NUTRIÇÃO ENTERAL2º Encontro Neonatal em Fortaleza
22-23 de setembro de 2011
Paulo R. Margotto
www.paulomargotto.com.br
Prof. do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da
Saúde (ESCS) – Hospital de Ensino-Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
Nutrição Enteral
Nutrição ótima:Nutrição quem mantém o crescimento
nas mesmas taxas intra - uterinas
O efeito de nutrir ou não nutrir não se nota rápido
Cautela nas suspensões de dieta
Desnutrição que leva tempo para recuperar (às vezes não se recupera)
“ O pobre desenvolvimento relacionado com a nutrição é quesimplesmente nós não alimentamos suficientemente os
nossos bebês “Margotto,PR,HRAS Hay J r, 1998
Vain, 2001
Nutrição enteral mínima (NEM): melhora a tolerância alimentar
• Berseth CL, 1992: manometria: alteração na atividade motora ativa• McClure (2002): aumento das dissacaridases intestinais pela indução
da produção de lactase (melhora tolerância ao leite)• Manutenção da função fisiológica• Manutenção da função imunológica• Crescimento de massa intestinal• Cochrane (2000): alcança mais rapidamente a NEP* (6 dias antes)• Menos sepse• ROP-retinopatia da prematuridade(Porcelli, 2010): RN submetidos a
cirurgia consumiram 13,1±15,1 ml/kg/dia vs 36,9 ± 30,2 ml/kg/dia (p<0.05) com dados ajustados em relação aos dias de ventilação mecânica
*NEP: nutrição enteral plena
Influência da nutrição pós-natal precoce na retinopatia da prematuridade dos recém-nascidos de extremo baixo pesoAutor(es): Porcelli PJ, Jr. Weaver R.G. Apresentação: Roberta Rasssi Almeida, Joseleide Castro
Melhor crescimento pós-natal: menos ROP O ganho ponderal insuficiente pode prever se vai desenvolver ROP
(Hellström A,2010
Início da via digestiva:LEITE HUMANO CRU
-24-48 horas: 8ml/kga 12-24ml/kg com
aumento lento na primeira semana
-<1000g: 1-2 ml cada 4-6 horas
->=1000g: 2-3 ml cada 4-6 horas
A partir do 7º dia, aumentar:
10ml/kg/dia (<800g) a 20ml/kg/dia (>=800g)
Objetivo: NEP aos 14 dias
(100-120cals/kg/dia) Margotto,PR,HRAS
Nutrição Enteral Mínima
• Canal arterial:com repercussão hemodinâmica (suspender) • RN infectado: suspender se presença de sepse ou íleo• RN com severa asfixia, diástole reversa ou zero(fluxo
sang. artérias umbilical pré-natal): suspender por 48-72 horas
• RN em transfusão sanguínea:• -Neu (2010): não suspender (controverso)• El-Dib (2011): suspender• enterocolite necrosante (5.3 a 1.3% - p<0.047)
Nutrição Enteral Mínima: Dúvidas
Transfusão de células eritrocitárias, alimentação e enterocolite necrosante em crianças pré-termosAutor(es): El-Dib M, Narang S, Massaro AN, Aly H. Apresentação: Diana Silva Fernandes, Marx Paulo Wogel Cambraia, Paulo R. Margotto
• Diminui a colestase associada a nutrição parenteral
• Costa S et al (2010): melhor preditor independente (protetor)
Nutrição Enteral Mínima
- Sob cateter arterial umbilical baixo: (Davey, 1994)
Sem diferenças na incidência de ECN
31 RN - Dieta oral assim que estável ( média 2 º dia)- sepse- tempo de NPT (nutrição parenteral total)- fototerapia- Tempo de PICC (catéter central de inserção periférica)
31 RN – dieta oral 24 h após remoção cateter/média
5º dia
- episódios de dieta oral zero
(maior tempo de NPT)Alimentação em RN prematuro em uso de cateter umbilical arterial baixo
Autor(es):Andrew M Davey e cl
Nutrição Enteral
Forma de Administração: Infusão contínua x Bolus- Mais usada- Mais fisiológicos- Maior ganho de peso- Bolus rápido (10 – 15min: ↓ motilidade intestinal)
- Volume gástrico maior- Crescimento mais lento-Indicação:
-RGE grave -RN com D.Resp.prolongado -Intolerância à intermitente
Sindrome do Intestino Curto
Novos conceitos na nutrição de recém-nascidos pré-termosAutor(es): Richard Schanler (EUA).Reproduzido por Paulo R. Margotto
Bolus
Continua
Nutrição Enteral
Nutrição Enteral PlenaPrecoce: 10 dias; 14 dias: meta razoável
Grande desafio: suprimir a proteólise e implementar a síntese proteica
-Conceito: 115-120ml/kg/ a 140-150ml/kg/dia -Nutrição Parenteral (NP): alternativa; não suprimi a proteólise nos pré-
termos extremos -Nutrição Enteral (NE): reduz a proteólise
-Redução da sepse tardia: -redução a cada ano com o início cada vez mais precoce da NE (Flidel-
Rimon O, 2004) ->10 dias para atingir a NEP a medida que passa de 24 horas (Rennestad A,
2005)
-Velocidade do aumento: -20 ml/kg após a primeira semana (>=800g) e 10mg/kg (<800g).Aumentos diários de 20ml/kg nos primeiros 10 dias: maior risco de
enterocolite necrosante (Berseth C, 2003)
Regulação da proteólise e ótimo acréscimo de proteína nos recém-nascidos extremamente
prematuros(Regulation of proteolysis and optimal protein accretion in extremely premature newborns)
Scott C Denne
The Department of Pediatrics-Neonatology, Indiana University School of Medicine , Indianapolis, IN.
Am J Clin Nutr. 2007;85:621S-624S.
Nutrição Enteral
PROTEÓLISE EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMOS E TERMOS
• Característica metabólica do pré-termo extremo: intensa proteólise (catabolismo intenso): o dobro comparado em adultos saudáveis.
• Administração de nutrientes em adultos responde com redução da proteólise total, enquanto que nos prematuros extremos a supressão apresenta mais dificuldade; no adulto a infusão de glicose aumenta a insulina reduzindo a proteólise, resposta que é diferente nos PT MMBP.
• Quando se atinge a nutrição parenteral (NP) plena, 17% dos RN termo conseguem suprimir a proteólise, mas nos prematuros praticamente não se
tem resposta
Nutrição Enteral
NUTRIÇÃO ENTERAL(NE) E PROTEÓLISE
• A Nutrição Enteral (NE) é muito mais efetiva que a Nutrição Parenteral (NP) na diminuição efeito proteólise e aumento a incorporação protéica.
• Van der Schoor et al( Lysine kinetics in pretem infants: the importance of enteral feeding,2004); proteólise foi 40% menor durante a NE plena e o balanço protéico total significante maior
• Prematuros extremos não alcançam NE plena por um período de semanas sendo proveitoso combinar NP e NE,
podendo assim diminuir proteólise e aumentar incorporação protéica .
Nutrição Enteral
Alimentação Precoce :- Contato pele - pele: - melhora a PSaO2 (saturação de O2 pelo oxímetro de pulso)
- melhora regulação da temperatura - produção de AC contra patógenos presentes no ambiente
Quando está pronto para a dieta oral? Coordenação de sucção, deglutição e respiração (34 semanas)
Estar alerta quando começam a chupar a sonda (presença de reflexo de busca)
- Iniciar dieta oral 1 dia após completar a alimentação por sonda : - fazer tentativa todos os dias ( 1 a mais, cada dia) - 22 dias vida ( IGpC de 31 sem) x 42 dias(controle)
Tempo para atingir dieta oral plena : 8 X rápido
34 semanas X 36 semanas Schanler, 2001, Pickler, 2006
Nutrição Enteral
Transição mais rápida da SOG →VO:
- Estimulação neuro - sensorial
Estimulação Estimulação da sucção Estimulação dados reflexos orais não nutritiva (SNN) sucção nutritiva
(peito)
Estimulação extra - oral Estimulação intra - oral
Margotto,PR,HRAS Macri, 2002
Nutrição Enteral
Massagens leves na região peri-oral e bochechas
reflexo de procura
Estimulação da SNNReflexo de sucção
favorecer o canolamento da
língua e o vedamento labial)
Sonda nasal versus oral na alimentação: sem efeito na hipoxemia e
bradicardia nos recém-nascidos com apnéia da prematuridade
Neonatology 2010;98:143-149
A hipótese primária do estudo era de que a colocação do tubo de alimentação por via oral reduziria significativamente a incidência de
bradicardia e hipoxemia.
Nutrição Enteral
• O uso de sonda nasogástrica aumenta a resistência da via aérea em 50%
• Guideline alemão defende a prevenção da apnéia da prematuridade preferindo uso da sonda orogástrica
(Conduta baseada em pequeno estudo com 7 crianças analisando número e duração de episódios de apnéia)
• Presente estudo (12 hs de observação): 32 RN <32 sem:IGPc:<36sem
Nutrição Enteral
• Não houve diferença estatisticamente significativa nos parâmetros inicialmente aferidos em relação a rota de colocação do tubo de
alimentação (o mesmo nos grupos com e sem cafeína)
Nutrição Enteral
• Não houve diferença estatisticamente significativa neste parâmetros avaliados ( o mesmo nos grupos com e sem cafeína)
Nutrição Enteral
Sinais de intolerância alimentar:
(técnica de aspiração:subestima RG em 25%)
-distensão abdominal significante ou descoloração
-Resíduo gástrico de 50% ou mais do volume administrado
--Resíduo gástrico esverdeado <2 a 3ml: não ↓ o avanço
(não descartar o resíduo:enzimas importantes)
-Significante apnéia ou bradicardia
--significante instabilidade cardiopulmonar
- Sangue oculto/macroscópico nas fezes
Mudar a posição do RN: prona e lateral esquerdo
diminue o refluxo gastroesofágicoMargotto,PR,HRAS Mihatsh, 2003,Ewer, 1999 Kusma-O´Reily, 2003;Neu,2010;Suguihara,2006
Nutrição Enteral
Tipo de Leite: LEITE HUMANO- Presença de DHA ( ácido ducosahexanóico)
( síntese cerebral/retina)- Proteínas de defesa: lactoferrina, IgA secretora (menor sepse)- Leite anterior: pobre em gordura (em 10 min é retirado)esvaziar o outro seio antes da troca- Transferência de memória imunológica-Função cognitiva: vantagens de 10 pontos no QI x Fórmulas(cada aumento de 10 ml/kg/dia: aumento dos escores mentais
em 59%)- Mãe que amamenta: ↓ peso-pós parto, ↓ hemorragia pós parto efeito contraceptivo, menos obesidade (Rudnicka et al. 2007), ↓ osteoporose na menopausa, ↓ câncer de mama
Nutrição Enteral
Leite Humano Fortificado : ( LHF )
- Proteína: LMPT = 1,5g% LMT = 1,1 g%
- Necessidades proteícas: até 4g/Kg/dia - Ca = 24 mg% / P = 14 mg% ( LMPT e T) ( Taxa de aquisição intra-uterina de Ca = 100 – 120 mg/Kg/dia
P = 60 – 75 mg/Kg/dia- LHF c/ o objetivo de:
- Acelerar taxa de crescimento- Melhorar a mineralização óssea- ↓ o tempo de hospitalização
-Sem complicaçõesMargotto,PR,HRAS
Diferença desaparece aos 15 dias
Shanler, 2001Vain, 2001Margotto,2011Margotto,PR,HRAS
Nutrição Enteral
• Evelyn C. Martins, Vera L. J. Krebs• J Pediatr (Rio J). 2009;85(2):157-162• Apresentação:Tatiane Melo de Oliveira• Vítor Bittencourt de Aquino Fernandes• Monique Fernandes Silva • Coordenação: Paulo R. Margotto• Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF
25/5/2009
Nutrição Enteral
Efeitos do uso de aditivo no leite humano cru da própria mãe em recém-nascidos pré-termo de muito baixo pesoAutor(es): Evelyn C. Martins, Vera L. J. Krebs. Apresentação:Eveline de Farias Rodrigues
Métodos• Ensaio clínico
prospectivo, randomizado e duplo-cego.
• Critérios de inclusão
– RNPT;
– Peso < 1500g;
– IG ≤ 34 semanas;
– Internados na UTIN entre 2005 e 2007.
Leite Fortificado
Leite Humano Puro
Nutrição Enteral: leite humano cru fortificado
Martins, Krebs,2009
Resultados
Os grupos foram semelhantes quanto ao peso de nascimento, comprimento, gênero e idade gestacional ao início do estudo (Tabela 1).
Nutrição Enteral: leite humano cru fortificado
Martins, Krebs,2009
ResultadosNutrição Enteral: leite humano cru fortificado
Martins, Krebs,2009
Sem diferenças estatisticamente significativas quanto as complicações: INFECÇÃO, INTOLERÂNCIA DIGESTIVA, DISTENSÃO ABDOMINAL.
HIPERNATREMIA E ICTERÍCIA
.
Nutrição Enteral: leite humano cru fortificado
Martins, Krebs,2009
• Sem diferenças entre os grupos quanto as complicações clínicas
Existe Risco de enterocolite necrosante por aumento da osmolaridade?
-Risco embasado na literatura, porém < que fórmula.
-Oferta imediata diminui o risco - osmolaridade mais baixa, razão pela qual este estudo não teve aumento de enterocolite necrosante
-A osmolaridade do leite humano fortificado aumenta a medida que se aumenta o tempo de armazenamento do leite fortificado
Nutrição Enteral: leite humano cru fortificado
ConclusãoCom o uso de ativo no leite humano , observou-se
incremento significativo no crescimento do prematuro de muito baixo peso
Martins, Krebs,2009
Leite Humano Fortificado: ( LHF)
- RN < 1500g
- a partir de 15 dias de vida ou
ingesta oral atingir 100ml/Kg/dia
- Quantidade; 1 g/ 20 ml leite materno
- Término: RN mamando predominantemente ao seio
-Até IGpc* de 40 semanas : fosfato tricálcico à 12,9%
-*IGpc: idade gestacional pós-concepção
Margotto,PR,HRASSchanler, 2001Vain, 2001
Nutrição Enteral
- Ferro: iniciar com 6 semanas ( manter até 12 - 15 meses)
* < 1000g: 4 mg/Kg/dia;
* 1000 - 1500 g: 3 mg/Kg/dia;
* 1500 - 2000g - 2 mg /Kg/dia
(Sulfato ferroso: 1gta de 12/12 hs por 7 dias e depois, 2 gtas 1212 hs)-Vitamina: a partir do 7 º dia de vida
(Protovit: 6 gtas de 1212 hs)
- Exposição solar: 30 min 3 x semanas (Vit D)
- Follow- up RN < 1000g com 1 ano
- 45% - PC / Estatura abaixo P3
- 45% - não havia dobrado o cath-up aos 3 - 7 anos
Vain, 2001Schanler, 2001
Nutrição Enteral
Esvaziamento gástrico dos pré-termos recebendo domperidona
Gastric Emptying of Preterm NeonatesReceiving Domperidone
• A. Gounaris, C. Costalos, E. Varchalama , F. Kokori, I.N. Grivea
• K. Konstantinidi, G.A. Syrogiannopoulos• Neonatology 2010;97:56-70
Nutrição Enteral
Grupo 1Domperidona 0.3mg/Kg/8h via oral.Por pelo menos 2 dias
Grupo 2Pacientes sem uso de Domperidona
22 RN<34sem;<200g; dieta plena (200ml/kg)
Tempo médio para o mesmo esvaziamento gástrico
• Pacientes com uso de Domperidona – 47.6minutos.– (evacuações em 48 hs:2,4)
• Grupo controle– 68.2 minutos.– (evacuações:2,8)
• (p=0.008)
Nutrição Enteral
Domperidona
• Domperidona antagoniza os receptores inibidores dopaminérgicos no trato gastrintestinal;
• Bloqueia o relaxamento gástrico induzido pela Dopamina;
• Melhora a propagação das ondas peristálticas do antro para o duodeno.
Nutrição Enteral
Efeito da domperidona no intervalo Efeito da domperidona no intervalo QT em recém-nascidosQT em recém-nascidos
(Effect of domperidone on QT Interval in Neonates)(Effect of domperidone on QT Interval in Neonates)
• Djamal Djeddi, Guy Kongolo, Djamal Djeddi, Guy Kongolo, Charlotte Lefaix, Julie Mounard, Charlotte Lefaix, Julie Mounard,
André LékéAndré Léké
J Pediatr 2008J Pediatr 200827-6-2008
Nutrição Enteral
Domperidona:Domperidona:– Procinético prescrito para desordens gastrintestinais, Procinético prescrito para desordens gastrintestinais,
principalmente refluxo gastroesofágico (RGE);principalmente refluxo gastroesofágico (RGE);
– Tem sido amplamente usada como substituto da Tem sido amplamente usada como substituto da cisaprida ( indução de arritmias ventriculares e cisaprida ( indução de arritmias ventriculares e prolongamento do intervalo QT);prolongamento do intervalo QT);
– Foram estudados 31 RN de diferentes idades Foram estudados 31 RN de diferentes idades gestacionais :gestacionais :
Nutrição Enteral
Efeito da domperidona no intervalo QT em recém-nascidosEfeito da domperidona no intervalo QT em recém-nascidos
Efeito da domperidona no Efeito da domperidona no intervalo QT em recém-nascidosintervalo QT em recém-nascidos
Nível sérico de KNível sérico de K++ elevado é fator significante e elevado é fator significante e independente na elevação do QTc (independente na elevação do QTc (↑ potencial de ↑ potencial de membrana).membrana).
Domperidona VO teve impacto significativo sobre Domperidona VO teve impacto significativo sobre o QTc nos RN com IG > 32 sem, mas não sobre os o QTc nos RN com IG > 32 sem, mas não sobre os prematuros extremos com IG ≤ 32 sem sendo uma prematuros extremos com IG ≤ 32 sem sendo uma droga segura no tratamento do refluxo droga segura no tratamento do refluxo gastroesofágico nesses prematuros. gastroesofágico nesses prematuros.
Nutrição Enteral
PROBIÓTICOS
O probiótico já oferece um alimento com microrganismo na tentativa de propiciar uma proteção ao
trato gastrintestinal..
-não são patogênicos,
-colonizam por algum tempo o trato digestivo,
-produzem substâncias antimicrobianas,
-modulam a resposta imune e
-influenciam atividades metabólicas humanas (assimilação de colesterol, síntese de vitaminas)
Nutrição Enteral
Vieira, Margotto, 2011
PROBIÓTICOS• Deshpande G (2010): metanálise de 11 estudos diminuição
significativa de Enterocolite necrosante(ECN) e sem diferença na Sepse
• Tarnow-Modi et al (comentário):seria anti-ético não usar!• Críticas- (Soll RF, 2010): no estudo, recém-nascidos maiores, 10
diferentes tipos de probióticos• -(Shuster JJ): erros na metanálise. Causas das mortes?
Nutrição Enteral
Neu, 2010
Luoto R (2010): maior inicdência de ENC no grupo com probiótico (4,6% x 1,8%)
Nutrição Enteral
PROBIÓTICOS
• Lin HC (2008): mais morte no grupo controle;mais sepse no grupo do probiótico (principalmente:500-750g); não descrito a causa da morte
Nutrição Enteral
PROBIÓTICOS
Causa da sepse? Aquecimento da resposta inflamatória intestinal?
Estudo em adulto com probiótico: mais sepse Neu,2010
Manzoni (2011):6 anos de estudo com vários probióticos. Mostrou-se seguro e bem tolerado
• Estudo retrospectivo, sem grupo controle
Romeo (2011):diminuição significativa de colonização por Candida intestinal
• Cochrane (2010): com lactoferina houve diminuição da enterocolite necrosante (0,27)
• A ECN é uma doença multifatorial e depende muito mais do ambiente microbiano e também de respostas
inflamatórias do trato gastrintestinal. Os resultados dos estudos parecem ser promissores, mas temos muito que
aprender para prevenir, antes de recomendar o uso rotineiro de probióticos (Neu, 2010)
Nutrição Enteral
PROBIÓTICOS
• ingredientes alimentares não digeríveis (oligossacarídeos) que estimulam o crescimento ou a atividade de bactérias no sistema digestivo que são benéficas para a saúde corporal.
• passam pelo trato gastrintestinal sem sofrer influência do ácido do estômago, ácidos biliares e chegam ao cólon e estimulam o desenvolvimento das bactérias protetoras.
• Podem apenas aumentar o crescimento de bactérias já presentes no intestinoe
• Efetividade improvável
Nutrição Enteral
PREBIÓTICOS
Neu,2010;Bhering,2009
Nutrição Enteral
PREBIÓTICOSSrinivasjois R, 2009
Sem diferença no ganho de peso;aumento do no de bactérias bífidas
• --as evidências de eficácia ainda são insuficientes para se recomendar o uso rotineiro de probióticos nas fórmulas
• -os prebióticos específicos são capazes de reduzir infecções comuns e atopia em crianças hígidas, parecendo ser razoável a adição de prebióticos específicos as fórmulas infantis
• (No entanto, Cochrane:Boyle, 2009): não há dados suficientes que permitem concluir que influencian na alergia alimentar)
• -beneficios dos probióticos e prebióticos a longo prazo para o desenvolvimento do sistema imunológico precisam ser comprovados
• -o grande problema dos estudos: usados diferentes probióticos e prebióticos e diferentes protocolos
Nutrição Enteral PROBIÓTICOS/PREBIÓTICOS
Vandenplas et al, 2011;Carvalo, 2011
• Intra-útero: crescem 6cm/mês!
(a termo: 3cm/mês)• Adolescente: estirão chega a 10cm/ano
Nutrição Enteral
RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO EXTREMO: 22 -28 SEMANAS
Maior necessidade de oferta de nutrientes
Muitos destes RN AIG ao nascer, são PIG na alta(Ehrenkranz RA, 1999
RISCOS:
-displasia broncopulmonar -hemorragia intraventricular
-enterocolite necrosante-sepse tardia
-Retinopatia da prematuridade
Desnutrição do recém-nascido pré-termo (RNPT)- Ocorre em 100 % dos RNPT de muito baixo peso
na alta- Principio fundamental do suporte Nutricional: a
ingesta que atende as necessidades garante melhor resultado
- Déficit nutricional piora quando: - Interrompe-se a dieta (várias razões) - Ao retornar, 12 h após , não se repõe perda - Ocorre nas Unidades Neonatais níveis I – II e III (graus de retardo de 300% e 200%, respectivamente)
Margotto,PR,HRASCooke R, 2006
Nutrição do RN Pré termo
Desnutrição do pré-termo (PT)- Será que os RN são pequenos e doentes e não se
consegue alimentá-los?- Será que são pequenos e doentes porquê não
estamos alimentando corretamente? - Deficiente neurodesenvolvimento na idade 1 a 3 – 7 anos - A velocidade de crescimento dos meninos > que meninas
- Ingestão protéica adequada:- RN < 1200 g: 4g/kg/dia- RN 1200 – 1500 g : 3,9 g/Kg/dia
Margotto,PR,HRASCooke R, 2006
Nutrição do RN Pré termo
Estratégias para otimizar o crescimento- Práticas de alimentação:variam entre neonatologistas- Alimentação retardada ou lenta: não previne a ECN - Levamos um tempo para obtermos a ingesta de proteínas e energia -atraso no Inicio da Nutrição Parenteral
- 1g/Kg x 3g/Kg de aminoácidos (AA) - deficiência significativa no balanço nitrogenado(p < 0,00005): > do que com o uso de com 3 g/Kg- Sem diferença de toxicidade com alta ingesta
- Inicio com 1,5g/Kg – equilíbrio nitrogenado positivo
Cooke R, Bell EF 2005 Patole e Klerk, 2005
Nutrição do RN Pré termo
USO DE AMINOÁCIDOS
O nascimento de um recém-nascido prematuro é uma urgência nutricional
• Inicio precoce (3g/kg/dia) (primeiras 24 horas de vida) em RN <1500g indica um menor percentual de RN abaixo do percentil 10 na curva de peso quando atingir IGPC = 36 s
• Menor duração da nutrição parenteral e o início mais precoce da nutrição enteral no grupo de início prcoce de AA
Nutrição do RN Pré termo
Valentine, 2009 (RN <1500g)
AAP(1985)recomenda:proporcionar um crescimento pós-natal que se aproximasse ao do feto normal com a mesma
idade gestacional.
• Uso precoce (1,5g/kg) (Uso precoce (1,5g/kg) (primeiras 6 primeiras 6 horashoras):↓ estatística significativa → nº RN ):↓ estatística significativa → nº RN com peso com peso < p10 e sepse confirmada com < p10 e sepse confirmada com IGPC de 32 semanasIGPC de 32 semanas
Nutrição do RN Pré termo
USO DE AMINOÁCIDOS
Kotsopoulos, 2006 (RN <28 semanas)
O objetivo de administrar aminoácidos na primeira prescrição: -atender a urgência nutricional para evitar a desnutrição precoce; -raciocinar como se estes recém-nascidos fossem fetos vivos fora
do útero.
Boher, 2008
Metabolismo fetal:AA grama fetal>AA grama materno
Nutrição do RN Pré termo
USO DE AMINOÁCIDOS:na primeira prescriçãoHIPERGLICEMIA (Boher, 2007; Sunehag, 2002, Kaempf, 2010)
-fonte energética -síntese proteica (3,8g/kg/dia:700-1000g)
Nascimento -corte abrupto da oferta de aminoácidos (AA)
da produção insulina hiperglicemia (risco de ROP) INANIÇÃO produção exógena de glicose
(intolerância a glicose?)
Com o AA -sem produção exógena de glicose -melhora a hiperglicemia iatrogência do prematuro
Estratégias para otimizar o crescimento- No Alojamento Conjunto:
RN com DBP (temos que nutrir o pulmão) , RN com ganho de peso deficiente
- LM fortificado ou- LM alternado com fórmula para pré-termo O papel da nutrição neonatal na fisiologia pulmonarAutor(es): Mataloun MM et al. Editorial: Alan Jobe. Apresentação:Moema Campos, Carlos Zaconeta
Margotto,PR,HRAS
Cooke R, 2006Singhal A, 2004Malaloum MM, 2006Jobe A, 2006
Nutrição do RN Pré termo
RN < 1000 g- Não crescem bem, pois não toleram fisiologicamente a alimentação - Má motilidade gastrintestinal com retardo do inicio da alimentação- Crescimento da cabeça:
- Se recebem < 65 cal/kg/dia com 2 – 4 semanas com 1 ano, o perímetro cefálico é < do tamanho normal - > 95 cal/kg/dia com 2 – 4 semanas: recuperam o tamanho da cabeça com 1 ano- Crescimento da cabeça: efeito no neurodesenvolvimento aos 15 meses
Abbasi, 2004
Nutrição do RN Pré termo
Margotto,PR,HRAS
Crescimento da cabeça
- RN com microcefalia sem bom crescimento da cabeça
- 67% problemas neurológicos
- 60% com escala mental e 80% (escala psicomotora) ruins -RN com cabeça pequena e são bem nutridos e o crescimento da cabeça se recupera - melhor desfecho do que crianças com cabeça normal ao nascer e são mal nutridas
Margotto,PR,HRAS Abbasi, 2004; Claas, 2011
Nutrição do RN Pré termo
-Catch-up do PC* melhor desenv. cognitivo aos 5,5 anos
*PC: perímetro cefálico
Curvas de Crescimento pós - natal- RN < 1000 g ao nascer: Curvas de Pauls e cl (1988)
Nutrição do RN Pré termo
Curvas de Crescimento pós - natalCurvas de Dancis e cl (1948)
Nutrição do RN Pré termo
Curvas de Crescimento pós - NatalPerímetro Cefálico: RN pré-termo e a termo (O’ Neil, 1961)
Nutrição do RN Pré termo
RN PRÉ-TERMO RN A TERMO
Tempo de perda de peso em dias e a percentagem da perda de peso para os RN com peso ao nascer < 2500g de acordo com a
Idade Gestacional, quando AIG e PIG.
Nesta tabela, observamos que o tempo de perda de peso, assim como a percentagem de perda é diferente entre estes RN de acordo com a
sua classificação havendo menor tempo de perda e menor percentagem de perda nos RN PIG (Martell e cl, 1988)
Peso/Id. Gest.
INTERVALO Tempo de perda (dias)
% da perda
P10 P50 P90 P10 P50 P90
AIG 1000-1500 4 6 13 4 10 16
1501-2025 2 5 8 2 9 14
PIG 1000-1500 0 3 4 0 3 10
1501-2025 1 4 8 2 4 6
Obrigado!
Nutrição Enteral
Top Related