Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA TURMA-PDE/ 2013
Título: A Contextualização como Recurso Pedagógico para a Significação do Ensino de Biologia.
Autor: Célia Elena Silveira Tussi
Disciplina/Área: PDE Biologia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Casa Familiar Rural- Escola Base- Colégio Estadual Santo Antonio Ensino Fundamental, Médio e Profissional
Município da escola: Pinhão/PR
Núcleo Regional de Educação: NRE - Guarapuava/PR
Professor Orientador: Professor Dr. Carlos Eduardo Bittencourt Stange
Instituição de Ensino Superior: Unicentro – Universidade Estadual do Centro Oeste
Resumo:
Esta Unidade Didática objetiva contribuir para que o ensino Biologia se torne mais significativo aos alunos, levando em consideração a importância de efetuar a contextualização dos conteúdos. Para que isso ocorra, propomos a presente proposta pedagógica, utilizando de metodologias alternativas aliadas às já utilizadas, a fim de que os educandos possam estabelecer relações entre o conhecimento do mundo científico e o saber cotidiano. Assim, procura-se desenvolver habilidades para que saibam tomar decisões e realizar as possíveis intervenções como cidadãos, contribuindo para a melhoria de qualidade de vida de suas famílias e da comunidade em que vivem. Em consequência disso, pretende-se (res)significar os conceitos básicos da Biologia, dentre eles destacam-se a saúde, o meio ambiente e a qualidade de vida, tendo como exemplo de contextualização verminose.
Palavras-chave: Contextualização; Aprendizagem significativa; Biologia.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Alunos do 2º ano do Ensino Médio
CÉLIA ELENA SILVEIRA TUSSI
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
“A CONTEXTUALIZAÇÃO COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA A
SIGNIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE BIOLOGIA”
Produção Didático-Pedagógica - Unidade Didática desenvolvida e apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE - SEED/PR, sob a orientação do Professor Dr. Carlos Eduardo Bittencourt Stange, da Universidade Estadual do Centro Oeste- UNICENTRO.
PINHÃO-PR
2013
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professora PDE: Célia Elena Silveira Tussi.
Área/ Disciplina PDE: Biologia.
NRE: Guarapuava.
Professor Orientador IES: Carlos Eduardo Bittencourt Stange.
IES vinculada: UNICENTRO.
Escola de Implementação: Casa Familiar Rural de Pinhão- Escola Base - Colégio
Estadual Santo Antonio- EFMP - Pinhão/ PR.
Público Objeto da Intervenção: Alunos do 2º ano do Ensino Médio – Curso
Técnico em Agroecologia.
Tema de Estudo
A contextualização como significação no ensino de Biologia.
Título da Unidade Temática
A Contextualização como Recurso Pedagógico para a Significação do Ensino de
Biologia.
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professora PDE: Célia Elena Silveira Tussi
Área/ Disciplina PDE: Biologia
NRE: Guarapuava
Professor Orientador IES: Carlos Eduardo Bittencourt Stange
IES vinculada: UNICENTRO
Escola de Implementação: Casa Familiar Rural de Pinhão- Escola Base - Colégio
Estadual Santo Antonio- EFMP - Pinhão/ PR.
Público Objeto da Intervenção: Alunos do 2º ano do Ensino Médio – Curso
Técnico em Agroecologia.
Período de Intervenção: fevereiro a julho de 2014
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................... 6
2. OBJETIVOS: ........................................................................................................... 7
2.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 7
2.2 Objetivos Específicos: ....................................................................................... 7
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................ 8
4. METODOLOGIA .................................................................................................... 15
5. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO ..................................................................................... 17
6. PROPOSTAS PARA ATIVIDADES DIDÁTICAS .................................................... 19
6.1 Atividade 1 ...................................................................................................... 20
6.2 Atividade 2 ....................................................................................................... 22
6.3 Atividade 3 ....................................................................................................... 23
6.4 Atividade 4 ....................................................................................................... 23
6.5 Atividade 5 ....................................................................................................... 25
6.6 Atividade 6 ....................................................................................................... 26
6.7 Atividade 7 ....................................................................................................... 28
6.8 Atividade 8 ....................................................................................................... 31
6.9 Atividade 9 ....................................................................................................... 31
6.10 Atividade 10 ................................................................................................... 32
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 33
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34
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1. APRESENTAÇÃO
A presente Produção Didático-Pedagógica objetiva possibilitar o
aperfeiçoamento do ensino de Biologia, promovendo com os educandos, discussões
no ambiente escolar sobre a luta pelo direito à saúde. Dessa maneira, espera-se que
ao compreender o que se passa no contexto social em que o aluno está inserido, o
aluno possa sentir-se preparado para decidir, tomar decisões e realizar possíveis
intervenções como cidadãos, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de
sua família e da comunidade em que vive.
Diante disso, ao trabalhar com os conteúdos de Biologia no exemplo de
verminose, levando em consideração o conhecimento prévio dos estudantes, auxilia
os alunos a compreenderem cada vez melhor o seu cotidiano, bem como saber
interagir nesse meio em que está inserido. Nesse sentido, pretende-se que
compreendam ainda, de modo científico, tanto a biologia desse parasito quanto a
profilaxia e cura dessa doença. Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação
Básica (DCE de Biologia, 2008, p.21), compete à escola mediar o conhecimento
científico e o cotidiano do aluno, a fim de atribuir significado ao que estão
aprendendo.
Ainda, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
(1998, p.75), o ensino deve ser contextualizado. Na educação, contextualizar
significa abordar o tema de forma a identificar na teoria, ou naquilo que se pretende
ensinar, a situação ou o contexto no qual o aluno está inserido, ou seja, deve-se
estabelecer uma relação entre o que o aluno aprende na escola e sua vida (seu
cotidiano, sua saúde, sua relação com a sociedade e com o ambiente). Com isso, a
aprendizagem terá significado e será relevante ao aluno.
Portanto, busca-se uma alternativa para tornar o ensino de Biologia
desenvolvido nas escolas de ensino médio mais significativo por meio da
contextualização dos conteúdos. Para que isso ocorra, propomos o presente
material pedagógico, que através de metodologias alternativas aliadas às já
utilizadas na escola, a fim de promover a aproximação entre o conhecimento
científico e relacioná-lo ao saber cotidiano, conferindo-lhe significado na realidade
vivenciada pelos educandos, a fim de contribuir para melhoria da qualidade de vida
de suas famílias e da comunidade escolar.
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Desse modo, busca-se atribuir sentido aos conceitos básicos da Biologia,
dentre eles o de saúde, do meio ambiente e de qualidade de vida, tendo como
exemplo de contextualização a Verminose. Para Orlandini (2008), as parasitoses
intestinais representam um problema de saúde pública no Brasil, assim como em
outros países em desenvolvimento, e podem apresentar estreita relação com os
fatores sócio-demográficos e ambientais, como precárias condições
socioeconômicas, consumo de água contaminada, estado nutricional dos indivíduos
e outros, sendo frequentemente a população infantil a mais atingida.
Nessa perspectiva, o professor de Biologia proporcionará ao aluno a
possibilidade de desenvolver a contextualização e a problematização do conteúdo
proposto, com o intuito de despertar sua atenção para a resolução das situações
presentes no seu dia a dia. O material pedagógico no formato Unidade Didática,
será implementado junto aos alunos do 2º ano, da Casa Familiar Rural - Escola
Base - Colégio Estadual Santo Antonio Ensino Fundamental, Médio e
Profissionalizante, durante o primeiro semestre de 2014.
2. OBJETIVOS:
2.1 Objetivo Geral
Utilizar a contextualização como recurso pedagógico na significação do
ensino de biologia, buscando estabelecer relações entre os conteúdos
trabalhados, com os problemas de verminose encontrados no cotidiano dos
educandos.
2.2 Objetivos Específicos:
Utilizar a contextualização buscando promover a aprendizagem do conhecimento científico.
Relacionar os saberes do cotidiano com os saberes científicos adquiridos na escola, utilizando-os no seu dia-a-dia.
Intervir na sua realidade da propriedade, buscando a prevenção da verminose.
Estabelecer relações entre o que se estuda com a realidade e possa ser um agente transformador de sua realidade.
Confeccionar o material pedagógico que posa ser implementado em sala de aula e que resulte em melhor aprendizagem.
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
É inegável a importância que a educação tem na vida das pessoas, que vai
desde a assimilação do conteúdo em sala de aula até o exercício da cidadania.
Nesse sentido, Freire (2005, p.98) afirma que “ensinar exige compreender que a
educação é uma forma de intervenção no mundo e a escola é um espaço de
interação onde se adquiri conhecimento e que esse saber se torna um dos
instrumentos vitais para o exercício da cidadania”.
Sob essa perspectiva, o ensino de Biologia tem grande relevância para a vida
de todo cidadão, e as escolas, por sua vez, têm a função de contribuir para que esse
conhecimento chegue a todas as pessoas, para que seja utilizado pelos alunos, nas
diversas situações do cotidiano. Dessa forma, Krasilchik (2004) entende que o
Ensino de Biologia tem, dentre outras funções, contribuir para que
cada indivíduo seja capaz de compreender e aprofundar explicações atualizadas de processos e de conceitos biológicos, a importância da ciência e da tecnologia na vida moderna, enfim o interesse pelo mundo dos seres vivos. Esses conhecimentos devem contribuir, também, para que o cidadão seja capaz de usar o que aprendeu ao tomar decisões de interesse individual e coletivo, no contexto de um quadro ético de responsabilidade e respeito que leva em conta o papel do homem na biosfera. (ibid., 2004, p.11).
As Orientações Curriculares para o Ensino Médio complementam que, apesar
de a Biologia fazer parte do cotidiano da população, “o ensino dessa disciplina
encontra-se tão distanciado da realidade que não permite à população perceber o
vínculo estreito existente entre o que é estudado na disciplina Biologia e o cotidiano”
(BRASIL, 2008, p. 17).
Pesquisas de autores como Morin (2003); Santos (2007), e outros, assinalam
que apesar de diversos esforços dos profissionais da educação, vivenciamos um
ensino fragmentado e descontextualizado, que interfere e dificulta o processo
educativo. Por essa razão, o Brasil vem desenvolvendo reformas curriculares na
educação básica, por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNem) e dos
Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio (PCNem), que compõem os
documentos norteadores dessas reformas. Esses documentos, apontam as direções
públicas para o Ensino Público, por meio de propostas de ações que visam fazer
com que as escolas rediscutam as formas de organizar o saber pela prática
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pedagógica, seja na inter-relação entre os conhecimentos abordados, via
interdisciplinaridade, seja por favorecer maior sintonia desses saberes com a vida
contemporânea e/ou cotidiana dos alunos, via contextualização e tecnologias.
No Paraná, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (2008 p. 14),
orienta que os conteúdos disciplinares devem ser tratados na escola, de modo
contextualizado. Propõe-se ainda, que esses conhecimentos contribuam para a
construção do pensamento crítico às contradições sociais, políticas e econômicas
presentes na sociedade contemporânea e que facilite a compreensão do
conhecimento científico pertinente no contexto em que eles estão inseridos.
Nas DCEs (2008 p. 21), entende-se a escola como o espaço do confronto e
diálogo entre o conhecimento sistematizado e o conhecimento do cotidiano popular,
momento em que ocorre a contextualização dos conteúdos.
Sob algumas abordagens, a contextualização, na pedagogia, é compreendida como a inserção do conhecimento disciplinar em uma realidade plena de vivências, buscando o enraizamento do conhecimento explícito na dimensão do conhecimento tácito. Tal enraizamento seria possível por meio do aproveitamento e da incorporação de relações vivenciadas e valorizadas nas quais os significados se originam, ou seja, na trama de relações em que a realidade é tecida. O processo de ensino-aprendizagem contextualizado é um importante meio de estimular a curiosidade e fortalecer a confiança do aluno. Por outro lado, sua importância está condicionada à possibilidade de ter consciência sobre seus modelos de explicação e compreensão da realidade, reconhecê-los como equivocados ou limitados a determinados contextos, enfrentar o questionamento, colocá-los em cheque num processo de desconstrução de conceitos e reconstrução/apropriação de outros. (RAMOS, 2004, p.01)
De acordo com as DCEs (2008 p. 29), é preciso ter claro que esse processo
de ensino fundamenta-se em uma cognição situada, ou seja, faz-se necessário
compreender que as ideias prévias dos estudantes e dos professores são advindas
do contexto de suas experiências e de seus valores culturais. Portanto, devem ser
reestruturadas e sistematizadas a partir das ideias ou dos conceitos que estruturam
as disciplinas de referência. Assim, “quando se parte do contexto de vivência do
aluno, é preciso enfrentar as concepções prévias que eles trazem e que, mesmo
consideradas como conhecimento tácito, podem estar no plano do senso comum,
constituído por representações equivocadas ou limitadas para a compreensão e a
explicação da realidade” (RAMOS, 2004, p. 01).
Nas DCEs (2008), essa argumentação chama a atenção para a importância
da práxis no processo pedagógico, o que contribui para que o conhecimento ganhe
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significado para o aluno, de tal forma que aquilo que lhe parece sem sentido seja
problematizado e apreendido em sua realidade sociocultural. Conforme as OCEM
(2006, p. 34), “trata-se da contextualização, [...] o ponto de partida para o estudo e a
compreensão da Biologia, portanto, deve ser o contexto do aluno e da escola”. Vale
dizer ainda, que os PCNEM (1999) alertam a equipe pedagógica, no sentido de que
a contextualização não deve servir para banalização dos conteúdos das disciplinas,
mas sim, como um recurso pedagógico capaz de contribuir para a construção do
conhecimento.
Desse modo, é preciso, que o professor tenha cuidado para não empobrecer
a construção do conhecimento em nome de uma prática de contextualização, uma
vez que reduzir a abordagem pedagógica aos limites da vivência do aluno,
compromete o desenvolvimento de sua capacidade crítica de compreensão da
abrangência dos fatos e fenômenos. Daí a argumentação de que o contexto seja
apenas o ponto de partida da abordagem pedagógica.
Por isso, busca-se uma alternativa para tornar o ensino de Biologia, nas
escolas de ensino médio, mais significativo e tendo como ponto de partida a
realidade social dos alunos. Dessa maneira, para atender a essa nova prática
pedagógica, exige-se da escola e do professor também algumas transformações, e
para isso,
o tratamento de novos temas exigirá do professor uma relação estreita com a comunidade, de forma que possam ser considerados assuntos relevantes que não alienem os alunos do ambiente cultural onde vivem, mas que, ao contrário, permita-lhes atendê-lo e analisá-lo, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de sua comunidade. Tradicionalmente as escolas brasileiras são instituições com pequena ligação com o resto da comunidade, logo a nova visão de ensino de Biologia deverá incluir, necessariamente, uma maior comunicação entre essas escolas e comunidade, envolvendo os alunos na discussão de problemas que estejam vivendo e que fazem parte de sua própria realidade. (KRASILCHIK, 2004, p. 21)
A autora destaca com isso a importância da realização de um trabalho voltado
para o contexto sociocultural do educando, porém sem limitar a aprendizagem e sim,
expandi-la. Assim, precisamos avançar e preparar-nos para um futuro com práticas
escolares diversificadas que possibilitem pensar o mundo e o que acontece nele de
modo diferente.
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Nesse contexto, está o homem, e por isso a identidade humana não pode ser
esquecida pelas escolas. Nelas são ensinadas algumas características biológicas,
psicológicas, mas a realidade humana permanece indecifrável. Em virtude disso, “a
contextualização é condição essencial da eficácia (do funcionamento cognitivo)”
(MORIN, 2003, p.37). Para Morin (2003, p. 47), “todo conhecimento deve
contextualizar seu objeto, para ser pertinente”. Por isso, para o autor, as clássicas
perguntas: “Quem somos?”, “Onde estamos”, “De onde viemos?”, “Para onde
vamos?” mantêm-se atualíssimas, especialmente neste século em que o
conhecimento sobre o universo, a Terra, a Biologia e sobre o próprio homem se
intensifica.
Diante disso, o autor sugestiona que nas escolas, o homem, suas
experiências, vivências e questionamentos sejam tratados por inteiro, só assim,
poderemos transformar a visão fragmentada do mundo. Nesse sentido,
[...] pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela, saberes socialmente construídos na prática comunitária, mas também, [...] sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. Por que não aproveitar a experiência que tem os alunos de viver em áreas de cidades descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos, dos córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem a saúde das gentes... Por que não discutir com os alunos a realidade concreta a que se deva associar a disciplina cujo conteúdo se ensina, a realidade agressiva em que a violência é constante e a convivência das pessoas é muito maior com a morte do que com a vida? Por que não se estabelecer uma “intimidade” entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos? Por que não discutir as implicações políticas e ideológicas de um tal descaso dos dominantes pelas áreas pobres da cidade? A ética de classes embutidas neste descaso? Por que, dirá um educador reaccionariamente pragmático, a escola não tem nada que ver com isso. A escola não é partido. Ela tem que ensinar os conteúdos, transferi-los aos alunos. Aprendidos, estes operam por si mesmos. (FREIRE, 2005, p.30)
Ainda segundo o autor, independente de que classe social o aluno pertença,
deve sentir orgulho de sua luta, de sua organização e de participação na
comunidade onde vive. Sendo assim, o ensino de Biologia além de contribuir para a
assimilação do conhecimento científico, também agrega ao desenvolvimento da
responsabilidade social dos alunos, no mundo em que vivem e a partir disso, agir
sobre ele.
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Portanto, o ensino por meio da contextualização busca dar um novo
significado ao conhecimento escolar, possibilitando ao aluno uma aprendizagem
mais significativa. Para tanto, o “tratamento contextualizado do conhecimento é o
recurso que a escola tem para retirar o aluno da condição de espectador passivo e
dá maior significado aos conteúdos, destacando nesse contexto o meio ambiente,
corpo e saúde” (PCNEM, 1999, p.78).
Para os PCNEM, é possível generalizar a contextualização como recurso para
tornar a aprendizagem significativa ao associá-la às experiências da vida cotidiana
ou com os conhecimentos adquiridos espontaneamente. Dessa forma, parte-se da
ideia de que o saber científico é proveniente de problemas elaborados e que os
alunos o assimilam na escola, a partir do conhecimento empírico adquirido em suas
vivências. Nesse sentido, Ricardo (2005), citado por Giassi (2009), afirma que a
problematização desses saberes escolares deve ser contextualizada buscando a
relação entre os dois conhecimentos, o empírico e o científico. Para o autor, a
contextualização não deve apenas partir do senso comum, ou do cotidiano do aluno,
e chegar ao saber científico, mas a partir dessas reflexões. O autor ainda apresenta
o conceito de problematização como algo indissociável da contextualização e que
aponta para a sua dimensão sócio-histórica.
Para tanto, Santos (2007) observa que a contextualização não deve ser vista
como uma “vara mágica” que por si só vai resolver os problemas da educação, como
se fosse suficiente para os alunos aprenderem os conteúdos curriculares. Ademais,
o autor afirma que a contextualização pode ser vista com os seguintes objetivos:
Desenvolver atitudes e valores em uma perspectiva humanística diante
das questões sociais;
Auxiliar na aprendizagem de conceitos científicos;
Encorajar os alunos a relacionar suas experiências escolares em
ciências com problemas do cotidiano.
A partir desses objetivos, a contextualização dos conteúdos científicos estará
tornando-os mais relevantes socialmente. Assim, no processo de contextualização, o
cotidiano está diretamente relacionado ao que o estudante vive no seu dia a dia,
porém em algumas situações exige maior envolvimento da pessoa. Percebe-se que
os indivíduos acabam tendo de tomar decisões em relação aos problemas
chamados, atualmente de socioambientais, como saúde, saneamento, planejamento
de moradias, poluição, melhoria da qualidade de vida, etc., sendo necessário que os
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estudantes entendam essas questões cotidianas por meio do conhecimento
científico. É isso que entendemos como a finalidade de um ensino contextualizado.
Logo, a contextualização tem vínculo direto com o cotidiano de cada
indivíduo, mas não se restringe a esse cotidiano, e sim, tem o objetivo de ir além
dele, abordando os conteúdos que aprimoram e expandem o conhecimento
sistematizado sob uma perspectiva prática. Para isso, é indispensável o
(re)conhecimento da realidade dos alunos por parte do professor, isso permite
compreender o que é relevante para ser ensinado e como deve ser feito, tendo em
vista os objetivos de sua prática docente com a realidade social.
O professor, nessa abordagem, esforça-se para tornar as aulas de Biologia
mais interessantes e produtivas, a fim de proporcionar ao educando o entendimento
e a construção do conhecimento científico. Para isso, ele apropria-se do domínio dos
conteúdos, realizando sua contextualização, através de metodologias alternativas,
embora, muitas vezes, esse processo aconteça em meio a condições “inadequadas”
de ensino, como grande número de alunos em sala de aula, carga horária reduzida e
espaço insuficiente para viabilizar a realização de atividades, aliados ainda, à
desmotivação e ao desinteresse dos alunos.
Não só o ensino médio, mas todos os níveis da educação, tem como objetivo
formar para a vida, no sentido de que o estudante esteja apto a interagir no seu
cotidiano com sua vida família, em comunidade como cidadão, e ainda para
prosseguir com seus estudos, pois estarão preparados para responder as questões
contextualizadas que aparecerem nos principais vestibulares do país e no Exame
nacional do Ensino Médio (ENEM).
Na obra “Pedagogia da Autonomia, Freire (2005), nos lembra da
responsabilidade do profissional da educação perante a sociedade, que a partir de
um contexto específico, desenvolve sua prática pedagógica, alertando sobre seu
compromisso em colaborar com o processo de transformação do sujeito e da
sociedade.
Algumas vezes nos deparamos com cenários de vida humana desoladores e nos perguntamos que fazer, enquanto educadores? Há mesmo o que fazer? Como fazer e o que fazer o que precisamos nós, os chamados educadores, saber para viabilizar até mesmo os nossos alunos e suas famílias cuja dignidade vem sendo negada ou suprimida. Pensar que a realidade é mesmo esta ou é triste, mas o que fazer? Acredito que não podemos cruzar os braços, esvaziando, desta maneia nossa responsabilidade no discurso “morno”, que fala da impossibilidade de mudar porque a realidade é mesmo assim O discurso da acomodação, da defesa
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da negação da humanização cuja responsabilidade não podemos nos eximir. (FREIRE, 2005, p.76)
Para o autor, não podemos ficar indiferentes frente a tantas mazelas da
sociedade, especialmente quando se trabalha com a educação. Freire (2005), ainda
apregoa que “ensinar exige a convicção de que a mudança é difícil, mas é possível é
a partir desse saber que programaremos a ação político-pedagógica”. Freire
continua, dizendo que por vezes, ao contemplar no cotidiano situações desoladoras
nos acostumamos mas o papel do professor no mundo não é só de quem constata o
que ocorre mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrência (ibid., p.77).
Nesse aspecto, percebemos claramente a importância dada pelo autor aos
saberes que os educandos trazem da sua vida cotidiana. Sob esse enfoque,
tornar as aulas mais interessantes exige do professor um planejamento mais aprimorado de suas aulas, idealizando para além do conteúdo, as situações de sala de aula com o uso de certos recursos adequados, para motivar a classe a criar conflitos intelectuais, a fim de construir conhecimento. Dessa forma, é preciso valorizar conhecimentos prévios, estruturando conceitos organizadores e subsunçores, sobremaneira facilitar e mediar a negociação procedimental entre os sentidos atribuídos e os significados desejados. (LOPES, 2009, s. p.)
Nesse sentido, um dos recursos que pode contribuir para melhorar o interesse
dos alunos pelos conteúdos abordados é o uso da contextualização como recurso
pedagógico, se possível utilizando informações do dia a dia dos alunos, buscando
formas diferenciadas de tornar o processo de ensino/aprendizagem relevante.
Compreendemos que o interesse do aluno por aquilo que se ensina faz a diferença
no processo educacional, pois além de ele estar motivado para aprender, motiva
também o professor para ensinar. Por isso, é necessário criar situações de
aprendizagem que proporcionem o aprender com autonomia. Nessa abordagem,
[...] a aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do indivíduo. Ou seja, neste processo a nova informação interage com uma estrutura de conhecimento específica, a qual Ausubel define como conceito subsunçor, existentes na estrutura cognitiva do indivíduo. A aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação ancora-se em subsunçores relevantes preexistentes na estrutura cognitiva de quem aprende, reorganizando suas próprias ideias, incentivando-os a
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assumirem o papel de protagonistas, sujeitos do processo educativo. Essa reorganização do que já se sabe do conhecimento historicamente construído, é que torna a aprendizagem significativa para o aluno. (MOREIRA; MASINI, 2001, p. 17)
Segundo Barbosa et. all. (2009), as intervenções educativas, quando bem
aplicadas, levam os indivíduos à evolução de seu conhecimento sobre prevenção e
a redução das enteroparasitoses. Dessa forma, o Conteúdo abordado, no
desenvolvimento prático desse trabalho será: o filo Nemathelminthes abordando
suas características principais, e uma das principais parasitoses humanas - a
ascaridíase, estudando o ciclo biológico, seus sintomas, medidas de tratamento e
prevenção. Para isso, embasaremos os conteúdos no livro Parasitologia médica de
Edward K. Markell, 8ª edição, ano.
4. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento da unidade didática será utilizada a pesquisa-ação,
cuja metodologia é muito utilizada em projetos de pesquisa educacional, por se
tratar de um método no qual o pesquisador busca encontrar a solução para o
problema apresentado. Segundo Miranda; Resende (2006),
trata-se, assim, de uma pesquisa que articula a relação teoria e prática no processo mesmo de construção do conhecimento, ou seja, a dimensão da prática que é constitutiva da educação é fonte e lugar privilegiado da pesquisa. Além disso, a própria investigação se converte em ação, em intervenção social, possibilitando ao pesquisador uma atuação efetiva sobre a realidade estudada. (ibid., p. 01)
Com a orientação metodológica da pesquisa-ação, os pesquisadores estariam
em condição de produzir informações e conhecimentos, que consequentemente
promoveriam condições para ação e transformação de situações na sua realidade. A
pesquisa-ação, então, é o exercício efetivo da práxis, entendida aqui como um
processo dialético entre a teoria e a prática.
Portanto, busca-se tornar o ensino de Biologia desenvolvido nas escolas de
ensino médio mais significativo, por meio da contextualização dos conteúdos. Para
que isso ocorra de modo eficaz, propomos metodologias alternativas, para a
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aproximação entre o conhecimento do mundo científico, relacionando-o aos saberes
cotidianos, a fim de conferir-lhes significado na e para a vida dos educandos,
contribuindo para melhoria da qualidade de vida. Para tanto, respaldamo-nos na
teoria da aprendizagem significativa desenvolvida por David Ausubel (1968, 1978,
1980).
Utilizando o material didático a partir da contextualização do tema proposto,
enfocando que, segundo as DCE de Biologia (2008 p.63), Saviani (1997) e Gasparin
(2002), o ensino dos conteúdos, nesse caso, conteúdos específicos de Biologia,
necessita apoiar-se num processo pedagógico em que:
A prática social se caracterize como ponto de partida [...] de senso comum a respeito do conteúdo a ser trabalhado;
A problematização implique o momento para detectar e apontar as questões a serem resolvidas na prática social e, por consequência, estabelecer que conhecimentos são necessários para a resolução destas questões e as exigências sociais de aplicação desse conhecimento;
A instrumentalização consiste em apresentar conteúdos sistematizados para que os alunos assimilem e os transformem em instrumentos de construção pessoal e profissional. Os alunos devem se apropriar das ferramentas culturais necessárias à luta social para superar a condição de exploração em que vivem
A catarse seja a fase de aproximação entre conhecimento adquirido pelo aluno e o problema em questão. A partir da apropriação dos instrumentos culturais, transformados em elementos ativos de transformação social, o aluno passa a entender e elaborar novas estruturas do conhecimento, ou seja, passa da ação para a conscientização;
A retorno à prática social se caracteriza pela apropriação do saber concreto e pensado para atuar e transformar as relações de produção que impedem a construção de uma sociedade mais igualitária. A visão sincrética apresentada pelo aluno no início do processo passa de um estágio de menor compreensão do conhecimento cientifico a uma fase de maior clareza e compreensão, explicitada numa visão sintética. O processo educacional põe-se a serviço da referida transformação das relações de
produção. (DCEs BIOLOGIA, 2008, p.63)
Portanto, ao adotar essa metodologia, o professor de Biologia estará
proporcionando ao aluno a superação de suas concepções anteriores, e sua
assimilação dos conteúdos a partir da prática social, de sua participação ativa no
processo educacional. Desse modo, junto ao professor, o aluno desenvolve a
contextualização e a problematização do assunto de interesse, despertando a
atenção para a resolução das situações presentes no seu dia a dia.
Vale ressaltar que muitas vezes, as situações do cotidiano que levariam à
contaminação por verminose, podem ser prevenidas utilizando-se de conhecimentos
formais, que infelizmente, com todos os recursos didáticos pedagógicos, não estão
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sendo suficientemente significativos para os alunos a ponto de os utilizarem em seu
cotidiano.
5. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
O projeto será desenvolvido na Casa Familiar Rural de Pinhão- Escola Base
Colégio Estadual Santo Antonio, Ensino Fundamental, Médio, e Profissionalizante na
cidade de Pinhão-PR. A Casa Familiar Rural de Pinhão (CFR) oferece, a nível
fundamental, o Curso Qualificação em Agricultura e, no Ensino Médio Profissional, o
Curso Técnico em Agroecologia, ambos em Regime de internato, seguindo a
Metodologia da Pedagogia da Alternância. Possui aproximadamente 100 alunos,
distribuídos em quatro turmas: 8º ano, 1º, 2º e 3º anos, atendendo aos alunos, filhos
de produtores rurais, assentados, ribeirinhos, poceiros, residentes no interior do
município, que utilizam-se de transporte escolar público.
O presente trabalho será desenvolvido com uma turma do 2º ano do ensino
médio, cujo planejamento do trabalho levará em conta o Projeto Político Pedagógico
e a Proposta Pedagógica Curricular, do Colégio Estadual Santo Antonio e o Plano de
Formação, da CFR-Pinhão em concordância com as Diretrizes Curriculares do
Estado do Paraná. O trabalho será apresentado à Direção do colégio, à Equipe
Pedagógica, à Associação, à Coordenação, ao Articulador pedagógico, aos
professores, monitores e aos alunos da CFR, levando ao conhecimento de todos, o
objetivo do trabalho a ser realizado junto à instituição, a fim de alcançar maior
envolvimento e participação na implementação do material pedagógico, objetivando
o sucesso da proposta.
Num primeiro momento, será feito um breve relato à turma que participará da
presente implementação sobre, o que é o projeto, sua estrutura básica, duração e os
principais objetivos. Após o contato inicial com a turma, acontecerá uma sondagem
(pré-teste), formada por um conjunto de questões objetivas e subjetivas, que serão
respondidas pelos alunos com o objetivo de verificar seu conhecimento prévio sobre
Verminose.
A partir dessas informações, serão trabalhados os principais conteúdos
(fundamentos) teóricos acerca da verminose em estudo, através de aulas
expositivas, explicativas, pesquisas bibliográficas, buscando subsídios teóricos,
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contando com o apoio de livros didáticos, paradidáticos, jornais, revistas, internet e
em livros da área específica. Desse modo, buscar-se-á realizar uma análise crítica
sobre os assuntos pesquisados, bem como o aprofundamento do conteúdo
relacionado ao conhecimento prévio dos alunos, embasando o trabalho na
contextualização, visto que este é um recurso pedagógico de grande valia para o
ensino de Biologia.
Em outro momento, serão realizadas pesquisas com os alunos organizados
em grupos, de acordo com a localidade em que residem. Na comunidade onde
vivem, coletarão informações em fontes próximas do convívio do aluno, com dados
nos postos de saúde ou ainda, com os agentes de saúde, a de atribuir ou constituir
maior significado aos conceitos trabalhados. Dessa maneira, evita-se a impressão
de que as doenças descritas nos livros, só existem em localidades distantes do
convívio do aluno.
Ao trabalhar com parasitoses em sala de aula, automaticamente envolve
nomenclatura científica, que por vezes, se apresentam como nomes em língua
estrangeira, sendo insignificantes para o aluno. Porém com a leitura de exames
laboratoriais e a visualização em microscópio de ovos ou larvas de vermes, o aluno
perceberá que esses termos, embora incomuns, fazem parte da atividade dos
laboratoristas e não sendo apenas vistos em sala de aula. Para isso, como atividade
prática, pretender-se-á levá-los a um Laboratório de Análises Clínicas para
realizarem essa observação na presença do laboratorista.
Em seguida, será realizada uma observação do Pátio da Casa Familiar Rural,
com o intuito de verificar e/ou identificar os possíveis focos de contaminação e
poluição que possam estar presente no entorno da escola ou no seu interior e, a
partir disso, apontar sugestões no sentido de contribuir para amenizar essas
situações.
Em outro momento, os alunos terão uma palestra com um profissional da área
da saúde (Vigilância Sanitária), da Secretaria Municipal de Saúde com o objetivo de
informar os alunos quanto a atuação desse setor na comunidade, e ainda, levar aos
alunos as noções básicas de como fazer a prevenção de parasitoses, seja por
meios naturais (noções de higiene e profilaxia) ou clínicos (medicamentoso), noções
necessárias, principalmente para os alunos que residem no interior, pois não têm
saneamento básico.
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Em sala de aula, pretendemos trabalhar com a leitura de textos e produção de
cartazes, dando enfoque às soluções dos possíveis problemas que podem estar
contribuindo para o agravamento das verminoses humanas. Nessas discussões,
sendo destacada a importância da distribuição de água potável e tratada à
população, do saneamento básico, da coleta seletiva, reciclagem, do destino
adequado do lixo doméstico, bem como a possível existência de rede e de estação
de tratamento de esgoto para prevenção de várias verminoses e demais doenças.
Em seguida, realizar-se-á um seminário com os jovens, com ênfase em
questões relacionadas ao saneamento básico do município, através do
conhecimento e discussão da realidade local, leitura de artigos. Para encerrar essa
atividade, será proposta aos alunos, a produção de um texto visando à
conscientização e à possível mobilização da comunidade escolar e rural na busca
possíveis soluções para os problemas encontrados.
Ao final de cada atividade, será oportunizado aos alunos um momento para
exporem suas sugestões quanto à resolução do problema, tirarem suas dúvidas, a
fim de efetivar a contextualização e a aprendizagem significativa do tema,
alcançando a mudança de atitude em relação a essa problemática local.
A avaliação será contínua, sendo realizada durante todo o processo, na forma
de observação, por meio da organização do material, das apresentações em sala de
aula e no final de todas as atividades, com a aplicação das questões pós-teste (com
as mesmas questões usadas no pré-teste). De posse dessas informações, será
elaborado o Artigo Final, que sistematizará toda a experiência da implementação do
material pedagógico.
A elaboração do material pedagógico contará com a contribuição dos
professores da rede estadual de ensino que optarem por participar do Grupo de
Trabalho em Rede (GTR) da presente implementação. Essas contribuições poderão
fazer parte do material, agregando conhecimento através das discussões, visando
ao aperfeiçoamento do trabalho.
6. PROPOSTAS PARA ATIVIDADES DIDÁTICAS
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6.1 Atividade 1
Título: Pré-teste
Duração: 2 aulas
Local: Em sala de aula
Objetivo:
Verificar o conhecimento prévio dos alunos sobre o conteúdo Parasitoses.
Justificativa:
A partir das informações obtidas no pré-teste, serão selecionados os
conteúdos nos quais os estudantes apresentarem maior grau de dificuldade, para
serem trabalhados em sala, utilizando diversos instrumentos pedagógicos.
Metodologia:
O pré-teste será aplicado de forma individual, com os alunos (as) organizados
em filas, as respostas deverão ser escritas à caneta. O aluno (a) deverá colocar seu
nome, a data, turma, série/ano que está cursando. Os educandos terão no máximo
duas aulas para realizar esta atividade.
Modelo do Pré-teste
Questionário:
Projeto: “A CONTEXTUALIZAÇÃO COMO RECURSO PEDAGÓGICO PARA A SIGNIFICAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE BIOLOGIA” Leia com atenção as perguntas abaixo e responda-as. Data: ____/_____/____
Dados do Entrevistado Nome:______________________________________________________________ Endereço residencial: _________________________________________________ Idade:________ Série ___ Sexo: ( )masculino ( )feminino 1.O que você entende por vermes? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
2.Quais os vermes mais conhecidos por você? ___________________________________________________________________
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3. Alguém da sua família já teve vermes? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não Sei
4. Qual o procedimento adotado na sua família quando alguém tem verme? ( )Vai ao médico e /ou Posto de saúde ( ) Benzedeira ( ) Tomar chás ( ) Ir na farmácia comprar remédio sem receita médica ( ) Utiliza receita caseira ( ) fazer simpatias( ) Outro______
5. Quando consome frutas e verduras, você: ( ) lava com água filtrada ou fervida; ( ) lava com água e vinagre; ( ) lava com água sem tratamento; ( ) Lava c/ água sanitária ou cloro ( ) Não lava ( )Outros ________________
6. Que tipo de água você utiliza para beber? ( ) filtrada; ( ) tratada; ( ) fervida; ( ) não fervida; não filtrada e não tratada ( ) não sei; ( ) outros. Especifique:______________________.
7. Você acha que Verminose é uma doença perigosa? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não Sei
8. O nome científico da lombriga é: ( ) Ascaris lumbricoides ( )Taenia solium ( ) Hirudo medicinalis ( ) Taenia saginata
9. A doença causada pela lombriga é conhecida como: ( ) amarelão ( ) cisticercose ( ) solitária ( ) ascaridíase ( ) não sei
10. A lombriga adulta se alimenta de que, estando dentro do corpo de pessoas contaminadas? ( ) de sangue ( ) dos alimentos que estão no intestino ( ) das fezes ( ) da água ( ) da comida que a pessoa ingere ( ) das células
11. O que se dever fazer para NÃO adquirir ascaridíase? ( ) tomar chás ( ) beber água contaminada ( ) beber água tratada, filtrada ou fervida ( ) ingerir alimentos crus e não lavados ( ) colocando a mão suja e contaminada na boca ( ) lavando sempre as mão após o uso do banheiro ( ) andando sem calçados ( ) lavar bem os alimentos crus antes de ingeri-los ( ) tomar vermífugos regularmente ( ) fazer exames de fezes regularmente
12. Uma pessoa contaminada pela lombriga pode transmitir o verme para outra pessoa através: ( ) de transfusão sanguínea ( ) das fezes ( ) dos alimentos ( ) tendo contato físico com outra pessoa ( ) não sei
13. O que acontece com os ovos após serem ingeridos? ( ) ficam no intestino até sua fase adulta. ( ) ficam no intestino até se tornarem jovens. ( ) ficam no intestino até a eclosão e depois seguem pelo corpo através do sangue passando por vários outros órgãos. ( ) não ficam em nenhum órgão do corpo, apenas “passeiam” pelo corpo. ( ) não sei.
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14. Na sua opinião, quais os principais fatores que contribuem para a disseminação dessa doença? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
15. Explique por que se diz que cada 1 real investido em saneamento básico representa economia de 5 reais em saúde. ______________________________________________________________________________________________________________________________________
6.2 Atividade 2
Título: Embasamento teórico
Duração: 4 aulas
Local: Sala de aula
Objetivo:
Fornecer subsídios teóricos sobre as principais verminoses humanas, visando
um melhor entendimento no que se refere aos conceitos usados no estudo desse
tema.
Justificativa:
Para que haja melhor entendimento sobre as questões envolvidas em relação
às verminoses humanas, é necessário que alguns conceitos voltados a essa
problemática sejam trabalhados em sala de aula.
Metodologia:
Serão abordados os fundamentos teóricos das principais verminoses
humanas através de aulas expositivas, pesquisas orientadas na internet, leitura de
livros didáticos e paradidáticos, jornais, revistas, a fim de aprimorar a aprendizagem
e também, melhorar a análise das situações nas realidades encontradas.
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6.3 Atividade 3
Título: Entrevista com Agentes de saúde do município.
Duração: 4 aulas
Local: Postos de saúde das localidades.
Objetivo:
Buscar informações em fontes próximas do convívio do aluno para atribuir
maior significado aos conceitos trabalhados, evitando a impressão de que as
doenças descritas nos livros, só existem em locais distantes do convívio do aluno
Metodologia:
Organizados em grupos, os educandos deverão traçar as estratégias do que
pretendem pesquisar, quais perguntas deverão realizar, e quem deverão entrevistar
na localidade. As pessoas a serem entrevistadas serão escolhidas pelos alunos e
receberão da professora uma orientação contendo a justificativa da realização da
entrevista.
6.4 Atividade 4
Título: Visualização em microscópio de ovos de parasitos.
Duração : 3 aulas.
Temática: Identificando os seres parasitas
Objetivos:
Visualização de ovos e ou larvas de parasitos humanos no microscópio
proporcionando significação do conteúdo para os alunos.
Perceber que os termos científicos vistos em sala de aula, fazem parte da
atividade dos laboratoristas.
Realizar leituras de exames laboratoriais.
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Material necessário:
Microscópio, lâmina, lamínula, material orgânico humano, laboratorista,
exames laboratoriais, caneta e caderno para anotações e registros das observações
feitas durante a visualização.
Metodologia:
A professora passará algumas instruções sobre os objetivos da observação
com um laboratorista.
De acordo com os PCNs (1999, p.227), dentre as competências e habilidades
a serem desenvolvidas em Biologia está a de descrever processos e características
do ambiente ou de seres vivos, observados em microscópio ou a olho nu, atividade
que será realizada posteriormente às observações.
Em algumas situações, no dia a dia escolar, os alunos podem não
acompanhar o conteúdo das aulas, porque são usadas palavras desconhecidas.
Nesse sentido, o excesso de vocabulário técnico que o professor utiliza em sala de
aula, leva muitos alunos a pensarem que estudar Biologia é só aprender um
conjunto de nomes “difíceis” que devem ser memorizados. Considerando que uma
parcela significativa das informações da disciplina é obtida por meio da observação
direta dos organismos ou por meio de figuras, modelos, etc., ouvir falar sobre um
organismo torna o conteúdo menos interessante e eficiente.
Pensando assim, ver e “sentir” diretamente a realidade são “partes”
fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, não só nos anos iniciais na
escola, como também no ensino médio. Nessa perspectiva, Krasilchik (2011, p.59 )
afirma que “a palavra só passa a ter significado quando o aluno tem exemplos e
oportunidades suficientes para usá-las, construindo sua própria moldura de
associações”. Assim, a observação em laboratório de ovos e larvas de vermes é de
extrema importância para incentivar na profilaxia e cura de doenças. Posteriormente,
os alunos terão um tempo disponível para a elaboração do relatório da atividade,
registrando suas observações e conclusão sobre o que fora pesquisado, com o
acompanhamento da professora.
25
Avaliação
Será realizada durante todo o processo na forma de observações,
organização do material e síntese apresentada.
6.5 Atividade 5
Título: Preparação para as atividades de campo.
Duração: 2 aulas
Objetivo:
Analisar o que pretender observar nas atividades de campo.
Metodologia
Em grupos os educandos traçarão as estratégias sobre o que e como
pretendem observar os parasitas. Os locais das visitas para análise serão levados
ao conhecimento dos alunos, após organização prévia da professora, direção e
equipe pedagógica.
Para que o trabalho de campo ocorra de forma tranquila e sem imprevistos
são necessários alguns cuidados da parte da professora. Desse modo,
os trabalhos de campo deverão ser organizados previamente pelos responsáveis [...], estabelecendo com clareza os objetivos, o tempo necessário e a infraestrutura para seu desenvolvimento. Atividades preparatórias.
Seleção do lugar a ser visitado, considerando as possibilidades reais e a riqueza de observações possíveis no local.
Os facilitadores devem efetuar a visita previamente e preparar um roteiro a ser observado durante o percurso e no local. Organizar a infraestrutura de alimentação e translado.
Recomendar as precauções, tipo de vestimenta, instrumental para registro das observações (caderno, caneta, celular ou câmera digital).
Eleger um espaço, em campo, que permita reunir as equipes para uma discussão do trabalho que está sendo efetuado.
Prever situações de lazer que permitam a descentração e a integração do grupo. (MEDINA; SANTOS, 2003, p. 95)
26
A primeira etapa desse tipo de trabalho consiste na visita do professor, a fim
de primeiramente verificar quais as oportunidades educacionais que o local oferece,
levando em consideração alguns pontos, como as condições do local, analisando os
possíveis riscos e cuidados a serem tomados.
Em seguida, o professor prepara um guia para a orientação da visita. Ao
proporcionar essa atividade pretendemos colocar os alunos em contato direto com a
realidade, pois segundo Krasilchik (2011, p.133), “quanto mais as experiências
educativas se assemelharem às futuras situações em que os alunos deverão aplicar
seus conhecimentos, mais fácil se tornará a transferência do aprendizado”.
Os objetivos das atividades de campo são: coletar informações; ver fatos
mencionados nas aulas; encontrar problemas; desenvolver a percepção e aumentar
a interação professor-aluno, bem como analisar as implicações sociais do
conhecimento biológico. Para isso, é preciso fazer com que os alunos entrem em
contato com a comunidade em que vivem para intensificar o reconhecimento acerca
da diversidade de culturas que compõem as comunidades. Dessa forma,
procuramos ainda, desenvolver a responsabilidade de cidadania, a participação ativa
na vida comunitária, auxiliando os alunos na tomada de decisão e na resolução dos
possíveis problemas encontrados no contexto em que estão inseridos.
Verificar-se-á ainda, a necessidade de autorização do responsável pelos
alunos para a visita, uma vez que serão realizadas duas saídas de campo nas
proximidades da escola. Será necessário solicitar ao Coordenador da Escola o
envio de um pedido de autorização aos pais ou responsáveis, para a participação do
seu filho (a) na atividade. É importante informar os pais, sobre o local, os horários de
saída e de retorno, e o tipo de condução que será utilizado,
Durante as visitas, os jovens deverão anotar suas observações e de volta à
classe, essas questões serão discutidas em conjunto, com o intuito de socializar as
informações coletadas.
6.6 Atividade 6
Título: Estudando o Pátio da Casa Familiar
Duração : 2 aulas.
Temática: Educação Ambiental.
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Objetivos:
Proporcionar aos alunos um conjunto de situações que lhes permitam:
Conhecer melhor o pátio da Casa Familiar;
Observar o que é agradável e aquilo que o desagrada dentro da Casa
familiar;
Levar o aluno a perceber os detalhes de contaminação e poluição no
interior da Casa Familiar;
Identificar como se realiza a coleta do lixo e qual o destino dado aos
resíduos sólidos produzidos na casa familiar;
Possibilitar aos alunos a reflexão sobre suas atitudes em relação a
essa problemática, apontar sugestões de possíveis intervenções nos
problemas, provocando nos educandos uma mudança de atitude.
Material necessário:
Caneta e caderno para anotações e registro das observações feitas durante o
estudo.
Procedimento:
A professora passará algumas instruções sobre os procedimentos a serem
realizados durante a atividade. Em seguida, os alunos sairão em duplas ou em trios
para fora da sala e farão as anotações das observações realizadas, que podem
também ser registradas em forma de fotos. Ao retornarem à sala de aula, os alunos
junto aos seus pares farão a organização de suas observações, reflexões e a
exposição de seus trabalhos, para questionamentos e discussão com os demais
colegas sob supervisão da professora.
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Predições (alunos):
Existem focos de contaminação e poluição no interior e no entorno da Casa
Familiar?
Existem resíduos acumulados pela superfície?
O destino dos resíduos está satisfatório?
O que falta para que os resíduos produzidos tenham um destino correto?
Avaliação
Será realizada durante todo o processo desenvolvido, por meio de
observações, organização do material, e apresentação em sala.
6.7 Atividade 7
Título: Palestra com um Profissional da Saúde.
Duração: 3 aulas.
Temática: Parasitoses
Objetivos:
Expor a respeito da realidade desse setor em nosso município;
Rever algumas noções básicas de como fazer uma boa prevenção de
parasitoses seja por meios naturais ou clínicos.
Material necessário:
Caneta e caderno para anotações registrando assim as observações feitas
durante palestra.
Procedimento:
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A professora passará algumas instruções sobre os objetivos da palestra com
um profissional da Vigilância Sanitária, da Secretaria Municipal de Saúde,
orientando os alunos no sentido de que haverá espaço aberto para
questionamentos, contribuições e intervenções durante a palestra, visando à efetiva
participação dos educandos. Ao retornarem para a sala de aula, os alunos terão
espaço para elaboração de uma síntese da palestra registrando suas conclusões
acerca da temática trabalhada, com o acompanhamento da professora.
Avaliação
Será realizada durante todo o desenvolvimento da atividade, sob a forma de
observações, na organização do material, na síntese apresentada.
6.8 Atividade 8
Título: Visita ao Manancial (Arroio de campo)
Duração: 4 aulas.
Temática: Educação Ambiental.
Objetivos:
Proporcionar condições aos alunos para:
Conhecer o caminho percorrido pela água que é usada na escola;
Analisar as condições de preservação do manancial de abastecimento
da cidade;
Observar e registrar as áreas que se encontram em boas condições e
as áreas que apresentam problemas como poluição, e contaminação e
moradias na área de preservação permanente;
Conhecer onde e como ocorre o tratamento de água no município.
Condições Necessárias Para Realizar a Atividade:
Para que essa atividade de campo possa ser realizada será necessário obter
a autorização do coordenador da escola e dos pais dos alunos. Além disso, é preciso
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conseguir autorização e agendamento para a visitação da Estação de Tratamento da
Água (ETA).
Material necessário:
Caneta e caderno para anotações e registro das observações feitas durante a
visita. Para cuidados pessoais: protetor solar, garrafa de água, calçado e roupas
adequadas.
Procedimento:
A professora fará a explanação sobre a atividade a ser realizada. Em seguida,
os alunos sairão da sala de aula com destino à nascente do manancial de
abastecimento, sempre acompanhados pela professora e de um monitor da escola,
que deverá auxiliar a professora e os alunos na saída de campo.
Durante o trajeto, ao observar local, caso encontrarem algo relevante para o
tema em estudo, os alunos devem registrar, levando em conta os objetivos que se
pretende atingir. Ao seguir às margens do rio, analisando os problemas que
apresentam cada região, fazendo os possíveis registros. Vale dizer, que algumas
regiões não são viáveis para a visitação por serem alagadas. Ao final da caminhada,
chegaremos a ETA (Empresa de Tratamento de Água), onde faremos uma rápida
visita, com explanação de um técnico da empresa, conhecendo as etapas pelas
quais passam o tratamento da água.
Em duplas ou em trios, os alunos irão para fora da sala e farão os registros
das observações constatadas, por meio de escrita ou de fotos. Ao retornarem para a
sala de aula, os alunos junto aos seus pares, organizarão suas observações e
reflexões, bem como a exposição de seus trabalhos, para questionamentos e
discussão com os demais colegas sob supervisão da professora.
Predições (alunos):
Existem focos de contaminação e poluição no interior e no entorno do
manancial?
O que leva as pessoas a jogarem lixo na região próxima ao manancial?
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Existem moradias precárias próximas ao manancial? Por quê?
Avaliação
Será realizada durante todo o processo sob a forma de observações, de
organização do material, e pela apresentação em sala.
6.9 Atividade 9
Título: Levantamento dos problemas que podem estar contribuindo para o
agravamento das parasitoses humanas e possíveis soluções, bem como as ações já
desenvolvidas que estejam contribuindo para amenizar essa problemática.
Duração: 4 aulas.
Temática: Seminário
Objetivos:
Relacionar os problemas que podem estar contribuindo para o agravamento
das parasitoses humanas;
Dar sugestões, tirar as dúvidas, buscando a contextualização e a
aprendizagem significativa, com mudança de atitude em relação à
problemática local abordada;
Debater sobre a realidade local com leitura de artigos, encerrando com a
produção de textos;
Sugerir as possíveis soluções para os problemas encontrados, tanto na
comunidade escolar urbana como na rural, a fim de contribuir para a
prevenção de várias parasitoses e demais doenças.
Ressaltar tais ações desenvolvidas na comunidades que estejam contribuindo
para amenizar essa problemática.
Material necessário:
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Livros, jornais, revistas, computador, internet, caneta e caderno para
anotações das observações feitas durante a visualização.
Procedimento:
A professora passará algumas instruções sobre os objetivos do seminário. Os
alunos terão espaço para a pesquisa e elaboração da atividade, registrando suas
observações e conclusão, com o acompanhamento da professora.
Para Krasilchik (2011, p. 60), a observação de aulas de biologia revela que o
professor fala ocupando cerca de 85% do tempo. Os 15% restantes são preenchidos
por períodos de confusão e silêncio. Segundo a autora, os jovens não têm grandes
oportunidades de melhorar sua capacidade de expressão e indica para isso, que
estimulem a discussão de ideias, intensificando a participação dos alunos por meio
de comunicação oral, escrita ou visual. Inicialmente, o professor precisa afastar o
medo para que haja confiança e interesse em participar na discussão.
Avaliação
Será realizada durante todo o processo sob a forma de observações, na
organização do material, e síntese apresentada. E ainda, através da produção de
vídeo amador sobre a aprendizagem despertada pela referida implementação.
6.10 Atividade 10
Título: Exposição dos trabalhos.
Duração: 4 aulas.
Local: Área de vivência da Casa Familiar Rural.
Objetivo:
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Levar ao conhecimento de toda a comunidade escolar, o estudo realizado
sobre a temática.
Justificativa:
Todo e qualquer estudo realizado deverá ter como finalidade a melhoria do
processo de ensino-aprendizagem, e este deve ser compartilhado com todos os
envolvidos nesse processo.
Metodologia:
Após a realização de todas as atividades, da sistematização e das
apresentações em sala, os alunos, em seus respectivos grupos, deverão organizar a
apresentação que julgarem mais interessante para a apreciação da comunidade
escolar. Desse modo, oportunizar-se-á a todos conhecer a proposta do projeto, bem
como tirar suas dúvidas referentes a temática estudada e ainda discutir sobre as
melhores soluções para cada contexto social.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final da presente Unidade Didática, espera-se contribuir de forma
significativa com o trabalho do professor em sala de aula e em atividades práticas
diversificadas para o ensino de Biologia, no ensino médio.
Buscamos apresentar este estudo a partir da perspectiva da contextualização
de conteúdos, levando em consideração o conhecimento prévio dos alunos,
oriundos de sua vivência, procurando problematizá-los, a fim de fornecer subsídios
teóricos que possibilitem aos educandos relacionar teoria e prática social. Dessa
forma, os alunos poderão reorganizar e construir o saber de maneira científica,
utilizando-os em diversas situações do cotidiano familiar e comunitário.
Sob essa perspectiva, a reorganização do conhecimento é o que pode tornar
a Aprendizagem Significativa para o aluno. Conforme Freire (2005, p. 23). O ato de
ensinar não se refere somente à transferência de conhecimento, mas de uma atitude
capaz de tornar possível a sua construção. Por sua vez, o professor tem o papel de
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estimular a curiosidade dos alunos para que possam aprender juntos, e
posteriormente intervir na realidade que os cerca e não apenas adaptar-se a ela.
Por essa razão, buscou-se nesse trabalho utilizar o recurso da
contextualização, associada a outros métodos, com o intuito de atribuir sentido aos
conteúdos de biologia, fazendo com que estes sejam apreendidos e vistos no dia a
dia do aluno. Dessa forma, as aulas auxiliam nas reflexões e tomadas de decisão,
para que tenhamos futuramente uma população mais saudável e uma sociedade
consciente de sua capacidade de mudança. Para tanto,
tornar as aulas mais interessantes exige do professor um planejamento mais aprimorado de suas aulas, idealizando para além do conteúdo, as situações de sala de aula com o uso de certos recursos adequados, para motivar a classe a criar conflitos intelectuais, a fim de construir conhecimento. (LOPES, 2009, s.p.)
Melhorar o interesse do aluno pelos assuntos será relevante para que o
processo de ensino-aprendizagem se desenvolva de maneira positiva.
Sabemos que a Educação é algo complexo, e que não é com um ou outro
recurso pedagógico que conseguiremos transformá-la, mas com um conjunto de
metodologias. Portanto, faz-se necessário que o professor tenha condições para
planejar suas aulas de acordo com perfil dos alunos da escola, com inúmeras
tentativas, possibilitando que o aluno se aproprie do conhecimento sistematizado a
partir do reconhecimento de sua realidade social. Por esse motivo, o presente
trabalho leva em conta inicialmente os problemas locais, utilizando a
contextualização como recurso pedagógico, a fim de promover o aperfeiçoamento
do processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Biologia.
REFERÊNCIAS
ABREU, Rozana Gomes de, et al Gomes e Lopes, Contextualização e tecnologias em livros didáticos de biologia e química, Investigações em Ensino de Ciências, vol.10, nº 03, 2005. BARBOSA, L. A. et al., A Educação em saúde como instrumento na prevenção de parasitoses. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 22, n. 4, p. 272-277. 2009. BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnologia.
35
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, in Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999. BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica Parâmetros curriculares nacionais: Ciências Naturais / Secretaria de Educação Fundamental. - Brasília: MEC / SEF,1998. BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, 2008. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 31 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2005. (Coleção leitura). GIASSI, Maristela Gonçalves, A Contextualização no ensino de biologia: um estudo com professores de escolas da rede pública estadual do município de Criciúma-SC, Universidade Federal de Santa Catarina. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, 2009. KRASILCHIK, Myriam. Prática de ensino de Biologia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. LOPES, P. H. O Potencial didático de trilhas interpretativas para o ensino de Ciências, [Guarapuava], PR: [s. n.], 2009. MACHADO, João Adir. O Uso Da Fotografia Como Recurso Pedagógico no Ensino de Ciências, [Pinhão], PR: [s.n.], 2012. MARKELL, Edward K. Parasitologia médica, 8 ed., Editora Guanabara Koogan S.A, 2003. MOREIRA, M. A.; MASINI, E. F. Aprendizagem Significativa: A teoria de David Ausubel. 3 ed. São Paulo: Centauro, 2001. MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2003. NEVES, D. P. Parasitologia humana. 10 ed. São Paulo: Atheneu, 2003. ORLANDINI, Míriam Rossane, Prevalência de parasitoses intestinais em escolares, Artigo final, Versão online 2008. PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Biologia. Curitiba: Secretaria de Estado da Educação, 2008. RAMOS, M. N. A contextualização no currículo de ensino médio: a necessidade da crítica na construção do saber científico. Mimeo, 2004.
36
SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. Contextualização no ensino de ciências por meio de temas CTS em uma perspectiva crítica, Ciência & Ensino, vol.1, número especial, 2007. VARGAS, Ademar de Camargo, Educação sanitária, Produção Didática Pedagógica, versão online 2008.
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