NOVO
PARA
lrut(Ampliado)
Terico, Prtico e Recreativo Para desenvolver gradualmente e de maneira atraente a inteligncia musical dos jovens principiantes, formando-os na leitura refletida, no estilo e no mecanismo e iniciando-os ao mesmo tempo nos elementos da harmonia
dividido em 5 partes de 30 lies cada uma
por
A. SCHMOLL
Oficial da Instruo Pblica
Obra aprovada por muitos professores clebres, adotada no Conservatrio Nacional de Msica de Tolosa (filial do Conservatrio de Paris), Lisboa, no Conservatrio Dramtico e Musical de So Paulo (Brasil), no de Estambul (Turquia) e nos principais Colgios da Frana e da Blgica. Premiada da Exposio Escolar de Bilbao (Espanha).
Reviso do Prof. Yves Rudner Schmidt
Primeira Parte Este volume foi ampliado com as seguintes peas de A. Schmoll:
Primeira Srie Op. 50: NO.4 "Ema" - Valsa NO.1 "Rosa" - Mazurca NO.5 "O Carteirozinho"NO.2 "Matilde" - Schottisch Pea Recreativa Op. 61: NO.3 "Branca" - Polca "Primeira Sonatina"
COPYRIGHT 1996 By, Casa Wagner Editora Ltda. So Paulo - SP - Brasil. Todos os direitos autorais reservados para todos os pases. All rights reserved.
C-51-W
'" Irmos Votole Ecfitores - Brasil DISTRIBUIDOR EXCLUSIVO
PREFCIO
o ensino do Piano, tal como em geral praticado, trata quase exclusivamente dos princpios da notao musical e da agilidade dos dedos. Para chegar, porm, a esse fim, serve-se de meios to ridos, que fazem desesperar e desencorajar quase todos os alunos.
No meu modo de ver, dever-se-ia propor um plano, mais elevado, e que se deveria procurar alcanar com meios mais simples.
Tive mltiplas ocasies de encontrar-me em presena de alunos que, sabendo executar muito bem uma ou mais peas que haviam aprendido, eram no entanto, absolutamente incapazes de tocar primeira vista peas mais fceis.
Entretanto tais alunos haviam estudado durante vrios anos solfejo e piano. E ento, onde encontrar a causa desta surpreendente inabilidade, e no na maneira pouco lgica e rotineira na qual haviam eles sido dirigidos nos seus primeiros estudos?
Outras crianas, (no dizer dos pais) demonstravam a princpio muita afeio pela msica, porm, aps alguns meses de estudo, tinham-lhe averso. E ento, quem sabe se houvessem elas feito rpidos progressos, tornando-se talvez bons msicos, se, ao contrrio de aborrecer-se com exer
ccios montonos e cansativos, tivessem sido animadas a estudar trechos meldicos e agradveis? Nada mais rebelde que uma inteligncia fatigada; porm, tambm, nada mais dcil que um aluno ao qual se soube inspirar interesse por seu estudo.
Afastemos pois do ensino tudo aquilo que seco e rido; deixemos s inteligncias jovens a liberdade de movimento, to necessria ao seu progresso e desenvolvimento! Qualquer que seja o modo de manifestao da afeio no incio, evitar o contrari-la e esmag-la; a grande habilidade do mestre est justamente em cultiv-la insensivelmente, parecendo ceder, e mesmo cedendo, para melhor conduz-Ia.
Entre os erros mais difundidos, citarei o seguinte: Nunca muito prematuro comear a ensinar msica clssica s crianas.
Eis um grave erro. O estilo clssico , no meu
modo de ver a, mais nobre expresso da arte musi- .
cal. Como se pode, pois admitir que a inteligncia,
apenas formada, de uma criana, possa seguir o gnio nas suas regies elevadas? O mais elementar
de todos os princpios pedaggicos, exige o desenvolvimento gradual das faculdades intelectuais e artsticas. As crianas no gostam seno de algu
mas organizaes escolhidas e no compreendem seno pequenas melodias dirigidas diretamente ao
seu gosto apenas desabrochado. Esse gosto, dirigi
do e cultivado com prudncia, tomar pouco a
pouco uma direo mais elevada e acabar por no encontrar satisfao seno na formula de um estilo
mais srio. Fazer tocar aos principiantes msica
clssica , em si to absurdo, como o alimentar
recm-nascidos com alimentos fortes e substan
ciosos.
O dever de todo o professor de msica formar,
no msicos autmatas que possam tocar um repertrio qualquer, mas sim verdadeiros msicos que saibam lr e tocar tudo sem ajuda de ningum. Eis pois os meios mais seguros para alcanar tal
fim:
1) Dar ao ensino a maior atrao possvel: fazer
tocar em grande parte, pequenos estudos rigorosamente graduados, onde a melodia se esconde sob
uma forma atraente e graciosa. Assim cada um
desses estudos, ensinando uma mincia qualquer
da notao ou um princpio tcnico, deve prender e
interessar o aluno. O aluno ter amor ao estudo se este lhe apresentado numa forma francamente
meldica, e mostrar-se- interessado se o mesmo tal qual um alimento para sua imaginao, isto , se trata-se de um objeto, um sentimento ou uma situa
o que forma parte da vida infantil. Desde que a
imagem assim feita, seja com cores ou com sons,
sempre uma poderosa atrao para uma criana.
Sob esse ponto de vista, no intil dar-se sempre
um ttulo a cada trecho; sei por experincia que
esse um mtodo excelente para exercitar o inte
resse do aluno.
2) Dar exposio da matria a maior clareza possvel; dividir o ensino em certo nmero de
lies, nas quais cada poro ocupa seu lugar marcado de antemo. Por esse meio v o aluno claramente em seus estudos; as coisas ensinadas que lhe
foram apresentadas clara e nitidamente, se lhe
imprimem solidamente na memria. E ainda mais pode constantemente dar-se conta do caminho per
corrido e daquele que lhe resta percorrer.
3) Seguir um mtodo essencialmente sinttico; isto , reconstruir pouco a pouco o sistema musical
inteiro, depois de haver explicado e posto em prti
ca todo pormenor separadamente. Evitar a fadiga e a sobrecarga da memria do aluno pela apresen
tao simultnea de matrias diversas. Nada de
quadros sistemticos ou sinticos, representando todas as notas, todos os valores, todas as pausas, todos os sinais, etc. de uma vez. Desde que o aluno no deve tocar seno semnimas, fuzas e semi
fuzas. H pois necessidade de um grande nmero
de peas e do pequeno desenvolvimento das mesmas. O ensino baseado nesses princpios eminen
temente claro e fcil, guia incessantemente o aluno sobre um terreno j preparado, oferece a potente atrao da variedade e forma invariavelmente bons leitores, posto que no precisamente estudando penosamente trechos relativamente muito difceis que se chega ser bom leitor, mais sim tocando um grande nmero de pea bem graduadas e facilmente compreendidas. Necessita-se pois, no somente evitar longo~ desenvolvimentos tericos que se encontram simples vista sobre as pginas de certos mtodos, mas tambm afastar as interminveis
sries de escalas e de exerccios que o aluno somen
te aborda com repulso instintiva e que somente o
conduzem ao desencorajamento.
4) A exposio do sistema musical com sua mquina externa no basta para formar bons msi
cos e hbeis leitores; necessrio se torna que o
aluno seja iniciado ao mesmo tempo nos princpios da harmonia, que longe de atorment-lo nos estudos prticos, dar-Ihe-o a conhecer as bases e a origem
e permitir-Ihe-o de progredir mais rapidamente. Sempre me admirei que mesmo entre os mtodos
mais conhecidos, nenhum apresentava a mnima
noo sobre conhecimento tericos. Pergunte-se a um aluno o que um intervalo maior ou menor, a
nota dominante, o acorde perfeito, a inverso de
um acorde, a tonalidade, o modo; em geral no
saber responder. E entretanto, como facilitaria a
leitura musical o conhecimento desses elementos!
Em verdade, pena ver-se um aluno que com trs
anos de estudo, balbucia nota por nota um acorde
que encontra cem vezes ao dia, e do qual, porm,
ignora o nome a origem, o carter e a finalidade.
Sei perfeitamente que a harmonia no total uma
cincia muito complicada e muito abstrata para ser
compreendida pela maioria dos alunos; sei tambm
que no se pode chegar a ser hbil PIANISTA sem
um timo conhecimento da Teoria. No pretendo
que um mtodo para piano ou acordes seja ao
mesmo tempo um curso completo de harmonia.
Em toda obra, as complicaes se sucederim e se
multiplicariam rapidamente; formariam logo um
intrincado labirinto de teorias que tornariam o
ensino to difcil, como estril. Porm, julgo absolu
tamente indispensvel que, ainda que no de todo,
se deva ao menos desenvolver a teoria da escala, da
tonalidade e do modo; as cadncias e as modu
laes mais usadas; em uma palavra, todos os prin
cpios elementares que esto ao alcance de todas as
inteligncias, que se referem estritamente tcnica,
e que por isso mesmo no podem de modo algum
prejudicar a clareza do ensino. Se o aluno quiser es
tudar harmoni de um modo mais profundo, o pro
fessor encontrar o terreno preparado e no ter
necessidade de entreter-se com princpios rudi
mentares que h muito so familiares ao aluno.
O plano que tracei ao compor esse novo M
todo, tem por objetivo principal um ensino simplifi
cado, fcil e atraente, formando no somente o estilo e
o mecanismo, mas dando tambm aos alunos aquela
independncia de agir, sem a qual no se poder chegar a ser um bom leitor e nem um bom msico. Ao
executar esse plano induz-me como dever o levar
em conta as observaes que publiquei preceden
temente. Quero esperar que meus numerosos ami
gos acolham meu NOVO MTODO PARA PIANO com
a benvola simpatia que honraram minhas pu
blicaes anteriores.
Paris,
A. Schmoll
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)
(Cmara Brasil
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