Director: Redacção e Administração: Composição e impressao: PADRE LUCIANO GUERRA
ANO 76- N.A9Q6 -13 de Março de 1998
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O ESPÍRITO SANTO VIRÁ SOBRE TI
A Igreja celebra todos os anos, em 25 de Março, o acontecimento da Anunciação do Anjo a Maria, que o mesmo é dizer, da conceição de Jesus.
Como parece normal, a festa da Anunciação foi instituída só depois da festa do Natal, talvez uns três ou quatro séculos. Simplesmente porque o nascer é um acontecimento que poderíamos chamar público, ao passo que o ser concebido, ou começar a ser gerado, sendo um acto comunitário, porque intra-conjugal, não é um acto que alguém, nem mesmo os próprios pais, possam presenciar. Quase poderíamos dizer, evocando as controvérsias sobre o aborto, que o ser humano marca já, desde o seu primeiríssimo instante de vida, a sua individualidade, relativamente quer ao pai quer mesmo à mãe que o geram. Basta este véu misterioso da origem humana para explicar que se tenha celebrado o Natal antes da Anunciação. A razão não deve ter estado, assim, na menor impo~ tância do acto de ser concebido em relação ao acto de ser dado à luz, até porque nunca o princípio das coisas se pode considerar menos importante que qualquer das suas fases posteriores. Aliás, se dois dos evangelhos não fazem menção sequer do Natal de Jesus, também é verdade que os dois outros, Mateus e Lucas, não só referem o Natal, como também não esquecem o momento da geração de Jesus no seio de Maria.
Mas mais. Se no Natal de Jesus há sinais claros de uma especial relação sua com Deus, não é nada menos forte a presença divina, que se assinala logo no primeiro momento da sua existência. Tudo é narrado como se o mesmo Deus, que estará com Jesus na Cruz e a seguir O ressuscitará, estivesse com ele no momento em que desce do Céu para incarnar no seio de sua Mãe.
S. Lucas é bastante longo mi descrição da Anunciação, enquanto S. Mateus a ela se refere só a propósito das dificuldades de S. José em aceitar Maria como sua Esposa, pela razão de estar grávida antes de terem coabitado. Ambos os evangelistas, porém, acentuam o essencial que desejamos pôr em relevo, neste ano dedicado ao Espírito Santo. Diz com efeito S. Mateus: "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Sua Mãe, desposada com José, antes de coabitarem, achou-se que tinha concebido, por virtude do Espírito Santo". (1, 18). Relata, a seguir, a tentação que minava o coração de José, no sentido d~ abandonar Maria em segredo, e continua contando como a tentação se desvaneceu porque «um Anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: 'José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo'». (1, 20).
S. Lucas, que não dirá nada do drama de José, dá-nos conta de que também com Maria o processo da fé não tinha sido fácil, já que ela se vira forçada a pedir luz ao Anjo: "Como será isso se eu não conheço homem?" (1, 34). Ao Anjo teria sido fácil dizer, se fosse esse o caso, que a conceição de Jesus aconteceria quando ela se casasse com seu noivo. Mas foi outra a resposta do Anjo: "O Espírito Santo virá sobre ti, e a força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra". (v. 35). Aqui, os descrentes riem-se, ou sorriem, os mais educados, enquanto os crentes adoram a mesma força do Altíssimo para não se escandalizarem com o mistério.
Em rigor de linguagem, a resposta do Anjo poderia ter valido para uma conceição normal. Porque é de Deus, e da sua força criadora, que se origina, em última análise, a capacidade dos pais para gerarem os seus filhos. Tanto que Jesus chegou a dizer que ninguém é verdadeiramente digno do nome de pai senão o Pai que está nos Céus. E se a Igreja se sente tão devedora de respeito para com a criança que começa a ser gerada, é também por esta sua fé de que Deus está presente em cada acto de geração.
Mas a letra e o contexto dos dois evangelhos citados é suficientemente clara para que toda a Igreja tenha sempre entendido o relato de S. Lucas como referindo-se a uma conceição virginal. Para corroborar essa convicção, o Anjo recorreu à bela expressão da "força" e da "sombra" do Altíssimo, que descia a Maria na vinda do seu Espírito Santo. Miraculosa presença e benfazeja força! Ao empregar os termos força e sombra, o evangelista recorre a termos correntes na linguagem comum e torna mais acessível não só o termo Deus, mas ainda a expressão simbólica Espírito Santo, ou Espírito de Deus.
E difícil saber se os evangelistas, ao empregarem a expressão Espírito Santo, já tinham ao menos alguma suspeita de que estavam a nomear um das três pessoas divinas. De facto foram precisos séculos sucessivos de discussões para que a Igreja chegasse à formulação actual do dogma da Santíssima Trindade. Mas para nós toma-se-nos claro, hoje, que no relato dos evangelistas estão presentes, e são nomeadas as três pessoas divinas: o Pai [Deus) que envia o Anjo, o Filho que incarna em M aria, e o Espírito Santo que opera, como força e sombra de Deus, o milagre da incarnação. Seja bendita a Santíssima Trindade!
0 P. l..J..JaMxJ GUERRA
MONS. LUCIANO GUERRA ' 25 ANOS A FRENTE DO
SANTUÁRIO DE FÁTIMA No passado dia 13 de Feverei
ro, Mons. Luciano Gomes Paulo Guerra completou 25 anos como reitor do Santuário de Fátima.
No principio da celebração eucarística da peregrinação mensal desse dia, na Capelinha das Aparições, o Sr. D. Serafim de Sousa Ferreira da Silva, Bispo de Leiria-Fátima, anunciou a efeméride aos muitos peregrinos, ali reunidos, que se manifestaram com uma vibrante salva de palmas. No fim da celebração, Mons. Reitor recebeu os cumprimentos de muitas pessoas.
Um almoço familiar de confraternização na Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores, do Santuário, reuniu o Sr. D. Serafim, o Sr. D. Alberto Cosme do Amarai, bispo emérito de Leiria-Fátima, que nomeou pela primeira vez
Mons. Guerra como Reitor e foi renovando o seu mandato, os capelães, o Padre Kondor, vice-postulador dos videntes, representantes de todos os serviços do Santuário e alguns convidados. O Sr. D. Serafim agradeceu ao homanageado tudo quanto tem feito, nestes 25 anos, e anunciou que ia reconduzi-lo no mesmo cargo, por mais três anos. Mons. Guerra agradeceu também a confiança que lhe foi manifestada pelos senhores bispos e a colaboração de todos os servidores e peregrinos do Santuário, neste quarto de século, e prometeu dar o seu melhor para continuar um trabalho que é de todos, ao serviço da mensagem de Nossa Senhora de Fátima.
A redacção da "Voz da Fátima", de que Mons. Luciano Guerra é digno director, desde o ano de
1976, certa de interpretar bem o pensamento de todos os seus leitores e amigos, cumprimenta-o efusivamente e deseja para ele a ajuda de Deus e de Nossa Senhora, na diffcil mas honrosa missão que lhe está confiada.
IMAGEM PEREGRINA NA ESLOVÉNIA
De 29 de Agosto a 27 de Dezembro de 1997, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima visitou as três dioceses da Eslovénia. A Imagem permaneceu durante dois dias em cada arciprestado e visitou 69% das paróquias existentes no pars. Foram celebrados tríduos, missas, vigHias e procissões, com grande assistência de fiéis, e até de muitos que não costumam ir à Igreja. A participação, segundo os sacerdotes, só se podia comparar à das festas da Páscoa e do Natal.
BISPO E PADRES DE CRACÓVIA CELEBRARAM AS BODAS DE
PRATA EM FÁTIMA O Bispo Auxiliar de Cracóvia (Polónia) , Mons. Kazi
mierz Nycz, veio a Fátima, no passado dia 12 de Fevereiro, celebrar as bodas de prata sacerdotais e 1 O anos de ordenação episcopal, sendo acompanhado de 26 sacerdotes daquela diocese que também este ano celebram os 25 anos de sacerdócio.
Como recordação, o Santuário oferece a todos um álbum comemorativo da visita do Santo Padre João Paulo 11 a Fátima e um exemplar das «Memórias da Irmã Lúcia».
COMO É BELO VIVER! rado pelo próprio Cardeal, porque põe em evidência as razões que sustentaram o seu caminho de fé. A sua existência foi um c~ntico de fé ao Deus da vida. Diz ainda ele no seu Testamento espiritual: 'Como é belo viver! Tu nos fizeste, Senhor, para a vida. Amo-a, ofereço-a, espero-a. Tu és a vida, como sempre foste a minha Verdade e o meu Caminho'"·
Na homilia das exéquias do Cardeal Eduardo Pirónio, que faleceu em Roma no dia 5 de Fevereiro, com a idade de 77 anos, o Santo Padre disse as seguintes palavras:
«'Na história da minha famflia -disse um dia o saudoso Cardeal - existe algo de miraculoso. Quando concebeu o seu primeiro filho, a minha mãe tinha apenas dezoito anos e adoeceu gravemente. Curada, os médicos disseram-lhe que já não poderia ter filhos sem p6r em perigo a própria vida. Foi então consultar o Bispo Auxiliar de La Pia ta, que lhe disse: 'Os médicos podem enganar-se; ponha-se nas mãos de Deus
e cumpra os seus deveres de esposa'. A partir de então, a minha mãe deu à luz outros vinte e um filhos. Eu sou o último nascido, e ela viveu até aos oitenta e dois anos. Mas a história não termina aqui, porque nos anos sucessivos fui nomeado Bispo Auxiliar de La Pia ta, precisamente no lugar daquele que abençoara a minha mãe. No dia da minha ordenação episcopal- continua ainda o cardeal Pirónio - o Arcebispo deu-me de presente a cruz peitoral daquele Bispo, sem conhecer a história que havia por detrás. Quando lhe revelei que devia a vida ao proprietário daquela cruz, ele chorou'.
Quis referir este episódio na r-
O Cardeal Pirónio nascera a 3 de Dezembro de 1920, na diocese de Nueve de Julio, Argentina, cuja padroeira é Nossa Senhora de Fátima. Foi ordenado sacerdote em 1943, bispo em 1964, e nomeado cardeal em 1976. Desempenhou vários cargos na Santa Sé e foi peregrino do Santuário de Fátima, onde também contou o episódio agora recordado pelo Papa.
•Exorto cada cristão, neste tempo quaresmal, a traduzir a sua conversao pessoal por um sinal concreto de amor a quem vive na necessidade, reconhecendo nele o rosto de Cristo que lhe repete, quase num tu a tu: Era pobre, marginalizado ••• e Me acolheste:..
(Da Mensagem do Santo Padre para a Quaresma de 1998)
2 ------------------------------------------------- VozdaFã~ ------------------------------------------- 13-3-1998
Irmã Lúcia, CARMEL TA HÁ 50 ANOS
No Domingo, dia '22 de Março, completa a Irmã Lúcia, 91 anos de idade, e na Quarta-feira seguinte, dia 25, solenidade da Anunciação a Nossa Senhora e da Incarnação da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, celebra as suas Bodas de Oiro, como religiosa Carmelita.
Aos 14 anos de idade, na madrugada de 16 de Junho de 1921, deixa Fátima. Sem se despedir de ninguém, como lhe foi ordenado, parte em direcção à cidade do Porto. Durante quatro anos é aluna interna do Instituto Van-Zeller, vulgarmente conhecido por Asilo do Vilar.
A 24 de Outubro de 1925 parte para Espanha, a fim de dar entrada na Congregação das Irmãs de Santa Doroteia, que tinham sido suas mestras e educadoras no Porto. Neste Instituto, durante 23 anos (21 em Espanha e 2 em Portugal), cumpre a missão que Nossa Senhora lhe tinha confiado, na Segunda Aparição de Fátima: "Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a dev~o ao meu Imaculado Coração".
No mesmo sentido se tinha expressado a Jacinta, ao despedir-se de sua prima: "Tu ficas cá para dizeres que Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Quando fores para dizer isso, não te escondas. Diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria".
Para cumprir esta indicação, escreve as quatro famosas Memórias, que são a peça fundamental da História de Fátima; o segredo actualmente guardado em Roma; deu entrevistas; esclareceu dúvidas e veio a Fátima em 1946, para identificação dos locais marcados pelas Aparições dos Valinhos e Loca do Cabeço.
Depois de se ter livremente, como membro de uma Congregação activa, desempenhado destes encargos, viu chegada a hora de realizar o sonho que acalentava desde o seu Noviciado, em 1925: ficar como Maria de Betânia "sentada aos pés de Jesus para escutar a sua Palavra"(Lc 10, 39).
De vários meios se serviu a Irmã Lúcia para fazer chegar ao Papa Pio XII o pedido da sua transferência para uma Ordem de vida contemplativa: - o Carmelo.
Entre os seus auxiliares para a realização deste intento há que destacar a actuação do dominicano Padre Mac Glynn, dos Estados Unidos, que em Fevereiro de 1947 veio a Portugal para esculpir a imagem do Imaculado Coração de Maria, tal como se manifestou na Segunda Apa-
fóttmo
rição de Fátima. Para isso teve repetidas entrevist{ls com a Irmã Lúcia que lhe ia dando indicações para que a imagem safsse tal qual a tinha contemplado na realidade em Fátima. É a estátua que figura na fachada da basmca do Santuário.
Foi este sacerdote activo e empreendedor que fez chegar uma carta da Vidente ao Papa Pio XII, que, por meio da Secretaria de Estado, confiou ao Bispo do Porto, Dom Agostinho de Jesus e Sousa, a análise e o patrocfnio desta causa, que teve despacho favorável.
Na manhã do dia 25 de Março de 1948- faz agora 50 anos- a Irmã Lúcia entrou no Carmelo de Coimbra, onde até agora se mantém.
Referindo-se a este dia, escrevia a 9 de Novembro de 1954, ao Reverendo Padre José Bernardo Gonçalves, seu antigo confessor e Director Espiritual:
"Quando tive a felicidade de entrar no Carmelo, fui conduzida à cela e, ao entrar, fixei por alguns momentos a grande cruz despida que me abria os braços. A nossa Reverenda Madre Prioresa, perguntou-me: '-Sabe para que é esta cruz aqui, sem imagem?'. E sem dar tempo a que eu respondesse, acrescentou: '- É para que a Irmã nela se crucifique!'.
Que belo ideal ser crucificada com Cristo! Que Ele me inebrie·da loucura da cruz/ É aqui que está o segredo da minha felicidade: -Nada mais querer, nem desejar que amar e sofrer por amor ... ·~
P. Fernando Leite
MARÇO 1998 N 1 210 dos
pequeninos Olá, amiguinhos!
A VIDA HUMANA É INVIOLÁVEL D. Serafim considerou em Fáti
ma, no passado dia 13 de Fevereiro, durante a Peregrinação Mensal, que qualquer lei que liberalize a prática legal do aborto é inconstitucional. Transcrevemos parte da sua homilia:
«A nossa Constituição política em vigor diz, no Ar12 24, que a vida humana é inviolável. Logo, qualquer lei que liberalize a prática legal do aborto, não é constitucional, não é legitima. Se houver um referendo no próximo mês de Julho, nós, cristãos crentes, queremos defender e promover a vida.
Matar não é só com uma G3. Há muitos desastres nas estradas de Portugal. Em 1997, na região da diocese de Leiria-Fátima, houve milhares de acidentes de estrada. Morreram 170 pessoas. Eu sofro. Está er-
rado. Não é vontade de Deus. Devemos prevenir, devemos respeitar as leis, devemos respeitar a nossa vida e a dos outros.
No que concerne à interrupção criminosa da gravidez, todos nós temos pena de casos dramáticos, de mulheres que não esperavam e não querem a maternidade, mas devemos, num esforço muito grande de cultura e de educação, respeitar sempre a vida, que é um dom de Deus.
É um drama muito grande aquele que todos nós estamos a viver. E podemos, no estudo estatístico, verificar que os pafses desenvolvidos, muitas vezes descristianizados, legalizaram o aborto, e agora fazem um regresso ao bom senso, já vão atenuando as leis, dificultando as práticas, acautelando as causas, prote-
gendo as vítimas, que podiam, por tentação diabólica, chegar ao aborto.
Neste grande santuário da vida, o Altar do Mundo, Nossa Senhora diz: convertei-vos! A conversão nunca está completa. Há leis impiedosas e iníquas, há práticas insensatas. Nós queremos dizer um não redondo, absoluto, a tudo o que seja agressão à vida, tudo o que seja violência, tudo o que seja morte».
Concelebraram com o Bispo de Leiria-Fátima 1 O sacerdotes, entre os quais Mons. Luciano Guerra, que celebrava, nesse dia, o 2~ aniversário como Reitor do Santuário de Fátima.
Participaram nas celebrações cerca de 1.200 peregrinos, alguns deles estrangeiros, vindos da Itália, Sufça e E.U.A.
25 ANOS DE ACOLHIMENTO Da antiga acolhedora Maria
João Maia, recebemos esta carta: «Em primeiro lugar quero felici
tar todos aqueles que passaram e continuam a passar por este serviço. Penso que estamos todos de parabéns, pelo amor e disponibilidade que entregamos a Deus e a Nossa Senhora e aos peregrinos.
O chamamento que Deus fez, e continua a fazer, a cada um de nós, teve a sua resposta de muitas e variadas maneiras, mas todas elas convergindo sempre para 'seu louvor. Dar que tenhamos tentado sempre o nosso melhor, acolhendo cada pessoa que a nós se dirigia, como se de um amigo se tratasse. Quedamos que sentisse que estávamos ali para a ajudar, para responder às suas questões, para lhe resolver algum problema e, sobretudo, para a ouvir, se tivesse necessidade de falar. Esse tempo de aco-
lhimento ficou gravado na nossa memória de tal forma que o transportamos para o nosso quotidiano.
Quanto ao programa proposto, penso que a festa do aniversário se podia estender ao fim-de-semana (1 e 2 de Agosto) e aos respectivos cônjuges e filhos. Terfamos assim mais tempo para conversar, para conviver, para matar saudades, pois há acolhedores que já não se vêem há anos. Esta é uma boa altura para colmatar a distância que nos separa, porque uma das boas coisas que ficou desses tempos de acolhimento foi a grande amizade que fizemos uns com os outros.
Quanto à exposição prevista, ela poderia contar a história do acolhimento, desde o inicio até à actualidade, com fotografias, textos, frases-chave sobre o que se fez, o que se disse, as dificuldades, as coisas boas ... Sugeria um grande painel
com o nome de cada acolhedor e o mapa de Portugal, assinalando a região donde vinham.
Penso participar em algumas das actividades previstas e, com certeza, no dia 1 de Agosto.
Continuarei a rezar por todos nós, tendo como grande intenção a união de todos os acolhedores em Maria e Seu Filho Jesus».
PROGRAMA 7 de Março -Início dos PRIMEI
ROS SÁBADOS, pedidos por Nossa Senhora.
4 de Abril - Encontro em Fátima, na Casa de Nll sa das Dores.
3, 4 e 5 de Julho - Peregrinação a Tuy, Pontevedra e Santiago de Compostela. Os acolhedores interessados ainda se podem inscrever, assim como os respectivos cônjuges, filhos, pais ou irmãos.
TODOS SE MANIFESTAM AGRADECIDOS "Estando minha filha a estudar
no 12 ano da Faculdade de Medicina Dentária, teve uma depressão nervosa, em Maio, que lhe dificultou os estudos, ao ponto de poder vir a perder o ano. Por outro lado, ela queria mudar de curso, de dentária para medicina. Prometi a Jacinta, bela sua beatificação, rezar três Avé Marias, até 13 de Outubro. Embora com muitas dificuldades, graças a Deus e à intercessão da Jacinta, ela conseguiu as duas coisas. Passou de ano e mudou de curso».
(Anónima - Cabeceiras de Basto)
.. Tinha uma filha com apendicite, que tinha de ser operada. Recorri aos videntes Francisco e Jacinta
Marto e estive toda a noite de vigllia. Graças a Deus fui ouvida e tudo correu bem".
(A.M.P. -Leiria)
«Venho declarar uma graça recebida por intermédio do Francisco e da Jacinta, pois não podia caminhar ...
(O.H.A. -O. Azeméis)
«Há nove anos que vivia muito infeliz, pois não havia paz na minha famflia. Todos os dias eu suplicava a Jesus Cristo, por intermédio de Nll sa de Fátima, que ouvisse as minha orações. Esperei dias sem conta, mas como a minha relação com Deus é e será eternamente grande, nunca desisti. Até que graça da paz
me foi concedida. Hoje vivemos todos em paz ...
(M.D.O.C.- Darque)
«Há cerca de dois anos vi-me atacado por um problema de saúde: artroses nos ombros e nas ancas que, para além das dores que causavam, me limitavam muito nos movimentos. Sujeitei-me a vários tratamentos, que não resultaram. Tanto eu como a minha esposa recorremos à intercessão dos pastorinhos Francisco e Jacinta e o caso é que, praticamente de um dia para o outro, senti-me curado. Faço os movimentos quer ambulatórios quer de braços sem problema».
(M.A.P.- Ermesinde)
Senhor e Nossa Senhora, ofendidos pelos pecados que fazemos? - Como seria possrvel estes meninos serem assim, se não fosse o Espfrito Santo a dar-lhes a vontade de fazer essas coisas por Deus? De facto, o Esplrito Santo mudou-lhes o coração para serem capazes de, sendo tão novinhos, fazerem coisas que às vezes os grandes não são capazes de fazer. Mudou-lhes o coração como muda o coração ainda a muita gente, hoje, que trabalha, luta e sofre por amor de Jesus. Por exemplo os missionários ...
E reparem: Se Jesus mudqu o coração dos Pastorinhos e ainda muda o de muita gente, é porque eles deixam. E que, nós, muitas vezes, não deixamos. É por isso que ainda há muitas pessoas, até com muita idade, que não aprenderam ainda a viver com o Esplrito Santo. E, por Isso, não são capazes de .fazer nenhum sacrifício para Deus. Vivem distraldos sem pensar no bem que Deus quer fazer neles pelo Seu Santo Espírito.
No mês passado falávamos na presença do Espírito Santo em nós, que faz mudar o nosso coração. E que, com Ele entraremos no III Milénio muito
Porque Deus dá-nos o Seu Esplrito só quando nós, de verdade, O queremos possuir e viver com Ele. Então Ele trabalha silenciosamente em nós,
vai-nos transformando e nós somos capazes de fazer coisas boas. Coisas que agradam a Deus, tal como fizeram os Pastorinhos.
E Deus é tão bom, tão bom, que está sempre, cheio de paciência, a lembrar-nos todas estas coisas. Por exemplo, este ano todo dedicado ao Espírito Santo, é mais uma vez Deus a lembrar-nos que o Espírito Santo
quer entrar, quer ajudar, quer transformar, quer renovar a nossa vida, os
mais fortalecidos com a Sua ajuda. Mas também, dizíamos que para assim ser, precisamos muito de pe
dir a Nossa Senhora, a Mãe de Jesus, que sempre viveu na sua vida cheia do Espírito Santo, que nos ensine, também a nós, a viver com Ele. Eu penso que os meninos que lêem, habitualmente a Fátima dos Pequeninos, já pedem isso a Nossa Senhora, não pedem? E penso que não podem deixar de pensar também naqueles três meninos, os Pastorinhos a quem Nossa Senhora falou, porque também eles nos ensinam a viver com o Espírito Santo. Porque, pensem lá um bocaqinho: qual era a menina com 7 anos de idade que se dispunha a fazer tantos sacrifícios pelos pecadores como o fez a Jacinta? Ou, o menino, com 9 anos, que tantas vezes era encontrado a chorar com pena de Jesus tão ofendido pelos pecados? - E o que eles fizeram para salvar pecadores, talvez de ir para o inferno! E o que fizeram para consolar Nosso
nossos comportamentos, os nossos modos de estar com os outros, com as coisas e até com Deus. E se deixamos o Espírito Santo ficar em nós, tudo muda, até mudam os nossos gostos ...
Então, que bom é sabermos que o Espírito Santo quer fazer em nós maravilhas! Então, uma só coisa precisamos: estar um pouco mais
atentos às coisas de Deus: na missa, na catequese ... lá em casa ou na escola qu~ndo os pais ou professores nos aconselham a fazer as coisas bem. E assim ou não é?
Então, neste mês de Março façam um esforço neste sentido, está bem? E ... até o próximo mês, se Deus quiser!
Ir. AP lsollnda
13-3-1998 --------------------- Voz da Fátima _ __:_ ______________________ 3
O SANTUARIO DE FÁTIMA VAI HOMENAGEAR DOIS SACERDOTES
O Santuário de Fátima vai perpetuar, em monumento evocativo, a memória de dois ilustres sacerdotes que estão nos fundamentos da historiografia das aparições de Fátima e da difusão da sua mensagem, respectivamente em Portugal e nos pafses do espaço linguístico alemão: o Dr. Manuel Nunes Formigão e o Dr. Ludwig Fischer. Esse monumento será construido junto à entrada nascente do Santuário, próximo da rua da cidade que tem o nome do primeiro e do monumento do Muro de Berlim. Damos uma breve biografia de cada um.
CÓNEGO DR. MANUEL NUNES FORMIGÃO Nasceu em Tomar, a 1 de Janeiro
de 1883. Iniciou os estudos no Seminário Menor de Farrobo, Vila Franca de Xira em 1895, transitando para o Seminário de Santarém, onde frequentou os estudos filosóficos e teológicos, até ao 3ll ano de Teologia, concluído o qual foi enviado para a Pontiffcia Universidade Gregoriana de Roma onde obteve a licenciatura em Direito Canónico {1906) e em Teologia {1909). Foi ordenado sacerdote em Roma em 1908. No regressso a Portugal, passou o verão no Santuário de Lourdes. Até 1931 , viveu na cidade de Santarém, onde foi professor do Seminário {desde 1909) e do Liceu (desde 1917) e se dedicou à formação da juventude e ao exercício da caridade cristã.
Tendo sabido muito cedo dos acontecimentos de Fátima, ocorridos desde Maio de 1917, esteve na Cova da Iria no dia 13 de Setembro seguinte. No dia 27 do mesmo mês, procedeu ao primeiro dos seus importantes interrogatórios aos videntes Lúcia, Francisco e Jacinta. Os outro foram a 11 , 13 e 19 de Outubro e a 2 e 3 de Novembro ainda de 1917, continuando as investigações, mesmo depois dessa data.
A 3 de Maio de 1922, foi nomeado membro da Comissão Canónica Diocesana para a investigação dos acontecimentos de 1917, por D. José Alves Correia da Silva, primeiro bispo da diocese restaurada de Leiria {1920--1957). Foi ele o autor do relatório final do mesmo processo, aprovado a 14 de Abril de 1930, que serviu de base à carta pastoral do mesmo bispo datada de 13 de Outubro de 1930, que declarou dignas de crédito as aparições e autorizou oficialmente o culto de N.• Senhora do Rosário de Fátima.
Foi um apreciado colaborador do mensário ''Voz da Fátima", desde o seu primeiro número, a 13 de Outubro de 1923, até poucos anos antes de falecer e de outras publicações periódicas. Em 1925, foi nomeado cónego da Sé Patriarcal de Lisboa. No ano seguinte, fundou a Congregação das Religiosas Reparadoras de Nossa Senhora das Dores de Fátima. De 1931 a 1934, foi capelão do noviciado da mesma congregação no Dafundo. Desde 1934, dedicou-se a várias tarefas, sobretudo à formação dos seminaristas em Bragança {1934-1943), Évora (1943-- 1944) e Porto (1944-1954). Em 1937, fundou a revista "Stella", ainda hoje em publicação. Em Dezembro de 1954, ftxou residência na Casa das Religiosas Reparadoras, onde laleceu no dia 30 de Janeiro de 1958.
Escreveu várias obras, com o pseudónimo de Visconde de Montelo, das quais se destacam Os episódios maravilhosos de Fátima (1921), Os acontecimentos de Fátima (1923) e principalmente As grandes maravilhas de Fátima (1927). Os seus interrogatórios, que foram sendo publicados desde 1919, foram editados criticamente em 1992.
Dr. Fonnigão (à esquerda) e Dr. F'ISCher, em Fátima.
PROFESSOR DOUTOR LUDWIG FISCHER
Nasceu em Munique, Alemanha, em 1890. Regeu a cadeira de História da Igreja e de Patrologia na Universidade de Bamberg, desde 1920.
Tomou conhecimento dos acontecimentos de Fátima a partir de um artigo do "Osservatore Romano", diário oficioso da Santa Sé, de 3 de Junho de 1928, e sentiu a necessidade de se informar sobre estas aparições que, ainda antes do reconhecimento oficial pelo Bispo de Leiria, reunia grandes multidões em Fátima.
Aproveitando uma viagem de estudo à Espanha, dirigiu-se a Portugal, tendo participado na peregrinação de 12 e 13 de Maio de 1929. A impressão colhida foi tão grande que, no regresso à Baviera, foi redigindo alguns artigos e pronunciando conferências, cada vez mais apreciadas (nada menos de 200, só até ao ano de 1932), na Baviera e outras regiões da Alemanha, na Suíça, Áustria e em Praga (actual República Checa).
Na sua própria cidade de Munique, fundou, a 13 de Outubro de 1929, o chamado grupo "13 de Munique", que se dispôs a fazer, em todos os dias 13, uma peregrinação penitencial ao Santuário de Maria Eich, e estimulou uma outra peregrinação, a partir de 13 de Junho de 1933, ao antigo santuário mariano de Wemding, na diocese de Eichstãtt, no espírito da mensagem de Fátima.
A 13 de Setembro de 1935, foi introduzida na igreja de S. Conrado da cidade alemã de Friburgo uma Novena de Fátima, que ainda hoje se mantém.
Além de conferencista e fomentador da devoção a Nossa Senhora de Fátima e da difusão da sua mensagem, o Dr. Fischer escreveu várias obras, ainda hoje muito apreciadas, porque assentes em cuidadosas investigações, feitas em Portugal, em 1929, 1932 e 1935: Fátima, a Lourdes Portuguesa (Setembro de 1929) com várias edições em alemão e traduções em português (1930), espanhol, francês e inglês; Fátima à luz ds autoridade eclesiástica (1931 ), também traduzida em português; Jacinta, a f/orinha de Fátima (1934); A mensagem de Nossa Senhora de Fátima (1937).
O Dr. Luís Fischer fundou, em 1931, uma editora {Fatima-Verlag), em Bamberg, em que publicou alguns dos livros acima indicados e outros e começou a publicar a revista "Bote von Fatima" (Mensageiro de Fátima), sequência de um suplemento do jornal de Basileia, "A Sentinela", onde inseria, desde 1929, as suas crónicas sobre Fátima. Aquela publicação foi proibida em Junho de 1939 e só pôde ser retomada em 1949 e ainda hoje se publica, na cidade de Regensburgo.
Dois anos e meio depois de ter visitado o Santuário de Fátima, pela última vez, no verão de 1954, o Dr. Rscher faleceu em Bamberg, no dia 3 de Janeiro de 1957.
SACERDOTES EM FÉRIAS O Santuário de Fátima convida os sacerdotes em férias a prestar
serviços de confissões ou outros, durante os meses de Julho a Setembro, se possfvel por perfodos de 15 dias (1•ou 2llquinzena). Contactar para o efeito: Serviço de Pastoral Utúrgica (SEPALI) - Santuário de Fátima - 2496 FÁTIMA CODEX. Fax (049) 5301005.
A VIRGEM PEREGRINA HÁ 50 ANOS DE 13 DE FEVEREIRO A 13 DE MARCO DE 1948
A terminar, uma comovente alocução do Presidente da Câmara do Porto que terminou deste modo: "Mil vezes bendita sejais, Senhora de Fátima, e mil vezes obrigados por terdes salvo Portugal do sangue, das dores e das lágrimas da guerra que dessangrou espantosamente o Mundo".
Ao princípio da madrugada de 3 de Março de 1948, terminava em glória, no Santuário da Cova da Iria, a primeira grande viagem da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, que ali se tinha iniciado na tarde de 13 de Maio do ano anterior.
A Imagem veio do porto de Antuérpia, na Bélgica, no navio-motor "Ribeira Grande", da Companhia dos Carregadores Açorianos", que fazia a sua primeira viagem para Portugal. O navio entrou em águas portuguesas, no dia 27 de Fevereiro, e transpôs a barra do porto de Leixões, na manhã do dia 28, sábado. Nacomitiva de Nossa Senhora, vinham dois padres belgas dos Oblatos de Maria Imaculada: o Padre Franz Demoutiez, que acompanhara a Imagem, desde a Cova da Iria, e continuaria até 1955, e o Padre L. Vermer, que posteriormente também a acomP.anharia em algumas viagens. As 11 h, Mons. Pereira Lopes, vigário geral da diocese do Porto, foi a bordo receber a Imagem que depois entregou ao Presidente da Câmara de Matosinhos, Dr. Fernando Aroso, que proferiu palavras de agradecimento. Organizou-se o cortejo. O andor foi conduzido pelos vereadores da Câmara, através das ruas da então vila, e Nossa Senhora foi aclamada calorosamente por milhares de pessoas, com orações, cânticos, vivas e muitas flores.
O cortejo chegou às portas da cidade do Porto às 15.30. Mais discursos solenes e vibrantes e de novo muitas flores, entre as quais um belo ramo de jacintos (em recordação da vidente Jacinta), oferta dos funcionários da Câmara Municipal da Cidade da Virgem, entregue pela S,;i D. Julieta Landolt de Sousa. O andor foi levado por tu mos que se iam revezando, o último dos quais foi o do próprio Presidente da Câmara, Dr. Luís de Pina, e vereadores, que entraram na Sé às 21.30 horas. A Imagem foi colocada sob o arco cruzeiro, num trono enfeitado com flores brancas. As 22 horas, iniciou-se uma longa vigília que só terminou na manhã do dia 29, domingo.
Celebraram-se missas até às 1 O horas, com numeroslssima assistên-
SEMANA SANTA DOMNGO DE RAMOS, 5 DE ABRIL
10.15 h- Bênção dos Ramos e Procissão da realeza de Cristo.
11 .00 h - Eucaristia, no recinto. 14.00 h- Via-Sacra, no recinto. 17.30 h- Vésperas cantadas, na Basílica.
QUINTA-fEIRA SANTA, 9 DE ABRIL
09.00 h - l..audes cantadas, na Basflica. 14.30 h - Vldeo, na Sala de Projecções. 17.30 h- Solene celebração l~úrgica da Ceia
do Senhor, na Basllica. 23.00 h- Oração comunitâria, na Basllica:
agonia de Jesus.
SEXTA-fEIRA SANTA, 10 DE ABRIL
00.00 h às 03.00 h - Ida aos Valinhos, seguirr do os passos de Jesus na noite da Sua Paixão.
09.00 h- Oração de l..audes, na Basllica. 15.00 h - Celebração da Morte do Senhor, na
Basllica. 21.00 h- Via-Sacra, na Colunata.
SÁBADO SANTO, 11 DE ABRIL
09.00 h - Oração de laudes, na Basnica. 10.30 h-Vldeo, na Sala de Projecções. 12.00 h-Twço, na Capelinha 15.00 h -Oração a Nossa Senhora da Sole
dade, na Capelinha. 17.30 h- Oração cantada de Vésperas, na
Basflica.
VIGILIA PASCAL 22.00 h - Liturgia da Luz, da Palavra, do Bap
tismo e da Eucaristia, com o anúrr cio solene da Pâscoa, na Basflica. AÇ>6s a liturgia, procissão do Santlssimo para a capela do Sagrado l..ausperene.
DOMINGO DE PÁSCOA, 12 DE ABRIL (Programa dos domingos)
• cia. Por essa hora, foi colocada no pedestal da Imagem uma pequena placa de prata, oferecida também pelos Funcionários da Câmara, sobre a qual esperamos poder escrever no pró!'imo número da "Voz da Fátima". As 1 0.30, iniciou-se o cortejo, em direcção aos novos Paços do Concelho que estavam ornamentados com tecidos de cetim azul e branco. "No alto da escadaria, ergue-se um altar, sumptuosamente preparado, encimado por um enorme Brasão, pintado a cores, com as Armas da Cidade. O
Senhor Prof. Doutor Luis de Pina e alguns membros da Edilidade Portuense sobem os degraus, levando o andor de Nossa Senhora de Fátima e depositam-no no centro do Brasão; a Imagem de Nossa Senhora de Fátima fica ocupando o lugar que no brasão do Porto lhe pertence. Uma estrondosa salva de palmas sublinha o acto". As 12 horas, o Bispo do Porto celebrou a missa, participada por uma imensa multidão que enchia a Avenida dos Aliados, em que se incluíam cerca de 300 doentes. A consagração, tocaram-se clarins e soltaram-se milhares de pombas. Finda a missa, foi dada a bênção aos doentes, com invocações à maneira de Fátima.
A Imagem foi novamente levada em cortejo até à Sé, onde ficou à veneração dos fiéis. Na manhã do dia 2 de Março, foi para o Paço Episcopal, então na Torre da Marca, onde o Sr. D. José, Bispo de Leiria, a foi buscar, pelas 16 horas, para a conduzir até Fátima.
A demora pelo caminho foi enorme, com paragens em Águeda, na Mealhada e em Coimbra, onde a Imagem foi levada ao Seminário, onde o Sr. Bispo, D. António Antunes, que estava doente, a abraçou a chorar. Pelas 22 horas, chegou à cidade de Leiria que a recebeu festivamente. Entrou na Sé pelas 23 horas, ficando num lindo trono, junto das grades, à entrada da capela mor. Rezou-se o terço e fez-se a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria, ~egundo a fórmula de Pio XII. A 1 da madrugada do dia 3 de Março, foi a partida para a Cova da Iria, onde chegou, finalmente, uma hora depois, passados quase dez meses da sua partida, a 13 de Maio de 1947.
Já então se preparava uma nova jornada que, a partir dos princípios de Abril, levaria a Virgem Peregrina à Madeira, Cabo Verde e Guiné Portuguesa, como contaremos em próximas crónicas.
Temos recebido ultimamente algumas respostas aos apelos feitos nas últimas crónicas, das quais daremos noticia proximamente.
Aos nossos leitores reiteramos o apelo, já aqui feito, de nos comunicarem documentos dos mais diversos géneros sobre as peregrinações das Imagens de Nossa Senhora de Fátima por Portugal e pelo mundo, com as datas, ao menos aproximadas, e a identificação das localidades, pessoas, etc .. A correspondência pode ser enviada para: Serviço de Estudos e Difusão (SESDI) Santuário de Fátima- 2496 FÁTIMA CODEX.
L. CRISTINO
RECOLECCÕES ,
E RETIROS PARA O CLERO FÁTIMA - 1998
RECOLECÇ0ES 5 de Janeiro - P. Dr. Emanuel André Matos Silva
2 de Fevereiro - P. António Rego 2 de Março - D. Maurílio Jorge Quintal de Gouveia
6 de Abril - P. Luís Oliveira Pereira, S.M.M. 4 de Maio - D. António Monteiro
1 de Junho - Mons. Luciano Gomes Paulo Guerra 6 de Julho - P. Fernando Campos da Silva
3 de Agosto - O. Joaquim Gonçalves · 7 de Setembro - P. Dr. Pedro Manuel O. F. Nunes Pedro
5 de Outubro - P. Dr. Adelino Filipe Guarda 9 de Novembro - P. Dr. Manuel Durães Barbosa, C.S.Sp. 7 de Dezembro - P. Dr. Augusto Ascenso Pascoal
Estas Recolecções não necessitam de inscrição prévia; começam às 10.30 horas, com a recitação da Hora Intermédia, e terminam com o almoço, na Casa de Nossa Senhora do Carmo.
RETIROS 20-24 de Julho - P. Dr. António M. Almeida Janela
17-21 de Agosto - P. Dr. Herculano Alves, O.F.M. CAP. 21-25 de Setembro - P. Dr. Emanuel André Matos Silva
19-23 de Outubro - P. Manuel Jerónimo Nunes, SMBN 16-20 de Novembro - P. Dr. Tobias Gaspar Oliveira, I.M.C. 23-27 de Novembro - P. Dr. Tomaz Pedro B. Silva Nunes
Os Retiros principiam com o jantar do primeiro dia e terminam com o almoço {12 horas) do último dia, na Casa de Nossa Senhora do Carmo.
É requerida inscrição, que deverá ser feita até 20 dias an!es de cada data, para: Serviço de Alojamento (SEAL) - Santuário de Fát1ma - Telef. 539600- Fax 539609- 2496 FÁ TI MA Codex.
(Movirnento da
DAQUI S. MIGUEL - ACORES ,
FUI A FÁTIMA E GOSTEI Numa tarde ao regressar da Esco
la, o meu pai perguntolHlle: queres ir a Fátima? Meio aparvalhado respondi: como? O meu pai expliCOlHlle que uma das Irmãs que trabalham na paróquia, lá tinha ido fazer o convite. Contente disse que sim. Começamos a fazer a preparação durante o mês de Maio. Eram 7 representantes da freguesia do Rabo de Peixe.
Chegou o dia 7 de Junho. Acordei às 4 h. (da manhã) e fomos para o aeroporto. As 6.40 h arrancou o Avião. Da Ilha de S. Miguel éramos 50.
A 50 minutos da viagem, escrevi dentro do Avião: Vamos para Lisboa. Aqui em cima faz sol, mas lá em baixo chove.
Chegados a Lisboa, seguimos no autocarro do Santuário para Fátima. A viagem foi calma. Só em pensar
neste lugar, tinha arrepios de conten-tamento. •
Fomos para o Centro Paulo VI, onde ficamos alojados. Mais tarde fomos à Capelinha das Aparições, aos Valinhos, à Loca do Anjo, às casas da Jacinta e Francisco e da Ir. Lúcia. Falamos com o li João (irmão da Jacinta e Francisco). Assistimos à inauguração do monumento dedicado aos Pastorinhos, que é muito bonito, e participamos na peregrinação das crianças que eram muitas. Gostamos muito de tudo.
Regressamos bem. Pertenço ao Movimento da Men
sagem de Fátima da minha paróquia onde há mais de 40 Imagens de Nossa Senhora a visitar as famllias
PEDRO JOÃO SENRA MELO
UMA ESPERANCA PARA O APOSTOLADO MUNDIAL DE FÁTIMA
Este grupo de de jovens, da Ilha Terceira-Açores, fez o 252 encontro, promovido pelo Secretariado Diocesano do Movimento da mensagem de Fátima. Bem haja, às Irmãs, Sacerdotes e Leigos, pelo muito que têm feito. Que Nossa Senhora a todos ajude.
Mensagem de Fátima]
PERFIL DO GUIA DOS PEREGRINOS A PÉ Este é o tema de reflexão do 5.0
encontro de Guias de peregrinos a pé, realizado no Santuário de Fátima, de 30 de Janeiro a 1 de Fevereiro do ano em curso.
Participaram 191, vindos das dioceses de Braga, Viana do Castelo, Aveiro, Porto, Coimbra, Lisboa, Setúbal, Portalegre e Castelo Branco, Viseu, Guarda, Lamego, Vila Real.
Foi um tempo de oração, reflexão e compromisso.
Começamos com uma peregrinação aos Valinhos e Loca do Cabeço, fazendo a Via-Sacra. No dia 31, após a oração de Laudes, seguiu-se a apresentação do testemunho dos Romeiros de S. Miguel-Açores, pelo Sr. Hermlnio Cabral, um dos responsáveis deste sector na Ilha. Todos os anos, centenas de jovens, menos jovens e crianças, na Quaresma, durante 8 dias, fazem uma peregrinação em oração e penitência, à volta da Ilha, visitando as Igrejas para fazer adoração ao Santrssimo. As Romarias são um tempo de oração, penitência e reflexão Blblica. Para poder participar na Romaria é necessário comprometer-se a ser
fiel às normas durante todo o tempo da peregrinação.
Foi um trabalho bem apresentado e que muito pode ajudar os nossos Guias do Continente.
O Snr. D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima e Assistente Geral do Movimento da Mensagem de Fátima, manifestou a sua alegria por se encontrar com as pessoas que todos os anos assumem a orientação de grupos que vêem a Fátima. Aconselhou a prepararem bem, de acordo com o Pároco, a peregrinação e a vivê-la com alegria pascal e em esperança. As peregrinações bem feitas são uma experiência de Fé e uma escola de formação para a peregrinação rumo ao grande Santuário "o CtU".
O Mons. Reitor do Santuário de Fátima, Dr. Luciano Paulo Guerra, manifestou o seu apreço por estes encontros, que podem ajudar a encontrar formas novas de peregrinar. Não basta vir a Fátima cumprir uma promessa. t bom fazer do Santuário um lugar de oração, meditação, revisão de vida e compromisso. Quanto melhor se fizer a caminha-
da, melhor se vive o programa do Santuário. O Santuário tudo fará para acolher o melhor posslvel, os que peregrinam a pé.
Na Missa de encerramento do encontro, foram benzidas e distribuidas umas Medalhas, que o Movimento da Mensagem de Fátima mandou fazer para os que este ano completam 25 anos de Guias de peregrinos a pé. Foram 61 que as receberam.
Esperamos que estes encontros ajudem a dar uma nova face às peregrinações a pé. Com a colaboração de todos, nomeadamente dos Párocos, o Movimento da Mensagem de Fátima continua empenhado em promover iniciativas que dignifiquem pastoralmente estas expressões de religiosidade popular. Bem haja a todos quantos nos têm ajudado.
Os Guias que porventura ainda não tenham o cartão de identidade assinado pelo seu Pároco e reconhecido pelo Secretariado da Movimento da Mensagem de Fátima, que o façam quanto antes.
P.ANTUNES
NOVA MUDANÇA, MAS A BARCA É A MESMA Em Janeiro do ano em curso, as
sumiu a presidência do Movimento da Mensagen de Fátima, o Sr. Major Francisco Neves, eleito pelo Conselho Nacional em Novembro de 1997. O novo Presidente é natural da paróquia da Ortigosa, diocese de Leiria-Fátima, casado. Como Presidente do MMF da diocese de Leiria-Fátima, ten feito eficiente trabalho em colaboração com a boa equipa que escolheu, mantendo com os Párocos um bom relacionamento e apoio. Esperamos que continue a dar ao Movimento o que estiver ao seu alcance, para que este respon-
da aos objectivos definidos nos Estatutos acabados de aprovar pela Conferência Episcopal Portuguesa.
O novo Presidente sucede ao Eng. o Henrique Franco, que durante 6 anos muito fez para que o Movimento adquirisse uma nova face.
· Apesar da sua vida profissional que exerce com reconhecida eficiência, soube tirar do seu tempo de descanso o muito do que deu ao Movimento. Após 6 anos de missão, entendeu dar o leme a outro. Entretanto aceitou continuar no Secretariado Nacional como Vice-Presidente. Bem haja e que Nossa Senhora o
recompense pelo que fez e boa vontade que sempre manifestou.
Agora vamos continuar o que se fez no passado, revitalizar o presente e consolidar o futuro.
Entretanto, sem os Secretariados Diocesanos e Paroquiais do MMF, pouco se pode fazer. Contamos com todos; se houver necessidade de os reforçar e renovar, que o façam quanto antes, pois o Movimento assim o pede e Nossa Senhora o deseja. Unidos, faremos mais e vamos mais longe.
P.ANTUNES
O ESPÍRITO SANTO E A MENSAGEM DE FÁTIMA 1. A Mensagem de Fátima é o
Evangelho. Ecoou há 80 anos na Cova da Iria e continua a repercutir-se nas quebradas e nas quebranças de um mundo agitado e barulhento.
Sabemos que a electrónica e a informática fazem soltar os espíritos que "vagueiam pelo mundo" ou navegam pela intemet para "perdição das almas".
Na constante progressão geométrica para a libertação do maligno, reacende-se por vezes a força do pecado original, que descontrola os cios e tenta manipular e monopolizar o espirita.
Também sabemos que a novidade e a visualidade seduzem; a imagem ocupa a imaginação e atrofia o pensamento. Quem se deixa poluir ou prostituir toma-se menos pessoa; quem sobrevaloriza a corporalização reduz perigosamente a sua dimensão humana; quem cede às sensações da carne é menos sensato, é menos lúcido; é mais libertino e menos livre.
Os valores do espirita que se abre ao Espfrito redimem e salvam o homem. E fazem-no crescer.
A Mensagem de Fátima é um convite e um apelo. Ainda se ouve o grito profético de Paulo VI há trinta anos na Cova de Iria: "homens, sede homens!"
2. Sim, toda a Mensagem de Fátima é uma forte recomendação do Espfrio a que vivamos mais pelo espírito; não esquece os estômagos vazios e não fecha os ouvidos ao rebentamento de pólvora; deseja fazer rebentar e florir o bom fruto da paz ...
O Espírito, através de uma voz feminina, implora a conversão permanente de quem anda por caminhos errados e lnvios. Pede, com as mãos erguidas, que o homem não se esqueça de si nem dos outros. Ensina que a oração é a vida intelectual de quem se cultiva e só cultua o Pai em Jesus Cristo, revelado pelo Espfrito, o Senhor que dá avida.
É o Espfrito de Cristo Salvador (Rom 8, 9) que faz rectificar os desvios, corrigir as faltas, pedir e oferecer o perdão, curar as maleitas e as mazelas,
promover a saúde e construir a paz.
3. A Mensagem de Fátima é um chamamento à vida interior.
A Senhora da Mensagem prometeu dizer o seu nome na última aparição. E disse: Eu sou a Senhora da oração!
Sabemos que toda a religiosidade se exprime na oração, quaisquer que sejam a espécie e o modo
Por sua vez, a oração é o pri.nclpio, o meio e o fim da conversão. O Papa João Paulo 11 na primeira carta de sa Feira Santa aos sacerdotes (8.4.74) diz expressamente: "converter-se quer dizer rezar sem desfalecimento (Lc 18, 1 ); a oração é, em certo modo, a primeira e a última condição da conversão, do progresso espiritual e da santidade" (EV. 6, 1320).
Mais tarde (18.5.1986) acrescenta o Papa na encíclica Dominum et Vivificantem: ''O Espfrito Santo faz sentir-se na oração; é belo e salutar pensar que onde se reza, ar está o Espfrito Santo"(65).
Toda a oração ajuda a navegar à bolina; uHrapassa as tempestades; vence as tentações; dá sentido à vida.
A oração descobre o Bem e para Ele faz convergir todos os planos e projectos. Por Ele, que é eterno, faz acertar o relógio do tempo. Para Ele, que é transcendente, orienta os passos finitos e tlmidos de quem anda metido nas coordenadas do efémero e do relativo.
Em 13 de Outubro disse Maria, depois de se declarar a Senhora do Rosário: "Não ofendam mais a Deus". A conversão e a oração representam, portanto, dois aspectos simultâneos do mesmo encontro em comunhão.
4. A Mensagem de Fátima pede e oferece a Paz.
A Mensagem de Fátima antldoto contra as guerrilhas, é arma contra as guerras, é vacina contra a desavença e toda a amálgama de pecados.
A Mensagem de Fátima faz gerar e gerir a reconciliação quase total; programa e alimenta o encontro; dá senti-
do e rumo à caminhada; comunica força para prosseguir; reforça a generosidade e dá alegria no partilhar. A Mensagem de Fátima, que é património de toda a Igreja, garante a paz definitiva para além do tempo.
O Espfrito é a alma desta Mensagem, sacramento de paz, que se ministra ou celebra continuamente (GS. 78) e tem pressupostos vitais indispensáveis (GS. 83). Em 7.6.82 o Papa repetia à ONU: "A paz é o resultado do respeito pelos principias éticos" (EV. 8, 222). A Mensagem de Fátima é esse apelo ético. Por dentro.
5. A vivência da Mensagem de Fátima, na força da sua singeleza não fundamentalista, humaniza a consciência de cada um e fraterniza o relaciona- · manto com os outros. É o que está na Bfblia e na Tradição da Igreja. A Mensagem de Fátima é a Igreja.
Sinto em mim que a Mensagem de Fátima me ajuda a ser mais homem e mais irmão. Faz-me compreender e viver quanto declarou dogmaticamente S. Paulo aos nossos parentes da Galácia: "Deus enviou aos nossos corações o Espirita que clama Abbá, Pai" (Gal4,6).
Se Deus é Pai de todos, então é fácil que possa concluir que sou irmão de todos os homens, embora eu tenha o direito de me considerar filho único, pois o Abbá não se esgota em nenhum dos filhos.
Perante a Trindade revelada, para conhecermos e amarmos o Pai, através de Jesus Cristo, só o conseguimos por obra e graça do Espirita Santo. É Ele que desperta a fé no "único Deus verdadeiro"(Jo 17, 3).
... É um dogma mistérico que se integra no conjunto da revelação; não se compreenderá o Espírito Santo sem a Trindade, assim como Nossa Senhora fiCa desenquadrada fora da cristologia.
6. Sobre uma azinheira da Cova de Iria a Mãe de Cristo revelou-se. Fez-se ver e ouvir.
A Lúcia explica que foi sobre uma
azinheira nova e pequena, chamada carrasqueira. Assim o disse nos diversos interrogatórios que constam da "Documentação Crítica de Fátima" e escreveu na 4A Memória: "Quase junto duma azinheira grande que ar havia (e há), vimos outro relâmpago e, dados alguns passos mais adiante, vimos, sobre uma carrasqueira, uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz; estávamos tão perto que ficávamos dentro da luz que Ela espargia".
Também as teofanias (AT e Nn são precedidas por sinais da natureza. Sobre o Pentecostes, relata S. Lucas: "Subitamente ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde (os apóstolos) se encontravam. Viram aparecer umas lfnguas de fogo, que se iat'n dividindo, e poisou uma sobrecada um deles" (At 2, 2-3). Reparemos também que, como o Anjo na Loca do Cabeço, a primeira coisa que Maria disse foi "Não tenhais medo". E acrescenta Lúcia: "Ela comunicou-nos uma luz tão intensa" que nos fazia "ver a nós mesmos em Deus" a quem os pastorinhos rezavam: "Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro".
O Espírito Santo não se fez ver. Comunicou-se. Quer encher o coração de todos.
O apóstolo S. João diz que o Paráclito ou Consolador, que o mundo não vê, está connosco para sempre. O Espirita consola e consolida. Maria, na primeira aparição, promete: "a graça de Deus será o vosso conforto". E a mesma graça ou o mesmo dom da fortaleza que conforta, consolida e consola (cfr. Jo. 14, 16-17 e 15, 26).
Quantos descobrem e aceitam o Salvador é por obra do Espirita.
Mais uma vez é S. João que declara: "Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador. O Espfrito da Verdade está em Vós. O Consolador ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito" (14, 16 e 14, 26).
Maria veio recordar tudo quanto o
Seu Filho nos tem ensinado. É o Espfrito da Verdade não deixou que o demónio corrompesse os factos; ajudou os pastorinhos a discernirem e concluírem que a Senhora vinha do Céu. Não sem hesitações e sofrimento!
No 13 de Julho tinham decidido não ir à Cova da Iria, com medo que se tratasse de obra do demónio; o prior tinha dito que poderia ser "engano do demónio".
Os primos da Lúcia rezavam; e a "santinha de pau carunchento" sentiu "uma força estranha" e decidiu ir com Françisco e Jacinta à Cova da Iria, onde já estava "numerosa multidão de povo". Relata nas Memórias: "Vimos o reflexo da costumada luz e em seguida Nossa Senhora sobre a carrasqueira".
Os pastorinhos viram e nunca mais tiveram dúvidas. O Espfrito os "consolou".
7. É tautologia repetir que o Esplrito Divino está na Bíblia e na Tradição, no Magistério e na Liturgia da Igreja.
Sim, o Espfrito está, quer estar, em cada cristão.
O Espfrito ensina e induz as virtudes.
O Espirita manifesta-se nos sinais e carismas.
O Espirita age nos ministérios e na vida.
O Espirita exerce acção apostólica e missionária.
O Espirita torna-se visfvel nos consagrados e nos santos.
O Espirita também quer manifestar-se através da Mensagem de Fátima e mediante a Senhora da Mensagem. Com Ela, Esposa do Espirita e Mãe do Salvador, pode ser construido um mundo melhor. O Movimento da Mensagem de Fátima quer a conversão do mundo e o triunfo do Coração Imaculado de Maria.
f SERAFIM SouSA FERREIRA E SILVA,
Bispo de Leiria-Fátima, Assistente Geral do Movimento
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