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Copyright ©2013 Editora Perse
Capa e Projeto gráfico
Carlos Neves
Autor
Carlos Neves
Registrado na Biblioteca Nacional
ISBN – International Standard Book Number –
Literatura – Romance
Publicado pela Editora Perse
Impresso no Brasil
Printed in Brasil
Publicado pela Editora Perse
PERSE https://www.perse.com.br
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Agradecimentos.
Agradeço a todos que me apoiaram a escrever esta obra.
Agradeço a Ordem Rosa Cruz – AMORC,
por tudo que me ensinou durante todos estes anos.
Agradeço a minha querida amiga, Ana Maria Serpa, por ter escrito com tanto carinho as orelhas desta obra.
Agradeço a minha querida e amada esposa Daísa Galvão, por ter me ajudado na revisão desta obra.
Agradeço a Deus por ter permitido que eu escrevesse esta obra e me inspirado a cada página.
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Dedicatória.
Dedico este romance a todos os espiritualistas, buscadores dos
ensinamentos místicos e mistérios das leis divinas, com minha
especial distinção aos membros da Ordem Rosa Cruz - AMORC.
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Prólogo.
Todos nós sabemos que nossa vida neste mundo tem um
propósito: A nossa própria Evolução.
Porém, sabemos que cada um de nós trás para a sua vida,
obrigações tidas como “reparos” de erros cometidos no passado.
Tais erros podem ter sido cometidos pela ignorância de uma pessoa
em não saber reconhecer o que era certo ou errado, ou por ter se
desviado do caminho que possibilitaria serem estes erros
reparados.
Entretanto, alguns encarnados já vêm a este mundo com
uma bagagem de conhecimentos, e aqui vivem para serem
exemplos de vida aos que precisam voltar a acreditar, que a
presença de Deus se faz manifestadas em toda a criação.
Muitas dessas almas encarnadas, vieram como exemplos
vivos a serem seguidos. São almas que já chegaram a um
conhecimento maior sobre os mistérios divinos, e aqui se
manifestam para dar continuidade a sua caminhada na escala
evolutiva.
Esta obra aborda a vida de uma alma que se fazia
manifestar a misericórdia e o perdão de Deus, para servir como
exemplo do Seu poder, mostrando assim, que todos nós poderemos
atingir degraus evolutivos de tamanha grandeza.
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Capitulo – 01
Zequinha era um bom garoto. Cresceu sempre obediente
aos seus pais. Não era de falar muito e não tinha amiguinhos,
porque na vizinhança não existiam meninos da mesma faixa etária
que ele. Tinha uma menina que era sua amiga, que se chamava
Anita.
Ele tinha apenas seis anos, e se chama José Oliveira
Mendes, mas todos o chamam de Zequinha. Menino cheio de vida
e parece nunca tirar o boné de sua cabeça. Como todas as crianças,
ele também tinha seus sonhos, e o que mais sonhava era um dia se
formar em medicina.
Havia um mamoeiro apegado ao muro do quintal lá na sua
casa, que ele gostava muito. Seus frutos eram doces como mel.
Mas o seu padrasto disse que ele ia acabar derrubando o muro, e
então, cortou o mamoeiro no tronco, matando-o. Ele ficou muito
triste quando o viu fazendo esta malvadeza.
Zequinha tinha uma irmã de três anos, a Manuela. O pai
morreu de apendicite faz pouco mais de um ano. Então seu tio
Rosivaldo disse que não era bom uma viúva viver sozinha com
dois filhos numa casa, e que logo ficaria falada. Mudou-se pra lá e
em duas semanas se casou com ela. Sua mãe dizia que não queria,
mas seu tio insistiu dizendo que ela ia ficar mal vista e falada. Na
verdade, o povo desta cidade tem mesmo o costume de falar da
vida alheia, e sua mamãe falava que não se importava de ficar mal
falada, mas seu tio Rosivaldo se trancou com ela no quarto, e deu-
lhe uma surra. Passaram a noite toda trancados lá no quarto. Dias
depois se casaram. Sua mãe não estava feliz com aquele casa-
mento, mas ele sabia que se ela não se casasse com seu tio, ia
acabar levando outras surras, e ninguém poderia ajudá-la.
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Ele não gostava do seu tio Rosivaldo. Como poderia gostar
dele? Era um homem muito malvado. O pai era um homem bom,
mas este irmão dele, parecia que tinha pacto com o diabo.
Para ele, sua mãe era como uma santa. Seu nome era
Margarida. Tinha olhos azuis como o céu. Era lida e muito
delicada, dona de uma voz mansa e tinha as mãos macias, sua mãe
não se cansava de lhe fazer carinhos. Antes, quando o pai era vivo,
ela estava sempre feliz e com um sorriso nos lábios, mas depois
que ele se foi, este sorriso se apagou. Raramente sorria.
Algumas vezes Zequinha ficava pensando por que existe
gente assim como seu tio Rosivaldo.
O mês de dezembro havia chegado e com ele as férias na
escola. Zequinha gostava deste período do ano.
Às vezes pensava: O que custa ser bom? Eu não quero ser
um homem mal quando crescer. Quero ser um homem que possa
cuidar dos infelizes, e possa socorrer os enfermos. Ajudar aqueles
que precisam. - Acho tão triste alguém doente e entregue a própria
sorte... Queria poder curar estas pessoas.
Estava envolto em seus próprios pensamentos quando de
repente ouviu seu tio Rosivaldo gritando.
- Zequinha! Vá buscar minhas ferramentas no depósito que
eu preciso ir fazer um serviço na casa do “seu” Manuel.
Obedeceu na mesma hora. Foi buscar a pesada caixa de
ferramentas. Como era pesada... Rosivaldo nem agradeceu. Pegou
a caixa e saiu se achando o dono da situação. Afinal, trabalhar para
o “seu” Manoel era sinal de prestigio. Era o homem mais rico
daquela cidade, e não parecia gostar de se exibir como tal.
O dia estava lindo, e então Zequinha sentiu vontade de ir
tomar banho na lagoa. Sua mãe recomendou pra ele tomar cuidado
e não ir onde era fundo. Com seis anos já sabia nadar. Foi seu pai
que havia ensinado, e era por isso que sua mãe o deixava ir sozinho
tomar banho na lagoa. Quando voltava, trazia sempre jabuticabas
pra ela e Manuela.
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Quando saia de casa, viu um canário no beiral do telhado. O
bichinho catava pra danado. Parecia ser o passarinho mais feliz da
cidade. Sorriu para o canário antes de prosseguir sua jornada.
Mais adiante viu o mesmo canário aparecer novamente, e
desta vez estava num galho de uma goiabeira. Depois, quando
passou pelas terras do “seu” Venâncio, ele estava cantando na
cerca. Então imaginou que ele o seguia.
- Por que um canário ia seguir uma criança? – Pensou
intrigado.
Ainda não sabia, mas naquele dia a sua vida ia mudar.
Zequinha ainda caminhou uns cem metros até chegar à
lagoa. Ali era seu mundo particular. Era o seu mundo do “faz de
contas”. Adorava tudo que existia naquele lindo lugar. Algumas
vezes, sua amiga Anita lhe fazia companhia e os dois se divertiam
bastante, mas naquela manhã ele sabia que Anita tinha ido com a
mãe na feira.
De fato era um lindo lugar. A lagoa que nunca secava,
mesmo no verão mantinha seu nível, porque era alimentada por
uma nascente, um pouco mais acima. Cercada de árvores de todos
os tamanhos, sempre freqüentada por uma grande variedade de
pássaros e aves que iam beber das suas águas, tornava-se ainda
mais linda. Porém, poucas pessoas lhes davam o merecido valor e a
freqüentavam.
Um coqueiro havia nascido inclinado e se projetava por
cima das suas margens. Zequinha subia nele e do alto saltava na
lagoa. Achava isso um grande feito, como se ele tivesse um poder
especial.
Quando chegou à lagoa, lá estava o canário cantando num
galho da jabuticabeira. Então ele arriscou falar com aquele pássaro.
- Desde que eu saí de casa que você me segue. Ta querendo
o que?
Para a sua surpresa o canário lhe respondeu.
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- Queria te acompanhar neste passeio – E ao dizer isso,
voou para perto de Zequinha, pousando num arbusto bem ao seu
lado.
- Meu Deus! Um canário que fala!
- Com você eu posso falar – Disse o canário.
- Mas nunca vi passarinho falar. É a primeira vez que vejo
um canário falante.
- Não sou passarinho. Sou mais que isso. Apenas uso este
canário para poder me comunicar com você.
- Ahhhh... Logo vi que não podia ser um canário falante.
Mas se você não é o canário, quem é afinal das contas?
- Sou teu anjo da guarda. Mandaram-me vir te proteger,
porque neste teu mundo tem muita gente má.
- Tem mesmo. Outro dia o Chico Mole tava batendo no
jumento de chicote. Ele não devia fazer isso com o pobre do
animal, só porque ele tava cansado de puxar a carroça e queria
descansar.
- É verdade. As pessoas maltratam muito os indefesos. Isso
é judiação.
- Vou tomar banho na lagoa. Tu vens comigo?
- Vou só ficar na moita te olhando tomar banho. Posso?
- Pode sim.
- Mas antes vou abençoar a lagoa para que tu fiques com o
teu espírito mais fortalecido.
- E carece disso?
- De carecer não sei se carece, mas acho que é bom para teu
espírito, pois em breve vai fazer uma cura na casa do Zé Roxo.
- Num gosto dele não... Só vive de bebedeira no boteco do
Juvenal.
- Mas num é ele que vai curar. É outra pessoa.
- Vira de costas que vou tirar minhas roupas.
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- Já virei.
- Quem ta doente na casa do Zé Roxo?
- Ainda não está doente. Mais tarde vai adoecer.
Zequinha tomava seu banho, mas não parava de conversar
com o canário. Estava achando aquilo muito interessante. Poder
falar com um passarinho era realmente algo extraordinário.
- Nunca curei ninguém de doença nenhuma, e nem entendo
de ser médico.
- Mas agora vai poder curar. Basta orar e pedir a Deus.
- Por que eu devo fazer curas?
- Por dois motivos. Primeiro porque você tem alma pura.
Segundo porque aqui não tem médicos e as pessoas precisam ficar
boas quando adoecem.
- Então eu aceito fazer curas. Tenho pena de quem que fica
doente. Não devia haver doenças.
Zequinha saiu da lagoa e enquanto se vestia o canário
continuava falando.
- Desde agora já tem o poder da cura, e também de falar
com o mundo espiritual, de tocar as dimensões. Poderá fazer curas
do físico e do espírito. Muitas pessoas não são felizes porque
sofrem da doença do espírito. A alma delas adoece. Estas são as
mais difíceis de curar.
- Não sou feliz... Antes que meu pai morresse, eu era feliz,
mas quero que as pessoas se sintam felizes. Acho que curar as
doenças delas as farão se sentirem felizes.
- Entendo. Mas um dia será feliz... Muito feliz. Nem todos
os que nascem neste mundo são felizes. A maioria veio para passar
por provações.
- Porque eu nasci? Por que tinha que ser eu a ter um tio
como o que tenho?
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- Porque Deus te ama tanto que lhe deu a vida. Ele sabia
que ia poder contar contigo. Quanto a ter um tio como o que tens
isso é apenas temporário. Não há mal que seja para sempre.
- Eu amo Deus e sei o quanto dependo dele para viver.
Todas as pessoas deviam amar a Deus. Mas às vezes acho que
Deus não está olhando para aqueles que sofrem.
- Engano seu. Ele está olhando sim, mas aquele sofrimento
é necessário para a purificação de suas almas. E Deus precisa de
você...
- Como? Ele é Deus e não precisa de um mortal.
- Está novamente enganado. Deus precisa dos seus filhos,
por isso eles existem.
- Por que precisaria sendo Ele Deus?
- Você saberá quando puder entender estas coisas. Mas veja
como você já passou a entender a natureza de Deus. Até a pouco
não pensava assim. Apesar de criança, você vai passar a pensar e
falar como um sábio.
- E isso é bom?
- De certo modo é. Mas tome cuidado. As pessoas não vão
entender se você falar assim diante de algumas delas.
- Não temo as pessoas. Sei que muitas são más, porém,
saberei calar quando for preciso.
- Faça isso. Mantenha-se calado diante das pessoas que não
podem entender você.
O canário voava de árvore em árvore, mas ficando sempre
perto de Zequinha.
- Você conhece Anita?
- Não. Quem é ela?
- Minha amiga. Gosto dela porque ela não mente e me
entende.
- Então eu também já gosto dela.
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- Não gosto do meu tio. Ele bate na minha mãe. Ele faz
mamãe se sentir infeliz. Agora ele diz que é nosso pai. Não sou
filho dele, e nunca que ele vai ser meu pai.
- Entendo. Já estamos chegando. Vou ficar na mangueira da
frente da tua casa, mas não vou demorar. Esta ave tem que comer.
Depois que o canário falou isso, voou e pousou na man-
gueira que ficava diante da casa de Zequinha. Enquanto isso, o
garoto entrou sorridente, mas seu sorriso demorou pouco. Ao
entrar na sala, viu que sua mãe estava chorando e perguntou:
- Por que está chorando mamãe?
Ela não respondeu. Levantou-se e foi para a cozinha. Nova-
mente Zequinha perguntou:
- Por que está chorando mamãe?
- Venha e se sente para almoçar – Disse colocando um
prato já feito sobre a mesa.
Só então ele percebeu que havia se esquecido de pegar
jabuticabas. Estava muito entretido com o canário que nem
lembrou.
- Esqueci de pegar jabuticabas...
- Não tem importância. Outro dia você pega. Agora trate de
comer.
Zequinha sentia vontade de consolar sua mãe. Olhava pra
ela enquanto começou a comer e pensou: Um dia vai ter paz na tua
vida.
Quando chegou o dia de Natal, não houve presentes. Ele,
sua mãe e Manuela foram à igreja rezar e pedir graças a Deus.
Somente uma vez ele ganhou presente de Natal, mas isso já fazia
bastante tempo.
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Capitulo – 02
Aquela era uma pequena cidade com pouco mais de dez mil
habitantes. O povo vivia da agricultura, além da criação de bodes e
carneiros. A tosca da lã dos carneiros era relativamente boa, o que
lhes davam um bom rendimento extra. Tinha um curtume um
pouco afastado das casas, onde os criadores levavam o couro dos
bodes para serem curtidos, e vendiam a carne na cidade vizinha,
que era bem maior. Também a criação de galinhas caipiras havia se
tornado uma nova fonte de renda para os moradores. Era esta a
criação da mãe de Zequinha. Seu finado marido havia construído
um galpão, onde abrigava mais de 50 aves. Só que agora Rosilvado
já estava de olho nesta criação.
Naquele dia, quando Zequinha acabou de almoçar, resolveu
ir dormir. Estava cansado. Mal deitou na sua cama e já caiu em
sono profundo.
Era quase 16 horas quando Anita o acordou.
- Acorda Zequinha. Vamos à casa do Zé Roxo que a dona
Zuleica tá passando mal.
Zequinha abriu os olhos ainda com as pálpebras pesadas de
sono e olhando pra Anita diz:
- Me deixa dormir. Depois eu cuido dela...
- Tá bestando? Como cuidar dela? A mulé ta passando mal.
Anda! Levanta e vem comigo.
- O canário já tinha me falado que alguém ia adoecer
naquela casa. Me deixa dormir, por favor.
- Tu tá é sonhando acordado menino?
Zequinha viu que seria inútil tentar dormir e sentou-se na
cama ainda sonolento para então dizer:
- Hoje encontrei um canário que falou comigo. Não é um
canário comum. Ele disse ser meu anjo da guarda.
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- Verdade? Onde ele está?
- Não sei. Ele me disse que eu agora posso curar as pessoas,
e que alguém ia adoecer na casa do Zé Roxo, mas não conta isso
pra ninguém, por favor.
- Conto não. Vou guardar segredo. E como vai fazer pra
curar a dona Zuleica?
- Ele disse pra eu orar olhando para o doente que ele ficava
bom.
- E o que tu tá esperando? A mulé tá lá se danando toda de
congestão. Vamos lá e tu cura ela.
- Pensei que tu não acreditarias que eu posso curar alguém.
- Claro que eu acredito. Se tu dizes que o canário é teu anjo
da guarda, então eu acredito. Mamãe diz sempre que todos nós
temos um anjo da guarda, e se formos bons eles nos protegem.
- Ele falou algo assim de proteger.
- Tá vendo? Deve ser mesmo teu anjo da guarda.
Quando eles chegaram fora de casa, avistou o canário na
mangueira e falou:
- Olha... Esta é a Anita que eu te falei.
- Aquele é o canário que é teu anjo da guarda?
- Sim. Vamos que ele vai nos seguir.
De fato enquanto eles andavam, o canário os seguia. Ora
num telhado, ora numa árvore.
- Desde quando tu e este canário conversam? – Indagou
Anita.
- Aconteceu hoje – isso não era verdade. Havia sido aquela
manhã.
- Será que ele conhece o meu anjo da guarda?
- Depois eu pergunto. Já estamos chegando na casa do Zé
Roxo.
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Havia algumas pessoas na sala orando quando eles
entraram. As pessoas nem se importaram com a presença deles. Era
natural que moradores da cidade aparecessem quando alguém
passava mal.
Zequinha ficou com Anita um pouco na sala como se eles
fossem visitas. Quando teve certeza que eles não eram observados,
segurou a mão da amiga e foram até o quarto da dona Zuleica. Não
havia ninguém com ela, que estava deitada na cama se tremendo
toda.
- Ela está com o rosto vermelho – Disse Anita tocando em
sua testa – E está quente.
- Fica mais afastada que vou orar pra ela.
Anita se afastou. Zequinha colocou a sua mão direita na
testa da pobre mulher e começou a orar baixinho. Sentiu que de sua
mão parecia sair algo que não sabia o que era. Como se uma coisa
parecida como água saísse pelos seus dedos.
- “Deus misericordioso, tende piedade desta alma e lhe
conceda a saúde e mais anos de vida. Amém!”
- Só isso de oração? – Perguntou Anita.
- Já orei... É o bastante, isso foi só o final, e Ele vai ouvir e
curar dona Zuleica.
Ficaram olhando para a pobre mulher estendida na cama e
logo perceberam que sua cor voltava ao normal e seus tremores
haviam desaparecido.
- Vamos. Ela vai ficar boa. Não tem mais necessidade de
ficarmos aqui.
Eles saíram da casa da mesma forma que entraram, sem
serem percebidos por ninguém. Já na rua, Anita comentou:´
- Você viu como ninguém parecia ver a gente? Se eles
viram nem se importaram.
- Foi mesmo. Parecia que só estavam esperando ela morrer.
Por isso não tinha ninguém no quarto dela... Olha lá o canário.
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