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Parnasianismo

Nas últimas décadas do século XIX, a literatura brasileira abandonou o

sentimentalismo dos românticos e percorreu novos caminhos.

Na prosa, surgiu o Realismo/Naturalismo e na poesia,

o Parnasianismo e Simbolismo.

Os poetas parnasianos achavam que alguns princípios adotados pelos

românticos (linguagem simples, emprego da sintaxe e vocabulário brasileiros,

sentimentalismo, etc.) esconderam as verdadeiras qualidades da poesia.

Então, propuseram uma literatura mais objetiva, com um vocabulário elaborado

(às vezes, incompreensível por ser tão culto), racionalista e voltada para temas

universais.

A inspiração nos modelos clássicos ajudaria a combater as emoções e

fantasias exageradas dos românticos, garantindo o equilíbrio que desejavam.

Desde a década de 1870, as ideias parnasianas já estavam sendo divulgadas.

No final dessa década, o jornal carioca “Diário do Rio de Janeiro” publicou uma

polêmica em versos que ficou conhecida como “Batalha do Parnaso”. De um

lado, os adeptos do Realismo e Parnasianismo, e, de outro os seguidores

do Romantismo.

Como consequência, as ideias parnasianas e realistas foram amplamente

divulgadas nos meios artísticos e intelectuais do país.

O marco inicial do Parnasianismo brasileiro foi em 1882 com a publicação de

“Fanfarras” de Teófilo Dias.

Principais autores e obras do Parnasianismo

OLAVO BILAC (16/12/1865 – 28/12/1918)

Tentou estudar medicina e advocacia, porém abandonou as duas carreiras por

gostar mais de artes plásticas.

Além de poesias, ele também escreveu crônicas e comentários, inicialmente

publicados em jornais e revistas.

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Foi inspetor escolar, secretário da Liga de Defesa Nacional, jornalista, tomou

parte na fundação da Academia de Letras e foi sócio correspondente da

Academia das Ciências de Lisboa.

Trabalhou muito pelo ensino cívico e pela defesa do país.

Expressou seu mundo interior através de uma poesia lírica, amorosa e sensual,

abandonando o tom comedido do Parnasianismo.

Olavo Bilac criou uma linguagem pessoal e comunicativa, não ficando limitado

às ideias parnasianas.

Por causa disso, ele é considerado um dos mais populares escritores de sua

época.

Escreveu: “A sesta de Nero”, “O incêndio de Roma”, “O Caçador de

Esmeraldas” “Panóplias”, “Via Láctea”, “Sarças de fogo”, “As viagens”,

“Alma inquieta”, “Tarde” (publicada após a sua morte, em 1919), etc.

ALBERTO DE OLIVEIRA (1857 – 1937)

Um dos mais típicos poetas parnasianos.

Suas poesias se caracterizam por um grande preciosismo vocabular. Possui

características românticas, porém é mais contido e não tão sentimental como

os românticos.

Obras: “Canções Românticas”, “Meridionais”, “Sonetos e Poemas”, “Versos

e Rimas”.

RAIMUNDO CORREIA (1860 – 1911)

A visão negativa e subjetiva que tinha do mundo deu um certo tom filosófico à

sua poesia, embora apenas superficialmente.

Poemas:” Plenilúnio”, “Banzo”, “A cavalgada”, “Plena Nudez”, “As pombas”.

Livros: “Primeiros Sonhos”, “Sinfonias”, “Versos e Versões”, “Aleluias”,

“Poesias”.

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VICENTE DE CARVALHO (1866 – 1924)

Apesar do rigor com a forma, ele não possui características parnasianas, pois

não abandonou a expressão lírica e sentimental do romantismo.

Obras: “Ardentias”, “Relicário”, “Rosa, rosa de amor”, “Poemas e canções”.

Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia formavam a “Tríade

Parnasiana”.

Características do Parnasianismo

Preocupação formal

Comparação da poesia com as artes plásticas, principalmente com a

escultura

Referências a elementos da mitologia grega e latina

Preferência por temas descritivos (cenas históricas, paisagens)

Enfoque sensual da mulher (davam ênfase na descrição de suas

características físicas)

Habilidade na criação dos versos

Vocabulário culto

Objetivismo

Universalismo

Apego à tradição clássica

http://www.infoescola.com/literatura/parnasianismo/

ALBERTO DE OLIVEIRA

Alberto de Oliveira formou-se como farmacêutico, no entanto ficou conhecido como poeta parnasiano. A principal característica do parnasianismo é o culto da “arte pela arte”.

Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de

Janeiro, em abril de 1857. Seus primeiros estudos foram realizados em escola

pública. Formou-se em Farmácia em 1884, frequentou o curso de Medicina, no

qual conheceu Olavo Bilac, porém, ambos abandonaram a faculdade. Alberto

de Oliveira seguiu sua carreira de farmacêutico e casou-se, em 1889, com

Maria da Glória Moreira, com quem teve um filho.

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Seu primeiro livro “Canções Românticas” é um compilado de poesias,

publicado em 1878, com propriedades ainda românticas, porém, com indícios

de temática parnasiana. O Parnasianismo esteve intrínseco em suas obras a

partir das novas publicações, o que o levou a ser considerado o mestre desta

estética literária. O estilo parnasiano regozijava-se na estrutura descritiva e na

exaltação da forma rígida oriunda da Antiguidade Clássica no culto da “arte

pela arte”.

Exerceu cargos públicos e é um dos fundadores da Academia Brasileira de

Letras. Tinha amizade com Raimundo Correia e Olavo Bilac e forma com eles a

tríade brasileira do Parnasianismo. Foi colaborador de diversos jornais no Rio

de Janeiro: A Semana, Correio da Manhã, Tribuna de Petrópolis, Diário do Rio

de Janeiro.

O marco do reflexo das características parnasianas na obra de Alberto de

Oliveira está no seu segundo livro “Meridionais”, publicado em 1884. A partir

dessa obra a temática parnasiana está cada vez mais nítida em seus outros

livros, como “Sonetos e Poemas” (1885).

O autor faleceu aos 19 de janeiro de 1937, em Niterói (RJ).

Vejamos um trecho do soneto “Vaso grego” em que há a nítida exaltação da

forma e da métrica rígida.

(...)

“Depois... Mas o lavor da taça admira,

Toca-a, e, do ouvido aproximando-a às bordas

Finas hás de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se da antiga lira

Fosse a encantada música das cordas,

Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.”

Obras: Poesia: Canções românticas (1878), Meridionais (1884), Sonetos e

poemas (1885), Versos e rimas (1895).

http://www.brasilescola.com/literatura/alberto-oliveira.htm