Álvaro de Campos
O poeta das sensações«Sentir tudo de todas as
maneiras»
Pessoa e Campos
Álvaro de Campos, visto por João Caetano
Pessoa afirma que Álvaro de Campos“é“é o filho indisciplinado da sensao filho indisciplinado da sensaççãoão””
encontra-se““no extremo oposto, inteiramente oposto a no extremo oposto, inteiramente oposto a Ricardo ReisRicardo Reis””
surge quando sente ““um sum súúbito impulso para escreverbito impulso para escrever”” e não sabe o quê
Filho indisciplinado da Sensação
Para Campos
A sensação é tudo (o Sensacionismo torna a
sensação a realidade da vida e da arte)
Mas um Sensacionismo diferente do de Caeiro
O “engenheiro” vê a sensação subjectivamente e
procura sentir a violência e a força de todas as
sensações (sentindo a complexidade e a
dinâmica da vida moderna)
As fases da poesia de Campos
1. Fase decadentista (1914)
2. Fase futurista e sensacionista
(1914-1916)
3. Fase intimista (1916-1935)
Fase Decadentista
“Opiário” – 1914
• A nostalgia e a expressão do tédio, do cansaço e da saturação da civilização provocam a necessidade de novas sensações
• Tentadas na embriaguez do ópio
(os estupefacientes surgem aqui
como escape à monotonia e a
um certo horror à vida)
Fase Futurista• “Ode Triunfal” e “Ode Marítima”
Inspirada em WaltWhitman e no FUTURISMO de Marinetti
Características fundamentais do Modernismo:
• Faceta provocatória, subversiva e antiburguesa;
• Valorização da civilização industrial e do moderno;
• Ruptura com o passado.
Campos é:• o poeta da energia, • da vitalidade, • das vertigens, • o cantor das máquinas, • da técnica, • da civilização, • do ímpeto e da fúria,• dos motores, • do progresso…
Mostra-se aberto a todo o tipo desensações (nunca experimentadas
anteriormente):
• Masoquismo, sadismo ou
outras formas de “perversão sexual”
• Fase marcada pela
intelectualização das sensações
• Procura o excesso violento de sensações
(à maneira de Whitman)
Fase Intimista
Poeta da angústia e do abatimento:• desilusão • revolta• inadaptação• dispersão• cansaço
Após a exaltação heróica e a obsessão dos “maquinismos em fúria”, cai no desânimo e na frustração
Face à incapacidade das realizações
• Sente-se abatido
• A sua alma é habitada por um profundo vazio de que ele procura libertar-se, procura mergulhar em si mesmo
• Sente-se um marginal, um incompreendido
Personalidade já muito próxima da de Pessoa ortónimo
Temáticas:
• dissolução do “eu”;
• a dor de pensar;
• conflito entre a realidade e o poeta;
• cansaço, tédio, abulia;
• angústia existencial;
• solidão;
• a nostalgia da infância irremediavelmente perdida
Características estilísticas:• Verso livre, em geral, muito longo
• Assonâncias, onomatopeias (por vezes ousadas), aliterações (por
vezes ousadas)
• Grafismos expressivos
• Mistura de níveis de língua
• Enumerações excessivas, exclamações, interjeições, pontuação
emotiva
• Desvios sintácticos
• Estrangeirismos, neologismos
• Construções nominais, infinitas e gerundivas
• Metáforas ousadas, oximoros, personificações, hipérboles
• Estética não aristotélica na fase futurista
O mundo de Campos
Isabel Paulo2009
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