Os 12 Trabalhos de Hércules
Site: http://pt.shvoong.com/books/dictionary/1813667-os-12-trabalhos-h%C3%A9rcules/
Um dos maiores mitos greco-romanos sempre enfrentou perseguição
de Hera, mulher de seu pai, Zeus. Quando era ainda bebê, a madrasta colocou 2
serpentes em seu berço, que ele estrangulou. Quando já homem, foi enfeitiçado por
Hera e teve uma crise de loucura matando a própria mulher e os filhos. Pelo crime
virou servo de Euristeu, que o condenou a executar 12 difíceis tarefas.
1ª - Matar o leão de Neméia, monstro caído da Lua, de quem ele deu cabo e passou a
vestir a sua pele como escudo protetor.
2 ª- Destruir outra monstrenga, a Hidra Lerna, que tinha 7 cabeças e cuspia fogo.
3ª - Capturar a corsa de Gerínia que, por ter patas de bronze, era extremamente veloz.
Acabar com um gigantesco javali selvagem que assolava o monte Erimanto.
5ª - Limpar em 1 só dia as estrebarias do rei Augeas, que estavam atulhadas de
estrume, para isso, ele desviou o curso de um rio, que lavou tudo.
6ª - Acabar com as aves ferozes que habitavam o lago Estinfale e comiam carne
humana.
7ª - Capturar uns touros loucos, que amedrontava os moradores da ilha de Creta.
8ª- Eliminar as éguas antropófagas do rei da Trácia, ele o fez antes dando o próprio rei
como pasto.
9ª - Roubar o cinto de ouro da rainha Hipólita, no país das guerreiras amazonas.
10ª - Capturar os bois selvagens do Gerião, da ilha Eritéia.
11ª - Entrar no fantástico jardim das espécies e roubar as maçãs douradas das ninfas,
tendo que passar pelo gigante Atlas.
12ª - Capturar e levar para o rei o temido cão de 3 cabeças, Cérbero, o guardião dos
portões do inferno. (não foi fácil)
Site: http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/pergunta_286437.shtml
Quais foram os 12 Trabalhos de Hércules?
Foram tarefas que só podiam ser realizadas por alguém com força sobre-humana, como enfrentar uma serpente de várias cabeças. Na mitologia greco-romana, Hércules era filho de uma mortal com Zeus, o chefe dos deuses. Seu nascimento provocou a ira de Hera, a esposa oficial de Zeus, que mandou duas serpentes matarem o recém-nascido. Este, porém, sem grande esforço, estrangulou as cobras, mostrando desde cedo possuir uma força descomunal. Hércules cresceu, mas Hera continuou a persegui-lo e usou seus poderes para provocar um acesso de loucura no herói, que acabou matando a própria
esposa e os filhos. Quando Hércules recuperou a razão, procurou o Oráculo de Delfos - o mais famoso templo de consulta às divindades gregas - para buscar orientação sobre como enfrentar a tragédia.
O Oráculo mandou-o se entregar em servidão a Euristeus, rei da cidade de Micenas, que ordenou a realização das 12 famosas tarefas. "Os 12 trabalhos foram realizados para que Hércules se redimisse das mortes que cometeu e, também, para elevá-lo à condição divina ao fim de sua jornada", diz a historiadora Renata Beleboni, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Após o último trabalho, Hércules se casou com uma mulher chamada Dejanira. Numa viagem, o centauro Néssus tentou violentá-la e o herói o matou. Entretanto, antes de morrer e disposto a se vingar, Néssus disse a Dejanira que seu sangue era um elixir do amor e a aconselhou a guardar um pouco caso o marido deixasse de amá-la. Quando de fato Hércules se apaixonou por outra mulher, Dejanira mandou-lhe um manto com gotas do sangue de Néssus. Ao vesti-lo, o herói sentiu o veneno e percebeu que ia morrer.
Segundo a mitologia, seu corpo humano foi queimado numa pira, mas sua essência ascendeu ao Olimpo - a morada dos deuses. Apesar de tudo ser um mito, alguns historiadores suspeitam que a história de Hércules possa ter sido inspirada num homem real, que seria um poderoso líder escravizado por algum reino grego.
Tarefas colossais
Herói enfrentou vários monstros e teve que limpar um gigantesco estábulo
1 - LEÃO DE NEMÉIA
Um leão gigantesco, quase invulnerável, devastava a região de Neméia, próxima à cidade de Micenas. Hércules tentou matá-lo com sua clava e com seu arco, sem sucesso. Então, encurralou o animal e o estrangulou até a morte. Realizado o primeiro trabalho, o herói tirou a pele do leão e passou a usá-la como manto.
2 - HIDRA DE LERNA
Na cidade de Lerna, vivia uma enorme serpente com nove cabeças, uma delas imortal. Hércules decepou oito cabeças e Iolau, seu sobrinho, queimou as feridas para elas não nascerem mais. A cabeça imortal foi enterrada num buraco fundo. Ao molhar suas flechas no sangue da Hidra, o herói as tornou venenosas.
3 - JAVALI DE ERIMANTO
Um javali aterrorizava as vizinhanças do monte Erimanto, no noroeste da Arcádia. Enorme e feroz, ele matava quem cruzasse seu caminho. A tarefa era capturá-lo vivo. O animal foi cercado e, quando se cansou, foi dominado por Hércules.
4 - CORÇA CERINÉIA
No monte Cerineu - também próximo da região da Arcádia - havia uma corça com chifres de ouro e pés de bronze. Ela era muito veloz e tinha que ser capturada viva. Hércules a perseguiu por um ano até os confins do mundo conhecido. Finalmente a capturou durante a travessia de um rio.
5 - AVES DO ESTÍNFALE
Num bosque às margens do lago Estínfale, no norte da Arcádia, escondiam-se aves que, além de devorar as colheitas da região, também atacavam os homens. Para matá-las, Hércules primeiro usou um címbalo (antigo instrumento de cordas) para atraí-las. Assim que as aves saíram do bosque, o herói pôde atingi-las com suas flechas venenosas.
6 - CAVALARIÇAS DE ÁUGIAS
Áugias, rei da Élida, região a oeste da Arcádia, tinha grandes rebanhos de cavalos (ou gado, conforme a versão), mas não cuidava de seus estábulos, que acumularam uma colossal quantidade de estrume ao longo dos anos. Hércules conseguiu lavá-los num só dia, usando a água de dois rios, cujos cursos desviou com sua força.
7 - TOURO DE CRETA
Por vingança, Poseidon, deus do mar, havia deixado louco um lindo touro pertencente ao rei de Creta, uma ilha grega. O animal devastava os campos da região e Hércules foi até lá para dominá-lo. Após controlar o touro, o herói precisou nadar de Creta até o continente levando a fera consigo.
8 - ÉGUAS DE DIOMEDES
Diomedes - filho de Ares, deus da guerra - vivia na Trácia (região hoje pertencente à Turquia e à Bulgária). Ele tinha quatro éguas ferozes e carnívoras, que alimentava com os estrangeiros que apareciam em suas terras. Hércules capturou as éguas e, notando que elas estavam famintas, serviu-lhes Diomedes como refeição.
9 - CINTO DE HIPÓLITA
Hipólita era rainha das amazonas, tribo de mulheres guerreiras que viviam perto do mar Negro. Ela tinha um belo cinto, desejado pela filha de Euristeus. A mando do rei, Hércules convenceu Hipólita a lhe entregar o objeto, mas Hera incitou as amazonas à guerra e o herói teve que matar a rainha.
10 - BOIS DE GÉRION
Gérion, um gigante de três cabeças, vivia na ilha de Erítia (possivelmente perto de Cádiz, no sul da Espanha) e possuía um numeroso rebanho de bois. Os animais eram guardados por um pastor monstruoso, Eurítion, e seu cão, ambos com diversas cabeças. Após matar a dupla, Hércules acabou com Gérion, usando sua clava, e entregou os bois a Euristeus.
11 - POMOS DE OURO
As maçãs de ouro ficavam num jardim desconhecido e Hércules vagou o mundo atrás delas. Segundo alguns textos mitológicos, quem finalmente encontrou os pomos para o herói foi Atlas - que havia recebido de Zeus o castigo de carregar o mundo nas costas. Enquanto Atlas foi atrás das maçãs, Hércules sustentou o mundo em seu lugar.
12 - GUARDIÃO DO HADES
Cérbero, um cão de três cabeças e cauda em forma de serpente, guardava a entrada do Hades, o mundo subterrâneo, permitindo a entrada de todos, mas não deixando ninguém sair. Hércules o capturou e, após mostrar Cérbero a Euristeus, devolveu o cão guardião ao inferno.
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S E G U N D A - F E I R A , O U T U B R O 1 2
Os 12 Trabalhos de Hércules - 1º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
é um trabalho conjunto elaborado
por
Onda Encantada (Difusão da Alma)
Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
Escolhemos abordar os seguintes temas
Mitologia, Astrologia e Tarot
1º Trabalho
“A Captura das Éguas Antropófagas”
O aprendizado sobre o controle da mente
Mitologia
Diomedes, filho de Marte, governava uma terra de pântanos onde
criava os cavalos e as éguas para a guerra. Os cavalos eram
selvagens e as éguas eram ferozes, diante dos quais os homens
tremiam, pois elas matavam todos os que cruzassem seu caminho e
procriavam sem cessar cavalos extremamente selvagens e perversos.
Hércules recebeu a tarefa de capturar as malignas éguas e dar um
fim às suas atrocidades. Por isso, Hércules chamou seu inseparável
amigo, Abderis.
Após planear seus actos cuidadosamente, os dois seguiram os
cavalos soltos pelos pântanos da região e, finalmente, encurralaram
as éguas bravias num campo onde não havia espaço para que se
movessem. Lá ele agarrou-as e acorrentou-as e deu gritos de alegria
pelo sucesso alcançado.
Tão feliz se sentia que julgou indigno de si conduzir as éguas até
Diodemes e para isso chamou Abderis, deu-lhe a tarefa e seguiu
adiante. Mas Abderis era fraco e teve medo. Não conseguiu conter as
éguas que se voltaram contra ele e mataram-no, fugindo em seguida.
Hércules retornou à sua tarefa, mais sábio, presa da dor, humilde e
abatido. Procurou os cavalos por toda a parte, deixando o amigo
morto no chão. Prendeu novamente os cavalos e conduziu-os ele
mesmo. Mas Abderis estava morto. Os cavalos foram conduzidos para
um lugar de paz para serem domesticados e adestrados e o povo
aclamava Hércules como seu libertador e salvador de sua terra. Mas
seu amigo estava morto e Hércules sabia que o Primeiro Trabalho
estava feito, mas mal feito.
Sabia que havia uma importante lição a aprender dessa tarefa antes
de prosseguir.
Astrologia
Este primeiro trabalho está associado ao signo de Carneiro.
Carneiro governa a cabeça, portanto é um signo mental. Todos os
começos se originam no plano mental e na mente do criador.
Consequentemente, está claro que em Carneiro começam a correcta
direcção e a correcta orientação de Hércules. O alvo simboliza a
actividade intelectual: o cavalo branco representa a mente iluminada
do homem espiritual e cavalos negros, representam a mente inferior
com as suas ideias falsas e erróneos conceitos humanos.
O significado desta prova está agora muito mais evidente. Hércules tinha
que começar no mundo do pensamento para obter o controlo mental. As
éguas do pensamento vinham produzindo cavalos guerreiros e, através do
pensamento errado, da palavra errada e de ideias erróneas, devastavam os
campos.
Uma das primeiras lições que todo o principiante tem que aprender é o
tremendo poder que ele exerce mentalmente, e a extensão do mal que ele
pode causar no meio que o circunda, através das “éguas reprodutoras da
mente”. Por isso ele tem que aprender o correcto uso da sua mente e a
primeira coisa a fazer é capturar as éguas e providenciar para que não
gerem mais cavalos guerreiros.
Para aquele que pretende seguir o Caminho, basta que dedique um único
dia a observar o pensamento e perceberá que quase todo o tempo, a
maldade, o amor, a fofoca e a crítica estão a ser fertilizadas pelo egoísmo e
ilusão.
Hércules compreendeu o mal que as éguas estavam causando e
correu em socorro das pessoas, determinado a capturá-las; porém ele
superestimou-se quando não percebeu a potência e a força que elas
possuíam, tanto que as entregou a Abderis, o símbolo do eu inferior
pessoal.
Hércules, a alma, e Abderis, a personalidade, juntos eram necessários
para guardar as éguas.
Sozinho, Abderis não tinha força suficiente e por isso foi morto.
Abderis, incapaz de contrariar quem ama, tal como no signo da
Balança, não teve coragem de enfrentar o seu amigo, mostrando o
seu medo, temendo perder o seu Amor.
Com a morte de Abderis, e a necessidade de tratar do seu corpo,
após o cumprimento da sua tarefa (apanhar as éguas), Hércules
defronta-se com o seu orgulho e vaidade e com a aprendizagem dos
limites entre o eu e o outro. Enquanto na Balança, o respeito por si
próprio ao assumir que não seria capaz de tal tarefa, espelha-se no
Carneiro, destemido, que na sua ânsia e coragem de guerreiro, nem
compreende a incapacidade do outro.
Assim funciona a grande lei: pagamos em nossas próprias naturezas o
preço das palavras incorrectamente proferidas e pelas acções mal
julgadas. Assim, uma vez mais, a alma da pessoa de Hércules teve
que lidar com o problema do pensamento erróneo, e somente mais
tarde ele consegue realmente atingir o controlo total dos processos
de pensamento e de sua natureza.
Tarot
O caminho de Hércules pode muito bem ser associado ao caminho do
herói através do Tarot.
Em cada trabalho que Hércules realiza há uma lição de vida a
aprender. Cada passo dado pelo herói é um passo na construção do
seu mundo interior que o levará de volta a estado inicial – a Casa do
Pai.
Em cada trabalho tenta-se recriar um percurso possível neste Mundo
Manifestado e cada um deles terá uma aprendizagem, sumarizada
num único Arcano Maior. Todavia, o interesse reside no percurso feito
para chegar a um fim e não no inverso.
Em cada lição o herói assume uma energia, representada por um Arcano,
mas também um adjuvante na sua história, que o encaminhará para a lição
pretendida.
Hércules está no seu estado inicial, é o Mago com todos os instrumentos e
características necessárias para iniciar a Viagem. A sua primeira prova é
recolher as éguas do filho de Marte e levá-las para um local onde possam
ser domadas. Ao retirar as éguas e cavalos dos pântanos, Hércules, dá o
primeiro passo no domínio do exterior, consegue o pretendido e fica
arrogante. O iniciado muitas vezes, quando começa a ver no exterior os
resultados das suas acções, começa a ficar convencido de que já é capaz de
fazer tudo. Torna-se arrogante e avança por caminhos que o retardarão de
certeza.
Levando a lição para o tarot, podemos ver o Mago a transformar facilmente
no Imperador e, na vez de realizar a tarefa, manda o seu amigo fazê-la. A
energia do Imperador é neste estado ainda muito forte para o herói, ele
ainda não aprendeu a dominar as suas próprias atitudes e, por isso, não
poderá dominar os outros. Antes de chegar ao domínio completo e ao poder
total de si e dos outros, ele precisa de enfrentar outras provas.
O Mago é a ingenuidade, a inexperiência do iniciado, mas é também a sua
Vontade nata, a sua força impulsionadora, a sua acção. Quando a acção do
Mago é bem direccionada, o herói avança de etapa em etapa, respeita as
regras, mostra a sua reverência perante os mistérios e respeita as provas
pelas quais tem de passar. Porém, quando a Vontade do Mago o leva a
exercer o seu poder de forma desenfreada, desregrada e ambiciosa...nada
mais há a fazer do que voltar atrás e fazer tudo de novo.
Por conseguinte, ao agir dessa forma impulsiva e altiva, Hércules acende na
sua Viagem a energia de um Arcano poderoso, a Torre. Hércules é obrigado
a refazer a sua tarefa, pois a morte do seu amigo atinge-o como um raio na
Torre, e da forma mais cruel o herói compreender que ninguém pode fazer a
sua missão. Além disso, compreende agora o percurso que terá de trilhar
até poder chegar ao Imperador. O herói encontra a humildade e com ela o
domínio do seu ego, da sua impulsividade, da acção desconcertada.
A energia mais forte presente nesta lição é a de Marte, senhor da acção,
representante do nosso centro energético solar. Para agir devemos dominar
os pensamentos, as emoções, a intuição e as sensações. Só aí seremos
capazes de agir correctamente, sem a força destruidora das éguas dos
pântanos, só aí o herói as conseguirá domar, mas nunca dominar, só aí se
tornará no Imperador.
A energia adjuvante nesta lição é a Torre. O herói pode prosseguir confiante
nas suas acções, pois quando elas estiverem a levá-lo para longe do seu
caminho, a Torre fulminá-lo-á e encarregar-se-á de o recolocar o trilho
correcto. O perigo da Torre muitas vezes tem a ver com a frequência com
que ela nos surge no caminho, quanto mais a ignorarmos mais forte e
implacável ela se tornará. Como um pai cansado de avisar um filho
negligente no cumprimento das regras, o raio atinge-nos e desmorona a
nossa vida.
«Do Mago ao Imperador há etapas a cumprir. Se o herói se atrever a
ultrapassá-las, a Torre é inevitável!»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 10:00
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Q U A R T A - F E I R A , O U T U B R O 1 4
Os 12 Trabalhos de Hércules - 2º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
é um trabalho conjunto elaborado
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Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
Escolhemos abordar os seguintes temas
Mitologia, Astrologia e Tarot
2º Trabalho
“A Captura do Touro de Creta”
O aprendizado sobre a natureza dos desejos.
Mitologia
Triste e só Hércules segue o seu Caminho para realizar o 2º trabalho.
No horizonte erguia-se a ilha onde vivia o touro que ele deveria capturar. O
touro era guardado por um labirinto que desnorteava os homens mais
audazes: o labirinto de Minos, Rei de Creta, guardião do touro.
Cruzando o oceano até à ilha ensolarada, Hércules iniciou a sua tarefa de
procurar o touro e conduzi-lo ao lugar sagrado onde habitam os homens de
um só olho, os Ciclopes.
De um lugar para o outro ele caçava o touro, seguindo a luz que brilhava na
testa do animal. Sozinho ele perseguiu-o, encurralou, capturou e montou, e
assim guiado pela luz, atravessou o oceano rumo à terra dos Ciclopes que
eram três e chamavam-se Brontes, Esterope e Arges.
É importante observar que Minos, Rei de Creta, o dono do touro sagrado,
possuía também o labirinto no qual o Minotauro vivia, e o labirinto tem sido
sempre símbolo da grande ilusão. A palavra “labirinto e o touro é um
destacado símbolo da grande ilusão. Estava separada do continente, e
ilusão e confusão são características do eu-separado, mas não da alma em
seu próprio plano, onde as realidades grupais e as verdades universais
constituem o seu reino.
Para Hércules, o touro representava o desejo animal, e os muitos aspectos
do desejo no mundo da forma, a totalidade dos quais constitui a grande
ilusão.
O discípulo, tal como Hércules, é uma unidade separada; separada do
continuente, símbolo do grupo, pelo mundo da ilusão e pelo labirinto em
que vive. O touro do desejo tem que ser capturado, domado e perseguido
de um ponto a outra da vida do eu-separado, até ao momento em que o
aspirante possa fazer o que Hércules conseguiu: montar o touro.
Montar um animal significa controlar. O Touro não é sacrificado, ele é
montado e dirigido, sob o domínio do homem.
Astrologia
Este trabalho está associado ao signo de Touro e a Escorpião. A
consumação do trabalho é realizada em Touro, e o resultado da influência
deste signo, é a glorificação da matéria e a subsequente iluminação por seu
intermédio.
Tudo o que actualmente impede a glória, que é a alma, e o esplendor que
emana de Deus dentro da forma, de brilhar em sua plenitude, é a matéria
ou aspecto-forma. Quando esta tiver sido consagrada, purificada e
espiritualizada, então a glória e a luz poderão realmente brilhar através
dela.
Neste trabalho procura-se vencer o desejo, representado pelo dono da ilha,
que tem por alimento a fraqueza daqueles que se perdem, na tentativa de
capturar o Touro ou o corpo e que são comandados pelo ego.
Aqui o trabalho de resgate do submundo (Escorpião), representa as pessoas
que no passado ficaram ligadas ao desejo e que não trabalharam a forma
mas sim a sedução, que não materializaram e se apropriaram das vontades
daqueles igualmente dominados pelo ego e pelo desejo. Ao trazer este
desejo à consciência e dominá-lo é ter o poder de vencer os vícios e as
forças negativas.
Tarot
Depois de uma lição dura e “falhada” como a anterior, o herói vira-se para
dentro de si e vai em busca do seu poder. Para isso o herói terá de
encontrar o touro desenfreado que habita no labirinto e levá-lo para um
lugar sagrado onde habitam os ciclopes, gigantes de um olho só. A analogia
é simples para encontrarmos a nossa percepção devemos trabalhar bem o
nosso poder intuitivo, domá-lo e elevá-lo aos céus. Caso contrário,
estaremos sempre a andar em círculos dentro de um labirinto infindável, de
nós e das nossas ilusões.
O herói torna-se neste trabalho na Alta Sacerdotisa, pois para conseguir
caçar o Touro de Creta ele segue a luz que brilha na testa do animal. A Alta
Sacerdotisa é o lado intuito, a centelha divina que todos somos. Ela é a
guardiã do nosso livro da vida, ela sabe de onde viemos, para onde vamos e
regista tudo o que fazemos, quem a encontra terá acesso a tudo.
A Alta Sacerdotisa ensina ao herói que tudo na vida é duplo, que neste
Plano Manifestado há divisão binária em todas as coisas, até em si próprio.
Para alcançar o seu lado espiritual ele precisa de conhecer o seu lado
animal.
Mas, o objectivo deste trabalho de Hércules é o encontro do Arcano A Lua,
senhora e regente do lado nocturno do Homem. A Lua é a energia da
percepção no seu apogeu. Ela representa o herói que alcançou a terra dos
Ciclopes e que apenas rege a sua vida através do olho da mente.
Não obstante, esta energia pode ser prejudicial ao herói. Quando a Lua não
é dominada, ela própria nos faz andar em círculos, embrenha-nos num
labirinto onde a sua luz nos faz ter uma visão muito pouco clara do
caminho. A tarefa do herói neste arcano é dominar o seu lado animalesco e
passar a prova, deixar de agir de forma impulsiva, advenha ela de um ego
descontrolado ou de uma percepção mal domada.
Portanto, neste trabalho para alcançar a energia da Lua de forma correcta,
o herói tem de passar pelo Diabo primeiro, pois ele terá de compreender a
natureza das coisas. O Diabo é o confronto connosco, com os nossos
desejos, com as nossas ambições, com a utilidade que damos à nossa
percepção. A alta Sacerdotisa coloca o herói frente à besta e numa luta
interminável, o herói acaba por a conseguir montar.
Neste trabalho, porém, parece que Hércules conseguiu de forma muito
simples montar o animal e a pergunta que nos será obrigatório colocar é
«Estará esse animal bruto em nós algum dia dominado? Seremos nós que o
montamos sempre ou haverá alturas em que ele nos monta a nós?»
«Para alcançar a luz da Lua o herói precisa de ir conhecer a escuridão do
Diabo. Para sair da escuridão, o herói precisa de aceder à luz, usando da
sua criatividade.»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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S E X T A - F E I R A , O U T U B R O 1 6
Os 12 Trabalhos de Hércules - 3º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
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Mitologia, Astrologia e Tarot
3º Trabalho
“Os pomos de ouro de Hespérides”
O conhecimento de si próprio
Num longínquo país crescia a árvore sagrada, a árvore da sabedoria, que
produzia as maçãs de ouro de Hespérides. Esse frutos eram desejados por
todos os filhos dos homens que se reconheciam igualmente como filhos de
Deus. Havia duas coisas que Hércules sabia sobre a árvore sagrada: que ela
era carinhosamente cuidada por três belas donzelas e que um dragão de
cem cabeças protegia as donzelas e a árvore.
Hércules pôs-se a caminho, cheio de confiança, seguro de si, de sua
sabedoria e de sua força. Seguiu em direcção ao norte e percorreu a terra à
procura da árvore sagrada, mas não a encontrou. Perguntava a todos os
homens que encontrava, mas nenhum pode guiá-lo no caminho; nenhum
conhecia o lugar.
O tempo passava e ele ainda procurava, vagando de um lado para o outro,
frequentemente retornando sobre os próprios passos. Triste e
desencorajado, ainda assim procurava por toda a parte. Não encontrando a
árvore sagrada no caminho do norte, Hércules partiu para o sul e, no lugar
da escuridão, continuou na sua busca. Sonhou com um rápido sucesso, mas
Anteu, a serpente, atravessou-lhe o caminho e lutou com ele, vencendo-o a
cada investida. “Ela guarda a árvore”, disse Hércules, “isto me disseram,
portanto a árvore deve estar por perto. Preciso derrubar sua guarda e
assim, destruindo-a, vencê-la e arrancar os frutos.”
Contudo, lutando com todas as forças, ele não as vencia. “Onde está o meu
erro?” dizia Hércules. “Por que Anteu pode vencer-me? Mesmo quando
criança destruí uma serpente em meu berço. Com as minhas próprias mãos
a estrangulei. Porque fracasso agora?”
Lutando novamente com todo o seu poder, ele agarrou a serpente em suas
mãos e levantou-a no ar, longe do chão. E conseguiu realizar seu intento.
Feliz, confiante, seguro de si e com nova coragem, Hércules continuou em
sua busca. Agora se voltou para o ocidente, e tomando essa direcção,
encontrou o fracasso. Atirou-se ao terceiro grande teste sem pensar e por
muito tempo o fracasso atrasou seus passos.
Lá ele encontrou Busiris, o grande arqui-enganador, filho das águas e
parente de Poseidon. Seu trabalho é trazer a ilusão aos filhos dos homens
através de palavras de aparente sabedoria. Ele afirma conhecer a verdade e
rapidamente eles acreditam. Ele diz belas palavras: “Eu sou o mestre. A
mim é dado o conhecimento da verdade, aceita o meu modo de vida. Só eu
sei, ninguém mais. Minha verdade é correcta. Qualquer outra verdade é
errónea e falsa. Fica comigo e salva-te.” E Hércules obedeceu: e a cada dia
enfraquecia em seu anterior caminho, a sua vontade estava minada. Ele
amava Busiris e aceitava tudo o que ele dizia, tornando-se cada vez mais
fraco, até que chegou o dia que o seu amado mestre o amarrou a um altar e
lá o manteve um ano inteiro.
Repentinamente, um dia, quando lutava por se libertar, e lentamente
começava a perceber quem Busiris realmente era, palavras que ouvira há
muito tempo vieram-lhe à mente: “A verdade está dentro de ti mesmo. . No
teu interior há um poder mais elevado, força e sabedoria. Volta-te para o
teu interior e evoca a força que existe, o poder que é a herança de todos os
homens que são filhos de Deus.”
Com a força que é a força de todos os filhos de Deus, ele rompeu as
amarras, agarrou o falso mestre e prendeu-o no altar em seu lugar.
Não disse uma palavras, apelas deixou-o lá para que aprendesse. Mais
contido, embora cheio de indagações Hércules percorreu longas distâncias
sem rumo certo, prosseguindo em sua busca.
Aprendera muito durante o ano que passara preso ao altar e agora percorria
o Caminho com maior sabedoria. Por todos os caminhos a busca prosseguiu;
de norte a sul e de leste a oeste foi procurada a árvore, mas não
encontrada. Até que um dia, esgotado pelo medo e pela longa viagem, ele
ouviu, de um peregrino que passava no caminho, rumores de que, perto de
uma montanha distante a árvore seria encontrada, a primeira afirmação
verdadeira que lhe fora feita até então.
Assim, ele retrocedeu sobre seus passos em direcção às altas montanhas do
leste, e num certo dia, brilhante e ensolarado, ele viu o objecto da sua
busca e então apressou o passo. “Agora tocarei a árvore sagrada”, gritou
alegre, “montarei o dragão que a guarda; e verei as belas renomadas
virgens, e colherei as maçãs.”
Mas novamente foi detido por um sentimento de profunda tristeza. À sua
frente estava Atlas, cambaleante sob o peso dos mundos às suas costas.
Sua face estava vincada pelo sofrimento; seus membros vergados pela dor;
seus olhos cerrados em agonia; ele não pedia auxílio; ele não viu Hércules;
apenas lá estava, curvado pela dor, pelo peso dos mundos. Trémulo,
Hércules observava e avaliava o quanto havia de peso e de dor. E esqueceu
sua busca.
A árvore sagrada e as maçãs desapareceram de sua mente; ele só pensava
em como ajudar o gigante rapidamente. Correu para ele e animadamente
retirou a carga dos ombros de seu irmão, passou-a para suas próprias
costas, aguentando ele mesmo a carga dos mundos. Cerrou os olhos,
enrijecendo os músculos sob o esforço e então eis que a carga se
desprendeu e lá estava ele livre, como Atlas.
Diante dele, as mãos estendidas num gesto de amor, o gigante ofereceu a
Hércules as maçãs de ouro. Era o fim da busca. As virgens trouxeram mais
maçãs de ouro e também as depositaram em suas mãos e Aegle, a bela
virgem que é a glória do sol poente, disse-lhe: “O Caminho que traz a nós é
sempre marcado pelo serviço. Actos de amor são sinalizações do Caminho.”
Então Eritéia, a guardiã do portão que todos devem atravessar antes de se
apresentarem diante do Criador, deu-lhe uma maçã na qual estava inscrita
em luz a palavra de ouro SERVIÇO. “Lembra-te disto” disse ela “jamais te
esqueças.” Por ultimo veio Héspero, a maravilha da estrela vespertina, que
com clareza e amor disse: “Vai e serve, e a partir de hoje e para sempre,
palmilha o caminho de todos os servidores do mundo.” “Então eu devolvo
estas maçãs para aqueles que virão”, disse Hércules, e retomou ao lugar de
onde viera. Então ele ouviu a voz de seu Mestre, que lhe falava pela
primeira vez desde que iniciara o Caminho: “Não houve retardamento. A
regra que acelera todo o sucesso na senda escolhida é Aprender a servir”.
Astrologia
Este trabalho, no signo de Gémeos e Sagitário, é relacionado com o
trabalho activo do aspirante no plano físico à proporção que ele chega a
uma compreensão de si mesmo. Antes que este trabalho activo se torne
possível, deve haver um ciclo de pensamento interior e anseio místico; a
aspiração à visão é um processo subjectivo desenvolvido, talvez por longo
tempo, antes que o homem, no plano físico, comece o trabalho de
unificação da alma e corpo. Este é o tema deste trabalho. É neste plano
físico de realização, e no trabalho de obter as maçãs de ouro da sabedoria,
que a prova real da sinceridade do aspirante tem lugar.
Um anseio de ser bom, um profundo desejo de averiguar os factos da vida
espiritual, esforços para auto-disciplina, oração e meditação, precedem
quase que inevitavelmente, este real e tenaz esforço. O visionário
(Sagitário) precisa tornar-se um homem de acção; o desejo tem que ser
trazido para o mundo da concretização, e é nisto que consiste a prova de
Gémeos. O plano físico é o lugar onde se obtém a experiência e onde as
causas, que foram iniciadas no mundo do esforço mental, têm que se
manifestar e alcançar objectividade. É também o lugar onde o mecanismo
de contacto se desenvolve, onde, pouco a pouco, os cinco sentidos abrem
ao ser humano, novos campos de percepção e lhe oferecem novas esferas
de conquistas e realização. É o lugar, portanto, onde conhecimento é obtido,
e onde esse conhecimento tem que ser transmutado em sabedoria.
Conhecimento é a busca do sentido, enquanto que sabedoria é o
omnisciente e sintético conhecimento da alma. Contudo, sem compreensão
na aplicação do conhecimento, nós perecemos; pois compreensão é a
aplicação do conhecimento sob a luz da sabedoria aos problemas da vida e
à conquista da meta.
Neste trabalho, Hércules defronta-se com a tremenda tarefa de aproximar
os dois pólos do seu ser e de coordenar, ou unificar, alma e corpo, de modo
que a dualidade dê lugar à unidade e os pares de oposto se mesclem. É
através das virgens que o serviço altruísta é cumprido, pois foi este mesmo
que o conduziu até elas, pois ela representavam o seu alinhamento na
tridimensionalidade.
Agora como consciência-alma é responsável pela sua própria sabedoria.
Tarot
O herói encontra-se no caminho para encontrar a Imperatriz. O terceiro
Arcano é a energia da abundância, da fertilidade, é a árvore com maçãs de
ouro. Alcançar este grau de prosperidade é a tarefa de qualquer iniciado,
que além de conseguir a abundância espiritual deve também, senão mesmo
primeiro, esforçar-se pela abundância física.
Para realizar este trabalho, Hércules começa uma viagem em busca do
objecto do seu desejo. A sua busca começou a correr de forma diferente
daquela que previa, pois Hércules não estava a conseguir encontrar a
árvore. A Roda da Vida estava em funcionamento e parece que o herói falha
em conseguir aceitá-la e seguir com ela. Muitas vezes estamos obstinados
nos nossos caminhos e falhamos em compreender as energias que nos são
enviadas. A Roda da Vida é o Arcano que representa a chegada inesperada
de uma oportunidade, uma situação que devemos aproveitar. Todavia essa
oportunidade não dura muito, pois a Roda gira rápido, e quando falhamos
em aceitá-la, continuamos a caminhar em vão, esperançosos que
novamente ela gire e nos dê o que não agarrámos.
Mas a Roda gira eternamente e graças a
Deus teremos novas oportunidades. O herói teve a sua primeira a Sul, onde
lida com a Serpente. Sul é o ponto cardeal do Fogo e ao afastar a serpente
da Terra, a única forma de conseguir o pretendido, o herói começa o seu
trabalho árduo de separar o subtil do espesso, dando início ao seu trabalho
alquímico. A alquimia é de facto uma das Artes mencionadas neste episódio
mitológico. As Três Donzelas são os Três Princípios activos do Mundo e o
Dragão de Cem Cabeças o representante da luta interna que o alquimista
tem de realizar para conseguir a pedra verde.
A Ocidente Hércules vai ao encontro da água e aí encontra os falsos
mestres, aqueles que julgando ter alcançado um grande feito se consideram
aptos a transmitir o conhecimento. Nesta parte do mundo Hércules deixa-se
aprisionar pelas suas emoções, pelos seus desejos de conhecimento e, por
isso, vai falhando na missão.
A Leste, ponto representante do Ar, encontra a prova final, a utilização da
sua missão pessoal em prol de uma causa maior. Ao largar a sua missão
para ajudar o próximo, o herói consegue encontrar a abundância que tanto
desejava.
Neste trabalho o herói deseja tornar-se
na Imperatriz e conseguir dar a abundância aos outros, todavia, para o
conseguir ele tem de passar por provas para compreender a equilibrar a sua
alma e a sua ambição. Falhando em compreender isso, a Roda da Vida vai
girando e girando, o tempo passa e o herói começa a perder forças, até ao
dia em que acorda e se liberta dos falsos mestres. Nesta altura, a
Temperança é o Arcano que vai permitir ao herói encontrar o equilíbrio da
sua alma e corpo, do seu desejo de individualidade e de unidade, dos seus
desejos e dos desejos dos outros, é assim que ele percebe o que deveria ter
sido desde o início a sua missão e o porquê de tantos atrasos. É nesta
energia e apenas com ela que conseguirá a abundância de receber para
dar.
A Temperança ou Arte, como prefiro chamá-la, é a energia da Alquimia. É
através dela que compreendemos como equilibrar os opostos da lição
anterior, é nela que vamos conseguindo misturar os ingredientes que fazem
a nossa personalidade, é nela que aprendemos a transformarmo-nos em
ouro, o metal mais puro da Terra. É nela que conseguimos compreender a
prosperidade da Imperatriz. A Arte seguida de uma oportunidade da Roda
da Vida é um caminho seguro.
O desejo de qualquer iniciado deverá ser o de receber para dar, se os seus
desejos forem única e exclusivamente egoístas, a Imperatriz nunca
funcionará, entrando em acção a Roda da Vida até aprendermos. Porém,
quando os seus desejos se misturam com o altruísmo e compreendemos
que todos somos o mesmo e tudo é de todos, a Arte entra em
funcionamento e podemos seguir confiantes a Viagem sem preocupações,
sem atrasos, sem percalços.
«Receber para Retribuir. Juntar para Dividir. Misturar para Separar. Só assim
a Imperatriz reinará!»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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S E G U N D A - F E I R A , O U T U B R O 1 9
Os 12 Trabalhos de Hércules - 4º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
é um trabalho conjunto elaborado
por
Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
Escolhemos abordar os seguintes temas
Mitologia, Astrologia e Tarot
4º Trabalho
“A Captura da corsa”
O desenvolvimento da intuição
Mitologia
Hércules foi incumbido de capturar a corsa com galhada de ouro.
Olhando ao redor de si, viu que ao longe, erguia-se o Templo do Deus-Sol.
No alto de uma colina próxima viu o esguio cervo, objecto de seu quarto
trabalho.
Foi então que Ártemis, que tem a sua morada na lua, disse a Hércules, em
tom de advertência: “A corça é minha, portanto não toque nela. Por longos
anos eu a alimentei e cuidei dela. O cervo é meu e meu deve permanecer.”
Então, de um salto surgiu Diana, a caçadora dos céus, a filha do sol. Pés
calçados de sandálias, em passos largos movendo-se em direcção ao cervo,
também ela reclamou a sua posse. “Não, Ártemis, belíssima donzela, não; o
cervo é meu e meu deve permanecer”, disse ela, “Até hoje ele era jovem
demais, mas agora ele pode ser útil. A corça de galhada de ouro é minha, e
minha permanecerá.”
Hércules observava e ouvia a disputa e perguntava-se porque as donzelas
lutavam pela posse da corça. Uma outra voz atingiu-lhe os ouvidos, uma voz
de comando que dizia: “A corça não pertence a nenhuma das duas
donzelas, oh Hércules, mas sim ao Deus cujo santuário podes ver sobre
aquele monte distante. Salva-a, e leva-a para a segurança do santuário e
deixa-a lá. Coisa simples de se fazer, oh filho do homem, contudo, e reflete
bem sobre as minhas palavras; sendo tu um filho de Deus, deves ir à sua
procura e agarrar a corça. Vai.”
De um salto Hércules lançou-se à caçada que o esperava. À distância, as
donzelas em disputa tudo observavam. Ártemis, a bela, apoiada na lua e
Diana, a bela caçadora dos bosques de Deus, seguiam os movimentos da
corça e, quando surgia uma oportunidade, ambas iludiam Hércules,
procurando anular os seus esforços. Ele perseguiu a corça de um ponto a
outro e cada uma delas subtilmente o enganava. E assim o fizeram muitas e
muitas vezes.
Durante um ano inteiro, o filho do homem que é um filho de Deus, seguiu a
corça por toda a parte, captando rápidos vislumbre de sua forma, apenas
para descobrir que ela desaparecer na segurança dos densos bosques.
Correndo de uma colina para outra, de bosque em bosque, Hércules a
perseguiu até à margem de uma tranquila lagoa, estendida sobre a relva
ainda não pisada, ele viu-a a dormir, exausta pela fuga. Com passos
silenciosos, mão estendida e olhar firme, ele lançou uma flecha, ferindo-a
no pé.
Reunindo toda a vonta de que estava possuído, aproximou-se da corça, e
ainda assim, ela não se moveu. Assim, ele foi até ela, tomou-a nos braços, e
enlaçou-a junto ao seu coração, enquanto Ártemis e a bela Diana o
observavam. “Terminou a busca”, bradou ele, “Para a escuridão do norte fui
levado e não encontrei a corça. Lutei para abrir meu caminho através de
cerradas, profundas matas, mas não encontrei a corça; e por lúgubres
planícies e áridas regiões e selvagens desertos eu persegui a corça, e ainda
assim não a encontrei. A cada ponto alcançado, as donzelas desviavam
meus passos, porém eu persisti, e agora a corça é minha! A corça é minha!”
“Não, não é, oh Hércules”, disse a voz do Senhor, “A corça não pertence a
um filho do homem, mesmo embora sendo um filho de Deus. Carrega a
corça para aquele distante santuário onde habitam os filhos de Deus e
deixa-a lá com eles.”
“Porque tem que ser assim, oh Senhor? A corça minha; minha, porque muito
peregrinei à sua procura, e mais uma vez minha, porque a carrego junto ao
coração.”
“E não és tu um filho de Deus, embora um filho do homem? E não é o
santuário também a tua morda? E não compartilhas tu da vida de todos
aqueles que lá habitam? Leva para o santuário de Deus a corça sagrada, e
deixa-a lá, oh filho de Deus.”
Então, para o santuário sagrado de Micenas, levou Hércules a corça;
carregou-a para o centro do lugar santo e lá a depositou. E ao deitá-la
lá diante do Senhor, notou o ferimento em seu pé, a ferida causada pela
flecha do arco que ele possuíra e usara. A corça era sua por direito de caça.
A corça era sua por direito de habilidade e destreza do seu braço. “Portanto,
a corça é duplamente minha”, disse ele.
Porém, Ártemis, que se encontrava no pátio externo do sagrado lugar ouviu
seu brado de vitória e disse: “Não, não é. A corça é minha, e sempre foi
minha. Eu vi a sua forma, reflectida na água; eu ouvi seus passos pelos
caminhos da terra; eu sei que a corça é minha, pois todas as formas são
minhas.”
Do lugar sagrado, falou o Deus-Sol. “A corça é minha, não tua, oh Ártemis,
não podes entrar aqui, mas sabes que eu digo a verdade. Diana, a bela
caçadora do Senhor, pode entrar por um momento e contar-te o que vê.” A
caçadora do Senhor entrou por um momento no santuário e viu a forma
daquilo que fora a corça, jazendo diante do altar, parecendo morta. E com
tristeza ela disse: “Mas se seu espírito permanece contigo, oh grande Apolo,
nobre filho de Deus, então sabes que a corça está morta. A corça está
morta pelo homem que é um filho do homem, embora seja um filho de
Deus. Porque pode ele passar para dentro do santuário enquanto nós
esperamos pela corça lá fora?”
“Porque ele carregou a corça em seus braços, junto ao coração, e a corça
encontra repouso no lugar sagrado, e também o homem. Todos os homens
são meus. A corça é igualmente minha; não vossa, nem do homem mas
minha.”
Hércules diz então ao Mestre: “Cumpri a tarefa indicada. Foi simples, a ser
pelo longo tempo gasto e o cansaço da busca. Não dei ouvidos àqueles que
faziam exigências, nem vacilei no Caminho. A corça está no lugar sagrado,
junto ao coração de Deus, da mesma forma que, na hora da necessidade,
está também junto ao meu coração.”
“Vai olhar de novo, oh Hércules, meu filho”. E Hércules obedeceu. Ao longe
se descortinavam os belos contornos da região e no horizonte distante
erguia-se o templo do Senhor, o santuário do Deus-Sol. E numa colina
próxima via-se uma esguia corça.
“Realizei a prova, oh Mestre? A corça está de volta sobre a colina, onde eu a
vi anteriormente.”
E o mestre respondeu: “Muitas e muitas vezes precisam todos os filhos dos
homens, que são os filhos de Deus, sair em busca da corça de cornos de
ouro e carregá-la para o lugar sagrado; muitas e muitas vezes. O quarto
trabalho está terminado, e devido à natureza da prova e devido à natureza
da corça, a busca tem que ser frequente e não te esqueças disto: medita
sobre a lição aprendida.”
Astrologia
Este trabalho está associado ao signo de Caranguejo e Capricórnio.
Nos quatro primeiros signos o aspirante prepara o seu equipamento e
aprende a utilizá-lo.
Em Carneiro ele apossa-se da sua mente e procura submetê-la, aprendendo
o controlo mental.
Em Touro, “a mãe da iluminação”, ele recebe o primeiro lampejo daquela
luz espiritual cujo brilho aumentará progressivamente à medida que ele se
aproxima da sua meta.
Em Gémeos, ele não só se apercebe dos dois aspectos da sua natureza,
como o aspecto imortal começa a crescer às custas do mortal.
Agora, em Caranguejo, ele tem o seu primeiro contacto com aquele sentido
mais universal que é o aspecto superior da consciência da massa. Equipado
com uma uma mente controlada, com uma capacidade para registar a
iluminação, habilidade para estabelecer contacto com o seu aspecto imortal
e reconhecer intuitivamente o reino do espírito, ele está pronto para o
trabalho maior.
Vimos que a corça era sagrada para Ártemis, como o instinto animal; para
Diana, como o intelecto e para Apolo, como a intuição.
Cada um deles via nela um aspecto, porém Hércules, o caçador, viu nela
algo mais: a intuição espiritual, essa extensão da consciência, esse
altamente desenvolvido sentido de viva percepção que dá aos discípulos a
visão de novos campos de contacto e lhe revela um novo mundo. Ele tem
que aprender a usar o intelecto sob a influência de Diana, e por meio dele
entrar em sintonia com o mundo das ideias e da pesquisa humana. Tem que
aprender a levar essa capacidade que possui para o templo do Senhor e, vê-
la transmutada em intuição e por meio da intuição tomar consciência das
coisas do espírito e daquelas realidades espirituais que nem o instinto, nem
o intelecto lhe podem revelar.
Com o tempo, o herói vence a corsa pelo cansaço, como os nativos de
Caranguejo fazem com as pessoas, quando desejam realmente algo. No
momento oportuno, sem ansiedade, e absolutamente seguro de todos os
seus movimentos, e com a frieza de Capricórnio ele captura a corsa. Ao
colocá-la junto do coração, o herói dá-lhe o calor, a segurança e o Amor de
Caranguejo, e quando olha para trás depois de a ter liberto no templo, vê-a
feliz nas montanhas, e porta em si a compreensão de que aquele ser que
ele verdadeiramente amava, está solto e livre, em paz e em segurança. Não
precisava de a ter consigo por posse (Caranguejo), mas liberta e segura
(Capricórnio) porque ela estava no seu coração.
Tarot
Quando Hércules tem de realizar a 4.ª tarefa já se encontra num estado
avançado de integração dos seus vários corpos, vários sentidos, vários
elementos. Ele já é capaz de ouvir as vozes dos Mestres que o guiam, já não
se deixa enganar por outras vozes, respeita as suas tarefas como elas
merecem. É já um homem maduro.
Esta é a aprendizagem que o Imperador oferece, um autodomínio, um
autocontrolo que nos permite ser capaz de lidar com qualquer situação.
Agora sim o herói está pronto para receber a sua energia pura e não
deturpada.
Como qualquer iniciado, o desejo de algo é o que nos move. O herói aqui
sente o desejo pela corça, símbolo sagrado entre as comunidades antigas, e
ainda por cima esta corça tem as hastes em ouro, mais uma vez o metal
puro.
O Arcano que nos oferece esta lição é Os Amantes. Diana e Ártemis são
ambas a mesma personalidade, uma romana outra grega, e ambas se
encontram a disputar a corça com o herói, seguindo o olhar atento do Deus-
Sol, imagem muito bem representada no tarot de Toth para este Arcano.
Os Amantes é a energia do Amor, do
desejo, da primeira escolha que o herói tem de fazer. Nesta etapa a escolha
é simples, quereremos o nosso Amor e o nosso Amado só para nós,
encerrando-o numa prisão de desejos e manipulações, ou seremos capazes
de o partilhar com quem quer que o deseje. Seremos nós egoístas ao ponto
de o matar para o capturar ou conseguiremos libertá-lo mesmo antes disso?
A esta energia muitas vezes é
associado o Diabo. Enquanto os Amantes nos mostra a escolha de um
caminho para o Amor livre, o Diabo mostra-nos a escolha de um caminho
aprisionado. Quando o escolhemos vivemos as emoções mais densas,
achamos que quem gostamos é um objecto que nos pertence, assim como o
herói quando de apaixonou pela corça, e a desejava possuir apenas para si.
A lição a aprender é a partilha do Amor, seja ele qual for, deve ser
partilhado e o receptor do nosso Amor deve ser livre de fazer as suas
próprias escolhas. O Amor como a corça deverá ser levado para o lugar
sagrado, onde a flecha do cupido não o matará com paixões e desejos
egoístas, mas o libertara para avançar na espiral da espiritualidade.
«Se o herói não compreender a natureza livre do Amor, será Governado
pelo Diabo.»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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Q U A R T A - F E I R A , O U T U B R O 2 1
Os 12 Trabalhos de Hércules - 5º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
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Para a jornada da alma
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Mitologia, Astrologia e Tarot
5º Trabalho
“A morte do Leão de Neméia”
Aprender a utilizar o poder e a coragem
Mitologia
Hércules, descansando de seus trabalhos, desconhecia a próxima prova.
Sentia-se forte e passava os dias perseguindo a corça sagrada até ao
templo do Senhor. Chegou um momento em que a tímida corça conheceu
bem o caçador que a perseguia, e mansamente submeteu-se ao seu
comando. Assim, muitas e muitas vezes, ele carregava-a junto ao coração e
dirigia-se ao templo do Senhor.
Assim descansava nosso herói. Foi então que lhe indicaram o Quinto
Trabalho e para executá-lo, Hércules, armou-se até aos dentes, enquanto os
deuses observavam-lhe os passos e as mãos firmes e o olhar decidido.
Porém, no fundo do seu coração havia dúvidas, “Que estou fazendo aqui?”
disse ele. “Qual é a prova, e porque razão estou assim armado?”
“Soou um chamado, oh Hércules, um chamado de profunda angústia. Teus
ouvidos externos não responderam a esse chamado, e contudo, o ouvido
interno conhece bem a necessidade, pois ouviu uma voz, sim, muitas vezes,
falando-te da necessidade e incitando-te a ousar mais. O povo de Neméia
procura a tua ajuda. Eles estão sofrendo muito. As noticias das tuas proezas
espalharam-se. Eles procuram-te para que mates o leão que devasta a sua
terra e vitima os seus homens.”
“É dele este som selvagem que eu escuto? É o rugido de um leão
atravessando o ar que estou a ouvir?”, perguntou Hércules.
E o mestre respondeu-lhe: “Vai, procura o leão que devasta as terras que
estendem além. O povo desta terra vive silenciosamente a portas fechas,
não ousam sair para as suas tarefas; não cultivam a terra, não semeiam. De
norte a sul, de leste a oeste ronda o leão, e nessa ronda furtiva apodera-se
de todos os que cruzam o seu caminho. O seu temível rugido é ouvido
durante a noite e todos tremem por detrás das portas trancadas. Que farás
tu, Hércules?”
E Hércules, o ouvido atento, respondeu à necessidade. Sobre o caminho ele
depositou as suas armas, retendo para seu uso o ramo que cortara com as
suas próprias mãos de uma tenra e verdejante árvore. Ele acreditava que o
belo conjunto de armas o tornavam pesado e retardariam os seus passos.
Não precisaria de nada mais a não ser o seu forte ramo; e com ele o seu
coração destemido, caminharia à procura do leão. Mandou avisar o povo de
Neméia que estava a caminho e disse que expulsassem o medo dos seus
corações. Hércules andou procurando muito o leão. Encontrou os habitantes
de Neméia escondidos atrás de portas fechadas, a não ser por alguns
poucos que se aventuravam a sair movidos pela necessidade ou pelo
desespero. A princípio aclamavam Hércules com júbilo, depois com dúvida
ao verem que ele estava desarmado. Diziam-lhe que fosse buscar as suas
armas porque o leão era muito perigoso e forte, porém ele não lhes
respondia e continuava seguindo o rasto e o rugido do leão. Perguntava
aqui e ali, onde estava o leão e alguém lhe disse que o havia visto perto da
sua toca e Hércules dirigiu-se para lá, com medo, mas destemidamente;
sozinho, contudo não solitário, pois havia outros que acompanhavam seus
passos, esperançosos.
Repentinamente ele viu o leão que ao ver Hércules como um inimigo que
não demonstrava medo, rugiu violentamente fazendo tremer as árvores.
Hércules correu ao encontro do leão gritando loucamente. O animal parou
estupefacto diante de uma proeza que ele jamais vira, pois Hércules
continuava avançando. De repente o leão deu meia volta e correu, à frente
de Hércules e desapareceu misteriosamente. Hércules vasculhou todo o
Caminho cuidadosamente até que descobriu uma caverna de onde partiu
um trovejante rugido. Ele penetrou na caverna escura e saiu do outro lado,
para a luz do dia, sem encontrar o leão. Ali parado ouviu o leão às suas
costas, não à sua frente.
“Que farei?”
Enquanto pensava, olhava ao redor buscando uma solução e ouvia o rugido
do leão. Então viu algumas pilhas de toros e gravetos em profusão. Puxou-
os e arrastou-os com toda a sua força, bloqueou ambas as saídas,
encerrando-se a si próprio e ao leão dentro da caverna. Com as suas mãos
nuas agarrou o leão, prendendo-o ao seu próprio corpo, apertando-lhe o
pescoço. O hálito do leão queimava-lhe o rosto, mas sem afrouxar as suas
mãos, mantinha-o preso. Os rugidos tornaram-se cada vez mais débeis; seu
corpo amolecia e escorregava. E, assim, sem armas, com as suas próprias
mãos e a sua própria força, ele matou o leão, tirou-lhe a pele e mostrou-a
ao povo do lado de fora da caverna.
Em triunfo, Hércules retornou ao seu Mestre, depositou a pele do leão aos
seus pés e teve permissão para usá-la em substituição à velha e gasta pele
que usava.
Astrologia
Este trabalho associa-se ao signo de Leão e Aquário. O Quinto Trabalho, o
quinto signo. Este é o trabalho mais conhecido de Hércules e se distingue
por ser o número cinco que contém em si mesmo um profundo significado.
Do ponto de vista do ocultismo, o número cinco representa o homem,
porque o homem é um divino filho de Deus, mais o quaternário que consiste
na sua natureza quádrupla inferior: o corpo mental, o corpo emocional, o
corpo vital e o corpo físico.
O Leão é a fera que existe dentro do homem, e que se representa pela
cobiça, ego, inveja, arrogância, vaidade, ódio e todos os tipos de
sentimentos de baixa vibração. Por causa desta fera, todas as pessoas
vivem fechadas dentro de si mesmas e não confiam em ninguém, porque na
verdade vivem encerradas com medo de si próprias, não as deixando em
paz nem durante a noite.
Em Carneiro, a alma tomou para si o tipo de matéria que lhe permitiria
entrar em relação com o mundo das ideias. Revestiu-se de um invólucro
mental. O homem tornou-se uma alma pensante.
Em Touro, fez o contacto com o mundo do desejo e seguiu-se um processo
idêntico. Fez contacto com o mundo do sentimento e da emoção e o homem
tornou-se uma alma que sente.
Em Gémeos, foi construído um novo corpo de energia vital através da
reunião das energias da alma e da matéria e o homem tornou-se uma alma
vivente.
Em Caranguejo, que é o signo do nascimento física e da identificação da
unidade com a massa, o trabalho da encarnação foi completado e a
natureza quádrupla manifestada.
Mas é em Leão que o homem se torna a “estrela de cinco pontas”, pois essa
estrela é o símbolo da individualização, da sua humanidade, do ser humano
que sabe que é um individuo e toma consciência de si mesmo com o “EU”.
Aqui a relação entre o Quinto Mandamento com o Quinto Trabalho e o
quinto signo torna-se clara: "Honra teu pai e tua mãe para que teus dias se
tornem longos na terra que o Senhor, teu Deus, te deu", pois em Leão, Pai-
Espirito e a Mãe-Matéria se unem no individuo e dessa união resulta aquela
entidade cosnciente que é a alma.
Leão é também o signo no qual o homem auto-consciente começa o seu
treino para a iniciação. Quando o trabalho deste signo termina, começa o
treino específico da iniciação, em Capricórnio.
O Leão de Neméia representa essencialmente a personalidade coordenada,
dominante. Aqui, o aspirante, o leão de Judah, tem que matar o leão da sua
personalidade. Tendo emergido da massa, e desenvolvido a individualidade
(Aquário), ele então tem que matar aquilo que ele criou; ele tem que tornar
inútil aquilo que fora o grande agente protector até o tempo actual. O
egoísmo, o instinto de auto-protecção, tem que dar lugar ao altruísmo que é
literalmente a subordinação do ego ao todo.
Sufocando o ego (o Leão) com as próprias mãos, Hércules sai em silêncio da
caverna libertando (Aquário) o povo.
O arrancar da pele do leão, algo inútil, e torná-lo útil entregando-o a Deus e
posteriormente, utilizando-a para se cobrir, mostra a inteligência de
Aquário, transformando o mal em bem e mostrando ao Leão que o ego não
é mesmo para ser sublimado.
Tarot
O Imperador torna-se nesta tarefa no Hierofante. Enquanto Imperador ele
exerce o seu poder sobre o exterior, ele conseguiu seduzir a corça, ela
obedece-lhe e está seguro do seu poder. Naqueles momentos mais nada
importa senão ele e a corça, os Amantes aprendidos!
Porém, as suas tarefas começaram a valer-lhe alguma popularidade e
quando o povo de Neméia o chama para ajudar, já não é o Imperador, cheio
de armas que vai ter com eles, mas sim O Hierofante, o Papa, munido
apenas com um pau, um bastão, símbolo do seu poder e da sua auto-
confiança. Qualquer iniciado passara por uma prova similar, vencer o seu
orgulho e dominar o seu ego.
Quando o povo o vê, seguindo o rasto do Leão apenas com um pau na mão,
começa a desconfiar das suas capacidades e mesmo se aparentemente o
herói não se deixa abater pela falta de confiança demonstrada, no fim
acaba por ter necessidade de guardar a pele do leão para a usar como
símbolo da sua vitória. Esta é a luta que o herói tem enfrentar no
Hierofante, vencer a necessidade de receber do exterior adoração. O
Hierofante é o Papa, o grau do professor em qualquer arte ou ofício. Para se
ser professor precisam-se de alunos, para ensinar é preciso público e o que
estaremos prontos para fazer em prol desse público.
Para que o Hierofante seja uma energia produtiva e nos leve no Caminho
certo para sermos o verdadeiro Louco, precisamos de passar pela Força. A
Força é a imagem de uma mulher que agarra um leão, abrindo-lhe a boca
mas não o magoando. O leão é o animal não dominado, a fera que existe
dentro de nós em forma de sentimentos menos produtivos. Muitas vezes o
herói falhou nesta tarefa, o animal não é para ser morto, mas sim para ser
dominado. O melhor exemplo que vos podemos oferecer de um Leão
domado é a história de São Jerónimo que ao ajudar o Leão o tornou seu
amigo, de tal forma que quando S. Jerónimo morreu o leão faleceu com ele.
Os sentimentos como ciúme, raiva, inveja, orgulho, e por aí fora, não são
para ser eliminados, erradicados de nós pois isso é impossível. Se ao invés
de os continuarmos a ignorar os trouxermos à luz do nosso coração e
mente, eles transformar-se-ão rapidamente na sua versão mais elevada.
Ignorar ou lutar contra alguma coisa é também uma forma de lhe dar força.
Mas o herói ainda precisa de continuar a trabalhar essa parte, pois no fim
cede ao orgulho e à necessidade de demonstrar as suas conquistas
representado pelo novo fato que ganha com a pele do Leão derrotado.
«O Hierofante exige uma personalidade domada. Se o herói continuar a
matar os seus adversários, a Força nunca será domada.»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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S E X T A - F E I R A , O U T U B R O 2 3
Os 12 Trabalhos de Hércules - 6º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
é um trabalho conjunto elaborado
por
Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
Escolhemos abordar os seguintes temas
Mitologia, Astrologia e Tarot
6º Trabalho
“A Tomada do cinturão de Hipólita”
A preparação do discípulo, a primeira iniciação
Mitologia
Este trabalho leva Hércules até às praias onde vivia a grande rainha, que
reinava sobre todas as mulheres do mundo conhecido. Elas eram suas
vassalas e guerreiras ousadas. Nesse reino não havia homens, só as
mulheres reunidas em torno da sua rainha, Hipólita.
A ela pertencia o cinturão que lhe fora dado por Vénus, a rainha do Amor.
Aquele cinturão era um símbolo da unidade conquistada através da luta, do
conflito, da aspiração, da maternidade e da sagrada Criança para quem
toda a vida humana está verdadeiramente voltada.
“Ouvi dizer”, disse Hipólita às guerreiras, “que está a caminho um
guerreiro cujo nome é Hércules, um filho do homem e no entanto um filho
de Deus; a ele eu devo entregar este cinturão que eu uso. Deverei obedecer
a ordem, oh Amazonas, ou deveremos combater a palavra de Deus?”
Enquanto as Amazonas reflectiam sobre o problema, foi passada uma
informação, dizendo que ele se havia adiantado e estava lá, esperando para
tomar o sagrado cinturão da rainha guerreira.
Hipólita dirigiu-se ao encontro de Hércules. Ele lutou com ela, combateu-a,
e não ouviu as palavras sensatas que ela procurava dizer. Arrancou-lhe o
cinturão, somente para deparar-se com as mãos dela estendidas e lhe
oferecendo a dádiva, oferecendo o símbolo da unidade e amor, de sacríficio
e fé.
Entretanto, tomando-o, ele, matou quem lhe dera o que ele exigira. E
enquanto estava ao lado da rainha agonizante, consternado pelo que fizera,
ele ouviu a voz do mestre que dizia: “Meu filho, por que matar aquilo que é
necessário, próximo e caro? Por que matar a quem você ama, a doadora
das boas dádivas, guardiã do que é possível? Por que matar a mãe da
Criança sagrada?
Novamente registamos um fracasso (recorde-se na morte de Abderis no
Primeiro Trabalho). Novamente você não compreendeu. Ou redimirá este
momento, ou não mais verá a minha face.”
Hércules partiu em silêncio deixando as mulheres lamentando a perda da
liderança e do amor. Quando ele chegou às costas do grande mar, perto da
praia rochosa, ele viu um monstro das profundezas trazendo presa em suas
mandíbulas a pobre Hesione. Os seus gritos e suspiros elevavam-se aos
céus e feriram os ouvidos de Hércules, perdido em remorsos e sem saber
que caminho seguir. Dirigiu-se prontamente em sua ajuda quando ela
desapareceu nas cavernosas entranhas da serpente marinha.
Esquecendo-se de si mesmo, Hércules nadou até o monstro e desceu até o
fundo do seu estômago onde encontrou Hesione. Com a sua mão esquerda
ele agarrou-a e segurou-a junto a si, enquanto com a sua espada se
esforçou para abrir caminho para fora do ventre da serpente até a luz do
dia. E assim ele salvou-a, equilibrando seu feito anterior de morte.
Pois assim é a vida: um acto de morte, um acto de vida, e assim os filhos
dos homens, que são filhos de Deus, aprendem a sabedoria, o equilíbrio e o
caminho para andar com Deus.
Astrologia
Este trabalho está associado à Virgem, signo onde a consciência de Cristo
é concebida e nutrida através do período de gestação até que por fim em
Peixes, o signo oposto, o salvador mundial nasce.
Note-se que nos dois Trabalhos onde Hércules vence, na verdade, são os
dois onde ele se saiu mal justamente com os seus opostos, femininos (as
éguas bravias e a rainha das Amazonas).
Assim a guerra entre os sexos é de origem antiga, na verdade, está
inerente na dualidade da humanidade.
O Leão é o rei dos animais. Nele alcançamos a personalidade integrada;
mas em Virgem é dado o primeiro passo para a espiritualidade, a alma é
chamada de filho da mente, e Virgem é regida por Mercúrio, que leva a
energia da mente.
É em virgem que, o mau uso da matéria representa o maior erro de toda a
peregrinação de Hércules: atentar contra o Espírito Santo; quando ele não
compreendeu que a rainha das Amazonas devia ser redimida pela unidade,
e não morta, e foi aí que ele sentiu a dor do signo de Peixes, diante do
sofrimento humano provocado pela violência e pela agressividade, criada
muitas vezes pela falta de diálogo ou até mesmo de compreensão.
O cinto é o símbolo da união e do amor, e ele mata quem lho quisera
entregar por amor a Deus. Aqui o herói é abatido pela depressão e pena
que sente de si mesmo, característica de Peixes.
Ao salvar Hesione da boca do monstro, Hércules compreende que tudo o
que se faz, se reflecte no universo eternamente, e que para que o ser pare
de sofrer, deve compreender que a dor é uma forma de redenção e
aprendizagem que nos conduz ao crescimento. Que a aceitação da
imperfeição do mundo é um caminho para atingir a perfeição.
Enquanto nos martirizamos com a culpa do mal feito, não assumimos a
responsabilidade dos erros, mas quando aceitamos esta responsabilidade,
transformamos esta dor em atitude, fazemos o bem e libertamo-nos das
amarras do sofrimento. É neste momento e com esta tomada de
consciência que passamos do trabalho ao serviço à humanidade.
Tarot
O Hierofante encontra-se agora com a energia dos Amantes integrada, mas
depois de ter passado e, embora não explícito, chumbado na prova
anterior, o herói precisa outra vez de reviver a energia deste Arcano para
compreender que há sempre hipóteses, que as escolhas envolvem sempre
várias possibilidades. É preciso alargar os horizontes da nossa alma para
termos acesso aos estados seguintes.
Quando o iniciado compreende o que é o Amor, opta por começar a fazer as
suas escolhas seguindo o coração, mas muitas vezes se esquece que o
equilíbrio reside na utilização das duas forças de escolha, o mental e o
emocional. Os Amantes trazem consigo essa energia, a dualidade da vida e
a escolha de realizar um caminho equlilibrado. Aqui Hércules não opta
inicialmente por uma escolha correcta, ele mata Hipólita e falha em ver
que esta estava pronta a abdicar do seu cinturão de livre vontade.
Ao tomar tal decisão o herói abra a porta para a energia do Arcano XIII a
Morte. A Morte é a carta das transformações, das metamorfoses, das
mudanças. Falando em compreender que é preciso usar sensatamente o
seu poder de destruição, a Morte surge como um castigo e Hércules tem de
mergulhar dentro da escuridão das entranhas da serpente marinha para
salvar a mulher que lá se encontra. Na Morte a transformação do herói
será completa, ele terá de reconhecer a existência de um lado emocional
em si e usá-lo na tomada das suas decisões.
A simbologia por trás deste episódio é simples, o herói precisa de integrar
em si as duas froças existentes em si, o seu lado masculino e o seu lado
feminino. Se na missão anterior ele tinha conseguido provar que era forte e
dominador, agora ele deveria ter provado que era sensato e compreensivo.
Felizmente que os seus mestres lhe dão sempre uma segunda oportunidade
e o herói pode sempre remediar o que errou. Porém, o herói não poderá
nunca negar esse seu lado mais predominante, apenas deverá balançá-lo
com o seu oposto.
«Nos Amantes aprendemos a integrar os opostos, mas se as nossas
escolhas continuam a ser baseadas na segurança das nossas capacidades, a
Morte ataca-nos com força! O iniciado deve compreender que o coração e a
mente, o masculino e o feminino, andam sempre de mão dada!»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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S E G U N D A - F E I R A , O U T U B R O 2 6
Os 12 Trabalhos de Hércules - 7º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
é um trabalho conjunto elaborado
por
Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
Escolhemos abordar os seguintes temas
Mitologia, Astrologia e Tarot
7º Trabalho
“A captura do javali de erimanto”
A aquisição e integração do equilíbrio dos opostos. A segunda
iniciação
Mitologia
Neste sétimo trabalho, Hércules é incumbido de capturar o Javali de
Erimanto, sem contudo saber que este trabalho era na verdade uma dupla
prova: a prova da amizade rara e da coragem destemida. Foi-lhe
recomendado que procurasse pelo javali e Apolo que lhe deu um arco novo
para usar, porém Hércules disse que não o levaria consigo, porque temia
matar. Ele disse: “Eu não o levarei comigo neste trabalho, pois temo matar.
No meu último trabalho nas praias do grande mar, eu matei. Desta vez não
farei isso. Deixo aqui o arco.”
E assim desarmado, a não ser por sua clava, ele escalou a montanha,
procurando pelo javali e encontrando um espectáculo de medo e terror por
toda a parte. Mais e mais ele subia e em determinada altura encontrou um
amigo, Pholos, que fazia parte de um grupo de centauros, conhecidos dos
deuses. Eles pararam e conversaram e por algum tempo Hércules
esqueceu-se do objectivo da sua busca. E Pholos convidou Hércules para
furar um barril de vinho, que não era dele mas do grupo de centauros e que
viera dos deuses, juntamente com a ordem de que eles jamais deveriam
furar o barril, a não ser quando todos os centauros estivessem presentes, já
que ele pertencia ao grupo. Mas Hércules e Pholos abriram-no na ausência
dos seus irmãos, convidando Cherion, um outro sábio centauro, para se
juntar a eles. Assim ele fez, e os três beberam e festejaram e se
embebedaram-se e fizeram muito ruído que foi ouvido pelos outros
centauros.
Enraivecidos eles vieram e seguiu-se uma feroz batalha e uma vez mais
Hércules fez-se mensageiro da morte e matou os seus amigos, a dupla de
centauros com quem ele antes tinha bebido.
E, enquanto os demais centauros com altos lamentos choravam as suas
perdas, Hércules escapou novamente para as altas montanhas e reiniciou a
sua busca pelo javali. Até aos limites das neves ele avanlou, seguindo a
pista do animal, mas não o encontrava. Depois de muito pensar, Hércules
colocou uma armadilha habilidosamente oculta e esperou nas sombras pela
chegada do javali.
Quando a aurora surgiu, o javali saiu da sua toca levado por uma fore atroz
e caiu na armadilha de Hércules que, no tempo devido, libertou a fera
selvagem, tornando-a prisioneira da sua habilidade. Ele lutou com o javali e
domesticou-o, e fê-lo fazer o que lhe determinava e seguir para onde
Hércules desejava. Do pico nevado da alta montanha Hércules desceu,
regozijando-se no caminho, levando adiante de si, montanha abaixo, o
feroz, contudo domesticado javali. Pelas duas pernas traseiras ele conduziu
o javali, e todos na montanha se riam ao ver o espectáculo. E todos os que
encontrava Hércules, cantando e dançando pelo caminho, também riam ao
ver a sua caminhada. E todos na cidade riram ao ver o espectáculo: o
exausto javali e o homem cantando e rindo.
Quando reencontrou seu Mestre, este lhe disse: “O Sétimo Trabalho foi
completado. Medita sobre as lições do passado, reflecte sobre as provas.
Por duas vezes mataste a quem amavas. Aprende porquê.” E Hércules
permaneceu onde estava, preparando-se para o que mais tarde iria ocorrer:
a prova suprema.
Astrologia
Este sétimo trabalho está associado ao signo da Balança e Carneiro, onde
a aprendizagem consiste na capacidade de manter o equilíbrio perante as
adversidades (Balança), sendo capaz de manter as necessidades básicas
atendidas (Carneiro).
A Balança é o primeiro signo que não tem um símbolo humano ou animal,
mas sustentando a balança, está a figura da Justiça – uma mulher com os
olhos vendados. Ele apresenta-se com muitos paradoxos e extremos,
dependendo de se o discípulo que se voltou conscientemente para o
caminho de volta ao Criador segue o zodíaco segundo os ponteiros do
relógio, ou no caminho inverso. Diz-se que é um interlúdio, comparável com
a silenciosa escuta na meditação; um tempo de cobranças do passado.
Neste ponto percebemos como o equilíbrio dos pares de opostos deve ser
atingido. A balança pode oscilar do preconceito até à injustiça ou
julgamento; da dura estupidez à sabedoria entusiástica. Neste majestoso
signo de equilíbrio e justiça nós verificamos que a prova termina numa
explosão de riso, o único trabalho em que isso acontece.
Hércules conviveu, riu e cantou com os amigos, sendo que a socializar é
uma característica da Balança, e em vez de seguir a recomendação, de abrir
o barril para o grupo, abriu-o para celebrar com um único centauro,
procurando aqui um espelho, uma identificação com o outro. E embora
estivesse determinado a não matar, o seu impulso, primeiro, de Carneiro foi
mais forte. No entanto, Hércules conseguiu também entregar o javali ainda
com vida e já domesticado, demonstrando que era possível domesticar o
animal, devido à sua dedicação e delicadeza no trato, atributo natural da
Balança.
Tarot
O Herói chegou ao fim de um ciclo de
provações e precisa agora de demonstrar que consegue aplicar tudo o que
aprendeu. Não basta ficar com a lição aprendida na nossa mente e no nosso
coração, é preciso demonstrá-lo, como? Concretizando aquilo em que
acreditamos. Esta é a energia do Carro.
Hércules teve problemas em fazer escolhas correctas, optava sempre por
matar e não domar as suas vítimas. Todavia, nesta tarefa, mesmo se ainda
não é o ideal, o herói demonstra na prática as suas conquistas. Consegue já
domar os animais que tem de enfrentar, como o condutor do Carro que se
vê frente a dois cavalos que puxam em direcções opostas, mas que com a
sua habilidade os leva onde pretende.
Demonstra Amor a quem encontra mas quando em perigo decide usar as
suas capacidades, pois poderia ter escolhido não matar os Centauros, mas
afinal encontrava-se numa batalha e nela apenas ainda sabe usar a sua
Força.
Ao demonstrar que aprendeu as lições anteriores, o herói deixa de ser o
Mago e passa ao Louco, realiza uma nova inicação. O louco não se preocupa
mais com o que o exterior pensa de si, o Louco apenas É o que É e age
dessa forma.
«Com os opostos equilibrados o Carro avança! O domínio dos opostos leva o
herói em frente!»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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Q U A R T A - F E I R A , O U T U B R O 2 8
Os 12 Trabalhos de Hércules - 8º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
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Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
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Mitologia, Astrologia e Tarot
8º Trabalho
“A destruição da Hidra de Lerna”
O Controle e superação dos desejos. A sua maior prova.
Mitologia
Conta a lenda que na antiga terra de Argos ocorreu uma seca. Amímona
que reinava nessas terras, procurou a ajuda de Neptuno. Este recomendou
que se batesse numa rocha, e quando isto foi feito, começaram a correr três
correntes cristalinas; mas logo uma hidra fez ali a sua morada.
O mestre disse a Hércules: “Para além do Rio Amímona, fica o fétido
pântano de Lerna, onde está a hidra, uma praga para as redondezas. Nove
cabeças tem esta criatura, e uma delas é imortal. Prepara-te para lutar com
essa asquerosa fera e não penses que os meios comuns serão de valia; se
uma cabeça for destruída, duas aparecerão em seu lugar.”
Hércules estava ansioso e antes de partir, seu Mestre ainda lhe disse: “Uma
palavra de aconselhamentos só, posso dar. Nós nos elevamos, nos
ajoelhando; conquistamos, nos rendendo; ganhamos, dando. Vai, oh filho de
Deus e filho do homem, e conquista.”
Chegando ao estagnado pântano de Lerna, que era um charco que
desanimava quem dele se aproximasse e cujo mau cheiro poluía toda a
atmosfera em um raio de sete milhas; Hércules teve que fazer uma pausa
pois o simples odor por pouco o derrotava. As areias movediças eram uma
ameaça e mais uma vez Hércules rapidamente retirou seu pé para não ser
sugado para dentro da terra que cedia. Finalmente ele descobriu onde se
ocultava a hidra.
Numa caverna de noite perpétua vivia a fera, porém não se mostrava e
Hércules inutilmente vigiava. Recorrendo a um estratagema, ele embebeu
suas setas em piche ardente e as despejou directamente para o interior da
caverna onde habitava a horrenda fera. Uma enorme agitação se seguiu e a
hidra com as suas nove e zangadas cabeças emergiu, chicoteando a água e
a lama furiosamente. Com três braças de altura, algo tão feio como se
tivesse sido feito de todos os piores pensamentos concebidos desde o
começo dos tempos. A hidra atacou, procurando envolver os pés de
Hércules que saltou e lhe deu um golpe tão severo que logo decepou uma
das cabeças, mas mal a horrorosa cabeça tocou o solo, duas cresceram em
seu lugar. Repetidamente Hércules atacou o monstro, mas ele ficava cada
vez mais forte. Então Hércules lembrou-se das palavras do Mestre: “nós nos
levantamos ajoelhando”.
Pondo de lado a sua clava, Hércules se ajoelhou, agarrou a hidra com suas
mãos nuas e ergueu-a. Suspensa no ar, a sua força diminuiu. De joelhos,
então, ela sustentou a hidra no alto, acima dele, para que o ar purificado e a
luz pudessem surtir o seu efeito. O monstro, forte na escuridão e no lodo,
logo perdeu a sua força quando os raios do sol e o toque do vento o
atingiram. As nove cabeças caíram, mas somente quando elas jaziam sem
vida Hércules percebeu a cabeça mística que era imortal. Ele decepou essa
cabeça e a enterrou, ainda sibilante, sob uma rocha.
Astrologia
Este trabalho está associado ao signo de escorpião. O verdadeiro teste de
Escorpião nunca tem lugar antes que o estudante fique coordenado, antes
que a mente, a natureza emocional e a natureza física estejam funcionando
como uma unidade. Então o homem entra em Escorpião onde o seu
equilíbrio é subvertido e o desejo parece exagerado, quando ele pensava
que se havia livrado dele.
Aqui ele descobre que a personalidade não deve ser morta, nem pisoteada;
ele deve ser reconhecida como um triplo canal de expressão para três
aspectos divinos. Tudo depende de se nós usamos a tríplice personalidade
para fins egoístas. Resumindo: em Escorpião o Ego está determinado a
matar o pequenino ego para ensinar-lhe o significado da ressurreição. Em
Escorpião também, o homem é testado para ver quem vai triunfar, a forma
ou o Cristo, o Eu Superior ou o eu inferior, o real ou o irreal, a verdade ou a
ilusão.
Foi dito a Hércules que encontrasse a hidra de nove cabeças que vivia num
fétido e húmido pântano. Este monstro tem a sua contra parte que habita
nas cavernas da mente, na escuridão e lama dos recessos obscuros da
mente, onde ele floresce. Profundamente alojada nas regiões subterrâneas
do subconsciente, ora calma, ora explodindo em tumultuado frenesim, a
fera estabelece morada permanente. Não é fácil descobrir a sua existência
e lutar contra um inimigo tão formidável é de facto uma tarefa heróica para
o homem. Uma cabeça decepada, e eis que outra cresce no seu lugar. Toda
a vez que um desejo, ou pensamento baixo é eliminado, outro toma o seu
lugar.
Hércules fez três coisas: ele reconheceu a existência da hidra, procurou
pacientemente por ela, e finalmente destruiu-a.
É necessário ter discriminação para reconhecer a sua existência; paciência
para descobrir a sua toca; humildade para trazer lodosos fragmentos do
subconsciente à superfície, e expô-los à lua da sabedoria.
Enquanto ele lutou no pântano, no meio da lama e das areias movediças,
ele foi incapaz de dominar a hidra. Ele teve de erguer o monstro no ar; isto
é, deslocar seu problema para outra dimensão para poder resolvê-lo. Com
toda a humildade, ajoelhando-se na lama, ele teve de examinar seu dilema
à luz da sabedoria e na elevada atmosfera do pensamento que buscava. É
dito que uma das cabeças é imortal o que implica que toda a dificuldade,
por mais terrível que possa parecer, contem um jóia de grande valor.
Nenhuma tentativa para dominar a natureza inferior e descobrir aquela jóia,
jamais será fútil.
A cabeça imortal, separada do corpo da hidra, é sepultada sob uma rocha,
isto implica que a energia concentrada que cria um problema ainda
permanece, purificada, redireccionada e aumentada após a vitória ter sido
conquistada. Tal poder deve ser correctamente canalizado e controlado. Sob
a rocha da vontade persistente, a cabeça imortal torna-se uma fonte de
poder.
A tarefa tinha nove facetas e cada cabeça da hidra representa um dos
problemas que assaltam a pessoa corajosa que busca conquistar o domínio
de si mesmo. Três dessas cabeças simbolizam os apetites associados ao
sexo, o conforto e o dinheiro. Os próximos três dizem respeito às paixões do
medo, do ódio e do desejo de poder. As últimas três cabeças representam
os vícios da mente humana não iluminada: orgulho, separabilidade, e
crueldade.
As dimensões da tarefa que Hércules empreendeu são assim claramente
aparentes. Ele teve que aprender a arte de transmutar as energias que tão
frequentemente precipitam os seres humanos em tragédias. As nove forças
que, desde o princípio dos tempos, trouxeram destruição entre os homens,
tiveram de ser redireccionadas e transmutadas. Ainda aspiramos à
conquista espiritual que Hércules alcançou.
Os problemas que surgem do mau uso da energia conhecida como sexual
ocupam nossa atenção a cada instante. O amor ao conforto, à luxúria e às
posses externas ainda cresce. A luta pelo dinheiro como um fim em vez de
um meio reduz as vidas de incontáveis homens e mulheres.
Assim a tarefa de destruir as primeiras três cabeças continua a desafiar as
forças da humanidade, milhares de anos depois Hércules haver realizado o
seu extraordinário feito. As três qualidades do carácter que Hércules tinha
de expressar eram a humildade, a coragem e a discriminação. Humildade
para ver o seu compromisso objectivamente e reconhecer as suas falhas;
coragem para atacar o monstro que jazia enroscado nas raízes da sua
natureza; discriminação para descobrir uma técnica para enfrentar o seu
inimigo mortal.
Tarot
Com os cavalos do Carro dominados, o herói avança para a Justiça. Com
esta energia ele terá de provar que as suas decisões são tomadas em
consciência, usando o mental tão bem como o emocional. E assim o faz,
nesta tarefa Hércules demonstra que o seu lado racional está activado e
que prevalece em relação aos seus instintos naturais, ele não é mais um
animal instintivo mas sim um animal racional, que sabe usar sensatamente
cada um.
A Justiça tem pouco a ver com o que a palavra justiça representa para nós
actualmente. A Justiça deveria ser chamada de Equilíbrio para evitar que
julguemos tratar-se aqui de um momento em que as contas se vão acertar.
A Justiça representa um momento de avaliação, sim, mas um momento de
avaliação em que cada um terá de provar que alcançou o equilíbrio interior
dos opostos para poder avançar. Por isso, ela é representada com uma
balança, é o momento em que pesamos quais dos dois lados estamos mais
a utilizar e reflectir sobre o assunto para evitar excessos. A Balança deve
estar equilibrada, nem mais emoção, nem mais racional, e como
conseguimos isso? Ajustando cada dia. Em cada acção compreender como
temos tendência para agir e modificar. Foi o que Hércules fez, pois a sua
primeira atitude foi agir como sempre, até que parou, ponderou e ajustou.
Nesta tarefa esconde-se uma aprendizagem importante, não mais que as
outras, mas bastante importante. O Héroi encontra-se perante um estado
avançado de iniciação e, como tal, tem na sua frente uma prova a esse
nível. No Tarot podemos equipara esta prova com a passagem do Arcano
XVIII, a Lua, para o XIX, o Sol, que é complicada por ser brusca. Passar de
um estado de inconsciência, onde utilizamos os nossos dons de forma
instintiva e não racionalizada, para outro onde sabemos e escolhemos o que
fazemos e quando o fazemos, não é fácil e muitos iniciados falham em
superar esta prova.
Quando mergulhamos nas nossas águas interiores, muitas vezes ficamos lá
prisioneiros pois o lodo pode ser muito e a consciência para lidar com ele
pouca. Era o que estava acontecer com o nosso herói, mas tal como
acontece connosco, há sempre uma voz que nos avisa e aconselha. Essa
voz aconselhou-o a elevar e assim é sempre. Quando conseguimos elevar os
nossos lados negros à Luz tudo se resolve. Quando conseguimos trazer a
Luz do Sol ao lodo interior que habita em nós, o lodo seca e torna-se num
campo fértil pronto para ser cuidado. O lodo é criado por acções repetidas,
nesta ou noutras vidas, o lodo é mantido por falta de reflexão. As emoções
muitas vezes se escondem nesse lodo, o racional pode ajudar a clarificar e
transmutar essas emoções.
Não queremos com isto dizer que o lodo é negativo, lembrem-se é no
equilíbrio que reside a Sabedoria. O Ying e o Yang devem ser perfeitos em
nós!
«Na Justiça o herói precisa de revelar humildade para ouvir conselhos,
coragem para agir perante tanta escuridão e discriminação para escolher o
que deve permanecer o que deve transmutar. As escolhas feitas no
equilíbrio darão a chave para avançar da Lua ao Sol!»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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S E X T A - F E I R A , O U T U B R O 3 0
Os 12 Trabalhos de Hércules - 9º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
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Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
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Mitologia, Astrologia e Tarot
9º Trabalho
A morte dos Pássaros de Estínfalo
Acabar com as tendências do uso do pensamento destrutivo
Mitologia
Era tempo de mudar o seu caminho. Desta vez Hércules teria que procurar
no pântano de Estínfalo, lugar de habitação dos pássaros destruidores e
descobrir a forma de os espantar desta sua morada.
O mestre disse-lhe “A chama que brilha além da mente revela a direcção
certa”. Após longa procura, conseguiu encontrar o fétido pantanal e os
barulhentos ameaçadores pássaros.
Cada pássaro tinha um bico de ferro, afiado como uma espada. As penas
pareciam dardos de aço que ao caírem poderiam cortar ao meio a cabeça
de quem por ali passasse. As suas garras eram igualmente ferozes.
Ao verem-no três pássaros se lhe dirigiram ao que ele ripostou com a sua
clava, fazendo cair no chão duas penas.
Parado à beira do pântano pensava em como livrar-se dos terríveis
pássaros. Pensou em setas, em armadilhas no pântano e lembrou-se então
do conselho que recebera “A chama que brilha além da mente revela a
direcção certa” e reflectindo longamente lembrou-se de dois pratos de
bronze que possuía e que emitiam um som estridente, não terreno; um som
áspero e penetrante capaz de acordar os mortos. Até para si próprio o som
se torna intolerável.
Aguardando pela noite, em que os pássaros estariam todos pousados, tocou
os pratos aguda e repetidamente. Assustados e perturbados por ruído tão
monstruoso, os pássaros levantaram voo guinchando e, fugindo para nunca
mais voltar.
Astrologia
Este nono trabalho está associado a Sagitário e Gémeos. O ruído dos
pássaros é associado ao excesso de comunicação e expressão do signo de
gémeos, e que os pássaros utilizam para devastar a região. Em Sagitário, o
arqueiro, bem como em Escorpião, Hércules assumiu e completou o
trabalho iniciado em Carneiro. Em Carneiro, ele lidava com o pensamento,
enquanto em Sagitário, ele já demonstra completo controlo do pensamento
e da palavra. No momento em que nos libertamos da ilusão, entramos em
Sagitário e vemos o objectivo. Nós nunca o víramos antes, porque o-entre-
nós-e-o-objectivo, encontram-se sempre os pensamentos-forma que nos
impedem de vê-lo, ou seja, não conseguimos ver as nossas metas.
Sagitário é o signo preparatório para Capricórnio, e por vezes chamado de
“o signo do silêncio”, porque esta é a lição de Sagitário: restrição da fala
através do controlo do pensamento porque depois de abandonar o uso das
formas comuns da fala, tais como falar da vida alheia, então será preciso
aprender a silenciar sobre a vida da alma. O recto uso do pensamento, o
calar-se e a consequente inofensividade do plano físico, resultam na
libertação; pois nós somos conservados na unidade humana não por alguma
força externa que nos mantenha ali, mas pelo que nós mesmos temos dito e
feito. No momento em que não mantivermos mais relações erradas com as
pessoas pelas coisas que dissermos quando deveríamos ter ficado calados,
no momento em que paramos de pensar sobre as pessoas, coisas que não
deveríamos pensar, pouco a pouco aqueles laços que nos prendem à
existência planetária são rompidos, ficamos livres e escalamos a Montanha
como o bode em Capricórnio. Em Sagitário, o primeiro dos grandes signos
universais, vemos a verdade como o todo quando usamos as flechas do
pensamento correcto. Todas as várias verdades formam uma verdade; é
disso que nos damos conta em Sagitário.
Tarot
Nesta tarefa é o Eremita que entra em acção. Mais uma vez o herói vai
ajudar alguém, mas desta vez não é o Hierofante que sai à rua mas sim o
Eremita. m novo caminho começa a ser a trilhado e o herói já não precisa
de ter seguidores, ele sabe agora que a única presença que precisa é a sua
voz interior. O Eremita é um Arcano muito interessante, ele é o ser
triunfante das lutas no lodo, ele é o lado introspectivo do Louco.
A sua Sabedoria é evidente, ele sabe quando esperar e quando actuar. Sabe
a Força que tem e acima de tudo já se conhece a si próprio. Note-se que o
lodo foi substituído por pântanos, as águas começam a ser domadas. O
Eremita nesta tarefa vai encontrar o Juízo Final para o ajudar a concretizar a
sua missão. O Juízo Final é uma energia de despertar, é um som anunciador
de novidades, é a voz de um Anjo que chama por nós. É a derradeira prova,
a morte acontece para que depois das outras provas se possa renascer na
liberdade total do Ser.
O herói ouve o chamado e já não tem medo, reconhece que a sua vida é
uma missão constante e que em cada virar da esquina há aprendizagens a
fazer. Ele é o condutor do seu carro, mas também ele é guiado por uma voz
superior.
«O Eremita vive sozinho, mas nunca em solidão. Ele ouve as vozes do
Mundo e sabe onde é o seu lugar»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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S E G U N D A - F E I R A , N O V E M B R O 2
Os 12 Trabalhos de Hércules - 10º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
é um trabalho conjunto elaborado
por
Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
Escolhemos abordar os seguintes temas
Mitologia, Astrologia e Tarot
10º Trabalho
“A morte de Cérbero”
A elevação da personalidade – terceira iniciação
Mitologia
O Mestre disse a Hércules: “Enfrentaste com êxito mil perigos. Hércules, e
muitas consquistas foram feitas. A sabedoria e a força pertencem-te. Farás
uso delas para salvar alguém em angústia, uma presa de imenso e
infindável sofrimento?” e tocando gentimente a fronte de Hércules, diante
de seu olho interno, surgiu uma visão. Um homem jazia sobre uam rocha e
gemia como se seu coração fosse partir-se. Suas mãos e pés estavam
acorrentados; as fortes correntes que o prendiam estavam ligadas a anéis
de ferro. Um abutre, feroz e audacioso, mantinha-se bicando o fígado da
vítima; em consequência, uma corrente de sangue jorrava do seu flanco. O
homem elevava suas mãos acorrentadas e clamava por socorro; mas suas
palavras ecoavam em vão na desolação e eram engolidas pelo vento. A
visão desapareceu e o Mestre falou: “Aquele que viste acorrentado chama-
se Prometeu. Ele sofre assim há muito tempo, e contudo, sendo imortal não
pode morrer. Do céu ele roubou o fogo; por isso foi punido. O lugar de sua
morada é conhecido por Inferno, o reino de Hades. Pede-se que seja o
salvador de Prometeu, Hércules. Desce às profundezas e liberta-o do
sofrimento.”
Hércules iniciou a sua viagem descendo sempre através das ligações dos
mundos da forma. A atmosfera tornava-se cada vez mais pesada, e a
escuridão crescia. Contudo, a sua vontade era firme. Essa descida longa
demorou muito tempo e sozinho, mas não absolutamente só, ele vagueava,
e quando ele procurou no seu íntimo ouviu a voz prateada da deusa da
Sabedoria, Athena, e as palavras encorajadas de Hermes. Por fim, dele
chegou a um rio escuro e envenenado que as almas dos mortos tinam que
cruzar. Uma moeda tinha de ser dada a Caronte, o barqueiro, para que ele
as levasse para o outro lado.
O visitante da terra assustou Caronte que levou Hércules ao outro lado, sem
lembra-se de cobrar-lhe, Hércules penetrou o Hades, uma nevoenta e
escura região onde as sombras, ou melhor, as conchas dos que haviam
partido esvoaçavam. Quando Hércules percebeu a Medusa, com o seu
cabelo encaracolado com serpentes sibilantes, ele tomou a espada e tentou
atingi-la, mas não bateu senão no ar vazio. Ele seguiu por caminhos
labirínticos até chegar à corte do rei que governava o mundo subterrâneo,
Hades. Este, inflexível, severo e com semblante ameaçador, sentava-se em
seu negro trono quando Hércules se aproximou. “Que procuras, um mortal
vivo, em meus reinos?” Interpelou-o Hades.
Hércules disse, “Procuro libertar Prometeu”.
“O caminho está guardado pelo cão Cérbero, um cão com três grandes
cabeças, cada uma com serpentes enroladas em torno”, replicou Hades. “Se
puderes derrotá-lo com tuas mãos vazias, um feito que ninguém jamais
realizou, poderá libertar o sofredor Prometeu”.
Satisfeito com a resposta, Hércules prosseguiu até deparar-se com o cão de
três cabeças e ouviu o seu feroz latido. Ameaçador, avançou para Hércules
que agarrou a primeira cabeça e a manteve presa em seus braços enquanto
o monstro se debatia. Finalmente a sua força cedeu e Hércules seguiu até
encontrar Prometeu numa laje de pedra, em dores atrozes. Hércules partiu
as correntes e libertou o sofredor.
Astrologia
Este trabalho está associado ao signo de Capricórnio/Caranguejo, que é um
dos mais difíceis para se escrever e é o mais misterioso de todos os doze.
Há dois portões de importância dominante: Caranguejo, no que
erroneamente chamamos a vida, e Capricórnio, o portão para o reino
espiritual. Capricórnio, o portão através do qual nós finalmente passamos
quando não mais nos identificamos com o lado forma da existência, mas
nos tornamos identificados com o espírito. É isto que significa ser iniciado.
Um iniciado é uma pessoa que não põe mais a sua consciência na sua
mente, ou desejos, ou corpo físico. Ele pode usá-los, se quiser; e fá-lo para
ajudar toda a humanidade, mas não é neles que focaliza a sua consciência.
Ele está focalizado no que chamamos a alma, que é aquele aspecto de nós
mesmos que está livre da forma. É na consciência da alma que finalmente
funcionamos em Capricórnio, conhecendo-nos como iniciados e entramos
nos dois grandes signos universais de serviço à humanidade.
É em Capricórnio, o adulto que existe em nós que Hércules desce às
profundezas do inferno, munido da compaixão de Caranguejo, para
conseguir resgatar Prometeu.
O caminho da alma é exactamente o mesmo, é com profundo amor
(Caranguejo) que necessitamos de descer às profundezas dos nossos
infernos interiores, amá-los e resgatar em nós a nossa sombra, para
podermos depois, escalar a montanha, que caracteriza Capricórnio, com o
mesmo determinismo e firmeza com que descemos ao inferno.
Após cumprir a sua tarefa, o héroi regressa ao reino dos vivos e ali
reencontra a sua alma e é-lhe mostrado que aquele foi o seu primeiro
serviço em prol de um mundo melhor.
Enquanto nos pássaros de Estínfalo, Hércules ainda tinha mergulhado nos
pântanos do inferno pessoal, é em Cérbero que o mergulho se dá no inferno
colectivo.
Este crescimento na capacidade de prestar serviço é a realização da alma.
Não se pode aprender por ‘ouvir dizer’, mas sim através da realização e
vivendo as circunstâncias.
Tarot
Depois de ter compreendido a lição do Eremita, o herói avança para a Roda
da Fortuna. Este Arcano encerra em si a aprendizagem de conseguirmos
estar em sintonia com o Universo e aproveitar os momentos para elevação.
Nesta tarefa Hércules consegue no seu próprio ritmo avançar cada etapa da
descida ao Inferno e consegue compreender o momento e o tempo que
deve despender em cada uma delas.
É uma tarefa aparentemente fácil pois muito já foi trilhado. Com as
aprendizagens anteriores alcançadas, o herói agora dedica o seu tempo a
ajudar efectivamente os outros. A Roda gira muitas vezes e em cada volta o
iniciado deve estar atento para poder compreender os momentos que lhe
são dados. Quando assim não acontece temos de esperar por uma nova
oportunidade, que virá, mas nós nunca sabemos quando.
O herói ao conseguir estar permanentemente atento, em sintonia com o seu
interior e com o exterior, vê antecipadamente as oportunidades que lhe são
postas à frente e assim torna-se na Energia viva do Universo.
O arcano XXI - O Mundo é a energia da abertura dos portais, é a tomada de
consciência final do iniciado, é a sua elevação total. Quando conseguimos
estar neste estado podemos avançar para a entrega total de ajudar os
outros, pois já nos conhecemos e dominamos, só assim se revelam as
verdadeiras missões.
«A Roda gira vezes sem conta. Se o herói está atento, a Porta abra-se e o
Mundo é revelado!»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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Q U A R T A - F E I R A , N O V E M B R O 4
Os 12 Trabalhos de Hércules - 11º Trabalho
Imagem de Canato Arte
Os 12 Trabalhos de Hércules
é um trabalho conjunto elaborado
por
Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
Escolhemos abordar os seguintes temas
Mitologia, Astrologia e Tarot
11º Trabalho
“A limpeza dos estábulos de Augias”
O serviço de limpeza e purificação, com uso da água, preparando o
encerramento do ciclo
Mitologia
O Mestre chamou Hércules e disse: “Onze vezes a roda girou e agora estás
diante de outro Trabalho. Por muito tempo perseguiste a luz que tremeluzia,
primeiro de maneira incerta, depois aumentando até tornar-se um firme
farol, e agora brilha para ti como um sol brilhante. Agora volta tuas costas
para o brilho, inverte os teus passos; volta para aqueles para quem a luz é
apenas um ponto de transição e ajuda-os a fazê-la crescer. Dirige teus
passos para Augias, cujo reino deve ser limpo do antigo mal.”
E Hércules saiu à procura de Augias, o rei. Quando ele se aproximou do
reino onde Augias governava, um terrível mau cheiro fê-lo quase desmaiar.
Durante anos, ele ficou sabendo, o Rei Augias jamais fizera limpar o
excremento que o seu gado deixava nos estábulos reais. Então os pastos
estavam tão adubados que nenhuma colheita crescia. Em consequência, a
pestilência varria o país, devastando vidas humanas.
Hércules dirigiu-se para o palácio e procurou pelo próprio Augias.
Informado de que Hércules vinha limpar os fétidos estábulos, Augias
confessou a sua dúvida e descrença dizendo: “Dizeis que farás esta imensa
tarefa sem recompensa? Não confio naqueles que anunciam tais bazófias.
Hás-de ter algum plano astucioso que arquitectaste, oh Hércules, para me
roubar o trono. Jamais ouvi de homens que procuram servir ao mundo sem
recompensa. Nunca ouvi. A esta altura, contudo, eu de bom grado acolheria
qualquer tolo que procurasse ajudar. Mas deve ser feito um trato, para que
não zombem de mim como sendo um rei bobo. Se tu, em um único dia,
fizeres o que prometeste, um décimo de todo o meu rebanho será teu; mas
se fracassares, tua vida e teus bens estarão em minhas mãos. Não penso
que possas cumprir tuas bazófias, mas podes tentar”
Hércules então deixou o rei. Ele vagou pela pestilenta área, e viu uma
carroça passar empilhada com cadáveres, as vítimas da pestilência. Dois
rios, ele observou, o Alfeu e o Peneu, fluíam mansamente pela vizinhança.
Sentado à beira de um deles, a resposta a este problema veio-lhe à mente
como um relâmpago. Com determinação e força ele trabalhou. Com enorme
esforço ele conseguiu desviar ambas as correntes dos cursos seguidos por
séculos. Ele fez com que o Alfeu e o Peneu derivassem as suas águas
através dos estábulos e aceleradas limparam a imundície por tanto tempo
acumulada. O reino foi limpo de toda a sua fétida treva. Num único dia foi
cumprida a tarefa impossível.
Quando Hércules, bastante satisfeito com o resultado, voltou a Augias, este
último franziu a testa e disse: “Conseguiste êxito com um truque”, berrou
de raiva o Rei Augias. “Os rios fizeram o trabalho, não tu. Foi uma manobra
para me tirar meu gado, uma conspiração contra o meu trono. Não terás
uma recompensa. Vais, sai daqui ou mandarei decapitar a tua cabeça!”
O enraivecido rei assim baniu Hércules, e proibiu-o de voltar ao seu reino,
sob pena de morte imediata.
Hércules cumpriu a tarefa que lhe fora dada e voltou ao Mestre, que disse:
“Tu tornaste-te um servidor mundial. Avançaste ao recuares; vieste à Casa
da Luz por um outro caminho, gastaste a tua luz para que a luz dos outros
pudesse brilhar. A jóia que o décimo primeiro Trabalho dá é tua para
sempre”. Hércules sendo o iniciado, deveria fazer três coisas, que podem
ser resumidas como as características principais de todos os verdadeiros
iniciados. Se não estiverem presentes em alguma medida, o homem não é
um iniciado. A primeira é o serviço impessoal, que não é o serviço que
prestamos porque nos dizem que o serviço é um caminho de libertação,
mas o serviço prestado porque a nossa já não é mais centrada em nós
mesmos. Não estamos mais interessados em nós mesmos e sim na nossa
consciência, que sendo universal nada há a fazer, senão assimilar os
problemas dos nossos semelhantes e ajudá-los. Para o verdadeiro iniciado,
isso não representa esforço. A segunda é o trabalho grupal que é
permanecer sozinho espiritualmente na manipulação dos assuntos pessoais,
esquecendo completamente de si mesmo no bem-estar do particular
segmento da humanidade ao qual está associado. A terceira é o auto-
sacrifício que significa tornar o ego sagrado. Isto lida com o ego do grupo e
o ego do individúo; esse é o trabalho do iniciado.
Astrologia
Em Augias, o trabalho é feito pelo eixo Aquário/Leão, em que com a sua
lâmpada acesa (Leão) através do serviço altruísta e alinhamento com os
níveis superiores de consciência (Aquario), que Hércules deve levar a luz
aos outros, pois é a partir do momento em que a luz se acende na
consciência que o Homem deixa de ter possibilidade de voltar às trevas do
mundo.
É aqui que Hércules deixa de prestar atenção a si mesmo (Aquário), indo ao
encontro dos que ainda não acenderam a sua própria luz.
Quando Hércules se dirige ao reino de Áugias, simbolizado pelo Leão e a
propriedade, o domínio, o poder e a arrogância demonstrado pelo Rei, sente
o cheiro, acumulado de tempos imemoriais, desse mesmo preconceito. Sem
se sentir intimidado por estar a prestar um serviço à humanidade apesar do
desprezo do rei e o seu descrédito naqueles que prestam serviço
desinteressado, Hércules levou a cabo a sua tarefa e acaba por se retirar
em silêncio após as palavras de medo de perda de poder do próprio rei.
Mas Hércules já sabe que as únicas contas a prestar são a Deus. E que
usando a sua intuição e a sua própria luz (Leão em equilíbrio), trazendo luz
àqueles que não a viam, são um presente de Aquário para as forças
retrógradas e provisórias que representa este rei no seu reino.
Tarot
A elevação está concluída, agora o herói
dedica o seu tempo a ajudar os outros, mesmo quando deles não recebe o
agradecimento necessário. A sua Força foi alcançada definitivamente. Nas
outras tarefas em que o herói enfrentou a Força, nem sempre havia
conseguido dominar os seus impulsos e aprender a lição, mas agora
Hércules comanda o seu Leão interior e, por isso mesmo, não precisa da
aprovação exterior, nem se sente injustiçado, avança, cumpre a sua tarefa e
basta-lhe ter sido útil.
O Arcano XI foi alcançado, a sua energia está integrada e agora o herói
pode avançar e tornar-se na Estrela. A Estrela muitas vezes pode
simplesmente estar lá para nós, ajudando e direccionado o nosso Carro,
mas numa elevação como a que o herói alcançou, a Estrela é ele mesmo.
Quando Hércules compreendeu que usando a água dos dois rios conseguiria
realizar a tarefa com facilidade ele acedeu a este Arquétipo, pois a Estrela,
com um pé no chão e outro na água, consegue manter a fonte de Luz a
jorrar constantemente sobre os lugares onde houver obscuridade. Enquanto
que a Temperança ainda realiza apenas uma energia de transmutação
interior e pessoal, é o Alquimista no Laboratório pessoal, a Estrela é o
Alquimista Universal por excelência. Ela dá Luz e transmuta o podre em
fértil.
«A Força aplicada à transmutação, liberta o herói para a entrega plena. A
Estrela brilha de dentro para fora, numa liberdade total.»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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S E X T A - F E I R A , N O V E M B R O 6
Os 12 Trabalhos de Hércules - 12º Trabalho
Os 12 Trabalhos de Hércules
é um trabalho conjunto elaborado
por
Onda Encantada (Difusão da Alma)
Shin-Tau (Grimoire do Mago)
Para a jornada da alma
Escolhemos abordar os seguintes temas
Mitologia, Astrologia e Tarot
12.º Trabalho
“A captura do gado vermelho de Gerião”
A transcendência da animalidade, a salvação
Mitologia
O Mestre chamou Hércules e disse-lhe: “Tu agora estás diante do último
Trabalho. É o que falta para que o ciclo seja completo, e liberação
conquistada. Vai até aquele lugar sombrio chamado Eritéia, onde a Grande
Ilusão está entronizada; onde Gerião, o monstro de três cabeças, três
corpos e seis mãos, é rei e senhor. À margem da lei ele mantém um
rebanho de gado vermelho escuro. De Eritéia deves trazer até a nossa
Sagrada Cidade, este rebanho. Cuido com Euritião, o pastor, e seu cão de
duas cabeças Ortus.” E depois de uma pausa continuou: “Mais um aviso
posso dar. Invoca a ajuda de Hélio.”
Hércules partiu e no templo, fez oferendas a Hélio, o deus do fogo e do sol.
Por sete dias Hércules meditou, e depois mereceu dele um favor. Um cálice
dourado caiu no chão aos seus pés. Ele sentiu no seu íntimo que esse
objecto brilhante o capacitaria a cruzar os mares para alcançar o país de
Eritéia. E assim foi. Sob a segura protecção do cálice dourado, ele velejou
pelos mares agitados até chegar a Eritéia.
Numa praia naquele país distante, Hércules desembarcou. Não muito longe
dali ele chegou a um pasto onde o gado vermelho escuro pastava. Era
guardado pelo pastor Euritião e o cão de duas cabeças, Ortus.
Quando Hércules se aproximou, o cão lançou-se como uma flecha para ele,
rosnando ferozmente, tentando alcançá-lo. Com um golpe decisivo Hércules
derrubou o monstro. Então, Euritião amedrontado pelo bravo guerreiro que
estava diante dele, suplicou que a sua vida fosse poupada. Hércules
concedeu-lhe o pedido. Conduzindo o gado vermelho-sangue adiante dele,
Hércules voltou a sua face para a Cidade Sagrada. Ainda não estava muito
longe daquelas pastagens quando percebeu que o monstro Gerião vinha em
louca perseguição. Logo Gerião e Hércules estavam face-a-face. Exalando
fogo e chamas de todas as três cabeças simultaneamente, o monstro
avançou sobre ele. Esticando bem o seu arco, Hércules lançou uma flecha
que parecia queimar o ar e que atingiu o monstro no seu flanco. Tamanho
foi o ímpeto com que fora lançada, que todos os três corpos de Gerião
foram perfurados. Com um guincho desesperado, o monstro oscilou, depois
caiu, para nunca mais se levantar.
Hércules conduziu, então o lustroso gado para a Cidade Sagrada. Difícil foi a
tarefa. Volta e meia alguns bois se desgarravam e Hércules deixava o
rebanho para procurar aquelas cabeças que se perdiam. Através dos Alpes
ele conduziu o seu rebanho até Halia. Onde quer que o mal tivesse
triunfado, ele golpeava as forças do mal com golpes mortais, e corrigia a
balança em favor da justiça. Quando Eryx, o lutador, o desafiou, Hércules o
derrubou tão vigorosamente que ele permaneceu caído.
Novamente quando o gigante Alcioneu lançou sobre Hércules, uma rocha
que pesava uma tonelada, este último a deteve com a sua clava e a
mandou de volta, matando o seu agressor.
Às vezes ele perdia o seu rumo, mas sempre se voltava, refazia os seus
passos, e prosseguia. Embora exausto por este cansativo trabalho, Hércules
por fim voltou. Quando chegou, o Mestre que o esperava, disse-lhe: “A jóia
da imortalidade pertence-te. Por estes doze Trabalhos tu superaste o
humano e te revestiste do divino. De volta ao lar viestes, para não mais
partires. No firmamento estrelado o teu nome será inscrito, um símbolo para
os batalhadores filhos dos homens, de seu imortal destino. Os trabalhos
humanos estão encerrados, tua tarefa Cósmica começa”.
Astrologia
Em Peixes/Virgem, Hércules termina um grande ciclo de realizações que
marcam a sua libertação das formas terrestres e da maioria dos apegos que
prendem os homens à roda de reencarnações.
É aqui que o homem crítico e rígido do passado aprende a ter fé.
Hércules tem que conduzir o rebanho de gado vermelho-sangue (representa
a quinta raça) para fora das terras da ilusão até à Cidade Sagrada. Para
desempenhar a sua tarefa, é advertido de que deverá invocar Hélio – Deus
do sol, senhor da luz e da consciência, que só se consegue encontrar nos
planos interiores do ser.
Aqui ficamos a saber, que a união da consciência cósmica com a terrestre, e
o apelo a esse deus interior que existe dentro de todos nós, é imprescindível
para enfrentar tarefas que exigem um esforço maior. Hércules medita em
consciência, na sua essência repleta de luz, que significa a busca de Peixes,
ser que vem ao mundo para compreender a própria essência e para se
revelar como fé.
Como resultado da sua meditação, recebe o Santo Graal – cálice dourado –
depósito de toda a sabedoria.
É com a frieza de Virgem que Hércules consegue enfrentar Gerião, mas esta
frieza levada ao extremo pode revelar-se em tirania, daí que o bom senso
demonstra bem o signo de Peixes em equilíbrio. O lutador com que Hércules
se debate, mostra a raiva contida de peixes e falta de firmeza na sua
própria colocação e acção no mundo; e o ter que abandonar
momentaneamente o rebanho para ir apanhar algum boi desgarrado,
demonstra também a dificuldade que o signo de peixes sente com os
imprevistos.
Quando chega à cidade sagrada e ouve “A jóia da imortalidade pertence-te.
Por estes doze Trabalhos tu superaste o humano e te revestiste do divino.
De volta ao lar viestes, para não mais partires. No firmamento estrelado o
teu nome será inscrito, um símbolo para os batalhadores filhos dos homens,
de seu imortal destino. Os trabalhos humanos estão encerrados, tua tarefa
Cósmica começa”, aprende finalmente que necessitava de ter coragem e fé
para ver tudo o que viu, e que estes valores são o seu legado para os seus
irmãos. E para o conseguir, o homem tem que tirar o seu Cristo da cruz e
caminhar ao seu lado.
Tarot
Depois de tantas tarefas, depois de passar por provas incontornáveis,
difíceis e algumas falhas, o herói está pronto para o auto-sacrifício. O
Dependurado chegou, é o momento em que o herói tem de assumir que os
seus pés estão no Céu e as suas mãos na Terra. É o momento em que
compreende que a sua missão sempre foi a de regressar à Casa do Pai, mas
que afinal ele sempre lá esteve, e que por isso passou por tudo o que
passou. Grato pelas lições de vida ele mostra como está diferente, como
conseguiu adquirir as qualidades que lhe faltavam desde a primeira tarefa,
em que ingenuamente colocou a vida do seu amigo em perigo.
O Dependurado é o reinício de uma fase na vida do herói. As tarefas não
terminaram por aqui, agora na escalada da Árvore da Vida ele terá novas
provas a superar, mas nestas aprendeu que apenas com a inversão das
polaridades, trilhando um caminho equilibrado, buscando a perfeita
harmonia das coisas, ele poderá chegar ao seu destino. Compreende agora
que não há ilusões, apenas mudanças da realidade, não há adversários,
apenas coadjuvantes, não há princípio nem fim, apenas uma eterna dança
cósmica.
Com todo este conhecimento, o herói avança na Vida como o Louco,
seguindo em frente, voltando atrás, parando e reflectindo, dançando e
rindo, mas tudo isso feito com muita consciência, pois agora ele sabe que
nunca esteve só, nunca falhou ou passou, nunca perdeu ou ganhou, apenas
viveu.
«O Dependurado sacrifica-se pois sabe que isso não existe. Ele inverte a
ordem da vida e age com as raízes no Divino e a mente na Terra. Agora ele
nem precisa de se mexer para poder actuar. O Louco ganha forma.»
DIFUNDIDO POR ONDA ENCANTADA AT 09:00
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