OSTEOGÊNESE IMPERFEITA Dimítrius Vidal de Oliveira Garbis
CARACTERIZAÇÃO
É caracterizada por uma disfunção genética para formação do Colágeno tipo I.
É um grupo de doenças congênitas caracterizadas por baixa massa e fragilidade óssea, além de outras manifestações do tecido conjuntivo.(1)
Incidência: 1:10.000(2)
1. Smith R. Osteogenesis imperfecta: from phenotype to genotype and back again. Int J Exp Pathol. 1994 Aug;75(4):233-41.
2. Byers T, Levin B, Rothenberger D, Dodd GD, Smith RA. American Cancer Society guidelines for screening and surveillance for early
detection of colorectal polyps and cancer: Update 1997. Ca-Cancer J Clin. 1997 May-Jun;47(3):154-&.
BASE GENÉTICA E FISIOPATOLOGIA
Principais Genes Envolvidos:
Formadores do Colágeno
COL1A1 ou COL1A2 (>90% dos casos).
Localização:
Nos loci 17q21.3–17q22 (COL1A1)(51exóns)
E 7q22.1 (COL1A2)(51exóns)
Função
COL1A1 Codifica a cadeia α1(I)
COL1A2 Codifica a cadeia α2(I) (3)
3. Sykes B, Ogilvie D, Wordsworth P, Wallis G, Mathew C, Beighton P, et al. Consistent linkage of dominantly inherited
osteogenesis imperfecta to the type I collagen loci: COL1A1 and COL1A2. Am J Hum Genet. 1990 Feb;46(2):293-307.
FUNÇÃO E ESTRUTURA DO COLÁGENO Confere base estrutural para ossos e cartilagens.
Responsável pelo formato e propriedades biomecânicas como: Resistência a pressão
Torção
Tensão
Específicos ao tipo I Substrato adesivo para muitas células.
Desenvolvimento de órgãos e tecidos
Migração Celular
Proliferação e diferenciação
Cicatrização
Remodelação de Tecido
Homeostase(4)
4. Sykes B, Ogilvie D, Wordsworth P, Wallis G, Mathew C, Beighton P, et al. Consistent linkage
of dominantly inherited osteogenesis imperfecta to the type I collagen loci: COL1A1 and
COL1A2. Am J Hum Genet. 1990 Feb;46(2):293-307.
Polímero (Gly – X – Y)n
Formato Tripla Hélice
AS MUTAÇÕES
Podem ocorrer do tipo non sense.
Diminuição da quantidade de colágeno Tipo I.
Fenótipo moderado da doença.
Podem ocorrer do tipo missense.
Mudança estrutural
Fenótipo grave da doença.(5)
5. Byers PC, WG. Osteogenesis Imperfecta. In: Steinmann B, editor.
Connective tissue and it heritable disorders: molecular, genetic, and medical aspects. New
York: Wiley-Liss; 2002. p. 285-430.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Basea-se inicialmente na eliminação de possibilidades mais comuns de osteopenia.
Baixa ingestão de Calcio
Deficiencia de Vitamina D
Escorbuto
Desnutrição
Hiperparatireoidismo
No caso de crianças – procurar meios de excluir maltrato infantil.
MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
Pré-Natal, que por meio da USG após a 25ª semana. (Para tipo II e III)
Estudo Radiológico
Testes bioquímicos e moleculares para quantificar e qualificar o Colágeno.
Amostras de sangue e/ou saliva para estudo de DNA.(6)
6 Longo DL, Kasper DL, Jameson JL, Fauci AS, Hauser SL, Loscalzo J, Harrison's Principles of Internal
Medicine 18th edition United States of America: McGraw-Hill; 2012:363.
CLASSIFICAÇÃO DA OI
TIPO I
TIPO II
TIPO III
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS - BRASIL
População Brasil (2010) 190.755.799 pessoas
População OI (estimada) 19.075 pessoas
População em tratamento (2013) 788 pessoas
Atendimento OI
438
Sudeste
227
Sul
123
Nordeste
Dados retirados da plataforma de pesquisa da ABOI
A ESPERANÇOSA TERAPIA GÊNICA
Os pesquisadores usaram vetores AAV (adeno-associated virus vectors) para desfazer o efeito dominante negativo de COL1A1 em culturas de células tronco mesenquimais da medula em indivíduos com OI. Embora a porcentagem de ‘targeting’ seja alta, e as células com neo DNA inserido tenham boa sobrevida, há cuidados a serem tomados, quanto ao crescimento anormal oncológico das células transfectadas, por terem vantagens de crescimento em relação às células com o gene mutado, e fibrilas de colágeno que não se misturam ao colágeno das células do organismo. Outro problema poderia ser a formação de novos produtos gênicos do gene inserido, como splicings alternativos e regulação diferenciada.
Chamberlain JR, Schwarze U, Wang PR, Hirata RK, Hankenson KD, Pace JM, et al. Gene targeting in
stem cells from individuals with osteogenesis imperfecta. Science. 2004 Feb 20;303(5661):1198-201.
CONTRADIÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA DOENÇAS RARAS: O EXEMPLO DO PROGRAMA DE TRATAMENTO DA OSTEOGÊNESE IMPERFEITA NO SUS
O TRATAMENTO DA OSTEOGÊNESE IMPERFEITA NO SUS
Portaria GM 2305/2001 institui o tratamento de OI pelo SUS.
Criação de Centros de Referências
Elegibilidade para o tratamento
Medicação a ser usada (PD – Pamidronato Dissódico)
Exames complementares para o acompanhamento do doente
Criação e manutenção de um banco de dados da OI.
Em 2010 é lançado uma consulta pública para Atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes terapêuticas.
Estabelece que ausência de História Familiar exclui o diagnóstico de OI.
Não reconhece os novos tipos descritos da doença.
Ignora estudos que sugerem absorção errática de alendronato.
Define critérios para:
Diagnóstico de OI
Inicio do tratamento com o PD e também com o alendronato dissódico.
Interrupção do tratamento, além de parâmetros clínicos para avaliação da resposta terapêutica.
PORTARIA 714/10
PORTARIA Nº 714, DE 17
DE DEZEMBRO DE 2010
PORTARIA Nº 714, DE 17
DE DEZEMBRO DE 2010
QUAL O PAPEL DOS CENTROS DE REFERÊNCIA
Por que esses questionamentos quanto aos critérios pós tratamento?
TurnOver Ósseo
O SUS não deveria trabalhar com a prevenção e qualidade de vida?
QUESTIONAMENTOS
OBRIGADO.
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