ROSE MAURA DOS SANTOS BRITO
O USO DA TÉCNICA DE EMPILHAMENTO DE AR EM PACIENTES COM
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA - REVISÃO DA LITERATURA
Monografia apresentada a
Universidade Federal de São
Paulo / Escola Paulista de
Medicina UNIFESP / EPM,
como parte dos requisitos para
obtenção do título de
especialista em Intervenções
Fisioterapêuticas nas Doenças
Neuromusculares.
São Paulo
2011
ROSE MAURA DOS SANTOS BRITO
O USO DA TÉCNICA DE EMPILHAMENTO DE AR EM PACIENTES COM
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA: REVISÃO DA LITERATURA
Monografia apresentada a
Universidade Federal de São
Paulo / Escola Paulista de
Medicina UNIFESP / EPM,
como parte dos requisitos para
obtenção do título de
especialista em Intervenções
Fisioterapêuticas nas Doenças
Neuromusculares.
Orientadora: Profª. Simone
Gonçalves de Andrade
Holsapfel
São Paulo
2011
Brito, Rose Maura dos Santos.
O uso da técnica de Empilhamento de Ar em pacientes com Esclerose Lateral
Amiotrófica: Revisão da Literatura. / Rose Maura dos Santos Brito. São Paulo, SP,
2011.
viii, 30f.
Monografia. Universidade Federal de São Paulo.
Programa de Pós Graduação em Neurologia e Neurocirurgia.
Titulo em ingles: Using the technique of Stacking Air in patients with Amyotrophic
Lateral Sclerosis: Literature Review.
1. Esclerose Lateral Amiotrófica. 2 Empilhamento de Ar. 3 Capacidade de Insuflação
Máxima.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE NEUROLOGIA/NEUROCIRUGIA
DISCIPLINA DE NEUROLOGIA CLÍNICA
Chefe de Departamento: Prof. Dr. Mirto Nelso Prandini
Chefe da Disciplina de Neurologia Clínica: Prof. Dr. Ademir Baptista da Silva
Coordenadores do Curso de Especialização em Intervenções
Fisioterapêuticas nas Doenças Neuromusculares:
Prof. Dr. Acary Souza Bulle Oliveira
Profa. Dra. Francis Meire Fávero
Profa. Dra. Sissy Fontes Veloso
São Paulo
2011
v
DEDICATÓRIA
Dedico este estudo a Deus que com sabedoria sempre guiou meus
passos.
Dedico também aos pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica cuja
força e vontade de viver me inspiram na busca pela minha evolução
profissional e pessoal.
vi
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu marido Alexandre que durante todo esse tempo
esteve sempre ao meu lado. Obrigada por todo amor, carinho, ajuda, paciência
e tempo oferecidos a mim.
Aos meus pais e família pelos conceitos transmitidos sobre a vida e por
permitirem a realização de todos os meus sonhos. Sem vocês nada seria
possível.
A minha orientadora Simone Holsapfel por ser sempre tão solícita e pelo
apoio para a realização deste estudo.
A querida Francis Fávero, sempre muito carinhosa e presente. Meu mais
sincero agradecimento pela atenção, ajuda e paciência durante todo o curso de
especialização.
Rose Brito
vii
RESUMO
INTRODUÇÃO: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença
neuromuscular, caracterizada pela degeneração e perda progressiva dos
neurônios motores superiores e inferiores da medula espinhal, tronco
encefálico e córtex cerebral. O óbito, geralmente, está relacionado com a
falência respiratória. A técnica de Empilhamento de Ar é utilizada para estes
pacientes, visando o aumento da Capacidade Máxima de Insuflação e trazendo
entre outros benefícios o aumento do pico de fluxo de tosse. MÉTODO: Foi
realizado um levantamento bibliográfico de estudos que abordam a técnica de
Empilhamento de Ar no tratamento de pacientes portadores de Esclerose
Lateral Amiotrófica (ELA). Foram selecionados artigos indexados publicados
até o ano de 2011 nas bases de dados Medline, Lilacs, PEDro e Scielo, assim
como referências de livros e teses no mesmo período. RESULTADOS: Foram
encontrados 29 estudos, dos quais 27 foram excluídos por se tratar de
trabalhos de revisão bibliográfica ou por não abordarem assuntos pertinente ao
estudo. CONCLUSÃO: Os dois artigos encontrados nesta revisão, indicam
benefícios da terapia de Empilhamento de Ar em pacientes com ELA,
principalmente no que diz respeito ao aumento da capacidade de insuflação
máxima. Fica claro, a necessidade de mais estudos sobre este assunto.
Palavras-Chave: Esclerose Lateral Amiotrófica, Empilhamento de Ar,
Capacidade de Insuflação Máxima.
viii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CIM Capacidade de Insuflação Máxima
CVF Capacidade Vital Forçada
DMD Distrofia Muscular de Duchenne
DNM Doenças Neuromusculares
ELA Esclerose Lateral Amiotrófica
ENMG Eletroneuromiografia
PFT Pico de Fluxo Tosse
RGF Respiração Glossofaríngea
SOD1 Superóxido Desmutase 1
VNI Ventilação não Invasiva
ix
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA............................................................................................... v
AGRADECIMENTOS..................................................................................... vi
RESUMO........................................................................................................ vii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS........................................................ viii
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 1
1.1 Air-Stacking ou Empilhamento de Ar.............................................. 5
1.2 Respiração Glossofaríngea ............................................................. 6
2 OBJETIVO.................................................................................................. 8
3 MÉTODO..................................................................................................... 9
4 RESULTADOS............................................................................................ 10
4.1 Estudo 1............................................................................................. 10
4.2 Estudo 2............................................................................................. 10
5 DISCUSSÃO............................................................................................... 12
6 CONCLUSÃO............................................................................................. 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 15
ABSTRACT
1
1. INTRODUÇÃO
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), é uma doença neuromuscular
caracterizada pela degeneração e perda progressiva dos neurônios motores
superiores e inferiores da medula espinhal, tronco encefálico e córtex cerebral
(1).
A primeira descrição de ELA foi relatada na França por Charcot, em 1869, no
entanto, estudos anteriores realizados por Charles Bell já descreviam uma
paciente com sinais e sintomas característicos da doença. Esta patologia
também é conhecida como Doença de Lou Gehrig, em homenagem a um
famoso jogador de beisebol dos Estados Unidos, que veio falecer em 1941,
três anos após a manifestação dos primeiros sintomas da doença (2,3).
A incidência da ELA é estimada em 2/100.000 habitantes e os homens são
duas vezes mais afetados que mulheres, embora o número de mulheres afeta-
das aumente com o avanço da idade. Acomete mais os caucasianos que os
negros. Costuma instalar-se mais entre a sexta e sétima década de vida e o
óbito ocorre em média entre três a cinco anos após o início dos primeiros
sintomas. A prevalência pode variar conforme a população envolvida, em
algumas ilhas do Pacífico, onde há uma forma específica de ELA, esse número
pode aumentar de três a oito vezes mais. As diferenças na incidência e
prevalência entre os países provavelmente refletem a combinação da avaliação
dos serviços médicos, diagnóstico e características demográficas da área (3-7).
No Brasil foram realizados estudos epidemiológicos sobre ELA nos estados de
Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Ceará, que relatam uma relação de dois
homens para cada mulher (2:1), a doença manifestou-se aos 48,38 anos e a
média de mortalidade foi de 56,1 anos (8,9).
Existem três tipos de ELA, a Esporádica ou forma clássica (90%), Familiar (9%)
e um tipo mais raro, a ELA do Pacífico Oeste na ilha de Guam, que representa
1% dos casos (3, 10).
2
A causa da ELA não é totalmente esclarecida. Os trabalhos epidemiológicos e,
sobretudo, os experimentos com modelos animais têm permitido concluir que a
doença relaciona-se com a presença de algum fator genético. Sua expressão
clínica estaria relacionada com a exposição desse indivíduo a algum fator
externo que funcionaria como gatilho para o desencadeamento do processo de
degeneração do motoneurônio. A disseminação da lesão inicial ocorre quando
a morte de um motoneurônio libera grandes quantidades de óxido nítrico,
radicais livres, glutamato, cálcio e metais livres que se tornam tóxicos para as
células vizinhas. Estudos comparativos entre grandes grupos de pacientes e
indivíduos sem ELA, mostram alguns fatores externos que são mais comuns no
grupo de pacientes com ELA. Contato com produtos químicos específicos
(inseticidas, metais pesados, cigarro), infecções virais, obesidade, dietas
inadequadas e trauma físico são os mais prováveis. Também nota-se uma
relação nítida entre a prática de atividade física intensa e o desenvolvimento de
ELA. Outros estudos mostram que a etiologia da ELA também envolve:
alterações genéticas; deficiência de fatores neurotróficos transportados por
fluxo axoplasmático ou deficiência nesse transporte; lesão mitocondrial,
contribuindo para ativação de mediadores gênicos da apoptose; meio
ambiente; auto-imunidade e biologia celular, sugerindo que a ELA seja uma
doença na qual os receptores androgênicos nos motoneurônios são perdidos
ou não funcionantes (3, 11-14).
Apesar da ELA permanecer com etiologia incerta, estudos mostram que cerca
de 10% das famílias com ELA de herança dominante estão associadas a
mutações na região q 21 do cromossomo 21, que contém o gene da enzima
Cobre/Zinco superóxido desmutase 1 (SOD1). Outras mutações têm sido
descritas em trabalhos mais recentes (3,10).
A ELA tem início insidioso e curso progressivo, a degeneração dos neurônios
motores superior e inferior (15). Os sinais e sintomas são correspondentes ao do
neurônio motor comprometido, sendo característico da lesão no neurônio motor
superior a fraqueza, hiperreflexia, hipertonia elástica, clônus e sinal de
Babinski. Já em comprometimentos do neurônio motor inferior, observa-se
3
fraqueza, fasciculação, atrofia e atonia. Mais tarde são afetadas as funções
vocais e respiratórias (3, 16-18).
Não há testes laboratoriais específicos para o diagnóstico da ELA, sendo este
essencialmente clínico e estabelecido pelo El Escorial Revisited (1998)
determinado pela Federação Mundial de Neurologia. Os exames
complementares, como a eletroneuromiografia (ENMG), os testes de condução
nervosa, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética nuclear,
servem principalmente para excluir outros diagnósticos (18).
O tratamento para um paciente com ELA é multiprofissional e deve iniciar-se
precocemente, já no momento do diagnóstico. Há evidências de que esta
intervenção precoce pode melhorar e prolongar a vida (3).
A fisioterapia tem um papel importante no tratamento destes doentes, sendo
que a terapia motora e respiratória devem ser realizadas com o intuito de
minimizar contraturas, quedas, acometimentos respiratórios, possibilitando uma
maior independência e retardando a evolução da mesma (3, 19).
O objetivo da fisioterapia respiratória é limitar a congestão pulmonar, a
atelectasia e risco de falência respiratória, que poderão levar à necessidade de
ventilação mecânica e subseqüente traqueostomia. Além da fraqueza dos
músculos respiratórios, o risco de broncoaspiração e a dificuldade em eliminar
secreções através da tosse contribuem para a ocorrência de infecções bronco-
pulmonares de repetições, que poderão culminar em falência respiratória (20,21).
O treinamento dos músculos respiratórios pode auxiliar na melhora da função
pulmonar, porém, deve ser aplicado de forma cautelosa para não acelerar a
fadiga dos músculos respiratórios pelo aumento da sobrecarga (19).
As principais causas de óbito na ELA são as complicações respiratórias (22).
Com a evolução da doença os pacientes com ELA apresentam fraqueza da
musculatura respiratória (22-25) levando a incapacidade de ventilação normal dos
pulmões por uma ineficiência dos músculos inspiratórios associado à
inatividade da inervação dos músculos da região bulbar (22). A fraqueza dos
4
músculos respiratórios leva a sintomas de insuficiência respiratória durante o
curso da doença (26).
Visto que a tosse depende das funções preservadas dos músculos
inspiratórios, expiratórios e bulbares, também é comum nos pacientes com
doenças neuromusculares a fraqueza da musculatura expiratória associada à
disfunção da glote, levando a incapacidade de gerar pressão toracoabdominal
e pico de fluxo tosse (PFT) adequado para realizar uma tosse efetiva (27).
Devido à fraqueza da musculatura respiratória os pacientes com ELA evoluem
com diminuição da capacidade vital forçada (CVF) necessitando então de
ventilação não invasiva (VNI) (28-30).
A fisiopatologia da insuficiência respiratória nas doenças neuromusculares é
complexa e pode envolver inúmeros fatores associados ou não. Alterações no
controle da ventilação, aparecimento de sinais de fadiga muscular respiratória,
alterações nas propriedades mecânicas do sistema respiratório, mudanças na
troca gasosa, especialmente no período noturno, e a disfunção do trato
respiratório superior são algumas possibilidades (31).
Existem diversas maneiras para gerenciar as possíveis alterações da função
pulmonar, entre elas podemos citar a capacidade de insuflação máxima (CIM)
(32), que consiste em manter o máximo de volume de ar no interior dos pulmões,
com a glote fechada. Depende diretamente da força muscular da faringe e da
laringe e por isso se faz necessária a integridade desta musculatura. Seu
objetivo é manter a elasticidade do pulmão e da parede torácica e promover a
expansão e o crescimento adequado dos pulmões.
A CIM é obtida é por meio da técnica do air-stacking ou empilhamento de ar
que consiste em aumentar o volume pulmonar dos pacientes por meio do uso
de um dispositivo de insuflação pulmonar manual (AMBU). Ventiladores a
volume e o Cough Assist também são indicados para fornecimento de ar nesta
técnica (33-35).
5
1.1 Air-Stacking ou Empilhamento de Ar
Essa técnica consiste em uma série de manobras de inspiração, seguidas de
pausa sem exalação, com a glote fechada de modo que haja acúmulo de
volume de ar no interior dos pulmões. A respiração profunda dilata as vias
aéreas, aumenta a força de contração muscular expiratória e aumenta a
expansibilidade pulmonar. O fato de prender a respiração facilita a distribuição
de ar para a periferia do pulmão e faz com que a pressão intratorácica
aumente, melhorando significativamente o pico de fluxo de tosse (29, 33-37).
Figura1: Simulação da Técnica de Empilhamento de Ar em um indivíduo saudável.
Descrição da técnica de Empilhamento de Ar:
Com o paciente sentado, o terapeuta/cuidador deve se posicionar atrás do paciente;
o terapeuta/cuidador deve posicionar o Ambú conectado a uma máscara oronasal junto à face do paciente;
solicitar ao paciente que inspire profundamente e ao mesmo tempo insuflar ar através do Ambú, a máscara deve estar bem acoplada à face do paciente para que não ocorra vazamento;
o paciente deve segurar o ar;
as insuflações devem ser repetidas (2 a 4 vezes);
o paciente deve segurar o ar por seis segundos;
ao comando do terapeuta/cuidador o paciente deve realizar a expiração.
6
Esta técnica também pode e é bastante usada na assistência à tosse, neste
caso , após segurar o ar, o paciente deve:
realizar a tosse ao comando do terapeuta/cuidador;
no momento da tosse, o terapeuta/cuidador pode realizar um apoio na barriga a fim de auxiliar a mecânica;
Em seguir remover a secreção da boca.
Objetivos da técnica de Empilhamento de AR:
Manutenção da amplitude de movimento;
aumento da Capacidade Máxima de Insuflação para maximizar o Pico de Fluxo de Tosse;
manutenção ou aumento a complacência pulmonar e torácica;
prevenção ou eliminação das atelectasias;
manutenção do uso de ventilação não invasiva (38).
1.2 Respiração Glossofaríngea
Outra maneira de realizar o Empilhamento de Ar é através da Respiração
Glossofaríngea (RGF), descrita no início dos anos 50, a técnica é realizada
pelo próprio paciente com utilização da musculatura da base da língua e da
faringe a fim de empurrar o ar contido na orofaringe e nasofaringe em direção à
laringe e à traquéia, para o interior dos pulmões (29, 33-38).
A literatura tem recomendado a instituição da técnica do Empilhamento de Ar
quando os valores de CVF se encontram inferiores a 1.500 mL ou 70% do
previsto (39).
7
Figura 2: Simulação da Técnica de RGF, realizada por um indivíduo sadio.
Descrição da RGF:
O paciente deve engolir um “bolus” de ar e mantê-lo através do fechamento da glote;
a seguir outro "bolus" é adicionado ao primeiro e mantido;
o processo se repete até o momento que o paciente não consegue mais segurar o ar com a glote fechada e dá início a expiração;
Uma respiração geralmente consiste de 6 a 9 “bolus” de 40 a 200 ml cada.
Objetivos da RGF:
Aumentar a efetividade da tosse;
aumentar o volume da fala e normalizar seu ritmo;
aumentar e/ou manter a complacência pulmonar;
prevenir microatelectasias (38).
8
2 OBJETIVO
O presente trabalho tem o objetivo de realizar uma revisão bibliográfica sobre o
uso da técnica de Empilhamento de Ar e de seus benefícios em pacientes com
Esclerose Lateral Amiotrófica.
9
3 MÉTODO
Trata-se de uma revisão bibliográfica de estudos que abordam a técnica de
empilhamento de ar no tratamento de pacientes com ELA.
Foram selecionados artigos indexados publicados até o ano de 2011 nas bases
de dados Medline, Lilacs, PEDro e Scielo, assim como referências de livros e
teses no mesmo período.
Para a busca forma utilizados os descritores (Descritores de Ciências da
Saúde) na língua portuguesa (Esclerose Lateral Amiotrófica, Doença dos
Neurônios Motores, Fisioterapia, Empilhamento de Ar, Capacidade de
Insuflação Máxima) e inglesa (Amyotrophic Lateral Sclerosis, Motor Neuron
Disease, Physical Therapy, Air Stacking, Maximum Insufflation Capacity)
juntamente com os boleanos AND e OR.
4 RESULTADOS
10
Foram encontrados 29 estudos, dos quais 11 foram excluídos por se referirem
ao tratamento através de fisioterapia motora ou por não abordarem assuntos
pertinentes ao estudo. Dos 18 artigos restantes, 13 se tratavam de revisão
bibliográfica de âmbito geral da fisioterapia respiratória no tratamento da
esclerose lateral amiotrófica e também foram excluídos. Dos cinco trabalhos
restantes, dois abordavam a terapia de Empilhamento de Ar na Distrofia
Muscular de Duchenne (DMD) e outro era um estudo comparativo entre o
Empilhamento de Ar com o uso do Ambú e através da RGF em indivíduos
sadios. Desta maneira, apenas dois trabalhos foram incluídos nesta pesquisa.
4.1 Estudo 1
O primeiro foi um estudo retrospectivo, publicado no ano 2000, com o objetivo
de investigar o efeito de insuflações pulmonares profundas sobre a CIM e PFT
em pacientes com DNM. O estudo foi realizado com 43 pacientes com DNM,
dentre os quais, nove com ELA. Esses pacientes receberam treinamento para
a realização da técnica de Empilhamento de Ar (com o ambú ou ventilador a
volume) e foram orientados a realizá-la três vezes ao dia. Na reavaliação, após
seis meses foi observado que a CIM de 30 (70%) destes pacientes aumentou,
resultando em aumento significativo do PFT, destes 30 indivíduos, seis eram
pacientes com ELA. Nesta mesma reavaliação, 13 pacientes apresentaram
diminuição da CIM (três destes com ELA), onde notou-se que a exçeção mais
importante para o ganho da CIM foi o comprometimento bulbar(40). A pequena
amostra, assim como a impossibilidade de comprovar se os pacientes
realizaram a técnica acabaram por limitar o estudo.
4.2 Estudo 2
O segundo artigo, publicado em 2011, é um estudo comparativo realizado
exclusivamente em pacientes com ELA, com o objetivo de comparar diversas
técnicas de assistência à tosse (41). Participaram 16 indivíduos que foram
divididos em grupo bulbar e grupo não bulbar, todos foram avaliados
inicialmente e submetidos a diversas técnicas de tosse, subdividas em:
11
Técnicas Manuais:
0. Tosse sem assistência;
0+. Tosse sem assistência, porém com encorajamento do terapeuta para realizar inspiração o mais profundamente possivel antes de realizar a tosse;
1. Tosse igual a 0+ porém com um estimulo abdominal do fisioterapeuta no início da fase de expiração.
Técnicas Instrumentais
2. Tosse com estímulo Abdominal expiratório após uma inspiração profunda espontânea reforçada pelo Empilhamento de Ar manual através de um Ambú;
3. Tosse com estímulo Abdominal expiratório a partir do volume inspiratório final pulmonar fornecido pelo ventilador bi-nível do próprio paciente;
4. Tosse com estímulo Abdominal expiratório a partir do volume inspiratório final pulmonar fornecido por um ventilador de pressão positiva;
5. Tosse mecanicamente assistida, com o uso do CoughAssist.
Não houve diferença significativa entre o grupo bulbar e o não bulbar.
Observou-se porém que as técnicas instrumentais apresentaram melhores
resultados que as manuais em toda a população. Entretanto, também não foi
observada diferenças das três técnicas manuais entre si ou entre as quatro
técnicas instrumentais. Para os pacientes a técnica 3 (com uso de próprio
ventilador bi-nível) foi a mais confortável. Neste estudo, os fisioterapeutas
também foram incentivados a realizar uma avaliação subjetiva, procurando
indicar qual técnica foi mais eficaz para cada paciente, mas não foram capazes
de identificar. Com base nestas informações todos os pacientes tiveram alta
com prescrição de assistência tosse com uma técnica instrumental. Como
limitação do estudo pode-se citar a amostra pequena. Apesar de observar-se
benefícios com as técnicas, inclusive em pacientes com acometimento bulbar,
os autores falam sobre a necessidade de maiores estudos, visto que estes
pacientes poderiam apresentar comprometimento bulbar leve.
5 DISCUSSÃO
12
Muito se fala dos benefícios do Empilhamento de Ar e vários estudos têm
abordado esta técnica em pacientes com ELA, porém essa investigação ainda
não é realizada de forma sistemática (42-46).
Na maioria dos pacientes com doenças neuromusculares, as manobras que
visam aumentar os PFT conseguem produzir valores superiores a 160 L/min,
com exceção de crianças muito pequenas, incapazes de cooperar, e pacientes
portadores de esclerose lateral amiotrófica com comprometimento de músculos
bulbares. A capacidade de realizar o empilhamento de ar indica o grau de
preservação da musculatura bulbar (47). O que vem de encontro com o Estudo 1
em que os melhores resultados foram encontrados em pacientes que não
apresentam este tipo de comprometimento (40). No entanto, o Estudo 2 sugere
que mesmo entre esta população, uma técnica de assistência a tosse, bem
empregada, pode trazer benefícios ao paciente de ELA (41).
O empilhamento de ar como parte da técnica de tosse assistida é eficiente na
geração de PFT suficientes para melhorar a eliminação da secreção de vias
aéreas de pacientes com grave comprometimento da musculatura inspiratória
e da musculatura expiratória, fato também observado em um estudo que
abordava o uso da técnica de Empilhamento de Ar em pacientes com DMD,
publicado em 2009. Os resultados se apresentaram ainda melhores quando a
técnica foi combinada à técnica manual (48).
Em outro estudo, também com DMD, os autores apresentaram resultados
significativos de que a respiração glossofaríngea e o empilhamento de ar
atrasaram a necessidade de ventilação mecânica invasiva em pacientes com
doença neuromuscular (49).
Outra pesquisa estudo compara a técnica de Empilhamento de Ar por meio do
Ambú com a RGF em indivíduos jovens e normais, mostrou eficiência em
ambas as técnicas, em seus resultados não houve predominância significativa
de melhor técnica (50).
13
Sabe-se que quanto maior o fluxo da tosse, menor é a probabilidade de
complicações respiratórias da doença neuromuscular. É crucial, para que se
evite a progressão para a traqueostomia, assegurar a possibilidade de limpeza
eficaz das vias aéreas em situações de acúmulo de secreção.
Apesar da maioria dos pacientes com patologias neuromusculares
apresentarem uma fraqueza muscular severa e com progressiva generalizada,
os estudos e revisões tem demonstrado que a técnica de Empilhamento de Ar
aumenta o PFT, melhorando a expansibilidade torácica. Ainda não está claro
se os aumentos de capacidade máxima de insuflação refletem a melhora na
complacência pulmonar, mas a terapia de hiperinsuflação pulmonar tem
mantido por décadas a capacidade pulmonar de pacientes com baixos volumes
correntes (36).
O Empilhamento de Ar pode ser usado preventivamente, mas também no
tratamento de atelectasias (51). Sendo importante também para reduzir o tempo
de ventilação não invasiva diurna, podendo ser utilizada como back-up durante
um evento de falha elétrica em pacientes em uso de VNI, devendo ser
estimulada por ser uma técnica fisioterápica de auto cuidado (52), onde o
fisioterapeuta tem um papel importante para a aplicação da técnica mas
também para orientação do paciente e familiares de como utilizá-la (53).
6 CONCLUSÃO
14
Nos artigos descritos nesta revisão, foi possível observar que a técnica de
Empilhamento de Ar tem papel fundamental nas terapias respiratórias do
paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica. Afinal, mostra-se capaz de
aumentar o pico de fluxo de tosse de forma significativa, tornando-se um
recurso terapêutico confiável.
Há indicativos de que, através desta técnica, a capacidade para produzir tosse
eficiente possa ser melhorada mesmo em pacientes com insuficiência
respiratória grave relacionada à ELA com comprometimento bulbar.
Ainda há uma carência de trabalhos que abordem o tema de uma maneira mais
sistemática. Sendo necessárias mais pesquisas para que a técnica de
Empilhamento de Ar seja difundida e consiga maior adesão no cotidiano dos
profissionais da fisioterapia.
Também é de suma importância notar que parece haver benefício social, assim
como uma maior adesão ao tratamento, quando o terapeuta procura adequar a
melhor técnica para cada paciente, individualizando o atendimento.
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15
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ABSTRACT
INTRODUCTION: The Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS) is a neuromuscular
disease characterized by progressive degeneration and loss of upper and lower
motor neurons of the spinal cord, brain stem and cerebral cortex. Usually the
Respiratory failure leads the patient to death. The technique of stacking Air is
used for these patients in order to increase the Maximum Capacity of
insufflation and bringing between other benefits the increase in peak of cough
flow. METHODS: We conducted a literature review of studies addressing the
technique of Stacking Air in the treatment of patients with Amyotrophic Lateral
Sclerosis (ALS). We selected published articles indexed by the year 2011 in
database Medline, Pubmed, Lilacs, Scielo and PEDro, as well as references to
books and theses in the same period. RESULTS: Were found 29 studies, of
which 27 were excluded because it is a work of literature review or do not
address issues relevant to the study. CONCLUSION: The two articles found in
this review, indicate the benefits of therapy Stacking Air in patients with ALS,
mainly with regard to increased of capacity by maximum insufflation. Clearly,
there is the need for more studies about this subject.
Keywords: Amyotrophic Lateral Sclerosis, Stacking Air, Maximum Insufflation
Capacity.
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