OFERECER ELEMENTOS PARA QUE OS PROFESSORES
CONHEÇAM MELHOR AS CRIANÇAS COM AS QUAIS TRABALHA,
SUAS CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E GRUPAIS, SUAS EMOÇÕES,
SUAS REAÇÕES, DESEJOS, INTERESSES E APRENDIZAGENS;
OFERECER SUBSÍDIOS PARA PRÁTICAS EDUCATIVAS FUTURAS;
Artigo 10 da Resolução CNE/CEB nº 05/09 :
“As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para
acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das
crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo:
I - a observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das
crianças no cotidiano;
II - utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios,
fotografias, desenhos, álbuns etc.);
III - a continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de
estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança
(transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição,
transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino Fundamental);
IV - documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da
instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da
criança na Educação Infantil;
V - a não retenção das crianças na Educação Infantil.”
requer uma atitude de acolhimento;
ser utilizada em todos os momentos do cotidiano das crianças:
brincadeiras, interações, atividades com o objeto do
conhecimento;
exige exercício de um olhar atento, sensível e cuidadoso;
as referências para observar devem ser buscadas na própria
criança e não em padrões pré-estabelecidos aos quais ela deva
corresponder.
VER E OUVIR AS
CRIANÇAS
ESCUTA
PROCEDIMENTOS PARA ACOMPANHAMENTO
DO TRABALHO PEDAGÓGICO E PARA
AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E DA
APRENDIZAGEM DA CRIANÇA
REGISTROS NO
PLANEJAMENTO
REGISTROS INDIVIDUAIS
REGISTROS COLETIVOS
PORTFÓLIOS
RELATÓRIOS DE AVALIAÇÃO
Destinar um espaço no próprio planejamento para fazer
reflexões sobre o trabalho desenvolvido:
reações/ aceitação/ envolvimento das crianças;
pontos positivos e negativos no desenvolvimento das atividades;
o que precisou ser modificado, acrescentado, retirado, substituído;
Periodicidade: sempre que necessário.
Organizar um caderno com folhas destinadas para cada uma das
crianças, com um índice (pode ser substituído por fichário) – PARA
USO DO PROFESSOR:
- registrar individualmente: aspectos da vida familiar que influenciam no
processo educativo; informações importantes trazidas pelas famílias;
comentários das crianças; vivências das crianças; preferências, hábitos,
participação e envolvimento nas brincadeiras, interações e as
aprendizagens decorrentes nas atividades das áreas do conhecimento
desenvolvidas;
-
Periodicidade:
-sempre que necessário;
-pode-se registrar o desenvolvimento e as aprendizagens de algumas
crianças em determinados dias e, de outras, em dias posteriores; podem
existir registros mais longos e específicos para algumas crianças em
alguns momentos em relação às outras;
-realizar por grupo de crianças, atentando para não fazer registros só de
algumas crianças;
Organizar um caderno ou fichário para – USO DO PROFESSOR:
- registrar o desenvolvimento da prática educativa, o envolvimento e
participação da turma em geral, relatando o desenvolvimento e a
aprendizagem de algumas crianças a cada vez (suas aprendizagens,
avanços, necessidades);
- Periodicidade: sempre que necessário;
Organizar uma pasta com plásticos ou pasta com trilho para cada
criança, a fim de colecionar as atividades/ fotos que registram
diferentes momentos e vivências das crianças na instituição
- promovem a reflexão não apenas do produto das atividades, mas do
processo;
-as crianças “maiores” podem ser convidadas a auxiliar na elaboração dos
portfólios, assim como a fazer reflexões sobre suas aprendizagens;
- podem ser utilizados para socializar com os pais ou responsáveis as
aprendizagens das crianças;
- Periodicidade: sempre que o professor avaliar necessário.
-O professor precisa reler seus registros com certa frequência, a fim de
compreender o processo de desenvolvimento e aprendizagem de suas
crianças, assim como utilizar esses registros para (re) organizar sua prática
educativa: posturas, projetos ou P.T.D’s, rotinas, espaços-ambientes, etc.
-Não há como o professor elaborar um novo projeto ou P.T.D. adequado às
necessidades de suas crianças (definir temas, áreas a serem
desenvolvidas, atividades a serem realizadas,...) sem reler seus registros.
-elaborado a partir dos demais registros realizados durante o semestre
(registros no planejamento, registros individuais, registros coletivos-
individuais e portfólios);
- sintetiza o trabalho desenvolvido ao longo do semestre, bem como as
aprendizagens de cada criança;
- relata aspectos como a participação e o envolvimento em brincadeiras e
interações e as aprendizagem nas áreas do conhecimento desenvolvidas
no semestre;
- deve ser elaborado com linguagem adequada aos pais ou responsáveis,
bem como a outros professores e profissionais; LEMBREM-SE: OS PAIS,
OUTROS PROFISSIONAIS, NÃO TÊM A “VIVÊNCIA PEDAGÓGICA”
QUE NÓS TEMOS;
- não registrar informações confidenciais ou muito particulares, essas
podem ser feitas no registro individual (caderno do professor). Quando a
especificidade do relatório exigir, comunicar com muito cuidado;
- atentar para as expressões utilizadas, de maneira que essas não
vinculem uma imagem depreciativa da criança;
“Relatórios finais de avaliação expressam
sentidos construídos pelo educador sobre
aprendizagens individuais. O professor
que não realiza tal acompanhamento
[registros no planejamento, registros
cotidianos], não tem elementos para
configurar registros finais qualitativos e
significativos.” (HOFFMANN, 2004, p. 135,
grifos meus).
Qual o envolvimento e a participação da criança nas brincadeiras?
Qual o envolvimento e a participação da criança nas interações?
Como a criança age nas atividades relativas: ao sono/ descanso,
alimentação, higiene, organização dos seus pertences...
Como está a aprendizagem da criança nas áreas do conhecimento
desenvolvidas? Relatar “o quê” a criança se apropriou, “em que” situação” observou-se tal apropriação e qual foi o “nível dessa apropriação” (com auxílio, com auxílio constante, com auxílio dos colegas, com
autonomia);
Personalizar os relatórios com alguma situação que é própria ou
específica daquela criança.
COMO PERSONALIZAR O
RELATÓRIO?
CRIANÇA A
• A criança utiliza desenho, modelagem e gestos para representar ideias, a partir de atividades de rotinas e propostas pela professora. Utiliza da linguagem oral para expressar suas opiniões, para participar de rodas de conversa e conversas mediadas pela professora, demonstrando sequência e respeito ao assunto que está sendo discutido.
CRIANÇA B
• A criança utiliza desenho, modelagem e gestos para representar ideias, a partir de atividades de rotinas e propostas pela professora. Utiliza da linguagem oral para expressar suas opiniões, para participar de rodas de conversa e conversas mediadas pela professora, demonstrando sequência e respeito ao assunto que está sendo discutido.
CRIANÇA A
• A criança gosta muito de
manusear revistas e
livros que estão à
disposição em sala.
Folhea-os, aponta com
dedo para a escrita e
ilustrações, bem como
cria histórias para os
colegas a partir das
ilustrações.
CRIANÇA B
• A criança gosta muito de
utilizar os riscantes e
papéis que ficam à
disposição em sala. Cria
desenhos com muitos
detalhes e coloridos.
RELATO “GERAL” DO TRABALHO REALIZADO NA ÁREA:
PRINCIPAIS ATIVIDADES E CONHECIMENTOS DESENVOLVIDOS;
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: ACOMPANHOU COM
AUTONOMIA; ACOMPANHOU COM AUXÍLIO ESPORÁDICO OU
CONSTANTE; OU APRESENTAR AS “NECESSIDADES”
Devem ser utilizados para refletir
sobre a prática educativa, o
desenvolvimento da aprendizagem
das crianças e não apenas para
ilustrar o relatório e/ou para ser
descrito.
USO DE FOTOS E VÍDEOS
REFERENCIAL TEÓRICO:
BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. Projetos Pedagógicos na educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer Nº. 20/2009: Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 09 de dezembro de 2009,
Seção 1, p. 14.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução Nº 05/2009: Fixa as Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 de dezembro de 2009,
Seção 1, p. 18.
HOFFMANN, J. Avaliação e Educação infantil. Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Editora
Mediação, 2015.
JUNQUEIRA FILHO, G de A. Linguagens Geradoras. Seleção e articulação de conteúdos em Educação infantil.
Porto Alegre: Editora Mediação, 2006.
KRAMER, Sonia; BARBOSA, Silvia N. F. Observação, documentação, planejamento e organização do trabalho coletivo
na Educação Infantil. In: BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Currículo e
linguagem na Educação Infantil. (Coleção Leitura e escrita na Educação Infantil v. 7). Brasília: MEC/ SEB, 2016. P.
49 – 78.
OLIVEIRA, Z. de M. R. de. (org.) O trabalho do professor na Educação Infantil. São Paulo: Biruta, 2012.
REDIN, M. M. et. al. Planejamento, práticas e projetos pedagógicos na Educação Infantil. Porto Alegre:
Mediação, 2014. p. 39 - 64.
MICARELLO, H. Avaliação e transições na Educação Infantil. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de
Educação Básica. Coordenação Geral de Educação Infantil. Consulta pública sobre orientações curriculares nacionais
da educação infantil. Brasília, DF: MEC/ SEB/ COEDI, 2010.
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