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OTIMISMO E DISCURSO RELIGIOSO EM REDESo casamento e a memria coletiva sobre o
religioso
Aline de Caldas COSTA dos SantosDoutoranda no Programa de Ps-graduao em Memre sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da
Edvania Gomes da SILVAOrientadora. Professora Adjunta da Universidade EstaduaSudoeste da Bahia
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Memria, otimismo e discurso religios
Nova Histria: perspectiva crtica sobre o estudo da histria, sobterico referente ao passado.
(LE GOFF, 1990)
Memria: campo vivo, dinmico, instalado no momento presensujeito ou para grupos sociais.
Lugares de memria: espaos simblicos onde se sacralizam coletivas.
(NORA, 1993. p.13)
Memria coletiva: a memria elevada condio de fenme
(HALBWACHS, 2004)
Memria e identidade: a memria um elemento essencial dcostuma chamar de identidade, individual e coletiva.
(LE GOFF, 1990)
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Otimismo
Aristteles e a trade: o que o homem , sua personalidade, vele tem, seu conjunto de bens ou patrimnio; o que elerepredemais, sua honra, posio e glria
Homero: deixar o futuro ao colo dos deuses.
Sabedoria e tranquilidade est na velhice.
(SCHOPENHAUER, 2006)
Discurso religioso: sistemas de orientao e devotamento
todos os sistemas de ideias que procuram dar resposta bupelo homem e tentativa deste para compreender sua prp
(FROMM, 1972)
Memria, otimismo e discurso religios
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Abordagens ao casamento nas redes s
Futuros presentes e passados presentes
Memria enquanto preocupao cultural e poltica, medo do esquecimento e, assim, por uma obsesso p
Globalizao da memria: o boomdas modas retrutenslios repr, a comercializao em massa da nost
(HYUSSEN, 2004)
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Sobre o casamento
Casamento como passado presente: rito criticado durmodernidade enquanto imposio social aos sujeitos, suas liberdades individuais, voltam baila nas ltimas d
Trata-se de um retorno s referncias do passado, s trcomo retomada de uma memria coletiva que fundaformao de um ncleo familiar pelo firmamento de ucompromisso pblico, reforado pela ambincia religicircundado de faustos e registros de memria que caruma imagem de identidade permeada pela memriadiscurso tico proveniente das religies.
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Sobre o casamento
Origens do casamento: provvel primeira regra moral fuhomem a fim de evitar o incesto e assim garantir a continlinhagem, a transmisso do patrimnio entre famlias selefortalecimento de alianas poltico-militares.
(WALLS, 1994; CHAU, 2000)
As relaes de aliana entre homens e mulheres pareceprimeira vista, praticamente infinitas. Mas oscilam semprealguns grupos: comunismo sexual, levirato, sororato, casarapto, poligamia, monogamia, unio livre.
(LAPLANTINE, 2002, p. 108)
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O verbete casamento considerado:
- smbolo da unio amorosa do homem e da mulher ou a unisua Igreja, de Deus com seu Povo, da alma com o seu Deus
(CHEVALIER; GHEERBRANT, p. 197, 1995)
Relao com o judasmo: nas bno, a unio do homem e dencarada como a colaborao humano-divina; o respeito m
documento prescreve a base dessa santidade. Relao com o cristianismo: horizonte teolgico do mistrio da
Cristo com sua igreja. Os ritos orientais cristos conservam a bsumpo do vinho, independente da eucaristia, mas dissociaalianas, que so abenoadas e entregues no noivado e no
(SCHLESINGER; PORTO, 1982, p. 58).
Sobre o casamento
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Abordagens ao casamento nas redes socia
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Fig. 01: Desejo pelo noivado.Fonte: Pgina Gleichgewicht, no Tumblr
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Aliana: denotao de compromisso ou pacto.
A aliana simbolizada por uma vtima cindida. Por ordem de Jeovuma novilha, uma cabra, um carneiro, uma rola e uma pomba, cortentre os animais divididos passar um archote aceso significando a o que dividido e participa de um mesmo sangue.
Em praticamente todas as religies, a aliana posicionada no dedodireita o smbolo do noivado, marco da inteno de firmar casam
acontece a troca das alianas para a mo esquerda, completa-se casamento e ento, que exige que cada um dos cnjuges se torneescravo do outro.
Do hebraico,brith; do latim testamentum, o termo correlato para ANova Aliana ou Antigo Testamento e Novo testamento.
(CHEVALIER; GHEERBRANT, 1999)
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Fig. 02: O caminho dos (meus) sonhos
Fonte: Pgina Suenos a camino, no Tumblr.
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Encontro de metades
o matrimnio se baseia na aliana conjugal, no mtuo e irrevoconsentimento, pelo qual os noivos livremente entregam-se e reoutro (NASCIMENTO,1990, p. 72).
A ideia de metades justapostas presente na imagem pode recpsicolgica: Na anlisejunguiana, o casamento simboliza, no de individualizao ou de integrao da personalidade, a coninconsciente, princpio feminino, com o esprito, princpio mascu
(CHEVALIER; GHEERBRANT1995, p. 197)
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Fig. 03: Crianas Fonte: Pgina Amfacebook.
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Vu: como smbolo de distanciamento do mundo exterior e
modstia e da virtude, renncia vaidade terrena. Era um hmedievais e conservou-se no vu da noiva e no das vivas.
Buqu de flores ou guirlanda: vitria temporria.
Usada como coroa ou com o formato do crculo - que represe-, as guirlandas da Antiguidade eram ofertadas aos vencedorcompeties esportivas, aos triunfadores ou s vtimas de sa
A guirlanda frequentemente smbolo de vitria sobre as trecomo no caso da virgemou daquela usada pelas meninas quprimeira comunho; o mesmo se pode dizer da guirlanda da vezes possui a forma de uma pequena coroa.
(BIEDERMANN,1993)
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Analogia ao carter mnemnico de um rito religioso que exige sentimentos e a virgindade, cujo marco pode ser atribudo rel
O Egito conhecia as esposas de deus mon.Elas em geral eramconsagradas como adoradoras do Deus e dedicavam sua virgiteogamia.
Aproximao das adoradoras de mon, deus da fecundidade,sacerdotisas da deusa do lar, Hstia (Vesta). Vesta tornar-se- e
da Terra, a Deusa Me, e seu culto se caracterizar por uma exde pureza.
assim que o casamento, instituio que preside transmisso aureolado de um culto que exalta e exige a virgindade. Ele simdivina da vida, da qual as unies do homem e da mulher no sreceptculos, instrumentos e canais transitrios. Ele se inclui entrSacralizao da vida.
(CHEVALIER; GHEERBRANT, 1995, p. 197, grifos dos autores).
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Fig. 04: O nico amor em vrias fases da vida
Fonte: Pgina Amor: sentimento puro, no facebook.
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Desejo de durabilidade.
Amor nico e eterno: amor que surge na infncia e que todas as adversidades, sendo forte o suficiente para sustcompromisso da aliana abenoada por Deus, conformpalavras atribudas a Jesus por Marcos, no captulo 10, vPortanto, o que Deus uniu, o homem no deve separarsustentando a ideia da indissolubilidade do casamento r
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Consideraes finais
Considera-se que as mensagens selecionadas nas com
virtuais em destaque se constituem em contedos vincuotimismode que trata Schopenhauer medida que os apresentados dizem respeito categoria doser
- comprometido com outrem (Fig 01),
- metade de outrem (Fig 02),
- vinculado a outrem (Fig 03) e
- companheiro de vida de outrem (Fig 04).
Embora existam elementos materiais que possam ser assocaorepresentar, predomina a sugesto de valores e olharemundo que preconizam a superao das adversidades darotina.
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Consideraes finais
Tambm se destaca a presena de sistemas de orientadevotamento, ou discursos religiosos, por meio de referaspectos estticos e rituais que demarcam narrativas eladistintas religies para ordenar as relaes maritais, ness
- o judasmo,
- o cristianismo e
- as religies pags do Egito e Grcia antiga.
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Consideraes finais
De forma tcita, a memria coletiva referente ao discurso
faz presente na internet atravs de diversas comunidadessociais.
Em relao ao casamento, identifica-se como estratgialembrana dessa memria coletiva a publicizao do decompromisso de noivado, o encontro de metades determamor, a analogia ldica ao amor digno de aliana desde
a representao cronolgica das vrias fases da unio avida.
Compreende-se o ambiente das redes sociais como lugmemria e como mbito de memrias coletivas que alimconceito de passados presentes e, consequentementereligioso atravs de mensagens de otimismo.
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RefernciasBIBLIA, A. T. Marcos. Portugus. Bblia sagrada.So Paulo: Ed. Da Amricas, 1950. C
BIEDERMANN, Hans. Dicionrio ilustrado de smbolos. So Paulo: Companhia melho
CHAU, Marilena.Convite Filosofia. So Paulo: tica, 2000
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionrio de Smbolos: mitos, sonhos, costumfiguras, cores, nmeros. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1999
FROMM, Erich. Anlise do Homem. Trad. Octavio Alves Velho. 8 ed. Rio de Janeiro
HALBWACS, Maurice. A memria coletiva. So Paulo: Centauro, 2004
HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela Memria: arquitetura. Monumentos,
mdia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.
LAPLANTINE, Franois. Aprender Antropologia.So Paulo: Brasiliense, 2002.LE GOFF, Jacques. Memria, In: Histria e memria. Campinas, SP: Editora da Unica
NASCIMENTO, J. V. O discurso religioso catlico. Dissertao (Mestrado em Lngua Universidade Catlica de So Paulo, So Paulo, 1990.
NORA, P. Entre a memria e a histria: a problemtica dos lugares. Projeto Histria,
SCHLESINGER, Hugo; PORTO, Humberto. As religies ontem e hoje. So Paulo, Edi
SCHOPENHAUER, Arthur. Aforismos para a sabedoria de vida. 2 ed. So Paulo: Wm
VALLS, lvaro L. M. O que tica?9 edio. So Paulo: Ed.brasiliense, 1994
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