O Senhor dos Anéis
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Nota: Para a trilogia cinematográfica de Peter Jackson, veja The Lord of
the Rings (trilogia cinematográfica).
The Lord of the Rings O Senhor dos Anéis
Livros
A Sociedade do Anel/A Irmandade do Anel
As Duas Torres
O Retorno do Rei/O Regresso do Rei
Autor J.R.R. Tolkien
Tradutor Lenita Maria Rimoli Esteves e
Almiro Pisetta
António Rocha e Alberto
Monjardim
Idioma original Inglês
Publicado entre 1954-1955
1972-1973
1974-1979 (Artenova)[1]
1975-1979
1994 (Martins Fontes)
Editora Geo. Allen & Unwin
Artenova
Martins Fontes
Europa-América
Ediciones Minotauro
Christian Bourgois éditeur
País Reino Unido
Gênero Fantasia
Wikiprojeto Literatura
Portal Literatura
O Senhor dos Anéis (título original em inglês: The Lord of the Rings) é um romance
de fantasia criado pelo escritor, professor e filólogo britânico J.R.R. Tolkien. A história
começa como sequência de um livro anterior de Tolkien, O Hobbit (The Hobbit), e logo
se desenvolve numa história muito maior. Foi escrito entre 1937 e 1949, com muitas
partes criadas durante a Segunda Guerra Mundial.[2]
Embora Tolkien tenha planejado
realizá-lo em volume único, foi originalmente publicado em três volumes entre 1954 e
1955, e foi assim, em três volumes, que se tornou popular. Desde então foi reimpresso
várias vezes e foi traduzido para mais de 40 línguas, somando os 3 livros publicados já
venderam mais de 160 milhões de cópias,[3]
tornando-se um dos trabalhos mais
populares da literatura do século XX.
A primeira edição em português, da extinta editora Artenova (tradução de Antônio
Rocha e Alberto Monjardim), era constituída por seis volumes, o primeiro dos quais
intitulava-se "Terra Mágica". A segunda edição em português foi editada em Portugal
durante os anos de 1980, pela editora Europa América.
A história de O Senhor dos Anéis ocorre em um tempo e espaço imaginários, a Terceira
Era da Terra Média, que é um mundo inspirado na Terra real, mais especificamente,
segundo Tolkien, numa Europa mitológica, habitado por Humanos e por outras raças
humanóides: Elfos, Anões e Orcs. Tolkien deu o nome a esse lugar a palavra do inglês
moderno, Middle-earth (Terra-Média), derivado do inglês antigo, Middangeard, o reino
onde humanos vivem na mitologia Nórdica e Germânica. O próprio Tolkien disse que
pretendia ambientá-la na nossa Terra, aproximadamente 6000 anos atrás,[4]
embora a
correspondência com a geografia e a história do mundo real fosse frágil.
A história narra o conflito contra o mal que se alastra pela Terra-média, através da luta
de várias raças - Humanos, Anões, Elfos, Ents e Hobbits - contra Orcs, para evitar que o
"Anel do Poder" volte às mãos de seu criador Sauron, o Senhor do Escuro. Partindo dos
primórdios tranquilos do Condado, a história muda através da Terra-média e segue o
curso da Guerra do Anel através dos olhos de seus personagens, especialmente do
protagonista, Frodo Bolseiro. A história principal é seguida por seis apêndices que
fornecem uma riqueza do material de fundo histórico e linguístico.[5]
Juntamente com outras obras de Tolkien, O Senhor dos Anéis foi objeto de extensiva
análise de seus temas e origens literárias. Embora um grande trabalho tenha sido feito, a
história é meramente o resultado de uma mitologia na qual Tolkien trabalhava desde
1917.[6]
As influências sobre este antigo trabalho e sobre a história do Senhor dos Anéis
englobam desde elementos de filologia, mitologia, industrialização e religião até antigos
trabalhos de fantasia, bem como as experiências de Tolkien na Primeira Guerra
Mundial.[7]
O Senhor dos Anéis teve um efeito grande na fantasia moderna, e o impacto
de trabalhos de Tolkien é tal que o uso das palavras "Tolkienian" e "Tolkienesque"
("Tolkieniano" e "Tolkienesco") ficou gravado no dicionário Oxford English
Dictionary.[8]
A enorme e permanente popularidade de O Senhor dos Anéis levou a numerosas
referências na cultura pop, à criação de muitas sociedades de fãs da obra de Tolkien[9]
e
à publicação de muitos ensaios sobre Tolkien e seu trabalho. O Senhor dos Anéis
inspirou (e continua inspirando) trabalhos de arte, a música, cinema e televisão,
videogames e uma literatura paralela. O cineasta estadunidense George Lucas admitiu
em uma entrevista que sua saga, Star Wars, foi inspirada na saga de Tolkien.
Adaptações do livro foram feitas para rádio, teatro e cinema. Em 2001 – 2003 foi
lançado o filme A Trilogia de O Senhor dos Anéis (The Lord of the Rings film trilogy),
que promoveu uma nova explosão de interesse pelo Senhor dos Anéis e por outras
obras do autor.[10]
Índice
[esconder]
1 Estrutura da obra e plano de fundo da história
2 Detalhes do enredo
o 2.1 A Irmandade do Anel (A Sociedade do Anel)
o 2.2 As Duas Torres
o 2.3 O Regresso do Rei (O Retorno do Rei)
3 A escrita da obra-prima
4 Publicação
5 A voz dos críticos
6 Influência
7 Impacto na cultura popular
o 7.1 Produção editorial
o 7.2 Música
o 7.3 Jogos de interpretação
8 Adaptações do livro
o 8.1 No rádio
o 8.2 Na tela
o 8.3 Nos palcos
9 Ver também
10 Referências
[editar] Estrutura da obra e plano de fundo da história
Aviso: Este artigo ou se(c)ção contém revelações sobre o enredo (spoilers).
Já foi dito que a obra deveria ser lançada em um único volume, mas foi dividido em três
como forma de baratear os custos (havia racionamento de papel na Inglaterra do pós-
guerra). Cada volume é dividido em dois tomos ou "livros".
1. O primeiro volume, A Sociedade do Anel, publicado em 1954, contém um
prólogo, no qual são dadas as características dos Hobbits.
2. O segundo volume, As Duas Torres, publicado alguns meses depois de A
Sociedade do Anel, também em 1954, continua a história original com mais
personagens.
3. A saga termina com a publicação em 1955 do terceiro volume, intitulado O
Retorno do Rei, que contém diversos apêndices explicativos sobre a história, as
línguas, a cronologia da narrativa e outras informações adicionais sobre a
mitologia criada por Tolkien para a sua Terra-Média.
A mão de Sauron
O pano de fundo da história é revelado enquanto o livro progride, e elaborado também
nos apêndices, no Silmarillion e em Contos Inacabados, os últimos publicados após a
morte de Tolkien. Começa milhares de anos antes da ação no livro, com a ascensão do
epônimo senhor dos anéis, senhor do escuro Sauron, possuidor de grandes poderes
supernaturais, que governava o temido reino de Mordor. No fim da Primeira Era da
Terra Média, Sauron sobreviveu à catastrófica derrota e o exílio de seu mestre, a figura
fundamental do mal, Morgoth e durante a Segunda Era Sauron planejou ganhar o
domínio sobre a Terra Média. Sob aparência de "Annatar" ou senhor dos presentes
ajudou os elfos ferreiros de Eregion, e fomentou a forja dos anéis mágicos que
conferenciaram vários poderes e habilidades aos seus portadores, mas Celebrimbor,
líder dos elfos ferreiros (muito talentoso e neto de Fëanor que criara as Silmarils na
Primeira Era), os tinha forjado independentemente de Sauron. Os mais importantes
destes foram os dezenove anéis do poder ou os Grandes Anéis.
Então Sauron forjou secretamente um Grande Anel para si próprio, o Um Anel, pois
planejava escravizar os portadores dos outros anéis do poder. Este plano falhou em parte
porque os elfos tomaram ciência dele e esconderam seus anéis, os Três Anéis Élficos,
dando-os aos Sábios de seu tempo (Galadriel, Círdan e Gil-Galad). Nesses, Sauron
jamais tocou. Sauron lançou-se então à guerra, durante a qual capturou dezesseis dos
anéis do poder e os distribuiu aos senhores e aos reis dos anões e dos homens. Estes
anéis foram conhecidos como os sete e os nove respectivamente. Os Senhores Anões se
provaram demasiado resistentes à escravização, embora seu desejo natural para a
riqueza, especialmente ouro, aumentasse; isto trouxe muitos conflitos entre eles e outras
raças. Dos sete Anéis que tinham sido dados aos Senhores Anões, Sauron recuperou os
que não tinham sido destruídos, e dos nove Anéis presenteados aos Homens, Sauron
trouxe todos para sua custódia. Esses humanos portadores dos Nove lentamente se
corromperam e transformaram-se consequentemente nos morto-vivos, Nazgûl, os
Espectros do Anel, os servos mais temidos de Sauron.
Após 1500 anos, o Numenorianos enviaram uma grande força para destruir Sauron,
conduzida por seu poderoso monarca Ar-Pharazôn, o Dourado. Abandonado por seus
servos, Sauron rendeu-se e foi feito prisioneiro de Númenor. Entretanto, com
perspicácia e força de vontade, começou a aconselhar o rei e envenenou as mentes do
Númenorianos contra os Valar. Iludiu seu rei, aconselhando-o a invadir as Terras
Imortais para conseguir ser imortal como os Valar e os elfos. Os Valar, ao saberem da
invasão, invocaram Eru Ilúvatar, que causou um deslizamento de terras sobre os
Númenorianos, e abriu uma grande abismo no mar, destruindo Númenor e separando as
Terras Imortais das Mortais. O corpo físico de Sauron foi destruído, mas seu espírito
retornou a Mordor e assumiu um nova e terrível forma. Alguns Númenorianos
(chamados de Fiéis por não terem deixado de adorar Ilúvatar) também obtiveram
sucesso em escapar para a Terra-média. Esses eram chamados de Elendili e foram
conduzidos por Elendil e seus filhos Isildur e Anárion.
Depois de cem anos, Sauron lançou um ataque contra os Númenorianos exilados.
Elendil formou a Última Aliança dos Elfos e dos Homens com o Elfo-rei Gil-galad.
Marcharam de encontro a Mordor, derrotando os exércitos de Sauron na planície de
Dagorlad e sitiaram a fortaleza Barad-dûr, onde Anárion morreu. Após sete anos sitiado,
o próprio Sauron foi forçado a vir para fora e entrar num combate com os líderes. Gil-
galad e Elendil foram mortos enquanto lutavam com Sauron e a espada de Elendil,
Narsil, quebrou-se. O corpo de Sauron foi subjugado e morto [4]
e Isildur cortou o Um
Anel de sua mão com que sobrara da espada, Narsil; quando isto aconteceu, o espírito
de Sauron fugiu e não reapareceu por muitos séculos. Isildur foi aconselhado,por
Elrond, a destruir o Um Anel arremessando-o no vulcão da Montanha da Perdição onde
foi forjado, mas atraído pela sua beleza, Isildur preferiu conservá-lo para que fosse a
herança de seu povo.
Começou assim a Terceira Era da Terra-média. Dois anos mais tarde Isildur e seus
soldados foram atacados em uma emboscada por um bando de Orcs no que foi chamado
posteriormente de Desastre dos Campos do Lis. Quase todos os homens foram mortos,
mas Isildur escapou pondo o Anel, que torna invisível quem o coloca. Mas o Um traiu o
seu portador, escapando do dedo de Isildur, que foi visto e flechado pelos orcs, e o Anel
foi perdido por dois milênios.
Foi então encontrado, por acaso, no rio por um ancestral dos hobbits chamado Déagol.
Seu parente e amigo [4]
Sméagol o estrangulou para roubar o Anel. Sméagol fugiu para a
Montanhas Sombrias depois de ter sido expulso de casa, e nas raízes das montanhas se
transformou numa criatura repulsiva e nojenta chamada Gollum.
Em O Hobbit, aproximadamente 60 anos antes dos eventos do Senhor dos Anéis,
Tolkien relacionou a história do encontro aparentemente acidental do Anel por um outro
hobbit, Bilbo Bolseiro, que o leva para sua casa, o Condado. Foi somente durante a
criação de O Senhor dos Anéis que Tolkien relacionou as histórias..[4]
Nem Bilbo nem o
mago Gandalf estavam cientes neste momento que o anel mágico de Bilbo era o Um
Anel, forjado pelo senhor do escuro, Sauron.
A saga do Anel conta, no final da Terceira Era, a luta entre os povos livres da Terra-
média contra Sauron, que procura pelo Um Anel e tem o intuito de dominar toda a
Terra-média, assim como seu mestre, Morgoth, tentara anteriormente.
[editar] Detalhes do enredo
[editar] A Irmandade do Anel (A Sociedade do Anel)
Placa da Hospedaria Pônei Saltitante, em Bri.
Frodo Bolseiro é um hobbit do Condado, que recebe de seu tio Bilbo um anel de rara
beleza. Esse anel tem uma longa história: foi roubado de uma criatura chamada Gollum
(como relatado no livro O Hobbit), e desde então ele tem sido guardado por Bilbo.
o Mago Gandalf, um velho amigo de Bilbo, percebe o poder que aquele anel possui, não
sendo um anel comum, mas sim o Um Anel, artefato mágico forjado por Sauron, o
Senhor do Escuro, e que fora perdido numa batalha muito tempo antes. Se recuperado, o
Um Anel permitiria a Sauron o domínio definitivo sobre toda a Terra-média. O Um
Anel, ou Anel do Poder, dera longevidade fora do comum a seu antigo dono, Bilbo, e
possuia consciência, uma vontade própria que o conduzia sempre na direção do seu
criador e senhor. Gandalf aconselha Bilbo a deixar o Condado, planejado para ocorrer
até a festa de aniversário daquele ano. Gandalf parte, para resolver alguns assuntos, mas
combinando que voltaria para acompanhar Frodo, porém, não manda notícias durante
vários meses. Chegando a data prevista, Bilbo decide deixar o Condado e deixa tudo
para Frodo. Depois de um tempo, Gandalf retorna e convence Frodo a partir para
destruir o anel, após vender Bolsão,Frodo leva consigo seus amigos Sam, Merry e
Pippin para sua aventura.
Os hobbits resolvem pegar um atalho que passa através da Floresta Velha, lar de árvores
que se comunicam entre si. Dentro da Floresta, os hobbits são salvos de uma árvore
violenta por um estranho ser que adora cantar: o enigmático Tom Bombadil, um dos
maiores mistérios de Tolkien.
Passando por outros perigos, os hobbits chegam a Bree, uma vila habitada por Homens
e hobbits, perto da fronteira do Condado, e lá aceitam a ajuda de um Guardião chamado
Passos de Gigante, amigo de Gandalf, que os guia até Rivendell, um reino ainda
habitado por elfos, seres imortais, detentores de grande poder, beleza e sabedoria. Mas o
caminho ainda é perigoso: o grupo é emboscado no Topo do Vento e Frodo acaba
apunhalado por um Nazgûl, Espectro do Anel. Passos de Gigante consegue repelir a
ofensiva do Inimigo e foge com Frodo, que está gravemente ferido, e os outros hobbits.
Quando estão a ser novamente alcançados pelos Espectros do Anel, o elfo Glorfindel
encontra-os e condu-los em segurança até Valfenda. Os Nazgûl tentam detê-los mas são
varridos pela inundação súbita do rio Baraduin.
Já curado, Frodo descobre as maravilhas de Valfenda e lá é realizado um conselho
liderado por Elrond, o meio-elfo mestre de Rivendell e pai de Arwen, a amada de
Passos de Gigante, cujo verdadeiro nome é Aragorn, que se revela descendente de
Isildur e herdeiro do Trono de Gondor.
No Conselho de Elrond são expostos os problemas relacionados ao Um Anel. Boromir,
filho do regente de Gondor, sugere usar o Anel do Poder contra Sauron. Elrond e
Gandalf rejeitam a ideia imediatamente e explicam os vários motivos pelos quais não
podem usá-lo contra o "Senhor dos Anéis": Sauron é o único e verdadeiro mestre do
Anel, pois o forjou, sendo portanto totalmente maligno, além disso, seu poder é grande
demais para ser controlado por mortais comuns e mesmo os poderosos entre os povos
livres da Terra-Média, como os imortais elfos (Elrond) e os magos (Gandalf), temem
inclusive tocá-lo. O poder quase absoluto do anel corrompe o carácter e deforma a
personalidade daquele que se atreve a empunhá-lo, ainda que movido por boas
intenções. Quem quer que tente derrotar Sauron utilizando o anel, acabará tornando-se o
próximo Senhor do Escuro.
Dada a impossibilidade de utilizar o Um Anel como arma de guerra, é imposta a tarefa
de levá-lo até a Montanha da Perdição, um vulcão localizado no centro de Mordor, a
Terra Negra do Inimigo, onde o anel fora forjado e também o único lugar onde poderia
ser destruído.
Para essa missão, de sucesso improvável, é formada a Irmandade do Anel, composta
por nove companheiros:quatro hobbits (Frodo,Sam,Merry e Pippin), dois humanos
(Aragorn e Boromir), um elfo (Legolas), um anão (Gimli) e um mago (Gandalf). Frodo
seria o Portador do Anel, aquele que deveria lançar o Anel nos fogos de Orodruin.
A Irmandade do Anel parte em direção a Sul. Cientes que essa rota está sendo vigiada
pelo Inimigo, o grupo faz um desvio para Leste através das Montanhas Nebulosas, mas
são obrigados a voltar por causa da neve e do frio. Um caminho alternativo leva-os até a
temida Moria, reino subterrâneo dos anões, onde Gandalf é morto lutando com um
Balrog, um demónio do mundo antigo. Os outros companheiros escapam e chegam em
segurança a Lothlórien, reino da rainha élfica Galadriel, temida por seu poder mas
dotada de rara beleza e sabedoria. Nesse reino encantado, onde o tempo parece não
passar, os viajantes recebem auxílio e conselhos. Após algumas semanas de descanso, a
Irmandade do Anel, agora liderada por Aragorn, parte de Lothlorien em direção a Sul,
navegando pelo grande rio Anduin em canoas construídas pelos elfos da Floresta
Dourada. Quando param para descansar próximo às cataratas de Rauros, Boromir tem
uma discussão com Frodo, e tenta roubar-lhe o Anel do Poder. Frodo foge e decide ir
sozinho para Mordor, mas acaba levando Sam. Quando os outros membros da
Irmandade do Anel vão em busca de Frodo, são atacados por Uruk-hai (sub-espécie de
Orc, mais alta e forte) enviados por Saruman, um mago renegado que se aliou a Sauron,
mas que também ambiciona o Anel do Poder.
Na luta que se segue, a Irmandade é rompida:Merry e Pippin são capturados pelos uruk-
hai, Boromir morre ao defendê-los, Aragorn, Legolas e Gimli decidem resgatar os
hobbits aprisionados, Frodo e Sam partem sozinhos para a Montanha da Perdição.
[editar] As Duas Torres
Aragorn, Legolas e Gimli seguem os rastros dos hobbits capturados (Merry e Pippin) e
o caminho condu-los até a Floresta de Fangorn. Nela encontram o Mago Branco que
inicialmente pensam ser Saruman, o traidor. No entanto, o velho enigmático revela-se
Gandalf, que morreu enfrentando o Balrog e retornou da morte para cumprir sua missão
na Terra-Média. Os quatro seguem então para Rohan, Terra dos Cavalos. Sua capital
Edoras fica no alto de uma colina, onde os rohirrim ergueram Meduseld, O Palácio
Dourado. Nele vive o rei Théoden , cuja mente fora envenenada por Saruman através de
um agente infiltrado, o conselheiro Gríma Língua-de-cobra. Gandalf expulsa Grima,
cura o rei de seus males, e o aconselha a enfrentar a ameaça de Saruman e partir rumo a
Isengard, fortaleza de Saruman, com todos os guerreiros disponíveis.
Enquanto isso, os hobbits Merry e Pippin conseguem escapar dos uruk-hais, e fogem
para o interior da Floresta de Fangorn. Lá encontram Barbárvore, um Ent, um gigante
em forma de árvore, e cujas origens remontam a tempos muitíssimo mais antigos que a
Terceira Era, na qual se passa essa história.
Barbárvore leva Merry e Pippin a sua casa, onde descansam enquanto os Ents são
convocados para uma reunião (o "Entebate") no qual se discute, na lentíssima língua dos
ents, o que fazer com o Inimigo Saruman. Os Ents decidem ir à guerra e partem rumo a
Isengard. Os Ents invadem a fortaleza de Saruman, massacram os odiados orcs, que
haviam derrubado muitas árvores de Fangorn, e apagam as fornalhas de Isengard
desviando o curso do Rio Isen. Todo o círculo de Orthanc é inundado, ficando Saruman
isolado pelas águas em sua Torre de pedra.
O Um Anel.
De volta a Rohan, o rei Theoden envia velhos, mulheres e crianças para a segurança do
Templo da Colina, um refúgio nas montanhas, enquanto os cavaleiros de Rohan partem
em direção a Isengard. Entretanto, são obrigados a fazer um desvio que os leva até o
Abismo de Helm, um estreito desfiladeiro onde os rohirrim construíram uma fortaleza
de pedra (o Forte da Trompa"). Nela, as tropas de Rohan buscam refúgio mas acabam
sitiadas pelos Uruk-hai de Saruman. Após horas de batalha sangrenta, os orcs são
derrotados com a ajuda de outras tropas de Rohirrim, trazidas por Gandalf. Os Orcs
remanescentes fogem mas são massacrados pelos Huorns, Ents mais arvorescos, que
buscam vingança pela destruição da Floresta de Fangorn.
Finda a Batalha do Abismo de Helm, o rei Theoden, Gandalf, Aragorn, Legolas e Gimli,
cavalgam até Isengard. Ao chegarem lá, encontram Merry e Pippin sãos e salvos, e
surpreendem-se com os hobbits se fartando com as provisões de comida, vinho e fumo
da fortaleza do Inimigo. Numa última e desesperada tentativa, Saruman procura seduzir
o grupo com sua voz persuasiva, quase hipnótica, mas Gandalf anula o feitiço e ainda o
expulsa da ordem dos Istari, quebrando seu bastão. Nesse momento, Gríma língua-de-
cobra atira da Torre de Orthanc um Palantír, pedra vidente que é capaz de comunicar-se
com outras semelhantes. Gandalf recolhe-a para posterior averiguação.
À noite no acampamento, Pippin, em sua incontrolável curiosidade, agarra o Palantír e
olha para o seu interior, e numa visão, vê o próprio Sauron, mas por sorte não revela
nada dos planos dos povos livres, e ainda vê uma parte dos planos do Senhor dos Anéis:
seu primeiro ataque será contra a capital do Reino de Gondor, a cidade de Minas Tirith.
Gandalf parte então com Pippin para Minas Tirith a fim de alertar Gondor da guerra
iminente, encerrando assim a primeira parte de As Duas Torres.
A segunda parte do livro, que fala sobre Frodo e Sam, inicia-se com a captura de
Gollum. Em troca de sua liberdade, ele promete levar os dois até Mordor, onde fica a
Montanha da Perdição. Assim é feito.
Mas Gollum não é totalmente fiel, nem totalmente sincero. Apenas Sam é capaz de
perceber suas verdadeiras intenções. Gollum é uma criatura velha e "pegajosa" que já
foi um hobbit, mas que foi possuído pelo poder do Um Anel, e jamais conseguiu
libertar-se dessa atração: um lado de sua personalidade dividida quer levar os hobbits
até Mordor em segurança, mas a outra pretende matá-los e apossar-se do Anel que lhe
foi roubado.
Atravessando vários lugares, os hobbits são guiados até o Portão Negro de Mordor, mas
este está fechado, e os hobbits, conduzidos por Gollum, seguem outro caminho.
Ao pararem para descansar e comer, Frodo e Sam testemunham uma batalha entre
Homens de Gondor e os Haradrim, aliados de Sauron. Gollum desaparece e os hobbits
são capturados por uma patrulha chefiada por Faramir, irmão de Boromir. Frodo e Sam
são levados até um esconderijo situado atrás de uma cachoeira onde Sam
inadvertidamente revela o objetivo da missão (a destruição do anel do poder).
Frodo repreende Sam e teme que Faramir seja como seu falecido irmão e queira tomar o
anel para si. Entretanto, para sua surpresa, Faramir revela grande força de caráter e
nobreza de coração, e os liberta para que possam cumprir sua tarefa.
Os hobbits reiniciam sua jornada para Mordor, com Gollum como seu guia, e decidem
atravessar as montanhas através de Cirith Ungol, local de má fama, considerado maldito
e perigoso. Este caminho os leva até uma escada talhada em um paredão de rocha, que
termina num túnel. O plano de Gollum, que se rendeu ao mal, é guiá-los através desse
túnel e lá dentro entregá-los a Laracna, uma aranha gigantesca, descendente da terrível
Ungoliant. O esquema de Gollum funciona em parte: Frodo é picado por Laracna, mas
Sam luta desesperadamente contra o terrível aracnídeo e acaba derrotando-o com um
golpe de espada num ponto fraco de sua couraça.
Convicto da morte de Frodo, Sam decide assumir o fardo do anel e completar a missão
de seu mestre. Nesse ínterim, uma patrulha de orcs se aproxima, e Sam volta para evitar
que o cadáver de Frodo vire carniça de orcs. Sam ouve a conversa dos servos de Sauron
e tem um choque ao saber que Frodo na verdade não estava morto, apenas
inconsciente.As Duas Torres termina com os orcs levando o adormecido Frodo para a
Torre de Cirith Ungol e com o Hobbit Samwise Gamgee em desespero, que tem de
escolher entre continuar a missão do Anel ou tentar salvar Frodo das garras dos orcs.
[editar] O Regresso do Rei (O Retorno do Rei)
Gandalf e Pippin entram na cidade de Minas Tirith, onde se encontram com Denethor,
regente do reino de Gondor. Gandalf o avisa da guerra próxima, e o regente pede a
ajuda de Rohan, mas revela seu rancor por Aragorn, que, sendo descendente direto do
último rei, é o herdeiro legítimo do trono de Gondor. Merry, entretanto, permanece com
os rohirrim, para servir ao rei Théoden, que reune todos os guerreiros aptos de seu reino
e parte para a guerra em Minas Tirith. Junto com ele vão Aragorn, Legolas e Gimli.
Enquanto isso, Sam penetra na torre de Cirith Ungol, e resgata Frodo, que era mantido
prisioneiro. Com muita sorte, ambos escapam dos muitos orcs, e adentram Mordor, uma
imensa terra devastada, coberta de pó, cinza e fogo, cujo próprio ar é carregado de
fumaça venenosa.
Após receberem uma mensagem de Elrond, Aragorn, Legolas e Gimli deixam o exército
de Rohan e viajam então para as Sendas dos Mortos. Lá Aragorn convoca um exército
de almas penadas/ mortos-vivos (o livro não deixa muito claro) a cumprirem um antigo
juramento de lealdade para com Isildur, o primeiro rei de Gondor e seu ancestral direto.
Os mortos haviam jurado lutar ao lado de Gondor mas fugiram para as montanhas
quando foram chamados à guerra. Isildur então os amaldiçoou a não terem paz, nem na
vida nem na morte, até que sua promessa fosse cumprida.
Quando a guerra se abate sobre Gondor, o exército dos mortos, liderado por Aragorn,
liberta um porto no grande rio Anduin, dominado pelos Haradrim (habitantes do sul da
Terra-Média), o que permite o embarque de tropas aliadas que vão em auxílio de Minas
Tirith, sitiada pelas Tropas de Sauron. Terminada a batalha dos Campos do
Pelennor,que ainda não fora a batalha definitiva, os exércitos de Gondor e Rohan,
marcham rumo ao Portão Negro de Mordor. O objetivo da arriscada manobra é atrair os
exércitos remanescentes do Inimigo e esvaziar a Terra Negra, possibilitando a passagem
de Frodo e Sam até a Montanha da Perdição, onde o Anel do Poder poderia ser
destruído.
Tudo ocorre como previsto: os exércitos de Mordor caem na armadilha. Frodo e Sam
conseguem passar, todavia antes de entrarem na Montanha da Perdição, encontram
Gollum em seu caminho. Os hobbits se separam, Frodo adentra as Fendas da Perdição,
uma câmara no vulcão que dá acesso à lava chamejante. Quando já está à beira do
precipício, surpreendentemente, Frodo é dominado pelo Anel do Poder e o reivindica
para si: "o anel é meu, não vou destruí-lo!". Nisso, Gollum intervém, ele e Frodo lutam
ferozmente, até que Gollum arranca o anel das mãos de Frodo. Gollum escorrega e cai
acidentalmente (ou não) na lava ardente, levando consigo o Um Anel, que é destruído,
assim como Sauron, cujo espírito estava vinculado ao anel, e seus servos orcs, que
dependiam de sua força e comando.
Aragorn então assume o trono de Gondor com o nome élfico Elessar, sendo coroado
Rei por Gandalf, e se casa com a meia-elfa Arwen. Tem início assim a Quarta Era, a era
do Domínio dos Homens. Os elfos remanescentes da Terra-Média decidem partir para
Aman, morada dos deuses Valar.
Os quatro Hobbits então retornam para o Condado, tendo que enfrentar um último
inimigo: Saruman que se apossou do Condado. Mas o mago acaba morto pelas mãos de
Grima Língua-de-cobra, e a paz volta à terra dos hobbits.
O livro termina com a partida para as Terras Imortais (Aman) de Gandalf, Galadriel,
Elrond assim como dos hobbits Frodo e seu tio Bilbo, que, embora mortais, conquistam
o direito de viver o resto de seus dias junto aos Elfos e aos Valar, como reconhecimento
de sua lealdade e sacrifício durante a Guerra contra Sauron e por terem sido portadores
do Anel Um.
Aviso: Terminam aqui as revelações sobre o enredo (spoilers).
[editar] A escrita da obra-prima
O Senhor dos Anéis foi iniciado como um sequência para o Hobbit, história publicada
em 1937 que Tolkien tinha escrito e tinha sido lida originalmente por muitos jovens.[11]
A popularidade de O Hobbit levou seu editor a pedir por mais histórias sobre hobbits,
de modo que o mesmo ano Tolkien, com 45 anos de idade, começou a escrever a
história que se transformaria no Senhor dos Anéis. A história não seria terminada até 12
anos mais tarde, em 1949, e não foi publicado antes de 1954, quando Tolkien tinha 63
anos de idade.
Tolkien originalmente não pretendia escrever uma sequência para O Hobbit, e nesse
tempo dedicou-se mais a histórias infantis, tais como Roverandom e Mestre Gil de
Ham. Como seu trabalho principal, Tolkien esboçava a história de Arda, das Silmarils e
das raças que habitavam a Terra. Tolkien morreu antes de terminar e unir este trabalho,
conhecido hoje como o Silmarillion, mas seu filho Christopher Tolkien editou o
trabalho do seu pai e publicou-o em 1977.[12]
Alguns biógrafos de Tolkien consideram
O Silmarillion como o verdadeiro "trabalho de seu coração",[13]
fornecendo o contexto
histórico e linguístico para seu trabalho mais popular e para suas línguas criadas, que
ocupavam a maior parte do tempo de Tolkien. Em consequência O Senhor dos Anéis
terminou acima dos últimos movimentos do legendário de Tolkien e em sua própria
opinião "muito maior, e eu espero também na proporção do melhor, do ciclo inteiro." [4]
Casa de Tolkien, na Nothmoor Road 20, Oxford. Lugar onde escreveu O Hobbit e O
Senhor dos Anéis.
Persuadido por seus editores, começou "um novo Hobbit" em dezembro de 1937.[11]
Depois que diversos começos falsos, a história do Um Anel logo emergiu e o livro
mudou de uma sequência do Hobbit, para mais uma sequência do ainda não publicado
Silmarillion. A criação do primeiro capítulo (Uma festa muito esperada) sucedeu bem,
embora as razões por atrás do desaparecimento de Bilbo, do significado do anel e do
título do Senhor dos Anéis não chegassem até a primavera de 1938.[11]
Originalmente,
planejou escrever uma outra história em que Bilbo tinha esgotado todo seu tesouro e
procurava uma outra aventura para ganhar mais; entretanto, recordou-se do anel e seus
poderes e decidiu-se escrever preferivelmente sobre ele.[11]
Começou com o Bilbo como
personagem principal, mas decidiu-se que a história era demasiada séria usar um hobbit
divertido e amoroso e assim que Tolkien procurou usar um membro da família de
Bilbo.[11]
Pensou sobre usar um filho de Bilbo, mas isto gerou algumas perguntas
difíceis, tais como local onde encontrou sua esposa e se esta deixaria seu filho entrar em
perigo. Assim procurou um personagem alterno para carregar o anel. Nas legendas
gregas, era o sobrinho do herói que ganhava o artigo de poder, e assim que o hobbit
Frodo surgiu.[11]
A escrita era lenta devido ao perfeccionismo de Tolkien e foi interrompida
frequentemente, por suas obrigações como professor e por outros deveres
acadêmicos.[14]
Ele abandonou O Senhor dos Anéis durante a maior parte de 1943 e o reiniciou somente
em abril de 1944.[11]
Christopher Tolkien e C.S. Lewis recebiam notícias sobre a
história frequentemente - Tolkien enviava para o filho uma série de cópias dos capítulos
enquanto os escrevia, quando Christopher estava servindo na África do Sul na Força
Aérea Real. Prosseguiu outra vez em 1946, e mostrou uma cópia do manuscrito a seus
editores em 1947.[11]
A história foi eficazmente terminada o ano seguinte, mas Tolkien
não terminou de revisar as últimas partes do trabalho até 1949.[11]
Uma disputa com seus editores Allen & Unwin fez com que Tolkien oferecesse o livro
à Collins em 1950. Tolkien pretendia que o Silmarillion (com a maior parte ainda não
revisada até neste momento) fosse publicado junto com O Senhor dos Anéis, mas a
Allen & Unwin se recusava a fazer isto, e mais: queriam que O Senhor dos Anéis fosse
dividido em três partes para baratear os custos. Depois que seu contato em Collins,
Milton Waldman expressou a opinião de que O Senhor dos Anéis "necessitava
urgentemente de uma redução", e exigiu finalmente que o livro fosse publicado em
1952. Não fizeram isso, e assim Tolkien escreveu a Allen & Unwin novamente, dizendo
que "consideraria satisfatoria a publicação de qualquer parte do material.".[11]
Desse
modo, A Sociedade do Anel e As Duas Torres foram publicados em 1954 e O Retorno
do Rei, depois de revisões nos apêndices, foi publicado em 1955.
[editar] Publicação
Na publicação, a maior parte dos custos foi devido à falta (e preço) do papel no pós-
guerra, mas para manter o preço baixo da primeira edição, o livro foi dividido em três
volumes: A Sociedade do Anel, publicado em 1954, As Duas Torres, publicado alguns
meses depois, O Retorno do Rei e mais seis apêndices, publicado em 1955. O atraso na
produção dos apêndices, dos mapas e especialmente os índices resultou que fossem
publicados mais tarde do que esperado - em 21 de julho de 1954, em 11 de novembro de
1954 e em 20 de outubro de 1955, respectivamente, no Reino Unido. O Retorno do Rei
foi especialmente atrasado. Tolkien inclusive não gostou muito do título de O Retorno
do Rei, acreditando que era demasiado afastado da linha da história. Tinha sugerido
originalmente o título A Guerra do Anel, que foi rejeitada por seus editores.[15]
Os livros foram publicados sob um arranjo de "partipação nos lucros", por meio do qual
Tolkien não receberia um adiantamento ou direitos autorais até que os livros cobrissem
os gastos, depois do qual teria uma parte grande dos lucros. Um índice para os três
volumes, que viria no fim do último, já fora prometido à época do lançamento do
primeiro volume, mas provou-se ser imprático para compilá-lo num período razoável.
Em 1966, quatro índices, não compilados por Tolkien, foram adicionados ao Retorno do
Rei.
[editar] A voz dos críticos
O Senhor dos Anéis sempre foi um livro bastante controverso. Sob rótulos de "Lixo
Juvenil", mas também alumiado por elogios fervorosos, essa obra ainda sobrevive para
que possa receber as mais diversas opiniões.
Começando pelas críticas favoráveis, destacamos algumas das mais importantes.
O jornal Sunday Telegraph se manifestou[16]
à época do lançamento do livro dizendo
que ele estava "entre os maiores trabalhos de ficção do século XX". A conclusão
parecida, conquanto mais teatral, chegou o Sunday Times, afirmando que "o mundo do
Inglês está dividido entre aqueles que leram O Senhor dos Anéis e O Hobbit, e aqueles
que ainda vão ler".
W.H.Auden escreveu ao New York Times: "A primeira coisa que pedimos é que a
aventura seja […] empolgante; sob este aspecto a inventividade do Sr. Tolkien é
incansável […e] o leitor exige que pareça real […] O Sr. Tolkien tem a sorte de possuir
um espantoso dom de dar nomes e um olho […] exato para descrições. […] O conto
mostra no espelho a única natureza que conhecemos: a nossa própria; também nisto o
Sr. Tolkien teve um êxito soberbo. O que ocorreu no Condado […] na Terceira Era […]
não somente é fascinante em A.D. 1954, mas é também um alerta e uma inspiração."[16]
Sobre a capacidade de inventar nomes, O Senhor dos Anéis conta com 301 nomes de
pessoas e animais, e 433 nomes de lugares.[17]
Donald Barr falou, no New York Times também, sobre uma coisa que Tolkien muito
amava: "O Sr. Tolkien é um afamado filólogo britânico, e a linguagem de sua narrativa
nos recorda que um filólogo é um homem que ama a língua."[16]
E John Gardner escreve sobre o livro, falando sobre "a rica caracterização, o brilho
imagético, um senso de lugar vigorosamente imaginado e detalhado, e [a] aventura
brilhante."
Mas nem tudo era elogios. Richard Jenkyns escreveu ao The New Republic que os
personagens e o próprio trabalho de Tolkien são "anêmicos, e carentes de fibra".
A crítica mais ácida veio talvez de Edmund Wilson, ao The Nation: "Ficamos perplexos
ao pensar por que o autor terá suposto que escrevia para adultos. […] Exceto quando é
pedante e também aborrece o leitor adulto, há pouca coisa no Senhor dos Anéis acima
da inteligência de uma criança de sete anos. […]A prosa e o verso estão no […] nível de
amadorismo profissional. […]Os personagens falam uma língua de livro de histórias
[…e] não se impõe como personalidades. Ao final deste […] romance, eu ainda não
tinha uma concepção do mago Gandalph [sic]. […] Esses personagens estão envolvidos
em intermináveis aventuras, a pobreza de invenção demonstrada nas quais, é […] quase
patética. […] Como é que esses extensos volumes de […] baboseiras provocam tais
tributos […]? A resposta […] é que certas pessoas […] têm um apetite vitalício por lixo
juvenil."."[16]
Ronald Kyrmse, um dos maiores especialistas brasileiros em Tolkien e autor do livro
Explicando Tolkien, rebate a crítica da "língua de livro de histórias" dizendo que: "Não
só Tolkien cria nomes e frases como ninguém, mas os idiomas élficos são testemunha
da sua habilidade linguistica." e sobre a tal "pobreza de imaginação patética", Kyrmse
afirma que "Tolkien não fez outra coisa na sua vida literária senão criar uma mitologia.
[…] O problema de Tolkien é que os críticos não têm com o que compará-lo, pelo
menos na literatura contemporânea. Isso gera uma incompreensão que os leva a
rejeitá-lo."
[editar] Influência
O Senhor dos Anéis começou como uma exploração pessoal de Tolkien de seus
interesses na Filologia, religião (particularmente Igreja Católica), Contos de fadas,
assim como a Mitologia nórdica, mas também foi influenciado, de forma crucial, pelos
fatos que ocorreram em seu serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial.[18]
Tolkien criou um universo fictício completo e altamente detalhado (Eä), onde O Senhor
dos Anéis se passa, e muitas partes deste mundo eram, como ele admitia livremente,
influenciado por outras origens.[19]
Uma vez, Tolkien descreveu O Senhor dos Anéis ao seu amigo, o padre jesuíta Robert
Murray, como "um trabalho fundamentalmente religioso e Católico, inconscientemente
no início, mas ciente disso na revisão [do livro]." [4]
Há muitos temas teológicos
subjacentes na narrativa, incluindo a luta de bem contra o mal, o triunfo do excesso
vaidade na humanidade e a atividade da Graça Divina. Além disso o trecho do Pai
Nosso "e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal" esteva sempre
presente na mente de Tolkien quando descreveu luta de Frodo de contra o poder do Um
Anel.[4]
Gandalf foi influenciado por Odin, "O Viajante" da Mitologia Nórdica.
Os motivos religiosos não-cristãos também tiveram fortes influências na Terra-média de
Tolkien. Os Ainur, uma raça de seres angelicais que foram responsáveis pela concepção
do mundo, incluíam os Valar, que formam um panteão de "deuses" quem são
responsáveis por toda a manutenção do Mundo em seus aspectos materiais e abstratos.
O conceito dos Valar ecoa na mitologia grega e nórdica, embora os próprios Ainur e o
mundo sejam criações de uma divindade sozinha - Ilúvatar ou Eru, "O Único".
As mitologias do norte europeu são talvez as mais bem conhecidas influências não-
Cristãs em Tolkien. Seus elfos e anões são parecidos e muito baseados na mitologia
nórdica e relacionados à mitologia germânica.[20]
Os nomes tais como "Gandalf",
"Gimli" e "Terra-média" são derivados diretamente do mitologia nórdica. A figura de
Gandalf é particularmente influenciada pela divindade germânica Odin em sua
encarnação como "O Viajante", um homem velho com uma longa barba branca, um
chapéu de bordas largas e uma cajado; Tolkien declarou que pensava em Gandalf como
um "Odin errante" em uma carta de 1946.[4]
As influências específicas incluem o poema
Anglo-Saxão Beowulf.[21]
O Senhor dos Anéis foi fortemente influenciado pelas experiências de Tolkien durante a
Primeira guerra mundial, onde lutou, e pela partida de seu filho para lutar Segunda
guerra mundial.
Depois da publicação de O Senhor dos Anéis, devido à sua influência ocorreu a
especulação que o Um Anel fosse um metáfora da bomba nuclear.[22]
Tolkien,
entretanto, insistiu repetidas vezes que seus trabalhos não apresentavam aquele tipo de
alegoria,[23]
indicando no prefácio de O Senhor dos Anéis que não havia gostado desta
especulação e que a história não era alegórica. Tolkien já tinha terminado grande parte
do livro, incluindo o final, antes que as primeiras bombas nucleares tivessem sido
conhecidas pelo mundo, com sua explosão em Hiroshima e em Nagasaki em agosto de
1945.
Alguns locais e suas características foram inspiradas em locais da infância de Tolkien
como Sarehole (então uma vila de Worcestershire, agora parte de Birmingham) e
Birmingham.[24]
Tolkien sugeriu que o Condado e suas redondezas eram baseados nos
campos em torno da faculdade de Stonyhurst em Lancashire, que Tolkien frequentou
durante a década de 1940.[25]
[editar] Impacto na cultura popular
O Senhor dos Anéis promoveu uma grande mudança na cultura popular, desde os anos
1950, quando foi publicado, mas principalmente nos anos 1960 e 70. Pode-se encontrar
tal influência em exemplos como jogos de tabuleiro baseados no livro e em paródias
como Bored of the Rings (no Brasil, O Fedor dos Anéis), o episódio de South Park, O
Retorno do Senhor dos Anéis às Duas Torres, e o musical da Revista Mad nomeado O
Anel e Eu. Graças ao trabalho de Peter Jackson, muita dessa influência voltou a ser
sentida hoje.
[editar] Produção editorial
Ainda hoje o Senhor dos Anéis influencia muito da produção editorial em todo o
mundo. O exemplo mais recente é a série Ciclo da Herança de Christopher Paolini, onde
temos um enredo que se passa em uma terra que em muito lembra aquela descrita por
Tolkien. Além de Paolini, há influência de Tolkien em muitas outras obras, como a
Trilogia Fronteiras do Universo, de Philip Pullman, e até mesmo, segundo alguns
críticos, Harry Potter, de J.K.Rowling.
[editar] Música
Muitos músicos e bandas também inspiraram-se não só no Senhor dos Anéis como em
outras obras de Tolkien. As letras de músicas de algumas bandas dos anos 1970 é
recheada de referências à obra do autor. Led Zeppelin é provavelmente o mais famoso
grupo diretamente inspirado em Tolkien, e possui quatro músicas com referências
explícitas, como Misty Mountain Hop, Ramble On e The Battle of Evermore. Outras
bandas dos anos 1970 inspiradas no autor são Camel, Rush e Styx. The Beatles pode até
não ter sido musicalmente influenciados, mas eles tinham a intenção de fazer um filme
baseado em O Senhor dos Anéis. A idéia não saiu do papel, se é que chegou a ele. A
banda alemã Improved Sound Limited, em seu segundo album, gravou a música "The
dark lord", referência direta ao senhor dos aneis e Tolkien
Mais tarde, nos anos 1980 e 90, bandas de metal encontraram lugar para Tolkien em
suas músicas, muitas vezes usando a parte má da obra dele, os personagens e hostes
ruins.Summoning,fora a pioneira dentre as mais marcantes bandas de Black
Metal/melodico,pois alem de ser completamente fiel aos padrões criados pela Mitologia
Fantastica de Tokien,foi uma das bandas mais inovadoras no sentido sonoro e
ambiental.Passando o climax des de as terras imortais seguindo á Beleriand,Numenor,e
em fim a terra-media. Mas tambem nem só Summoning fica com o cargo em Black
Metal,pois muitas bandas como Gorgoroth,Lugburz,Morgoth, tambem tiveram os seus
nomes e algumas musicas usurpadas pelo misticismo.Battlelore tambem é uma banda
bastante influenciada em suas faixas sonoras.
As bandas alemãs Blind Guardian que possui entre outras referencias a Tolkien, no
álbum Nightfall in Middle-Earth, contando história das Silmarils e a banda Helloween
com o álbum Master of the Rings. A finlandesa Nightwish (que possui a música
Elvenpath, que faz alusão a Elbereth e a Lórien) são famosas bandas de metal.
Fora do rock, muitos artistas New Age foram influenciados pelo trabalho Tolkieniano.
Enya escreveu uma música chamada Lothlórien, e compôs duas músicas para o filme A
Sociedade do Anel: May It Be, cantada em Inglês e em Alto-élfico e Aníron, cantada em
Élfico-cinzento. Além dela outros muitos artistas encontraram na obra de Tolkien a
inspiração para sua música.
[editar] Jogos de interpretação
Os primeiros jogos de interpretação de personagens (RPG) surgidos entre as décadas de
70 e 80 tiveram grande inspiração no ambiente medieval-fantástico de O Senhor dos
Anéis, incorporando os elementos geográficos como suas montanhas fabulosas, florestas
densas, grandes fortalezas e redes de túneis sobre a terra e também elementos étnicos,
como as diferentes raças civilizadas que ambientam toda a obra, como os Elfos, Hobbits
e Anões.
Esses primeiros jogos inspiraram outros mais modernos e foi longo o tempo em que
RPG ficou diretamente ligado a um cenário de fantasia-medieval. Pode-se perceber no
D&D, um dos mais famosos sistemas de RPG, uma clara semelhança com O Senhor dos
Anéis, embora adaptada à própria realidade do jogo. Apesar de toda a difusão do RPG e
da variada gama de assuntos abordados por seus jogos ainda hoje um dos mais
populares jogos de RPG do mundo é primariamente ambientado em um cenário que em
muitos aspectos lembra a terra criada por Tolkien.
[editar] Adaptações do livro
O livro já foi adaptado para o rádio, o cinema e televisão e os palcos.
[editar] No rádio
O livro foi adaptado para o rádio três vezes. Em 1955 e em 1956, a BBC passou O
Senhor dos Anéis, uma adaptação em doze partes da história para o rádio, da qual
nenhuma gravação sobrou. Em 1979, uma dramatização da história foi transmitida nos
Estados Unidos e depois colocadas em fita e CD. Em 1981, a BBC transmitiu uma nova
dramatização em 26 partes de meia hora.
[editar] Na tela
As adaptações para a tela incluem uma animação em 1978, quando Ralph Bakshi
produziu a primeira versão em desenho animado sobre o Senhor dos Anéis. A produção
não foi um sucesso. Seguindo o enredo de A Sociedade do Anel e de As Duas Torres,
devia ser dividido em duas partes. O desenho tinha muitos cortes e a qualidade da
animação não era muito boa, mas serviu como uma alavanca para uma maior
abrangência dos livros. Porém, mesmo e principalmente entre os fãs, nunca houve
grande aceitação sobre essa animação. A outra parte, O Retorno do Rei, em 1980, foi
um especial animado para a TV por Rankin-Bass, que tinha produzido uma versão
similar a O Hobbit em 1977.
As locações do condado
Em 1999, o diretor Peter Jackson resolveu adaptar O Senhor dos Anéis para o cinema.
A trilogia foi filmada simultaneamente, e está entre os recordes de bilheteria, além de
ter acumulado dezessete Oscars, 4 para o primeiro, 2 para o segundo e 11 para o
terceiro. A empresa que realizou os filmes chama-se WETA Workshop Ltd..
Os direitos dos filmes e do enredo estão em poder da Electronic Arts, para fazer jogos
de computador e para videogames.
Para mais informações confira:
The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring (2001)
The Lord of the Rings: The Two Towers (2002)
The Lord of the Rings: The Return of the King (2003)
[editar] Nos palcos
Já houve muitas produções teatrais baseadas nos livros. Três foram apresentadas em
Cincinnati, Ohio, Estados Unidos: A Sociedade do Anel (2001), As Duas Torres (2002)
e O Retorno do Rei (2003). Um musical de O Senhor dos Anéis foi apresentado em
2006 em Toronto, Ontário, Canadá.
[editar] Ver também
Outros projetos Wikimedia também contêm
material sobre este tema:
Citações no Wikiquote
Categoria no Commons
Elfos
Istari
Hobbit
Anões
Mordor
Homens
O Hobbit
Silmarillion
Anexo:Os 100 livros do século do Le Monde
The Lord of the Rings Online
O Senhor dos Anéis (RPG)
O Último anel por Kiril Yeskov
Referências
1. ↑ http://www.valinor.com.br/8204/
2. ↑ World War I and World War II.
3. ↑ Tolkien FAQ: How many languages have The Hobbit and The Lord of the
Rings been translated into?
4. ↑ a b c d e f g h The Letters of J. R. R. Tolkien. Boston: Houghton Mifflin,
1981. #211 p. ISBN 0-395-31555-7
5. ↑ The Return of the King: Summaries and Commentaries: Appendices.
6. ↑ J. R. R. Tolkien: A Biographical Sketch.
7. ↑ "Influences of Lord of the Ring".
8. ↑ Peter Gilliver. The Ring of Words: Tolkien and the Oxford English Dictionary.
[S.l.]: Oxford University Press, 2006. ISBN 0-19-861069-6
9. ↑ Celebrating Tolkien: Elvish Impersonators.
10. ↑ Lord of the Gold Ring. The Boston Globe (16 de Novembro de 2003).
11. ↑ a b c d e f g h i j The Lord of the Rings: Genesis.
12. ↑ Tom Shippey. The Road to Middle-earth. Revised and expanded edition ed.
[S.l.]: Houghton Mifflin, 2003. ISBN 0-618-25760-8
13. ↑ Tom Shippey. J. R. R. Tolkien: Author of the Century. [S.l.]: Harper Collins,
2000.
14. ↑ "Passei as férias dos últimos dezessete anos revisando-o […] Escrever estórias
em prosa ou verso torna-se difícil principalmente pela falta de tempo."The
Letters of J. R. R. Tolkien. Boston: Houghton Mifflin, 1981. #17 p. ISBN 0-395-
31555-7
15. ↑ J.R.R. Tolkien. The War of the Ring: The History of The Lord of the Rings,
Part Three. [S.l.]: Houghton Mifflin, 2000. ISBN 0-618-08359-6
16. ↑ a b c d Explicando Tolkien, de Ronald Kyrmse
17. ↑ Coleção 100 respostas: O Senhor dos Anéis.
18. ↑ "Influences of Lord of the Ring".
19. ↑ The Letters of J. R. R. Tolkien. Letter #19, 31 de dezembro de 1960
20. ↑ The Letters of J. R. R. Tolkien. cartas #144 & #236 dezembro de 1960
21. ↑ Shippey, Tom (2000). J. R. R. Tolkien Author of the Century, HarperCollins.
ISBN 0-261-10401-2
22. ↑ "The LOTR Props Exhibition: Steve la Hood Speaks".
23. ↑ J.R.R. Tolkien. The Lord of the Rings. [S.l.]: HarperCollins, 1991. ISBN 0-
261-10238-9
24. ↑ The Letters of J. R. R. Tolkien. cartas #178 & #303 dezembro de 1960
25. ↑ "In the Valley of the Hobbits".
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336-0292-8
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[Esconder]
v • e
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(como tradutor e lexicógrafo) (1966) · Tolkien on Tolkien
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Sir Gawain and the Green Knight, Pearl, and Sir Orfeo (Modern English
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póstumos Critics (1983) · Beowulf and the Critics (2002)
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