Trabalho realizado por:
Carolina Maria Oliveira Pinto, nº7, 5ºC
Joana Marques Oliveira, n.º13, 5ºC
Era véspera de Natal, em Paris, e todas as famílias se
preparavam para a chegada do Menino Jesus.
Nessa bela cidade vivia uma família com algumas
dificuldades económicas. Esta era muito unida e
formada por três pessoas: o mais velho era o pai, um
senhor muito simpático chamado Mateus que
trabalhava numa pequena loja de doces; a do meio era
a mãe, uma senhora sempre alegre, chamada Maria e o
mais novo era o Miguel, um pequeno rapaz de nove
anos, muito sonhador.
Eles não sabiam, mas uma grande aventura os
esperava!
Eram nove da
manhã do dia de
véspera de Natal e
Miguel ainda
dormia, estava a ter
um longo pesadelo:
era dia de Natal e a rua estava despida sem luz; não
havia pinheiro enfeitado, nem presentes e
principalmente não havia alegria, paz e amor.
Subitamente, acordou. Refletiu dois minutos e disse
para si mesmo que aquilo parecia real, parecia que
nesse ano alguém ia evaporar o Natal.
Do outro lado da rua, algo de malvado se passava, a
bruxa Cora estava a acabar de dar os últimos retoques
na sua poderosa poção. Essa bruxa era muito malvada
e feia, tinha uma enorme verruga cheia de pelos
malcheirosos na ponta do nariz; o seu cabelo parecia
uma enorme bola de vestígios de ratazana; umas unhas
amareladas muito grandes, salpicadas com sangue de
serpentes e salamandras que ela própria tirara no
verão passado; ela só tinha um olho e metade da cara
queimada.
Entretanto, Miguel andava muito
tonto e confuso com todas as visões e
pesadelos que tinha. Começara a
ver imagens da bruxa Cora, a
poção mágica, fadas a serem
derrotadas e o Natal a evaporar
e o mais estranho de tudo é
que começara também a ver
pessoas esquisitas e desconhecidas a pedirem-lhe para
salvar o Natal.
Com tudo isto sentia que tinha a responsabilidade
de derrotar a bruxa Cora.
Então, o Pai Natal já desesperado enviou
panfletos por todo o mundo para descobrir a criança
que ia salvar o Natal e derrotar a bruxa Cora.
No panfleto dizia assim:
“Caras crianças
de todo o mundo,
venho por este meio
informar-vos que quem
tiver pesadelos e visões
de fadas, bruxas e poções deverá ligar para este
número: 969714464
Se não o fizerem estamos sujeitos a perder o
nosso querido e alegre Natal para sempre.
Assinado por “Santa Claus.”
Miguel ao ler isto ligou imediatamente e em
menos de um piscar de olhos um senhor de barbas
brancas, com uma grande barriga e uns olhos tão
meigos e doces bateu à porta.
Miguel abriu imediatamente e descobriu que era o Pai
Natal.
Este suspirou, baixou-se e disse:
- Meu caro Miguel, foste tu que me ligaste?-
interrogou o grandalhão.
- Sim, fui eu. Como é que sabe o meu nome?-
perguntou o pequeno com uma voz muito meiga.
- Claro que sei ou, então, eu não me chamava
Pai Natal. - disse com uma grande gargalhada.
- Anda, despacha-te, eu vou mostrar-te uma
coisa muito importante.
Nesse preciso momento viajaram por várias
terras até chegarem à oficina do Pai Natal.
Pelo caminho observaram lindas montanhas
cobertas de neve; leves flocos de neve que caíam com
tanta beleza; famílias a patinar; animais a hibernar e
várias famílias camponesas a aconchegarem-se no calor
de suas casas.
Quando lá chegaram, foram logo para a sala
privada do Pai Natal e este disse-lhe:
- Miguel, és a única pessoa neste mundo capaz
de derrotar a bruxa Cora.
- Vou pensar nisso! - disse Miguel muito
inseguro, saindo da sala privada do Pai Natal.
Ao fechar a porta, Miguel procurou um duende
a quem pudesse perguntar pela saída da oficina, foi
então que encontrou o duende Trapalhão.
- Olá, senhor duende! Será que me pode
indicar a saída?
- Eu não tenho a certeza, mas acho que é lá ao
fundo, à esquerda. - respondeu o duende um pouco
atrapalhado.
- Muito obrigado e tenha um bom trabalho! -
exclamou o Miguel, todo contente.
Miguel seguiu o itinerário que lhe foi dado até
chegar a uma sala escura e fria em que apenas tinha
um globo mágico.
Vendo isto, Miguel ficou curioso. Começou a
investigar a sala e de repente uma grande luz vinda do
globo se iluminou.
-Que será isto? - interrogou-se.
Aproximou-se e ficou boquiaberto ao ver o que
decorria no vidro do globo mágico. Este globo
apresentava três objetos que ele iria precisar para
salvar o Natal e derrotar a bruxa.
Os três objetos eram a bússola dourada, o
colar mágico da Rainha das Trevas e o rubi azul que
mostrava o futuro e o passado. A bússola dourada
localizava-se na casa da bruxa Cora; o colar mágico
estava pendurado no pescoço da rainha das trevas,
enquanto esta se encontrava no cimo da montanha
mais alta da cordilheira dos Pirenéus e o rubi azul
situava-se no fundo da “Mina de Fradier.”
- Como é que se utilizam estes objetos? -
interrogou, curioso.
- É segredo, tu logo descobrirás. Mas despacha-
te, tens derrotar a bruxa antes do pôr-do-sol… Socorro!
- avisou o globo, antes da bruxa lhe sugar a vida.
- Ah!Ah!Ah! - gritou a Cora com um riso
malvado. Nunca me derrotará, nem mesmo com essas
ferramentas! Ah!Ah!Ah! - concluiu a bruxa novamente
com o seu riso malvado.
- Eu vou derrotar-te, vais ver! - exclamou o
Miguel, assustado com a aparência da Bruxa Cora.
Assustadíssimo saiu da sala e fugiu para a sala
privada do Barbas Brancas.
Quando lá chegou, suspirou e disse:
- Senhor Barbas Brancas, precisarei da sua
ajuda para salvar o Natal!
- Assim é que é falar! Finalmente percebes-te
porque é que eu te trouxe cá, pensas-te que ias salvar o
Natal sozinho? - disse o grandalhão.
- Pensei. - declarou o pequeno entre dentes.
- E irá, porque segundo os oráculos, és a
única pessoa em todo o mundo capaz de a derrotar,
apenas tens de utilizar o teu dom para encontrar as
ferramentas certas e para as utilizar.
- Qual é o meu dom? - perguntou, espantado
por ter um dom.
- O teu dom, meu caro rapaz, - respondeu
com uma voz muito doce - é o dom de dar a bondade, a
alegria, o amor e a felicidade.
Seguidamente, Miguel pôs as suas duas mãos
ao trabalho, montou o trenó do Pai Natal e seguiu
viagem.
Primeiro foi até à casa da bruxa Cora buscar a
bússola dourada. Como esta morava à frente da sua
casa, foi fácil chegar até lá.
Quando chegou à casa da bruxa viu que as
portas e as janelas estavam fechadas por isso só havia
uma solução: tinha de entrar pela chaminé. Desceu
sorrateiramente até chegar à sala principal que era
onde estava a bússola. Deu passos pequeninos até ao
armário onde se encontrava a bússola dourada. Depois
agarrou-a e levou-a consigo para cima até ao trenó.
Com um objeto já encontrado, Miguel não
perdeu mais tempo, passou à segunda fase. Tinha de ir
buscar o colar mágico que estava pendurado no
pescoço da Rainha das Trevas.
No palácio da Rainha havia um grande
silêncio até que alguém tocou à campainha.
- Quem será? - perguntou a Rainha enquanto
se encaminhava para a porta.
- Cora, minha grande amiga, que supressa! -
exclamou.
-Também é muito bom ver-te! - disse o
Miguel, disfarçado de Cora.
- Será que me podes dar esse teu colar
mágico para eu poder vender e ganhar dinheiro para as
poções? - perguntou o Miguel.
- Com certeza, és a minha melhor amiga,
por ti faço tudo! Aqui tens! - exclamou a Rainha ao
mesmo tempo que dava o seu precioso colar de
diamantes e esmeraldas.
- Muito obrigada, és mesmo uma verdadeira
amiga! - afirmou o Miguel, indo embora do palácio.
De seguida sem perder um único segundo
dirigiu-se para a “Mina Fradier”, seguindo as
orientações que a bússola lhe estava a dar.
Quando lá chegou viu uns homens que
estavam a tirar todos os diamantes que a mina
continha. Passado uma hora os homens já tinham ido
embora e ele avançou para ir buscar o rubi que
mostrava o futuro e o passado.
Procurou durante uma hora e no meio de
dois rochedos um rubi azul muito brilhante surgiu.
Miguel tirou-o e levou-o consigo para o trenó.
Com os três objetos já na sua mão, Miguel
já podia dirigir-se para o laboratório da bruxa e assim
salvar o Natal.
Quando lá chegou, a bruxa estava prestes
a lançar a sua maldita poção até que Miguel interveio e
disse:
- Pará imediatamente, porque é que quer
evaporar o Natal? - interrogou já quase a fazer chichi
nas cuecas.
- Eu vou explicar-te: quando era pequena,
eu, o meu irmão e os meus pais estávamos a fazer uma
viagem para a Suíça, mas pelo caminho tivemos um
acidente. A minha família morreu, no entanto eu
sobrevivi, por isso é que tenho metade da cara
queimada e sou cega de um olho. Depois disto tive de ir
viver com os meus tios malvados, eles tratavam-me
pior do que os cães. Na escola todos os meus colegas
me tratavam mal e a partir daí a minha vida virou-se de
pernas para o ar. Senti-me tão revoltada, porque se os
meus pais não morressem eu nunca me teria
transformado numa bruxa.
- Mas o que é que isso tem a ver com o
Natal? - interrogou, interessado na história.
- Os meus pais morreram no Dia de Natal,
por isso pensei que este era o culpado da morte da
minha família. - respondeu a bruxa um pouco
envergonhada.
- Não tem nada de pensar nisso! O Natal é
apenas uma festa onde se festeja o nascimento de
Jesus, é uma festa de paz, amor e alegria. O Natal não é
o responsável pela morte da sua família. Deve ter sido
apenas um acidente que, por acaso, aconteceu.
- Não, não, ele é culpado! - teimou a bruxa
Cora.
Depois de dizer isto, a Cora ia carregar num
botão que fazia a magia da poção espalhar-se por todo
o mundo. Porém, o corajoso Miguel foi impedi-la,
lançando os três objetos ao mesmo tempo e na direção
da bruxa.
Com todos estes poderes bons que Miguel
lançara, a bruxa não teve hipótese e morreu.
A partir da morte de Cora, todo o mundo teria
um Natal seguro e cheio de paz, amor e alegria. Mais
nenhuma outra bruxa faria qualquer outro mal!
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