Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
MODELAGEM COMPUTACIONAL NO ENSINO DE QUÍMICA
Ivane Ongarato Cavejon1
Ricardo Celeste2
Resumo
O artigo em questão foi elaborado considerando as dificuldades dos alunos em entender, assimilar e relacionar o conteúdo trabalhado no tópico Soluções. Propôs-se como metodologia didático-pedagógica o uso de um simulador computacional de experimentos, experimentos laboratoriais simples e aulas expositivas teóricas. Este estudo propôs trabalhar com os alunos da segunda série, uma metodologia que contribuísse com uma prática pedagógica investigativa e inovadora facilitando a compreensão para o aluno do Ensino Médio no estudo da Química. Tal método proporcionou-lhes melhor entendimento do tema, despertando maior interesse dos discentes em conhecer a química e seus princípios e métodos, instigou o educando a se interessar pelas ideias científicas e pela ciência como maneira de entender melhor o mundo que o cerca. No desenvolvimento dos conteúdos durante as aulas, o objetivo foi capacitar os alunos no uso do simulador de experimentos, na execução de experimentos em laboratório, despertando o interesse por ciências naturais proporcionando a compreensão e a contextualização dos conceitos estudados, tais como, soluções iônicas, soluções moleculares, concentração, solubilidade e saturação, buscando relações destes conceitos com o cotidiano.
Palavras chave: Soluções Químicas; Simulador de Experimentos;
Experimentos; TIC; Tecnologias Educacionais.
Introdução
Os docentes são continuamente desafiados a inovar sua prática frente
às diversas realidades e dificuldades em que se encontram, para propiciar ao
discente uma melhor absorção e compreensão do conteúdo abordado.
Bernardelli (2008) diz que:
Muitas pessoas resistem ao estudo da Química pela falta de um método que contextualize seus conteúdos. Estudantes do Ensino Médio tem dificuldade de relacioná-los em situações cotidianas, pois ainda se espera deles a excessiva memorização de fórmulas, nomes e tabelas. (BERNARDELLI apud DCE-QUÍMICA, 2008, p.25).
1
Profª, Especialista, docente da disciplina de química do Colégio Estadual Nova Visão-
EFM, Chopinzinho, Paraná. E-mail: [email protected].
2 Profº, Doutor, Orientador, Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO,
Guarapuava, Paraná E-mail: [email protected]
Partindo disso, o estudo em questão propôs uma metodologia que
contribui com uma prática pedagógica investigativa e inovadora para o ensino
de Química no Ensino Médio, instigando o aluno a interessar-se pelas ideias
científicas e pela Ciência como maneira de entender melhor o mundo que o
cerca.
O professor, dentro de sua área de atuação, deve ser aquele que auxilia
na aprendizagem dos conteúdos bem como o que ajuda o aluno a
compreender melhor a vida, sendo grande o desafio de motivá-lo a continuar
aprendendo também fora da sala de aula.
Diante das dificuldades observadas durante as experiências
pedagógicas em sala de aula com o ensino de Química, nota-se que muitos
conteúdos são trabalhados de forma fragmentada, equivocada e
descontextualizada, impedindo que o aluno coadune o que aprende ao seu dia-
a-dia. Sendo assim, como fazer para que o aluno vincule, contextualize e
assimile o que aprende na escola com o seu cotidiano?
Através destas análises iniciais, buscou-se por meio da produção
didático-pedagógica desenvolver uma Unidade Didática. Para isso, utilizou-se
metodologia diferenciada, fazendo uso do simulador de experimentos, em
conjunto com experimentos convencionais, aulas expositivas teóricas e
utilização das TICs.
Na tentativa de otimizar as aulas de Química empregou-se recursos
tecnológicos, capacitando os alunos no uso do simulador de experimentos, no
qual pôde-se ter uma ideia visual de como moléculas e compostos iônicos se
comportam na formação de uma solução. Os experimentos em laboratório
permitiram aos alunos a vivência de produzir as soluções, fato este que
certamente proporcionou a compreensão e a contextualização dos conceitos
de solução, concentração e solubilidade e demais conceitos relacionados ao
tópico em estudo.
Este estudo foi aplicado aos alunos da 2ª série A do ensino médio do
Colégio Estadual Nova Visão-EFM, do período matutino, no primeiro semestre
de 2014, no Município de Chopinzinho, Estado do Paraná, Núcleo de Pato
Branco. Neste sentido a aplicação da proposta usou uma combinação de
metodologias, simulação computacional, experimentos e aulas expositivas. A
junção destas metodologias tornou um desafio à inovação da prática em
educação, mediante as diversas realidades e dificuldades em que se
encontram as escolas, os educandos e a sociedade, procurando fazer com que
o discente tenha melhor absorção e compreensão do conteúdo abordado.
ENSINO, APRENDIZAGEM, INTERDISCIPLINARIDADE.
Segundo estudiosos a Química é a ciência que estuda a natureza, às
propriedades, a composição e as transformações da matéria, sendo que o
campo de interesse e aplicação é muito amplo envolvendo praticamente todas
as outras ciências. As razões para o estudo da Química são muitas, “[...] do
ponto de vista prático, a química ajuda a adquirir um útil discernimento dos
problemas da sociedade, com aspectos científicos e técnicos”. (RUSSEL, 2006,
p.02).
Acredita-se que a primeira reação química experimentada pelo ser
humano foi o fogo e a partir desta surgiram várias outras que ajudaram e
ajudam a melhorar a vida no planeta. Muitas técnicas desenvolveram-se na
pré-história, as quais muitas vezes eram executadas como rituais religiosos ou
de magia, que foram se somando aos conhecimentos de diversos sábios,
dando origem à alquimia. (SANTOS, 2008).
Para Russel (2004),
A época em que a Química começou a fazer um impacto realmente em grande escala na sociedade pode ser identificada como metade do século XVIII. Até então houve uma história contínua de extração de metais, purificação do alúmen e uns poucos outros minerais comuns, a manufatura de pigmentos e tintas, a produção de vinagre e um punhado de drogas naturais purificadas pela arte do boticário. (RUSSEL apud HALL, 2004, p. 365).
Diante do exposto, o estudo em questão teve como foco principal o
estudo das soluções, pois sabemos que muitos acidentes domésticos e
intoxicações acontecem devido à falta de conhecimento em relação à
concentração das soluções. Elas estão presentes em nossas atividades diárias
em diversas situações, nos produtos de higiene e limpeza, alimentos
medicamentos, vários tipos de líquidos, entre outros exemplos.
Outro fator importante é que o desenvolvimento da Química tem
permitido a busca para solucionar problemas ambientais, o tratamento de
doenças antes incuráveis, o aumento da produção agrícola, a construção de
prédios mais resistentes, a produção de materiais que permitem a confecção
de novos equipamentos, proporcionando ao ser humano uma vida mais longa e
confortável. Contudo, associada ao progresso, causa uma infinidade de
desequilíbrios ambientais.
O conhecimento da Química nos ajuda a entender o complexo mundo
social em que vivemos. Todos devem se esforçar para que as aplicações da
Ciência e da tecnologia na sociedade possam proteger a vida das gerações
futuras e propiciar condições para que todos tenham acesso aos seus
benefícios. (SANTOS, 2008).
A maioria dos materiais com que temos contato no dia a dia são
dispersões (misturas). Raramente manipulamos substâncias puras. A água que
bebemos, por exemplo, contém sais minerais dissolvidos, além das
substâncias adicionadas no tratamento. O ar e os alimentos, por exemplo, são
outros tipos de dispersões.
Uma dispersão é formada por pelo menos um disperso e um
dispergente. As dispersões são classificadas em coloides, suspensões e
soluções. As soluções são misturas homogêneas. A quantidade de soluto que
uma quantidade fixa de solvente consegue dissolver depende do soluto, do
solvente, da temperatura da solução e, em alguns casos, da pressão em que a
mistura foi feita. (LISBOA, 2010).
O ensino de Química contempla um conjunto de especificidades que
necessita da utilização de diversos métodos, pois o conhecimento químico não
é algo pronto, acabado e inquestionável, mas em constante transformação. Em
virtude disso, necessita de uma variedade de estratégias e recursos
pedagógicos/tecnológicos e de materiais de natureza experimental que
possibilitem aos alunos a compreensão e assimilação dos conteúdos científicos
apresentados. (PARANÁ, 2008).
Millar (2003) diz:
[...] a ciência pode ser ensinada de qualquer maneira, isto é, independente da concepção que se tem dela, desde que o aluno seja envolvido ativamente e se proponha a fazer o papel intelectual de reconstrução de significado da ciência. Essa afirmação deve ser vista em contexto de grande ênfase dada ao papel ativo do aluno no processo, esquecendo-se o papel também ativo do professor e do meio social na construção/reconstrução de significados dos conceitos científicos. A mesma ênfase permitiu um considerável consenso, entre os educadores de ciências, de que é o aluno o ator e o reconstrutor de seu saber [...]. (MILLAR apud MALDANER, 2003, p.144).
Portanto, no âmbito do aprendizado, a ética da identidade tem como
finalidade mais importante a autonomia. Essa autonomia é indispensável para
os juízos de valores e escolhas inevitáveis à realização de um projeto de vida,
que requer avaliação permanente para que se possa pôr em prática uma
educação que seja diversificada em função das características do meio social
de sua clientela. (BRASIL, 2010).
O conhecimento das informações ou dos dados isolados é insuficiente,
sendo necessário situá-los em seu contexto de abrangência para que adquiram
sentido. Os progressos gigantescos nos conhecimentos das especializações
disciplinares acontecem, mas dispersos, desunidos. A especialização que
fragmenta os contextos cria obstáculos que impedem o exercício do
conhecimento pertinente no próprio seio de nossos sistemas de ensino. As
mentes formadas por disciplinas perdem suas aptidões naturais para
contextualizar os saberes. Consequentemente há o enfraquecimento da
percepção global que conduz à diminuição da responsabilidade, pois os
problemas fundamentais e os problemas globais estão ausentes das ciências
disciplinares. (MORIN, 2007).
Em contrapartida Sancho e Hernández (2008) dizem que:
A interdisciplinaridade ganha importância em contextos prático-operativos, a partir da existência de um problema complexo que exige a utilização de muitas informações oferecidas necessariamente por fontes especializadas. Torna-se então evidente que a interdisciplinaridade não pode ser pesada como contraposição à especialização, mas sim como uma harmonização de várias especializações em vista da compreensão e solução de um problema. A interdisciplinaridade oferece um caminho para superar uma fragmentação do saber que a especialização parece tornar inevitável, permitindo-nos realizar uma integração, como tomada de consciência
da complexidade das realidades que nos cercam. (SANCHO E HERNÁNDEZ, 2008, p. 72).
Como se observa, o mundo está em constante renovação, ora por
retroceder em alguns princípios ora por ultrapassá-los, e por isso a atitude do
educador deve ser crítica, no sentido de se perceber como co-autor da história,
não apenas do projeto de uma escola, mas os saberes, o poder, as
realizações, os sentimentos devem ser comuns a todos quantos se propuserem
a viver verdadeiramente este mundo. (VEIGA, 2005)
TECNOLOGIAS
A tecnologia já tem seu espaço garantido na educação. Anteriormente,
só as grandes empresas utilizavam esta ferramenta para melhorar suas
organizações. Por este motivo, os educadores estão buscando
aperfeiçoamento para suprir as necessidades geradas pela inclusão na
globalização.
Para Kenski:
Alunos, professores e tecnologias interagindo com o mesmo objetivo
geram um movimento revolucionário de descobertas e aprendizados.
Essa formulação já mostra que a instrumentalização técnica é uma
parte muito pequena do aprendizado docente para a ação bem-
sucedida na mediação entre educação e tecnologias. (KENSKI, 2007,
p.105).
Grande parte das escolas dispõe de tecnologias, algumas simples outras
complexas. Isto exige uma nova forma de lidar com o cotidiano escolar.
Segundo Sancho (2006):
O que os professores fazem, a cada dia de sua vida profissional para enfrentar o problema de ter que ensinar a um grupo de estudantes determinados conteúdos durante certo tempo, com a finalidade de
alcançar determinadas metas, é conhecimento em ação, é tecnologia. (SANCHO apud COSCARELLI, 2006, p.45).
O resultado das experienciações tecnológicas, chamados recursos
tecnológicos, desde o início da humanidade com a invenção da roda, até a
criação de satélites artificiais têm como intuito facilitar o trabalho humano. (PPP
- Colégio Estadual Nova Visão, 2010).
Desenvolver projetos relativos ao uso das tecnologias de informação e
comunicação é considerado relativamente fácil, o difícil é inovar as práticas
educativas cotidianas. Para isso, é preciso enfrentar os dilemas presentes na
prática pedagógica, romper paradigmas e investir na constituição das redes
colaborativas de aprendizagem. O grande desafio ainda é possibilitar a
formação humana e a inclusão social por meio das novas tecnologias de
informação e comunicação e/ou novas estratégias de ensino/aprendizagem.
(COSCARELLI, 2006).
Neste contexto questiona-se a opção das propostas curriculares dos
sistemas educacionais, com base nos modelos disciplinares. As propostas
alternativas tomam a forma do que se identifica como currículo integrado, ou
seja, o da interdisciplinaridade. Nesse âmbito formativo, as tecnologias da
informação e comunicação transformam-se em ferramenta de grandes
possibilidades devido a suas características. (SANCHO e HERNÁNDEZ, 2006).
Conforme Souza e Silva (1997):
Na organização didática do ensino médio, além da base nacional comum e a obrigatória (artigo 26), haverá uma flexibilidade na completação do currículo, a fim de atender “às diversificadas necessidades dos alunos”. Mesmo na escolha dos conteúdos das disciplinas obrigatórias a ser feita pelos professores, poderá haver uma certa flexibilidade com esse mesmo intuito. (SOUZA e SILVA, 1997, p. 61).
Sob este aspecto cabe ao professor quebrar alguns paradigmas e
preocupar-se também com sua atualização para utilizar as tecnologias como
ferramenta que o ampara em suas práticas docentes, pois a utilização de
material digital é indispensável para proporcionar melhor entendimento ao
aluno, do conteúdo que está sendo trabalhado.
EXPERIMENTAÇÃO
No aprendizado cotidiano atual buscam-se metodologias diferenciadas
para instigar os alunos a interessar-se pelo estudo da química. Uma das
metodologias pensadas é a experimentação, pois esta permite compreender e
contextualizar conceitualmente a teoria com a prática.
As atividades experimentais, utilizando ou não o ambiente de laboratório escolar convencional, podem ser o ponto para a apreensão de conceitos e sua relação com as ideias a serem discutidas em sala de aula. [...] Uma aula experimental, seja ela com manipulação do material pelo aluno ou demonstrativa, não deve ser associada a um aparato experimental sofisticado, mas sim, à sua organização, discussão e análise, possibilitando interpretar os fenômenos químicos e a troca de informações entre o grupo que participa da aula. (DCE, 2008, p. 67).
Para que o aluno aprenda Ciências é preciso que seja iniciado nas
ideias e práticas significativas para si mesmo, enquanto que o professor atuará
como mediador entre o conhecimento científico e os aprendizes, ajudando-os a
conferir significado às ideias e práticas científicas. A construção do
conhecimento depende também da habilidade do professor em lidar com os
obstáculos epistemológicos e ontológicos presentes nas ideias dos alunos, pois
os estudantes têm dificuldades em reconhecer as ideias científicas sem o
auxílio do professor. (MORTIMER, 2011). O autor ainda afirma que:
Nosso arranjo experimental traz algumas limitações ao escopo do trabalho. Não é possível observar como evolui a ideia de um indivíduo ao longo do processo de ensino. O que é possível é a evolução das ideias como consequência da interação social de vários indivíduos em um grupo, ou em toda a sala de aula. (MORTIMER, 2011, p.193).
Diante disso, na aplicação e no ensino da disciplina de Química, fica
claro que “a importância da abordagem experimental está no seu papel
investigativo e na sua função pedagógica de auxiliar o aluno na explicitação,
problematização, discussão, enfim, na significação dos conceitos químicos”.
(PARANÁ, 2008, p.53).
APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA
MODELAGEM COMPUTACIONAL NO ENSINO DE QUÍMICA
Este trabalho iniciou-se com a exposição do projeto de intervenção e em
seguida, da produção didático-pedagógica ao Colegiado do Colégio Estadual
Nova Visão-Ensino Fundamental e Médio, do município de Chopinzinho. Esta
exposição foi concretizada nas dependências do Colégio, em um dos
momentos da Semana Pedagógica, apontando a importância deste projeto
para a Escola, bem como para os alunos da 2ª série do Ensino Médio.
A proposta em questão foi apresentada de forma sucinta observando-se
na maioria dos presentes interesse, acreditando ser de grande relevância para
a formação dos discentes em questão, pois sabemos que a partir de um
planejamento bem estruturado, usando novas metodologias, que se podem
estabelecer metas para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem.
IMPLEMENTAÇÃO
O contato inicial, que foi a ação um, deu-se com a explanação do projeto
aos alunos. Em seguida foi aplicado um diagnóstico inicial sobre o
conhecimento do aluno em relação ao estudo das soluções introduzido através
da reflexão: O que você entende por solução? Em uma solução o que é
denominado soluto e o que é solvente? Para você o que é solução
concentrada, saturada, insaturada e diluída? Com esta reflexão pode-se
perceber que a maioria não tinha clareza sobre o tema abordado, observando-
se respostas e questionamentos variados.
A aula seguinte, que foi a ação dois, iniciou-se com o experimento
básico de solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl) e sacarose (C12H22O11).
Com a realização do experimento e a partir dos questionamentos dos alunos,
iniciou-se a explanação do assunto na forma de aula expositiva definindo os
conceitos de dispersões: dispersões coloidais; suspensões; soluções e
classificação das soluções e como estas estão presentes em nosso dia-a-dia.
Foi-lhes apresentado o vídeo: tintas (Tempo: 10’11”), observado e
questionado como ocorre a produção, propriedades e usos das tintas que é um
coloide constituído por disperso sólido e dispergente líquido formando o estado
físico sol.
Em paralelo foram aplicadas as atividades selecionadas do livro didático
intitulado Química: Ser Protagonista. Uma atividade experimental sobre Efeito
Tyndall e identificação das suspensões. Para complementar o aprendizado
teórico foram realizadas várias atividades extraídas do livro didático de Wildson
Luiz Pereira dos Santos. Química e sociedade (PEQUIS-Projeto de ensino de
química e sociedade), concluindo esta ação esclarecendo as dúvidas ainda
existentes.
“Como trabalhar o simulador de experimentos PhET”, foi o assunto
tratado na terceira ação, os alunos foram encaminhados ao laboratório de
informática onde foi-lhes apresentado o simulador de experimentos PhET.
Disponível em: <http://phet.colorado.edu/pt_BR/simulations/translated/pt>.
Acesso em: 12 set. 2013. Usando o projetor multimídia data show, a fim de
conhecer, aprender a usar e como trabalhar com o simulador. Trabalhamos a
saturação das misturas, simulando diversas soluções com vários tipos de sais.
Após o primeiro contato com o simulador, este foi utilizado para o estudo
do conceito de saturação das misturas.
Para finalizar esta ação foi aplicado um questionário avaliativo sobre o
uso do simulador a fim de analisar o que foi proposto, com as seguintes
reflexões: Você acessou a página virtual do simulador PhET com facilidade?
Achou fácil de manipular a página? Leu, assistiu e interagiu com o contexto
encontrado na página? Achou interessante? Você conseguiu relacionar os
conteúdos da sala de aula com o que encontrou na página do simulador PhET?
A página virtual te auxiliou na compreensão do conteúdo na sala de aula? De
que maneira o simulador te auxiliou? O que mais chamou sua atenção nesta
aula com o uso do simulador? Quais as dificuldades que você encontrou? Você
usa o computador para se relacionar nas redes sociais?
A introdução do tema concentração das soluções e de como preparar
soluções, foi feita na quarta ação os alunos foram conduzidos ao laboratório de
Química e em grupos realizaram o preparo de algumas soluções previamente
definidas de acordo com os materiais disponíveis e de fácil aquisição como, por
exemplo, cloreto de sódio (NaCl), sacarose (C12H22O11), sulfato de cobre II
(CuSO4 ) entre outros. Para este procedimento utilizamos soluto, solvente, copo
de béquer e balão volumétrico. Na sequência iniciou-se o conteúdo teórico
sobre concentração das soluções, a relação entre soluto e solvente,
concentração em massa, densidade da solução, massa atômica, molecular e
molar, concentração em quantidade de matéria, título, partes por milhão e
fração por quantidade de matéria. Usamos um simulador de uma fábrica de
perfumes que mostra as quantidades adequadas de substâncias e essências
para a fabricação de perfume, sendo possível obter a concentração em massa
e em volume da solução obtida. No conteúdo sobre densidade foi realizado o
experimento com ovo em solução de sal e em solução de açúcar, comparando
a densidade das duas soluções. Conforme a abordagem dos assuntos, os
mesmos também foram trabalhados com o simulador PhET no laboratório de
informática questionando: O que acontece quando se acrescenta soluto? O que
acontece quando se muda de soluto? O que acontece quando ocorre
evaporação na solução? O que acontece quando se acrescenta solução
concentrada no solvente puro?
Em paralelo foram aplicadas algumas atividades selecionadas dos livros
didáticos: Química e sociedade de Wildson Luiz Pereira dos Santos, Química:
Ser Protagonista de Júlio César Foschini Lisboa, Química meio ambiente,
cidadania, tecnologia de Martha Reis, auxiliando no aprendizado teórico.
Na ação cinco produziu-se sabão líquido caseiro, primeiramente
assistiram ao vídeo explicativo sobre como fazer sabão líquido caseiro, em
seguida os alunos foram encaminhados ao laboratório de química onde ocorreu
a aula experimental. Utilizou-se: hidróxido de sódio, etanol, óleo vegetal, água,
balde plástico, espátula de madeira, panela e essência.
Após o processo de fabricação do sabão, cada aluno levou uma
pequena amostra para casa. Com este experimento deu-se inicio a ação seis
“diluição das soluções”.
Dando sequência a este assunto e aprofundando um pouco mais,
trabalhou-se com os vídeos: Produtos de limpeza – rotulagem, (tempo: 02’36”),
reportagem sobre produtos de limpeza, alertando para a leitura dos rótulos,
identificando o uso adequado e os riscos do uso incorreto. Rótulos produtos de
limpeza (tempo: 01’23”), aborda a nova rotulagem para produtos de limpeza
determinada pela Anvisa.
Em seguida começamos com a aula expositiva definindo os conceitos
teóricos sobre diluição e mistura de soluções. Após esta abordagem foi feito
um trabalho de identificação de rótulos de diferentes produtos que usamos em
nosso cotidiano, observando os seguintes itens: tipo do produto; função;
unidade de medida de dosagem; recomendações do fabricante; outras
informações importantes. Organizaram-se os trabalhos em um painel sendo
expostos aos demais alunos do colégio.
Em paralelo trabalhou-se a diluição de soluções, no simulador de
experimentos PhET, no laboratório de informática, Complementando o
conteúdo teórico com atividades paralelas dos autores já citados anteriormente.
Na ação sete trabalhou-se a pesquisa orientada com o tema: “Águas
naturais: soluções aquosas”, Os alunos foram orientados em como proceder
para realizar esta pesquisa, deu-se ênfase aos seguintes itens: características,
composição, pH, impurezas, abundância, localização, contaminação,
importância e algumas curiosidades a respeito do tema “ águas naturais:
soluções aquosas”. Disponibilizou-se aos alunos o maior número possível de
fontes (livros, sites, revistas, jornais, etc.) para que obtivessem as informações
necessárias no auxílio da compreensão dos conteúdos químicos relacionados
ao tema sugerido.
Para finalizar este estudo, ação oito, realizou-se uma pequena
exposição dos trabalhos e experimentos resultantes dos estudos e pesquisas,
os quais foram desenvolvidos através de trabalhos individuais e coletivos,
envolvendo a comunidade escolar, os educandos puderam expor e
compartilhar o que aprenderam.
Com uma metodologia diferenciada é possível contribuir com uma
prática pedagógica investigativa e inovadora no ensino de Química no Ensino
Médio, instigando o aluno a interessar-se pelas ideias científicas e pela Ciência
como maneira de entender melhor o mundo que o cerca.
SOCIALIZAÇÃO DO TRABALHO MODELAGEM COMPUTACIONAL NO
ENSINO DE QUÍMICA NO GRUPO DE TRABALHO EM REDE
O (GTR) Grupo de Trabalho em Rede, foi uma etapa on line fundamental
de compartilhamento entre os professores da rede estadual, que tornou
possível interagir a respeito do projeto, da produção didática e sua
implementação.
Iniciou-se com a apresentação dos participantes, sendo estes de
diversas regiões, trouxeram algumas informações sobre suas realidades, do
local em que trabalham, as turmas em que executam suas atividades, bem
como suas expectativas quanto ao curso.
Na Temática 01 aconteceu o aprofundamento teórico, apresentando-se
o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola "Modelagem Computacional no
Ensino de Química", projeto elaborado para ser aplicado junto aos alunos da 2ª
série do Ensino Médio do Colégio Estadual Nova Visão EFM, do Município de
Chopinzinho.
O presente estudo propõe uma metodologia que contribua com uma
prática pedagógica investigativa e inovadora facilitando a compreensão para o
aluno do Ensino Médio no estudo da Química, instigando o educando a
interessar-se pelas ideias científicas e pela Ciência como maneira de entender
melhor o mundo que o cerca.
Na temática 02, do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), foi apresentada
a Produção Didático-Pedagógica do Professor PDE. Verificou-se a expressiva
participação dos cursistas, mostrando-se interessados na metodologia
proposta, contribuindo com sugestões e experiências pessoais, que levaram ao
enriquecimento do trabalho.
Na temática 03 do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), foi apresentada a
forma da aplicação do projeto na escola, mostrando alguns resultados já
obtidos do trabalho que está em andamento. Como nas demais etapas do
GTR, os cursistas contribuíram com atividades pertinentes ao conteúdo
proposto, trazendo comentários reflexivos a respeito da aplicabilidade de
algumas atividades, tendo em vista que as realidades educacionais são
diferentes, necessitando apenas de alguns ajustes para efetiva realização das
mesmas.
Durante as interações realizadas entre os professores cursistas, nos
Fóruns e nos Diários, pôde-se perceber que os participantes entenderam a
proposta do Projeto, tendo em vista que a Modelagem Computacional é uma
ferramenta interessante a ser usada no ensino de química. As reflexões
trazidas pelos cursistas contribuíram positivamente para este projeto, podendo
vir a ser aproveitadas para enriquecer o estudo proposto.
Os professores cursistas ressaltaram durante as discussões, que a
proposta das atividades e sugestões é de grande valia para o desenvolvimento
do nosso trabalho com nossos discentes. Somos conhecedores de que a
pratica experimental é um dos alicerces para a compreensão dos fenômenos
químicos. Hoje existem muitos sites educacionais e confiáveis, quando
apresentamos propostas inovadoras sentimos que os educandos demonstram
maiores interesses, pois estes sites de certa forma aguçam a curiosidade do
aluno e, porque não dizer do professor também, despertando uma motivação
pelo estudo da química. O aluno consegue identificar, analisar e sistematizar
melhor os conteúdos quando aprende partindo da sua realidade e fazendo uso
de tecnologias da informação, utilizando os conhecimentos químicos para
desenvolvimento de suas atividades, obtendo melhor a compreensão do
conteúdo.
A interação entre o Professor PDE e os demais professores da rede, foi
de grande valia, pois possibilitou a troca de experiências, aperfeiçoando, assim,
o estudo do Professor PDE, uma vez que, por meio dessas interações,
conhecem-se diferentes realidades e pontos de vista.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao organizar-se um material didático voltado à aplicação em sala de aula
com discentes da 2ª série do Ensino Médio, buscou-se valorizar seus
conhecimentos prévios para que eles entendessem e aprendessem os
conhecimentos científicos.
No final da implementação, o trabalho exploratório inicial foi retomado
como forma de avaliação, para verificar se houve aprendizagem. Percebeu-se
no pós-teste que grande parte dos alunos dominava os conceitos de
dispersões e soluções, sendo que o restante realizava as atividades de forma
aceitável. Nos itens soluto e solvente observou-se que todos os alunos
conseguiam fazer a diferenciação entre estes conceitos. Quanto aos conceitos
de concentração, saturação, insaturação e diluição, principalmente nos
cálculos, resolviam os problemas apresentados de forma satisfatória. Por meio
do questionário com perguntas referentes ao simulador de experimentos PhET,
observou-se que houve interesse maior em realizar as atividades, em aprender
e buscar novos conhecimentos, notou-se que o simulador auxilia na
compreensão e elucidação do conteúdo.
Durante a implementação do projeto observou-se também que a
inovação agrada os educandos e instiga a buscar, participar, relacionar,
sanando suas dúvidas. Percebeu-se ainda que o tema abordado é de grande
interesse, pois está presente no dia-a-dia.
Acredita-se, portanto, que a combinação das metodologias adotadas e
atividades propostas na Unidade Didática e que foram desenvolvidas durante a
implementação do projeto, venham contribuir para uma aprendizagem
significativa, verificando-se assim a importância da busca por metodologias
diferenciadas que visem à construção do conhecimento de forma prática,
sobretudo, atrativa para nossos educandos, concretizando-se assim, o
aprendizado.
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