passo
que Montes Claros é a localidade que apresenta a maior discrepância entre estes dois
valores.
Tabela 70 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de serem vítimas de
violência praticada por policial militar
Medo de ser vítima de violência praticada por
policial militar
Risco de ser vítima de violência
praticada por policial militar
Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 20,7% 34,9% 44,4% 46,3% 53,7%
RMBH 17,8% 46,3% 35,9% 47,9% 52,1%
Governador Valadares 16,1% 42,0% 42,0% 37,1% 62,9%
Juiz de Fora 25,2% 40,8% 34,0% 46,6% 53,4%
Montes Claros 18,7% 37,3% 44,0% 28,0% 72,0%
Patos de Minas 25,3% 19,3% 55,4% 33,7% 66,3%
Poços de Caldas 23,0% 36,8% 40,2% 39,1% 60,9%
Salinas 16,7% 27,8% 55,6% 22,2% 77,8%
Local de Origem
Uberlândia 20,5% 40,1% 39,5% 39,8% 60,2%
84
Municípios do interior 17,9% 34,0% 48,2% 27,1% 72,9%
Total 19,3% 37,5% 43,1% 38,9% 61,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela a seguir trata do medo e do risco que os entrevistados sentem de
serem vítimas de violência praticada por Policiais Civis. De forma geral, verifica-se que
46% dos entrevistados afirmaram não ter medo de ser vítima deste tipo de violência,
enquanto 18,1% disseram ter pouco medo e 35,9% disseram ter muito medo. Por outro
lado, 62,7% afirmaram não sentir risco de sofrer violência praticada por policiais civis,
enquanto 37,3% disseram estarem sujeitos a este tipo de risco. Quando analisadas as
regiões separadamente é possível observar que a cidade de Patos de Minas apresenta
o maior percentual para aqueles que não sentem medo de sofrer este tipo de violência.
Entretanto, verifica-se que são nos municípios do interior, na cidade de Salinas e em
Montes Claros que os entrevistados sentem menos risco de serem vítimas de policiais
civis. A RMBH (Região metropolitana de Belo Horizonte) se destaca por apresentar o
maior percentual de pessoas que sentem tanto medo quanto risco de serem vítimas de
policiais civis. Ao relacionar medo e risco, observa-se ainda que Patos de Minas é a
localidade que apresenta a menor diferença entre as pessoas que tem algum medo de
ser vítima deste tipo de violência e aquelas que acreditam que correm risco, ao passo
que Montes Claros e os Municípios do Interior são as localidades que apresentam a
maior discrepância entre estes dois valores.
85
Tabela 71 – Distribuição dos entrevistados quanto ao medo e risco de ser vítima de
violência policial praticada por policial civil
Medo de ser vítima de violência praticada por
policial civil
Risco de ser vítima de violência
praticada por policial civil
Sim
Pouco Medo
Muito Medo
Não Sim Não
Belo Horizonte 20,0% 33,7% 46,3% 44,7% 55,3%
RMBH 16,1% 45,1% 38,8% 46,3% 53,7%
Governador Valadares 15,4% 35,7% 49,0% 34,3% 65,7%
Juiz de Fora 23,1% 38,7% 38,2% 44,1% 55,9%
Montes Claros 17,6% 33,7% 48,7% 27,5% 72,5%
Patos de Minas 22,9% 14,5% 62,7% 32,5% 67,5%
Poços de Caldas 19,5% 35,6% 44,8% 36,8% 63,2%
Salinas 16,7% 27,8% 55,6% 22,2% 77,8%
Uberlândia 19,3% 39,2% 41,6% 39,5% 60,5%
Local de Origem
Municípios do interior 16,6% 32,5% 50,9% 25,5% 74,5%
Total 18,1% 35,9% 46,0% 37,3% 62,7%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.10. Vizinhança
Alguns estudos e administradores públicos acreditam que a existência de
espaços que apresentam desordem ou abandono tanto físico (existência de espaços
abandonados na vizinhança, existência de lixo e entulho na vizinhança e existência de
lotes vagos com lixo e entulho na vizinhança), quanto social (presença de trafico e
consumo de drogas, prostituição, pessoas ofendendo outras, etc.) contribui para o
aumento do crime e, sobretudo, do medo nestes determinados locais.
Neste módulo foi perguntado aos entrevistados se em sua vizinhança existia ou
não tipos de desordem física (se, caso existisse, se existia muito(s) ou pouco) e social
(se sim, se já viu ou ouviu falar) descritas acima.
A tabela a seguir ilustra as respostas dadas pelos entrevistados quando
perguntados se, em sua vizinhança, existem prédios, casas ou galpões abandonados.
A RMBH e Governador Valadares apresentaram o maior percentual para a existência
86
de muitos desses espaços, com 4,3% das respostas em ambos. O mesmo percentual
para Belo Horizonte foi de 2,1%. O local com o maior percentual de inexistência desses
espaços foi Patos de Minas, com 94%, ao passo que Governador Valadares (73%),
Salinas (77,8%) e a RMBH (77,9%) tiveram os menores percentuais. Nesse caso, Belo
Horizonte apresentou um percentual de 82,6%.
Tabela 72 – Distribuição dos Entrevistados por Conhecimento da Existência, na
vizinhança, de prédios, casas ou galpões abandonados
Existência, na vizinhança, de prédios, casas ou galpões abandonados
Muitos Poucos Não Belo Horizonte
2,1% 15,2% 82,6%
RMBH 4,3% 17,8% 77,9%
Governador Valadares 4,3% 22,7% 73,0%
Juiz de Fora 2,1% 19,9% 78,0%
Montes Claros 2,6% 17,8% 79,6%
Patos de Minas 1,2% 4,8% 94,0%
Poços de Caldas 2,3% 18,4% 79,3%
Salinas 0,0% 22,2% 77,8%
Uberlândia 3,0% 16,1% 80,9%
Local de Origem
Municípios do interior 2,6% 17,5% 79,9%
Total 2,8% 16,9% 80,2%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A próxima tabela ilustra as respostas dadas pelos entrevistados quando
perguntados se, em sua vizinhança, existem lixo ou entulho nas ruas e passeios
públicos Nesse item, A RMBH se destacou dos demais, onde 25,7% dos entrevistados
afirmaram que existem muitos desses espaços. Além da RMBH, Montes Claros
(18,7%) e Governador Valadares (17,5%) foram outros locais que se destacaram nesse
quesito. Para Belo Horizonte o percentual dessa resposta foi de 13,3%. Por outro lado,
o local com o maior percentual de inexistência desses espaços foi Poços de Caldas,
com 79,3%, ao passo que 4 localidades tiveram um percentual menor que 60%, sendo
87
elas: Salinas (44,4%), RMBH (49%), Governador Valadares (54,5%) e Montes Claros
(54,9%) Nesse caso, Belo Horizonte apresentou um percentual de 67,6%.
Tabela 73 – Distribuição dos Entrevistados por Conhecimento da Existência, na
vizinhança, de lixo ou entulho nas ruas e passeios públicos
Existência, na vizinhança, de lixo ou entulho nas ruas e passeios públicos
Muitos Poucos Não Belo Horizonte
13,3% 19,1% 67,6%
RMBH 25,7% 25,4% 49,0%
Governador Valadares
17,5% 28,0% 54,5%
Juiz de Fora 16,8% 20,2% 63,0%
Montes Claros 18,7% 26,4% 54,9%
Patos de Minas 8,4% 21,7% 69,9%
Poços de Caldas 10,3% 10,3% 79,3%
Salinas 16,7% 38,9% 44,4%
Uberlândia 13,6% 21,4% 65,1%
Local de Origem
Municípios do interior
11,8% 23,8% 64,4%
Total 15,7% 22,5% 61,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Ainda sobre a existência de espaços que apresentam desordem ou abandono
físico, os entrevistados foram perguntados sobre a existência, na vizinhança, de lotes
vagos com lixo, entulho ou mato alto. A esse respeito, a RMBH destacou-se como o
local onde houve o maior percentual de entrevistados afirmando que há muitos desses
espaços, com 24,7%. Outro local que obteve destaque nessa resposta foi Montes
Claros, com 22,8%. Belo Horizonte teve uma das menores taxas, com 9,1% perdendo
apenas para Patos de Minas, que teve 8,4%. Patos de Minas apresentou também a
maior taxa de inexistência de lotes vagos com lixo, entulho ou mato alto, com 71,1%,
seguido de Belo Horizonte, com 69,4%. Os locais onde esse percentual apresentou o
valor mais baixo foram Salinas, com 33,3%, seguido de Governador Valadares, com
45,5% e a RMBH, com 46,1%. Ainda nessa categoria, Belo Horizonte apresentou uma
taxa de 69,4% de respostas.
88
Tabela 74 – Distribuição dos Entrevistados por Conhecimento da Existência, na
vizinhança, de lotes vagos com lixo, entulho ou mato alto
Existência, na vizinhança, de lotes vagos com lixo, entulho ou mato alto
Muitos Poucos Não Belo Horizonte
9,1% 21,5% 69,4%
RMBH 24,7% 29,1% 46,1%
Governador Valadares
19,6% 35,0% 45,5%
Juiz de Fora 14,7% 26,9% 58,4%
Montes Claros 22,8% 29,5% 47,7%
Patos de Minas 8,4% 20,5% 71,1%
Poços de Caldas 17,2% 19,5% 63,2%
Salinas 11,1% 55,6% 33,3%
Uberlândia 16,0% 24,5% 59,5%
Local de Origem
Municípios do interior
15,7% 29,8% 54,5%
Total 15,9% 26,8% 57,3%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Com relação à percepção de desordem social na vizinhança, uma bateria de
perguntas foi realizada numa tentativa de medir essa percepção por parte da
população. Perguntados se ouviram falar, nos últimos 12 meses, de pessoas
quebrando janelas, pichando muros ou fazendo arruaça na vizinhança, 28,7% dos
entrevistados em Belo Horizonte disseram que já viram, 18,2% disseram que já
ouviram falar e 53,1% disseram que não. Nesse item, a RMBH teve o maior percentual
de pessoas que já viram ou ouviram falar (47,6%). Outros destaques são: Salinas que
possui o menor percentual para as pessoas que já viram (5,6%) e o maior percentual
de pessoas que ouviram falar (27,8%); os Municípios do Interior e Uberlândia, que
apresentaram o maior percentual de pessoas que não viram nem ouviram falar (78,3%
e 75,3%, respectivamente).
89
Tabela 75 – Distribuição dos Entrevistados por Percepção na Vizinhança de
pessoas quebrando janelas, pichando muros ou fazendo arruaça
Viu ou ouviu falar, nos últimos 12 meses, de
pessoas quebrando janelas, pichando muros ou fazendo arruaça na vizinhança
Já viu Já ouviu falar Não
Belo Horizonte 28,7% 18,2% 53,1%
RMBH 29,6% 18,0% 52,4%
Governador Valadares
14,0% 14,0% 72,0%
Juiz de Fora 18,5% 17,6% 63,9%
Montes Claros 14,0% 15,0% 71,0%
Patos de Minas 12,0% 26,5% 61,4%
Poços de Caldas 18,4% 11,5% 70,1%
Salinas 5,6% 27,8% 66,7%
Uberlândia 13,9% 10,8% 75,3%
Local de Origem
Municípios do interior
9,1% 12,6% 78,3%
Total 19,8% 15,7% 64,4%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
90
Outra pergunta procurava medir a percepção dos entrevistados sobre pessoas
xingando, ofendendo ou insultando outras pessoas na vizinhança. A tabela a seguir
ilustra essa situação, onde Governador Valadares apresentou o maior percentual de
pessoas que já viram (43,4%), seguido de perto por Montes Claros (43%) e Juiz de
Fora (42,9%). Os menores percentuais foram Salinas (0%), os Municípios do Interior
(28%) e Patos de Minas (34,9%). Dentre os que disseram não ver nem ouvir falar na
vizinhança, o maior percentual é de Salinas (77,8%), Uberlândia (57,4%) e os
Municípios do Interior (57,3%). Nesse quesito, Belo Horizonte apresentou 54,6% de
pessoas que já viram ou ouviram falar e 45,4% de pessoas que não viram nem ouviram
falar.
Tabela 76 – Distribuição dos Entrevistados por Percepção na Vizinhança de pessoas xingando, ofendendo ou insultando outras pessoas
Viu ou ouviu falar, nos últimos 12 meses, de
pessoas xingando, ofendendo ou insultando outras pessoas na vizinhança
Já viu Já ouviu falar Não
Belo Horizonte 40,7% 14,0% 45,4%
RMBH 39,9% 11,8% 48,3%
Governador Valadares
43,4% 11,9% 44,8%
Juiz de Fora 42,9% 17,6% 39,5%
Montes Claros 43,0% 10,9% 46,1%
Patos de Minas 34,9% 22,9% 42,2%
Poços de Caldas 35,6% 11,5% 52,9%
Salinas 0,0% 22,2% 77,8%
Uberlândia 32,3% 10,3% 57,4%
Local de Origem
Municípios do interior
28,0% 14,7% 57,3%
Total 36,0% 13,7% 50,4%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A questão a seguir diz respeito à percepção dos entrevistados da presença de
prostituição na vizinhança. A esse respeito, observa-se que os locais onde o percentual
de pessoas que afirmaram ter visto pessoas se prostituindo em locais públicos na
91
vizinhança foi maior são Montes Claros (22,4%) e Governador Valadares (15,4%). Os
locais que apresentaram o maior percentual de entrevistados que não viram nem
ouviram falar são Poços de Caldas (86,2%), Uberlândia (81,3%) e a RMBH (80,8%).
Em Belo Horizonte, observa-se que 20,1% já viram ou ouviram falar e 79,9% não.
Tabela 77 – Distribuição dos Entrevistados por Percepção na Vizinhança de pessoas se prostituindo em locais públicos na vizinhança
Viu ou ouviu falar, nos últimos 12 meses, de pessoas se prostituindo em locais públicos na
vizinhança
Já viu Já ouviu falar Não
Belo Horizonte 14,2% 5,9% 79,9%
RMBH 12,5% 6,7% 80,8%
Governador Valadares
15,4% 7,7% 76,9%
Juiz de Fora 13,9% 12,2% 73,9%
Montes Claros 22,4% 8,9% 68,8%
Patos de Minas 12,0% 13,3% 74,7%
Poços de Caldas 6,9% 6,9% 86,2%
Salinas 5,6% 16,7% 77,8%
Uberlândia 13,3% 5,4% 81,3%
Local de Origem
Municípios do interior
8,3% 12,0% 79,7%
Total 12,1% 8,5% 79,3%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A próxima questão diz respeito à percepção dos entrevistados da presença de
consumo de drogas na vizinhança. Três localidades obtiveram percentual acima de
50% de entrevistados que afirmaram ver pessoas consumindo drogas na vizinhança:
Uberlândia (53,5%), Patos de Minas (51,8%) e Juiz de Fora (50,2%). Nesse item, os
menores percentuais foram de Salinas (5,6%), os Municípios do Interior (17,7%) e
Governador Valadares (39,2%). Dentre os que não viram nem ouviram falar de
consumo de drogas na vizinhança, os maiores percentuais foram dos Municípios do
Interior (57,6%), Governador Valadares (50,3%) e Salinas (50%), ao passo que os
menores foram em Patos de Minas (26,5%), Poços de Caldas (28,7%) e Juiz de Fora
92
(31,6%). Em Belo Horizonte, 64,1% dos entrevistados já viram ou ouviram falar de
consumo de drogas na vizinhança, enquanto apenas 35,9% dos entrevistados não
viram nem ouviram falar.
Tabela 78 – Distribuição dos Entrevistados por Percepção na Vizinhança de pessoas
consumindo drogas ilegais na vizinhança
Viu ou ouviu falar, nos últimos 12 meses, de pessoas consumindo drogas ilegais na vizinhança
Já viu Já ouviu falar Não
Belo Horizonte 45,3% 18,8% 35,9%
RMBH 47,3% 16,4% 36,3%
Governador Valadares
39,2% 10,5% 50,3%
Juiz de Fora 50,2% 18,1% 31,6%
Montes Claros 44,0% 22,8% 33,2%
Patos de Minas 51,8% 21,7% 26,5%
Poços de Caldas 44,8% 26,4% 28,7%
Salinas 5,6% 44,4% 50,0%
Uberlândia 53,5% 7,3% 39,2%
Local de Origem
Municípios do interior
17,7% 24,7% 57,6%
Total 37,7% 19,6% 42,8%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Ainda tratando-se da percepção de desordem social na vizinhança, foi
perguntado aos entrevistados se eles viram ou ouviram falar, nos últimos doze meses,
de pessoas vendendo drogas ilegais na vizinhança. Sobre esse questionamento, as
localidades que obtiveram maior percentual de entrevistados que já viram pessoas
vendendo drogas na região foram: Uberlândia (35,3%), Juiz de Fora (35,2%) e a RMBH
(34,2%). Já as localidades que obtiveram os menores percentuais foram Salinas
(5,6%), os Municípios do Interior (8,3%) e Poços de Caldas (23%). Dentre os que
afirmaram que não viram nem ouviram falar de tráfico de drogas na vizinhança, os que
se destacaram foram Salinas (77,8%) e os Municípios do Interior (71%). Em Belo
Horizonte, 47,8% dos entrevistados viram ou ouviram falar, ao passo que 52,2% não.
93
Tabela 79 – Distribuição dos Entrevistados por Percepção na Vizinhança de pessoas de
pessoas vendendo drogas ilegais na vizinhança
Viu ou ouviu falar, nos últimos 12 meses, de pessoas vendendo drogas ilegais na vizinhança
Já viu Já ouviu falar Não
Belo Horizonte 31,6% 16,2% 52,2%
RMBH 34,2% 15,6% 50,2%
Governador Valadares
31,7% 10,6% 57,7%
Juiz de Fora 35,2% 21,2% 43,6%
Montes Claros 26,4% 23,8% 49,7%
Patos de Minas 24,1% 19,3% 56,6%
Poços de Caldas 23,0% 32,2% 44,8%
Salinas 5,6% 16,7% 77,8%
Uberlândia 35,3% 8,3% 56,4%
Local de Origem
Municípios do interior
8,3% 20,7% 71,0%
Total 24,7% 17,6% 57,6%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
E, finalmente, os entrevistados foram questionados a respeito da percepção da
presença de criminosos ou bandidos circulando na vizinhança. As localidades que
apresentaram os maiores percentuais de entrevistados que afirmaram terem visto
criminosos ou bandidos circulando na vizinhança são: Governador Valadares (44,7%),
Patos de Minas (34,9%) e a RMBH (33,4%). As localidades que apresentaram o menor
percentual para essa situação foram: Salinas (5,6%), os Municípios do Interior (12,1%)
e Poços de Caldas (19%). Dentre os que responderam que não viram nem ouviram
falar, os maiores percentuais são de Salinas, com 83,3%, os Municípios do Interior,
com 76,1% e Poços de Caldas (57,1%). Os que apresentaram o menor percentual
foram Governador Valadares (44,7%), Juiz de Fora (45,1%) e Montes Claros (51,3%).
94
Tabela 80 – Distribuição dos Entrevistados por Percepção na Vizinhança de pessoas de
criminosos ou bandidos circulando na vizinhança
Viu ou ouviu falar, nos últimos 12 meses, de criminosos ou bandidos circulando na vizinhança
Já viu Já ouviu falar Não
Belo Horizonte 31,1% 16,5% 52,3%
RMBH 33,4% 13,0% 53,6%
Governador Valadares
44,7% 10,6% 44,7%
Juiz de Fora 34,5% 20,4% 45,1%
Montes Claros 29,6% 19,0% 51,3%
Patos de Minas 34,9% 9,6% 55,4%
Poços de Caldas 19,0% 23,8% 57,1%
Salinas 5,6% 11,1% 83,3%
Uberlândia 32,1% 12,0% 55,9%
Local de Origem
Municípios do interior
12,1% 11,7% 76,1%
Total 25,9% 14,2% 59,9%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
95
3.11. Atuação Policial
Neste módulo apresentaremos a freqüência de alguns tipos de contatos dos
entrevistados com a Polícia como, por exemplo, procurar a polícia por ter sido vítima de
crime, ser parado em uma Blitz policial, solicitar informações a um policial e ser
revistado por um policial, nos últimos cinco anos – além observações referentes a
confiança na atuação da polícia na cidade do entrevistado.
Um primeiro questionamento realizado foi se o entrevistado solicitou informações
a um policial nos últimos 5 anos. Entre todas as localidades, a média foi de 25,5% de
entrevistados que solicitaram informação e 74,5% não solicitaram. Patos de Minas
(36,1%) e Belo Horizonte (32,4%) foram as localidades que apresentaram os maiores
valores, enquanto a RMBH (24,1%) foi a localidade que mais se aproximou da média.
Tabela 81 – Distribuição dos Entrevistados que solicitaram informações a um policial
nos últimos 5 anos
Solicitou informações a um policial nos últimos 5
anos
Sim Não Belo Horizonte
32,4% 67,6%
RMBH 24,1% 75,9%
Governador Valadares
23,1% 76,9%
Juiz de Fora 26,9% 73,1%
Montes Claros 19,2% 80,8%
Patos de Minas 36,1% 63,9%
Poços de Caldas 31,0% 69,0%
Salinas 11,1% 88,9%
Uberlândia 21,4% 78,6%
Local de Origem
Municípios do interior
21,2% 78,8%
Total 25,5% 74,5%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
96
A tabela a seguir ilustra a distribuição dos entrevistados a partir do
questionamento se eles foram ou não revistados por policiais nos últimos 5 anos. A
esse respeito as localidades com maior percentual foram a RMBH (18,8%) e
Uberlândia (18,1%), bem acima da média das localidades que foi de 14,3%. Os
Municípios do Interior apresentaram o menor percentual, sendo este de 8%.
Tabela 82 – Distribuição dos Entrevistados que Foram revistados por policiais nos
últimos 5 anos
Foi revistado nos últimos 5 anos
Sim Não Belo Horizonte
17,6% 82,4%
RMBH 18,8% 81,2%
Governador Valadares
15,4% 84,6%
Juiz de Fora 11,8% 88,2%
Montes Claros 14,5% 85,5%
Patos de Minas 16,9% 83,1%
Poços de Caldas 11,5% 88,5%
Salinas 11,1% 88,9%
Uberlândia 18,1% 81,9%
Local de Origem
Municípios do interior
8,0% 92,0%
Total 14,3% 85,7%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
97
A próxima tabela diz respeito à distribuição dos entrevistados a partir do
questionamento :”procurou a polícia por ter sido vítima de crime nos últimos 5 anos?”.
Observa-se que a média geral aponta para 20,9% de pessoas afirmando terem
procurado a polícia, aonde temos Belo Horizonte como a localidade que mais procurou
a polícia (28,3%) e a RMBH (21,5%) e Montes Claros (21,2%) como as localidades em
que o percentual mais se aproximou da média.
Tabela 83 – Distribuição dos Entrevistados que Procuraram a polícia por terem sido
vítimas de um crime nos últimos 5 anos
Procurou a polícia por ter sido vítima de um crime nos últimos 5 anos
Sim Não Belo Horizonte
28,3% 71,7%
RMBH 21,5% 78,5%
Governador Valadares
18,2% 81,8%
Juiz de Fora 16,8% 83,2%
Montes Claros 21,2% 78,8%
Patos de Minas 27,7% 72,3%
Poços de Caldas 17,2% 82,8%
Salinas 5,6% 94,4%
Uberlândia 25,3% 74,7%
Local de Origem
Municípios do interior
13,8% 86,2%
Total 20,9% 79,1%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Ainda falando a respeito da relação entre a população e a polícia, os
entrevistados foram questionados se tiveram contato com a polícia para resolver algum
conflito entre vizinhos ou amigos nos últimos 5 anos. A média geral de entrevistados
que admitiram esse contato foi de 10,8%. Belo Horizonte (10,5%), os Municípios do
Interior (10,9%) e Uberlândia (10,2%) foram os municípios que mais se aproximaram
dessa média. Para esse questionamento a variação entre os municípios foi muito baixa,
existindo poucas
98
Tabela 84 – Distribuição dos Entrevistados que tiveram contato com a polícia para
resolver algum conflito entre vizinhos ou amigos nos últimos 5 anos
Teve contato com a polícia para resolver algum conflito entre vizinhos ou amigos
nos últimos 5 anos
Sim Não Belo Horizonte
10,5% 89,5%
RMBH 8,6% 91,4%
Governador Valadares
14,7% 85,3%
Juiz de Fora 14,3% 85,7%
Montes Claros 12,4% 87,6%
Patos de Minas 18,1% 81,9%
Poços de Caldas 16,1% 83,9%
Salinas 5,6% 94,4%
Uberlândia 10,2% 89,8%
Local de Origem
Municípios do interior
10,9% 89,1%
Total 10,8% 89,2%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
99
Outro questionamento realizado foi se os entrevistados denunciaram um crime à
polícia sem que fossem vítimas nos últimos 5 anos. A esse respeito, a média geral de
entrevistados que denunciaram foi de 6,3%, sendo que esse valor não variou muito de
localidade pra localidade. O menor percentual foi dos Municípios do Interior (4,9%) e o
maior foi em Salinas, com 11,1%.
Tabela 85 – Distribuição dos Entrevistados que denunciaram um crime à polícia sem que
fossem a vítima nos últimos 5 anos
Foi denunciar um crime à polícia sem que você fosse a vítima nos últimos 5 anos
Sim Não Belo Horizonte
8,1% 91,9%
RMBH 5,1% 94,9%
Governador Valadares
7,0% 93,0%
Juiz de Fora 6,3% 93,7%
Montes Claros 10,4% 89,6%
Patos de Minas 7,2% 92,8%
Poços de Caldas 8,0% 92,0%
Salinas 11,1% 88,9%
Uberlândia 5,1% 94,9%
Local de Origem
Municípios do interior
4,9% 95,1%
Total 6,3% 93,7%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Ao serem questionados se procuraram a polícia para ajudar alguma vítima de
crime nos últimos 5 anos, observa-se que a média geral dos entrevistados que
tomaram essa atitude foi de 6,5%. Esse percentual apresentou algumas variações
significativas entre as localidades, onde a cidade de Patos de Minas apresentou um
percentual que é quase o dobro da média, ao passo que em Juiz de Fora o valor é
3,4%, praticamente a metade da média. Em Belo Horizonte, o valor está acima da
média, sendo este 8,3%.
100
Tabela 86 – Distribuição dos Entrevistados que procuraram a polícia para ajudar alguma
vítima de crime nos últimos 5 anos
Procurou a polícia para ajudar alguma vítima de crime nos últimos 5 anos
Sim Não Belo Horizonte
8,3% 91,7%
RMBH 4,7% 95,3%
Governador Valadares
9,1% 90,9%
Juiz de Fora 3,4% 96,6%
Montes Claros 6,2% 93,8%
Patos de Minas 12,0% 88,0%
Poços de Caldas 10,3% 89,7%
Salinas 5,6% 94,4%
Uberlândia 5,1% 94,9%
Local de Origem
Municípios do interior
6,0% 94,0%
Total 6,5% 93,5%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A partir da mensuração do contato da população com a polícia feito nas tabelas
anteriores, é possível estabelecer uma relação entre esse contato e o grau de
confiança da população na atuação das polícias. De forma geral, os entrevistados se
distribuem da seguinte forma: 19,6% deles afirmaram confiar muito na atuação das
polícias, 46,9% disseram confiar razoavelmente, 21% disseram confiar pouco e apenas
12,4% manifestaram uma total desconfiança na atuação da polícia. É interessante uma
análise comparativa desses dados com as tabelas descritas anteriormente. Entre os
que disseram confiar muito na atuação das polícias, destacaram-se os Municípios do
Interior, com 24,6% das respostas. Entretanto, em quase todos os questionamentos
feitos a respeito da relação da população com as polícias os Municípios do Interior
apresentaram percentual inferior à média geral, exceção à “Distribuição dos
Entrevistados que tiveram contato com a polícia para resolver algum conflito entre
vizinhos ou amigos nos últimos 5 anos”, onde o valor apresentado foi 0,1% maior que a
média. Ainda com relação aos que confiam muito na atuação das polícias, somente
101
três localidades apresentaram valores inferiores à média geral, sendo eles a RMBH
(14,9%) e Belo Horizonte (16,5%).
Num outro extremo, temos os entrevistados que afirmaram não confiar na
polícia. Nesse item, destacou-se a RMBH, com 17,7% dos respondentes afirmando não
confiarem na atuação das polícias. É interessante perceber que são justamente os
entrevistados da RMBH que apresentaram o maior percentual de pessoas que foram
revistados por policiais nos últimos 5 anos, conforme tabela explicitada anteriormente.
Tabela 87 – Distribuição dos entrevistados a partir do Grau de confiança na atuação das
polícias na cidade
Grau de confiança na atuação das polícias na cidade
Confia muito
Confia razoavelmente
Confia pouco
Não confia
Belo Horizonte 16,5% 51,2% 21,2% 11,1%
RMBH 14,9% 43,1% 24,3% 17,7%
Governador Valadares 29,8% 40,4% 18,4% 11,3%
Juiz de Fora 20,2% 51,3% 17,2% 11,3%
Montes Claros 23,8% 51,3% 19,6% 5,3%
Patos de Minas 20,5% 42,2% 21,7% 15,7%
Poços de Caldas 20,9% 52,3% 18,6% 8,1%
Salinas 22,2% 50,0% 16,7% 11,1%
Uberlândia 16,0% 53,5% 19,0% 11,5%
Local de Origem
Municípios do interior 24,6% 43,3% 20,4% 11,6%
Total 19,6% 46,9% 21,0% 12,4%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Ao analisarmos a percepção da população na eficiência da polícia na resolução
de problemas de violência na cidade, observa-se que 17% dos entrevistados, de forma
geral, acredita que a polícia é muito eficiente, 50,3% acredita que a polícia é
razoavelmente eficiente, 24,2% acredita que a polícia é pouco eficiente e 8,5% acredita
que a polícia não é nada eficiente. Governador Valadares (26,4%) e Poços de Caldas
(25,9%) são as localidades onde o percentual de pessoas que acreditam que a polícia
102
é muito eficiente foi mais alto. Os menores foram Salinas (11,8%), a RMBH (13,2%) e
Belo Horizonte (14,3%). Dentre os que consideram nada eficiente, os maiores
percentuais são de RMBH (13,3%) e Patos de Minas (13,4%).
Tabela 88 – Distribuição dos entrevistados a partir do Grau de confiança na atuação das
polícias na cidade
Grau de eficiência da polícia na resolução de problemas de violência na cidade
Muito eficiente
Razoavelmente eficiente
Pouco eficiente
Nada eficiente
Belo Horizonte 14,3% 54,6% 24,4% 6,7%
RMBH 13,2% 47,4% 26,0% 13,3%
Governador Valadares 26,4% 46,4% 20,7% 6,4%
Juiz de Fora 20,6% 48,3% 24,4% 6,7%
Montes Claros 19,0% 57,1% 20,7% 3,3%
Patos de Minas 19,5% 51,2% 15,9% 13,4%
Poços de Caldas 25,9% 53,1% 19,8% 1,2%
Salinas 11,8% 35,3% 41,2% 11,8%
Uberlândia 16,6% 54,0% 25,2% 4,3%
Local de Origem
Municípios do interior 19,7% 47,2% 24,0% 9,1%
Total 17,0% 50,3% 24,2% 8,5%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
3.12. Fonte de Informações sobre Criminalidade
É muito comum nos estudos sobre medo do crime e percepção de risco,
discussões acerca da influência da fonte de informação sobre criminalidade na
construção dos mesmos. Uma grande parte dos trabalhos relacionados a este tema
sugere que os meios de informação são um dos principais responsáveis pelo aumento
do medo e da percepção de risco, muitas vezes tornando-os maiores que a própria
possibilidade vitimização real do indivíduo.
103
Com objetivos mais modestos (mas não menos importantes), neste bloco
apresentaremos brevemente quais são as fontes onde os entrevistados mais se
informam sobre a criminalidade. É importante ressaltar que, nesta questão, o
entrevistado poderia, se fosse o seu caso, indicar mais de uma opção.
A tabela a seguir apresenta a distribuição percentual dos entrevistados que se
informam, ou não, sobre criminalidade atreves da televisão.
Quando perguntado se os entrevistados se informam sobre criminalidade
através da televisão verifica-se que, em média, 64,7% responderam sim. Verifica-se
ainda que nas cidades com mais de dez mil habitantes o percentual de pessoas que se
informam sobre criminalidade por este meio é muito elevado quando comparado às
cidades com menos de dez mil habitantes. Com exceção de Salinas todas, em todas as
outras cidades este percentual foi superior a 80%. Já nas cidades com menos de dez
mil habitantes apenas 14,4% dos entrevistados afirmaram se informar sobre
criminalidade através da televisão.
Tabela 89 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através da televisão
Informa-se sobre criminalidade e
violência na cidade através da televisão
Sim Não Total
Belo Horizonte 90,7% 9,3% 100,0%
RMBH 82,2% 17,8% 100,0%
Governador Valadares 91,6% 8,4% 100,0%
Juiz de Fora 85,3% 14,7% 100,0%
Montes Claros 85,0% 15,0% 100,0%
Patos de Minas 84,3% 15,7% 100,0%
Poços de Caldas 92,0% 8,0% 100,0%
Salinas 5,6% 94,4% 100,0% Uberlândia 91,3% 8,7% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
14,4% 85,6% 100,0%
Total 64,7% 35,3% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela a seguir apresenta a distribuição percentual dos entrevistados que se
informam, ou não, sobre criminalidade através de programas de rádio.
104
Quando perguntado se os entrevistados se informam sobre criminalidade
através de programas de rádio verifica-se, de forma geral, que 72,5% dos entrevistados
não se informam sobre criminalidade através do rádio. Destaca-se apenas a cidade de
Patos de Minas, onde 57,8% afirmaram se informar sobre criminalidade através do
rádio. Os municípios com menos de dez mil habitantes apresentaram o menor
percentual de pessoas que se informam através deste meio de comunicação.
Tabela 90 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através de programas de rádio
Informa-se sobre criminalidade e
violência na cidade através de programas de rádio
Sim Não Total
Belo Horizonte 36,2% 63,8% 100,0% RMBH 35,7% 64,3% 100,0% Governador Valadares 16,8% 83,2% 100,0%
Juiz de Fora 23,9% 76,1% 100,0% Montes Claros 39,4% 60,6% 100,0% Patos de Minas 57,8% 42,2% 100,0% Poços de Caldas 25,3% 74,7% 100,0% Salinas 33,3% 66,7% 100,0% Uberlândia 18,4% 81,6% 100,0% Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 14,8% 85,2% 100,0%
Total 27,5% 72,5% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela a seguir apresenta a distribuição percentual dos entrevistados que se
informam, ou não, sobre criminalidade através de jornais impressos.
É importante destacar que apenas na cidade de Belo Horizonte e nos municípios
que compõem sua região metropolitana (RMBH) o percentual de pessoas que
informam sobre criminalidade através de jornais impressos foi superior a 60%.
Analisando os entrevistados de todas as regiões verifica-se que, em média, apenas
38,2% afirmaram se informar através deste meio de comunicação. A cidade de
Uberlândia e os municípios com população inferior a dez mil habitantes destacam-se
como as localidades que possuem os menores percentuais. Em ambas as regiões
menos de 10% afirmaram se informar sobre criminalidade através de jornais.
105
Tabela 91 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através de jornais impressos
Informa-se sobre criminalidade e
violência na cidade através de jornais impressos
Sim Não Total
Belo Horizonte 62,2% 37,8% 100,0%
RMBH 67,0% 33,0% 100,0% Governador Valadares
35,0% 65,0% 100,0%
Juiz de Fora 41,2% 58,8% 100,0%
Montes Claros 33,2% 66,8% 100,0%
Patos de Minas 14,5% 85,5% 100,0%
Poços de Caldas 34,5% 65,5% 100,0%
Salinas 16,7% 83,3% 100,0% Uberlândia 9,6% 90,4% 100,0% Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 6,7% 93,3% 100,0%
Total 38,2% 61,8% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
106
A tabela a seguir apresenta a distribuição percentual dos entrevistados que se
informam, ou não, sobre criminalidade através de jornais da vizinhança.
Quando perguntado se os entrevistados se informam sobre criminalidade
através de jornais da vizinhança verifica-se que, de forma geral, apenas 3,9%
afirmaram utilizar esta fonte de informação para se informar sobre criminalidade. Com
exceção de Governador Valadares, onde aproximadamente um quarto dos
entrevistados se informa através de jornais da vizinhança, nas demais regiões o
percentual não chegou a 10%. Em Patos de Minas, por exemplo, apenas 1,2%
afirmaram ler jornais da vizinhança para se informar sobre criminalidade.
Tabela 92 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através de jornais da vizinhança
Informa-se sobre criminalidade e violência na cidade através de jornais da vizinhança
Sim Não
Total
Belo Horizonte 4,1% 95,9% 100,0% RMBH 2,6% 97,4% 100,0% Governador Valadares 24,5% 75,5% 100,0%
Juiz de Fora 3,4% 96,6% 100,0% Montes Claros 3,6% 96,4% 100,0% Patos de Minas 1,2% 98,8% 100,0% Poços de Caldas 9,2% 90,8% 100,0% Salinas 0,0% 100,0% 100,0% Uberlândia 2,1% 97,9% 100,0% Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 3,0% 97,0% 100,0%
Total 3,9% 96,1% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
A tabela a seguir apresenta a distribuição percentual dos entrevistados que se
informam, ou não, sobre criminalidade através de conhecidos, parentes, amigos e
vizinhos.
Quando perguntado se os entrevistados se informam sobre criminalidade
através de conhecidos, amigos, parentes ou vizinhos verifica-se que, em média, 66,9%
afirma responderam sim. Observa-se, ainda, que os municípios com menos de dez mil
habitantes apresentam um percentual muito elevado, 92,2%, de pessoas que se
informam sobre criminalidade através destas pessoas. Entre as cidades com mais de
dez mil habitantes Poços de Caldas, com 70,1%, é a cidade com o maior percentual de
107
pessoas que se informam através de pessoas conhecidas. Já em Governador
Valadares, Salinas e Uberlândia este percentual não alcançou 50%.
Tabela 93 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através de conhecidos, parentes, amigos e vizinhos
Informa-se sobre criminalidade e violência na cidade através de conhecidos, parentes,
amigos e vizinhos
Sim Não
Total
Belo Horizonte 56,0% 44,0% 100,0%
RMBH 54,0% 46,0% 100,0% Governador Valadares 46,9% 53,1% 100,0%
Juiz de Fora 64,7% 35,3% 100,0%
Montes Claros 56,5% 43,5% 100,0%
Patos de Minas 65,1% 34,9% 100,0%
Poços de Caldas 70,1% 29,9% 100,0%
Salinas 44,4% 55,6% 100,0% Uberlândia 49,7% 50,3% 100,0% Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 92,2% 7,8% 100,0%
Total 66,9% 33,1% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
As tabelas a seguir apresentam a distribuição percentual dos entrevistados que
se informam, ou não, sobre criminalidade através de encontros comunitários, policiais,
informativos enviados pela polícia e através de organizações comunitárias.
De forma geral verifica-se que o percentual de pessoas que se informam sobre
criminalidade através destes meios de comunicação é muito pequeno. Em todas estas
tabelas mais de 96% dos entrevistados afirmaram não se informar sobre criminalidade
destes tipos de comunicação.
108
Tabela 94 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através de encontros comunitários
Informa-se sobre criminalidade e violência
na cidade através de encontros comunitários
Sim Não Total
Belo Horizonte 2,9% 97,1% 100,0%
RMBH ,8% 99,2% 100,0% Governador Valadares
0,0% 100,0% 100,0%
Juiz de Fora 3,4% 96,6% 100,0%
Montes Claros 7,3% 92,7% 100,0%
Patos de Minas 1,2% 98,8% 100,0%
Poços de Caldas 10,3% 89,7% 100,0%
Salinas 100,0% 100,0% Uberlândia ,6% 99,4% 100,0% Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
4,1% 95,9% 100,0%
Total 2,9% 97,1% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 95 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através de policiais
Informa-se sobre criminalidade e violência na cidade através de policiais
Sim Não Total
Belo Horizonte 2,9% 97,1% 100,0%
RMBH 1,6% 98,4% 100,0% Governador Valadares
2,1% 97,9% 100,0%
Juiz de Fora 2,1% 97,9% 100,0%
Montes Claros 11,4% 88,6% 100,0%
Patos de Minas 3,6% 96,4% 100,0%
Poços de Caldas 2,3% 97,7% 100,0%
Salinas 100,0% 100,0% Uberlândia 1,2% 98,8% 100,0% Municípios do interior (com até 10 mil hab.) 4,7% 95,3% 100,0%
Total 3,3% 96,7% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
109
Tabela 96 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através de cartas e informativos enviados pela
polícia
Informa-se sobre criminalidade e violência na cidade através de cartas e informativos enviados pela polícia
Sim Não Total
Belo Horizonte ,4% 99,6% 100,0%
RMBH ,2% 99,8% 100,0% Governador Valadares
0,0% 100,0% 100,0%
Juiz de Fora 0,0% 100,0% 100,0%
Montes Claros 1,6% 98,4% 100,0%
Patos de Minas 3,6% 96,4% 100,0%
Poços de Caldas 0,0% 100,0% 100,0%
Salinas 0,0% 100,0% 100,0% Uberlândia 0,0% 100,0% 100,0% Municípios do interior (com até 10 mil hab.) ,6% 99,4% 100,0%
Total ,5% 99,5% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Tabela 97 – Distribuição dos entrevistados a partir do questionamento: Informa-se sobre
criminalidade e violência na cidade através de grupos ou organizações comunitárias
Informa-se sobre criminalidade e violência
na cidade através de grupos ou organizações comunitárias
Sim Não Total
Belo Horizonte 1,0% 99,0% 100,0%
RMBH ,2% 99,8% 100,0%
Governador Valadares 0,0% 100,0% 100,0%
Juiz de Fora ,4% 99,6% 100,0%
Montes Claros 2,1% 97,9% 100,0%
Patos de Minas 2,4% 97,6% 100,0%
Poços de Caldas 5,7% 94,3% 100,0%
Salinas 0,0% 100,0% 100,0% Uberlândia 0,0% 100,0% 100,0%
Municípios do interior (com até 10 mil hab.)
1,2% 98,8% 100,0%
Total ,9% 99,1% 100,0%
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
110
3.14. Confiança nas Instituições
Neste bloco trataremos da confiança dos entrevistados sobre as seguintes
instituições: Poder Judiciário, Igreja, Imprensa, Polícia, Governo do Estado e Governo
Federal. O grau de confiança nestas instituições foi medido através de uma escala de
“0” a “10”, onde o “0” significa “Não confio nem um pouco” e o “10” significa “Confio
Muito”. Assim, o entrevistado deveria indicar o quanto confia em cada uma das
instituições indicando um dos valores apresentados na escala.
O gráfico a seguir indica que a confiança da populaçäo belorizontina segue um
padrao quase constatne para todas as instituicoes pesquisadas. Dessa forma,
constata-se uma alta concentraçao dos entrevistados dentro dos polos do gráficos, ou
seja, nao confiar nem um pouco ou confiar muito em instituicoes como a policia, a
igreja e orgaos do governo. Outro ponto de alta concetracao é o chamado ponto do
meio do gráfico, colocado, nesse caso, como o número 5, que representaria algo como
uma confianca nem tao alta e nem tao baixa nas instituicoes pesquisadas. Além disso,
para o agregado de instituicoes também é possivel observar que a quantidade de
individuos que confiam em determinada instituicao tende a ser maior do que aqueles
que nao confiam, sendo as frequencias das respostas maiores do que cinco maiores do
que as menores a esse valor.
Dentre as instituicoes analizadas, sao as igrejas aquelas que apresentam maior
confianca geral, seguia, com certa distancia, pela imprensa e pelo Governo Federal,
mas abaixo. Dentre os que mais causam deconfianca, se destaca o Poder Judiciario,
instituicao com maior proporcao de pessoas que nao confiam nem um pouco e menor
proporcao de respondentes que confiam muito.
111
Figura 02 – Confiança dos Entrevistados de Belo Horizonte quanto a Instituições Sociais
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Para os habitantes da região metropolitana, apesar de a distribuição das
freqüências entre as notas, que variam entre 10 pontos, se aproximar muito da de Belo
Horizonte, se observa uma tendencia de bem mais confianca do que aquela vista na
tabela anterior, com uma alta concentracao de respostas no entorno de oito, do que
vista até agora. Da mesma forma, é bem menor a quantidade de pesquisados que
demonstraram pouca ou nenhuma confianca em qualquer uma das instituicoes vistas,
com excecao talves para o Governo Municipal, que apresentou a menor confianca
frente as outras istituicoes.
Novamente, é a igreja instituicao em que se mais confia, e tambem para RMBH
a imprensa e o Governo Federal vieram a seguir. O Governo Estadual, no entanto, já
nao inspirou tanta confianca para a essa regiao do que para Belo Horizonte, tendendo
a apresentar uma distribuicao de frequencia mais proximo ao ponto medio do grafico.
No extremo inferior, ou seja, as instituicoes que mostraram o pior grau de
confianca, se encontram novamente o Poder Judiciario, dessa vez seguido pelo
Governo Municiapal, que tambem apresentou baixa credibilidade.
112
Figura 03 – Confiança dos Entrevistados Região Metropolitana de Belo Horizonte quanto
a Instituições Sociais
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Para as cidades pólo permaneceu uma distribuição muito semelhante aquela
vista em Belo Horizonte, mas especificamente parecida com a Região Metropolitana,
ou seja, com um alto grau relativo de confiança nas instituições em geral.
A maior diferença observada para o caso dessas cidades em relação as outras
analisadas ate agora seria o isolamento que tem a igreja, do ponto de vista de alta
credibilidade, em relação a outras localidade. É quase muito alta a quantidade relativa
de pessoas que confiam muito nas igreja nas cidades pólo, sendo essa credibilidade
pelo menos duas vezes mais comum do que a do segundo colocado, que seria o
Governo Federal no caso desses municípios.
Também para esta distribuição, disposta no gráfico a seguir, permanece muito
baixa a confiança no poder judiciário, sendo essa apenas melhor que a dos respectivos
governos municipais.
113
Figura 04 – Confiança dos Entrevistados dos Municípios Sede das Macrorregiões de
Minas Gerais quanto a Instituições Sociais
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
Por melhor que tenha sido, em todos os gráficos anteriores, alta a credibilidade
da igreja, em nenhuma outra amostra ela se apresentou tão alta quanto nos municípios
do interior, onde ela atingiu um altíssimo patamar. Esse dado, junto ao encontrado na
analise das cidades pólo, reforça que, quanto menor é o município, mais tende a ser a
credibilidade oferecida por esse as instituições de cunho religioso. Também se destaca
a alta confiança depositada na figura do Governo Federal que quase não apresenta
pessoas que não confiam nem um pouco nele.
Para o caso das cidades pequenas em especifico, é observável que a proporção
das respostas, distribuídas nos vários graus de confiança, para todas as instituições
que não a igreja e nem os governos federal e estadual, é praticamente a mesma, com
a policia e o poder judiciário empatados como aqueles com menor grau de confiança e
os respectivos governos municipais com a maior quantidade de respondentes que
declaram não confiar nada nele
s.
114
Figura 05 – Confiança dos Entrevistados dos Municípios com População inferior a 10 mil
Habitantes quanto a Instituições Sociais
Fonte: CRISP/UFMG. Dados da Pesquisa, 2009
4. Medo Comparado: Principais Resultados 2008 e 2009
Antes de começarmos a tratar das questões que se referem ao medo do crime e
percepção de risco propriamente ditas, é importante apresentar alguns perfis sócio-
demográficos dentro dos quais estes fenômenos se desenvolvem. Invariavelmente, os
fenômenos de percepção criminal não seguem um padrão homogêneo de distribuição.
Em muitos casos, eles variam em relação a diversos aspectos: sexo, idade, faixa de
renda, local onde vive, estado civil, escolaridade, dentre outros.
Desta forma, tais informações adquirem grande importância, uma vez que fazem
com que seja possível correlacionar os índices de medo do crime e percepção de risco
medidos pela pesquisa, com as configurações sócio-econômicas, demográficas e
estruturais dos diversos municípios e/ou regiões de Minas Gerais. Esse procedimento,
portanto, é fundamental para a obtenção de uma compreensão mais ampla sobre o
problema da insegurança no Estado.
115
4.1. Vitimização Vicária
Neste módulo da pesquisa, os entrevistados foram perguntados se conheciam
alguém que já tivesse sido vítima de crimes, tais como ter a residência invadida, roubo
ou arrombamento de veículos, roubos ou assaltos a estabelecimentos comerciais perto
de sua vizinhança e assassinato ou tentativa de assassinato. Desta forma, tentamos
medir o nível de vitimização vicária, e, em decorrência, a freqüência das trocas de
informações interpessoais referentes à vitimização.
Acredita-se, portanto, que a “vitimização vicária” tende a potencializar a
percepção de risco e medo de crime (LAGRANGE; FERRARO; SUPANCIC, 1992).
Assim, na análise que segue, procuramos apresentar estas questões levando em
consideração a cidade de Belo Horizonte e as Demais Regiões do Estado em que
residem os entrevistados.
Acerca da vitimização vicária como um todo, a pesquisa mostrou que os
percentuais diminuíram de 2008 para 2009, revelando um cenário mais positivo quanto
a redução da criminalidade. Sobretudo em Belo Horizonte e nos municípios do interior
com população até 10 mil habitantes.
Tomemos como ilustração, o fato de conhecer pessoas que tiveram sua
residência invadida. A enquete realizada no ano de 2008 mostrou um cenário muito
ruim quanto ao conhecimento desse tipo de crime na vizinhança dos entrevistados.
Observamos percentuais muito elevados nos municípios sede das macrorregiões e nas
cidades do interior. A etapa da pesquisa realizada no ano de 2009, revela um cenário
mais tranqüilo, porém com percentuais ainda muito elevados, perto da metade da
população entrevistada.
Tabela 98 – Conhecimento de Vitimização Vicária na Vizinhança
Conhece pessoa que teve residência
invadida nos últimos 5 anos
Conhece pessoa que foi vítima de roubo ou
arrombamento de veículos nos últimos 5
anos
Tem conhecimento de Assassinato na
vizinhança nos últimos 5 anos
2008 2009 2008 2009 2008 2009
Belo Horizonte 61,7 51,0 75,5 73,2 38,4 40,7
RMBH 51,9 42,1 54,8 54,1 45,3 45,6
Cidades Pólo Macro-regiões 71,5 57,3 50,1 60,9 30,2 34,6
Cidades do Interior (até 10 mil hab.) 70,4 49,1 44,6 38,6 44,6 35,6 Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
116
Figura 05 - Vitimização Vicária: Conhece alguém que teve a residência arrombada nos
últimos 5 anos
,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
Belo Horizonte RMBH Cidades Pólo Macro-regiões
Cidades do Interior (até 10 mil hab.)
61,7
51,9
71,5 70,4
51,0
42,1
57,3
49,1
2008 2009 Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
Figura 06 - Vitimização Vicária: Conhece alguém que teve o veiculo arrombado ou
roubado nos últimos 5 anos
,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
Belo Horizonte RMBH Cidades Pólo Macro-regiões
Cidades do Interior (até 10 mil hab.)
75,5
54,8
50,1
44,6
73,2
54,1
60,9
38,6
2008 2009 Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
117
Figura 07 - Vitimização Vicária: Tem conhecimento de homicídio na
vizinhança nos últimos 5 anos
,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
Belo Horizonte RMBH Cidades Pólo Macro-regiões
Cidades do Interior (até 10 mil hab.)
38,4
45,3
30,2
44,6
40,7
45,6
34,6 35,6
2008 2009 Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
4.2. Vitimização Criminal
Este módulo do questionário buscou levantar informações acerca de crimes ou
de situações de violência de que as pessoas possam ter sido vítimas nos últimos
tempos. Procurou-se saber o nível de vitimização dos entrevistados, com respeito a
diversos tipos de crimes e em que período da vida eles ocorreram.
As análises que apresentamos a seguir discorrem sobre se o entrevistado já foi
vítima ou não de crimes como furto, roubo, agressão física, residência invadida e
tentativa de homicídio e há quanto tempo o crime ocorreu. Além disso, esboçaremos
alguns indicativos de como alguns desses crime se distribuem entre a cidade de Belo
Horizonte e nas demais regiões de Minas Gerais.
Belo Horizonte apresenta um pequeno crescimento nos níveis de vitimização da
sua população para alguns crimes, mas apresenta redução em crimes muito
importantes na formação da percepção de medo dos belorizontinos, como roubo e
invasão a residência. A Região Metropolitana de Belo Horizonte, segue o mesmo
padrão observado para a capital mineira.
118
A situação nas cidades sede de macrorregiões é mais favorável, o cenário
observado é outro. Podemos observar uma redução significativa nos percentuais de
vitimização criminal experimentados pela população dessas localidades.
Tabela 99 – Vitimização Criminal nos últimos 12 meses
Vítima de Furto nos últimos 12 meses
Vítima de Roubo nos últimos 12
meses
Vítima de Agressão Física nos últimos
12 meses
Vítima de Residência
Arrombada nos últimos 12 meses
Vítima de Tentativa de Homicídio nos últimos 12 meses
2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008
elo Horizonte 9,7 11,9 9,0 6,6 3,2 4,0 6,6 5,0 ,5
RMBH 8,0 8,3 8,1 4,6 3,0 2,5 3,4 2,9 1,0
Cidades Pólo Macro-regiões 12,8 13,2 5,5 4,8 4,0 2,1 7,7 6,1 1,1
Cidades do Interior (até 10 mil hab.) 5,2 8,0 1,1 1,1 2,4 2,5 2,8 3,7 ,9 Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
Figura 08 - Vitimização Criminal: Vítima de Roubo nos últimos 12 meses.
Período: 2008 X 2009
9,0
8,1
5,5
1,1
6,6
4,6 4,8
1,1
,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
Belo Horizonte RMBH Cidades Pólo Macro-
regiões
Cidades do Interior
(até 10 mil hab.)
%
Vitimas de Roubo nos últimos 12 meses
2008 2009
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
119
Figura 09 - Vitimização Criminal: Vítima de Roubo nos últimos 12 meses.
Período: 2008 X 2009
6,6
3,4
7,7
2,8
5,0
2,9
6,1
3,7
,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
Belo Horizonte RMBH Cidades Pólo Macro-
regiões
Cidades do Interior
(até 10 mil hab.)
%
Vitimas de Arrombamento de Residencia nos últimos 12 meses
2008 2009
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
4.3. Percepção de Segurança
A percepção de risco, ou percepção de segurança, geralmente acontece quando
o indivíduo está em um ambiente estranho e desorientador, longe de seu território, dos
objetos e figuras conhecidas que lhe dão apoio. Em outras palavras, a percepção de
risco é a tentativa de tornar incertezas em possibilidades, é um pressentimento de
perigo quando nada existe nas proximidades que justifique a insegurança.
As questões a seguir, apresentam diferentes situações clássicas para se medir
percepção de risco, a saber: “como você se sente ao andar sozinho durante o dia em
sua vizinhança” e “como você se sente ao caminhar sozinho à noite em sua
vizinhança”, além de questões que envolvem estas percepções comparado-as aos
últimos doze meses, por exemplo, “comparando hoje com os últimos doze meses,
como você percebe a segurança na sua cidade”.
Quanto à percepção de risco, é possível identificar dois cenários. O primeiro
deles é composto pela capital Belo Horizonte e a sua Região Metropolitana, nestas
localidades os entrevistados revelaram se sentir mais seguros ao caminhar em sua
120
vizinhança independente do horário, além de perceber a sua cidade mais segura que
há 12 meses. Já no segundo cenário, composto pelas cidades sede de macrorregião e
pelos municípios do interior de Minas Gerais, a situação é divergente da observada na
capital mineira. Nestas regiões parece não haver uma melhora nos indicadores
observados. Em alguns desses indicadores, por exemplo, “percepção de segurança ao
caminhar pela vizinhança durante a noite”, é possível identificar uma sensação menos
segura por parte da população residente nestas localidades.
Tabela 100 – Percepção de Segurança segundo a Distribuição dos Entrevistados por
Regiões
2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009
Belo Horizonte 10,2% 19,0% 40,1% 45,5% 49,7% 35,5% 6,9% 13,4% 28,6% 37,4% 64,6% 49,3% 9,4% 13,8% 19,9% 28,0% 70,8% 58,2%
RMBH 16,2% 15,0% 39,2% 54,6% 44,5% 30,4% 11,5% 10,7% 32,7% 37,5% 55,7% 51,8% 15,2% 22,7% 28,2% 31,9% 56,6% 45,4%
Cidades Pólo Macro-regiões 12,1% 13,4% 45,4% 47,0% 42,5% 39,6% 8,8% 8,0% 36,9% 33,3% 54,3% 58,7% 7,9% 9,0% 19,2% 19,9% 73,0% 71,1%
Cidades do Interior (até 10 mil hab.) 14,3% 12,2% 61,6% 59,9% 24,1% 28,0% 12,1% 9,8% 53,6% 48,8% 34,3% 41,4% 17,7% 15,8% 44,1% 43,7% 38,1% 40,6%
Aumentou
Percepção de segurança na cidade hoje, em comparação com os últimos 12 meses
Percepção de segurança ao caminhar pela vizinhança durante a noite hoje, em comparação com
os últimos 12 meses
Percepção de segurança ao caminhar pela vizinhança durante o dia hoje, em comparação com
os últimos 12 meses
Muito SeguroTão seguro
quantoMenos Seguro Mais seguro
Tão seguro quanto
Menos seguro DiminuiuPermaneceu a
mesma
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
Figura 10 - Percepção de Segurança: Percepção de segurança na cidade hoje, em
comparação com os últimos 12 meses
,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
2008 2009 2008 2009 2008 2009
Diminuiu Permaneceu a mesma Aumentou
Belo Horizonte RMBH
Cidades Pólo Macro-regiões Cidades do Interior (até 10 mil hab.)
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
121
4.4. Fontes de Informação sobre Criminalidade
A compreensão de como se desenvolve a sensação de segurança ou de medo
nas populações analisadas passa necessariamente pela identificação dos canais
através dos quais as pessoas se informam sobre episódios e contextos de
criminalidade e violência. Além de contribuir para uma maior compreensão dos
processos a partir dos quais as populações formam suas percepções acerca das
questões de segurança pública e vitimização, o conhecimento mais aprofundado sobre
suas fontes de informação também constitui elemento fundamental para o
planejamento de ações de diminuição da sensação de medo e insegurança.
Nesse sentido, os dados coletados pela pesquisa indicam que existem dois
perfis bastante diferenciados de uso de fontes de informação dentro do estado. De um
lado, um bloco formado pela capital, Região Metropolitana e as cidades pólo; de outro,
o bloco formado pelas cidades do interior. Enquanto no primeiro bloco a maioria dos
moradores alega se informar sobre eventos de criminalidade por meio de veículos de
imprensa como TV e jornais impressos, nas cidades do interior a grande maioria das
pessoas se informa por meio de conversas com conhecidos. Esses dois perfis ficam
bastante claros a partir da análise dos dados expostos na tabela e nos gráficos a
seguir.
Tabela 101 – Principais Fontes de Informação sobre Criminalidade segundo a população de Minas Gerais
Casos % Casos % Casos % Casos % Casos % Casos % Casos % Casos %
Se informa sobre criminalidade através da televisão
1240 32,9% 1250 31,4% 791 35,9% 813 31,9% 1017 37,5% 952 38,3% 296 12,7% 222 9,8%
Se informa sobre criminalidade através de jornais impressos
774 20,6% 857 21,6% 509 23,1% 663 26,0% 421 15,5% 289 11,6% 109 4,7% 104 4,6%
Se informa sobre criminalidade através de conhecidos, parentes, amigos e vizinhos
637 16,9% 772 19,4% 382 17,3% 534 21,0% 609 22,5% 618 24,8% 1368 58,7% 1424 62,8%
Se informa sobre criminalidade através de programas de rádio
562 14,9% 499 12,6% 298 13,5% 353 13,9% 346 12,8% 294 11,8% 253 10,9% 229 10,1%
Se informa sobre criminalidade através da internet
332 8,8% 410 10,3% 94 4,3% 111 4,4% 198 7,3% 170 6,8% 31 1,3% 54 2,4%
Se informa sobre criminalidade através de jornais da vizinhança
93 2,5% 57 1,4% 66 3,0% 26 1,0% 39 1,4% 66 2,7% 118 5,1% 47 2,1%
Se informa sobre criminalidade através de policiais
42 1,1% 40 1,0% 24 1,1% 16 0,6% 35 1,3% 39 1,6% 37 1,6% 72 3,2%
Outras fontes(grupos comunitários, informativos da Policia, etc.)
88 2,3% 89 2,2% 41 1,9% 31 1,2% 46 1,7% 59 2,4% 118 5,1% 114 5,0%
2009 2008 20092008 2009 2008 2009 2008
Belo Horizonte RMBH Cidades Pólo Macro-regiões Cidades do Interior (até 10 mil hab.)
FONTE DE INFORMÇÃO SOBRE CRIMINALIDADE
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
Figura 11 - Fontes de Informação sobre Criminalidade: Principais fontes
segundo a população de Belo Horizonte, no ano de 2009
122
31,4%
21,6%
19,4%
12,6%
10,3%
1,4% 1,0% 2,2%
Se informa sobre criminalidade através da televisão
Se informa sobre criminalidade através de jornais impressos
Se informa sobre criminalidade através de conhecidos, parentes, amigos e vizinhos
Se informa sobre criminalidade através de programas de rádio
Se informa sobre criminalidade através da internet
Se informa sobre criminalidade através de jornais da vizinhança
Se informa sobre criminalidade através de policiais
Outras fontes(grupos comunitários, informativos da Policia, etc.)
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2009
Figura 12 - Fontes de Informação sobre Criminalidade: Principais fontes
segundo a população das Cidades do Interior, no ano de 2009
9,8%4,6%
62,8%
10,1%
2,4%2,1% 3,2%
5,0%
Se informa sobre criminalidade através da televisão
Se informa sobre criminalidade através de jornais impressos
Se informa sobre criminalidade através de conhecidos, parentes, amigos e vizinhos
Se informa sobre criminalidade através de programas de rádio
Se informa sobre criminalidade através da internet
Se informa sobre criminalidade através de jornais da vizinhança
Se informa sobre criminalidade através de policiais
Outras fontes(grupos comunitários, informativos da Policia, etc.)
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2009
123
4.5. Confiança nas Instituições Públicas
Outra importante dimensão avaliada pela pesquisa é o nível de confiança que a
população tem na atuação das instituições públicas mais diretamente relacionadas à
questão da segurança. No que se refere à atuação das polícias, por exemplo, os dados
coletados em 2009 indicam que, especificamente em Belo Horizonte, houve não
apenas um aumento de confiança na atuação das corporações, como também uma
melhoria na avaliação que se faz sobre sua eficiência. Enquanto em 2008 63% dos
entrevistados afirmaram que confiavam muito na atuação das polícias, em 2009 esse
percentual subiu para 67,7%. Além disso, também houve um aumento percentual entre
aqueles que responderam que as polícias são muito eficientes na resolução dos
problemas da cidade: 62,7% em 2008, para 68,9% em 2009. Resultados bastante
semelhantes aos da capital foram observados nas cidades pólo das macro-regiões.
Por outro lado, na Região Metropolitana e em cidades do interior os indicadores
de confiança permaneceram praticamente estáveis entre 2008 e 2009, enquanto houve
uma leve redução das avaliações positivas que os entrevistados fizeram sobre a
eficiência das polícias. A tabela e o gráfico a seguir ilustram a evolução destes perfis de
confiança e avaliação das polícias nos últimos dois anos.
Tabela 102 – Confiança na Atuação das Polícias
Confiança na atuação das polícias da cidade Eficiência das polícias na resolução de problemas na cidade
Confia muito Não confia Muito eficiente Nada eficiente
2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009
Belo Horizonte 63,0% 67,7% 37,0% 32,3% 62,7% 68,9% 37,3% 31,1%
RMBH 58,2% 58,0% 41,8% 42,0% 62,8% 60,7% 37,2% 39,3%
Cidades Pólo Macro-regiões 63,7% 70,8% 36,3% 29,2% 66,2% 71,7% 33,8% 28,3%
Cidades do Interior (até 10 mil hab.) 67,9% 67,9% 32,1% 32,1% 68,8% 66,9% 31,2% 33,1% Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
124
Figura 13 - Confiança na Atuação das Polícias no seu Município
63,0%
67,7%
37,0%
32,3%
58,2% 58,0%
41,8% 42,0%
63,7%
70,8%
36,3%
29,2%
67,9% 67,9%
32,1% 32,1%
,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
2008 2009 2008 2009
Confia muito Não confia
Confiança na atuaçao das polícias da cidade
Belo Horizonte RMBH Cidades Pólo Macro-regiões Cidades do Interior (até 10 mil hab.)
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
Quando o olha se volta para Governo de Minas, a pesquisa demonstra que,
entre 2008 e 2009, mais especificamente na capital, houve uma melhora muito sutil no
nível de confiança que população deposita na atuação do Estado. Nesses dois
estratos, diminuiu o percentual de entrevistados que afirmaram ter um baixo nível de
confiança na atuação governamental e aumentou ligeiramente o percentual daqueles
que disseram avaliar de maneira neutra.
Na Região Metropolitana e nas cidades pólo, observa-se que, entre 2008 e
2009, houve uma melhora um pouco mais clara no nível de confiança que os
entrevistados depositam na atuação do Governo do Estado. Diminuiu o percentual da
população que indicava baixos níveis de confiança e aumentou o percentual daqueles
que indicavam altos níveis. As tabelas a seguir ilustram essa evolução.
Figura 14 - Confiança na Atuação do Governo de Minas Gerais
Belo Horizonte RMBH
125
,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
Não
confia
1 2 3 4 5 6 7 8 9 Confia
muito
2008 2009
,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
Não
confia
1 2 3 4 5 6 7 8 9 Confia
muito
2008 2009 Cidades Pólo Macrorregiões Cidades do Interior (até 10 mil hab.)
,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
Não
confia
1 2 3 4 5 6 7 8 9 Confia
muito
2008 2009
,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
Não
confia
1 2 3 4 5 6 7 8 9 Confia
muito
2008 2009 Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
5. O Número do Medo no Estado de Minas Gerais
Para construir o indicador geral de crime utilizamos a sensação de medo de oito
tipos de crimes/eventos específicos, a saber: ter medo de ter a residência invadida /
arrombada (MEDO1); medo de ter objetos pessoais de valor tomados a força por
outras pessoas – roubo ou assalto (MEDO2); medo de ter seu carro ou moto roubado
ou furtado (MEDO3); medo de se envolver em brigas / agressões físicas com outras
pessoas (MEDO4); medo de morrer assassinado (MEDO5); medo de seqüestro ou
seqüestro relâmpago (MEDO6); medo de ser vítima de fraude e perder quantia
significativa de dinheiro (MEDO8); medo de receber uma ligação de bandidos exigindo
dinheiro (MEDO9). Originalmente essas medidas foram coletadas de maneira ordinal,
ou seja os respondentes afirmaram possuir nenhum medo, pouco medo ou muito
medo. Posteriormente, recodificamos essas mesmas medidas de forma dicotômica.
Dessa maneira, passaram a possuir duas categorias de resposta: não ter medo (foi
atribuído o valor 0 para as respostas “nenhum medo”) e ter medo (onde foi atribuído o
valor 1 para as respostas “pouco medo” e “muito medo”).
126
A partir dessas medidas foi criado um indicador geral de medo, que foi
construído da seguinte maneira. Num primeiro momento, foi elaborada uma medida
ordinal de medo que correspondente ao resultado da soma de todas as medidas de
medo específico de crime. Essa medida agrupa os oito tipos de crimes especificados
anteriormente em uma única variável que denominamos de “Fator Ordinal de Medo”.
Esse fator corresponde a uma escala de nove pontos, variando de 0 a 8. O valor 0
representa aqueles respondentes que afirmaram não ter medo de nenhum dos crimes
em análise, por conseguinte o valor 2 representa àqueles que afirmaram ter medo de
dois tipos de crime e assim por diante até o valor 8 que configura os respondentes que
afirmaram ter medo de todos os crimes em análise. As medidas que compõem esse
fator ordinal de medo apresentaram no teste de confiabilidade um coeficiente de Alpha
Cronbach superior a 0,620 para dos dados do ano de 2008 e superior a 0,740 para os
dados levantados no ano de 2009.
Figura 15 - Distribuição percentual do “Fator Ordinal de Medo” na população amostrada
2008 2009
Fator Ordinal de Medo
1086420-2
Fre
qu
ency
1.200
1.000
800
600
400
200
0
Std. Dev. =2,519
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
A medida final correspondente ao “Indicador Geral de Medo” é o resultado da
recodificação do fator ordinal de medo em três grandes categorias: Nenhum/pouco
medo, Medo moderado e Muito medo. A Categoria nenhum/pouco medo é composta
pelo agrupamento dos valores de 0 a 2, isto é corresponde àqueles entrevistados que
afirmaram não ter medo de crimes ou que afirmaram ter medo de 1 ou 2 tipos de crime.
Essa categoria corresponde a 18,36% de toda a população amostrada na pesquisa. A
127
segunda categoria diz respeito àqueles respondentes que afirmaram ter medo de 3 a 5
tipos de crimes, esses indivíduos foram classificados entres os que possuem um medo
moderado de crime. Essa categoria do indicador geral de medo representa 28,02% de
toda a população mineira selecionada nesta pesquisa. A terceira categoria desse
indicador geral corresponde aos entrevistados que responderam possuir muito medo
de crime, são aqueles que relataram ter medo de quase todos os crimes em análise (6
a 8 crimes). Essa parcela da população amostrada representa 53,62% de todos os
entrevistados.
Para fins de aplicação do “Indicador Geral de Medo”, enquanto um instrumento
de políticas públicas, vamos tomar com referência a última categoria de análise dessa
medida. Esse indicador tem como referência a parcela da população mineira que
afirmou possuir muito medo de crime. Isto é, aqueles entrevistados que relataram ter
medo de muitos tipos de crime ao mesmo tempo, em específico, medo de 6 a 8 tipos
de crime. O gráfico a seguir apresenta a proporção do indicador geral de medo na
população de Minas Gerais.
Figura 16 - Distribuição percentual do “Indicador Geral de Medo” na população
de Minas Gerais. Período 2008 e 2009
18,4
28,0
53,6
18,4
30,4
51,2
,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
Nenhum Medo Pouco Medo Muito Medo
%
2008 2009
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
Indicador geral de “Medo” em Belo Horizonte, RMBH, municípios sede de Macrorregiões e cidades do interior de Minas Gerais
128
As análises a seguir, apresentam a evolução ao longo dos últimos dois anos e a
distribuição do indicador geral de medo pelos quatro diferentes estratos de cidades
analisados pela pesquisa em Minas Gerais. Esse tipo de estudo é importante, pois leva
em consideração regionalismos que são característicos de um estado com 853
municípios e dimensão territorial tão extensa.
Em Belo Horizonte, por exemplo, houve uma redução de aproximadamente 8%
entre 2008 e 2009 daqueles que responderam sentir “muito medo de se tornar vítima
de crime”. Na RMBH, durante o mesmo período, essa redução também se mostrou
expressiva, chegando a quase 7%. O mesmo padrão é seguido pelas cidades pólo que,
de maneira geral, apresentaram uma redução média de 5,5,% na sensação de “muito
medo de se tornar vítima de crime”.
Por outro lado, um perfil bastante diferente pode ser observado quando se volta
o olhar para as cidades do interior (com até 10 mil habitantes). Neste estrato, o
percentual daqueles que se declararam “com muito medo de ser vítima de crime” subiu
de 44,2% em 2008 para 51,5% em 2009. O gráfico a seguir indica a evolução desses
perfis.
Figura 17 - “Indicador Geral de Medo” (Muito Medo) para Minas Gerais, por estratos
territoriais
54,0%
60,3% 60,3%
44,2%46,2%
53,6% 54,8%
51,5%
,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
Belo Horizonte RMBH Cidades Pólo Macro-regiões Cidades do Interior (até 10 mil
hab.)
2008 2009
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
129
O gráfico a seguir apresenta um panorama do indicador geral de medo segundo
os municípios amostrados na Região Metropolitana e nas cidades pólo. Analisando os
municípios que compõem a RMBH, de uma maneira geral verificamos que apenas
Ibirité e Santa Luzia apresentaram aumento da sensação de insegurança entre 2008 e
2009. Entre as cidades pólos regionais das macrorregiões de Minas Gerais, apenas
Montes Claros apresentou crescimento da sensação de medo. No entanto, também
vale observar os indicadores apresentados por Uberlândia, que praticamente não
sofreram alteração entre 2008 e 2009, contrariando a tendência geral de queda da
sensação de medo entre as cidades pólo. O gráfico e a tabela a seguir mostram a
evolução do indicador nas cidades analisadas.
Figura 18 - Distribuição percentual do “Indicador Geral de Medo” (Muito Medo)
em Minas Gerais, por municípios selecionados na pesquisa
,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
2008 2009 Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
130
Tabela 103 – Distribuição Percentual do “Indicador Geral de Medo” em Minas Gerais, por
municípios selecionados na pesquisa
Indicador Geral de Medo Nenhum Medo Pouco Medo Muito Medo 2008 2009 2008 2009 2008 2009
Belo Horizonte 14,8% 17,6% 31,2% 36,2% 54,0% 46,2% Betim 14,1% 13,7% 21,8% 29,9% 64,1% 56,4% Contagem 15,1% 19,3% 21,9% 29,7% 63,1% 51,0% Ibirité 18,8% 16,7% 30,2% 29,2% 51,0% 54,2% Ribeirao das Neves 18,5% 23,5% 20,5% 21,4% 61,0% 55,1% Santa Luzia 20,9% 27,3% 29,1% 20,0% 50,0% 52,7% Governador Valadares 13,0% 14,7% 20,5% 37,8% 66,4% 47,6% Juiz de Fora 9,1% 15,5% 23,6% 23,9% 67,4% 60,5% Montes Claros 7,8% 11,4% 37,3% 28,5% 54,9% 60,1% Patos de Minas 20,5% 32,5% 31,3% 37,3% 48,2% 30,1% Poços de Caldas 18,2% 26,4% 22,7% 24,1% 59,1% 49,4% Salinas 5,6% 11,1% 22,2% 22,2% 72,2% 66,7% Uberlândia 11,7% 16,0% 30,6% 26,5% 57,7% 57,5% Municípios Interior (Até 10 mil hab) 27,6% 19,5% 28,2% 28,9% 44,2% 51,5%
Fonte: CRISP - Pesquisa Percepção de Medo em MG, 2008 e 2009
6. Considerações Finais
As análises aqui realizadas fornecem alguns resultados que contribuem para
entender o fenômeno da sensação de insegurança (medo) nos grandes centros
urbanos e em municípios interioranos com populações pequenas.
De uma maneira geral, o tamanho da população e sua localização no estado
produzem grande impacto na determinação do sentimento de medo dos mineiros.
Residir em grandes centros urbanos, independente de estar próximo da capital Belo
Horizonte ou não, aumenta a chance dos mineiros de sentir medo de ser vítima de
crimes, sejam eles contra o patrimônio, contra a pessoa ou contra os costumes. Por
outro lado, morar em municípios com população inferior a 10 mil habitantes, ajuda a
reduzir a sensação de medo de muitos tipos de crime que podem estar relacionados
com grandes centros populacionais.
131
Entre as medidas sócio-demográficas, sexo é uma característica muito influente
sobre a sensação de medo das pessoas, independente do tipo de crime ou do local.
Ser mulher tem um efeito positivo sobre esse sentimento. Ou seja, mulheres tem uma
chance maior de sentir medo de se tornar vítima de crime se comparado com os
homens que possuem um efeito negativo (as chances de sentir medo de crime são
menores para o sexo masculino). No caso da variável idade, encontramos relações
diferentes entre jovens, adultos e idosos. De uma forma mais generalizada, os adultos
e idosos tendem a ter uma chance maior de sentir medo de crime se comparado com
os jovens.
Com o intuito de controlar a influencia da idade sobre as chances de sentir medo
interagimos essa medida com a variável sexo. Nesse termo interativo observamos que
mesmo controlado por sexo os jovens tendem a ter menos medo de crime que adultos
ou idosos. Em geral, mulheres têm maior percepção do risco de vitimização do que
homens, apesar destes apresentarem maiores taxas de vitimização. O mesmo ocorre
com pessoas idosas WARR (1984); SKOGAN & MAXFIELD (1981). Uma explicação
para esta divergência é que mulheres e idosos têm diferentes sensibilidades ao risco
de vitimização, sentindo-se mais vulneráveis. Logo, mulheres e idosos se percebem
como alvos mais atrativos; por outro lado, homens e jovens em geral se expõem mais
ao risco de vitimização e tendem a estar em maior proximidade a criminosos
(STAFFORD & GALLE, 1984)
As variáveis de confiança em instituições público-sociais e de meios de
informação sobre criminalidade exerceram pouca influência sobre os modelos de
sensação de medo testados neste capítulo. Entretanto, aqueles que afirmaram se
informar sobre problemas de criminalidade através de amigos, parentes e vizinhos
parecem ter uma chance maior de sentir medo, o mesmo acontece para aqueles que
se informam sobre criminalidade através de estações de rádio. Não obstante, não
estamos preparados para descontar um possível efeito desses aspectos na sensação
de insegurança dos mineiros. Reconhecemos que algumas de nossas medidas são
pobres em comparação a outros estudos em que se demonstra sua influência sobre os
modelos experimentados.
Sem dúvida, os resultados mais interessantes do nosso estudo se referem ao
risco e às variáveis ecológicas. Em primeiro lugar, foi constatado que existe uma
relação muito grande em sentir medo e o risco que as pessoas percebem de se tornar
vítima de um crime. O fato do individuo acreditar que pode ser vítima de um tipo de
crime é um preponderante fator na determinação da sua sensação de insegurança.
132
Independente do medo de crime que o indivíduo tenha, esse mesmo indivíduo acredita
que pode ser vítima de um ou mais crimes, e essa percepção de risco interfere
diretamente na sensação de medo que ele tem. O medo é uma emoção, um
sentimento do alarme ou do temor causado por uma consciência ou expectativa do
perigo. (WARR, 2000; ROUNTREE & LAND,1996)
O indicador que mede a desordem física, medida de ambientes degradados
(existência de ruas sujas e mal conservadas na vizinhança, presença de muitos lotes
vagos com matagal e entulhos, e edificações com vidros quebrados, mal conservadas
e pichadas), teve muita influencia em todos os modelos de medo. Por outro lado, nossa
variável indicadora de desordem social, medida de presença de agentes de desordem,
não foi suficiente para gerar o impacto esperado por esta medida na percepção de
medo de crime. Mesmo assim, este fato não descarta a importância de fatores
relacionados com a perspectiva das “Janelas Quebradas”. (KELLING & COLES, 1996)
Características físicas de um contexto, conhecidas como “incivilidades”, tais como a
presença de prédios abandonados, lixo acumulado, pichações ou adolescentes não
supervisados, têm uma correlação positiva com a percepção do risco de vitimização.
SKOGAN & MAXFIELD (1981); WARR (1990); ROUNDTREE & LAND (1996)
Outro indicador interessante encontrado nos modelos gerados, sugere que ter
sido vitima de um crime anteriormente e mesmo ter conhecimento de amigos, parentes
ou vizinhos vitimados recentemente tem uma influencia muito marcante na sensação
de medo da população de Minas Gerais. De uma maneira geral, o simples fato de
conhecer alguém que foi vitimado na vizinhança ou ter sido vitima de crime aumenta as
chances dessa pessoa ter medo de um crime específico se comparado com indivíduos
que nunca foram vitimados ou não conhecem pessoas vitimadas recentemente.
Indivíduos que foram vítimas de crimes ou comunidades muito violentas, uma vez
caracterizadas por densas redes sociais, tenderiam a apresentar uma elevada
percepção de medo, ou seja, áreas violentas ou vitimização anterior podem influenciar
no medo percebido. SKOGAN (1986)
Concluindo, nosso estudo apresenta muitas convergências e algumas
divergências interessantes dos estudos existentes sobre percepção insegurança.
Porém, por ser um dos poucos estudos empíricos no Brasil sobre o tema, é cedo
demais para determinar se estas divergências revelam mecanismos distintos na
determinação da percepção de medo no contexto brasileiro. Não obstante, fornece um
interessante contra ponto para outras pesquisas brasileiras nesta área.
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