NOVOS PARADIGMAS NA EDUCAÇÃO
DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
EDUCAÇÃO ESPECIAL A preocupação em oferecer, no Brasil, atendimento a pessoas
com deficiência iniciou-se no século XIX, surgindo o interesse na
criação de instituições educacionais direcionadas a essas
pessoas.
No Brasil, a Educação Especial se divide em dois períodos: de
1854 a 1956, é marcada por iniciativas oficiais e particulares
isoladas; surgiram nesse período o Imperial Instituto dos Meninos
Cegos (1854) e o Imperial Instituto de Surdos-Mudos (1857), hoje,
respectivamente, Instituto Benjamim Constant e Instituto Nacional
de Educação para Surdos.
De 1957 até os dias de hoje, a Educação Especial é marcada por
iniciativas em âmbito nacional.
PRINCÍPIOS DE EDUCAÇÃO
INCLUSIVA Princípio de integração – trata-se de um processo que visa a
integrar o aluno à escola, gerando meios para que o aluno com
necessidades especiais se integre graças ao atendimento que
lhe é oferecido; nesse modelo, ao invés de a escola ter que se
adequar ao aluno, o aluno é que deve se adequar-se à escola.
“ A integração educativo-escolar refere-se ao processo de educar-
ensinar, no mesmo grupo, crianças com e sem necessidades
especiais durante uma parte ou na totalidade do tempo de
permanência na escola.” (MEC, 1994)
segundo Rodrigues (2006), “quando se fala de escola
integrativa trata-se de uma escola em tudo
semelhante a uma escola tradicional, em que os
alunos com deficiência (os alunos com outros tipos de
dificuldades eram ignorados) recebiam um tratamento
especial”.
Nesse modelo nega-se a questão da diferença; o
aluno especial é inserido no contexto escolar como
qualquer outro, sem consideração quanto a possíveis
diferenças existentes para seu processo de
aprendizagem.
“A sociedade em geral ficava de braços cruzados e
aceitava receber os portadores de deficiência desde
que fossem capazes de moldar-se aos tipos de
serviços que ela lhes oferecia; isso acontecia inclusive
na escola”. (Sassaki, 1997)
Nesse modelo pedagógico é possível observar a exclusão dos
alunos que não se adaptam ao ensino oferecido na escola
regular. Esta escola investe no sentido de adaptar o aluno com
necessidades especiais à escola regular, sem trabalhar a
questão da sua autonomia com o propósito de emancipá-lo,
sem exercitar seu senso crítico e colaborar para que haja
reflexão tanto dos alunos sem deficiência quanto dos alunos
deficientes.
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
ESPECIAL
PNEE (1994)
Objetivos:
desenvolvimento global da potencialidade dos alunos;
Incentivo à autonomia, à cooperação, ao espírito crítico e criativo;
Integração das pessoas com necessidades especiais à sociedade;
EDUCAÇÃO ESPECIAL É...
“um processo que visa a promover o
desenvolvimento das pessoas portadoras
de deficiência, conduções atípicas ou de
altas habilidades e que abrange os
diferentes níveis e graus do sistema de
ensino”. PNEE
Falar do que é normal equivale a demarcar fronteiras,
estabelecendo o que pode ficar dentro e o que pode fica
fora. Tudo começa a dar errado quando alguém se
descuida do verbo e passa a definir o que deve ficar
dentro e o que deve ficar fora: aí se instaura a inclusão e
a exclusão. Essa é a transição do normal (enquanto
caracterização de alguma coisa) para o normativo
(enquanto caracterização daquilo que deve ser).
PRINCÍPIO DA NORMALIZAÇÃO
Segundo o MEC (2004), é um princípio que representa a
base filosófico-ideológica da integração.
A ideia é oferecer às pessoas com necessidades especiais
condições de vida semelhantes à do resto da sociedade. A
normalização se refere às condições do ambiente no qual
vivem as pessoas deficientes, que deverá ser semelhante
ao das pessoas em geral, e não à normalização da pessoa
deficiente.
Segundo Mantoan (1997)
“a normalização visa tornar acessível às pessoas
socialmente desvalorizadas as condições e os
modelos de vida análogos aos que são
disponíveis, de modo geral, ao conjunto de
pessoas de um dado meio ou sociedade”.
PRINCÍPIO DA INCLUSÃO
O princípio da inclusão aponta para uma
pedagogia equilibrada, entendendo que as
diferenças humanas normais e que a
aprendizagem deve ajustar-se às necessidades
de cada aluno, e não os alunos adaptar-se ao
ritmo imposto pelo processo educativo.
NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
Segundo Glat (2005), “a educação de alunos
com necessidades educativas especiais, que
tradicionalmente se pautava num modelo de
atendimento segregado, tem se voltado nas
últimas duas décadas para a Educação
Inclusiva”.
Segundo Stainback e Stainback (1999, p. 21),
A educação inclusiva pode ser definida como “a
prática da inclusão de todos” – independente de
seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou
cultural – em escolas e salas de aula provedoras,
onde as necessidades desses alunos sejam
satisfeitas.
Segundo Mantoan (2002), as crianças precisam da
escola para aprender e não para marcar passo ou ser segregada em classes especiais e atendimentos à parte. Nesse sentido ele afirma que priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores.
Para essa autora, “a inclusão escolar remete a escola a questões de estrutura e de funcionamento que subvertem seus paradigmas e que implicam um redimensionamento de seu papel para um mundo que evolui a bytes.
OS DIREITOS E A APRENDIZAGEM
Com a democratização do ensino e a abertura da escola para grupos sociais
antes não acolhidos, episódios de exclusão das mais diferentes e perversas
formas foram deflagrados. Em reação a isso, a sociedade aciona diversos
mecanismos reguladores, procurando oferecer garantias legais que
assegurem o acesso a direitos universais para os que fazem parte da
comunidade escolar.
Atualmente a Educação Especial é uma modalidade de ensino que
atravessa toda a Educação Básica, não se caracterizando como um nível de
ensino e nem substituindo a escolarização. Portanto, os alunos de que trata
a Educação Especial devem estar regularmente matriculados e
frequentando o ensino comum – o Ensino Fundamental, no nosso caso –, e
recebendo uma complementação da escolarização nos Atendimentos
Educacionais Especializados – AEE , ofertada no turno contrário, de acordo
com a legislação
LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A Educação Inclusiva é regulada por várias normas, mas podemos
dizer que ela encontra seu fundamento na Constituição Federal de
1988, que determina a igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola para todos e, também, a oferta de
Atendimento Educacional Especializado, preferencialmente no
ensino regular.
Decreto Federal Nº 3956/2001 - que promulga a Convenção
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência
(Convenção de Guatemala)
LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, determina
diretrizes para Educação Especial na Educação Básica, tendo sido
influenciada por diretrizes internacionais. Essas diretrizes têm
como base a Educação Inclusiva e são organizadas em dois blocos:
sistemas de ensino e formação de professores.
O que norteia as Diretrizes Nacionais da Educação Especial para
Educação Básica é o princípio da Inclusão. Esse princípio fala da
importância do entendimento das diferenças individuais e que a
escola deve se adaptar aos alunos com deficiência – e não o
contrário.
Mas é com o documento Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008) que mudanças
conceituais e estruturais na organização do sistema educacional são
instituídos. Entre as orientações para esta mudança estão:
• transversalidade da educação especial desde a Educação Infantil até a
educação superior;
• atendimento educacional especializado;
• continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;
• formação de professores para o atendimento educacional
especializado e demais profissionais da educação para a inclusão
escolar;
• participação da família e da comunidade;
• acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e
equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e
• articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.
LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O documento Política Nacional de Educação Especial
na Perspectiva da Educação Inclusiva define quem
necessita das ações destinadas à Educação Especial,
os alunos com:
Deficiência;
transtornos globais de desenvolvimento;
altas habilidades
LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Decreto 6949/09 – Promulga a convenção
internacional sobre os direitos das pessoa com
deficiência e seu protocolo facultativo;
Tem o propósito de: promover, proteger e assegurar o
exercício pleno e equitativo de todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais por todas as
pessoas com deficiência e promover o respeito pela
sua dignidade inerente.
LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Nota Técnica – SEESP/GAB/Nº 11/10 – Orientações para a
institucionalização da Oferta do Atendimento Educacional
Especializado – AEE em Salas de Recursos Multifuncionais,
implantadas nas escolas regulares.
O AEE tem como função identificar, elaborar e organizar
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando
suas necessidades específicas. (BRASIL, 2008).
LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Decreto Nº 7.611/11. – que dispõe sobre a oferta de
atendimento nas AEE, como também sobre a distribuição de
recursos do FUNDEB no que se refere ao cômputo de dupla
matrícula dos alunos, ou seja, a matrícula concomitante no
ensino regular e no atendimento educacional especializado;
Lei nº 12.764/2012 - que institui a Política Nacional de Proteção
dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista , que
passa a ser considerada pessoa com deficiência .
LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA À
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
No caso da educação de surdos, existe a Lei de Libras
– Lei Federal N.o 10.436/2002 – que oficializa a
Língua Brasileira de Sinais (Libras) em todo o território
nacional; e o Decreto Federal N.o 5626/2005 – que
regulamenta a Lei de Libras e o artigo 18 da Lei
Federal N.o 10.098/2000 (Lei da Acessibilidade).
O PROCESSO HISTÓRICO DO CONHECIMENTO
MATEMÁTICO
Piaget e o conhecimento lógico-matemático
O CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO
A partir dos estudos de Piaget sobre como se dá a construção
do conhecimento lógico-matemático que entra em cena a ideia
de que, se é importante a preocupação sobre como ensinamos
matemática, essa preocupação não faz sentido dissociada de
uma outra, que traduz por como se aprende matemática, como
se pensa matematicamente ou como são construídos os
conhecimentos a respeito dessa ciência.
Segundo Kamii (1994), o ambiente social e a situação que o
professor cria são cruciais no desenvolvimento lógico-
matemático. (KAMII. 1994:63)
O CONHECIMENTO LÓGICO-
MATEMÁTICO
As crianças elaboram seu conhecimento matemático à medida
que constroem relações mais complexas sobre outras mais
simples que elas mesmas criaram.
O conhecimento lógico-matemático é uma construção do
sujeito, que se dá no interior do sujeito, que se faz por
aproximações e por abstrações reflexivas. Podemos dizer que a
aprendizagem da matemática não ocorre por transmissão
social de um adulto que fala, que apresenta um fato que está
dado, a um aluno que ouve e passivamente aprende.
O CONHECIMENTO LÓGICO-
MATEMÁTICO É preciso a quem aprende reinventar. O aluno precisa ter a
compreensão daquilo que aprende, para atribuir significado e
ser ao mesmo tempo ator e autor na ação de conhecer.
Essa ideia muda o papel do professor, que continua a ser muito
importante, mas cuja função não é mais de transmissor, mas
de criador das condições para que o aluno aprenda. O
professor precisa desafiá-lo a pensar por si mesmo, a analisar,
a questionar aquilo que a escola deseja que ele aprenda. Entra
em cena não mais o ensino apenas, mas fundamentalmente a
ação daquele que aprende.
O CONHECIMENTO SE CONSTRÓI SE TIVER UM
SENTIDO
Piaget nos oferece a visão do ser humano como um organismo
que, ao agir sobre o meio e modificá-lo, também modifica a si mesmo.
Nesse sentido, o conhecimento não é algo que se produz sem razão, mas que, tratando-se de um processo adaptativo, decorre de uma necessidade: ao tentar realizar uma ação, ou encontrar uma explicação para o que ocorre, o sujeito encontra uma resistência na realidade. Para enfrentá-la precisa modificar seus conhecimentos anteriores, pois do contrário não poderá resolver essa dificuldade. Isso o obriga a dar um passo adiante e a abandonar crenças anteriores. Por isso o conhecimento é um processo de criação, e não de repetição.
CONCLUINDO
Para aprender matemática é preciso que o aluno se
depare com bons problemas, que o desequilibrem
naquilo que sabe, fazendo com que todo o
conhecimento de que dispõe seja revisitado,
vasculhado, complementado, ampliado, dando lugar a
novas e mais complexas relações. Essas
considerações fornecem a base para a didática da
matemática baseada na resolução de problemas.
A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS E A PRÁTICA
PEDAGÓGICA
PROBLEMA MATEMÁTICO
De acordo com os PCN: “Um problema matemático é
uma situação que demanda a realização de uma
sequência de ações ou operações para obter um
resultado. Ou seja, a solução não está disponível de
início, no entanto é possível construí-la” (BRASIL,
1997, p. 44).
O QUE É UM PROBLEMA?
Problema: é toda situação que, desafiando a curiosidade, possibilita uma
descoberta. Tais situações aparecem frequentemente em nossa vida diária. Somos
desafiados a encontrar soluções para problemas matemáticos ou não, desde os
mais simples (como encontrar um objeto perdido) aos mais complexos (como
entender fenômenos da natureza, ou compreender uma nova tecnologia).
POR QUE INICIAR COM PROBLEMAS?
“A maioria, senão todos, dos conceitos e procedimentos
matemáticos podem ser ensinados melhor através da Resolução
de problemas.” Walle, p.57
“Resolver problemas não é apenas uma meta da aprendizagem
matemática, mas também um modo importante de fazê-la. A
resolução de problemas é uma parte integrante de toda a
aprendizagem matemática e, portanto, não deve ser apenas uma
parte isolada do programa de Matemática.” NCTM, 2000, p.52
O QUE O PROFESSOR DEVE CONSIDERAR AO
PROPOR UMA SITUAÇÃO-PROBLEMA?
Os problemas precisam ser desafiadores e interessante.
Dante defende que inicialmente devem ser fáceis para não gerar
frustração, mas entusiasmo ao serem resolvidos.
É importante dar valor a invenção de estratégias e a criação de
ideias.
Com a resolução de problemas, o professor tem uma grande
oportunidade de proporcionar à criança o prazer da descoberta.
Experiências bem cuidadas de raciocínio independente e de
descobertas levarão a uma postura positiva e otimista diante de
uma situação-problema, por toda a vida.
RESOLVENDO OS PROBLEMAS
As crianças precisam interpretar a situação-problema
vivenciada, compreender o enunciado do problema,
estabelecer relações entre o que a situação propõe por meio do
enunciado e os conhecimentos matemáticos a ela pertinentes.
Devemos observar o modo próprio de resolução de cada
criança.
Devemos estimular os alunos a pensarem nas possíveis
soluções
DISCUSSÃO E SISTEMATIZAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS Ao final do trabalho independente cabe ao professor criar condições para a
comunicação das estratégias utilizadas pelos alunos para a resolução e incentivar a
discussão, sempre de forma cuidadosa e valorizando o trabalho realizado, para que
todos os alunos se sintam estimulados a participar e a continuar sempre
comunicando seus resultados.
Ao refletir sobre as ações realizadas, as crianças tiram conclusões que podem ser
aplicadas a novas situações.
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