Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
UNIDADE DIDÁTICA
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Título: Uso do google earth como ferramenta de aprendizagem no ensino de Geografia
Autora: Cristina Afonso Vieira de Assis
Disciplina/Área: Geografia
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Vital Brasil
Município da escola: Maringá – PR
Núcleo Regional de Educação: Maringá – PR
Professor Orientador: Claudivan Sanches Lopes
Instituição de Ensino Superior: UEM
Relação Interdisciplinar: História
Resumo:
A presente Unidade Didática dá continuidade ao Projeto de Intervenção do PDE e está direcionada aos alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Vital Brasil, em Maringá – PR. O objetivo é desenvolver práticas de ensino com o uso do programa google earth nas aulas de Geografia, considerando aspectos do cotidiano dos alunos e da Geografia do Paraná. Buscamos significar nossa metodologia, a partir de conceitos estruturadores da ciência geográfica, particularmente, lugar, paisagem e território. Ganha destaque, neste contexto, o trabalho de campo, focando, respectivamente, o entorno do colégio e a rodovia BR-376 que “corta” o perímetro urbano de Maringá. A aula no laboratório de informática é o momento mais esperado da proposta e visa proporcionar aos alunos a interação com as ferramentas de orientação e navegação do software. Iniciamos explorando o espaço vivido até a análise de aspectos mais amplos e distantes que caracterizam o Paraná. A interação ativa com o google earth, mediada pela professora, proporcionará observar imagens, identificar, interpretar e analisar diferentes impactos causados pelas principais rodovias deste território. Visamos, enfim, além do desenvolvimento de habilidades relacionadas ao uso do google earth, o aprofundamento de conteúdos geográficos, destacadamente, da Geografia do Paraná.
Palavras-chave:
Ensino de Geografia; novas tecnologias; google earth; Geografia do Paraná; rodovias.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Alunos de uma turma do 8º ano
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APRESENTAÇÃO
A Produção Didático-pedagógica aqui apresentada dá andamento ao
Projeto de Intervenção Pedagógica do Programa de Desenvolvimento
Educacional – PDE, do Governo do Estado do Paraná e está direcionada aos
alunos do 8º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Vital Brasil, de
Maringá – PR.
O propósito é aproximar o conteúdo geográfico trabalhado à realidade
do aluno, visto que muitos possuem grande afinidade com o mundo virtual da
internet. A inserção da utilização do programa google earth nas aulas de
Geografia potencializa o uso das novas tecnologias, propicia a visualização de
imagens de satélite e mapas de qualquer área do mundo em diferentes
resoluções e oferece subsídios para uma análise mais profunda do local
estudado e das dinâmicas naturais, sociais, econômicas, ambientais de acordo
com seu tempo histórico.
Os recursos tecnológicos utilizados na prática pedagógica do professor
devem ser um meio e não um fim. Portanto, ressignificar o uso dessa
ferramenta por meio da contextualização e de uma postura mediadora do
professor frente às novas tecnologias são atitudes fundamentais para o
encaminhamento desta Unidade Didática.
Para desenvolver o raciocínio geográfico dos alunos é necessário que
eles reflitam sobre sua realidade social e com isto tenham a oportunidade de
obter um olhar “diferente” sobre “seu espaço” – seu cotidiano – e suas
conexões com outros lugares.
O recorte de estudo geográfico escolhido foi os diferentes aspectos do
território paranaense. Especificamente, a Geografia do Paraná engloba o
espaço de vivência e proximidade com a realidade dos alunos, faz parte dos
conteúdos a serem ministrados e possui uma determinada carência de
materiais didáticos. Neste âmbito, o principal elemento de análise são as
principais rodovias e seu papel na formação e integração dos diferentes
espaços do território paranaense.
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As novas tecnologias apresentam uma ampla variedade de recursos,
nos oportunizando o grande desafio de ajustá-las aos conteúdos e aos
referenciais teórico-metodológicos da prática pedagógica da Geografia e,
assim, tornar possível o desenvolvimento do raciocínio geográfico do aluno.
Diante dessas circunstâncias apresentamos os seguintes problemas:
como desenvolver nos alunos o raciocínio geográfico por meio da utilização do
google earth nas aulas de Geografia? Quais estratégias utilizar? Quais as
possibilidades e limitações do uso dessa tecnologia?
O objetivo é desenvolver práticas de ensino com o uso do programa
google earth nas aulas de Geografia, para alunos de uma turma do 8º ano do
Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Vital Brasil considerando, como já
ressaltamos, aspectos geográficos do estado do Paraná. A opção, portanto,
pelo tema desta Unidade Didática busca fornecer subsídios aos professores
para que, numa perspectiva sócio-construtivista e considerando instrumentos
das novas tecnologias atualmente disponíveis como, por exemplo, o google
earth, possibilitem aos alunos desenvolverem raciocínios geográficos e, deste
modo, compreendam melhor e criticamente sua cidade, o mundo e a si
mesmos.
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Estimado(a) aluno(a):
Esta Unidade Didática foi planejada
cuidadosamente para você. Cada momento deste
trabalho foi fruto de uma política pública de
formação continuada de professores proporcionada
pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná –
SEED, em parceria com a Universidade Estadual de
Maringá – UEM, através do Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE. Em todo
momento de estudo pensava em você. E neste projeto
procurei torná-lo um aluno próximo do seu estado, o
Paraná. Afinal, você vive aqui e pode conhecê-lo
ainda mais. Para isto utilizei diferentes formas de
promover sua aprendizagem, entre elas, a interação
com o software google earth, além dos momentos de
trabalho de campo. Nas aulas de Geografia muitas
coisas você irá desvendar do espaço territorial
paranaense. Com certeza, seu “olhar” sobre este
estado será outro.
A professora
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O ESTUDO DO LUGAR E A ANÁLISE DA
PAISAGEM
Cabe a Geografia, como ciência, localizar e compreender diferentes
fenômenos no espaço geográfico, pois é nele que o homem vive, trabalha, se
relaciona, se locomove, transformando-o, de modo organizado ou
desorganizado, continuamente. Cada espaço geográfico tem a sua
particularidade, ou seja, possui uma configuração que as diferencia, muito ou
pouco, das demais, assim como a sua vida em relação aos outros. O lugar
onde você vive tem um significado muito grande e valioso, com suas
respectivas afetividades, objetos, cultura, história, valores, ações e interesses.
Esse lugar, entretanto não pode ser compreendido em si mesmo, ou seja, deve
ser relacionado com outros lugares, com outras escalas geográficas. É
preciso considerar, por exemplo, no estudo do município de Maringá, suas
possíveis conexões com a região Norte do Paraná, o território paranaense, a
região Sul do Brasil, o território nacional, o continente americano e finalmente,
com o planeta Terra.
Dialogando...
1- Qual a sua naturalidade?
2- Em que bairro você mora?
3- O que mais lhe agrada e desagrada neste lugar?
4- Que tipo de benfeitoria poderia acontecer em seu bairro e que
favoreceria a vida dos moradores de uma maneira geral?
Anotando...
1- Registre em seu caderno os lugares que você percorre de sua casa
até chegar à escola que estuda e a forma (meio de transporte) que
você utiliza para se locomover.
2- Ainda considerando este trajeto (casa-escola-casa) observe e
descreva se houve transformações nos últimos anos ou meses, se
o movimento é intenso, como a maioria das pessoas se locomove,
como são as construções e outras coisas que achar relevante.
Você já pensou por onde nos locomovemos no espaço urbano? Quais são essas vias?
Escalas geográficas são diferentes níveis de grandeza na observação de um mesmo objeto.
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Definindo...
Figura 1: Sistematização do conceito de lugar. Fonte: Cavalcanti apud Lopes (2012, p.29)
Interpretando...
Leia e reflita sobre o haicai “Viagem Infinita” de Helena Kolody.
O conceito de lugar, como pode verificar na fig. 1, está relacionado à ideia de local e refere-se àquelas porções do espaço com as quais podemos estabelecer, em diversos níveis, uma relação de afetividade. É a porção do espaço onde se travam, portanto, nossas relações cotidianas. O lugar é, nas palavras de Carlos (1996, p. 20), “a porção do espaço apropriável para a vida”, a rua onde moramos, nosso bairro, a praça de convivência e lazer, nosso quintal. LOPES, C. S. O ensino de geografia nos anos iniciais do ensino fundamental. In: LOPES, C. S.; MANSANO, C. do N.; VILLALOBOS, J. U. G., (Org.). Geografia: metodologia de ensino. Maringá: Eduem, 2012. p. 28 e 29.
Estou sempre em viagem.
O mundo é a paisagem
que me atinge
de passagem
Helena Kolody
Haicai é uma pequena composição poética japonesa, em que se cantam as variações da natureza e a sua influência na alma do poeta.
Você percebeu que identificar um lugar vai muito além de simplesmente localizá-lo?
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Anotando...
1- O que chama sua atenção neste poema?
2- Como você o relaciona com seu trajeto casa-escola-casa?
3- Desenhe e/ou descreva a paisagem que você mais gosta e outra
que mais o desagrada ao se locomover por este percurso.
4- Qual sinônimo você daria para as seguintes palavras do haicai ao
comparar com o seu itinerário?
a) viagem →
b) paisagem →
c) passagem →
Definindo...
A paisagem geográfica, afirma o geógrafo Milton Santos é tudo aquilo
que nós vemos, o que a visão alcança. Assim, para esse autor, a paisagem
pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a visão abarca. Não é
formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores e
sons.
O estudo da paisagem, entretanto, deve ir muito além do que é visível
ou aparente, pois ela está em constante processo de transformação, a fim de
atender as necessidades das pessoas e às inovações tecnológicas. Além
disso, a paisagem é heterogênea, ou seja, apresenta objetos de diferentes
datas, interesses sociais e pode ser constituída de elementos naturais e
culturais.
Figura 2: Sistematização do conceito de paisagem.
Fonte: Adaptação da autora baseado em Cavalcanti apud Lopes (2012, p 27).
Você percebeu que os lugares apresentam diferentes paisagens e em diferentes momentos?
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Preparando para a Aula de Campo nº 1...
Tema: A paisagem dos arredores do Vital Brasil
Realizaremos um trabalho de campo nos arredores do Colégio
Estadual Vital Brasil. O objetivo é observar e analisar as formas que compõem
esta paisagem, sua funcionalidade atual, além de elementos de orientação.
Desse modo, antes de sairmos para esta atividade, vamos relembrar como
podemos nos orientar no espaço geográfico. A orientação acontece por
diferentes maneiras.
Dialogando...
1- Como podemos nos orientar no espaço de nossa casa, na escola
ou na cidade?
2- Você já percebeu o movimento aparente do Sol nos lugares que
você mais frequenta?
3- A orientação pode ser realizada de que forma no mapa?
4- Como as novas tecnologias podem contribuir para melhorar a
orientação das pessoas no espaço geográfico?
Anotando...
1- “Norte, Leste, Oeste e Sul são as direções cardeais que podem ser visualizadas em uma rosa dos ventos. Sempre que for colocada no chão da sala ou do pátio, deverá estar devidamente orientada” (PASSINI, 2012, p. 97). Como podemos posicionar a rosa dos ventos para ela ficar devidamente orientada?
2- Podemos sempre associar o lado leste com a mão direita?
Explique.
3- O Sol, assim como a Lua, nasce a leste e se põem a oeste. Que
relação pode fazer com o movimento de rotação da Terra?
4- Confeccione uma rosa-dos-ventos com pratinho de bolo e identifique com uma cor os pontos cardeais, outra cor os colaterais e com outra os subcolaterais. Registre suas respectivas siglas. Utilizaremos em nossa aula de campo.
Ao percorrer seu caminho até a escola você já observou a quantidade de fiação presente nos postes de iluminação pública até mesmo dos bairros mais afastados? Por que isto vem ocorrendo? O que circula por esses fios?
A rosa-dos-ventos foi elaborada para mostrar a direção dos ventos. Com o conhecimento das direções dos pontos cardeais é importante para orientar e localizar-se no espaço.
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Aula de Campo nº 1
A paisagem dos arredores do Vital Brasil
Iremos realizar esta primeira aula de campo de forma agradável e
respeitosa, pois ela será de grande auxílio para o sucesso da próxima etapa de
nosso trabalho que será no laboratório de informática. A regra é caminharmos
sempre juntos para identificar o que percebemos nas diferentes paisagens e
assim, nos orientarmos geograficamente. Registre com fotos as paisagens
interessantes, sem desrespeitar o direito alheio. Após realizar o sorteio dos
grupos, iniciaremos o trabalho de campo com observação e registro das
atividades. Siga as instruções abaixo e anote também algum acontecimento
relevante no que se refere ao visual, sonoro e/ou odorífero.
Grupo 1
1- Indique as direções cardeais e colaterais do entorno do Colégio Estadual Vital Brasil.
2- Identifique e registre, durante todo o percurso, a função das edificações que compõe a paisagem.
Grupo 2
1- Observe e registre as edificações que fazem fronteira com o nosso estabelecimento de ensino, bem como, sua respectiva função e localização geográfica.
2- Observar a paisagem e identificar as edificações de diferentes momentos históricos. Classifique-as em antigas, intermediárias ou recentes.
Grupo 3
1- Identifique e anote a localização geográfica de algumas edificações visualizadas no trajeto, tendo como referência o Colégio Estadual Vital Brasil.
2- Na análise da paisagem, o que encontramos de formas naturais e culturais (ou humanizadas) no trecho percorrido?
Grupo 4
1- Escreva sobre a movimentação de veículos e transeuntes nas diferentes ruas e calçamentos a serem percorridos.
2- Observe e registre as edificações que estão sendo construídas e as diferenças entre elas. (altura, material, tecnologia, nº de construtores, situação da obra, segurança).
Grupo 5
1- Registre a existência de infraestrutura no trecho percorrido (ex. asfalto, coleta de lixo, semáforos, placas, limpeza das ruas e caçadas, calçadas adaptadas a deficientes físicos...)
2- Quais as ruas e avenidas por onde transitamos nesta aula de campo?
Grupo 6
1- Observar e anotar os elementos sonoros da paisagem percebidos durante o trajeto. Ficar atento para sons constantes e temporários.
2- Identificar a localização geográfica do Colégio Estadual Vital Brasil tendo como ponto de referência o Edifício Santana, o supermercado Angeloni, a loja Rudnick, o shopping Avenida Center e o posto de gasolina.
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Concluindo o Trabalho de Campo nº 1...
Vamos agora conversar sobre as observações e registros realizados
pelos grupos e confeccionar um mural com o título “Como percebemos as
paisagens dos arredores/entorno do Colégio Estadual Vital Brasil”. Tragam
fotos comentadas para esta atividade.
Respondendo...
1- Você já utilizou o google earth e/ou google maps?
2- Caso sua resposta tenha sido sim, para quê?
3- Ainda se sim, com que frequência você o utiliza?
4- A quem interessaria este programa?
Apresentando o Google Earth...
O Google Earth é um programa de computador interativo desenvolvido
e distribuído gratuitamente via internet pela empresa multinacional de serviços
online e software dos Estados Unidos denominada Google.
Nesta aula você aprenderá a:
1º. Navegar pelo globo virtual interativo deslocando-o para todas as
direções.
2º. Identificar os pontos cardeais padronizados, ver o movimento de rotação e verificar para qual direção a Terra gira.
3º. Clicar no ícone “mostrar a luz do Sol na paisagem” e usar o regulador de tempo para definir a hora do dia. Clicar para mover-se ao redor.
4º. Digitar no campo de pesquisa América do Sul e depois Brasil. Mostrar que esta movimentação de aproximação significa diferentes resoluções e escalas.
5º. Navegar por outras localidades relacionadas ao seu espaço de vivência para visualizar detalhes, altitude, entre outras informações.
O Google Earth permite que você viaje pelo mundo por meio de um globo virtual e
visualize imagens, mapas, terrenos, construções em 3D e muito mais via satélite.
Com o rico conteúdo geográfico do Google Earth, você pode ter uma experiência
muito mais realista de visualização do mundo. Você pode voar até o seu lugar
favorito, procurar empresas e até mesmo navegar pelas rotas. Você decide!
Fonte: https://support.google.com/earth/answer/176145?hl=pt-BR&ref_topic=2376010. Acesso em 21/10/2013.
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Aula no Laboratório de Informática
Neste primeiro momento de interação com o software você terá a
oportunidade de reconhecer e localizar os lugares nos quais estuda e reside,
bem como, percorrer, virtualmente, o trajeto de sua casa até o colégio e vice-
versa.
Figura 3: Imagem parcial do planeta Terra Fonte: Google earth. Acesso em 14/11/13.
Figura 4: Imagem do Paraná na porção meridional do Brasil. Fonte: Google earth. Acesso em 14/11/13.
Figura 5: Imagem área urbana de Maringá Fonte: Google earth. Acesso em 14/11/13.
Figura 6: Imagem dos arredores do Colégio Estadual Vital Brasil. Fonte: Google earth.
Acesso em 14/11/13
Figura 7: Imagem do Col. Est. Vital Brasil no street view. Fonte: Google earth. Acesso em 14/11/13.
Figura 8: Mapa dos arredores do Colégio Estadual Vital Brasil. Fonte: Google earth. Acesso em 14/11/13.
O controle de navegação encontra-se na lateral direita do software. Nele você poderá se locomover conforme os pontos de orientação, visualizar, mover para onde quiser e aplicar o zoom para aproximar e distanciar (visão geral para o específico e vice-versa). Ao aproximar com o zoom de um determinado local há uma possibilidade de aparecer o ícone pegman (menino amarelo). Arraste o pegman e tenha uma visão das imagens das ruas em 360º podendo navegar por elas, se estiver disponível o street view.
Figura 9: Controle de navegação do google earth.
Fonte: Google Earth Acesso em 14/11/13.
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Anotando no Laboratório de Informática...
1- Os mapas fotográficos do google utiliza primordialmente três fontes:
satélite, aviões e carro. As imagens de satélite e do street view
estão sendo disponibilizadas em tempo real? Por quê?
2- Todas as figuras (imagens e mapas) referem-se ao mesmo lugar?
Explique.
3- Utilizar o street view para caminhar novamente pelo mesmo trajeto
realizado na aula de campo, mas agora virtualmente. Enquanto que
na aula de campo você fez observação direta, aqui você fará
indireta. Para isto, escreva as diferenças e semelhanças com o que
vimos in loco e os motivos delas existirem.
4- Verificar os limites/fronteiras do espaço urbano e rural. Localizar as
principais rodovias que passam por Maringá. Você transita por
alguma delas para chegar até a escola? Qual?
5- Após identificar-se com as ferramentas necessárias para delinear
um caminho, faça o caminho que você percorre casa-escola. Salve
para impressão. Cole abaixo.
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O TERRITÓRIO PARANAENSE
Ouvindo música e dialogando...
Ouça a música “Nas asas da Juriti” do grupo Gralha Azul, observe com
atenção a letra que segue e, em seguida, responda as questões propostas.
Pé vermelho é o nome dado as pessoas nativas de toda a área do norte do nosso estado, entre o rio Itararé, Paranapanema e Paraná. Esta região possui um solo avermelhado e muito fértil, antes era ocupada pela cafeicultura e atualmente pela policultura, pecuária, usina de açúcar e álcool, agroindústrias, etc.
Juriti é uma designação comum a várias espécies de aves columbídeas (parecida com pomba).
Nas Asas da Juriti
Paulo César de Oliveira
Subindo a serra vindo de Paranaguá,
no Marumbi as nuvens eu pude tocar,
em Curitiba entre as flores eu garrei a imaginar,
como é lindo esse meu Paraná,
como é lindo esse meu Paraná,
Em Ponta Grossa me bateu a emoção,
por Vila Velha coisa do meu coração,
em Maringá por entre o verde eu garrei a imaginar,
como é lindo esse meu Paraná,
como é lindo esse meu Paraná,
Singrando as águas do meu rio Paraná,
do Ivaí, do Tibagi, do Ipanema,
no Iguaçu nas Cataratas eu garrei a imaginar,
como é lindo esse meu Paraná,
como é lindo esse meu Paraná,
Em Cascavel voando sobre as plantações,
tapete verde colorindo as estações,
lá em Londrina namorando no Igapó,
um pé vermelho jamais se senti tão só,
Volto pra casa nas asas da juriti,
e vou pousar em Paranavaí.
De que maneira a música faz você viajar pelo seu território? Existem outras formas de circular por ele?
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Interpretando...
1- Quais as cidades citadas nos versos desta canção? Localize-as,
com o auxílio do Atlas, no mapa do estado do Paraná.
2- Também no mapa, escreva o nome dos rios citados na música.
Figura 10: Mapa do Paraná. Fonte: Adaptação da autora baseado no site http://d-
maps.com/carte.php?num_car=16176&lang=es. Acesso em 10/11/2013.
3- O compositor da música é considerado um pé vermelho? Por quê?
4- Qual é o sentido do título da música? Que outro nome ou título você
daria a esta música? Por quê?
5- Pesquise e escreva um breve comentário sobre as cidades citadas
na música “Nas asas da Juriti”.
PARANÁ Sigla: PR Capital: Curitiba Área: 199.307 km² População: 10.444.526 hab. Municípios: 399 Densidade demográfica: 52 hab./km² População urbana: 85% População rural: 15%
Fonte: Dados do IBGE – Censo Demográfico 2010.
As 10 cidades mais populosas do PR Curitiba: 1.751.907 hab.
Londrina: 506.701 hab. Maringá: 357.077 hab.
Ponta Grossa: 311.611 hab. Cascavel: 286.205 hab.
São José dos Pinhais: 264.210 hab. Foz do Iguaçu: 256.088 hab.
Colombo: 212.967 hab. Guarapuava: 167.328 hab. Paranaguá: 140.469 hab.
Fonte: Dados do IBGE - Censo demográfico 2010.
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Definindo...
O conceito de território está relacionado à ideia de espaço e poder, ou
seja, só existe território se houver ação de um poder (domínio ou posse pelo
homem) numa determinada área espacial. Portanto, para obter o poder de um
espaço é preciso ter além do espaço, as regras ou leis e suas respectivas
fronteiras. A ação de um grupo gera de imediato a delimitação no espaço
dominado. Vários aspectos tornam o território mais coeso, como por exemplo:
língua, fronteira, raça, cultura, sentimento com o lugar, Estado, grupos, redes,
regras, símbolos, entre outros.
Figura 11: Sistematização do conceito de território.
Fonte: Adaptação da autora baseado em Cavalcanti apud Lopes (2012, p 31).
Dialogando...
1- Quem estabelece e exerce o poder nos diferentes territórios que você percorre no trecho casa-escola?
2- Como você percebe as relações de poder nos arredores da escola?
3- Localizem no mapa do Paraná (fig. 10) os limites deste estado com
suas respectivas direções cardeais e colaterais.
Lembre-se de que existem diferentes tipos de territórios num mesmo espaço. São os múltiplos poderes e múltiplos territórios.
Coeso - firmemente unido, ligado ou associado.
O Estado ainda é a mais organizada e complexa instituição de poder, mas não é a única. Há outros poderes que constituem o espaço. Você identifica algum?
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A IMPORTÂNCIA DAS RODOVIAS NA FORMAÇÃO E
INTEGRAÇÃO DO ESPAÇO TERRITORIAL
PARANAENSE
Aula de Campo nº 2
A presença da BR-376 na área urbana de Maringá
O segundo trabalho de campo que realizaremos será na rodovia BR-
376 que está localizada próxima ao Colégio Estadual Vital Brasil. Antes, de
sairmos para essa atividade, vamos distribuir as atribuições aos grupos para
uma realização satisfatória. Nosso objetivo é refletir a respeito dos impactos
positivos e negativos que as rodovias proporcionam à dinâmica das cidades e,
mais amplamente, sua importância no processo de integração dos territórios.
Para atingir essas metas faremos observação, fotografias respeitando
o direito alheio e entrevistas aos usuários desta rodovia. Por ser um local de
maior movimento, precisamos estar sempre juntos nos grupos pré-
estabelecidos, cumprindo as regras do professor responsável para que nossa
aula de campo seja proveitosa.
As orientações são as mesmas da primeira aula de campo. Porém,
agora iremos trabalhar em grupo, acompanhado de um educador, pois ele nos
auxiliará na realização das entrevistas. A observação das diferentes paisagens
e territórios é fundamental para posterior análise e conclusão do trabalho de
campo. Registre com fotos o que achar interessante, mas lembre-se de
respeitar o direito alheio.
Após sorteio do grupo, junte-se a ele para realizar a observação,
entrevistas e registros das atividades de campo, conforme instruções abaixo.
Anote também algum acontecimento relevante, ou mesmo suas impressões
pessoais, no que se refere aos diversos aspectos que compõem as paisagens:
visual, sonoro, odorífero, etc.
É preciso se adaptar ao território que você está situado? Por quê?
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Concluindo o Trabalho de Campo nº 2...
1. De posse dos dados coletados nas entrevistas os tabularemos
através de uma dinâmica de grupo. Cada grupo, num total de oito,
tabulará as respostas de uma questão e apresentará para a turma.
Após a apresentação dos grupos realizaremos uma discussão
sobre “os impactos positivos e negativos da rodovia na área urbana
do município de Maringá”.
2. No espaço abaixo cole uma imagem da Av. Colombo e elabore um
comentário sobre as relações de poder que há neste espaço.
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Entrevista (tipo B)
Motorista
Ao dirigir pela Av. Colombo fale sobre as:
a) vantagens –
b) desvantagens –
Morador
Quais os impactos de residir nas imediações da Av. Colombo?
a) positivos –
b) negativos –
Entrevista (tipo A)
Pedestre
Ao transitar pela Av. Colombo fale sobre as:
a) vantagens –
b) desvantagens –
Comerciante
Fale sobre os impactos para o comércio e para o trânsito a presença de Rodovia nesta área da cidade?
a) positivos –
b) negativos –
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Anotando no Laboratório de Informática...
Neste segundo momento de interação com o software no Laboratório
de Informática você deverá reconhecer e localizar o lugar onde realizamos
nossa aula de campo nº 2 e, a partir desta avenida, perceber a interligação e
conexões com outras rodovias de diferentes espaços do território paranaenses.
Ao navegar pelo território paranaense observar que as rodovias trazem grande
progresso e impactos negativos na dinâmica socioeconômica do Paraná.
1- Localize o trecho percorrido na aula de campo nº 2 e descreva a
paisagem observada indiretamente. Ex. as edificações.
2- Que territórios percebemos ao longo da Av. Colombo? Explique.
Figura 12: Imagem parcial da Av. Colombo – BR-376 no perímetro urbano de Maringá. Fonte: Google earth. Acesso em 19/11/13
3- Acompanhe a Av. Colombo – BR-376 e sua ligação com outras rodovias do território paranaense e brasileiro. Observe que as rodovias do Paraná servem de passagem obrigatória entre o Sul e as outras regiões do Brasil.
Figura 13: Imagem do estado do Paraná com o traçado das principais rodovias. Fonte: Google earth. Acesso em 20/11/13.
4- Escolha e acompanhe uma das principais rodovias paranaense e caracterize o espaço ocupado no seu entorno. Anote, no mínimo, dez aspectos que pode perceber.
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5- Observe as imagens abaixo e escreva sobre suas semelhanças e diferenças considerando o impacto das rodovias na zona urbana.
Figura 14: Imagem do município de Mandaguari Fonte: Google earth. Acesso em 20/11/13.
Figura 15: Imagem do município de Ponta Grossa. Fonte: Google earth. Acesso em
20/11/13
6- Observe as figuras que seguem e responda:
a) Na figura 16, qual foi à influência das rodovias no desenvolvimento e crescimento urbano do município.
b) Na figura 17, quais municípios estão conurbados? Qual a influência da rodovia neste processo? Comente.
Figura 16: Imagem do município de Campo Mourão Fonte: Google earth. Acesso em
20/11/13.
Figura 17: Imagem da região metropolitana de Londrina Fonte: Google earth. Acesso em 20/11/13.
7- Através da ferramenta zoom descubra as diferentes características físicas das rodovias (ex. pavimentadas, multi faixas ou duplicadas). Por que ocorrem essas diferenças?
8- O que você observa nas paisagens das figuras 18 e 19?
Figura 18: Imagem do entroncamento rodoviário da BR 277 e a BR 376. Fonte: Google earth. Acesso em 21/11/13.
Figura 19: Imagem de praça de pedágio próxima à Curitiba (BR 277). Fonte: Google Earth em 21/11/13.
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PERFIL DE ELEVAÇÃO
Explore as elevações de um caminho específico por meio do Perfil de elevação. Para
começar, trace um caminho ou abra um existente. Após escolher um caminho no painel
"Lugares", há duas maneiras de ver o Perfil de elevação dele. Vá até Editar > Mostrar
perfil de elevação ou clique com o botão direito do mouse no seu caminho no painel
"Lugares" e selecione Mostrar perfil de elevação. Um Perfil de elevação aparece na
metade inferior do visualizador em 3D, conforme mostrado abaixo no caminho de
Curitiba-Paranaguá.
Figura 20: Imagem do caminho de Curitiba–Paranaguá. Fonte: Google earth. Acesso em 19/11/13
O eixo Y do gráfico mostra a elevação e o eixo X do gráfico mostra a distância. Ao mover
o cursor pelas diversas partes do Perfil de elevação, a seta vermelha se movimenta pelo
seu caminho e exibe a elevação (lado esquerdo da seta) e a distância acumulada (acima
da seta). O número em % exibido representa a % de inclinação ou declive. Você ainda
pode clicar em “reproduzir passeio” e percorrer todo o caminho selecionado, numa
simulação de sobrevôo, com possibilidade de salvar o passeio.
Fonte: https://support.google.com/earth/answer/181393?hl=pt-BR&ref_topic=2376756 Acesso
em 19/11/13. Adaptado pela autora.
1- Observe a figura 20 e responda: qual é a distância entre Curitiba e Paranaguá (primeiros núcleos urbanos do Paraná)? Qual é a altitude de cada cidade? Identifique a forma de paisagem natural que há entre essas cidades.
2- Escolha uma rodovia do Paraná e planeje uma viagem. Trace a rota no google earth ou maps e, em seguida, responda: Quais cidades você percorreu? Quais tipos de paisagens observou? Qual a distância percorrida? Trace e copie o perfil de elevação.
21
Lendo...
HISTÓRIA DAS RODOVIAS DO ESTADO DO PARANÁ
A abertura de estradas no Paraná está vinculada à história da ocupação e do povoamento do território brasileiro, iniciada no século XVI. Dos caminhos indígenas e
coloniais, terrestres e marítimos, aos primeiros planejamentos privados e públicos voltados a criar condições de comunicação e a garantir a unidade geopolítica do imenso espaço redescoberto pelos europeus, foi um longo progresso.
Nos séculos XVIII, XIX e XX, a economia paranaense era baseada principalmente na produção e comercialização da erva-mate, madeira e pecuária, tinha como principais meios de comunicação as ferrovias e as estradas carroçáveis. Essas vias constituíam uma forma de atender à circulação de riquezas, já que o governo
não apresentava condições de investir no prolongamento das vias férreas. As estradas de rodagem, ligando as zonas mais povoadas e as zonas produtoras às estradas ferroviárias, passavam por Guarapuava, Palmeira, Lapa,
Bocaiúva do Sul, Jacarezinho, Colônia Mineira e
Vila do Piraí. [...]
Desde 1900 as terras ocupadas do norte do Estado, por falta de vias de comunicação, mantinham estreito comércio com São Paulo, em detrimento da capital e do desenvolvimento do comércio paranaense.
Na década de 1920, o processo de construção de estradas era bastante precário. A construção era manual, feita com pá, picareta, broca, marrão. A única máquina disponível era o rolo compressor a vapor. O transporte do material escavado era feito
em galeota, tracionada por muares.
A partir de 1927, com a expansão do rodoviarismo em todo o país, o 5º Batalhão do Exército, sediado na capital, contribuía para a construção de estradas em diferentes localidades. A Estrada da Ribeira, foi a primeira a ser construída para passagem de automóveis e caminhões é parte integrante da Rodovia Getúlio Vargas, que faz a ligação Rio de Janeiro–São Paulo–Curitiba–Lages–Porto Alegre. [...]
Mas, a principal obra da década de 1930, foi a Estrada do Cerne atual PR-090, que
na época foi considerada como “a maior rodovia que se construiu no Paraná em todos os tempos, servindo a uma das zonas mais ricas e de intensa produção do Paraná e do país”. A rodovia parte de Curitiba em sentido noroeste, atravessa os três planaltos e alcança o norte do Estado do Paraná, nas barrancas do rio Paranapanema, como ligação daquela região ao Porto de Paranaguá. O objetivo dessa estrada era proporcionar o fluxo da produção cafeeira, facilitando o acesso direto do norte do Estado ao Porto de
Paranaguá. [...] A execução da obra que demandou vários anos foi concluída em 1940, e durante vinte anos constituiu o principal corredor de escoamento da produção cafeeira do norte do Estado, que a partir daí exportaria prioritariamente pelo Porto de Paranaguá.
Caminho de Peabiru foi
aberto pelos indígenas antes
da chegada dos europeus,
ligava o Peru, atravessando
o Paraná no sentido oeste-
leste, até São Paulo, e tinha
aprox. 2500 km.
No período colonial a busca
contínua pelo ouro fez os
mineradores transpor a Serra do
Mar abrindo os caminhos que
ligavam o litoral ao Primeiro
Planalto – o Caminho da Gra-
ciosa, do Itupava e do Arraial.
Do início do séc. XVIII até fins
do séc. XIX, o Caminho de
Viamão ligava o Rio Grande do
Sul à feira paulista de Sorocaba
(SP) e foi utilizado pelos tropei-
ros que levavam gado para abas-
tecer a zona mineradora de MG.
Em 1885, é inaugurada a primeira ferrovia construída no Paraná. Considerada uma obra-prima com mais de 30 pontes e viadutos e 14 túneis escavados na rocha. Possui 110 km de extensão e liga Curitiba a Paranaguá. A estrada garantiu o escoamento da madeira, intensificando a exploração do pinheiro-do-paraná. O número de serrarias, consequentemente, aumentou.
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Nesse período, foi também revestido de paralelepípedos um quilômetro da estrada
Curitiba–Antonina no trecho da serra do mar. [...] Paralelamente a essa estrada, o Exército realizou a ligação interestadual entre Curitiba–Joinville, que dispunha de uma obra inicial de apenas 15 quilômetros. Como a estrada de Curitiba - São José dos Pinhais já estava macadamizada, fez-se a ligação entre São José dos Pinhais - Joinville.
Em 1941 o Ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra extingue o Batalhão Rodoviário, delegando ao Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - DNER a função de construir estradas. Mesmo assim, o exército colaborou na construção da ligação entre
Ponta Grossa–Foz do Iguaçu. A obra que fez parte do Programa “Marcha para o Oeste” teve, entre 1941-1943 liberados ao tráfego os 60 quilômetros iniciais entre Ponta Grossa–Imbituva, e se tornaria os primeiros passos da Rodovia BR-277.
Em 1952 teve início a primeira pavimentação de rodovia no Estado. Foi o trecho de 150 km ligando Londrina–Apucarana e Londrina–Santa Mariana. [...] Em
1960,[...] o Brasil estava preocupado em industrializar-se e construir infraestrutura, com isto o Paraná contava com
8 mil quilômetros de estradas, sendo 181 Km revestidos em asfalto, 24 Km com paralelepípedos, 619 Km com macadame, 1.970 Km com saibro e 3.516 Km em leito natural. A rede municipal atingia 39 mil quilômetros. A obra que causou grande impacto, na década de 1960 foi a
Rodovia do Café. A principal meta do período era pavimentar o trecho Ponta Grossa–Apucarana. Até então, a ligação entre norte e sul do Estado se fazia pela antiga Estrada do Cerne, uma estrada cheia de curvas, estreita e sem pavimentação. [...]
A Rodovia do Xisto, hoje BR-476, era tida como eixo importante para a economia paranaense. O trecho Curitiba–Lapa–São Mateus do Sul foi construído a partir de um
convênio realizado entre o DER e a Petrobrás em 1962. [...] Para a Petrobrás, a importância da rodovia encontrava-se nas grandes reservas de xisto do Paraná, localizadas em São Mateus do Sul. Além de favorecer a indústria do xisto, a rodovia
também favorecia o escoamento de toda a produção agrícola da região sul do Paraná. [...]
A Rodovia dos Cereais, [BR-369], abrangia uma faixa de 20 municípios, além das
regiões situadas na zona de influência, e servia para escoar a imensa produção agrícola, sendo entregues, em 1963, os trechos Maringá–Ourinhos e Uraí–Cornélio Procópio. [...]
A inauguração da Estrada das Praias - PR-407 em 1966, foi a coqueluche dos paranaenses, totalmente asfaltada entre a BR-277 e o Porto de Passagem (atual Caiobá), no terminal do Ferry-Boat. A BR-277, trecho Curitiba-Paranaguá, difere seu traçado de tantas outras que tenham sido até hoje planejados [pois] vence os confrontos da serra. [...]
A rede rodoviária do Paraná, estruturada em três níveis distintos, federal, estadual e municipal, [possui uma extensão de aproximadamente 18 mil km]. Se no passado era fundamental interligar as regiões do estado com abertura de caminhos e estradas, atualmente é necessário garantir a conservação desse patrimônio, investindo na
construção de estradas vicinais e ligações importantes entre núcleos urbanos, mantendo em bom estado as já existentes.
Macadame – No século XIX, as estradas passaram a ser construídas elevadas do solo, com várias camadas de rocha e cascalho (pedra brita) e levemente convexa para maior durabilidade.
Saibro – estrada de terra batida.
Vicinais – estradas que ligam povoações próximas.
Você sabia que as rodovias são as vias de circulação predominantes no espaço paranaense? Você já circulou por algumas dessas vias? Qual (is)? Que trajeto percorreu? Qual motivo da viagem?
Fonte: http://www.der.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=7 Acesso em 10/11/2013. Adaptado.
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Interpretando...
1- Por que a abertura de estradas está associada à história de ocupação e de povoamento do lugar estudado?
2- Quais foram os primeiros caminhos abertos pelo território paranaense?
3- Ao longo de todo percurso do Caminho de Viamão, as tropas trazidas do Sul faziam inúmeras paradas para repouso e engorda dos animais. Nesses pousos formaram-se núcleos de povoamento que posteriormente transformaram-se em cidades. O que significa tropeirismo? Quando ocorreu? Quais cidades surgiram com esta atividade aqui no Paraná?
4- Como era realizada a construção de estradas no início do séc. XX?
5- Qual foi a primeira rodovia pavimentada do estado do Paraná? Quando ocorreu?
6- Cite o nome de algumas rodovias que foram fundamentais para proporcionar a integração do território paranaense.
Lendo e interpretando...
1- Por que o modal (modalidade) ferroviário teve êxito no Brasil e, particularmente, no norte do Paraná?
2- Quais os motivos que determinaram a predominância do sistema rodoviário no Brasil e no Paraná?
Para saber mais...
Até 1930, a Inglaterra tinha muita influência sobre a economia de alguns países, inclusive
do Brasil. O Brasil comprava dela carvão mineral, trilhos, locomotivas, que eram utilizados
para a implantação do sistema de transporte ferroviário brasileiro.
A partir de 1945, o Brasil passou a receber a influência econômica dos Estados Unidos, que
já estavam se destacando na industrialização e exportavam (vendiam para outros países)
automóveis, gasolina e outros equipamentos destinados ao transporte rodoviário.
Ora, os automóveis e outros tipos de veículos precisavam de rodovias para circular.
Iniciou-se, então, a construção de rodovias, que apresentava como vantagem a
possibilidade de se chegar a diferentes destinos sem acompanhar o traçado da linha do
trem. Entretanto, em um país tão grande como o Brasil, a construção dessa via tem alto
custo, assim como o combustível gasto para percorrer longas distâncias. Mas era
exatamente isso que os Estados Unidos queriam – vender os produtos que fabricavam.
[...]
Fonte: BLEY, B. Aprendendo a Geografia do Paraná. 2. ed. Curitiba: Positivo, 2007. p.114.
24
Lendo...
OCUPAÇÃO E POVOAMENTO DO ESTADO DO PARANÁ
No processo de povoamento do estado do Paraná podemos identificar
três fases distintas denominadas de Frentes de Ocupação ou Pioneira.
a) FRENTE TRADICIONAL – séc. XVII
Assim como os outros estados brasileiros,
o Paraná teve seu povoamento no litoral, onde
mineradores paulistas, atraídos pela existência do
ouro de aluvião ocuparam terras do litoral e
posteriormente do Primeiro Planalto. O ouro era escasso e esta frente de
ocupação só ganha força um século depois com o Caminho de Viamão, pelas
atividades tropeiras.
b) FRENTE NORTE OU PAULISTA – séc. XIX
Com o interesse de expandir as fronteiras da atividade cafeeira,
fazendeiros paulistas e mineiros ocuparam as terras do norte do estado. No
início do século XIX, o governo estadual concedeu grandes áreas de terras para
empresas privadas, e em geral estrangeiras, que as lotearam, formando
fazendas, colônias e cidades. Ex. Companhia de Terras Norte do Paraná.
c) FRENTE SUDOESTE OU GAÚCHA – 1ª metade do séc. XX
Até a década de 1940, não havia uma atividade econômica
significativa que levasse a posse e exploração da terra na região do sudoeste
do Paraná, apenas os madeireiros, os ervateiros, os caboclos (estes
preocupados com a agricultura de auto-consumo) e alguns migrantes gaúchos,
que se dedicaram à agropecuária. Após 1940, catarinenses e, principalmente,
gaúchos foram atraídos por grandes extensões de terras aparentemente sem
dono e pela formação de colônias agrícolas através do programa do governo
federal “Rumo ao Oeste”.
Na década de 1960, as três Frentes Ocupação se encontram e põe fim
ao período de colonização do Paraná. Diante disso, os três planaltos estavam
totalmente ocupados, com uma rede urbana bem desenvolvida e um sistema
de transportes que cobria todos os pontos do território.
A Emancipação Política do Paraná ocorreu em 19 de dezembro de 1853, do período colonial, antes disso o Paraná pertencia a Província de São Paulo. Em 1889, com a Proclamação da República, o Paraná e as demais Províncias passaram a categoria de Estados.
Aluvião – depósito de cascalho, areia e argila localizado às margens dos rios.
Província – antiga divisão territorial e administrativa do Brasil Colonial.
Saibro = estrada de terra
batida
As primeiras vilas do Paraná foram: Paranaguá (1648) e Curitiba (1693).
25
Embora a organização político-administrativa do estado do Paraná,
com suas respectivas dimensões territoriais, já estava há muito tempo
consolidada, fazia-se necessário uma integração socioespacial das frentes de
ocupação e povoamento.
Ressaltamos, como causa de isolamento de algumas regiões, à
dimensão do estado, sua estrutura física, a cultura dos povos imigrados e sua
atividade econômica como empecilho à formação de uma unidade regional.
Porém a coesão desse espaço poderia se dar com a efetivação da circulação
de notícias, informações, pessoas e de mercadorias através de um sistema de
construção de estradas que interligasse as diferentes regiões paranaenses.
Atualmente, a integração do território paranaense se faz por políticas
públicas, capitais privados e manifestações culturais que promovem produtos
agropecuários do interior do estado e fortalecem afinidades e interesses de
diferentes localidades. Outro fator a ser considerado, no tocante a estradas, se
faz pela necessidade de duplicação e alargamento das vias já construídas,
além das estratégias de manutenção. Porém, cabe ressaltar que seria muito
oportuna a conclusão da ferroeste – Estrada de Ferro Paraná Oeste S. A. – até
a fronteira com Mato Grosso do Sul, além de um projeto hidroviário para não
sobrecarregar as rodovias, ou seja, em meio à morosidade das políticas
públicas do governo é oportuno pensar em outros modais, pois, cada vez mais,
o tráfego rodoviário se torna insuficiente.
Interpretando...
1- Quais foram as Frentes de Ocupação no estado do Paraná? Qual a principal atividade econômica realizada em cada uma dessas frentes?
2- A renda obtida com a erva-mate permitiu ao Paraná acumular riquezas e contribuiu para tornar-se uma Província. Quando isto ocorreu? Quantos anos faz?
3- Quais fatores foram considerados empecilhos à formação de uma unidade regional no Paraná? Qual seria a solução para sua integração socioespacial?
O desafio ao problema do desenvolvimento regional [estava] condicionado às
iniciativas de integração territorial, principalmente no sentido da capital para o
interior. Defendiam-se as hipóteses de que malhas de transporte seriam a solução.
SALVI, R. F.; ARCHELA, E.; ARCHELA, R. S. Breve descrição da formação do território paranaense. In: FRESCA,
T. M.; SALVI, R. F.; ARCHELA, R. S. (Org.). Dimensões do espaço paranaense. Londrina: UEL, 2002. p. 208.
26
Lendo...
CONCESSÃO DE RODOVIAS NO PARANÁ
Nas últ imas déca das fo i cr iado pelo governo do estado do Paraná o programa Anel de Integração para ampl iar e integrar a infraestrutura de transportes do estado, com invest imentos diretos e em parcer ia com a inic iat iva pr ivada nos s istemas rodoviário, ferroviár io, portuário, aeroportuári o e hidroviár io . A meta é dotar o estado de infraestrutura que permita o bom f luxo de mercadorias e o fác i l deslocamento de pessoas, um dos fatores decis ivos para o sucesso de uma pol ít ica de desenvolv imento estratégico, baseada no fortalec imento do setor agr íco la e na atração de invest imentos industr ia is . A ligação entre rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias confere ao Paraná um sistema da multimodalidade de transporte mais competitivo em relação aos seus parceiros no mercado interno brasilei ro e no Mercosul.
As pr inc ipais rodovias do Paraná estão sob concessão de empresas pr ivadas, que cobram pedágio dos veículos que por elas trafegam.
Fonte: http://pt.scribd.com/doc/3420441/Geografia-Encarte-Geografia-do-Parana Acesso em 16/11/13. Adaptado pela autora.
Figura 21: Rodovias Pedagiadas do Paraná.
Fonte: http://www.emsampa.com.br/pedpr.htm. Acesso em 20/11/13.
27
Anotando...
1- Quais outros modais existentes, além da rodovia, também podem se constituir em vias de fluxos?
2- Quantas e quais empresas privadas partilham os principais trechos rodoviários de nosso estado?
3- Ao observar a imagem abaixo da BR-277, identifique à qual concessionária esta praça de pedágio pertence e o motivo de seu grande porte.
Figura 22: Imagem da praça de pedágio na Mata Atlântica - Serra do Mar - BR 277. Fonte: Google earth. Acesso em 21/11/13.
4- Qual outro título você daria a esta imagem?
Figura 23: Imagem do entroncamento dos modais rodoviário, ferroviário e marítimo em Paranaguá. Fonte: Google earth. Acesso em 21/11/13.
5- Identifique os elementos (paisagem e território) desta figura.
Figura 24: Imagem da fronteira entre os estados do Paraná e de São Paulo Fonte: Google earth. Acesso em 21/11/13.
28
Lendo...
Nomenclaturas das Rodovias
A nomenclatura BR para as rodovias federais
e PR para as do estado do Paraná são definidas
por lei. Essa nomenclatura é seguida de três
algarismos. O 1º algarismo indica a categoria da
rodovia de acordo com a legislação e os outros
dois definem a posição, a partir da orientação
geral da rodovia, relativamente à Capital Federal –
Brasília e aos limites do país.
Rodovias Radiais
Partem da Capital Federal em direção aos
extremos do país. BR-0xx
A numeração dessas rodovias pode variar de
05 a 95, segundo a razão numérica 05 e no sentido
horário. Ex. BR-020, BR-040.
Rodovias Longitudinais
São as rodovias que cortam o país na direção
Norte-Sul. BR-1xx
A numeração varia de 00, no extremo leste do
país, a 50, na Capital, e de 50 a 99 no extremo
oeste, em função a distância da rodovia ao
meridiano da Capital Federal. Ex. BR-101, BR-116.
Rodovias Transversais
São as rodovias que cortam o país na direção
Leste-Oeste. BR-2xx. A numeração varia de 00, no
extremo norte do país, a 50, na Capital, e de 50 a
99 no extremo sul, em função a distância da
rodovia ao meridiano da Capital Federal. Ex. BR-
230, BR-262.
Rodovias Diagonais
Podem apresentar dois modos de orientação:
noroeste-sudeste ou nordeste-sudoeste. BR-3xx
Nas rodovias diagonais sentido NO-SE a
numeração varia segundo números pares, de 00,
no NE do país, a 50 em Brasília, e de 50 a 98 no
extremo SO. Ex. BR-364, BR-319.
Rodovias de Ligação
Apresentam-se em qualquer direção,
geralmente ligando rodovias federais, ou pelo
menos uma rodovia federal a cidades, pontos
importantes ou fronteiras internacionais. BR-4xx
Sua numeração varia de 00 a 50, se a rodovia
estiver ao norte do paralelo de Brasília, e entre 50
e 99, se estiver ao sul da Capital. Ex. BR-464
Fonte: http://www.dnit.gov.br/rodovias/rodovias-federais/nomeclatura-das-rodovias-federais. Acesso em 10/11/2013.
Adaptado pela autora.
Interpretando...
1- Após ler o texto sobre a nomenclatura das rodovias, consulte no
Atlas, o mapa rodoviário do Brasil ou do Paraná e escreva o nome
de algumas rodovias federais que atravessam o nosso estado,
fazendo a distinção por categoria: radial, longitudinal, transversal,
diagonal e/ou de ligação.
Quando há superposição de rodovias, adota o número daquela que tem maior tráfego.
29
Lendo...
CONCLUSÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO PARANÁ
Concluímos que o desenvolvimento do Paraná é desigual e
concentrado. Algumas áreas, denominadas de grandes centros urbanos, detém
a força econômica e com isto atrai um grande número de migrantes. Esse
contingente de pessoas acaba favorecendo ao crescimento desordenado das
cidades, que carentes de infraestrutura, deixam os serviços públicos deficitários
(ex. transporte, saúde, moradia, educação, segurança, entre outros). Em
contrapartida, pequenos municípios ficam desprovidos de capital humano
(trabalhadores) o que ocasiona grande desperdício de suas potencialidades
produtivas.
Portanto, como observamos por meio do estudo dos fluxos rodoviários
temos, por um lado, pequenos municípios com carência de habitantes e sem
estrutura e, por outro lado, os grandes centros urbanos com “excesso de
população” e igualmente sem infraestrutura. Percebemos uma situação de
desigualdade gravíssima entre as diferentes regiões do Paraná, uma vez que a
população carente está inserida também nas áreas mais ricas do estado.
Anotando...
Neste momento que concluímos esta unidade didática, espero que
tenha tido oportunidades de aprender mais sobre o programa do google earth e
o estado do Paraná. Deixamos para você este rico material a fim de que possa
recordar e reler as informações aqui contidas. E para finalizar, observe os
mapas abaixo (figura 25 destaca os municípios mais críticos, ou seja, pobres e
a figura 26 os municípios com maior renda) e compare com a figura 21 das
principais rodovias do Paraná. Em seguida, produza um texto em seu caderno
comentando sobre as rodovias e as diferenças entre as regiões do estado.
Figura 25: Paraná: municípios socialmente críticos. Fonte: IPARDES 1997. http://www.cidadao.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=238. Acesso em 20/11/13. Adaptado pela autora.
Figura 26: Paraná: municípios com maior PIB - 2010. Fonte: IPARDES/IBGE 2010 http://www.ipardes.gov.br/index.php?pg_conteudo=1&cod_conteudo=28 Acesso em 20/11/13. Adaptado pela autora.
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REFERÊNCIAS
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<http://www.cidadao.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=238> Acesso 13/10/2013.
<http://www.der.pr.gov.br/> Acesso em out./nov. 2013
<http://www.dnit.gov.br/> Acesso em out./nov. 2013
<http://www.google.com.br/intl/pt-PT/earth/> Acesso em out./nov.2013
<https://maps.google.com.br/> Acesso em out./ nov.
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