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Advertncia
A arte de conhecer o carcter, as aptides e, mesmo, o des-
tino de cada pessoa atravs do exame das mos ascende mais
remota antiguidade. Era bastante comum entre os Egpcios,
Caldeus, Assrios e Hebreus, e o povo judaico possua milhares
de quiromantes; os filsofos gregos e latinos tinham esta arte
em alta estima: Aristteles, Ptolomeu, Galiano, Alberto o
Grande, Avicena, Averroes, estudaram-na. O prprio impera-
dor Augusto era um emrito quiromante.
Aps ter gozado, at Idade Mdia, de uma certa popula-
ridade, cairia, porm, em esquecimento, voltando mais tarde a
ser renovada, merc dos trabalhos e descobertas de dois sbios:
o capito Arpentigny, que cultivou particularmente a quirog-
nomonia, isto , a arte de desvendar o carcter pela forma da
mo, e o pintor Ad. Desbarolles, o qual se dedicou quiro-
mancia, ou seja, a arte de ler o destino nas linhas da mo.
Ad. Desbarolles compilou os seus trabalhos, bem como os
do capito Arpentigny, num livro que pode ser considerado
como a obra fundamental consagrada ao estudo da mo. Esta
obra capital conheceu numerosas edies em Frana.
A obra foi dividida em trs partes:
1. Quiromancia.
2. Quirognomonia.
3. Observaes e aplicaes diversas.
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PRIMEIRA PARTE
Quiromancia
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A mo foi desde sempre considerada como um smbolo de
fora e de poder. Virglio serve-se da palavra manus para desig-
nar o grupo armado, os guerreiros.
Hic manus ob patriam
pugnando vulnera passi.
A estavam esses bravos guerreiros que haviam sido feridos
combatendo pela ptria.
, mo, vem de dominar, subjugar. Para os anti-
gos, a mo era o intermedirio entre o homem e o cu, entre
o homem e os espritos infernais. , ,
significam invocao, evocao, imprecao, de mo estendi-
da, de , mo, e de e estender. ,
indicam a arte de adivinhar inspecionando a
mo.
, donde deriva Quron, quer dizer mgico e, por
induo, mdico que cura atravs das cincias ocultas, tal como
o centauro Quron.
A mo um pantculo. Pantculo vem de pantaculum (que
contm todas as coisas).
A natureza um pantculo; o universo um pantculo;
o homem o resumo do universo, visto ser o homem um
pequeno mundo (um microcosmo). A mo o resumo do
homem, o seu microcosmo ativo.
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OS MISTRIOS DA MO
Ora, sendo exatas as analogias entre as ideias e as formas,
de grau em grau, do grande ao pequeno, da natureza ao uni-
verso, do universo ao homem, do homem mo, esta contm,
no dizer dos cabalistas, os caracteres da cincia universal, tal
como o prprio universo; e, sendo a mo o pantculo do uni-
verso e o destino do homem fatalmente anlogo harmonia
universal, a mo dever conter os sinais desta harmonia, qual
tambm ela pertence.
Tal como na natureza uma fora ou influncia superior ou
inferior a uma outra, do mesmo modo na mo um sinal, em vee-
mente correspondncia com dado planeta, pode dominar um
outro, em correspondncia menos ativa com um astro diferente.
Observar-nos-o, por certo, que os planetas desde h muito
ultrapassaram em nmero o septenrio, continuando a desco-
berta de novos. Responderemos que se os descobrem com tanta
dificuldade porque so pouco visveis, seja pelo seu afasta-
mento seja pela sua pequenez, pelo que podem ter uma influ-
ncia apenas secundria.
Mercrio, Vnus, Marte, Jpiter, Saturno, sero sempre os
planetas mais importantes. rano, devido imensa distncia
a que se encontra do Sol, perde a sua influncia sobre ns.
Quanto a Vesta, Juno, Ceres, Palas, a sua influncia, se a tm,
completamente aniquilada pela dos corpos celestes mais
importantes que nos rodeiam.
A Lua, apesar da sua pequenez, tem sobre ns a mais viva
ao, em virtude da sua proximidade. Quanto ao Sol, ningum
contesta o seu poder.
Enquanto no nos demonstrarem claramente que a Lua no
tem qualquer influncia sobre as mars do nosso globo e sobre
as pessoas nervosas que o bom senso vulgarmente apelida de
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QUIROMANCIA
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lunticas, persistiremos nas nossas convices e se a Lua tem
influncia, tambm a tm os outros astros.
Na mo, podem observar-se:
O ternrio, representado pelos trs mundos do polegar.
A cruz, representada pelo quaternrio (os quatro dedos).
O duodenrio no quaternrio, representado pelos qua-
tro dedos grandes, divididos em doze falanges.
Tudo o que se cumpre no tempo marcado pelo nmero
doze: doze meses no ano, doze horas no dia, quatro idades na
vida, quatro estaes no ano. Quatro multiplicado por trs,
nmero sagrado, d o duodenrio.
Na mo, visvel tambm o septenrio: os sete planetas,
representados pelos montculos.
Observmos que cada dedo da mo se encontra dividido
em trs mundos; o mesmo se passa com a palma da mo, j
que esta tem muito mais importncia do que os dedos que com
ela se encontram, para lhe trazerem, como canais, os fluidos
dos corpos celestes. De entre os dedos, s o polegar atravessa
completamente a mo, da qual ocupa uma parte; ele o rei,
pois rene a vontade, a lgica e o amor, fonte da vida.
Como vimos, os antigos quiromantes consagravam o pole-
gar a Marte e a Vnus; entendido deste modo, o polegar repre-
senta a vida inteira: o amor e a luta. E a natureza no-lo indica,
por analogia, ensanguentando o primeiro combate de amor.
Voltaremos, em seguida, aos trs mundos.
Na base de cada dedo, na palma da mo, encontra-se um
montculo, cada um correspondendo a um planeta, do qual
recebe uma influncia favorvel ou funesta, consoante o seu
desenvolvimento mais ou menos perfeito, ou os sinais que
nele se veem so mais ou menos felizes. O polegar representa
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OS MISTRIOS DA MO
a criao. Lembrando pela sua forma, no por um capricho da
natureza mas por uma sbia analogia, o iode cabalstico, o falo
dos antigos rene por si s, como dissemos: a gerao, a razo
a realizao ou a vontade (o mesmo que um em magia).
O polegar pois a vida, o ser, o homem s, rodeado de
influncias cujo bem e mal pode moldar segundo o sentido que
der sua inteligncia e vontade.
As influncias que o rodeiam, e que deve utilizar ou com-
bater, so a ambio nobre ou o louco orgulho, jpiter;
a fatalidade boa ou m, saturno; o amor pela arte ou pela
riqueza, apolo; a astcia ou o estudo da cincia, mercrio; o
autodomnio ou a crueldade, marte; a imaginao ou a loucu-
ra, lua; o amor ou o deboche, vnus.
Quando estes montes se encontram no seu devido lugar,
perfeitamente lisos e cheios, proporcionam as qualidades ine-
rentes ao planeta que representam, as quais referiremos em
seguida.
Porm, se os montes so pouco salientes, denunciam a falta
dessas qualidades.
E se, por acaso, so substitudos por uma cavidade, indicam
os defeitos correspondentes s qualidades; quando colocados
fora do seu stio, participam dos defeitos ou qualidades dos
montes que lhes esto prximos.
Outras linhas, que posteriormente descreveremos, podem
ainda modificar o significado dos montes.
A excessiva amplitude de um monte indica excesso na qua-
lidade, o que se traduz sempre por um defeito.
Classificaremos, pois, as nossas explicaes em qualidades,
excesso dos montes e ausncia dos montes.
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Os Montes
ME
RCR
IO
APOL
O SATUR
NO
JP
TER
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OS MISTRIOS DA MO
JPITER
Jpiter era o rei dos deuses pagos; Jpiter o maior e
o mais belo dos planetas conhecidos; Jpiter imperava no
cu.
O monte de Jpiter situa-se abaixo do indicador, o primei-
ro dedo grande, aquele que ordena, ameaa e mostra.
QUALIDADES
Jpiter d o fervor religioso, a ambio nobre, as honras,
a boa disposio (jovial vem de jovis), o amor pela natureza,
os casamentos felizes, as unies de amor.
EXCESSO
D a superstio, o orgulho excessivo, o gosto de dominar,
o desejo de brilhar.
AUSNCIA
Causa: a preguia, o egosmo, a falta de religio, a indigni-
dade, a ausncia de nobreza e as tendncias vulgares.
SATURNO
O monte de Saturno situa-se sob o mdio, o dedo do meio.
Saturno triste; o rei destronado do cu, o tempo que, aps
doze meses, devora o seu filho, o ano.
o tempo, encarregue de executar as obras do destino.
Saturno representa a fatalidade.
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QUIROMANCIA
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QUALIDADES
Quando sorri, Saturno proporciona a prudncia, a sabedo-
ria e at mesmo o sucesso.
(Mas determina tambm o mais extremo infortnio, e tal
alternativa indicada por linhas particulares.)
EXCESSO
Produz a taciturnidade, a tristeza, o gosto pela solido,
a rigidez religiosa, o medo de uma segunda vida vingadora,
o ascetismo, o remorso e, frequentemente, a tentao do
suicdio.
AUSNCIA
Infelicidade ou vida insignificante.
APOLO OU O SOL
O monte de Apolo situa -se abaixo do anular, o dedo onde
se enfiam os anis de ouro.
Apolo belo e nobre. Apolo o deus das artes.
QUALIDADES
Apolo consagra o gosto pelas artes (literatura, poesia, msi-
ca, pintura), o sucesso, a glria, a inteligncia, a celebridade,
o gnio, a luz, tudo o que brilha e faz brilhar; prescreve a espe-
rana, a convico de um nome imortal, a tranquilidade da
alma, a beleza que provoca o amor, a graa que encanta o
corao, a religio amvel, tolerante, a glria, a celebridade,
a riqueza.
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OS MISTRIOS DA MO
EXCESSO
Provoca tambm o amor pelo ouro, pelo fausto, pela osten-
tao, o gosto pelos tecidos ricos, a celebridade a qualquer
preo e, devido a modificaes operadas pelas linhas, pode
proporcionar a curiosidade, a misria, a vergonha, a teimosia
no insucesso, a insensatez, a ligeireza, a m -lngua, a ironia,
a inveja mesquinha, o sofisma e o falso paradoxo.
AUSNCIA
A falta deste monte indica uma existncia material, indife-
rena pelas artes, vida nula e montona como um dia sem sol.
MERCRIO
O monte de Mercrio situa -se na base do auricular (dedo
mindinho).
Mercrio o belo e elegante mensageiro dos deuses; ele que
comunica com os homens e lhes traz os avisos do cu. As serpen-
tes do seu caduceu so o emblema do grande agente mgico, dessa
luz astral que desce sem cessar, como o mensageiro Mercrio, do
cu para a terra, para de novo subir da terra ao cu. Da sua boca
sai uma corrente de ouro. Mercrio Hermes.
QUALIDADES
Mercrio oferece a cincia, a inteligncia de um mundo supe-
rior, os trabalhos de esprito, a eloquncia convincente, o comr-
cio, a especulao inteligente e honrada, a fortuna gloriosa,
a indstria, as invenes, a rapidez de ao e pensamento, a agi-
lidade, o amor ao trabalho, a aptido para as cincias ocultas,
a alquimia e tudo o que est para alm da humanidade.
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QUIROMANCIA
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EXCESSO
Mercrio , porm, o deus dos ladres, e consagra tambm
o roubo, a manha, a mentira, a perfdia, a agiotagem afronto-
sa, a runa, o descrdito, a ignorncia pretensiosa.
AUSNCIA
A ausncia do monte de Mercrio traduz -se por uma inca-
pacidade para tudo o que respeite ao comrcio e cincia; vida
negativa.
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As Linhas
PENS
AMEN
TOVO
NTA
DE
LINHA
DA VID
A
MONT
E DE M
ARTE
LINHA DO C
ORAO
LINHA D
A CABE
A
PLANCIEDE
MARTE
LUA
VNUS
GERAO
MATRIA
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OS MISTRIOS DA MO
Os montes a que nos temos vindo a referir so limitados,
na sua base, por uma primeira linha, que parte normalmente
ou do cume ou da base do monte de Jpiter, do cume ou da
base do monte de Saturno, para atravessar horizontalmente a
mo, rodeando completamente monte de Mercrio.
Esta primeira linha chamada a linha do corao e
delimita, na palma da mo, aquilo a que chamaremos mundo
divino.
A linha que a segue, e que nasce entre Jpiter e o polegar,
prolongando -se mais ou menos esquerda, denomina -se linha
da cabea.
Trata -se, como se deduz, da linha que representa o mundo
natural, ou seja, a vida humana esclarecida pela razo, pois a
linha da cabea representa, ela prpria, a razo. Atravessa
a plancie e o monte de marte, cuja unio significa a luta
ao longo da vida, nas montanhas e nos vales, sobre o trono ou
nos mais humildes estratos da sociedade. Esta linha consagra
toda a espcie de luta, pois a luta a prpria vida e a nature-
za no cessa de nos advertir. por isso que Marte figura duas
vezes na mo: uma vez pela luta, outra pela resistncia luta.
Admitindo a opinio dos antigos quiromantes, que atribuam
a Marte ou s suas influncias o cume do monte de vnus,
onde comeam a linha da cabea e a linha da vida, Marte
ocupar, horizontalmente, todo meio da mo, o mundo natu-
ral, o nosso.
Neste caso o monte de Marte representa as prprias qua-
lidades de Marte, ou seja, a resistncia; o excesso do monte de
Marte, que se traduz pela luta ativa, est representado pela
plancie de Marte, no interior da palma da mo (a cova da
mo).
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QUIROMANCIA
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MARTE
Marte o deus da guerra.
QUALIDADES
Marte proporciona a coragem, a calma, o sangue -frio
perante o perigo, a resignao, o autodomnio, o orgulho
nobre, a dedicao, a resoluo, a fora da resistncia, a impe-
tuosidade no momento oportuno; e o prprio excesso deste
monte favorvel.
EXCESSO
representado pela plancie de Marte com linhas fatais.
Marte causa tambm a brusquido, a clera, a injustia, a
insolncia, a violncia, a rixa, a crueldade, a sede de sangue,
a tirania, o insulto, o desafio.
AUSNCIA
Traduz -se em cobardia, puerilidade, falta de sangue -frio.
Nos limites do tringulo de Marte e ligado ao respetivo
monte apresenta -se o monte da Lua, que, deste modo, delimi-
ta a palma da mo do lado oposto raiz do polegar.
LUA
A Lua a casta Diana, o Febo do arco de prata. Em qui-
romancia, a Lua identifica -se tambm com o mar (prottipo
do capricho).
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OS MISTRIOS DA MO
QUALIDADES
A Lua proporciona a imaginao, a doce melancolia, a cas-
tidade, a poesia sentimental, a elegia, o amor pelo mistrio e
pela solido, o silncio, o sonho, os desejos vagos, as medita-
es, a harmonia na msica, a aspirao a um outro mundo.
EXCESSO
Produz os caprichos, a imaginao desregrada, uma irritao
permanente e, se se acrescentam as linhas que aumentam tal
efeito, desesperos sem causa, um continuo descontentamento,
uma mobilidade excessiva, desejos incoerentes, tristeza, supers-
tio, fanatismo, erro, turbaes, dores de cabea.
AUSNCIA
Traduz -se pela falta de ideias, de poesia, secura, positivismo.
O monte de Vnus ocupa, juntamente com o monte da Lua,
metade da palma da mo. Reunidos deste modo, constituem o
mundo material.
A palma da mo est, assim, dividida em trs zonas: o mundo
material, que ocupa a parte de baixo; o mundo natural, que
ocupa a zona do meio; e o mundo divino, que abrange toda a
parte superior.
VNUS
O monte de Vnus formado pela raiz do polegar; est
como que cercado, demarcado por uma grande linha. Dir -se -ia
um ribeiro que corre no sop de uma colina: esta a linha da
vida, pois de Vnus, do amor que procede a vida.
Vnus a deusa da beleza, me do amor.
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QUIROMANCIA
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QUALIDADES
Vnus proporciona a beleza, a graa, o amor pelas formas belas, a melodia na msica, a dana elegante, a galantaria, o desejo de agradar, a necessidade de amar, a complacncia para com todos, a caridade, a ternura; atrai o prazer dos sentidos.
Se o monte se encontra atrofiado porque essas qualidades faltam. Para consagrar os vcios, ser necessrio que outros sinais se lhe juntem.
EXCESSO
O deboche, a arrogncia, a licenciosidade, a pouca -vergonha, a coqueteria, a vaidade, um esprito ligeiro, a inconstncia e a preguia.
AUSNCIA
Traduz -se na frieza, no egosmo, na falta de energia, de ternura, na falta de esprito e de ao no domnio das artes.
Os montes, nas circunstncias favorveis que acabamos de descrever, concedem sempre, seno todas, pelo menos a maio-ria das qualidades que representam, e proporcionam aptido para as outras.
Mas, se um monte mais forte que todos os outros, estes perdem as suas qualidades em proveito exclusivo desse monte, em relao ao qual se tornam uma espcie de sbditos, viven-do apenas por ele e para ele.
Assim, se o monte de Jpiter, reduto da ambio, mais proeminente que os demais, transformar -se - em orgulho exces-sivo, ambio desmedida; e, absorvidos por ele, os outros mon-tes servi -lo -o exclusivamente, cada um a seu modo.
Mercrio contribuir com a sua parte de manha ou eloqun-cia; Apolo, com as artes agradveis e a seduo pelas formas;
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OS MISTRIOS DA MO
Marte, com a audcia; Vnus, com o desejo de agradar; e a Lua com a imaginao, sempre segundo as aptides de cada um.
Saturno representa o destino; se Saturno lhe favorvel,
e tambm poderosamente secundado, o xito certo.
Diremos oportunamente como Saturno transforma os seus
orculos.
orn
Eis a primeira parte da quiromancia; bem simples, sem
dvida bastaria e os clculos seriam fceis se o poder dos mon-
tes no fosse, com frequncia, combatido e at anulado pelas
linhas que sulcam a palma da mo. Indicmos atrs, pelo que
so j conhecidas, as linhas mestras: a linha do corao, a
linha da cabea e a linha da vida.
Abordaremos, agora, as numerosas modificaes operadas
por essas linhas, e tambm por uma multido de outras linhas
acidentais, na influncia dos montes; mas, com o auxlio dos
trs mundos, transformaremos esse estudo, to cheio de deta-
lhes e at agora quase ininteligvel, em algo claro e acessvel.
Para, ao analisarmos o nosso prximo desenho, evitar qual-
quer confuso, em lugar de escrever de novo sobre cada monte
da mo os nomes que os distinguem, tal como fizemos nas
figuras precedentes, desenhmos, desta feita, os sinais que, em
cabala, representam esses mesmos nomes; alis, esses sinais so
conhecidos e encontram -se explicados em todo o lado, mesmo
nos almanaques mais vulgares.
O leitor, por sua vez, pode facilmente compar -los. Antes,
porm, orientemos a mo. Na mo existem o Norte e o Sul, o
Este e o Oeste. A mo tambm masculina e feminina.
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MASCULINO E FEMININO
IDEALISMO
NORTE
Macho
ESTE
OESTE
SUL
GERAO
IMAGINAO
Fmea
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OS MISTRIOS DA MO
A mo est, pois, dividida em duas partes: a parte mascu-
lina e a feminina.
A parte masculina situa -se no Norte e a feminina no Sul.
A linha da cabea separa o masculino do feminino, o Norte do
Sul.
Os povos do Norte esto fatalmente condenados ao traba-
lho, e tambm fatalmente que atingem o progresso, filho do
trabalho; se permanecessem inativos, as intempries das esta-
es, o frio, a fome, cedo os aniquilariam. Tm um apetite
duplo. Se desejam parar, a necessidade flagela -os.
Aos povos do Sul quase no lhes faz falta um abrigo, no
sofrem com o frio, e a sua fome indolente facilmente apa-
ziguada. Necessitam de uma dupla virtude para o trabalho.
O cu to lmpido, o mar to azul, o ar to perfumado, a
contemplao to doce! E a contemplao embala a imagina-
o, despertando o amor sensual, que encanta e enerva.
E notai: os povos do Norte tm a indstria, Mercrio;
a arte baseada na cincia, Apolo; a ambio que lhes probe a
preguia, Jpiter. Possuem tudo o que viril.
Os povos do Sul so dados imaginao, ao amor sensual.
Possuem tudo o que feminino: os homens do Sul so domi-
nados pelos homens do Norte.
O Oriente o comeo, o nascer do Sol, o incio de todas as
coisas; o Oriente d a vida, o dia, a religio, a cincia, a arte,
mas sem nada reter. O Oriente d o germe e adormece, o
voluptuoso no seu harm.
O Oriente deu a luz aos povos do Sul que, admirando -lhe
a beleza, a fizeram irradiar com esplendor nas artes, na glria,
na guerra e na civilizao; ativando -a constantemente, com
o auxlio do seu nervoso entusiasmo natural, geraram um
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QUIROMANCIA
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claro quase to intenso como o do Sol; e, depois, deixaram
essa luz enfraquecer, porque a certa altura, cansando -lhes a
vista, tornou -se uma tocha para lhes alumiar a pndega sob
a qual adormeceram brios. E a luz extinguiu -se.
O polegar volta -se para o Oriente em busca das aspiraes
que leva fruio pela vontade; a linha da vida, a linha da
cabea e a linha do corao partem da.
O corao e a ideia voltam -se para o ocidente: no ocaso,
no oeste, que morrem.
Na mo, voltado para oeste est Mercrio (o comrcio);
Marte (a luta), a Lua (os caprichos); a imaginao s pode
ser imaginao quando iluminada pela arte; de outra forma,
dorme, como o fogo dorme na pedra e no ao, espera do
choque, para despertar; at o fazer, no passa de um erro.
O que reside no oeste no o futuro e sim o fim.
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LINHA DO CORAO
Vimos j que os montes do aos homens qualidades
diversas, maiores ou menores conforme mais ou menos
forte o seu desenvolvimento. O mesmo se passar com as
linhas, pois a regra sempre idntica: as qualidades que
contm estaro em relao com a maior ou menor perfeio
das suas formas, com o seu percurso mais ou menos longo,
a sua cor mais ou menos favorvel. O leitor seguir -nos -
facilmente, bastando para tal dar -lhe a conhecer alguns tim-
bres da natureza, que ela imprime em todo o lado, sobre-
tudo no cu, e que do cu se refletem sobre o homem, e
consequentemente na mo. Estes timbres modificam o sen-
tido das linhas, mas so pouco numerosos e podem explicar-
-se sempre por analogia.
Ainda assim, a experincia longa de muitos sculos, pois a
arte da quiromancia teve o seu incio com o comeo do mundo,
consagrou algumas observaes cuja prova ainda no encon-
trmos; no as rejeitando em absoluto, mencionamo -las sem
as garantir. Rejeitamos hoje, por completo, todas as tradies
cujas provas no possumos.
Em geral, toda a linha plida e larga anuncia o defeito
ou, se preferirmos, a anttese da qualidade atribuda a essa
linha.
Como se sabe, a linha do corao a primeira linha hori-
zontal, no topo da palma, que ladeia a base dos montes.
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QUIROMANCIA
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Deve ser clara, bem colorida, e partir da percusso da mo
para atingir o monte de Jpiter; significar, ento, bom cora-
o, afeio forte e feliz.
Percusso deriva da palavra percutere, bater; a orla
da mo que se usa quando se bate numa mesa; o exterior da
mo, o hipotenar em quiromancia.
Do maior ou menor comprimento da linha do corao,
podeis julgar a fora ou a fraqueza da afeio. Se lhe falta a parte
superior, se, por exemplo, em vez de se inscrever no monte de
Jpiter, no ultrapassar a vertical altura do monte de Saturno,
ento amar -se - mais sensualmente do que com o corao. Pode
haver dedicao, mas causada pelos prazeres sensuais.
A linha partir de Mercrio, que o deus mensageiro, por-
tador da luz astral que comunica com a matria, enquanto
Jpiter o ideal supremo.
Deste modo, quanto mais a linha se estende em direo ao
monte de Jpiter tanto mais se amar com o corao, e a pai-
xo desencadeada ser nobre e etrea, pura mas pouco mate-
rial. O topo da linha representa o amor ideal; a base, o amor
sensual.
Veem -se, com frequncia, linhas do corao que atraves-
sam completamente a mo. Nascem como que das costas da
mo, por baixo de Jpiter, e ultrapassam Mercrio at per-
cusso.
Estas grandes linhas denunciam excesso de ternura e, por
consequncia, desordem nos afetos. Os que possuem tais linhas
do corao podem, por isso, ser felizes, mas devem tambm
esperar grandes e inevitveis sofrimentos. O excesso de afeto
conduz tirania afetiva, ao cime! E o cime faz sofrer aque-
le que ama e o que amado.
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OS MISTRIOS DA MO
Em quiromancia, a linha do corao tem grande importn-
cia; o excesso de corao pode conduzir ausncia total de
corao; ento o amor -prprio, o egosmo excessivo, que
domina.
Um sulco na linha do corao indica desgosto de corao e at
mesmo de maternidade, sobretudo se o sulco for muito marcado.
Se for visvel uma mancha azulada, so palpitaes violentas.
Linha do corao plida e larga significa deboche frio, falta
de sentimentos, homem desinteressado. Plida, determina falta
de fora e de vida; larga, indica um leito demasiado grande
para o fluido que circula, um rio sem gua que se arrasta sobre
um fundo de lama.
Quando, na origem, a linha do corao rodeia o indicador
em forma de anel e termina interiormente em espiga (o que os
quiromantes chamam o anel de Salomo) sinal de iniciao
nas cincias ocultas.
Se a linha do corao se junta, entre o polegar e o indicador,
s linhas da cabea e da vida, representa um sinal funesto; ser
pressgio de morte violenta, se o sinal for visvel em ambas as
mos. Ser ainda sinal de que a cabea e o corao se deixam
arrastar pela vida, pelo instinto; indica um homem que venda
os olhos ao passar beira dos precipcios; a renncia do
livre -arbtrio.
Se a linha do corao ao longo de todo o seu percurso
inflete no sentido da linha da cabea, que sob ela se estende,
sinal de maus instintos, se outras linhas forem fatais, ou, pelo
menos, de avareza; numa palavra, o corao a ser conduzido
pela cabea. Se a linha do corao se vem juntar linha da
cabea, na base do dedo de Saturno, isto , na sua direo,
um sinal fatal. Saturno representa a fatalidade.
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QUIROMANCIA
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Uma segunda linha da vida mais no , muitas vezes, que
um grande anel de Vnus, fazendo aumentar, ento, a sensibi-
lidade nervosa: as pessoas que possuem esse anel esto sujeitas
a irritaes nervosas ou a melancolias.
Pontos vermelhos, incrustados na linha do corao, significam
igual nmero de feridas no corao, quer fsicas quer morais.
A linha nua e sem ramificaes indica secura de corao.
Se lana as suas ramificaes em direo ao monte de Jpiter,
principalmente se forem em nmero de trs, significar riquezas
e honras provveis. sempre positiva a influncia moderada de
Jpiter.
Se a linha do corao se aproxima muito da linha da cabe-
a, indica frequentemente hipocrisia, duplicidade, dissimula-
o; se termina sob o monte de Saturno, falta de ternura; se
se interrompe junto de Saturno, vida curta.
Em definitivo, podemos afirmar que uma linha interrompida,
ou qualquer outra ameaa desse gnero, no tem de ser fatalmente
m, a menos que esteja repetida em ambas as mos; caso contrrio,
uma mo corrige quase sempre a influncia funesta da outra.
Fixe -se, para no mais esquecer, que um s sinal desfavo-
rvel no basta para anunciar uma catstrofe: necessrio se
torna o concurso de muitos outros sinais funestos; um sinal
fatal isolado uma m presuno, a advertncia de um perigo
iminente, mas que pode ser evitado consultando as causas,
sempre indicadas na mo pelo excesso deste ou daquele monte,
pela forma desta ou daquela linha, ou outras marcas, tais como
raias ao atravessado, cruzes, estrelas, que, pela sua situao,
revelem uma influncia perniciosa.
Mesmo quando todas as linhas concorram para anunciar
um perigo, este ainda pode ser, seno evitado, pelo menos
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OS MISTRIOS DA MO
atenuado pela prudncia posta ao servio da vontade. sobre-
tudo neste caso que a quiromancia revela a sua utilidade. No
nos esqueamos, e nunca de mais repeti -lo, que a vida como
uma arena onde, hoje, todos devemos parecer espectadores e,
amanh, gladiadores, triunfantes ou vtimas. E j bastante
conhecer, de antemo, o inimigo. Muitas vezes representa a
prpria vitria.
Se, para o final, a linha do corao se apresenta bifurcada,
e um dos ramos se ergue em direo a Jpiter, a felicidade.
E se a outra ramificao termina entre o indicador e o mdio,
significa a felicidade e uma vida tranquila; uma vida passada
entre fatalidades e grandezas, mas sem que nem umas nem
outras a afetem. Depreende -se que a linha continua o seu per-
curso.
Se a linha do corao termina sob o monte de Saturno,
bruscamente e sem ramificaes, prescreve a ameaa de morte
violenta; se se divide em dois ramos, dos quais um se ergue em
direo a Saturno e o outro desce para a linha da cabea, sig-
nificar uma dupla forma de sentir, ambas fatais. O homem que
possuir tais linhas na sua mo enganar -se - com frequncia.
Uma mo desprovida de linha do corao revela fraqueza
do organismo, ausncia de equilbrio, tendncia para doenas
de corao; mas pode tambm significar positivismo, egosmo,
autossuficincia; tudo est na cabea; frequentemente a mo
daqueles a quem chamam os homens fortes.
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