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XV ENCONTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DO NORTE E NORDESTE e PRÉ-ALAS BRASIL.

04 a 07 de setembro de 2012, UFPI, Teresina-PI.

GT20 - Políticas Públicas, Governo e Desenvolvimento

OS PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO E O DISCURSO DA

OPORTUNIDADE DE EMPREGO EM SÃO LUÍS-MA.

Andressa Brito Vieira

Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

[email protected]

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Os projetos de desenvolvimento e o discurso da oportunidade de

emprego em São Luís-MA

Resumo

Este artigo propõe analisar como os projetos de desenvolvimento se utilizam de um discurso de promoção da igualdade social para se legitimar, encontrando nas políticas públicas desenvolvidas e nos mercados (que se expandem em virtude desses empreendimentos) base para se autenticar como “bom” agente. As incisivas propagandas governamentais e privadas encarregam-se de costurar todo esse processo. Palavras-chave: projetos desenvolvimentistas, discurso, cursos técnico-

profissionalizantes; políticas públicas de emprego.

Introdução

Nos últimos anos, percebeu-se uma nova fase de inserção de projetos

desenvolvimentistas no estado do Maranhão, principalmente a partir do

governo Lula, como os pesquisadores Sant’ana Júnior e Damasceno atestam

(2009): “Esse ímpeto desenvolvimentista foi bastante ampliado com a

implementação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), nos

mandatos do Presidente Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010)”. Assim, o

Maranhão tem recebido diversos projetos, calculados em uma média de 15

grandes projetos de desenvolvimento, como: a Refinaria de petróleo Premium I

da Petrobrás, Ampliação da refinaria do consórcio Alumar, Usina Termelétrica

do grupo Geranorte com 330MW, Hidrelétrica de Estreito com capacidade de

1087MW, Termelétricas do grupo EBX: UTE MPX Itaqui, com 360MW, e UTE

Parnaíba (gás natural), com 1863MW, em sociedade com a Petra Energia;

Inclusão das hidrelétricas do Parnaíba pela EPE (Empresa de Pesquisa

Energética, do MME) no próximo leilão de energia; Aciaria do grupo Ferroeste;

Píer IV da Vale; Fábrica de celulose da Suzano.

Os impactos ambientais e sociais imensuráveis decorrentes de tais

investimentos são ocultados ou, pelo menos, aceitos socialmente mediante a

construção de um discurso de interesse governamental e da iniciativa privada,

muito bem articulado a partir de dois principais argumentos: 1) a importância da

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elaboração e execução de políticas públicas; 2) a necessidade de aquecimento

de mercados.

Sobre o primeiro argumento, esta pesquisa se dedicou a analisar o

projeto “Maranhão Profissional” e, sobre o segundo argumento, verificou-se

como o mercado dos cursos técnicos e profissionalizantes1 se utiliza das

promessas de melhorias socioeconômicas à população para se consolidar. Em

ambos os casos, há um maciço uso de propagandas governamentais e

privadas.

Esses três pontos foram analisados, a partir da centralidade do

discurso e da propaganda na “oportunidade de emprego”. Assim, a coleta de

dados se desenvolveu em quatro momentos:

a) entrevista com coordenadores ou secretários de cursos técnico-

profissionalizantes de petróleo e gás na cidade de São Luís- MA (9 escolas);

b) aplicação de questionários com alunos matriculados nos cursos de

petróleo e gás (duas escolas: 1 de ensino técnico/ 1 de ensino

profissionalizante);

c) análise de propagandas governamentais, principalmente o encarte

“O Maranhão e a nova década: oportunidades e desafios”;

d) análise do programa Maranhão Profissional.

1. A questão da educação especializada para o trabalho

A palavra desenvolvimento é atual e amplamente definida como o

estágio necessário para que todos tenham condições dignas de vida. Tal

definição, que se distancia da imagem antagônica do subdesenvolvimento, foi

apresentada no discurso de Truman em 1949, escamoteando a era

hegemônica dos Estados Unidos e seus reais interesses: “o que imaginamos

é um programa de desenvolvimento baseado nos conceitos de uma distribuição

justa e democrática” (apud ESTEVA).

1 Os Cursos Técnicos apresentam uma carga horária de aproximadamente 2.600 horas

necessitando de uma aprovação prévia do MEC. Seu período de duração é de aproximadamente um ano e meio, e o aluno precisa ter como formação mínima o Ensino Médio ou estar cursando este. Os Cursos Profissionalizantes não tem uma carga horária definida e não necessitam da aprovação do MEC para seu funcionamento. Sua duração é de, no máximo, um ano. O aluno não tem obrigatoriedade de ter o diploma do Ensino Médio.

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A relação entre educação e trabalho se fortalece constantemente,

devido à necessidade de afirmar trabalhadores para um mercado de demandas

cada vez mais exigentes e excludentes. De acordo com Izumi Nozaki, tal

configuração propicia uma divisão muito bem demarcada da população em

“trabalhadores altamente qualificados e, de outro, trabalhadores analfabetos ou

semi-analfabetos, com subempregos ou sem trabalho” (NOZAKI, 2008:10).

Durkheim afirmava que a educação tendia a uma especialização. Este

fato pode ser observado de uma forma cada vez mais marcante nas relações

de educação e trabalho, atualmente desenvolvidas. A educação brasileira, por

exemplo, apresenta um tronco comum até a última série do ensino

Fundamental, mas a partir do Ensino Médio é comum direcionar alguns alunos

para os cursos técnicos, associados à garantia de emprego, de forma

semelhante àquela proposta pelo autor citado:

Cada profissão, com efeito, constitui um meio sui generis que

reclama aptidões particulares e conhecimentos especiais, onde reinam certas idéias, certos usos, certas maneiras de ver as coisas; (...) a educação a partir de uma certa idade, não pode mais continuar a ser a mesma para todos os assuntos a que se aplica (DURKHEIM, 2007: 50).

Para se entender a atual dinâmica da educação voltada para a

formação do profissional, é necessário analisar as transformações que ocorrem

no mercado de trabalho. Valoriza-se aquele que possui mais certificados, que

apresenta mais títulos, ou seja, com os requisitos definidos pela “Teoria do

Capital Humano” que, nos anos 1960, apresentou a educação “como

instrumento capaz de promover, sem contradição, o desenvolvimento

econômico pela qualificação da força de trabalho” (KUENZER 1987:37).

A educação técnica ou profissionalizante foi a forma de produzir esses

profissionais que o mercado tanto requisitava, já que em um curto período de

tempo é possível formar “peritos” em determinado trabalho.

Percebe-se que a idéia de desenvolvimento e trabalho atrela-se à

Teoria do “Capital Humano”. Antes mesmo de se tornar uma teoria, a idéia do

capital humano foi apresentada por Adam Smith (1988) como as “habilidades

adquiridas” através da educação, que representava os gastos para a formação

pessoal – definidos como “capital fixo”. Diferentemente, Marx questionou a

idéia de “valorização” do trabalhador considerando que o trabalhador não

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vende seu trabalho ou suas habilidades, mas sempre a sua força de trabalho, e

que a “especialização profissionalizante” não desenvolve novos valores para a

realização humana, uma vez que o trabalhador será sempre alienado do

produto do seu trabalho.

O termo capital humano foi cunhado por Arthur Cecil Pigou (1928),

mas a teoria ganhou impulso com as obras de Theodore Schultz: O valor

econômico da educação (1963) e O capital humano – investimentos em

educação e pesquisa (1971). O conhecimento (individualizante) e a

competência (exercitada) seriam as características mais desejáveis a um

trabalhador – e fator determinante de aumentos salariais. Daí, a

profissionalização e a especialização, transformadas em “valores humanos”,

tornarem-se centrais para todo tipo de argumentação, inclusive, as

educacional-promissora; econômica-empreendedora.

Em 2000, a ONU instituiu as Metas para o Milênio, que visavam à

inclusão das “questões sociais”, logo relacionadas aos termos

“desenvolvimento sustentável” e valorização do “capital humano”. As Metas

para o Milênio podem ser vistas como uma estratégia para reverter o

esgotamento da fase neoliberal do capitalismo.

No Brasil, o final dos governos de Fernando Henrique Cardoso (2002)

coincidia com o esgotamento de suas políticas neoliberais, mas os governos

seguintes assumiram as orientações internacionais que definiram a política

econômica brasileira atual – já conhecida como “neodesenvolvimentista”.

A partir de tais considerações, observa-se que o discurso da

oportunidade de emprego, sustentado pelas políticas públicas, pelo

aquecimento de mercados e pela divulgação das propagandas, promove uma

atualização da Teoria do “Capital Humano”, sintetizada na seguinte equação:

(Muitas) vagas de emprego + mão-de-obra local qualificada = a oportunidade

de emprego para a população local = índices sociais melhores.

Essa é a equação utilizada freqüentemente nos discursos, seja das

propagandas governamentais; seja nas falas dos dirigentes ou panfletos dos

cursos técnicos ou nos textos formuladores de políticas públicas.

2. A engenhosa propaganda

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Antes de tratar das políticas públicas voltadas para o emprego e do

mercado de cursos técnico-profissionalizantes, é necessário fazer referência à

“engenharia” da propaganda governamental e privada que tem lubrificado as

engrenagens do discurso desenvolvimentista. É importante denotar que mesmo

antes das propagandas governamentais, as propagandas eleitorais já

apresentavam esse discurso bem demarcado:

“A descoberta de gás no MA, foi um arraso, não foi? Todo mundo que gosta do Maranhão ficou muito feliz. Mas você deve estar se perguntando e o povo, o que vai ganhar com esse gás? Será que o gás vai melhorar a minha vida? Eu acho que vai, veja só: Capinzal do Norte e região vão receber bilhões de impostos, royalties; a arrecadação do governo do Maranhão vai aumentar inúmeras vezes, haverá muito mais recursos para melhorar a vida da população. Novas indústrias vão chegar com milhares de novos empregos. Você viu?

Todo mundo vai sair ganhando porque o Maranhão vai ter mais dinheiro para melhorar a vida das pessoas e dos municípios”. “A refinaria, a exploração do gás e as novas empresas que estão chegando vão exigir mão de obra qualificada e se não

preparamos o trabalhador do MA as vagas serão ocupadas por profissionais de outros estados. E para evitar que isso aconteça já estou preparando um grande programa de formação profissional do jovem e de requalificação do trabalhador adulto”2.

Foram essas frases, com uma voz eloqüente (ora da apresentadora,

ora da candidata) e com a imagem de uma imensa labareda de fogo, que no

dia 18 de agosto do ano de 2010 no horário eleitoral gratuito, anunciou-se em

tom de “a grande descoberta dos últimos tempos”: a reserva de gás natural

encontrada no município de Capinzal do Norte no Maranhão. Através desse

anúncio, continuou a incutir na cabeça dos maranhenses que viria pela frente

uma época de desenvolvimento e progresso que “acentuou a esperança - uma

visão de um futuro de abundância, liberdade e justiça” (SBERT, 2000). E, após

as eleições de 2010 e reeleição da candidata, as propagandas se

multiplicaram. É interessante perceber que a idéia da qualificação de mão-de-

obra é sempre colocada em cheque, como o único passo necessário para

garantir as vagas de emprego para os maranhenses.

Se “(...) a força de trabalho disponível deve ser “competente”, isto é,

apta a ser utilizada no sistema complexo do processo de produção (...) a força 2 Frases transcritas do programa eleitoral da candidata ao governo Roseana Sarney, do dia 18/08/2010.

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de trabalho deve ser (diversamente) qualificada e então reproduzida como tal.

Diversamente: conforme às exigências da divisão social-técnica do trabalho,

nos seus diferentes “cargos” e “empregos”” (ALTHUSSER, 1985: 57).

A divulgação em matérias jornalísticas, impressas ou televisionadas,

postagens de jornalistas em blogs possibilitam ainda mais a legitimação do

discurso, já que a engenhosa propaganda não se fixa apenas nas pagas

explicitamente pelo governo, mas se estendem para os meios “particulares” de

comunicação. Os próprios cursos técnicos, alicerçando seu mercado promissor

e sustentando o discurso, produzem propagandas bastante incisivas:

Somente na fase de construção da fábrica (Suzano) que deve durar dois anos, serão gerados de 7 mil a 8 mil empregos. Ao final, serão 4,6 mil empregos diretos na área florestal e 1.250 na industrial, somando 5.850 postos de trabalho. (Fonte: www.investimentonomaranhao.blogspot.com) Com essa descoberta você precisa dar um gás no seu currículo. O Brasil já precisa de mão-de-obra especializada em gás natural. O curso X oferece curso técnico em Petróleo e Gás que será o seu diferencial para trabalhar com as reservas de gás do país e do mundo. E aí? Vai ficar parado e perder essa oportunidade? (Anúncio de um curso Técnico de Petróleo e Gás).

Outro ponto importante sobre as propagandas é que, geralmente, são

apresentadas como documentos oficiais, como se pode observar através da

cartilha “O Maranhão e a nova década: oportunidades e desafios”, encontrada

no site do governo estadual do Maranhão. Esta cartilha é apresentada como

um planejamento de 2010 - 2020, e traz fotos muito bonitas e estrategicamente

postas, acompanhadas de exuberantes dados numéricos, que através de uma

estatística “simples” buscam provar a quantidade de empregos (Ver Anexo A).

Para dar mais veracidade ao encarte, são colocadas frases como a

exposta abaixo, informando que a realidade de estatísticas desfavoráveis do

estado já começa a mudar apenas com a preparação da infra estrutura para os

empreendimentos, quando pontuam que em 2010 o número de empregos

formais já aumentou:

RECORDE NA CRIAÇÃO DE EMPREGOS FORMAIS Com a marca de 41.891 postos formais de trabalho em 2010, o Maranhão foi o 4º estado que mais criou empregos na região Nordeste e o 12º do país. São Luís foi a 10ª capital que mais

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gerou empregos formais no país com um total de 30.571 vagas 18.440 empregos com carteira assinada criados de janeiro a junho – média de 3.073,33/mês. Recorde em toda a série histórica do Caged (1999).

3. Elaboração e execução de políticas públicas – Programa “Maranhão

Profissional”

As políticas públicas sempre são apresentadas à sociedade como uma

forma de sanar mazelas históricas e propiciar melhores condições de vida a um

determinado público alvo.

As políticas públicas voltadas para os jovens já não são novidade e

cada vez mais se multiplicam em todo o país. As voltadas para a educação são

as mais comuns e associadas ao processo de capacitação/qualificação dos

jovens, direcionando-os ao mercado de trabalho.

De acordo com Roberto Gonzalez, as políticas de juventude

encontrariam duas opções no que concerne ao trabalho: “a primeira é preparar

o jovem para fazer a transição, procurando facilitar sua contratação”, já a

segunda pretende “prolongar sua escolarização, o que eventualmente redunda

em desincentivar sua entrada no mercado de trabalho” (GONZALEZ, 2009).

As políticas públicas para juventude voltadas ao trabalho têm se

encaixado na primeira classificação do autor, já que buscam a inserção desse

jovem no mercado de trabalho. Por exemplo, nos anos 1990 no Maranhão, o

Programa “Primeiro Emprego” buscou inserir os jovens no mercado de

trabalho, só que não muito associado à idéia de capacitação. Em 2010, com o

anúncio da vinda para o Maranhão dos diversos empreendimentos, o governo

estadual lançou mais um programa social voltado para os jovens, o “Maranhão

Profissional”.

Refinaria, siderúrgicas, fábricas, usinas, mineração, portos, estradas e obras na construção civil, propiciarão a abertura de novas oportunidades aos cidadãos maranhenses com a geração de empregos, distribuição de renda e a melhor qualidade de vida da população. (trecho da apresentação do Programa Maranhão Profissional)

O programa Maranhão Profissional, foi lançado no dia 11 de maio de

2011 com o objetivo “promover a formação profissional da população

maranhense para garantir o seu acesso às oportunidades de emprego e renda

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advindos dos empreendimentos em implantação no Estado”3. Pretende através

de quatro níveis desenvolver formação inicial e continuada, capacitação

técnica, capacitação tecnológica, graduação e pós-graduação.

Os três fatos expostos abaixo são interessantes para se pensar a real

função dessa política pública.

a) Na ficha cadastral do programa, encontram-se como opções de

qualificação para a primeira fase: almoxerife, encanador industrial, montador de

andaime, soldador, pintor, carpinteiro, pedreiro entre outras;

b) O programa “Maranhão Profissional” foi elaborado por algumas

secretarias estaduais (SEDINC, SEDUC, SECTEC, SETRES, SEPLAN, entre

outras) e por empresas privadas diretamente relacionadas aos novos

empreendimentos (ALUMAR,Vale S/A);

c) na discrição do programa, na parte referente a investimentos,

encontra-se “formação do capital humano”.

Primeiramente, a qualificação proposta pretende, pelo menos em uma

primeira etapa, qualificar trabalhadores para desempenhar funções na

construção civil, o que já demonstra que serão empregos de renda temporária,

rompendo com a idéia tão alardeada da melhoria dos indicadores sociais já

que, partindo desta premissa, a melhoria será apenas pontual. Segundo: os

outros dois fatos,sugerem que tal política pública serve diretamente a uma

demanda emergencial do capital, quando apenas fabricam a mão-de-obra

“barata” e “descartável”, necessária momentaneamente.

Assim, é importante analisar qual o real papel do Estado nessa

conjuntura, pois “essa coletividade ilusória”, aparentemente acima dos

“interesses particulares e gerais” pode ser chamada de fetichismo do Estado”

(RIDENTI, 2001).

4. Aquecimento de mercados – Cursos técnicos- profissionalizantes

O discurso governamental da oportunidade de emprego é assimilado

pelo mercado, que elabora os cursos e ajuda a dar solidez ao cenário ilusório

da vaga garantida de emprego mediante uma capacitação prévia. Os slogans

dos Cursos interpelam freneticamente o cliente-aluno, com frases que sugerem

3 Trecho retirado do site do governo estadual www.ma.gov.br.

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que o Curso Técnico-Profissionalizante pode garantir um futuro promissor, que

as oportunidades surgirão e este precisa está preparado (Se eu fosse você eu

faria! /Seu futuro começa aqui! / E aí? Vai ficar parado e perder essa

oportunidade? 4).

Observa-se uma expansão na abertura de escolas que oferecem

cursos técnico-profissionalizantes na cidade de São Luís – MA. Entretanto, a

partir de 2010, os cursos que oferecem qualificação para as vagas de emprego

referentes aos novos empreendimentos foram os mais disponibilizados. Os

cursos de Petróleo e Gás, foco da análise deste trabalho, começaram a ser

oferecidos em 2008, de forma tímida, por apenas uma escola

profissionalizante. Entretanto no ano de 2010, provavelmente com os

constantes anúncios da vinda da Refinaria Premium I e ainda com a

“descoberta” da reserva de gás natural em Capinzal do Norte, iniciou-se a

expansão desses cursos (observar Gráfico I), como se observa através da

frase dita pela coordenadora de um dos cursos “Fizemos uma pesquisa de

campo com jovens e demais instituições e o curso foi o mais citado, sempre

ligado com a refinaria”.

Atualmente, quase todas as escolas desse segmento em São Luís,

oferecem o curso de Petróleo e Gás, seja profissionalizante ou

técnico.Observa-se ainda, uma tendência de expandir mais ainda esse

segmento, já que para o ano de 2012 duas escolas estão formando turmas

para que este curso comece a ser ministrado em meados do primeiro

semestre.

4 Propagandas dos Cursos Técnicos e Profissionalizantes.

GRÁFICO I

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Percebe-se que a maioria dessas escolas são oriundas de outros

estados, constituindo franquias (Ver tabela II nos anexos) e alegam a vinda dos

empreendimentos e a demanda (procura) provocada como a principal causa do

investimento na cidade de São Luís e na oferta de determinados cursos como o

de Petróleo e Gás.

Outra tendência interessante é que alguns cursos já tem recebido

propostas para se expandirem para os interiores, principalmente para

localidades (municípios) mais próximas da instalação dos projetos, inclusive

alguns já possuem unidades nesses locais.

No universo pesquisado (36 alunos de cursos de petróleo e gás, destes

17 do curso técnico e 19 do profissionalizante) pode-se perceber que o público

alvo dos cursos técnicos ou profissionalizantes são jovens na faixa etária de 15

a 20 anos (matriculados preferencialmente nos turnos, matutino e vespertino) e

adultos entre 21 a 29 anos (preferencialmente matriculados no turno noturno),

que em sua maioria possuem o Ensino Médio completo (Ver Gráficos

II,III,IV,V). Os discursos e propaganda criaram um “modismo” do curso técnico-

profissionalizante, forçando uma espécie de necessidade de inserir os jovens

nesses cursos, como uma redenção. Muitos dos jovens de faixa etária de 15 a

20 anos freqüentam o Ensino Médio em um turno e fazem o curso técnico ou

profissionalizante em outro. Como diria Durkheim (2007:47) “Cada sociedade,

considerada num momento determinado do seu desenvolvimento, tem um

sistema de educação que se impõe aos indivíduos com uma força geralmente

irresistível”.

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Menos da metade dos pesquisados trabalham desempenhando

atividades de prestação de serviços (recepcionista, vigilante, técnico em

montagem de micros).

Ditas pelos pesquisados, expressões como: “Tendo um curso técnico,

é muito importante principalmente para encontrar um emprego”, “Ter mais

oportunidade de trabalho, mais conhecimento”5, refletem bem nitidamente a

idéia construída do curso técnico-profissionalizante como uma moeda de

investimento para inserção futura no mercado de trabalho. A maioria possui

renda familiar ou própria de 1 a 3 salários mínimos6 e “investe” em um curso

técnico com mensalidade de aproximadamente R$ 200,00 reais ou curso

profissionalizante de aproximadamente R$ 60,00, “Porque é só o que a minha

mãe pode pagar até o momento”(Ver Gráficos VI e VII).

5 Frases retiradas dos questionários aplicados com os alunos dos Cursos pesquisados.

6O valor do salário mínimo considerado nessa pesquisa é de R$545 reais.

GRÁFICO III GRÁFICO II

GRÁFICO II

GRÁFICO IV GRÁFICO V

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Em relação ao local de moradia, considerando que os Cursos estão localizados

no centro comercial da cidade de São Luís, verifica-se que os matriculados

moram relativamente distantes do Curso, já que alguns moram, inclusive, em

outros municípios da chamada Ilha de Upaon-Açu7 como Paço do Lumiar e

São José de Ribamar.

Outro ponto a ser destacado é a prática oferecida por esses Cursos, já

que embora visem qualificar e aperfeiçoar o aluno-consumidor, todos os cursos

pesquisados ainda estão com dificuldades para garantir, aos alunos, locais

para estágio, alegando que ainda estão fechando convênios ou realizando

apenas visitas técnicas em empresas do ramo – o que permite questionar a

qualidade dessa capacitação.

Diante do exposto, observa-se que cada surto de grandes

investimentos “desenvolvimentistas” atrai mais jovens e adultos para os centros

de formação profissional, nos quais a educação acaba por reproduzir ainda

mais a lógica social vigente, ou seja, a produção de grande quantidade de

mão-de-obra “qualificada” não emancipa, mas enclausura nas engrenagens do

sistema.

7Também conhecida como Ilha do Maranhão ou Ilha de São Luís, a Ilha de Upaon-Açu abriga

quatro municípios: São Luís, Paço do Lumiar, Raposa e São José de Ribamar.

GRÁFICO VI

GRÁFICO VI GRÁFICO VII

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Pode-se pensar em um esforço conjunto entre iniciativa privada e

pública, ou seja, a partir da análise de Althusser, os Aparelhos de Estado (AE)

e os aparelhos Ideológicos de Estado (AIE), segundo a qual poderiam

perfeitamente estar associados. Nesse caso, o governo como AE e o os cursos

técnicos e a mídia como AIE:

O Estado, que é Estado da classe dominante, não é nem público nem privado, é pelo contrário a condição de toda a distinção entre público e privado. Podemos dizer a mesma coisa partindo agora dos nossos Aparelhos Ideológicos de Estado. Pouco importa que as instituições que os realizam sejam públicas ou privadas. O que importa é o seu funcionamento.Instituições privadas podem perfeitamente funcionar como Aparelhos Ideológicos de Estado (ALTHUSSER, 1983: 45- 46)

O discurso da oportunidade de emprego formulada pelo poder

governamental e amalgamada pela iniciativa privada proporciona nada mais do

que uma violência simbólica, à medida que impõe significações, como diria

Bourdieu:

Todo poder de violência simbólica, isto é, todo poder que chega a impor significações e a impô-las como legítimas, dissimulando as relações de força, acrescenta sua própria força, isto é, propriamente simbólica, a essas relações de força. (BOURDIEU 1992: 19).

A partir do momento em que se encontra frases do tipo: “Desejo

melhorar de vida e um emprego melhor”, “o meu sonho é ter um emprego nas

áreas que escolhi e quero uma vida melhor”, (...)ter um trabalho melhor e

garantir uma vida digna8”, nota-se inculcado no pensamento do indivíduo a

idéia de que os cursos proporcionarão uma vida com qualidade mais

adequada, fazendo com que não perceba as relações de poder embutidas por

trás de tais promessas, inclusive que estes são colocados como escudos

legitimadores dos projetos desenvolvimentistas:

4. Considerações Finais

“O discurso é, pois, um lugar de investimentos sociais, históricos,

ideológicos, psíquicos, por meio de sujeitos interagindo em situações

8 Frases retiradas dos questionários aplicados com os alunos dos Cursos pesquisados.

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concretas” (SANTOS; MACEDO,2009:4). Através dessa frase, pode-se pensar

como o discurso da oportunidade de emprego está sendo construída no

pensamento de jovens e adultos no Estado do Maranhão, devido às inúmeras

propagandas formuladas.

O discurso interage com os indivíduos, devido ao fato concreto dos

investimentos que estão previstos para o Maranhão. As promessas de

emprego e conseqüentemente os prováveis avanços nos índices sociais, fazem

com que os projetos desenvolvimentistas ganhem legitimidade e consigam se

apresentar à população como boas possibilidades de emprego: “revestidos

com a capa de “modernidade” e utilizando um discurso que, às vezes ou em

um primeiro momento, buscam amenizar os impactos de suas ações,

prometendo empregos, desenvolvimento, melhoria de vida”(SANT’ANA

JÚNIOR; DAMASCENO,2009: 17).

Assim se verificou como as relações de poder, econômicas, políticas e

sociais se perpetuam costuradas através de um discurso de igualdade social

que autentica os grandes empreendimentos através da formulação de políticas

públicas e do aquecimento de mercados, tudo isso alicerçado por uma

engenhosa propaganda governamental.

Referências

ATHUSSER,Louis. Ideologia e Aparelhos Ideológicos do Estado. trad. de

Walter José Evangelista e Maria Laura Viveiros de Castro;introdução crítica de José Augusto Guilhon Albuquerque. 2ªed. Edições Graal. Rio de Janeiro, 1985.

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SBERT, José Maria. Progresso. In:SACHS, Wolfgang (editor).Dicionário do Desenvolvimento:guia para o conhecimento como poder.Trad. Vera Lúcia M JOSCELYNE,Susana de GYALOKAY e Jaime A. CLASEN. Petrópolis, RJ:Vozes,2000.pp.59-83.

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Anexos

Anexo A

Sistematização dos dados referentes à quantidade de empregos ofertados pelos grandes

empreendimentos. Fonte: Encarte “O Maranhão e a nova década: oportunidades e desafios”.

INFRA-ESTRUTURA E

GRANDES PROJETO DE

DESENVOLVIMENTO

INVESTIMENTO

QUANTIDADE DE EMPREGOS

PROMETIDOS

Terminal Portuário do Mearim

R$ 3 bilhões 3.600 (diretos e indiretos)

Logística- expansão da Vale R$12,5 bilhões 2.500 (durante a construção)

Mineração de Ouro ( Mineradora Aurizona)

R$ 100 milhões 1.200 ( diretos e indiretos)

Mineração de Ouro ( Jaguar Mining)

R$ 280 milhões Implantação: 1.000 ; Operação: 450 (diretos), 180 (indiretos) 2.250 (efeito renda)

Suzano Papelo Celulose R$ 4 bilhões Implantação 8.000; Operação: 3.500(diretos),15.000(indiretos)

Gusa Nordeste -ACIARA R$ 300 milhões Implantação: 1.000; Operação: 1.000 (diretos e indiretos)

Hidrelétrica –UHE Estreito R$ 4 bilhões 7.500 ( diretos na obra) Termelétrica – Grupo MPX R$ 1,8 bilhão 6.000 (diretos e indiretos) Termelétrica – Grupo Geranorte

R$ 600 milhões 3.000 (diretos e indiretos)

Termelética – MPX Energia e Petra Energia

R$ 4 bilhões Fase de construção: 3700 (diretos e indiretos) Fase de operação: 480 (diretos e indiretos)

Alumar – expansão refinaria R$ 5,2 bilhões 13.000 Alumar – BRASCOPPER R$80 milhões Operação: 140 (diretos)

Implantação: 200 (diretos e indiretos) Notaro Alimentos – Complexo Industrial Avícola

R$ 146 milhões 3.800 (diretos e indiretos)

Grupo Sá Cavalcante- Shopping da Ilha

R$ 240 milhões Construção: 1000 diretos; 4.000 indiretos; Em funcionamento: 3.000 empregos

Grupo Sá Cavalcante-Centro Empresarial

R$ 780 milhões 250 diretos na obra; 1000 (indiretos)

Refinaria Premium I US$ 19,8 bilhões 132.000 (diretos e indiretos) ; 26.000 (pico da obra)

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Anexo B - Tabela de Informações sobre Cursos Técnicos Petróleo e Gás pesquisados.

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ANEXO C – Questionário aplicado com os alunos das escolas técnico-profissionalizantes de

Petróleo e Gás.

Parte I - CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA

1. Faixa etária: ( ) 15 a 20 anos ( ) 21-29 anos ( ) acima de 30 anos

2. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

3. Estado civil: ________________ 4. Cidade onde nasceu: _____________________

5. Local atual de moradia (nome da cidade e bairro): _________________________

6. Nível de formação/escolaridade:

( ) Ensino Médio incompleto ( ) Ensino Médio completo

( ) Nível Superior incompleto ( ) Nível Superior completo

( ) Pós-Graduação

7. Graduação:

Curso: _____________________________ Área:______________________________

8. Trabalha? ( ) Sim ( ) Não Atividade exercida________________________

9. Faixa de Renda: (se trabalha, indicar a renda própria; se não, a renda familiar): Salário mínimo (R$

545,00)

( ) Até 1 salário mínimo (até 545 reais);

( ) De 1 até 3 salários mínimos (mais de 545 até 1635 reais);

( ) De 3 até 5 salários mínimos (mais de 1635 até 2725 reais);

( ) De 5 até 10 salários mínimos (mais de 2725 reais até 5450 reais);

( ) Acima de 10 salários mínimos ( acima de 5450 reais).

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Parte II- ESCOLHA DO CURSO TÉCNICO/ PROFISSIONALIZANTE

10. Por que você resolveu fazer um Curso Técnico?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________

11. Por que você escolheu o Curso de Petróleo e Gás?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________

12. Você tem se identificado com o Curso?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________

13. Qual o seu desejo após o término do Curso?

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________