O livro dos Porquinhos
Anthony Browne
O Sr. Porcino vivia com os
seus dois filhos, Miguel e
Pedro, numa boa casa com
um belo jardim, e um bom
carro numa boa garagem.
Dentro da casa estava a sua
mulher.
“Despacha-te com o pequeno-
almoço, querida!”, repetia o Sr.
Porcino todas as manhãs antes de sair para
o seu importantíssimo trabalho.
“Despacha-te com o pequeno-
almoço, mãe!”, diziam Miguel e Pedro
antes de saírem para a sua importantíssima
escola.
Depois de todos saírem de casa, a Sra. Porcino lavava a loiça do
pequeno-almoço…
fazia as camas…
aspirava o chão…
e depois ia para o trabalho.
“Despacha-te com o
lanche, mãe!”, diziam os
rapazes todas as tardes
quando chegavam da sua
importantíssima escola.
“Despacha-te com o
lanche, querida!”, dizia o
Sr. Porcino todas as
tardes quando chegava
do seu importantíssimo
trabalho.
Assim que todos acabavam de lanchar, a Sra. Porcino lavava a
loiça…
lavava a roupa…
passava a ferro…
e depois voltava a cozinhar.
Certa tarde, quando os
rapazes chegaram da
escola não havia ninguém
para os receber.
“Onde está a mãe?”
perguntou o Sr. Porcino
assim que chegou do
trabalho.
Ela não estava em lugar
nenhum. Em cima da
prateleira estava um
envelope.
O Sr. Porcino abriu-o.
Dentro estava um pedaço
de papel que dizia:
“Que havemos de
fazer?” disse o Sr.
Porcino.
Eles tinham que
preparar a sua própria
comida. Demoraram
horas. E ainda por cima,
estava horrível.
Na manhã seguinte
tiveram que preparar o
seu próprio pequeno-
almoço.
Demoraram horas.
E também estava
horrível.
No dia seguinte, na noite
seguinte e no dia depois, a
Sra. Porcino ainda não estava
em casa.
O Sr. Porcino, o Miguel e o
Pedro tentaram tomar conta
deles próprios. Eles nunca
tinham lavado a loiça. Eles
nunca tinham lavado as suas
roupas. Não tardou até que a
casa parecesse uma pocilga.
“Quando é que a mãe
volta para casa?” gritaram
os rapazes depois de
mais uma horrível
refeição.
“Como é que eu vou
saber?” grunhiu o Sr.
Porcino.
Estavam todos cada vez
mais rabugentos.
Certa noite, já não havia
nada em casa para eles
cozinharem.
“Vamos ter de dar uma
volta e procurar alguns
restos,” roncou o Sr.
Porcino.
E nesse mesmo
instante entrou a
Sra. Porcino pela
porta.
“VOLTA, POR FAVOR”, suplicaram eles.
E assim a Sra. Porcino
ficou. O Sr. Porcino
lavou a loiça.
O Miguel e o Pedro fizeram as camas.
O Sr. Porcino passou a ferro.
Todos ajudaram a cozinhar.
E até gostaram!
A mãe também estava feliz…
Ela concertou o carro.
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