0
Uni- ANHANGUERA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO DE AGRONOMIA
PANORAMA DO COMPLEXO DE LAGARTAS DE DIFÍCIL CONTROLE NA CULTURA DA SOJA
RENATA FERREIRA SILVA
GOIÂNIA Outubro/2013
1
RENATA FERREIRA SILVA
PANORAMA DO COMPLEXO DE LAGARTAS DE DIFÍCIL CONTROLE NA CULTURA DA SOJA
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Agronomia do Centro Universitário de Goiás, Uni-ANHANGUERA, sob orientação do Prof.. Ms. Jardel Barbosa dos Santos, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Agronomia.
Goiânia Outubro/2013
2
3
A minha mãe que ofereceu apoio,
sabedoria, paciência e amor incondicional
nesta trajetória. Esta conquista é nossa!
A minha irmã que mesmo longe sempre
acreditou que eu alcançaria meus objetivos.
Ao meu pai, por tanta inspiração e amor
que guardo por ti. “Tenho certeza que de onde
você estiver você está feliz assim como eu.
Você permanecerá eternamente em minhas
lembranças e, principalmente em meu
coração.”
4
AGRADECIMENTO
Durante estes cinco últimos anos muitas pessoas participaram da minha
vida. Algumas já de longas datas, outras mais recentemente. Dentre estas
pessoas algumas se tornaram muito especiais, cada uma ao seu modo, seja
academicamente ou pessoalmente; e seria difícil não mencioná-las.
À minha família e em especial à minha mãe, por tanto amor,
compreensão, paciência e dedicação que teve todos esses anos me apoiando
sem deixar com que eu fraquejasse ou desistisse no meio do caminho. Amo-
lhe incondicionalmente, você é sem dúvida meu maior orgulho e meu maior
amor!
À minha querida amiga Jéssica Lemos, pela amizade, pelo apoio, por
acreditar nessa conquista e que mesmo estando longe, ter conseguido estar
tão perto. “To infinity and beyond”.
Aos amigos que passaram na minha vida durante esse percurso, alguns
ficaram outros apenas deixaram suas marcas. Aos amigos de Rio Verde e
por todos os momentos, as festas, os trabalhos, o companheirismo fica a
minha gratidão e saudades, especialmente às lindas: Paulinha, Jack,
Nayarinha, Verônica, Kamylla, Karina e Jocielly. E aos amigos de Goiânia,
pela recepção e por ter encontrado nesse grupo amigas tão especiais: Waine,
Karine e Virgínia.
Aos professores que me inspiraram nessa trajetória, em especial ao
Professor Jardel Barbosa, por aceitar o desafio de ser Orientador desse
trabalho e por todo o auxílio no desenvolvimento do mesmo.
Á Família AGROQUIMA, que se tornou um segundo lar. Por ter
acreditado em mim, me proporcionando experiências indescritíveis, por ter
sido fonte inspiratória para a escolha do tema deste trabalho e por ter me
proporcionado, principalmente, à oportunidade de fazer parte dessa equipe.
Serei eternamente grata por terem me aberto portas para o mundo!
5
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar
agora e fazer um novo fim”.
Chico Xavier.
6
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 8
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10
2.1 A Soja no Brasil 10
2.2 A Nova Dinâmica das Lagartas na Soja 11
2.3 Lagartas Desfolhadoras que Compõe o Complexo de Difícil Controle e Generalidades 13
2.3.1 Chrysodeixis includens 13
2.3.2 Heliothis virescns 15
2.3.3 Lagartas do complexo de Spodoptera 17
2.4 Nova Praga 18
2.4.1 Helicoverpa armigera 19
2.5 Manejo integrado de pragas desfolhadoras
2.5.1 Amostragens de Pragas
21
23
2.5.2 Níveis de Ação e Dano Econômico 23
2.5.3 Agentes de Mortalidade Natural 24
2.5.4 Métodos de Controle 26
2.5.4.1 Controle Químico 27
2.6 Práticas Inadequadas de Manejo 29
2.7 Peculiaridades do Complexo de Difícil Controle de Lagartas Desfolhadoras 30
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 32
REFERÊNCIAS 33
7
Resumo
Este trabalho aborda o surgimento de um novo complexo de lagartas desfolhadoras na cultura da soja que vem causando graves danos econômicos. O objetivo dessa revisão bibliográfica, portanto, é fornecer informações atuais sobre o complexo de lagartas desfolhadoras de difícil controle, seus danos à cultura da soja, os principais manejos de controle e medidas a deliberar. O Brasil é grande exportador de soja, com grandes áreas plantadas e grande mercado consumidor dessa produção. Diante da enorme escala de produção atingida pela cultura da soja. É esperado o surgimento de desafios de controle de pragas e doenças, que necessitam serem resolvidos para manter viável a produtividade e a própria sustentabilidade deste cultivo. Há uma nova dinâmica na ocorrência de lagartas-da-soja e esse enfoque se deve às novas épocas de ocorrência e à proporção de espécies de lagartas desfolhadoras. O aparecimento de surtos de lagartas consideradas até anteriormente como pragas secundárias, como a Chrysodeixis includens e Heliothis virescens, trazem a importância do manejo dessas pragas na cultura da soja. Toda a decisão de manejo deve ser tomada com base na amostragem, no reconhecimento das espécies ocorrentes, no momento de ocorrência no ciclo da cultura, no custo do controle e no valor resultante da produção, além de preconizar a utilização de inseticidas menos agressivos aos organismos não alvos. Diante dessa realidade, práticas bastante comuns hoje nas lavouras de soja, visando o aproveitamento de operações, aliado às aplicações frequentes de produtos de amplo espectro de ação e o não uso das amostragens de pragas, tem levado a um grande desequilíbrio nas lavouras de soja acarretando sérios problemas. Conclui-se que é necessário um gerenciamento eficiente no agronegócio da soja, através da adoção de tecnologias, que visam reduzir riscos e custos e aumentar a produtividade de forma sustentável. PALAVRAS-CHAVE: Glycine max. Desfolhadoras. Manejo de Pragas. Fitossanidade.
8
1 INTRODUÇÃO
A cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill) tem-se destacado na agricultura brasileira
por sua importância econômica, é a principal cultura do país tanto em volume como na
geração de renda. O Brasil é o maior exportador do grão, ao qual a soja tem uma importância
social já que utiliza mão de obra rural e gera renda aos mais variados setores envolvidos no
processo. Vários fatores contribuem para o aumento no consumo mundial de soja, ganhou
destaque o crescente poder aquisitivo da população nos países em desenvolvimento o que
provocou uma mudança no hábito alimentar (CARVALHO, 2012).
Diante da enorme escala de produção atingida pela cultura da soja, com grandes áreas
plantadas em monocultivo, é esperado o surgimento de desafios de controle de pragas e
doenças, que necessitam ser resolvidos para manter viável a produtividade e a própria
sustentabilidade deste cultivo. Embora todo esse cenário econômico fomente a soja, a cultura
tem sido atacada por várias pragas, as quais podem ocorrer durante todo o seu ciclo. A cultura
abriga um número elevado de espécies de insetos, sendo que alguns causam sérios prejuízos e
são considerados como pragas principais (CARVALHO et al, 2012).
O aparecimento de surtos de lagartas consideradas como pragas secundárias, traz a
importância do manejo dessas pragas na cultura da soja. A cultura da soja está sujeita, durante
todo o seu ciclo, ao ataque de diferentes espécies de insetos. Embora esses insetos tenham
suas populações reduzidas por predadores, parasitoides e doenças, em níveis dependentes das
condições ambientais e do manejo de pragas que se prática, quando atingem populações
elevadas, capazes de causar perdas significativas no rendimento da cultura, necessitam ser
controlados (EMBRAPA, 2011).
A ocorrência de lagartas na soja tem apresentado grandes alterações na proporção de
espécies e da fase predominante dos picos populacionais, ao longo do ciclo da cultura e,
portanto, implicando em riscos de redução da produtividade. Essa alteração na ocorrência de
lagartas, associada às características das cultivares de soja, predominantemente de ciclo mais
curto, com florescimento mais precoce e de menores IAF (índice de área foliar), contribui
para a menor tolerância da soja ao desfolhamento (GUEDES et al., 2011). Nesse contexto
surge, então, o complexo de lagartas desfolhadoras de difícil controle na soja, composto por:
Lagarta Falsa-Medideira (Chrysodeixis includens), Lagarta-da-Maçã (Heliothis virescens),
Complexo de Spodopteras (Spodoptera sp.) e a nova praga Helicoverpa armigera.
9
O objetivo dessa revisão bibliográfica, portanto, foi fornecer informações atuais sobre
complexo de lagartas desfolhadoras de difícil controle, seus danos à cultura da soja, os
principais manejos de controle e medidas a deliberar.
10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A soja no Brasil
O desenvolvimento da economia brasileira conta com a importante participação do
complexo produtivo da soja (CARVALHO et al., 2012). Na safra 2011/2012, o Brasil
produziu 65,67 milhões de toneladas de soja em grão, em uma área colhida de 24,85 milhões
de hectares (RICHETTI, 2012).
A área plantada de soja na safra 2012/2013, alcançou recorde de 27.721,6 mil
hectares, apresentando um incremento de 10,7% em comparação com o verificado na
temporada 2011/12 – 25.042,2 mil hectares. Esse desempenho fez a produtividade nacional
atingir a média de 2.937 kg/ha, representando um recorde de crescimento e um incremento
de10,8% em relação à obtida em 2012 (CONAB, 2013).
Alguns fatores contribuem para o aumento no consumo de soja, e um deles é que
países desenvolvidos estão aumentando o seu poder aquisitivo e com isso mudando seus
hábitos alimentares, este fato faz com que surja um novo hábito alimentar nesses países, onde
estes passam a se alimentar de carne suína, bovina e de frango. Tal fato contribui para um
aumento da necessidade de soja, já que esta faz parte dos ingredientes que compõe a ração
destes animais. Além do significativo aumento no uso de biocombustíveis fabricados a partir
do grão, resultado de um ascendente interesse mundial na produção e no consumo de energia
renovável e limpa (CARVALHO et al., 2012).
Ainda segundo o mesmo autor, o Brasil apresenta uma fronteira agrícola com alto
potencial em expansão, por ter para onde e como crescer sua produção. Nesse contexto
projeta um salto produtivo na cultura em mais de 40% até 2020, enquanto que nos Estados
Unidos, o maior produtor mundial, o crescimento no mesmo período deverá ser no máximo de
15%. Com essa projeção, o Brasil atingirá a produção de mais de 105 milhões de toneladas,
quando será isoladamente o maior produtor mundial dessa commodity.
O processo produtivo agrícola envolve aspectos conjunturais que vão desde a decisão
do produtor em investir no setor, passando pelo preparo do solo, plantio, colheita,
comercialização, chegando por último ao consumidor final. Fatores como clima, pragas e
doenças, disponibilidade de crédito, infraestrutura de armazenagem e logística influenciam a
produção de alimentos ao final do processo, podendo resultar em escassez ou excesso de
oferta. Tal situação pode acarretar preços baixos para o produtor ou, por outro lado, preços
11
altos para o consumidor. Entre estes fatores mencionados, acredita-se que o clima seja a
variável mais importante na oferta mundial de alimentos (RIBEIRO, 2012).
A modernização dos processos e técnicas de produção é um dos fatores que explicam
o excelente desempenho do setor que hoje incorporam conhecimento científico e tecnologias
de ponta, que estão entre os mais avançados do mundo tropical. Essas inovações garantem
uma maior adaptação das culturas as mais diversas condições de clima e solo, além de
aumento na produtividade das culturas (FILHO, 2011).
Diversas são as causas sobre as perspectivas futuras de aumento da demanda por grãos
de soja no mundo, entre elas destaca-se o aumento da população humana; o poder aquisitivo
que continuará incrementando-se, principalmente nos países asiáticos, onde está o maior
potencial de consumo; uso da soja para produção de biocombustíveis, tintas, lubrificantes,
plásticos e vernizes, aumento gradativo do consumo da soja na alimentação humana no
ocidente entre outras causas (SEDIYAMA, 2009).
O gerenciamento eficiente no agronegócio soja, através da adoção de tecnologias, que
visam reduzir riscos e custos e aumentar a produtividade de forma sustentável, preservando-se
o meio ambiente, tem importância especial. Possibilita ao profissional da área a participação
em mercados cada vez mais globalizados e competitivos (CÂMARA; CATTELAN, 2011).
2.2 A nova dinâmica das lagartas na soja
A cultura da soja tem se destacado no mundo por sua importância econômica, junto,
com esse fator alguns problemas como insetos-praga vêm atenuando esse cenário, desta
forma, acarretando a produtividade de grãos (BATISTA et al., 2005). Consideram-se pragas
às espécies de insetos, ácaros, pela sua ocorrência, causam danos econômicos significativos à
cultura e, consequentemente, diminuem drasticamente a produtividade, lucratividade e a
qualidade do produto final. As perdas na produtividade são devido ao ataque direto e indireto
da praga, por atuarem como agente dispersor de vários patógenos de plantas (HILDER;
BOULTER, 1999).
CARVALHO et al. (2012), dizem que a relação da distribuição geográfica, condições
ambientais, desenvolvimento da cultura e as práticas culturais adotadas é o que determina a
intensidade e frequência no aparecimento de pragas. Há suspeita que o uso generalizado de
fungicidas para controlar a ferrugem asiática da soja esteja causando efeitos deletérios nos
fungos entomapatogênicos e, como consequência, levando aos surtos de lagartas (BUENO et
al., 2007). O aparecimento desses surtos de lagartas, consideradas até anteriormente como
12
pragas secundárias, trazem à tona a importância do manejo integrado de pragas (MIP) na
cultura da soja (TOMQUELSKI et al., 2008).
Há, portanto, uma nova dinâmica na ocorrência de lagartas-da-soja e isso faz com que
haja um foco maior na necessidade de mudanças no manejo dessas pragas e a redução dos
riscos de danos. Esse enfoque se deve às novas épocas de ocorrência e à proporção de
espécies de lagartas desfolhadoras (GUEDES et al.,2011).
A ocorrência de lagartas na soja tem apresentado grandes alterações na proporção de
espécies e da fase predominante dos picos populacionais, ao longo do ciclo da cultura e,
portanto, implicando em riscos de redução da produtividade. Essa alteração na ocorrência de
lagartas, associada às características das cultivares de soja, predominantemente de ciclo mais
curto, com florescimento mais precoce e de menores IAF contribui para a menor tolerância da
soja ao desfolhamento.
Nesse período também mudou o manejo fitossanitário, com controle mais efetivo de
plantas daninhas, expondo a soja recém-emergida às espécies cortadoras e desfolhadoras.
Além disto, com o amplo uso de fungicidas que impactam sobre a incidência de fungos
entomopatogênicos, como Nomuraea rilleyi (doença-branca), que reduziam as populações de
lagartas. De outro lado, o maior risco de perdas determina ações mais frequentes e agressivas
para o controle de pragas, o controle químico, que muitas vezes se mostram pouco efetivas
para a sua redução (GUEDES et al., 2011).
Degrande e Vivan (2009) afirmam que durante o estádio reprodutivo, período de
formação de grãos e sementes, há menos oportunidade para as plantas compensarem o dano.
Estes estádios apresentam maior efeito na produção quando comparado aos danos
ocasionados em outros estádios de desenvolvimento, além disso, mortes de plantas que levem
à redução do estande, normalmente contribuem para perdas elevadas de produtividade.
As alterações da composição de espécies de lagartas da soja foram detectadas a partir
do momento que houve um aumento da população das lagartas falsa medideiras, das lagartas
das maçãs e das lagartas do complexo de Spodoptera, como também, redução da população
da lagarta da soja, que por décadas foi à lagarta predominante na soja brasileira (GUEDES et
al.,2011). Os autores citam que tal fato, indica uma alteração na composição de espécies e um
crescimento populacional daqueles de mais difícil controle em soja. Tais alterações apontam
para a sobrevivência das lagartas mais tolerantes aos inseticidas usados em soja.
Possivelmente em muitos casos seriam necessárias doses maiores para controlar as lagartas
falsas medideiras, lagartas das maçãs e complexo de Spodopteras, que compõe o atual
complexo de difícil controle de lagartas na soja, do que para controlar a lagarta da soja.
13
Guedes et al. (2011), tenta explicar o surto de lagartas, relacionando tal fato com o
fenômeno do La Niña, que altera o regime e a distribuição das chuvas no Centro-Sul do Brasil
que é menor como mais irregular. Explicam que esses menores índices de precipitação
determinaram efeito danoso sobre o desenvolvimento da cultura da soja, proporcionando
menor área foliar, e redução nos índices de produtividade. Já o conhecimento sobre a
influência do evento La Niña sobre a ocorrência de insetos é pequena, apesar de haver
informações de campo que em anos com chuvas irregulares ocorre mais insetos que em anos
do fenômeno El Niño.
Diante do cenário de ampla ação de novas lagartas na soja, e para que essas não
afetem a produtividade das lavouras, os produtores têm que lançar mão de ferramentas para
diminuir esses problemas. Contudo, o uso indiscriminado de produtos de amplo espectro, ou
seja, não seletivo, além de eliminar os inimigos naturais pode selecionar o aparecimento de
populações resistentes a esta praga, exigindo o uso de doses elevadas (BATISTA et al., 2005).
Portanto, o maior risco de ocorrência de lagartas e o menor desenvolvimento da soja
devem servir de alerta ao produtor para um maior rigor no monitoramento das populações, no
seu reconhecimento e se necessário no manejo das pragas desfolhadoras da soja (GUEDES et
al., 2011).
2.3 Lagartas desfolhadoras que compõe o complexo de difícil controle e generalidades
As lagartas são umas das principais pragas da cultura da soja, pois podem provocar
grandes quedas de produtividade, causadas por danos indiretos pela perda de área foliar,
entrada de patógenos pelas lesões e danos diretos quando as lagartas atacam as vagens e os
grãos. A principal lagarta desfolhadora que atualmente ataca a cultura da soja é a lagarta falsa
medideira (Chrysodeixis includens). Na atualidade está sendo notada a migração de pragas de
outras culturas para a soja, devido à sucessão de culturas, como a lagarta da maçã (Heliothis
virescens) a qual atacava o algodoeiro e hoje é uma praga importante na cultura da soja e
lagartas do complexo Spodoptera (DEGRANDE; VIVAN, 2009).
2.3.1 Chrysodeixis includens
Na cultura da soja, nas últimas safras, têm ocorrido surtos de falsa medideira (SOSA-
GÓMEZ et al., 2003), esta que até publicações recentes era referida como Pseudoplusia
includens. Entretanto, Goater et al. (2003), ao reavaliar o gênero Pseudoplusia, o
14
reclassificaram para o gênero Chrysodeixis, que de acordo com os sistematas desse grupo, é a
classificação válida atualmente.
As lagartas desta espécie apresentam coloração verde claro, com uma série de linhas
brancas longitudinais espalhadas sobre o dorso. Tipicamente, apresentam apenas três pares de
falsas pernas na região abdominal fazendo com que, no seu deslocamento, ocorra intenso
movimento do corpo, parecendo medir palmos. Daí o nome comum “lagarta mede-palmo”. A
fase de pupa ocorre nas folhas, no interior de um abrigo produzido pela lagarta, a qual tem
coloração variando do marrom ao verde. A mariposa (de até 35 mm de envergadura)
apresenta asas dispostas na forma de uma quilha quando a mariposa está em repouso, de cor
marrom ou cinza, com brilho cúpreo, com duas manchas prateadas em cada uma das asas do
primeiro par (DREGANDE; VIVIAN, 2011).
Seu ciclo de vida tem duração de 46 dias, a fase ovo de aproximadamente cinco dias
(Figura 1ª) e a lagarta cerca de vinte dias (Figura 1b). Ao final da fase de larva, a espécie
comumente empupa na folha (Figura 1c) e tem duração da fase de pupa de sete dias e o adulto
(Figura 1d) tem longevidade de quatorze dias e cada fêmea oviposita cerca de quinhentos
ovos (DREGANDE; VIVIAN, 2011).
Figura 1: Chrysodeixis includens nas fases de ovo (a), lagarta (b), pupa (c) e adulto (d).
Fonte: EMBRAPA ( 2013).
Essas lagartas causam danos à cultura da soja, pois consomem o parênquima foliar
deixando as nervuras, conferindo aos folíolos aspecto rendilhado. Esta espécie é de difícil
15
controle, quando comparada com a lagarta-da-soja. Com manejo inapropriado de suas
populações, há relatos de resistência a inseticidas (SOSA-GÓMEZ et al., 2010). Além de que,
tipicamente, esta espécie é favorecida por condições de seca, ou períodos de seca que
antecederam aos surtos. Outra característica marcante é o consumo de grande área foliar,
aproximadamente 120 cm² (PAPA; CELOTO, 2007). Lavouras biologicamente
desequilibradas, com ausência de inimigos naturais, como fungos entomopatogênicos, são
mais atacadas pela praga (DREGANDE; VIVIAN, 2011).
A Lagarta Falsa-medideira têm ganhado recente importância no cenário nacional da
cultura da soja, devido ao aumento populacional em comparação com a lagarta-da-soja
Anticarsia gemmatalis (GUEDES et al., 2011). Isto tem gerado uma série de dúvidas nos
agentes de assistência técnica em relação ao controle. Possivelmente, seja um problema
resultante de desequilíbrios causados pelo uso inadequado de inseticidas e fungicidas, fazendo
uso de aplicações preventivas e produtos não seletivos (SOSA-GÓMEZ et al., 2003).
2.3.2 Heliothis virescens
As lagartas conhecidas como lagarta- da- maçã do algodoeiro tem coloração que varia
de verde-amarelada à marrom-avermelhada até próximo à preta. A maioria possui listras
pálidas, longitudinais ao corpo e pequenos pontos escuros em todos os segmentos do corpo
(SOSA-GÓMEZ et al., 2010). As lagartas de H. virescens apresentam micro-espinhos nas
pintas salientes do corpo, e no seu máximo desenvolvimento (sexto estádio) atinge até 3,5 cm
de tamanho. A pupa é marrom e fica localizada no solo, medindo 18 mm de comprimento
(DREGANDE; VIVIAN, 2011).
O adulto de H. virescens (Figura 2 a) é uma mariposa com 25mm a 35mm de
envergadura, facilmente identificada por apresentar três faixas transversais de coloração
escura, sendo que as asas posteriores são claras, esbranquiçadas, com três faixas cruzadas no
centro. Os ovos são colocados normalmente nas partes próximas ao ponteiro ou gemas apicais
das plantas, individualmente, fato que ajuda na dispersão da praga na lavoura. A quantidade é
variável, sendo que uma fêmea (Figura 2b) pode colocar em torno de 600 ovos. São de
hábitos noturnos, normalmente põem os ovos à noite, e durante o dia ficam escondidas entre
as folhas das plantas (TOMQUELSKI; MARTINS, 2011).
16
Figura 2: Lagarta (a) e adulto (b) de Heliothis virescens.
Fonte: EMBRAPA (2013).
Os danos da lagarta da maçã são observados desde a germinação à colheita, atacando
as folhas novas, normalmente o ápice das plantas. A desfolha provocada na cultura em função
do ataque desta praga é menor que a de outras lagartas, que podem estar presente em maiores
quantidades (TOMQUELSKI; MARTINS, 2011).
Na ausência das vagens, por exemplo, quando o surto ocorre na fase vegetativa e de
florescimento (R1 e R2), assume o hábito de praga desfolhadora. O nível de desfolha da soja
pela praga é o mesmo considerado para outros insetos desfolhadores (DREGANDE; VIVIAN,
2010). No florescimento o inseto pode atacar as flores, sendo importante relatar a maior
ocorrência em flores de cores brancas. Com o aparecimento dos canivetes a lagarta pode
passar a atacá-los, e com o desenvolvimento afetar as vagens e os grãos em formação
(TOMQUELSKI; MARTINS, 2011). Em geral, as lagartas comem vagens, mas podem,
também, se alimentar de folhas e brotos terminais da soja (SOSA-GÓMEZ et al., 2010).
Esta praga não costuma ocorrer de maneira generalizada e suas infestações costumam
ocorrer em alguns talhões da fazenda, o que justifica a amostragem. É uma praga mais
tolerante aos inseticidas do que a lagarta da soja e a lagarta falsa medideira. Esta é a razão de
frequentes casos de insucesso no combate. Portanto, é fundamental o diagnóstico precoce
desta praga na área a fim de evitar confusão na identificação, bem como evitar o controle de
lagartas de tamanho grande, que são mais difíceis de ser controladas (DREGANDE; VIVIAN,
2010).
17
2.3.3 Lagartas do complexo de Spodoptera Nos últimos anos, a ocorrência de lagartas do gênero Spodoptera tem aumentado na
cultura da soja, causando reduções importantes na produtividade (BUENO et al., 2010).
Nesse gênero, Spodoptera cosmioides (WALKER, 1858) e Spodoptera eridania (CRAMER,
1782) (Figura 3 a e 3b) são as espécies mais importantes na soja, consideradas pragas em
expansão nesta cultura, atacando as plantas principalmente na fase reprodutiva (SOSA-
GÓMEZ et al.; GAZZONI; YORINORI, 1995).
Nessa fase da soja, além das folhas, S. eridania e S. cosmioides causam também
injúrias às vagens, assumindo, assim, importância significativa (SANTOS et al., 2005). Além
disso, ataques de Spodoptera spp. podem também ocorrer em plantas recém-germinadas,
quando lagartas de instares mais avançados cortam as plantas rente ao solo. Elas causam um
sintoma semelhante ao ataque da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon) (HUFNAGEL, 1767) de
redução de estande.
O ataque às plântulas de soja no início do desenvolvimento é realizado principalmente
por Spodoptera frugiperda (Figura 3c) (J. E. SMITH, 1797) (SOSA-GÓMEZ et al., 1993).
Figura 3: Lagarta e adultos de Spodoptera cosmioides (a); Lagarta e adultos de Spodoptera
eridania (b); Lagarta e adultos de Spodoptera frugiperda
(c).
Fonte: EMBRAPA (2010).
18
Como desfolhadoras, as lagartas de Spodoptera spp. têm grande importância
econômica devido à sua voracidade. S. cosmoides consome aproximadamente o dobro de área
foliar do que as outras espécies de lepidópteros de importância na soja (MOSCARDI et al.,
2012).
Mariposas dessa espécie ovipositam massas de ovos com camadas sobrepostas que
podem conter mais que 100 ovos por postura. Ao contrário de outras espécies do gênero, S.
cosmioides e S. eridania não apresentam hábito canibal. Assim, as lagartas neonatas dessas
espécies, ao eclodirem, se alimentam agrupadas por alguns dias, quando apenas raspam as
folhas. Posteriormente, dispersam-se pela lavoura onde irão consumir folhas e vagens de soja,
podendo causar perdas significativas nas lavouras, se não forem manejadas corretamente
(MOSCARDI et al., 2012).
As lagartas do grupo Spodoptera, quando atacam a soja na fase reprodutiva da
lavoura, costumam se abrigar no interior das plantas, próximo à região das vagens e, com isso,
ficam protegidas dos inseticidas, que, muitas vezes, têm dificuldades para atingi-las. Essa
dificuldade ocorre devido ao “efeito guarda-chuva”, causado pelas plantas bem
desenvolvidas, cujas folhas formam uma barreira protetora de difícil penetração pelos
produtos (BUENO et al., 2010).
2.4 Nova Praga
Nas últimas safras, ataques severos de lagartas na cultura da soja, têm sido relatados
por produtores rurais. A suspeita predominante recai sobre a ocorrência de populações do
gênero Helicoverpa causando, conforme sua especificidade, severos danos na cultivar
(EMBRAPA, 2013).
O crescimento populacional de lagartas do gênero Helicoverpa e consequentes
prejuízos aos sistemas de produção foram ocasionados por um processo cumulativo de
práticas de cultivo inadequadas, caracterizadas pelo plantio sucessivo de espécies vegetais
hospedeiras (milho, soja e algodão) em áreas muito extensas e contíguas associadas a um
manejo inapropriado dos agrotóxicos. Isso tornou o agroecossistema progressivamente
suscetível a doenças e aos insetos-praga devido à farta disponibilidade de alimentos, sítios de
reprodução e abrigo durante quase todo o ano (EMBRAPA, 2013).
A semeadura dos cultivos anuais de milho, soja e algodão sucessivas com cultivo
predominante da semeadura de cultivares de milho transgênico (milho Bt) expressando
proteínas tóxicas do Bacillus thuringiensis, e de cultivares de soja e de algodão transgênicos
19
com resistência a herbicidas, tem contribuído para o ataque severo de novas pragas.
Adicionalmente, as questões abordadas anteriormente ainda faz–se a implantação da ponte
verde, constituída pelo cultivo adicional de sorgo, milheto e feijão, o que sem duvida
contribui para a mudança das pragas na cultura da soja (EMBRAPA, 2013).
Ainda aliado a isso, tornou-se predominante à utilização de mistura de agrotóxicos, de
produtos não seletivos com o mesmo sítio de ação sobre os organismos-alvo e não alvo
(inimigos naturais). A falta de cuidado no uso de agrotóxicos além de provocar a redução
populacional dos inimigos naturais das pragas e desequilíbrios biológicos nos sistemas
agrícolas, causa contaminação e problemas de saúde pública derivados dos efeitos tóxicos em
humanos (EMBRAPA, 2013).
Assim, esse sistema agrícola altamente desequilibrado é o que tem propiciado a
abundância contínua de alimentos para as pragas, contribuindo significativamente para a
proliferação desses insetos. Essas pragas têm atingido níveis populacionais tão elevados, que
acabam superando o limiar de atuação dos agrotóxicos comprometendo a eficiência de
controle. Essa situação tem causado perdas econômicas significativas aos sistemas de
produção, a exemplo do que ocorreu na safra de soja e algodão 2012/2013 (EMBRAPA,
2013).
2.4.1 Helicoverpa armigera
Na ultima safra agrícola foi relatada a primeira ocorrência de Helicoverpa armigera
(Figura 4) no Brasil, que era considerada, até o momento, uma praga quarentenária. A
notificação ocorreu nos Estados de Goiás, na cultura da soja; Bahia, em tiguera de soja; e
Mato Grosso, na cultura do algodoeiro (CZEPAK et al, 2013).
A Helicoverpa armigera apresenta ampla distribuição geográfica, sendo registrada na
Europa, Ásia, África e Oceania (ZALUCKI et al. 1986, GUO, 1997), sendo até então
considerada praga quarentenária, no Brasil (CZEPAK et al., 2013). As lagartas de H.
armigera se alimentam de folhas e caules, contudo, têm preferência por brotos,
inflorescências, frutos e vagens (REED 1965, WANG; LI, 1984), causando danos tanto na
fase vegetativa quanto reprodutiva (CZEPAK et al., 2013).
20
Figura 4: Vista lateral da fase larval de H. armigera. (a) e vista superior do adulto de H.
armigera (b).
Fonte: CZEPAK (2013).
Essa praga possui alto potencial reprodutivo, sendo que cada fêmea tem a capacidade
de ovipositar de 1.000 a 1.500 ovos, sempre de forma isolada, sobre talos, flores, frutos e
folhas, preferencialmente no período noturno. Para a postura, prefere a face adaxial das folhas
e superfícies pubescentes. O período larval é constituído por cinco a seis instares e pode durar
de duas a três semanas, dependendo das condições climáticas, e, no último instar, a lagarta
possui de 30,0 mm a 40,0 mm de comprimento e coloração variando do verde ao amarelo
claro, marrom avermelhado ou preto (EPPO, 1981).
São detalhes característicos da lagarta, a sua cápsula cefálica de cor parda clara, linhas
finas brancas laterais e a presença de pelos (MATTHEWS, 1999).
Além disto, apresenta como característica importante, que a difere de outras espécies
de noctuídeos, é que a H. armigera apresenta um comportamento peculiar, encurvando a
cápsula cefálica até o primeiro par de falsas pernas, e assim permanecendo por algum tempo
(CZEPAK et al., 2013).
A espécie H. armigera apresenta grande mobilidade e alta capacidade de
sobrevivência, mesmo em condições adversas, podendo completar várias gerações ao ano e
finalizando o seu ciclo de ovo a adulto no período de quatro a seis semanas (FITT, 1989).
Além disto, pode se dispersar com grande facilidade, pois os adultos são migrantes naturais e
apresentam movimento de longo alcance, podendo chegar a 1.000 km de distância
(PEDGLEY, 1985).
21
O hábito alimentar polífago, em associação com uma alta capacidade de dispersão e
adaptação a diferentes cultivos, tende a favorecer o sucesso da espécie H. armigera, como
praga. Além disto, hospedeiros alternativos, nas proximidades agrícolas, assumem papel
decisivo na dinâmica sazonal dos insetos, pois podem dar suporte à permanência de
populações das pragas (FITT, 1989).
É possível que esta praga esteja disseminada por todo o Brasil. Em muitas localidades,
os agricultores relatam a presença de lagartas de morfologia e comportamento alimentar
similares aos observados nos locais onde o inseto foi coletado e identificado (CZEPAK et al,
2013).
O manejo dessa praga ainda se encontra em fase inicial de estabelecimento.
Entretanto, com base em estudos realizados em outros países, a identificação correta da
espécie, técnicas efetivas de amostragem de ovos e lagartas, ou até mesmo pupas, são
essenciais, como subsídios para as tomadas de decisão sobre as melhores táticas de controle,
devendo os levantamentos ser realizados em todas as possíveis culturas hospedeiras
(CZEPAK et al, 2013).
Como táticas de controle a serem recomendadas, podemos considerar, tendo como
referência outros países, as armadilhas iscadas com feromônio sexual da praga, a utilização de
materiais resistentes, Bt ou convencionais, a destruição de restos da cultura, a liberação de
inimigos naturais, como, por exemplo, o Trichogramma sp., que apresenta grande associação
à espécie H. armigera, e, por fim, o uso de inseticidas seletivos, visando à manutenção dos
inimigos naturais nas áreas agrícolas, sendo de fundamental importância a rotação dos
mecanismos de ação dos produtos, para reduzir a pressão de seleção dos ingredientes ativos,
haja vista a facilidade com que a praga pode desenvolver resistência (MCCAFFERY et al.,
1986; KIN; COLEMAN, 1989, DURAIMURUGAN; REGUPATHY, 2005; KUMAR et al.,
2009).
2.5 Manejo Integrado das Pragas Desfolhadoras
No Brasil, os benefícios conseguidos com a implantação e uso do programa de manejo
integrado de pragas (MIP) foram econômicos e ambientalmente grandes (GAZZONI, 1994;
KOGAN, 1998; PANIZZI, 2006). No início da década de 80, com o programa, a média de
aplicações de inseticidas na cultura da soja no Estado do Paraná de mais de cinco foi reduzida
para menos de duas por safra (FINARDI; SOUZA, 1980).
22
O manejo integrado de pragas da soja recomendado para os artrópodes e moluscos que
atacam as folhas desta cultura é o conjunto de todas as tecnologias disponíveis que, adotadas
conjuntamente na condução da lavoura, visa manter o agroecossistema da soja o mais
próximo possível de um equilíbrio ecológico (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012). De acordo
com esse autor, o MIP-SOJA é composto por várias tecnologias disponíveis que, adotadas em
conjunto na condução a lavoura visam manter o agroecossistema da soja o mais próximo de
um equilíbrio ecológico. Esse programa integrado, com suas diferentes táticas, em cuja base,
por exemplo, está o reconhecimento das pragas e dos seus inimigos naturais, o monitoramento
desses insetos e os níveis de ação, pontos fundamentais para as decisões a serem tomadas na
condução da lavoura e dos quase dependem o sucesso desse programa de manejo integrado.
O MIP-SOJA preconiza que nem todos os organismos que atacam as folhas da soja
precisam de controle, visto que há infestações toleráveis sem reduções economicamente
significativas na produção final. Nesse contexto, os inseticidas não devem ser aplicados
preventivamente, e sua utilização é apenas justificável quando a população de pragas for igual
ou superior aos níveis de ação recomendados pela pesquisa. Eles representam na prática, o
mínimo de insetos ou sua injúria que torna o controle a ser adotado economicamente
justificável. Esse nível de desfolha tolerado na cultura da soja antes de iniciar qualquer
medida de controle pode diferir ligeiramente ao redor do mundo (HOFFMANN-CAMPO et
al., 2012).
No Brasil o nível de ação recomendado para iniciar o controle das desfolhadoras é de
30% de desfolha no período vegetativo ou 15% quando a cultura estiver no estádio
reprodutivo (EMBRAPA, 2011). Paralelamente, o MIP-SOJA preconiza também o nível de
ação baseado na densidade populacional de lagartas, considerando a necessidade de
intervenção sempre que a população atingir 20 lagartas grandes por metro, sendo estas
monitoradas através de amostragens realizadas como o pano de batida (EMBRAPA, 2011).
Além do uso de produtos mais seletivos, estes passaram a ser usados com maior
critério, respeitando a real necessidade de controle, baseada no monitoramento periódico dos
insetos nas lavouras e os níveis de ação pré-estabelecidos para cada praga (KOGAN et al.,
1977; PANIZZI et al., 1977; HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). Entretanto, apesar dos
benefícios proporcionados pelo MIP-SOJA, na última década esse programa sofreu um
grande retrocesso, sendo seus princípios esquecidos, seu uso praticamente abandonado pelos
produtores de soja e, consequentemente, as aplicações voltaram a atingir uma média de quatro
a seis aplicações por safra (MORALES; SILVA, 2006; PANIZZI, 2006; MOSCARDI et al.,
23
2009) ou até mais em alguns casos extremos, sendo este um incremento substancial de uso de
agrotóxicos nas lavouras (QUINTELA et al., 2006).
O manejo integrado de pragas (MIP) reúne medidas de controle químico, físico e
biológico, onde os mesmos são indicados após o monitoramento da área, com a detecção da
população dos insetos pragas, a cima do nível de dano econômico (PRAÇA et al., 2006).
2.5.1 Amostragens das pragas
Para o monitoramento das lagartas desfolhadoras, utilizam-se as amostragens com o
pano de batida, de cor branca, preso em duas varas, com 1m de comprimento, o qual deve ser
estendido entre duas fileiras de soja. As plantas da área compreendida pelo pano devem ser
sacudidas vigorosamente sobre o mesmo, havendo, assim, a queda das pragas que deverão ser
contadas. Esse procedimento deve ser repetido em vários pontos da lavoura, considerando-se
a média de todos os pontos amostrados (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).
No caso de lavouras com espaçamento reduzido das entrelinhas e plantas
desenvolvidas, recomenda-se usar o pano de batida e bater apenas as plantas de uma das
fileiras. Essas amostragens devem ser realizadas nas primeiras horas da manhã ou à tardinha,
período de menor atividade dos insetos, possibilitando a sua contagem sobre o pano de batida
(HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).
Ainda segundo o mesmo autor, na mesma área onde são feitas as amostragens com o
pano de batida, deve-se realizar o exame de todas as partes da planta, principalmente hastes,
pecíolos, ponteiros e vagens. Para que se possa avaliar a infestação das pragas na lavoura,
sugere-se que o número de insetos seja anotado em cada ponto de amostragem, para posterior
cálculo da média da lavoura. Quanto maior o número de amostragens realizadas na área,
maior será a segurança de previsão correta da infestação de insetos-pragas na lavoura.
2.5.2 Níveis de ação e de dano econômico
O nível de dano econômico é a menor população de pragas que pode causar danos
econômicos significativos às plantas. Entretanto, para qualquer praga que ataque a soja é
importante considerar a tolerância que a planta possui a um determinado nível populacional
da praga e o seu consequente dano. Ou seja, as medidas de controle só se justificam no
momento em que a praga atingir o chamado nível de ação, o qual precede o nível de dano
econômico (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012).
24
O nível de ação representa o momento economicamente correto para que uma medida
de controle seja iniciada, evitando assim, que a população do inseto-praga cresça e ultrapasse
os níveis de dano econômico (PEDIGO et al., 1986). Para as maiorias das pragas, existem
parâmetros que permitem tomar a decisão de usar medidas de controle, de forma criteriosa e
no momento certo (HOFFMANN-CAMPO et al., 2012).
As lagartas devem ser controladas quando forem encontradas, em média, 20 lagartas
grandes (>1,5 cm) por 1m (uma fileira de plantas), ou com menor número se a desfolha
atingir 30%, antes da floração, e 15% tão logo apareça às primeiras flores (EMBRAPA,
2006).
A identificação de adultos nas lavouras é mais facilmente detectada no final da tarde, e
trata-se de uma informação importante para o produtor, podendo predizer possíveis
infestações da praga. Vale destacar que somente a quantidade de adultos não é um dado
confiável. Deve ser analisada também a quantidade de ovos, já que são afetados em grande
parte pelos inimigos naturais (TOMQUELSKI; MARUYAMA, 2009).
2.5.3 Agentes de mortalidade natural
Nos ambientes naturais e agroecossistemas ocorre à ação de inimigos naturais sobre os
insetos, esses inimigos naturais podem ser outros insetos ou microrganismos. São inúmeros os
microrganismos que causam doenças nos insetos, os mais conhecidos são os fungos
Entomophthora aphidis predador de pulgões, Hirsutella thompsonii de ácaros, Nomurea rileyi
de lagartas e Aschersonia aleyrodes de mosca branca e cochonilha. Quanto ao vírus o mais
conhecido é o Baculovirus que provoca a morte das lagartas na soja e as bactérias que
ocorrem em menor frequência, sendo Bacillus thuringiensis a espécie mais conhecida e que
coloniza lagartas (MOSCARDI et al., 2012).
O fungo entomopatogênico N. rileyi é o agente causal da doença branca em lagartas,
como a lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) e outras. Essa doença deixa as lagartas com
aspecto mumificado de coloração branca no seu estádio inicial, posteriormente passando para
coloração esverdeada. O período de coloração esverdeada é o período de disseminação do
fungo onde são formados os conídios, os quais são levados pelo vento, que reinicia o processo
de infecção de novas lagartas (SOSA-GÓMEZ et al., 2003).
O aparecimento natural de doenças em insetos pragas deve ser observado, por que em
alguns casos não há a necessidade de controle químico, mas para isso deve-se ocorrer
condições que favoreçam o agente causal da doença (PEREIRA et al., 1998).
25
Na safra de soja 2010/2011 foi observado à ocorrência de dois agentes
entomopatogênicos causando a morte de lagartas na cultura da soja, onde os mesmos foram N.
rileyi e Baculovirus sp (CASTAÑON et al, 2011). Segundo Ávila (2007), as safras brasileiras
anteriores de soja foram baixas as incidências da doença branca causada pelo fungo N. rileyi,
devido a grande quantidade de fungicidas aplicados para controle da ferrugem asiática.
Segundo Sosa-Gómez et al., (2003), as maiorias dos fungicidas utilizados na soja para
controle da ferrugem asiática inibem a germinação do fungo N. rileyi.
De acordo com Ávila (2007), as lagartas de maior infecção são a lagarta da soja e a
falsa medieira. Observou-se na lagarta da maçã que o N. rileyi causa a morte da mesma,
deixando a endurecida, posteriormente o fungo inicia a colonização da parte externa da
lagarta, dando inicio a formação do micélio e logo após a dos conídios (CASTAÑON et al.,
2011).
A grande quantidade de lagartas mortas pelo fungo N. rileyi, ocorre devido à
diminuição das aplicações de fungicidas para controle da ferrugem asiática e pelas condições
ambientais favoráveis ao desenvolvimento do fungo. Em síntese, as condições ideais para o
desenvolvimento do fungo são umidade maior que 70%, temperatura elevada e fechamento da
entrelinha pela cultura (CASTAÑON et al., 2011).
Dentro do Manejo Integrado de Pragas (MIP), o controle biológico com inimigos
naturais pode ser usado com sucesso sob a H. virescens, também. Um exemplo são as
espécies de Trichogramma, existentes naturalmente. Em estudo realizado por Fernandes et al,
(2003), observou-se, inclusive, que em alguns casos o produtor não precisa realizar aplicações
de inseticidas quando da ocorrência em maiores infestações de T. pretiosum.
Outros inimigos naturais Braconídeos possuem a característica de apresentar um
casulo na fase final de seu desenvolvimento, normalmente de coloração branca a cinza-escura.
São considerados parasitoides muito eficientes, pois podem encontrar as lagartas dentro de
estruturas como as vagens para depositar os seus ovos. Diante do exposto é de fundamental
importância a utilização de inseticidas seletivos, a fim de proporcionar maior sobrevivência
destes inimigos naturais (TOMQUELSKI et al., 2008).
Para H. armigera, recomenda-se a liberação inundativa do parasitóide de ovos,
Trichogramma pretiosum associada ao monitoramento da população de adultos via uso de
armadilhas iscadas com feromônio sexual sintético, com uma armadilha a cada cinco hectares.
A utilização de armadilha contendo feromônio deve ser utilizada para detectar a chegada da
mariposa na área alvo. A captura das primeiras mariposas, em média três mariposas por
armadilha, indica o início da oviposição e a necessidade de liberar o agente de controle
26
biológico. A liberação dos parasitoides, geralmente, é realizada pela distribuição nas plantas
de cartelas de papelão contendo ovos de um hospedeiro alternativo parasitado ou liberação
direta dos adultos de Trichogramma (EMBRAPA, 2013).
Como medida emergencial há a necessidade de autorização imediata pelo MAPA para
comercialização e liberação desses parasitóides. Também é essencial o fomento a novas
biofábricas para a produção dos parasitóides em escala comercial. O controle biológico com o
parasitóide de ovos pode ser utilizado tanto no milho como na soja e no algodão. Obviamente,
deve-se considerar o efeito negativo dos inseticidas químicos não seletivos sobre o agente de
controle biológico na mesma época de liberação do parasitoide (EMBRAPA, 2013).
2.5.4 Métodos de controle
Dentre as várias técnicas utilizadas para manter as populações das pragas abaixo dos
níveis de dano, estão às medidas de controle. Especial atenção deve ser dada ao controle
químico, sempre ponderado em relação ao controle biológico, seja natural ou aplicado, e não
utilizado de forma indiscriminada, para obter resultados satisfatórios e mais duradouros
(HOFFMANN-CAMPO et al., 2012). Estudos recentes têm mostrado que o uso
indiscriminado de inseticidas e outros agrotóxicos da soja intensificam o ataque de pragas,
como lagartas (CORRÊA-FERREIRA et al., 2010).
Não há um modelo ou padrão de manejo indicado para todas as regiões produtoras do
Brasil que seja adequado a uma região ou mesmo a um município, dada a grande quantidade
de situações que se manifestam em cada local, como resultados da interação dos fatores que
interferem na ocorrência de pragas e das iniciativas de manejo para a sua supressão
(GUEDES et al., 2011).
Entretanto, é reconhecido pela maioria dos técnicos e produtores que a cultura da soja
é atualmente um cenário caracterizado pela maior fragilidade da cultura ao ataque de lagartas,
beneficiadas especialmente pelo manejo fitossanitário atualmente praticado na cultura
(GUEDES et al., 2011).
Sempre que disponíveis outras táticas de controle, como o controle cultural, controle
biológico aplicado, feromônios, resistência de plantas a insetos e a transformação genética,
devem ser preferencialmente utilizadas de forma isolada ou integrada, de acordo situação
(HOFFMANN-CAMPO et al., 2012).
Assim, toda a decisão de manejo deve ser tomada com base na amostragem e no
reconhecimento das espécies ocorrentes. O controle deve considerar as espécies, o momento
27
de ocorrência no ciclo da cultura, o custo do controle e o valor resultante da produção, além
de preconizar a utilização de inseticidas menos agressivos aos organismos não alvos
(GUEDES et al., 2011).
2.5.4.1. Controle Químico
O uso correto de táticas de controle químico e biológico é de crucial importância para
o sucesso do controle das lagartas na soja. Sendo assim, o uso de agrotóxicos sem a realização
do monitoramento das pragas e sem a adoção de níveis de ação é inaceitável, pois tem
ocasionado uso abusivo, uma das principais causas dos desequilíbrios ecológicos de
artrópodes nos sistemas de produção agrícola (EMBRAPA, 2013).
Considerando a ausência de níveis de ação para controle do complexo de lagartas de
difícil controle para as condições brasileiras, os inseticidas químicos devem ser utilizados de
forma emergencial respeitando os níveis de controle disponíveis na literatura internacional.
Esses níveis de controle devem ser posteriormente referendados ou modificados pela pesquisa
nacional de acordo com a cultura alvo. Para os agentes de controle biológico devem ser
observados os níveis populacionais das lagartas (EMBRAPA, 2013).
Deve-se ainda observar as dosagens recomendadas dos inseticidas, não usando
superdosagens ou subdosagens, uma vez que a eficiência de controle pode ser reduzida, além
de poder contribuir para a seleção de populações resistentes aos inseticidas aplicados
(EMBRAPA, 2013).
Aplicações múltiplas em uma dosagem média geralmente são mais eficazes do que
uma única aplicação em superdosagem. Recomenda-se também a rotação de inseticidas de
diferentes modos de ação para evitar seleção de populações resistentes. A utilização de
produtos mais seletivos aos inimigos naturais e polinizadores deve ser priorizada na escolha
dos inseticidas para minimizar os desequilíbrios biológicos observados nas lavouras
(EMBRAPA, 2013).
Dessa forma, os produtos devem ser utilizados em ordem de preferência:
1) Inseticidas biológicos ou liberação de inimigos naturais devidamente registrados;
2) Inseticidas do grupo dos reguladores de crescimento de insetos;
3) Inseticidas dos grupos das diamidas ou espinosinas;
4) Inseticidas bloqueadoresde Na;
5) Inseticidas do grupo das evermectinas;
28
6) Carbamatos.
Deve ser levado em consideração que o difícil controle da lagarta falsa medideira
ocorre, porque em soja mais desenvolvida observa-se a presença da lagarta, geralmente
durante e após a época de floração, quando a soja já está fechada. Esta praga tem o hábito de
permanecer mais concentrada nos terço inferior e médio das plantas, fazendo com que haja
menor probabilidade de ser atingida pelas gotas das pulverizações, as quais ficam retidas nas
folhas do terço superior. Por isso, é necessário que o agricultor aplique adequadamente os
inseticidas para efetivar o seu controle, adotando tecnologia de aplicação, com volume de
calda e bicos adequados (EMBRAPA, 2011).
As lagartas falsas medideiras são mais vorazes, normalmente não circulam no topo da
planta e são mais tolerantes a inseticidas. Nem todos os inseticidas e doses indicados e/ou
registrados para A. gemmatalis o são para as lagartas falsas medideiras, também há relatos de
populações resistentes a inseticidas (SOSA-GÓMEZ et al., 2003).
No caso da H. virescens, não existem inseticidas registrados no Ministério da
Agricultura para a lagarta da maçã na soja. No algodoeiro, os produtos comumente utilizados
são bifentrina, fempropatrina, metomil, spinosad, thiodicarb, profenofós + cipermetrina e
indoxacarb (DEGRANE; VIVIAN, 2011).
Os inseticidas e doses usadas para as lagartas conhecidas em soja estão sendo
ineficientes para o controle do gênero Helicoverpa. Isto porque nenhum inseticida, disponível
no mercado, é capaz de circular na planta e contaminar novos brotos. Portanto, a folha
formada depois da aplicação de inseticida, não tem possibilidade de ser protegida contra
pragas, via sistêmica ou por formação de gases (GASSEN, 2013).
Os novos grupos de inseticidas como a antronilamida, a diamida do ácido ftálico e a
espinosina são lagarticidas eficientes e controlam o gênero Helicoverpa, porém em doses mais
elevadas do que as usadas para as lagartas conhecidas em soja e em algodão. É importante
destacar que nenhum desses inseticidas se caracteriza como fisiológico nem apresenta
circulação na planta, para contaminar folhas novas. São bons lagarticidas que agem,
principalmente, por ingestão. Outro ponto importante é que observações de campo indicam
dificuldade de controle com inseticidas piretróides, mesmo em doses elevadas. Os inseticidas
carbamatos, os fosforados e os inibidores de quitina, têm matado as lagartas presentes na
aplicação, porém com doses elevadas (GASSEN, 2013).
O uso frequente e doses elevadas de inseticidas podem facilitar a ressurgência de
populações da praga nas lavouras (GASSEN, 2013). Muitas vezes, a aplicação dos inseticidas
29
é realizada de forma inadequada, seja através de aplicações preventivas, junto com o
dessecante ou com o herbicida pós-emergente ou mesmo com as aplicações de fungicidas.
Essas práticas, bastante comuns hoje nas lavouras de soja, visando o aproveitamento de
operações, aliado às aplicações frequentes de produtos de amplo espectro de ação, sobretudo
na fase inicial do desenvolvimento da soja e o não uso das amostragens de pragas com o
método do pano, tem levado a um grande desequilíbrio nas lavouras de soja acarretando sérios
problemas como, por exemplo, a eliminação do complexo de inimigos naturais (EMBRAPA
SOJA, 2011).
As lagarta do complexo Spodoptera têm um grande grupo de agentes de controle
biológico que usualmente as mantêm sob controle. Entretanto, na última década, o uso de
inseticidas tem crescido muito na soja. Esse uso abusivo e errôneo de agrotóxicos na cultura
tem eliminado esses inimigos naturais, fazendo que as populações dessas pragas,
anteriormente consideradas secundárias, causem prejuízos em muitas regiões produtoras
(BUENO et al., 2010).
Na ausência do controle biológico natural, pragas, normalmente consideradas sem
importância econômica, vêm causando preocupações aos sojicultores, com necessidade,
muitas vezes, de controle. Além disso, pragas principais vêm ocorrendo em níveis
populacionais muito elevados, além da ocorrência de populações de insetos resistentes aos
inseticidas químicos (SOSA-GÓMEZ et al., 2003), tudo isso levando a um maior custo de
produção e consequências drásticas de poluição ambiental.
2.6 Práticas inadequadas de manejo
De acordo com Guedes et al. (2011), existem algumas praticas consideradas
inadequadas quando se trata do manejo de lagartas, tais quais: a falta de amostragem de
pragas (população e localização); a falta de conhecimento e consideração com as fases mais
sensíveis da cultura; a utilização do “cheirinho” com inseticidas de amplo espectro, após a
emergência da soja; o desconhecimento das espécies de lagartas-da-soja; os erros na
identificação das espécies-praga, implicando em erros nas doses dos inseticidas e escape das
espécies mais tolerantes; a pulverização de inseticida junto com a aplicação de herbicidas,
portanto “fora” do momento populacional adequado, determinando a perda de ação do
produto antes dos picos de lagartas; a pulverização de inseticidas junto com a aplicação de
fungicidas, portanto, uma aplicação muitas vezes tardia para percevejos e ácaros; a utilização
de doses elevadas, com efeito negativo sobre inimigos naturais; a utilização de doses
30
insuficientes para a praga-alvo, permitindo sua sobrevivência, novo crescimento e
reinfestação e os erros na escolha de inseticidas para as pragas-alvo mais importantes.
2.7 Peculiaridades do complexo de difícil controle de lagartas desfolhadoras
O Controle das pragas na cultura da soja é na atualidade um dos grandes gargalos para
os sojicultores, a cada dia a pressão dos insetos-pragas é mais expressiva, ocasionando perdas
em produtividade significativas (CARVALHO et al., 2012). No Brasil, os benefícios
conseguidos com a implantação e uso do programa de manejo integrado de pragas (MIP)
foram econômicos e ambientalmente grandes (GAZZONI, 1994; KOGAN, 1998; PANIZZI,
2006).
O uso do pano de batida para o monitoramento dos insetos-pragas, a tomada de
decisões de controle apenas quando os níveis de ação preconizados pela pesquisa sejam
atingidos e o uso de produtos recomendados e mais seletivos para o controle das principais
pragas são pontos básicos e importantes para o sucesso do programa (CORRÊA-FERREIRA,
2010).
Além do uso de produtos mais seletivos, estes passaram a ser usados com maior
critério, respeitando a real necessidade de controle, baseada no monitoramento periódico dos
insetos nas lavouras e os níveis de ação pré-estabelecidos para cada praga (KOGAN et al.,
1977; PANIZZI et al., 1977; HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).
Algumas práticas, atualmente, utilizadas pelos sojicultores, como o uso de inseticidas
de amplo espectro de ação em mistura com herbicidas para dessecação de plantas daninhas,
ou em pós-emergência, ou ainda, por ocasião das aplicações de fungicidas, fazendo o
aproveitamento de operações, tem levado a áreas totalmente desequilibradas e com sérios
problemas de pragas (EMBRAPA, 2011).
De acordo com SOSA-GÓMEZ et al., (2003), essas práticas, bastante comuns hoje nas
lavouras de soja, visando o aproveitamento de operações, aliado às aplicações frequentes de
produtos de amplo espectro de ação, sobretudo na fase inicial do desenvolvimento da soja e o
não uso das amostragens de pragas com o método do pano, tem levado a um grande
desequilíbrio nas lavouras de soja acarretando sérios problemas como, por exemplo, a
eliminação do complexo de inimigos naturais.
Na ausência do controle biológico natural, pragas, normalmente consideradas sem
importância econômica, vêm causando preocupações aos sojicultores, com necessidade,
muitas vezes, de controle. Além disso, pragas principais vêm ocorrendo em níveis
31
populacionais muito elevados, além da ocorrência de populações de insetos resistentes aos
inseticidas químicos (SOSA-GÓMEZ et al., 2003), tudo isso levando a um maior custo de
produção e consequências drásticas de poluição ambiental (CORRÊA-FERREIRA, 2010).
Apesar dos danos causados na cultura da soja ser, em alguns casos, alarmantes, não se
indica a aplicação preventiva de produtos químicos, pois, além do grave problema de poluição
ambiental, a aplicação desnecessária eleva os custos da lavoura e contribui para o
desequilíbrio populacional dos insetos (EMBRAPA, 2011).
Portanto, o controle das principais pragas da soja deve ser feito com base nos
princípios do manejo integrado de pragas (MIP). Em situações adversas, como estresse
hídrico e excesso de chuvas, o técnico também deverá os considerar, na tomada de decisão
para realizar o controle dos insetos-pragas, o porte das plantas, o tamanho da área a ser tratada
e a disponibilidade de equipamentos (EMBRAPA, 2011).
Deve-se atentar para as doses indicadas, utilizar EPI, equipamento de proteção
individual, desde o preparo, à aplicação dos defensivos, até dar o destino correto às
embalagens, conforme legislação vigente (EMBRAPA, 2011).
Em decorrência da dificuldade de controle dessas lagartas, e perda de produtividade
provocada devido à desfolha, os produtores têm utilizado pulverizações sequenciais, visando
evitar o aumento da densidade populacional de lagartas na soja. No entanto, pouco se conhece
do momento mais adequado das pulverizações e dos inseticidas mais eficientes, a fim de se
fazer um controle satisfatório (PERINI et al., 2011).
Dentro do Manejo Integrado de Pragas, o início deste programa requer amostragens
representativas da área, com pessoal capacitado para a identificação. As lagartas, quando
ocorrem nos períodos de enchimento de grãos, devem ser tratadas com maior cuidado por
atacarem a soja diretamente, provocando a abertura das vagens que podem cair no solo ou
ficar presas na planta, nesse caso como porta de entrada, abrigando doenças que inviabilizam
a sua germinação (TOMQUELSKI et al., 2008).
O controle químico, apesar de apresentar vantagens como praticidade, rapidez e em
alguns casos custo baixo, não deve ser utilizado de forma única. Sabe-se do problema de
resistência desta praga a inseticidas, fato que pode ser explicado em função de o inseto se
alimentar de diversas estruturas, além de fatores inerentes à praga, o que desta forma a faz
escapar da ação dos inseticidas (TOMQUELSKI et al., 2008).
32
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na agricultura moderna não é mais admitido à produção a todo custo. O uso
indiscriminado de agrotóxicos e as condições ambientais favoráveis cultura da soja são fatores
propícios para o surgimento à nova dinâmica de lagartas da soja. O controle dessas pragas é
na atualidade fator crucial para os produtores de soja, sendo que a cada safra a pressão de
insetos-pragas é mais expressiva com o advento de novas espécies, ocasionando perdas em
produtividade significativas.
O uso do MIP torna-se cada vez mais importantes, pois resulta na produção mais
sustentável e mais econômica, com diminuição no uso de agrotóxicos e consequentemente
possível seleção de insetos-pragas, evitando até mesmo que ocorra resistência a certos
produtos por parte dessas pragas por uso indiscriminado de agrotóxicos e incluindo, também,
a preservação dos inimigos naturais e resultando assim, em menores danos econômicos e uma
produção mais sustentável, podendo, assim, impedir novas migrações, novos surtos e uma
nova dinâmica de insetos-pragas na cultura da soja.
33
REFERÊNCIAS
ARAGÓN, J. Insectos Perjudiciales de la Soja. Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria. Est. Exp. Agropecuaria Marcos Juárez. Revista de Información sobre Investigación y Desarrollo Agropecuario (IDIA XXI). Nº 3, Oleaginosas, Sección Soja. Páginas: 75 - 82. 2002.
ÁVILA, C.J. Amigos naturais do sojicultor. 2007. Embrapa Agropecuária Oeste. Disponível em: < http://www.cpao.embrapa.br/portal/artigos/artigos/artigo5.html> Acesso em: 22 de maio de 2013.
BATISTA, A. C.; MELATTI, V.M.; DEMO, C.; MARTINI, E. S.; PRAÇA, L. B.; GOMES A. C. M. M.; FALCÃO, R.; BROD, C. S.; MONNERAT, R. G. Prospecção de estirpes de Bacilus thuringiensis efetivas para o controle da Anticarsia germantalis. Boletim de pesquisa e desenvolvimento, n. 82. EMBRAPA, 2005.
BUENO, R. C. O. de F.; PARRA, J. R. P.; BUENO, A. de F.; OIVEIRA, J. R. G.; CAMILO, M. F. Sem Barreira. Informativo, Cultivar, Fev. 2007.
BUENO, A.F.; BATISTELA, M.J.; MOSCARDI, F.; BUENO, R.C.O.F., NISHIKAWA, M.; HIDALGO, G.; SILVA, L.; GARCIA, A.; CORBO, E.; SILVA, R.B. Níveis de desfolha tolerados na cultura da soja sem a ocorrência de prejuízos à produtividade. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, 2010a, 11 p. (Embrapa Soja. Circular Técnica, 79).
CÂMARA, G. M. de S.; CATTELAN, A. J. EMBRAPA SOJA. Tecnologias de Produção de Soja – Região Central do Brasil 2012 e 2013. Sistemas de Produção 15. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -Embrapa Soja- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. ISSN 2176-2902 Londrina, PR, 2011.
CARVALHO, L. C.; FERREIRA, F. M.; BUENO, N. M. Importância Econômica E Generalidades Para O Controle Da Lagarta Falsa-Medideira Na Cultura Da Soja. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v.8, n.15; p.1021, 2012.
34
CASTAÑON, T. H. F. M.; SOUZA, H.M. de L., MATOS, F. J. F.; MOERGENER, A. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO II BIOTA II Ciclo de Estudos em Biologia de Tangará da Serra I Ciclo Nacional de Estudos de Biologia 07 a 11 de Novembro de 2011 ISSN 2175-6392
CZEPAK, C; ALBERNAZ, K. C.; VIVAN, L. M.; GUIMARÃES, H. O.; CARVALHAIS, T. Primeiro registro de ocorrência de Helicoverpa armigera (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) no Brasil. Revista UFG, e-ISSN 1983-4063. Goiânia, v. 43, n. 1, p. 110-113, jan./mar. 2013
CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento.vAcompanhamento de safra brasileira: grãos, décimo primeiro levantamento, setembro 2013 / Companhia Nacional de Abastecimento. – Brasília : Conab, 2013.
CORRÊA-FERREIRA, B.S. Práticas de manejo de pragas utilizadas na soja e seu impacto sobre a cultura. Circular Tecnica. CNPq /Embrapa Soja. ISSN 2176-2864. Londrina, PR. Julho, 2010.
CORTÉS, E. e VENIER, F. Alternativas de control de Helicoverpa gelotopoeon (bolillera) en el
cultivo de soja. INTA: Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária. Hoja de información
Técnica. ISSN: 2250-8546. INTA UEE. San Francisco. Nº 30, Enero, 2013.
DEGRANDE P. E.; VIVAN L. M. Pragas da soja – Tecnologia e Produção: Soja e Milho
2008/2009. O Autor, 2009. 78 p.
DEGRANDE, P.E.; VIVAN, L.M. Pragas da soja. In: Tecnologia e produção: soja e milho 2010/2011. Maracaju: p. 117-170. FUNDAÇÃO MS, 2010.
DURAIMURUGAN, P.; REGUPATHY A. Mitigation of insecticide resistance in Helicoverpa armigera (Hübner) (Lepidoptera:Noctuidae) by conjunctive use of trap crops, neem and Trichogramma chilonis ishii in cotton. International Journal of Zoological Research, Faisalabad, v. 1, n. 1, p. 53-58, 2005.
35
EMBRAPA. AÇÕES EMERGENCIAIS PROPOSTAS PELA EMBRAPA PARA O MANEJO INTEGRADO DE Helicoverpa spp. EM ÁREAS AGRÍCOLAS. 2013.
EMBRAPA. Tecnologias de Produção de Soja – Paraná 2007. Sistemas de Produção. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Soja. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. ISSN 1677-8499. Londrina, PR. Setembro, 2006.
EMBRAPA. Sistemas de Produção 15. Tecnologias de Produção de Soja – Região Central do Brasil 2012 e 2013. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária -Embrapa Soja- Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. ISSN 2176-2902 Londrina, PR, 2011.
EPPO. European and Mediterranean Plant Protection Organization. Data sheets on quarantine organisms nº 110: Helicoverpa armigera. Paris: EPPO, 1981. Bulletin, 11.
FERNANDES, M. G.; BUSOLI, A. C.; BARBOSA, J. C. Distribuição espacial de
Alabama argillace (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) em algodoeiro. Neotropical
Entomology, Londrina, v.32, n.1, p.107-115, 2003.
FREITAS, M. C. M. A cultura da soja no Brasil: o crescimento da produção brasileira e o surgimento de uma nova fronteira agrícola. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.7, N.12; 2011.
FILHO, M. R. Resultados que alimentam o mundo. Revista Política Agrícola. 111 Ano XX –n.4 , p.3-6, Out./Nov./Dez. 2011.
FINARDI, C.E.; SOUZA, G.L. de. Ação da extensão rural no manejo integrado de pragas da soja. Curitiba: ACARPA/EMATER-PR. 1980, 13 p.
36
FITT, G. P. The ecology of Heliothis species in relation to agroecosystems. Annual Review of Entomology, Palo Alto, v. 34, n. 1, p. 17-52, 1989.
GASSEN, D. Lagarta das ponteiras da soja ou lagarta das vagens da soja, Helicoverpa
gelotopoeon. COOPLANTIO: Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto. Informativo 156. Eldorado do Sul,RS. 02 janeiro 2013.
GAZZONI, D.L. Manejo de pragas da soja: uma abordagem histórica. Londrina: EMBRAPA-CNPSo, Brasília: EMBRAPA-SPI, 1994. 72 p. (EMBRAPA CNPSo. Documentos, 78).
GAZZONI, D.L.; YORINORI, J.T. Manual de identificação de pragas e doenças da soja. Brasília: Embrapa – SPI, 1995. 128 p. (Manuais de pragas e doenças, I).
GOATER, B.; RONKAY, L.; FIBIGER, M. Noctuidae Europeae. Soro: Entomological Press, 2003. v.10, 452 p.
GRAVENA, S.; FERNANDES, O.D.; SANTOS, A.C.; PINTO A.S.; PAIVA P.S.B. Efeito de buprofezin e abamectin sobre Pentilia egena (Muls.) (Coleoptera: Coccinellidae) e crisopídeos em citros. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v. 21, p. 215-217, 1992.
GUEDES, J. C.; STECCA, C. dos S.; RODIRGUES, R. B.; BIGOLIN, M. Nova dinâmica. Gemip- UFSM. Revista Cultivar. Amo XII. No 139. ISSN 1516-358x. Dez 2010/ Jan 2011
GUEDES J. C.; STECCA, C. dos S.; RODRIGUES, R. B.; GEMIP, M. B. UFSM. Cultivar Grandes Culturas, Ano XII, Nº 139, Dez 2010 / Jan 2011, ISSN - 1516-358X. Dez 2012/ Jan 2013.
HILDER, V. A., BOULTER, D. Genetic engineering of crop plants of insect resistencea critical review. Crop protection, v 18 p 177-191, 1999.
37
HOFFMANN-CAMPO, C. B.; MOSCARDI, F.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; OLIVEIRA, L. J.; SOSA-GOMEZ, D. R.; PANIZZI, A. R.; CORSO, I. C.; GAZZONI, D. L.; OLIVEIRA, E. B. de. Pragas da soja no Brasil e seu manejo integrado. Circular Técnica. Londrina: Embrapa Soja, 2000. n. 30. 70p.
HOFFMANN-CAMPO, C.B.; CORRÊA-FERREIRA, B.S.; MOSCARDI, F. Soja: Manejo Integrado de Insetos e outros Artrópodes-Pragas. Embrapa Soja. Brasília, DF, 2012.
KOGAN, M. Integrated pest management: historical perspectives and contemporary developments. Annual Review of Entomology, v. 43, p. 243-270, 1998.
KOGAN, M.; TURNIPSEED, S.G.; SHEPARD, M.; OLIVEIRA, E.B.; BORGO, A. Pilot insect pest management program for soybean in Southern Brazil. Journal of Economic Entomology, v.5, p. 659-663, 1977.
KUMAR, S.; SAINI, S. K.; RAM, P. Natural mortality of Helicoverpa armigera (Hübner) eggs in the cotton ecosystem. Journal of Agricultural Science and Technology, Libertyville, v. 11, n. 1, p. 17-25, 2009.
MACHADO, Dayanna do Nascimento7; BOSCHETTI, Moisés Joel2. Pulverizações sequenciais no controle de lagartas-falsa-medideiras na cultura da soja1. UFSM. XV Simposio de Ensino, Pesquisa e Extensão. Educação e Ciencia na Era digital. Santa Maria, RS. Outubro, 2011.
MATTHEWS, M. Heliothine moths of Australia: a guide to pest bollworms and related noctuid groups. Melbourne: CSIRO, 1999.
McCAFFERY, A. R. et al. Studies on resistance to insecticides in the cotton bollworm Heliothis armigera with special reference to the pyrethroids. In: British Crop Protection Conference on Pests And Diseases, 1986, Brighton. Proceedings… Brighton: BCPC, 1986. p. 591-598.
38
MORALES, L.; SILVA, M.T.B. da. Desafios do MIPsoja na região sul do Brasil e o plantio direto. In: Congresso Brasileiro de Soja, 4., 2006, Londrina. Anais... Londrina: Embrapa Soja, 2006. p. 134-139. Organizado por Antonio Ricardo Panizzi, Odilon Ferreira Saraiva, Simone Ery Grosskopf.
MOSCARDI; F.; BUENO, A.de F.; SOSA-GÓMEZ, D. R.; ROGGIA, S.; HOFFMAN-CAMPO, C. B.; POMARI, A. F.;CORSO, I. C.; YANO, S. A. C. Artrópodes que atacam as folhas da soja. Soja: Manejo integrado de insetos e outros artrópodes-praga. EMBRAPA. Brasíli, DF, 2012. 860p.
MOSCARDI, F.; CORRÊA-FERREIRA, B.S.; SOSA-GÓMEZ, D.R.; CORSO, I.C.; BUENO, A.F.; HOFFMANN-CAMPO, C.B.; PANIZZI, A.R. Diagnóstico da situação atual do manejo de pragas na cultura da soja no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 5. Londrina. Anais...Londrina: Embrapa Soja, 2009. 1 CD-ROM. Organizado por Odilon Ferreira Saraiva, Adilson de Oliveira Junior, Clara Beatriz Hoffmann-Campo, Cesar de Castro.2009.
PAPA, G.; CELOTO, F. J. Lagartas na soja. Ilha Solteira, São Paulo, 2007. Disponível em: <www.ilhasolteira.com.br/colunas/index.php?acao=verartigo&idartigo=1189090532>. Acesso em: 22 de maio de 2013.
PANIZZI, A.R. Importância histórica e perspectivas do Manejo Integrado de Pragas (MIP) em soja. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SOJA, 4., 2006, Londrina. Anais... Londrina: Embrapa Soja, 2006. p. 121-126. Organizado por Antonio Ricardo Panizzi, Odilon Ferreira Saraiva, Simone Ery Grosskopf
PANIZZI, A.R., CORRÊA, B.S., GAZZONI, D.L., OLIVEIRA, E.B., NEWMAN, G.G. ; TURNIPSEED, S.G. Insetos da soja no Brasil. Londrina: EMBRAPA, CNPSo, 1977. 20 p. (EMBRAPA-CNPSo. Boletim Técnico, 1).
PANIZZI, A. R. O Manejo integrado de pragas (MIP) em soja e o compromisso com o meio ambiente. In: CONGRESSO DE SOJA DEL MERCOSUR, 3., 2006, Rosário. Mercosoja 2006: conferências plenárias, foros, workshops. Rosário: Associación de la Cadena de Soja Argentina, 2006.b. p. 144-149.
39
PEDGLEY, D. E. Windborne migration of Heliothis armigera (Hübner) (Lepidoptera: Noctuidae) to the British Isles. Entomologist’s Gazette, Wallingford, v. 36, n. 1, p. 15-20, 1985.
PEDIGO, L.P.; HUTCHINS, S.H.; HIGLEY, L.G. Economic injury levels in theory and
practice. Annual review of entomology, v. 31, p. 341-368, 1986.
PEREIRA, R.M; ALVES, S.B; SOUSA-GOMES, D.R; MACEDO, N. Utilização de entomopatógenos no Manejo Integrado de Pragas. In: Alves SB. (ed.). Controle microbiano de insetos. Piracicaba: FEALQ, 1998. p. 1097-1118.
PERINI, C. R.; GUEDES, J. V. C; MACHADO, R. T.; STACKE, R. F.; FIORIN, R. A.; STURMER, G. R.;
MACHADO, D. N. BOSCHETTI, M. J. Pulverizações sequenciais no controle de lagartas-falsas-
medideiras na cultura da soja. UFSM. XV Simpósio de Ensino, Pesquisa e Extensão. Educação
e Ciência na Era digital. Santa Maria, RS. Outubro, 2011.
PRAÇA, L.B.; SILVA NETO, S.P.; MONNERAT, R.G. Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818
(Lepidoptera: Noctuidae): biologia, amostragem e métodos de controle. Brasília: Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, 2006. 18 p. (Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia. Documentos, 196).
QUINTELA, E. D.; FERREIRA, S. B.; GUIMARÃES, W. F. F.; OLIVEIRA, L. F. C. de; OLIVEIRA, A. C.;
CZEPAK, C. Desafios do MIP em soja em grandes propriedades no Brasil Central. In:
Congresso Brasileiro de Soja, 4., 2006, Londrina. Anais...Londrina: Embrapa Soja, 2006. p.
127-133. Organizado por Antonio Ricardo Panizzi, Odilon Ferreira Saraiva, Simone Ery
Grosskopf
REED, W. Heliothis armigera (Hb.) (Noctuidae) in western Tanganyika: II. Ecology and natural and chemical control. Bulletin of Entomological Research, Cambridge, v. 56, n. 1, p. 127-140, 1965.
40
RICHETTI, A. Viabilidade econômica da cultura da soja na safra 2012/2013, em Mato Grosso do Sul. Comunicado Tecnico, 177. Embrapa Agropecuária Oeste. ISSN 1679-0472. Dourados, MS. Julho, 2012.
RIBEIRO, A. B.; Conjuntura Agrícola. Engenheiro-Agrônomo, M.Sc. Economia Rural, A.Técnico-GPLAN-Emater. Agosto, 2011. Disponível em: <http://www.emater.go.gov.br/w/4688. >. Acesso em: 18, de abril, 2013.
SANTOS, K.B.; MENEGUIM, A.M.; NEVES, P.M.O.J. Biologia de Spodoptera eridania (Cramer) (Lepidoptera: Noctuidae) em diferentes hospedeiros. Neotropical Entomology, v. 34, p. 903-910, 2005.
SEDIYAMA T. Tecnologias de produção e uso da soja. Ed. Mecena. Paraná, p. 3,
2009.
SOSA-GÓMEZ, D.R.; GAZZONI, D.L.; CORRÊA-FERREIRA, B.S.; MOSCARDI, F. Pragas da soja e seu controle. In: ARANTES, N.P.; SOUZA, P.I.M. (Ed.). Cultura da soja nos cerrados. Piracicaba: Potafos, 1993. p. 299-331.
SOSA-GÓMEZ, D. R.; DELPIN, K. E.; MOSCARDI, F.; NOZAKI, M. H. The impact of fungicides on Nomuraea rileyi (Farlow) Samson epizootics and on populations of Anticarsia gemmatalis Hübner (Lepidoptera: Noctuidae), on soybean. Neotrop Entomol. 32: 287-291. 2003.
SOSA-GÓMEZ, D.R.; CORRÊA-FERREIRA, B.S.; HOFFMANN-CAMPO, C.B.; CORSO, I.C.; OLIVEIRA, L.J.; MOSCARDI, F.; PANIZZI, A.R.; BUENO, A. de F.; HIROSE, E. Manual de identificação de insetos e outros invertebrados da cultura da soja. Londrina: Embrapa-CNPSo, 2010. 90 p. (Embrapa – CNPSo. Documentos, 269).
SOSA-GÓMEZ, D. R; CORRÊA-FERREIRA, B. S; HOFFMANN-CAMPO, C. B.; CORSO, I. C.; OLIVEIRA, L. J.; MOSCARDI, F.; PANIZZI, A. R.; BUENO, A. de F.; HIROSE E. Manual de Identificação de Insetos e Outros Invertebrados da Cultura da Soja. Empresa
41
Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Soja Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Documentos 269. ISSN 1516- 781X. Londrina, PR. Junho, 2010.
TECNOLOGIAS de produção de soja – da região central do BRASIL 2012 e 2013. Londrina: Embrapa Cerrados; Embrapa Agropecuária Oeste, 2011. 261p. (Embrapa Soja. Sistemas de Produção, 15).
TOMQUELSKI,G.V.; MORATELLI,R.; BOTTARI, D. Ação De Alguns Manejos Químicos No Controle De Pragas Na Cultura Da Soja. Embrapa Soja. Documentos, 304 128. FUNDAÇÃO CHAPADÃO. UFMS-Chapadão do Sul, MS. ISSN 1516-781X. Julho, 2008.
TOMQUELSKI, G. V.; MARTINS, G. L. M.. Fundação Chapadão e UEMS Cassilândia. Limitadora de Lucros. Revista Cultivar. Amo XII. No 139. ISSN 1516-358x. Dez 2012/ Jan 2011.
TOMQUELSKI, G.V.; MARUYAMA, L.C.T. Em migração. Cultivar Grandes Culturas, v. 117, p. 20-22, 2009.
ZALUCKI, M. P. et al. The biology and ecology of Helicoverpa armigera (Hübner) and H.
punctigera Wallengren (Lepidoptera: Noctuidae) in Australia: what do we know? Australian Journal of Zoology, Melbourne, v. 34, n. 6, p. 779-814, 1986.
WANG, N. C.; LI, Z. H. Studies on the biology of cotton bollworm (Heliothis armigera
Hübner) and tobacco budworm (Heliothis assulta Quenee). Journal of the Shandong Agricultural University, Taian, v. 1-2, n. 1, p. 13-25, 1984.
42
Top Related