O que é vigilância? Em uma rápida busca no dicionário, você verá que o conceito
da vigilância está relacionado com “ato ou efeito de vigiar”,“observação”, “atenção”, “precaução” e “controle”.
A Vigilância em Saúde é responsável por ações de vigilância,prevenção e controle de doenças transmissíveis, pelavigilância de fatores de risco para o desenvolvimento dedoenças crônicas não transmissíveis, saúde ambiental e dotrabalhador e também pela análise de situação de saúde dapopulação brasileira.
O termo “Vigilância” surgiu no contexto da saúde publicano final de século XIX, com o desenvolvimento damicrobiologia e de saberes sobre a transmissão dasdoenças infecciosas, e está historicamente relacionadoaos conceitos de saúde e doença vigentes em cadaépoca e lugar, às práticas de atenção aos enfermos e aosmecanismos adotados para impedir a disseminação dasdoenças.
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conceito de vigilância em saúde
O termo vigilância (surveillance) foi utilizado pela 1ª vez emabril de 1955 – ProgramaNacionalde Vigilânciada Poliomielite, juntoao CDC/USA
conceitode vigilância em saúde
“Observação contínua da distribuição e tendências daincidência de doenças mediante a coleta sistemática,consolidação e avaliação de informes de morbidade emortalidade, assim como de outros dados relevantes e aregular disseminação dessas informações a todos quenecessitam conhecê-la.”
(Langmuir, 1963)Características essenciais:“observação contínua”“coleta sistemática”
(Características sempre presentes em todos osconceito3s)
Vigilância em Saúde noBrasil
2004 (Portaria 1172): Introduz como sendo atividades de “Vigilância emSaúde”:
Vigilância de doenças transmissíveis;Vigilância de doenças e agravos não transmissíveis e de seus fatores de risco;Vigilância ambiental emsaúdeVigilância da situação de saúde.
Vigilância sanitária incorporada em diversosestados emunicípios 13
Portaria 3252, dezembro de 2009
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“A Vigilância em Saúde tem como objetivo a análisepermanente da situação de saúde da população,articulando-se num conjunto de ações que se destinam a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territ órios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde”
O conceito de VS inclui:Vigilância e controle das doenças
transmissíveis, não transmissíveis eagravos
Vigilância da situação de saúdeVigilância ambiental em saúdeVigilância da saúde do trabalhadorVigilância sanitáriaPromoção da saúde
Portaria 3252, dezembro de 2009
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INCORPORAÇÃO DE CONCEITOS DEVS
Nova forma de PENSAR, OLHAR, AGIR...
Não é somente a somatória das “diversas vigilâncias”.
Nova abordagem para o enfrentamento dos problemas utilizando os diferentes conhecimentos.
Portaria 3252, dezembro de 2009
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o conceito de vigilância em saúdeinclui:
I.- vigilância epidemiológica: vigilância e controle das doençastransmissíveis, não transmissíveis e agravos, como um conjunto de açõesque proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquermudança nos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual ecoletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas deprevenção e controle das doenças e agravos;II.- promoção da saúde: conjunto de intervenções individuais, coletivas eambientais responsáveis pela atuação sobre os determinantes sociais dasaúde;
Portaria 3252, dezembro de 2009
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III.- vigilância da situação de saúde: desenvolve ações de monitoramentocontínuo do País, Estado, Região, Município ou áreas de abrangência deequipes de atenção à saúde, por estudos e análises que identifiquem eexpliquem problemas de saúde e o comportamento dos principaisindicadores de saúde, contribuindo para um planejamento de saúde maisabrangente;
IV.- vigilância em saúde ambiental: conjunto de ações que propiciam oconhecimento e a detecção de mudanças nos fatores determinantes econdicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com afinalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores derisco ambientais relacionados àsdoenças ou a outros agravos à saúde;
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Portaria 3252, dezembro de 2009
V. - vigilância da saúde do trabalhador: visa à promoção da saúde e àredução da morbimortalidade da popula ção trabalhadora, por
meio da integração de ações que intervenham nos agravos e seusdeterminantes decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processosprodutivos;
VI. - vigilância sanitária: conjunto de a ções capazes de eliminar, diminuirou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitáriosdecorrentes do meio ambiente, da produ ção e circulação
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Modelo de Atenção / Integralidade
Art. 5º A integração entre a Vigilância em Sa úde e a Atenção Primária à Saúde é condição obrigat ória para construção da integralidade na aten ção e para o alcance de resultados, com desenvolvimento de um processo de trabalho condizente com a realidade local, que preserve as especificidades dos setores e compartilhe suas tecnologias, tendo por diretrizes:
Portaria 3252, dezembro de 2009
I.- compatibilização dos territórios de atuação das equipes, com a gradativa inserção das ações de Vigilância em Saúde nas práticas das equipes de Saúde daFamília;
II.-planejamento e programação integrados das ações individuais e coletivas;III.- monitoramento e avaliação integrada;IV.- reestruturação dos processos de trabalho com a utilização de dispositivos e
metodologias que favoreçam a integração da vigilância, prevenção, proteção, promoção e atenção à saúde, tais como linhas de cuidado, clínica ampliada, apoio matricial, projetos terapêuticos, protocolos e entre outros; e
V.- educação permanente dos profissionais de saúde, com abordagem integrada nos eixos da clínica, vigilância, promoção e gestão.
Portaria 3252, dezembro de 2009
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Modelo de Atenção / Integralidade
Art. 6º As ações de Vigilância em Saúde, incluindo a promoção da saúde, devem estar inseridas no cotidiano das equipes de Atenção Primária/Saúde da Família, com atribuições e responsabilidades definidas em território único de atuação, integrando os processos de trabalho, planejamento, programação, monitoramento e avaliação dessas ações.
Portaria 3252, dezembro de 2009
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Vigilância EpidemiológicaHistórico:Antes da primeira metade da década de 60.
“ Observação sistemática e ativa de casos suspeitos ou confirmados de Doenças Transmissíveis”.
Tratava-se da vigilância de pessoas, através de medidas de isolamento ou de quarentena. Eram ações aplicadas individualmente e não de formacoletiva.
Após a primeira metade da década de 60.Com a introdução das campanhas de Erradicação de doenças como a
Varíola e Malária, foi organizada uma estrutura de vigilância tendocomo objetivo a busca ativa de casos da doença, a fim dedesencadear asaçõesdestinadasa bloquear a transmissão.
Que era desativada após o término do problema.
• Em 1975, por recomendação da V Conferência Nacional de Saúde, foi instituído o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica - SNVE - Lei6259/75.
• Em 1976, o Decreto 78.231 Regulamentou o SNVE -incorporando o conjunto de Doenças Transmissíveis, então consideradas de maior relevância sanitária dopaís.
• Tentava-se compatibilizar as diversas estratégias operacionais de intervenção desenvolvidas para controlar doenças específicas.
• Capítulo 1:• Dos Objetivos eAtribuições:• Art..6º - Estão incluídas ainda no campo de atuação do SUS:
• Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações queproporcionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção dequalquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes desaúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotarasmedidas de prevenção e controle dasdoençasou agravos.
Informação... paraquê?conhecer a realidade;saber comointervir;avaliar mudanças.
Lei Nº 8.080 de 19 de setembro de1990
Conceitua-se Sistema de Vigilância Epidemiológica (SVE) como o conjunto de atividades que proporcionam a informação indispensável para:
• conhecer, detectar ou prever qualquer mudança que possa ocorrer nos fatores condicionantes do processo saúde-doença, com a finalidade de recomendar, oportunamente, as medidas indicadas que levem à prevenção e ao controle das doenças.
Funções da SVE Conhecimento atualizado sobre a
situação epidemiológica das enfermidades e sobre a situação e sobre os fatores que as condicionam;
Conhecer e prever a evolução do comportamento epidemiológico de cada uma das doenças endêmicas ou epidêmicas;
Prever mudanças no comportamento epidemiológico, em decorrência de programas de controle ou erradicação de moléstias;
Selecionar as medidas de controle a serem usadas em cada situação.
No brasil, a observação e a análise das ocorrências das doenças são de responsabilidades do SVE e de seu Centro de informações, onde é possível manter-se informado sobre a dinâmica das DSTs e sobe os fatores e condições que contribuem para sua incidência, gravidade e extensão, para que assim propor medidas adequadas para seu controle e combate.
A vigilância epidemiológica somente será útil se fornecer informações requerida no momento e no lugar em que ela for necessária. Então é um sistema de informação, decisão, controle de doenças.
No estado de São Paulo, o sistema está estruturado em 3 níveis:
Central: Centro de Vigilância Epidemiológica ( CVE);
Regional: com base no sistema único de Saúde (SUS-R);
Local: por meio das UBS, serviços municipais de vigilância epidemiológica e sanitária, e grupos de vigilância epidemiológica mantidos nos hospitais.
O CVE do Estado de São Paulo conta com apoio técnico de órgãos e instituições como:
Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN); Centro de Vigilância Sanitária; Instituto Adolfo Lutz (IAL); Hospital Emílio Ribas; Instituto Butantã; Instituto Pasteur; Centro de Apoio e Desenvolvimento das Ações Integradas de Saúde
(Cadais); Centro de Informações de Saúde (CIS)e outros.
A seguir estão alguns dos objetivos da VE no nível local:
Acompanhar o sistema de registro de nascidos vivos;
Acompanhar e estimar a magnitude da morbidade e da mortalidade de agravosselecionados;
Contribuir para identificar e estabelecer prioridades locais na acompanhamento da morbidade e da mortalidade;
Detectar precocemente surtos e epidemias; Identificar e monitorar fatores de risco para o
desenvolvimento de agravos e doenças selecionadas;
* Fonte: OMS, Un porvenir más seguro. Informe sobre la salud en mundo 2007.
Trânsito Internacional de Pessoas• Ano: 1506• Nº de passageiros:?
• NauPortuguesa:– Capacidade: 240passageiros
• Tempo de viagem: meses
• Ano: 2006• Nº de passageiros: 2,1bilhões*
• AirbusA380:– Capacidade: 845passageiros
• Tempo de viagem: horas
Fonte: Ministério da Saúde,Gerência Técnica das Doenças Emergentes e Reemergentes
Doençasemergentes• São doenças novas, desconhecidas da população.• Termo que pode ser utilizado para descrever quando uma doença
atinge uma região antes indene, onde nunca tinham sido detectadoscasos.
• São causadas por vírus ou bactéria nunca antes descritos, por mutação deum vírus já existente ou causadas por um agente que só atingia animais eque passaaafetar também sereshumanos.
• Exemplos:– No RS : Dengue, Leishmaniose visceral.– Em Porto Alegre: Hepatite C casos agudos, Leishmaniose cutânea,
Influenza nova cepa pandêmica A- H1N1.
DoençasRe-emergentes
• São aquelas já conhecidas e que haviam sido controladas, mas voltaram a apresentar ameaça para a saúde humana.
• Exemplos:– no mundo: dengue, difteria,cólera, febre amarela,
tuberculose, leptospirose, E. coli 0157:H7 e bactérias resistentes a vários anti- microbianos;
– Ex: FebreAmarela; sarampo
Fonte: Ministério da Saúde,Gerência Técnica das Doenças Emergentes e Reemergentes
Vigilância das Doenças Transmissíveis de Notificação Compulsória
• Critérios utilizados para elencar os agravos de notificação:– magnitude (nº de pessoasatingidas);– transcendência(potencialidade de dano à saúde);– vulnerabilidade ( condições de controlar oagravo);– acordos internacionais.
Doenças de notificação Compulsória:
É de caráter obrigatória a notificação, dentro do território brasileiro, todas as relações de doenças, agravos e eventos em saúde pública de notificação compulsória em todo o território nacional .
A notificação compulsória consiste na comunicação às Secretarias Estaduais (SES) e Municipais de Saúde (SMS) em, no máximo, 24 (vinte e quatro) horas a partir da ocorrência ou suspeita.
A notificação deve ser feita por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, visando à adoção das medidas de controle pertinentes. Além disso, alguns eventos ambientais e doença ou morte de determinados animais também se tornaram de notificação obrigatória.
Doenças de notificação compulsória
O Ministério da Saúde estabelece a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional.
A ocorrência de suspeita ou confirmação de eventos de saúde pública, doenças e agravos listados na Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, são de comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos médicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimentos de saúde, públicos ou privados. É facultado a estados e municípios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região
Agravos Inusitados: são casos ou óbitos de doença de origem desconhecida; Alteração do padrão epidemiológico de doença conhecida
Acidentes por Animal Peçonhento Coqueluche: compromete aparelho respiratório, Bactéria Bordetella Pertussis;
gotículas. Doença de Creutzfeldt-Jacob e outras Doenças Priônicas: doenças
neurodegenerativas raras; é uma encefalopatia; incidência 1 caso a cada 1 milhão/ano.
Febre Maculosa: causada por uma bactéria do gêneroRickettsia; transmitida por carrapatos, caracterizando-se por ter início abrupto, com febre elevada, cefaléia e mialgia intensa e/ou prostração,etc.
Leishmaniose Tegumentar Americana: causada por protozoários do gênero Leishmania, que acomete pele e mucosas.
Hepatites virais Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em gestantes e
crianças expostas ao risco de transmissão vertical, durante a gravidez, o parto ou a amamentação.
Intoxicação por Agrotóxicos Dengue
Leishmaniose Visceral: causada pelo protozoário Leishmaniachagasi; transmitida por vetores; febre de longa duração, fraqueza, emagrecimento e palidez; acomete Fígado e baço.
Leptospirose: O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção humana, comum enchentes.
Malária: transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium.
Rubéola: causada pelo vírus Rubella vírus; caracterizada por erupções vermelhas na pele.
Sífilis Congênita: infecção se processou por via transplacentária.
Sífilis em Gestante Síndrome da Rubéola Congênita Tétano Acidental: toxinfecção grave causada pela toxina do
bacilo tetânico, introduzido no organismo através de ferimentos ou lesões de pele.; manifestações: febre baixa, hipertonia muscular mantida, hiperreflexia e espasmos ou contraturas paroxísticas. Em geral, o paciente mantém-se consciente e lúcido.
Notificados imediatamente
Botulismo: causado pela bactéria Clostridium botulinum, encontrada no solo/água não tratada, alimentos em conserva ou enlatados. Nesses ambientes, ela produz uma toxina que pode causar envenenamento. grave.
Carbúnculo ou “antrax” : é uma doença infecciosa aguda, causada pelo Bacillus anthracis, capazes de formar esporos.
Cólera: doença infectocontagiosa do intestino delgado geralmente transmitida por meio de alimento ou água contaminados.
Difteria: causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, transmitida de pessoa para pessoa através de contato físico e respiratório. Ela forma placas amareladas frequentemente nas amígdalas, laringe e nariz.
Doença de Chagas (casos agudos): causada protozoário Trypanosoma cruzi.
Doença Meningocócica / Meningite por Haemophilus Influenzae / Outras Meningites: compromete as membranas que envolvem o SNC (cérebro e medula espinal). Caracteriza-se por febre, cefaléia, náuseas, vômitos, sinais de irritação meníngea e alterações do LCR.
Febre Amarela: causada por vírus e transmitida por vetores. Febre do Nilo Ocidental: Infecção viral que variam desde uma febre
passageira a uma encefalite grave. Febre Tifóide: doença infecciosa causada pela bactéria Salmonella
typhi, forma de contágio é pela ingestão de água e alimentos contaminados.
Hantavirose: transmitidas por roedores que podem ter duas formas clínicas, são elas: Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH), encontrada apenas nas Américas, e Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR), típica da Europa e Ásia.
Hipertemia Maligna: é uma síndrome que se manifesta durante uma anestesia geral; sinais são subida elevação da Tª corpórea, elevação de CO² expirado, rigidez muscular e aumento da frequência cardíaca.
Peste: Causada pela bactéria Yersìnia pestis, a transmissão: picada de pulgas.
Poliomielite / Paralisia flácida aguda: doença viral que pode afetar os nervos e levar à paralisia parcial ou total. O vírus entra por meio da boca e do nariz e se multiplica na garganta e no trato intestinal. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro.
Raiva Humana: doença transmitida somente por animais mamíferos, geralmente através da mordida e inoculação do vírus presente na saliva dentro da pele.
Sarampo: causada por um vírus chamado Morbillivirus, transmissão é diretamente de pessoa a pessoa, por meio das secreções do nariz e da boca expelidas pelo doente ao tossir, respirar ou falar.
Síndrome Respiratória Aguda Grave: doença respiratória viral causada por um coronavírus.
Tétano neonatal: causado pelo Clostridium tetani, que acomete o recém-nascido (RN) nos primeiros 28 dias de vida, tendo como manifestação clínica inicial a dificuldade de sucção, irritabilidade e choro constante.
Tularemia: conhecida como febre do coelho, febre do moscardo ou febre da mosca do cervo, é uma enfermidade infecciosa rara que tem como agente etiológico a bactéria Francisella tularensis.
Varíola: infecção com o vírus o Orthopoxvírus variolae.
Notificados apenas casos confirmados
Esquistossomose: infecção ocorre quando a pele entra em contato com a água doce contaminada com o parasita do tipo Schistosoma. Quando uma pessoa infectada urina ou defeca na água, ela contamina o líquido com os ovos de Schistosoma. Esses ovos eclodem e invadem os tecidos de caracóis que vivem naquele lago ou rio. Os parasitas então crescem e se desenvolvem no interior dessas lesmas.
Tracoma: é uma doença oftálmica, que afeta a conjuntiva, córnea dos olhos e pálpebras, levando a uma inflamação crônica, por uma bactéria, Chlamydia trachomatis e que leva a uma hipertrofia dos folículos, hipertrofia papilar e formação de um pano, que resulta na formação de uma cicatriz e até em cegueira.
Tuberculose Hanseníase Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
Vigilância das Doenças Transmissíveis de NotificaçãoCompulsória
• Como realiza a vigilância ?– promovendo a notificação de doenças por profissionais de saúde e população em geral;– realizando busca ativa diária de casos de doenças de notificação compulsória nos hospitais da
cidade;– comparando sistemas de informação em saúde (SIM, SIH, Laboratórios, Farmácias do SUS...);– investigando resultados laboratoriais relativos às doenças de notificação compulsória;– executando, promovendo ou supervisionando medidas de controle;– realizando capacitações em vigilância epidemiológica dirigidas a profissionais da rede pública e
privada;– realizando capacitações em controle de doenças através do uso de vacinas dirigidas a profissionais
da rede pública e privada;– emitindo alerta epidemiológico sempre que é detectada alteração no comportamento de doenças
transmissíveis;– produzindo boletim epidemiológico trimestral.
Vigilância Epidemiológica
A quem notifica? Fluxos de Notificação
NOTIFICAÇÃOInstituições de Saúde Profissionais da Saúde
SINAN
Notificação Sífilis
Congênita
SINAN/municipios
SINAN/Ministérioda Saúde
SINAN/Estados
Busca Qualifica
A Equipe de Saúde da Família informará à vigilância de acordo com o evento:
• Doença de notificação compulsória – SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação
• Óbitos – SIM – Sistema de Informação de Mortalidade• Gestante – SISPRENATAL – Sistema de Informação do Pré-Natal• Nascidos Vivos- SINASC – Sistema de Informação de Nascidos Vivos.• Hipertensos e Diabéticos – DANTS – Doenças e Agravos Não
Transmissíveis.• Estado Nutricional – SISVAN – Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional.
AÇÕES DE ENFERMAGEM NA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
O profissional de nível médio é freqüentemente o suporte mais importante do sistema no nível local.
Dele depende muitas vezes a qualidade da informação, o fluxo adequado da mesma, a rapidez das medidas de controle, o relacionamento com a comunidade, a identificação precoce de novos problemas.
Sua presença em grande número de atividades da VE, ainda que varie com as diversas conformações do sistema local, pode revestir-se de importância fundamental.
No entanto, isto nem sempre é valorizado.
• Os profissionais de saúde, em especial da APS em seu território, são responsáveispor:– detectar casos de agravos transmissíveis e notificar, orientar formas de
transmissão para prevenção de novos agravos e acompanhar a assistência à saúde do indivíduo e sua coletividade;
– detectar casos de agravos não transmissíveis como hipertensão e diabetes,realizando a assistência à saúde, ações de promoção e ter um cadastro dosmesmos;
– detectar gestantes e acompanhar seu pré-natal, assim como o acompanhamento de suas crianças, desde o nascimento;
– detectar óbitos ocorridos informando a causa do óbito e verificando sehánecessidade de ações de acompanhamento diferenciado à família.
Vigilância Epidemiológica e a Atenção Primária emSaúde
• PORTARIA 648/06:
– Visando à operacionalização da Atenção Básica, definem-se como áreas
estratégicas para atuação em todo o território nacional a eliminação da
hanseníase, o controle da tuberculose, o controle da hipertensão arterial, o
controle do diabetes mellitus, a eliminação da desnutrição infantil, a saúde
da criança, a saúde da mulher, a saúde do idoso, a saúde bucal e a
promoção da saúde. Outras áreas serão definidas regionalmente de acordo
com prioridades e pactuações definidas nas CIBs.
Recomendar e executar, quando couber, medidas de prevenção e controle de agravos;
Avaliar o impacto das medidas de prevenção; Contribuir para a divulgação de informações
de saúde para a população; Contribuir para o planejamento dos serviços
de saúde e saneamento e para a definição de estratégias e táticas adequadas para o controle de doenças e agravos;
Identificar necessidade de educação continuada.
Os Indicadores de Saúde
Indicadores de Saúde
São medidas sumárias que capturam informações relevantes de diferentes atributos e dimensões de saúde e da performance dos Sistemas de SaúdeExpressos em: geral, proporções, coeficientes ou taxasProporção: relação entre duas freqüências da mesma unidade.Coeficiente: relação entre 2 valores numéricos
(velocidade ou intensidade que o fenômeno varia por unidade da segunda variável)
Os Indicadores de saúde Para entender melhor o que está acontecendo numa
área, usa-se os indicadores.
A coleta de dados começa com o correto preenchimento da declaração de óbito padrão.
Se isto não for feito o estudo da mortalidade fica comprometido.
Os profissionais precisam estar esclarecidos sobre o assunto, não só para divulgação de sua utilidade, mas também para trabalhar no sistema local.
- Principais indicadores de saúde
Indicadores positivos e negativos Os indicadores negativos referem-se a mortalidade e
morbidade e os positivos, bem-estar, qualidade de vida e normalidade.
Outros indicadores também se enquadram na classificação de positivos e negativos, apesar dos acima indicadores indicados serem utilizados tradicionalmente.
A-Morbidade B- Mortalidade C- Indicadores nutricionais D-Indicadores Sociais E- Indicadores Ambientais F- Indicadores Demográficos G- Serviços de Saúde.
Coeficiente de Mortalidade Geral (MG) O cálculo deste coeficiente possibilita, teoricamente, relacionar o
nível de saúde de regiões diferentes em uma mesma época, fazendo estudos comparativos.
Para isto, devide-se o número total de óbitos de todas as causas, em um determinado ano, pela população naquele ano, de determinada área.
MG = número total de óbitos x 1.000 em determinada área e ano
População total da mesma área e ano
Coeficiente de Mortalidade por Causa (MC)
Este é um bom coeficiente para revelar o estado geral de saúde da comunidade.
MC=número de óbitos por causa x 100.000 em determinada área e período
População total da mesma área e ano
Mortalidade Proporcional (MP) É a porcentagem em que relacionamos os
óbitos de uma determinada característica (sexo, idade, causa, etc.) aos óbitos totais.
MP = número de óbitos por câncer num período x 100Número total de óbitos no mesmo período
Mortalidade Infantil (MI) Refere-se à probabilidade de crianças
menores de um ano morrerem. Calcula-se também separadamente, os
coeficientes de mortalidade infantil ou neonatal, usando o número de óbitos até 28 dias de idade e a mortalidade infantil tardia usando o número de óbitos de 28 dias a um ano de vida.
No Brasil, o coeficiente de mortalidade infantil vem decrescendo significativamente, segundo dados oficiais.
O saneamento básico, o acesso aos serviços de saúde, a melhoria do nível nutricional e condições socioeconômicas, em geral, são itens intimamente relacionados ao nível de vida.
MI = número de óbitos 1 ano x 1.000 em determinada região
Nascidos vivos
O coeficiente de mortalidade infantil (MI) em Tatuí no ano de 2000 era de 17,6 e do estado de São Paulo no período de 2001 foi de 16,4.
Desde 1991, vem sendo implantado o acompanhamento dos nascimentos por meio da Declaração de Nascidos Vivos, que deve ser emitida pelas maternidades e hospitais, onde ocorrem os partos.
Atualmente, ao classificar a mortalidade infantil, considera-se baixo um valor quando este for inferior a vinte por mil nascidos vivos, e alto, quando acima de sessenta por mil.
A solução para a questão passa inicialmente por uma decisão política que privilegie as ações básicas de saúde.
Assim, um bom atendimento pré-natal, o estímulo ao aleitamento materno, o Programa Ampliado de Imunizações, a Terapia de Reidratação Oral (TRO), bem como a monitorização do crescimento e desenvolvimento são ações propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para Infância e Adolescência (UNICEF), com vistas à diminuição dos coeficientes de mortalidade infantil.
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