UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
O IMPACTO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE COCO
EXTRAVIRGEM EM CAMUNDONGOS SWISS SUBMETIDOS
A TREINAMENTO FÍSICO (NATAÇÃO)
PRISCILA DA COSTA RODRIGUES
Cuiabá-MT, Fevereiro de 2017
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE NUTRIÇÃO
O IMPACTO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE COCO
EXTRA VIRGEM EM CAMUNDONGOS SWISS
SUBMETIDOS A TREINAMENTO FÍSICO (NATAÇÃO)
PRISCILA DA COSTA RODRIGUES
Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de
Nutrição da Universidade Federal de Mato
Grosso como parte dos requisitos exigidos para
obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob
orientação da Profª Drª Letícia Martins Ignácio de
Souza e Coorientação do Prof. Dr. Roberto Vilela
Veloso
Cuiabá-MT, Fevereiro de 2017
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AGRADECIMENTOS
A minha mãe, Roseni, e ao meu pai, José Lauri, que não mediram esforços para que
eu chegasse até o fim dessa estapa. Agradeço pelo imenso amor e carinho que sempre tiveram
para comigo.
Ao meu irmão, Marcus Vinícius, pelo apoio, afeto e compreensão; aos meus primos,
especialmente Marlon e Amanda, por estarem ao meu lado nos momentos mais difíceis,
dando o apoio e amor e abrigo em diversas ocasiões; aos meus avós e tios que também sempre
contribuíram de diversas maneiras para que eu me mantivesse firme durante a caminhada
percorrida.
A minha excelente professora orientadora, Letícia, pela competência, paciência, pelos
conhecimentos técnicos e teóricos que teve a generosidade em compartilhar, e pela amizade
construída durante esse tempo de orientação.
Ao querido professor Roberto ao ter aceitado participar deste projeto como
coorientador e pela ajuda nesta etapa de finalização do curso.
As minhas colegas Drielly e Laíse que me auxiliaram no planejamento e execução do
Trabalho de graduação; a Iniciação Científica Thaise, que despendeu de seu tempo para nos
auxiliar e ao Celso, técnico do Laboratório de Avaliação Biológica em Alimentos, que salvou
a mim e às minhas colegas durante o experimento com sua ajuda.
Ao meu grande amigo Bruno, pelo apoio durante o período de experimento, pela
contribuição no trabalho escrito, além de todo seu carinho, amizade, incentivo e conselhos
para que eu não desistisse de meus objetivos.
A minha companheira de quarto e grande amiga Tamires, por ter aguentado durante
tantos anos a minha “loucura” e desorganização.
As minhas amigas Ana Luisa (minha eterna dupla) e Ludmila por ter compartilhado
comigo grandes momentos de alegria e tristeza durante essa jornada; e às amigas Cristiane,
Thais e Viviane pelo apoio e torcida.
Agradeço ainda a toda minha turma de faculdade que se fizeram especiais pelo tempo
de convívio;
Aos meus amigos Guilherme Junior, Narciso, Mateus e Hágata pela torcida e
companheirismo;
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Aos professores da banca examinadora que aceitaram meu convite e se dispuseram em
contribuir com este trabalho, em especial à professora Patrícia pela amizade e ajuda em
diversas ocasiões.
A professora Salete que por sua paixão pela profissão é um grande exemplo; à
professora Emanuele pela excelente orientação de estágio;
A Faculdade de Nutrição da UFMT e seus docentes e demais membros que
contribuíram com a minha formação acadêmica proporcionando-me grandes aprendizados e
experiências.
E por último, porém essencial, à Deus por ter me dado saúde, sabedoria e
discernimento para trilhar meus caminhos e concluir mais um objetivo.
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RESUMO
Algumas características de composição do óleo de coco sustentam a sua utilização como suplemento alimentar
com o intuito de perda de peso e/ou melhora do desempenho físico. A literatura, porém, mostra resultados
contraditórios e insuficientes. O objetivo do trabalho foi avaliar o impacto da suplementação com óleo de coco
em camundongos submetidos à natação. Foram utilizados 16 camundongos fêmeas divididos em grupo controle
(CTR), treinado (TRE) e treinado com suplementação (TCO). Os grupos TRE e TCO foram submetidos à
natação com duração de 30 minutos/dia, cinco vezes/semana durante quatro semanas; sendo o grupo TCO
suplementado via oral por gavagem com óleo de coco extra virgem (3mL/kg peso animal) 30 minutos pré-treino.
Foram avaliados: ganho de peso; consumo alimentar diário, Índice de Lee; peso do tecido adiposo intra-
abdominal, retroperitoneal, gonadal e subcutâneo, dos músculos soleus e grastrocnêmio; massa magra;
concentrações séricas de colesterol total, triglicerídeos, proteínas totais e albumina; gordura hepática e glicemia
de jejum, enzimas TGO e TGP; testes de tolerância à glicose (GTT) e à Insulina (ITT). O grupo TCO apresentou
maior quantidade de gordura hepática, menor tecido adiposo gonadal e menor músculo soleus além de apresentar
maior tolerância à glicose no GTT comparado ao CTR; o grupo TRE apresentou menor peso do músculo
gastrocnêmio em referência ao grupo CTR. Ambos grupos treinados independentemente da suplementação
tiveram menor atividade de TGO e TGP. Outras variáveis não apresentaram significância (p<0,05). Apesar de
alterações benéficas e perfil lipídico inalterado, o óleo de coco associado à natação provocou efeitos negativos,
podendo seu uso prolongado alterar parâmetros que não foram avaliados, além de não sustentar-se seu efeito
coadjuvante na perda de peso.
PALAVRAS-CHAVE: óleo de coco; natação; triglicerídeo de cadeia média; perfil lipídico; composição
corporal.
ABSTRACT
Some characteristics of coconut oil composition support its use as a dietary supplement for weight loss and / or
improvement of physical performance. The literature, however, shows contradictory and insufficient results. The
aim of this study was to evaluate the impact of coconut oil supplementation on mice submitted to swimming.
Sixteen female rats were divided into control group (CTR), exercised (TRE) and exercised with supplementation
(TCO). The TRE and TCO groups were submitted to swimming for 30 minutes/day, five times/week for four
weeks; and the TCO group was supplemented orally by gavage with extra virgin coconut oil (3mL / kg body
weight) 30 minutes before swimming. It was determined: weight gain; daily dietary intake; the weight of intra-
abdominal, retroperitoneal, gonadal and subcutaneousadipose tissue, the weight of soleus and grastrocnemius
muscles; Lean mass; Serum concentrations of total cholesterol, triglycerides, total proteins and albumin; Liver
fat and fasting blood glucose. Were also evaluatedtestsof Glucose tolerance (GTT) and Insulin (ITT). The TCO
group presented higher amounts of hepatic fat, less gonadal adipose tissue and lower soleus muscle, andalso a
greater glucose tolerance in GTT than to CTR; the TRE group presented lower weight of the gastrocnemius than
CTR group. Both groups trained apart of the supplementation had less activity of TGO and TGP. Other
parameters were not significant (p <0.05). Despite beneficial changes and the unchanged lipid profile, the
coconut oil associated with swimming caused negative effects, and its prolonged use could alter parameters that
were not evaluated, besides not supporting its coadjuvant effect on weight loss.
KEY WORDS: coconut oil;swimming; medium-chain triglycerides; lipid profile; body composition.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8
2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 10 2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 10
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 10
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 11
3.1 LIPÍDEOS ....................................................................................................................... 11
3.2 ÓLEO DE COCO ........................................................................................................... 14
3.3 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DO ÓLEO DE COCO NA ATIVIDADE FÍSICA
E NA COMPOSIÇÃO CORPORAL .................................................................................... 15
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 17
4.1 ANIMAIS E CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS ........................................................... 17
4.1.1 Treinamento físico.................................................................................................... 17
4.1.2 Suplementação ......................................................................................................... 17
4.2 PARÂMETROS AVALIADOS ..................................................................................... 18
4.2.1 Ganho de peso e estado nutricional .......................................................................... 18
4.2.3 Testes in vivo ............................................................................................................ 18
4.2.4 Análises bioquímicas................................................................................................ 19
4.2.5 Coleta de tecidos e órgãos ........................................................................................ 19
4.2.6 Extração de lipídeos totais no fígado ....................................................................... 20
4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................. 20
4.4 ASPECTOS ÉTICOS ..................................................................................................... 20
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 31
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1. INTRODUÇÃO
O óleo de coco vem sendo amplamente estudado pela comunidade acadêmica e a ele
tem-se atribuído diversas ações biológicas além daquelas já conhecidas por se tratar de um
produto fonte de lipídeos. Este produto alimentício, tem sido utilizado como suplemento
alimentar tanto para melhora do desempenho físico, quanto para perda de peso e tratamento
de dislipidemias (Resende et al., 2016; Ippagunta et al., 2011; Ferreira et al., 2003).
Somado a isso, o óleo de coco possui grande quantidade de triglicerídeos de cadeia
média (TCM), que são triglicerídeos de fácil digestão e rápida absorção, o que os torna
grandes aliados na dietoterapia de indivíduos portadores de patologias disabsortivas (Liau et
al., 2011; Torrinhas et al., 2009).
O principal lipídeo do óleo de coco é o ácido láurico, que é um TCM que possui um
grande potencial antibacteriano e antifúngico (Kumar, 2011; Enig, 2000). Além disso, tal
produto é rico em Vitamina E e polifenois, o que lhe confere ação antioxidante (Nevin e
Rajamohan, 2004); podendo, pois, ajudar na melhora da hipertensão arterial (Alves, 2015).
Os TCM são rapidamente transportados e oxidados no fígado, sendo o restante
transportado para os tecidos periféricos (Jeukendrup, 1998; Brouns e van der Vusse, 1998).
Devido à essa velocidade de metabolização e seu grande potencial como fornecedor de
energia, os TCM parecem ser fonte ideal para exercícios físicos, uma vez que podem poupar o
glicogênio muscular. Assim, vem sendo sustentada a suplementação com TCM anterior a
prática de exercício físico prolongado, apesar de resultados conflituosos em relação à melhora
de performance (Ferreira et al., 2003; Alves et al., 2015).
Além da proposta de melhora no desempenho físico, os suplementos nutricionais a
base de lipídeos também vieram acompanhados da promessa de modificação da composição
corporal com redução da gordura total e localizada, particularmente na região abdominal
(Assunção et al., 2009).
Tem sido reportado, ainda, que o uso desse óleo apresenta alguns benefícios no
metabolismo lipídico, tais como redução da Lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c) e
aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL-c), entretanto com aumento da
trigliceridemia e lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL-c) (Resende, 2015).
Alegando a falta de evidências científicas e os potenciais riscos à saúde, a Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo
de Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) posicionam-se contra a utilização do óleo de
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coco como elemento complementar ao tratamento da obesidade (SBEM, 2016); enquanto que
o Conselho Nacional de Nutricionistas (CFN) alega que sua utilização deve ser pautada
pela variedade, equilíbrio, moderação e prazer, recomendando-se o seu uso em pequenas
quantidades e em preparações culinárias, evitando-o em indivíduos com hipercolesterolemia
(CFN, 2015).
Os estudos sobre o uso do óleo de coco como coadjuvante na atividade física e/ou
agente funcional para melhora de algumas condições como hiperlipidemia e obesidade ainda
são polêmicos e contradizentes. Não se sabe, ainda, se seus benefícios são realmente devido a
sua utilização estrita e nem quais seriam seus efeitos adversos na saúde quando consumidos
continuamente.
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo avaliar os impactos da
suplementação de óleo de coco extra no estado nutricional, glicemia e composição corporal
em camundongos submetidos à treinamento físico (natação).
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2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o impacto do uso do óleo de coco extra virgem em camundongos submetidos à
treinamento físico (natação).
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Padronizar o protocolo de treinamento físico (natação), sem carga, em
camundongos swiss no Laboratório de Avaliação Biológica de Alimentos da
Universidade Federal de Mato Grosso (LABA-UFMT);
Determinar o peso corporal e o consumo alimentar de animais submetidos ao
treinamento físico e à suplementação com óleo de coco extra virgem;
Estabelecer o perfil bioquímico quanto à quantidade sérica de proteína total,
albumina, triglicérides e colesterol total dos animais;
Identificar tolerância a glicose e sensibilidade a insulina de camundongos swiss
submetidos à treinamento físico e suplementação com óleo de coco extra virgem.
Analisar o peso relativo dos tecidos e de todos os depósitos de gordura,
separadamente.
Estimar, indiretamente, a composição corporal de camundongos swiss submetidos
à treinamento físico e suplementação com óleo de coco extra virgem;
Quantificar o conteúdo hepático de gordura total;
Determinar a concentração sérica das transaminases hepáticas, transaminase
glutâmico-oxalacética (TGO) e transaminase glutâmico-pirúvica (TGP).
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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 LIPÍDEOS
Os lipídeos são macromoléculas orgânicas insolúveis em água, possuem a maior
capacidade de converter energia viável para a célula quando oxidados e exercem outras
diversas funções no organismo. Estruturalmente, são os componentes principais da membrana
celular, precursores de hormônios e cofatores enzimáticos, além de atuarem como protetores
térmicos (Nelson e Cox, 2014; Champe et al., 2006).
Os principais lipídeos advindos da dieta têm como estrutura química principal o
triglicerídeo, que é a esterificação do glicerol com três ácidos graxos (AG). Os ácidos graxos
são classificados de acordo com o tipo de ligação química existente em sua cadeia carbonada
e o tamanho dessa cadeia. Dessa forma, têm-se ácidos graxos saturados, que contem somente
ligações simples; AG monoinsaturados, com uma ligação dupla e AG poliinsaturados, com
mais de uma ligação dupla em sua cadeia carbonada. O grau de saturação do AG é o que
determina seu estado físico, assim, quanto mais saturada for a cadeia de carbonos (C), mais
sólido será (Nelson e Cox, 2014).
Segundo German e Dillard (2004), alguns ácidos graxos saturados possuem funções
importantes no organismo, tais como: capacidade de promover o crescimento da mucosa
intestinal, modular a resposta do sistema imune e inflamação, podem estar associado com a
prevenção de câncer, ação antitumoral devido à regulação nos processos de crescimento e
diferenciação celular e apoptose, e atividade antifúngica, bactericidas e antiviral.
Entretanto, esse tipo de gordura tem sido fortemente reportada em causar malefícios à
saúde. O consumo de tais AG pode resultar em um aumento da expressão gênica envolvidas
nos processos de inflamação no tecido adiposo (Dijk et al., 2009), e podem mimetizar a ação
de Lipopolissacarídeos (LPS), que são toxinas nos organismos, presentes em todas as
bactérias gram-negativas que integram a microbiota intestinal de mamíferos capazes de
desencadear uma resposta inflamatória, relacionando-se positivamente com a presença
elevada de marcadores inflamatórios no plasma (Fritsche, 2015).
Além disso, os AG saturados, quando consumidos em excesso, podem promover
maior acúmulo nos depósitos de gordura. Awad e Zepp (1979) já haviam demonstrado que,
ratos alimentados com dieta hiperlipídica rica em gordura saturada, apresentaram redução da
taxa de lipólise, quando comparada à taxa de animais alimentados com AG poliinsaturados,
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por meio de uma menor atividade da lipase hormônio sensível, principal enzima regulatória
da lipólise. Outro efeito do AG saturado foi a alteração da afinidade de receptores β-
adrenérgicos no tecido adiposo marrom, coração e músculo sóleo (Matsuo e Suzuki, 1994) e
consequente redução da taxa metabólica basal (Pereira et al., 2003).
Em adição, o consumo elevado desse macronutriente pode causar hipercolesterolemia;
sendo o ácido láurico (C:12), mirístico (C:14) e palmítico (C:16) os responsáveis por esse
efeito, principalmente o ácido láurico, ao passo que o ácido esteárico (C:18) não interfere nos
níveis de colesterol plasmático. São propostos alguns mecanismos para esse aumento no
colesterol causado pelos AG, tais como: redução dos receptores de LDL hepáticos (Daumerie
et al., 1992), aumento da atividade da Acilcolesteril-aciltransferase (ACAT), que catalisa a
reação de esterificação do colesterol potencializando sua absorção intestinal e aumento do
número de moléculas de colesterol esterificado transportadas nas LDL (Spritz e Mishkel,
1969).
Além da saturação da cadeia, os ácidos graxos também são classificados em cis ou
trans, de acordo com a configuração que se dá a ligação dupla. O AG cis é o que se encontra
em abundância na natureza, porém, os ácidos graxos trans são aqueles que passaram por
algum processo de hidrogenação a fim de saturar a cadeia e conferir-lhe aspecto sólido . Esse
processo industrial promove a saturação de uma cadeia, antes insaturada por meio da adição
de, pelo menos, uma ligação dupla não conjugada na configuração trans. Essa gordura,
portanto, adquire uma conformação mais unidimensional, aproximando-se ao arquétipo de
uma gordura saturada (Longui, 2016).
O consumo de AG trans tem sido relacionado a um maior risco de desenvolvimento de
doenças cardiovasculares por aumentarem a relação LDL/HDL, a trigliceridemia e ter efeitos
pró-inflamatórios, tanto em humanos (Mensink et al., 2003) quanto em animais (Longhi,
2016).
Por meio de um estudo de meta-análise, Imamura et al. (2016), avaliaram ensaios de
alimentação controlados e randomizados que testaram os efeitos do consumo de lipídeos na
glicemia, insulinemia, hemoglobina glicada, sensibilidade a insulina e capacidade de secreção
de insulina (Acute Insulin Response) em indivíduos com mais de 18 anos. Assim, destacou-se
a importância da qualidade da gordura em relação a homeostase glicêmica. Nos estudos
avaliados, observou-se que o consumo de 5% da energia proveniente de gordura
poliinsaturada em substituição a de carboidratos ou gordura saturada foi capaz de diminuir em
até 3,4% a resistência a insulina; enquanto que a resposta insulínica tende a melhorar com a
substituição de gordura saturada ou monoinsaturada por gordura poliinsaturada. Além disso, a
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substituição da gordura saturada pela gordura insaturada foi capaz de reduzir a quantidade de
hemoglobina glicada, um marcador de hiperglicemia crônica, dentre outros efeitos
metabólicos.
Outra forma de classificar os AG, além do tipo de ligação química, é pelo tamanho da
cadeia de carbono. Assim, têm-se ácidos graxos de cadeia curta (4 a 6 Carbonos), cadeia
média (8 a 12 Carbonos) e de cadeia longa (mais de 12 Carbonos) (Torrinhas et al., 2009).
Uma vez ingeridos por meio do consumo de alimentos, os triglicerídeos de cadeia
longa (TCL) normalmente são digeridos pelas lipases salivar e pancreática à medida que o
alimento segue o trato gastrintestinal. No intestino, além da ação da lipase, a bile é necessária
para emulsificação das gorduras, favorecendo a digestão e ação química dessas enzimas. Os
TCL são desesterificados a ácidos graxos de cadeia longa (AGCL) e glicerol, sendo
absorvidos pelos enterócitos, e, após, reesterificados e incorporados em quilomícrons, que são
lipoproteínas responsáveis pelo transporte dos lipídeos advindos da dieta. Logo após, caem na
corrente linfática para depois seguirem para a corrente sanguínea e chegarem aos tecidos
periféricos e fígado; o que torna a digestão e absorção de AGCL mais complexa e demorada
(Sant‟ana, 2004).
Já os triglicerídeos de cadeia média (TCM), são triglicerídeos de fácil digestão e
rápida absorção por não precisarem da bile para sua digestão, além de serem transportados
diretamente para a corrente sanguínea por meio do sistema porta-hepático, sendo excelentes
aliados na dietoterapia de patologias disabsortivas (Torrinhas et al., 2009).
Além disso, cerca de 80% do TCM captado pela veia porta, é diretamente transportado
ao fígado e rapidamente oxidado, sendo o restante transportado para os tecidos periféricos
(Jeukendrup, 1998; Brouns e van der Vusse, 1998). Normalmente, os AGCL necessitam da
cartinitina, uma proteína carreadora, para atravessar a mitocôndria, onde ocorre sua oxidação.
Entretanto, os AGCM necessitam apenas parcialmente da carnitina para entrar na mitocôndria
hepática para ser oxidado, assim, sua oxidação também é facilitada, não sendo depositado no
tecido adiposo (Torrinhas et al., 2009; Liau et al., 2011). Além disso, esse tipo de ácido graxo
possui um caráter cetogênico, ou seja, grande parte do acetil-coenzima A produzido pela sua
oxidação é destinado para a cetogênese, elevando-se, pois, rapidamente a quantidade sérica de
corpos cetônicos (Colleone, 2002).
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3.2 ÓLEO DE COCO
O óleo de coco é uma importante fonte de TCM (Liau et al., 2011). Tradicionalmente,
era extraído da polpa do coco (Cocos nucífera L.) e passava por um processo de refinamento,
o que lhe conferia grande quantidade de ácido graxo livre e levava à perda da maioria das
vitaminas e outras substâncias biologicamente ativas (Babu, 2014; Marina et atl., 2009). O
processo mais saudável se dá pela prensagem, com ou sem aplicação de temperatura e sem
refinamento químico, da polpa do fruto, obtendo-se, assim, a versão extra virgem do produto
que tem seu valor nutricional mais preservado do que a versão refinada (Babu et al., 2014).
Devido ao seu alto teor de AG saturado, o óleo de coco mantém-se no estado de
solidez à temperatura de 24,4 a 25,6°C. O principal lipídeo do óleo de coco é o ácido láurico
(50%), que é um TCM que possui um grande potencial antibacteriano e antifúngico (Kumar,
2011; Enig, 2000; Liau et al. 2011). Além disso, este óleo possui em sua composição os
ácidos graxos saturados: capróico, caprílico, láurico, mirístico, palmítico e esteárico; e em
menor quantidade os ácidos graxos insaturados oléico e linoléico (Kumar, 2011).
Além disso, o óleo de coco é rico em vitamina E e polifenóis, o que lhe confere ação
antioxidante (Nevin e Rajamohan, 2004). Lopes (2015) avaliou as características físico-
químicas e químicas de diversos óleos e gorduras, dentre eles o óleo de coco e foi encontrado
no mesmo maior quantidade de fenólicos totais. Também, quando comparado aos óleos de
linhaça, cártamo, abacate e pequi, o óleo de coco conteve a maior quantidade de flavonóides.
Naczk e Shahidi (2004) afirmam que o ácido fenólico é a principal substância que
confere ao óleo de coco sua ação antioxidante. Alves (2015) avaliou o uso do óleo de coco
virgem sobre a sensibilidade do barorreflexo, que é um mecanismo de controle da pressão
arterial a curto prazo, em ratos hipertensos submetidos a treinamento físico. O autor encontrou
que o óleo de coco melhorou a sensibilidade do barorreflexo e reduziu a produção de espécies
reativas de oxigênio que configuram o estresse oxidativo em ratos hipertensos
independentemente da atividade física. Dessa forma, este óleo também poderia ajudar na
melhora da hipertensão arterial.
Tem sido reportado, ainda, que o uso de óleo de coco apresenta alguns benefícios no
metabolismo lipídico, tais como redução do LDL-c e aumento do HDL-c, entretanto, com
aumento da trigliceridemia e VLDL-c (Resende, 2016).
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3.3 EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DO ÓLEO DE COCO NA ATIVIDADE FÍSICA E
NA COMPOSIÇÃO CORPORAL
A atividade física tem sido considerada desde o século anterior como sendo um fator
de proteção para diversas doenças crônicas, além de reduzir o peso de praticantes assíduos de
exercícios aeróbios, diminuir o risco de morte provocada por doenças coronarianas e melhorar
a sensibilidade à insulina (Shiroma e Lee, 2010; Harati et al., 2010; Donnelly et al., 2009;
Marinho, et al.; 2014).
O óleo de coco tem sido amplamente divulgado via mídias como um coadjuvante para
praticantes de atividade física, devido a essas características de velocidade de metabolização e
seu grande potencial como fornecedor de energia. Assim, praticantes de atividade física tem
utilizado este produto como um suplemento alimentar.
Um suplemento alimentar é utilizado para complementar as necessidades nutricionais
que geralmente não são atingidas apenas com a alimentação e tem situações específicas para
serem utilizados, como patologias ou estágios de vida específicos (gestantes, idosos, etc). A
utilização de suplementos com o intuito de melhora do desempenho físico vem crescendo
cada vez mais e isso fez com que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
publicasse uma Resolução (RDC n° 18/2010) que dispusesse acerca de tais suplementos,
apesar disso, vale ressaltar que não há nessa Portaria não há denominação que enquadre
algum suplemento a base lipídica. Assim, a utilização do óleo de coco como um suplemento
alimentar para atletas ainda seria de forma informal (ANVISA, 2010.)
A atividade física, mesmo que moderada, pode causar alguns danos teciduais por ser
capaz de elevar a produção de radicais livres devido ao incremento de oxigêncio (Prevedello
et al., 2009), entretanto, o treinamento físico é capaz de adaptar o organismo e reduzir tais
efeitos deletérios provocados por esses radicais livres (Schneider e Oliveira, 2004). Assim,
por causa de seu potencial efeito antioxidante relatado anteriormente, o consumo de óleo de
coco poderia ser um coadjuvante na redução desses radicais (Prevedello et al., 2009).
Prevedello e colaboradores (2009) avaliaram em seu estudo o efeito da suplementação
via oral diária de óleo de coco (1mL/g de peso corporal), além de outros óleos vegetais sobre
a lipoperoxidação do tecido muscular em ratos que foram submetidos a treinamento físico
(natação). Os autores encontraram, como resultado, que a utilização do óleo de coco em ratos
sedentários não modificou a quantidade de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico, um
biomarcador do estresse oxidativo, entretanto, a suplementação quando aliada ao treinamento
físico aumentou a quantidade desse biomarcador, e assim, a lipoperoxidação.
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Os TCM parecem, ainda, ser fonte ideal para exercícios físicos de longa duração, de
caráter aeróbio, uma vez que podem poupar o glicogênio muscular. Assim, vem sendo
sustentada a suplementação com TCM anterior a prática de exercício físico prolongado,
apesar de resultados conflituosos em relação à melhora de performance (Ferreira et al., 2003;
Alves et al., 2015).
Ferreira et al. (2003) após uma revisão bibliográfica sobre a suplementação de TCM
em atletas de esportes de ultra-resistência, concluiu que apesar da alta taxa de oxidação, não
há melhora na performance que justifique sua utilização, independentemente se associado
com carboidratos; além de promover alguns desconfortos gastrointestinais. Entretanto, os
autores sugeriram intensificar os estudos que investiguem a quantidade a ser suplementada,
bem como o efeito crônico desta prática nas concentrações séricas de lipídeos.
Além da proposta de melhora no desempenho físico, os suplementos nutricionais a
base de lipídeos também vieram acompanhados da promessa de modificação da composição
corporal com redução da gordura total e localizada, particularmente na região abdominal
(Assunção et al., 2009).
Assim, devido a sua grande quantidade de TCM e por conseguinte, sua rápida
digestão, absorção e metabolização, o óleo de coco poderia, então, aumentar o fornecimento
de energia e causar a redução da deposição de gordura no tecido adiposo e resultar em rápida
sensação de saciedade (St-Onge e Jones 2002), e isso vem sustentando a argumentação para
sua utilização em tratamentos para perda de peso. Entretanto, os resultados ainda são
discordantes.
Estudos com animais de experimentação mostram que a suplementação com óleo de
coco diminuiu o ganho de massa corporal quando comparado a animais alimentados com uma
dieta rica em AGCL (Ippagunta et al., 2011); bem como quando associado ao treinamento
físico (Resende et al., 2016). Contudo, esses resultados vão de são contrários àqueles
reportados por Lopes (2015) que, ao avaliar os efeitos biológicos do consumo de óleo de coco
em ratos Wistar, encontrou maior ganho de peso além de maior valor de Índice de Lee, um
parâmetro de avaliação do estado nutricional de animais.
Os estudos que tem como temática o consumo do óleo de coco, seja para melhor
desempenho físico em treinamento, seja como coadjuvante na terapia e melhora de algumas
condições de saúde, como dislipidemia e obesidade, ainda são polêmicos e controversos. Não
é possível saber se seus benefícios são realmente devido a sua utilização estrita e se não
causariam efeitos deletérios à saúde daqueles que o consumirem. Abre-se assim, um campo
rico de investigação.
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4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. ANIMAIS E CONDIÇÕES EXPERIMENTAIS
Foram utilizados 18 camundongos fêmeas, albinas, da linhagem Swiss, com 30 dias de
vida, provenientes do Biotério Central da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Os animais ficaram alojados em grupos de três em gaiolas coletivas e divididas,
aleatoriamente: grupo Controle (CTL), grupo Treinado (TRE) e grupo Treinado e
Suplementado com óleo de coco extra virgem (TCO), alimentados com uma dieta padrão para
roedores, isocalórica, normoprotéica (20% de proteína líquida, NUVILAB®)) e água ad libitum e
mantidos em ambiente a 22°C em fotociclo de 12 horas claro e 12 horas escuro.
Ao final do período experimental, todos os animais foram submetidos à anestesia com
uma combinação de Xilazina e Ketamina (2:1) e, posteriormente, eutanasiados por meio de
decapitação para posterior coleta de material biológico para as análises.
4.1.1. Treinamento físico
Os grupos TRE e TCO foram submetidos a um protocolo de treinamento físico
(natação) sem carga em piscinas de, aproximadamente, 20 litros com a temperatura da água
controlada e mantida até 30°C.
Para o período de adaptação, na primeira semana os animais nadaram durante 10
minutos no primeiro dia e, a cada dia, eram acrescidos 5 minutos de exercício, alcançando no
quinto e último dia de adaptação 30 minutos. Tal progressão do treinamento físico foi
adaptado do protocolo de treinamento adotado por Rodrigues (2013). Na semana seguinte ao
período de adaptação foi dado início ao treinamento. O treinamento físico se deu por 30
minutos de natação cinco vezes por semana durante quatro semanas ininterruptas.
O grupo CTR, apesar de não ter participado do treinamento (natação), durante as
semanas de treino dos demais grupos, foram mantidos em recipiente raso para ambientação
em meio aquático (Rodrigues, 2013).
4.1.2. Suplementação
O grupo TCO foi suplementado, diariamente, com óleo de coco extra virgem
(3mL/100kg peso corporal) via oral por gavagem, trinta minutos antes do treinamento físico,
18
enquanto os grupos CTL e TRE receberam solução salina (NaCl 0,9%), a fim de padronizar
qualquer tipo de alteração física ou comportamental proveniente do protocolo de gavagem.
4.2 PARÂMETROS AVALIADOS
4.2.1 Ganho de peso e estado nutricional
No início do experimento o peso corporal de cada animal foi mensurado e
acompanhado ao final de cada semana, para o cálculo do ganho de peso (ganho de peso =
peso final – peso inicial) bruto e relativo (ganho de peso relativo = [ganho de peso/peso
inicial] x 100).
Apenas ao final do experimento, o comprimento do corpo e da cauda de cada animal
foi medido, segundo Hugges e Tanner (1970), com o animal deitado com a cabeça estendida
em decúpito ventral sobre o instrumento a ser utilizado, medindo-se a distância entre a ponta
do nariz e a ponta da cauda, com os animais anestesiados no momento anterior ao sacrifício.
Com esse dado foi possível calcular o Índice de Lee (
cmCNA
gpesofinal3), sendo CNA:
comprimento naso-anal.
4.2.2 Consumo alimentar
A dieta oferecida aos animais foi pesada semanalmente a fim de realizar o cálculo da
média do consumo alimentar semanal (dietaofertada− dietaconsumida
3 (n°de animais nagaiola) ) para, assim,
estimar a média de consumo alimentar diário relativo de cada animal ([média consumo
alimentar diário/peso inicial] x 100).
4.2.3 Testes in vivo
Para avaliação da tolerância à glicose e da sensibilidade à insulina, foram realizados,
in vivo, o Teste de Tolerância a Glicose (GTT) e o Teste de Tolerância a Insulina (ITT).
Os animais foram submetidos a um jejum overnight de 12 horas e, após, foi coletada
uma primeira amostra de sangue para obter o valor da glicemia no tempo zero do teste. Logo
19
após, foi administrada uma solução de glicose (2g/kg de peso corporal) e coletadas amostras
de sangue nos intervalos de tempo 15, 30, 60 e 120 minutos. A determinação de glicose nas
amostras foi realizada com glicosímetro (Accu Check Active) e as áreas sob curvas de
glicose foram calculadas (Matthews et al., 1990).
Assim como no GTT, após 12h de jejum “overnight”, uma dose de insulina regular
(1,5U/Kg de peso corporal) foi aplicada nos animais via intraperitoneal e em seguida foram
coletadas amostras de sangue nos intervalos 5, 10, 15 e 30 minutos. Com as amostras
sanguíneas devidamente coletadas, a glicose foi dosada e calculada a taxa de remoção da
glicose (kITT). A glicemia (t ½) foi calculada pelos mínimos quadrados das concentrações de
glicose nos tempos 0 e 15 minutos posteriores à administração de insulina (Lundbaek, 1962).
4.2.4 Análises bioquímicas
Para as análises séricas, foram coletadas as amostras de sangue dos animais no
momento da eutanásia e logo após o soro foi separado e armazenado a - 20°C para as
dosagens séricas, utilizando kits comerciais. Para a determinação do conteúdo de proteína
total, albumina e transaminases hepáticas Transaminase Oxalacética (AST ou TGO) e
Transaminase Pirúvica (ALT ou TGP) séricas foi utilizado o método colorimétrico por meio
dos testes: Proteínas Totais Monoreagente K031 Bioclin®, Albumina Monoreagente K040
Bioclin®, Transaminase TGP K035 Bioclin
®, Transaminase TGO K034 Bioclin
®,
respectivamente.
Para a quantificação de colesterol total e triglicérides, foi utilizado o método
colorimétrico enzimático de acordo com as especificações do fabricante (Colesterol
Monoreagente K083 Bioclin®
e Triglicérides Monoreagente K117 Bioclin®
).
4.2.5 Coleta de tecidos e órgãos
Os tecidos e órgãos foram retirados conforme técnica de Mann et al. (2014). Após o
sacrifício e coleta do sangue, os tecidos foram removidos e pesados, a saber: tecido adiposo
branco subcutâneo (Sub), gonadal (Gon), retroperitoneal (Retro) e intraperitoneal (Intra), o
tecido adiposo marrom (TAM), os músculos sóleus e grastrocnêmio e os tecidos cardíaco e
hepático. Uma amostra do tecido hepático de cada animal foi armazenada em tubos e
congeladas instantaneamente em Nitrogênio Líquido para posterior extração de lipídeos.
20
Para as análises, foram utilizados os pesos dos tecidos e órgãos relativos ao peso
corporal final. O peso final da carcaça (após a retirada de todos os tecidos) também foi
mensurado para estimar o percentual de massa magra dos animais com a seguinte equação:
100
∑x
alfinalpesocorpor
açapesodacarc+osotecidoadipalfinalpesocorpor=massamagra
Para obtenção dos pesos dos tecidos e órgãos mencionados foi utilizada uma balança
analítica de alta precisão AccuLab®, com capacidade máxima de 250g.
4.2.6 Extração de lipídeos totais no fígado
Para a extração de lipídeos totais do tecido hepático, foi empregada a metodologia
desenvolvida por Folch e colaboradores (1957). O método baseia-se, primeiramente, na
extração de gordura do tecido macerado, por meio da solução de clorofórmio/metanol
(volume 2:1), sendo homogeneizado e filtrado. O filtrado que possuía os lipídeos extraídos,
encontrava-se ainda com substâncias não-lipídicas. Os lipídeos foram separados ao entrarem
em contato ao menos cinco vezes com seu volume de água. Após, a solução é evaporada em
capela de exaustão e os lipídeos totais quantificados por gravimetria. Para as análises, foi
utilizado o peso da gordura extraída em relação ao peso do tecido.
4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Foram aplicados na análise dos dados testes de natureza paramétrica. Para comparação
dos grupos experimentais foi utilizada a análise de variância ANOVA e, para as variáveis que
apresentassem diferença estatística, foi aplicado o pós-teste de Tukey. O nível de significância
para todos os testes foi de α igual a 5% (Anjos, 2009). Os dados foram analisados no
programa estatístico GraphPad Prism.
4.4 ASPECTOS ÉTICOS
A manutenção dos animais obedeceu a Lei n° 11.794, de 8 de outubro de 2008, que
define os procedimentos para utilização de animais para fins científicos e a metodologia está
aprovada pelo Comitê de Ética no Uso Animal da UFMT sob o parecer n° 23108.010428/13-
5.
21
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Alguns defensores do óleo de coco alegam que o mesmo possa auxiliar na perda de
peso (Liau et al., 2011) por sustentar a idéia de que, por ser composto praticamente por ácidos
graxos saturados e de cadeia média, esse suplemento poderia contribuir para a melhora da
saciedade e, dessa forma, fosse capaz de diminuir o consumo alimentar, reduzir o peso
corporal os e depósitos de gordura (Liau et al., 2011; Hann et al., 2014).
Todavia, no presente trabalho, nem o tratamento com o óleo de coco ou o treinamento
físico somente modificaram o consumo alimentar ou o peso corporal dos camundongos
(Tabela 1). Contrariamente a isso, outros autores já encontraram, ainda, aumento do consumo
alimentar e do peso corporal quando ratos Wistar foram expostos a uma dieta com 10% de
óleo de coco, durante 70 dias. Uma vez que a forma de oferecimento do suplemento lipídico
foi diferente, vale ressaltar que mesmo em estudos em que a suplementação com óleo de coco
(2mL/dia) foi similar, acrescido do treinamento físico (natação), todos os grupos testes
(treinado, suplementado e treinado/suplementado) tiveram maior ganho de peso em relação ao
grupo controle (Alves, 2015). Assim, ainda não há concordância entre os estudos sobre os
efeitos do óleo de coco na perda de peso ou no consumo alimentar, mesmo em nível
experimental, não podendo, portanto ser utilizado para tal fim.
Tabela 1. Consumo alimentar, ganho de peso e pesos do tecido adiposo marrom (TAM),
coração e fígado e Índice de Lee de camundongos controle (CTR), treinado (TRE) e treinado
com suplementação com óleo de coco (TCO). Cuiabá, MT. 2016.
Grupos
Consumo
alimentar
Ganho
de peso
TAM
Coração
Fígado
Índice
de Lee
CTR 12,68 28,60 0,57 0,47 3,93 0,324
TRE 15,00 29,38 0,75 0,45 4,35 0,313
TCO 14,40 23,16 0,60 0,46 4,12 0,316 Resultados apresentados em média (g/100g peso corporal). Sem diferença estatística (p<0,05). n: CTR = 5, TRE
= 6, TCO = 6.
Devido a tais resultados conflituosos e aos efeitos deletérios a saúde que o consumo
excessivo de gordura saturada provoca, além do alto preço de mercado, o CFN (2015) orienta
que, quando utilizado, o óleo de coco deve ser consumido pautando-se pelos princípios da
Nutrição, de equilíbrio e adequação, e em pequenas quantidades no preparo de refeições
saudáveis.
22
Medidas somáticas são úteis para avaliação do estado global de um organismo,
entretanto, a associação de medidas, se faz uma ferramenta importante na avaliação da
situação nutricional. Assim, consideramos o Índice de Lee, que avalia o estado nutricional de
roedores, um parâmetro semelhante ao Índice de Massa Corporal (IMC) em humanos (Nery et
al. 2011). A literatura mostra que valores próximos a 0,3 são considerados controles, enquanto
que valores abaixo ou acima deste devem ser destacados. Assim, além de obtermos valores
semelhantes do ponto de corte, não houve diferença estatisticamente significativa entre os
grupos (Figura 1;p<0,05), o que vai ao encontro do relatado por Resende et al. (2016).
Para confirmar o estado nutricional adequado, determinamos o peso dos tecidos
cardíaco e hepático bem como as concentrações séricas de proteínas totais e albumina de
animais controles, treinados e treinados com a suplementação. Não houve diferença
significativa em nenhum dos parâmetros avaliados (Tabela 2), o que nos mostra que o
tratamento não comprometeu o estado nutricional ou o crescimento dos animais.
Tabela 2. Concentrações séricas de proteínas totais, albumina, colesterol, triglicerídeos e
glicemia de jejum em camundongos controle (CTR), treinado (TRE) e treinados com
suplementação com óleo de coco (TCO). Cuiabá, MT. 2016.
Grupos Proteínas
totais (g/dL)
Albumina
(g/dL)
Colesterol
(mg/dL)
Triglicerídeos
(mg/dL)
Glicemia
Jejum
(mg/dL)
CTR 5,33 2,66 86,31 77,07 152,8
TRE 5,31 2,56 93,63 80,11 138
TCO 5,01 2,48 85,70 58,22 136 Resultados apresentados em média Sem diferença estatística (p<0,05). n: CTR = 5, TRE = 6, TCO = 6.
Portillo et al. (1998), ao testarem uma dieta hiperlipídica com óleo de coco, em
roedores, encontrou que a dieta com 60% de triglicerídeos de cadeia média (TCM) foi capaz
de aumentar a quantidade total de UCP1, uma proteína desacopladora do tecido adiposo
marrom que tem como principal função a transformação da energia química em calor
(termogênese) (Matamala, et al., 1996), sugerindo que a composição do óleo de coco possa
estar associado com o aumento da termogênese (Hann et al., 2014).
Assim, para continuar investigando possíveis efeitos do óleo de coco na modificação
da composição corporal, apesar de resultados não significativos no peso corporal, ao eviscerar
os animais, separamos todos os depósitos de gordura para avaliação da massa relativa e, após,
estimamos a composição corporal pela diferença entre o peso corporal total e o peso da
carcaça eviscerada, segundo Resende e colaboradores (2016).
23
É sabido que o treinamento físico, particularmente a natação, em roedores, é capaz de
aumentar a atividade da citrato cinase dos músculos gastrocnêmio e soleus de camundongos,
o que sugere melhora da capacidade física do músculo esquelético com esse tipo de exercício
físico (Rodrigues, 2013) além de maior diâmetro de fibra muscular, especialmente quando o
grupo treinado é submetido à sobrecarga (Simionato et al., 2015). Também, uma vez que o
uso do óleo de coco na atividade física é sustentado pela sua alta capacidade de fornecimento
rápido de energia, o que pouparia o glicogênio muscular, melhorando o desempenho físico
(Ferreira et al., 2003), seria razoável esperar que o nosso tratamento modificasse o peso desse
tecido.
Entretanto, apesar dessa hipótese, o óleo de coco reduziu o peso do músculo sóleo dos
animais em treinamento em relação ao grupo TRE (Figura 1.a; p<0.05) e nenhum efeito foi
observado com relação ao músculo gastrocnêmio ou em relação ao percentual total de massa
magra (Figura 1).
Figura 1. Efeito da suplementação de óleo de coco e treinamento físico no peso dos músculos
sóleus e gastrocnêmio e massa magra de camundongos. Cuiabá, MT. 2016
CTR TRE TCO0.000
0.005
0.010
0.015
0.020
0.025 *
Tec
ido m
usc
ula
r (
sole
us)
(g/1
00
g p
eso
co
rp
ora
l)
CTR TRE TCO
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5 #
Teci
do
mu
scu
lar (
ga
stro
cnem
io)
(g/1
00
g p
eso
co
rp
ora
l)
(a) (b)
CTR TRE TCO0
10
20
30
40
Mass
a m
agra
rel
ati
va
Fonte: a pesquisa. Resultados apresentados em média de peso relativo do tecido muscular ao peso corporal final.
a = músculo sóleus; b = músculo gastrocnêmio; c = massa magra. CTR = controle, TRE = treinado sem
suplementação e TCO = treinado com suplementação. * Diferença estatística entre os grupos TRE e TCO; #
Diferença estatística entre CTR e TRE (p<0,05). n: CTR = 5, TRE = 6, TCO = 6.
Além dos efeitos benéficos do treinamento físico sobre a massa muscular, essa prática
tende a diminuir os depósitos de gordura, como o reportado por Crespilho (2008) que avaliou
o peso do tecido adiposo subcutâneo e epididimal de ratos submetidos à natação com duração
(c)
24
de 60 minutos e sobrecarga de 5% do peso corporal e constatou que o treinamento físico
reduziu a gordura da região epididimal. Surpreendentemente, o nosso estudo mostrou que o
peso relativo de um dos depósitos de tecido adiposo branco, o gonadal, foi reduzido pelo
tratamento físico somado à suplementação com óleo de coco quando comparado ao grupo
controle (Figura 2; p<0,005); efeito esse que não foi observado quando avaliamos o exercício
físico isolado (grupo TRE) (Figura 2.b).
Figura 2. Efeito da suplementação de óleo de coco e treinamento físico nas diferentes regiões
do tecido adiposo branco em camundongos. Cuiabá, MT. 2016
CTR TRE TCO0
1
2
3
4
5
TA
B s
ub
cutâ
neo
(g/1
00
g p
eso
co
rp
ora
l)
CTR TRE TCO0
1
2
3
4
5 *
TA
B g
on
ad
al
(g
/1
00
g p
eso
co
rp
ora
l)
(b)
CTR TRE TCO0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
TA
B r
etr
op
erit
on
eal
(g/1
00
g p
eso
co
rp
ora
l)
CTR TRE TCO
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
TA
B i
ntr
a-a
bd
om
ina
l
(g/1
00
g p
eso
co
rp
ora
l)
Fonte: a pesquisa. Resultados apresentados em média de peso relativo do tecido adiposo branco de diferentes
regiões ao peso corporal final. a = tecido adiposo branco da região subcutânea; b = tecido adiposo branco da
região gonadal; tecido adiposo branco da região retroperitoneal; tecido adiposo branco da região intra-
abdominal. CTR = controle, TRE = treinado sem suplementação e TCO = treinado com suplementação. *
Diferença estatística entre os grupos CTR e TCO (p<0,05). n: CTR = 5, TRE = 6, TCO = 6.
O óleo de coco, por ser de fácil digestibilidade e rápida absorção e metabolização,
aumenta rapidamente a taxa de oxidação de ácidos graxos. Segundo Boschini e Garcia (2005),
o que sustenta a prática de suplementação com lipídeos é que, quando em excesso, podem
estimular a expressão gênica das proteínas desacopladoras por aumento da concentração de
ácido graxo livre, favorecendo, assim, o aumento da termogênese e da taxa metabólica basal,
contribuindo com a perda de peso e modificação da composição corporal.
Uma vez alterados os depósitos de gordura nos animais tratados com óleo de coco sem
mudanças no peso corporal, seria interessante investigar qual o destino dessa mobilização de
b
(a)
(c) (d)
25
estoques de gordura, uma vez que estudos anteriores já haviam reportado que a ingestão de
uma dieta hiperlipídica com óleo de coco foi responsável pelo aumento do peso do fígado dos
animais quando comparado a dieta hiperlipídica com óleo de linhaça (Gressler, 2013), o que
poderia sugerir um aumento ectópico do depósito de gordura nesse órgão.
Para iniciar a investigação, realizamos análises no perfil lipídico sérico dos animais.
Lopes (2015) já havia observado que a utilização do óleo de coco é capaz de diminuir HDL-
colesterol (HDL-c) e aumentar, concomitantemente, triglicérides (TG), apesar de não
acarretar em mudanças no colesterol total. Além disso, Resende e colaboradores (2016), ao
avaliar o impacto da suplementação em ratos submetidos à natação, encontraram
concentrações de triglicerídeos, VLDL-c e HDL-c maiores nos grupos suplementados com ou
sem treinamento em relação aos sem a suplementação, reduzindo a razão LDL-c/HDL-c,
alterando negativamente o perfil lipídico apontando para um meio mais aterogênico.
No presente estudo a suplementação não foi capaz de causar tais alterações, uma vez
que o grupo TCO não apresentou diferença significativa de colesterol total e triglicérides em
relação aos demais grupos (Tabela 2). Todavia, uma vez que a suplementação esteja associada
ao treinamento físico, essa prática de atividade física pode ter protegido os animais de
desenvolverem tais alterações no perfil lipídico, ou simplesmente o tempo de suplementação
não tenha sido suficiente para causar as alterações encontradas na literatura. É importante
destacar que, no nosso estudo não avaliamos as frações HDL-c, LDL-c e VLDL-c.
Finalmente, apesar de não haver diferença no peso relativo do fígado entre os animais
estudados, foi possível verificar que a suplementação com óleo de coco em conjunto com a
atividade física aumentou o conteúdo de gordura hepática dos animais (TCO = 3,664g),
quando comparados ao grupo controle (CTR = 2,248g; p<0,05) (Figura 3).
Segundo Rodrigues (2013), o treinamento físico é capaz de reduzir o acúmulo de
gordura no fígado de camundongos mesmo aqueles submetidos a uma dieta hiperlipídica
(Ritter et al, 2011), supõe-se, pois, que a suplementação com óleo de coco tenha sido a
responsável por essa maior quantidade de gordura hepática encontrada neste estudo. Esse
efeito é bastante comum em doenças metabólicas que decorrem de alterações no perfil
dietético ou envolvidas com obesidade e co-morbidades relacionadas e por, pelo menos em
parte, prejudicar entre outras vias, o metabolismo de glicose (Vernon et al. 2011).
26
Figura 3. Efeito da suplementação de óleo de coco e treinamento físico no conteúdo de
gordura hepática em camundongos. Cuiabá, MT. 2016
CTR TRE TCO0
1
2
3
4
5 *
Co
nte
úd
o d
e g
ord
ura
hep
áti
ca
(g
/10
0g
tecid
o)
Fonte: a pesquisa. Resultados apresentados em média do conteúdo de gordura hepática relativa ao peso corporal.
CTR = controle, TRE = treinado sem suplementação e TCO = treinado com suplementação. * diferença
estatística entre os grupos CTR e TCO (p <0,05). n: CTR = 5, TRE = 6, TCO = 6.
De maneira complementar, avaliamos a atividade enzimática das enzimas hepáticas
TGO e TGP com o intuito de apontar possíveis prejuízos funcionais decorrentes do depósito
de gordura hepático, e verificamos que o treinamento físico, independente da suplementação
reduziu a atividade de ambas as enzimas, em relação ao grupo controle (Figuras 4.a e 4.b;
p<0,05). Esse resultado já havia sido reportado por Luz (2011) mesmo em animais
submetidos à obesidade induzida por dieta hiperlipídica, sugerindo que o treinamento físico
por meio de natação auxilia na melhora à inflamação hepática causada pela dieta, podendo
prevenir a lesão tecidual. Assim, a suplementação com óleo de coco não parece ter levado à
alterações funcionais nos hepatócitos, apesar do acúmulo de gordura intratecidual.
Figura 4. Efeito da suplementação de óleo de coco e treinamento físico na atividade
enzimática das enzimas hepáticas TGO e TGP. Cuiabá, MT. 2016.
a b
CTR TRE TCO0
100
200
300* *
TG
O (
U/m
L)
CTR TRE TCO
0
50
100
150
200
250 * *
TG
P (
U/m
L)
Fonte: a pesquisa. Resultados apresentados em média de concentração (U/mL). a = Transaminase Oxalacética
(TGO); b = Transaminase Pirúvica (TGP). CTR = controle, TRE = treinado sem suplementação e TCO =
treinado com suplementação. * Diferença estatística entre os grupos CTR e TRE e CTR e TCO (p<0,05). n:
CTR = 5, TRE = 6, TCO = 6.
27
As enzimas TGO e TGP são responsáveis por catalisar reações de transaminação dos
aminoácidos Uma vez que se encontram em grande quantidade no interior dos hepatócitos,
quando suas concentrações séricas estão aumentadas podem referir lesão celular no fígado,
assim, são importantes ferramentas para compor o diagnóstico de uma série de hepatopatias
(Motta, 2009). Em alguns indivíduos portadores de doença hepática gordurosa não alcoólica,
por exemplo, os níveis de transaminases estão elevados, sendo a TGO importante marcador de
depósito gorduroso no fígado (Wannamethee et al., 2005).
Entretanto, cabe ressaltar que, os mecanismos celulares que se encontram ativados em
estados de saúde são perfeitamente reguláveis a diversos estímulos ambientais e tentem a
manter a sua homeostase. Dizendo isso, chamamos a atenção para o fato de que, esses
animais, alimentavam-se de uma dieta padrão para roedores e possuíam estado nutricional
preservado, a julgar pelos dados de peso, consumo, índice de Lee e conteúdo de proteína total
e albumina. Assim, o treinamento físico foi capaz de reduzir a atividade das enzimas
hepáticas e isso pode ter, então, criado um ambiente celular mais susceptível ao acúmulo de
gordura proveniente da suplementação com o óleo de coco.
Finalmente, para avaliar os efeitos do treinamento físico e da suplementação com óleo
de coco sobre parâmetros metabólicos, especialmente na homeostase glicêmica, realizamos os
testes de tolerância à glicose e à insulina em todos os grupos experimentais. Apesar das
alterações hepáticas, não observamos mudanças significativas na glicemia de jejum (Tabela 2)
e, apesar de não verificarmos diferenças nas áreas sob a curva de glicose nos tempos 15, 30 e
120 minutos do GTT (Figura 5.a, 5.b e 5.c, respectivamente), ao avaliar a evolução da
glicemia durante o teste (Figura 6) observamos que o treinamento físico reduziu um dos picos
de glicemia após a injeção intraperitoneal de glicose, mostrando que a natação foi capaz de
melhorar a tolerância à glicose dos animais, mesmo na ausência de alterações dietéticas
importantes.
A melhora na tolerância a glicose é um resultado já esperado pelo treinamento físico,
uma vez que a contração muscular é responsável pelo aumento da proteína cinase ativada por
AMP (AMPK) e essa enzima é capaz de aumentar a captação de glicose independentemente
da ação da insulina (Pauli et al. 2009).
É conhecido, ainda, que o exercício físico melhora a resistência à insulina, (Shojaee-
Moradie et al., 2007; Wallberg-Henriksson, 1995; Luz, 2011), principalmente por modular
proteínas, presentes na inflamação causada pelo consumo excessivo de gordura, que têm
efeito negativo na resposta ao sinal insulínico e consequentemente melhora na captação de
glicose. Entretanto, apesar da melhora na tolerância à glicose, os grupos treinados não
28
apresentaram melhora aparente na sensibilidade à insulina, a julgar pelas área sob a curva de
glicose inalteradas (Figura 5), evolução da glicemia durante o ITT (Figura 7) e pelo cálculo
da velocidade de decaimento da glicose, o kITT (Figura 8) (Bonora et al., 1989).
Figura 5. Área sob a curva de glicemia durante o Teste de Tolerância à Glicose (GTT) em
camundongos sedentários (CTR), treinado (TRE) e treinados com suplementação com óleo de
coco (TCO). Cuiabá, MT. 2016.
a b
CTR TRE TCO0
1000
2000
3000
4000
5000
Áre
a s
ob
a c
urv
a d
e g
lico
se
(mg
/dL
1
5m
in)
CTR TRE TCO
0
2000
4000
6000
Áre
a s
ob
a c
urv
a d
e g
lico
se
(mg
/dL
30m
in)
c
CTR TRE TCO0
5000
10000
15000
Áre
a s
ob
a c
urv
a d
e g
lico
se
(mg
/dL
120m
in)
Fonte: a pesquisa. Resultados apresentados em média da área sob a curva de glicose. Sem diferença estatística
(p<0,05). n: CTR = 5, TRE = 6, TCO = 6.
Figura 6. Evolução da glicemia durante o Teste de Tolerância a Glicose (GTT) em
camundongos submetidos à suplementação de óleo de coco e/ou treinamento físico. Cuiabá,
MT. 2016. Cuiabá, MT. 2016.
0 30 60 90 1200
100
200
300
400
500CTR
TRE
TCO
* CTR vs TCO p<0,05
Tempo (min)
Gli
cem
ia (
mg
/dL
)
Fonte: a pesquisa. Resultados apresentados em média da glicemia (p<0,05).
29
Figura 7. Evolução da glicemia durante o Teste de Tolerância a Insulina (ITT)
em camundongos submetidos à suplementação de óleo de coco e/ou treinamento físico.
Cuiabá, MT. 2016.
0 5 10 150
50
100
150
200CTR
TRE
TCO
Tempo (min)
Gli
cem
ia (
mg
/dL
)
Fonte: a pesquisa. Resultados apresentados em média da glicemia (p<0,05).
Figura 8. Taxa de desaparecimento da glicose durante o teste de tolerancia a insulina (K ITT,
15 minutos). Cuiabá, MT. 2016.
CTR TRE TCO0
2
4
6
8
10
kIT
T (
% d
ecaim
ento
)
Fonte: a pesquisa. Resultados apresentados em percentuais. Sem diferença estatística (p<0,05). n: CTR = 5, TRE
= 6, TCO = 6.
30
6. CONCLUSÃO
Em suma, os dados do nosso estudo fornecem importantes apontamentos em relação
ao uso do óleo de coco como suplemento alimentar aliado à pratica de atividade física na
ausência de alterações dietéticas. Isso porque, apesar das promessas, o óleo de coco associado
à natação não apresentou ganhos significativos na composição corporal ou performance do
exercício, a julgar pelos resultados de massa magra e tecidos musculares e, apesar de não
modificar o perfil lipídico sérico, provocou efeitos negativos na mobilização de estoques de
gordura corporal, provocando um acúmulo ectópico de gordura hepática. Isso nos leva a supor
que, pelo menos quando associado a uma dieta saudável e mesmo à pratica de exercício físico,
nossos resultados não sustentam seu efeito coadjuvante para a perda de peso, modificação da
performance e alertam para possíveis efeitos deletérios, especialmente sob seu uso
continuado.
.
31
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