O CANTO
LITÚRGICO
Por que cantar?
Canto e a música fazem parte integrante da Liturgia. A participação do povo na liturgia passa pela participação no canto e na música.
“Em ordem de importância e, após a comunhão
sacramental, é o elemento que melhor colabora para a verdadeira participação
pedida pelo Concílio” (SC 112)
Expressa melhor e mais profundamente a oração.
Pelo canto, a oração se expressa com mais
suavidade mais que as outras artes, é aquela que
expressa a essência, o próprio ser e o mistério
celebrado.
São Paulo aconselha os fiéis, que se reúnem em assembleia para aguardar a vinda do
Senhor, a cantarem juntos, Salmos, hinos e Cânticos Espirituais (Cl 3, 16), pois
o “Canto constitui um sinal de alegria do
coração”
(At 2, 46).
Características da música litúrgica
- Glorificação de Deus e
- Santificação das almas.
A participação da comunidade
Participação: + Consciente ;+ Ativa (escuta e silêncio)+ Plena.
O CANTO APROPRIAD
O PARA CADA MOMENTO
DA SANTA SANTA MISSAMISSA
CritériosCritérios para a criação e escolha do repertório litúrgico
A criação de um repertório bíblico-litúrgico pressupõe o cumprimento de alguns critérios básicos, a saber:
a) Os textos dos cantos sejam tirados da Sagrada Escritura ou inspirados nela e das fontes litúrgicas (cf. SC
121); sejam poéticos, evitando explicitações desnecessárias,
moralismos, intimismos, chavões;
b) As melodias sejam acessíveis à grande maioria da assembleia, porém, belas inspiradas;
c) Sejam evitados melodias e textos adaptados de canções populares, trilhas sonoras de filmes e de novelas;
d) Seja levado em conta o tipo de celebração, o momento ritual em que o canto será executado (cf. SC 112) e as características da assembleia;
e) Sejam respeitados os tempos do ano litúrgico e suas festas (cf. SC 107);
f) Seja considerada a cultura do povo do lugar (cf. SC 38-40);
g) Sejam levadas em conta as dimensões comunitária, dialogal e orante nos textos e nas melodias.
Fonte: Guia Litúrgico-Pastoral (CNBB)
Partes Partes fixas fixas
da missada missa
Chama-se Ordinário as partes fixas da Missa, isto é, aquelas que não variam na celebração, atendendo, pois, a todos os tempos litúrgicos. Os cantos, aqui, são chamados de cantos fixos e são mais importantes que a maioria dos cantos variáveis ou próprios.
Os cantos fixos são: o "Senhor, tende piedade" ou "Kyrie", o "Glória", o "Santo" e o "Cordeiro de Deus".
Kyrie: O Kyrie ou "Senhor, tende piedade" , conforme a instrução do Missal Romano, é um canto pelo qual os fiéis aclamam a Cristo Senhor e imploram a sua misericórdia (Kyrius = Cristo). É uma pequena ladainha penitencial, portanto um canto litânico, constituindo ele próprio o rito litúrgico. Quanto à importância litúrgica, está no segundo grau, em escala decrescente, como propõe a Instrução "Musicam Sacram".
O Rito Penitencial
É, antes de tudo, uma aclamação endereçada a Cristo, o Senhor.
Sua melodia deve traduzir a contrição de quem pede perdão.
O instrumentista deve traduzir este espírito de confiança e invocação acompanhado de modo suave, se possível sem percussão.
Todo o povo deve participar deste canto, mas admite-se um diálogo solista-povo.
Glória: Não constitui o "Glória" um hino trinitário, mas cristológico. Hino antigo, do século IV, por ele a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus
Pai e ao Cordeiro (IGMR 31). Não acompanha um rito, mas é ele o próprio
rito. Sendo glorificação e súplica da Igreja, deve ser cantado por todos. É um "hino
angélico", porque se inspira no hino cantado pelos anjos aos pastores, no
Natal; e "grande doxologia", para distinguir-se da doxologia menor "Glória ao Pai...", que todos conhecem e rezam. Para o "Glória", deve-se evitar as paráfrases, estas, quase sempre, distanciando-se
muito do texto primitivo. Não é cantado no Advento e na Quaresma.
O Glória:
+ É um canto do louvor, de confiança e alegria.
+ Como hino que é, deve ser cantado. + O centro do Glória é o Cristo. Glorifica-
se a Deus em Cristo.+ Não é qualquer canto que fale em
louvor que é adequado para se cantar. É preciso que a letra esteja em sintonia com este texto da Igreja ''Glória a Deus nas alturas e paz na terra...”
O Glória:
+ Não é cantado no advento e na Quaresma.
+ Evitar outros glórias “não litúrgicos”.
+ Para isso é útil bater palmas, erguer os braços, repicar os sinos.
Santo: Chama-se também "Hino dos Serafins" e "Louvor
Universal". Após a ação de graças, expressa principalmente no Prefácio, toda a assembléia entoa a aclamação do "Santo", que constitui parte da própria
Oração Eucarística. O "Santo" é uma aclamação de todo o povo. Seu conteúdo faz parte de três textos bíblicos: o louvor celeste dos serafins, na visão de Isaías (Cf. Is 6,3), e o brado de triunfo messiânico do povo de Deus, ao acolher o Salvador (Cf. Sl 118,26
(117); Mt 21,9).
Santo...Este canto une, em
espiritualidade bíblica, a liturgia terrena, celebrada pela
assembleia, à liturgia celeste, cantada pelos anjos. Como no exemplo do "Glória", deve-se
também aqui evitar as paráfrases do "Santo",
sobretudo por ser este um canto essencialmente bíblico. É canto
de primeiro grau na escala litúrgica, e, a exemplo do
"Kyrie" e do "Glória", constitui-se também ele o próprio rito.
+ É o principal canto na liturgia. Cantado sempre.
+ A melhor forma de cantar o Santo é a forma direta (Santo! Santo! Santo! Senhor Deus...
+ Não deve ser substituído por versões tão livres.
+ É o proclamar que Deus é três vezes Santo.+ É alegre, festivo, com todos os instrumentos.
Cordeiro de Deus: É o canto que acompanha orito da fração do pão. Precelitânica e de origem bíblica,
faz alusão ao Cordeiro pascal
(Cf. Jo 1,36). De forma maisplena, faz alusão também aoBanquete escatológico dasBodas do Cordeiro (Cf. Ap
19,7.9), do qual a Eucaristia é
o sinal e o penhor.
Cordeiro de Deus...Em celebrações mais solenes, pode ser cantado só pelo coral, mas, em
qualquer hipótese, o presidente dele não participa. É canto de
segundo grau na escala litúrgica. Na prática, sua importância
é muito ignorada, e, lamentavelmente,
quase sempre é "abafado" pelo canto suplementar do "abraço da paz",
que o antecede.
+ Quando possível, cantá-lo.
+ Quem inicia este canto é o animador de canto, ministro ou assembleia toda e não o presidente.
+ É o momento de desejar a paz aos nossos irmãos.
+ Pode-se fazer um fundo musical. Evitá-lo.
+ Deve ser curto, breve.
Os Cantos Processionais:
São aqueles que acompanham uma ação, um movimento de um lugar ao outro. Não são cantos rituais, mas sim cantos funcionais. São 3:
- Entrada; - Oferendas - Comunhão.
O canto processional de entrada
- Acompanha a procissão. Deverá ser um canto de grande amplidão, sonoro, cheio, alegre, forte, solene.- É preciso levar em conta o tempo litúrgico que celebramos.- Deve convidar a união. Não é para ser ouvido ou meditado mas cantado. - Terminada a procissão deve ser encerrado.
O Salmo Responsorial:
+ Deve ser do Dia pois é resposta da 1ª Leitura.
+ Não deve ser omitido nem substituído por “canto de meditação”.
+ O salmo jamais deverá ser cantado por inteiro pelo salmista ou pela assembleia.
+ Deve ser cantado da mesa da Palavra.
+ Deve ser cantado sempre, ao menos o refrão.
Aclamação ao Evangelho:
A Aclamação mais usada é o Aleluia.
Aclama-se Jesus, o Verbo de Deus.
Poderá haver solista, mas o Aleluia deverá ser cantado por toda a assembleia.
Aclamação:
O ideal é: Aleluia (todo o povo) e o versículo do
dia (solista)
Deve ser um canto curto para o Evangelho. O ritmo deve ser vibrante,
alegre festivo e acolhedor. Nada impede que este canto seja retomado após a proclamação acompanhado de
todos os instrumentos.
+ Não é obrigatório.+ Não é mais necessário que fale de pão e
vinho.+ Dê preferência uma melodia calma e
suave.+ Deve terminar quando o Sacerdote
termina a preparação das oferendas.
Não deve ser barulhento, que tire atenção.
Termina quando se encerra a distribuição da Comunhão. Neste momento deve entrar o silêncio para que os fiéis entrem em comunhão com Deus e com os irmãos.
Letra: deve ter sintonia com o evangelho e com o Mistério da Eucaristia.
+ Não são apropriados os antigos cantos de adoração ao Santíssimo Sacramento.
+ Procurar que seja somente um canto.
+ Deve ser um canto simples e fácil. A música escolhida para esse canto deve favorecer o clima de recolhimento e intimidade.
Após um breve silêncio pode-se cantar um salmo ou outro canto de louvor.
Evitá-lo quando a celebração for alongada.
Não é o momento de Oração pelas vocações, Ave-Marias, homenagens...
+ Este canto é curto, vibrante.+ Pode ser cantado uma parte antes da
bênção final.
+ Pode ser um canto de envio ou canto a Nossa Senhora, Ou outro de acordo com o tempoou a festa litúrgica.
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