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Patologias em estruturas de concreto

Publicação mensal da construção civil . ano 5 . nº 49 . Março 2008

Viaduto Santa Tereza (BH-MG)Patologias como trincas e infiltrações foram recuperadas com o uso de argamassa

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12 Março de 2008 www.obrasonline.com.brRevista Obras on Line

Asfalto Modificado por Polímeros

Na construção civil, a modificação de um material com uso de adi-ções e/ou aditivos já é uma prática

comum, especialmente nos concretos de cimento portland, onde retardadores ou aceleradores de pega, redutores de água (plastificantes), etc., são utilizados com muita freqüência. Mas não é só no velho e bom concreto que podemos usar as adi-ções e aditivos. Neste mês, abordaremos seu uso em outra classe de materiais de grande utilização na construção: o asfal-to, tanto nas impermeabilizações quanto nos pavimentos.

Por que modificar?A modificação de materiais tem como

objetivo adequá-los às condições de apli-cação ou a busca por melhorias em algu-mas propriedades, como desempenho e durabilidade. No caso dos asfaltos, por exemplo, os ligantes modificados podem reduzir os custos ao longo da vida útil do pavimento.

As reduções do trincamento térmico, da desagregação, dos danos por fadiga, das trilhas de roda, assim como a melho-ria da suscetibilidade térmica do ligante, permitem que o asfalto modificado subs-titua o convencional em praticamente todas as aplicações, incluindo CBUQ, tratamentos superficiais, pinturas de li-gação, selagem de trincas, tapa-buracos, reciclagem e lama asfáltica.

Além disso, o uso de ligantes modifi-cados tem contribuído para o desenvol-vimento de novas técnicas de pavimen-tação, como o microrevestimento e o uso de tratamentos superficiais em rodovias de tráfego elevado.

Como o polímero altera o desempenho do asfalto

Asfaltos modificados por polímeros têm significativa alteração em seu com-

portamento, seja na elasticidade, tensão/deformação, ou creep. Afinal, o aumento da durabilidade do ligante asfáltico está ligado à capacidade de recuperação elás-tica de alguns tipos de polímeros (respos-ta do creep, medido pelo deslocamento do material sob carga e sua recuperação quando a carga é removida).

Adequação ao usoUm ligante específico e as proprieda-

des adequadas de uma mistura asfáltica podem ser obtidos pela escolha do polí-mero correto para a aplicação desejada. Para isso, na incorporação do polímero, deve-se assegurar a compatibilidade en-tre este e o ligante.

De maneira geral, os elastômeros são utilizados para aumentar a resiliência e a flexibilidade dos pavimentos, enquan-to os plastômeros aumentam a rigidez e a estabilidade da mistura. Os resultados obtidos dependem da concentração, do peso molecular, da composição química e da orientação molecular do polímero, assim como da origem do óleo cru (pe-tróleo), do processo de refino e do tipo do asfalto utilizado para a incorporação.

Melhorias ambientaisPode parecer um pouco estranho re-

lacionar derivados de petróleo com me-lhorias ambientais, mas pensem que, por exemplo, o uso de agregados, feitos de borracha proveniente da reciclagem de pneus velhos, na composição de alguns pavimentos, embora em fase de estudos de aprimoramentos, já é realidade no Brasil.

Além desse, há uma classe de mate-rial, quase centenária - as emulsões asfál-ticas – que, em sua grande maioria, usam água com solvente (para se tornarem lí-quidas), evitando mais uso de solventes derivados de petróleo. As emulsões asfál-

ticas também não necessitam de aqueci-mento para serem aplicadas, reduzindo consideravelmente emissões de hidro-carbonetos na atmosfera. Mas não é só isso, alguns tipos de emulsões conseguem recobrir agregados úmidos. Desta manei-ra, reduz-se também o consumo de com-bustível quando há necessidade de secar agregados.

O uso das emulsões modificadas por polímeros e a grande variedade de aplica-ções continuam crescendo à medida que as tecnologias de construção e das pró-prias emulsões avançam. Na prática, as emulsões asfálticas podem ser utilizadas em várias técnicas de impermeabilização ou pavimentação, desde que adequando o produto certo à técnica correta, poden-do atingir significativa economia, tanto em custo quanto em durabilidade e com grandes benefícios ambientais.

Eng. Clémenceau Chiabi Saliba JúniorCoordenador de pós-graduação do IEC/PUC Minas e

diretor do Instituto Mineiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-MG)

E-mail: [email protected]

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