Reanimação Cardiopulmonar em Adultos: Novas diretrizes
Enfª R1 Larissa F. de Araújo Paz Residente em Cardiologia - PROCAPE
Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco Profº Luiz Tavares Programa de Especialização em Cardiologia Modalidade
Residência
Recife, 2016
Hemodiálise
OBJETIVOS
• Descrever as modalidades de Parada Cardíaca;
• Elencar as recomendações de Suporte Básico e Avançado de Vida para Leigos e Profissionais;
• Relatar o papel da Enfermagem na assistência a pacientes em PCR e pós RCP.
• Apesar dos avanços é um problema de saúde pública;
• 200.000 PCR no Brasil e metade em ambientes extra hospitalar;
• No âmbito pré-hospitalar 56% a 74% das PCR ocorrem Fibrilação Ventricular (FV);
• Adultos são mais acometidos;
• Lei 14.621 de 2007;
Epidemiologia
São Paulo, 2007; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2013;
Conceito
Define-se como parada cardiorrespiratória (PCR) a interrupção súbita e brusca da
circulação sistêmica e/ou da respiração.
• Inconsciência;
• Ausência de movimentos respiratórios;
• Ausência de Pulso.
Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2013; Hospital Sírio Libanês, 2016.
Lesão cerebral Irreversível e Morte.
Principais causas da PCR
Hipovolemia; Hipóxia; Hiper/Hipocalemia; Hipotermia; H+
Tromboembolismo pulmonar; Trombose coronariana;
Tamponamento cardíaco; Tensão no Tórax (Pneumotórax);
Tóxicos.
5T 5H
Fibrilação Ventricular
Taquicardia Ventricular sem
pulso
Assistolia
Atividade Elétrica sem Pulso
Modalidades de PCR
Guyton, Hall, 2011; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 201; AHA, 2015.
Taquicardia Ventricular Sem Pulso - TV
• Aumento da frequência ventricular (>120), com três ou mais extrassístoles, causando consequência hemodinâmicas ao paciente.
▫ Principais causas: Doença de Chagas e Doença Coronariana.
Souza, Chaves, Silva, 2015.
Taquicardia Ventricular. Fonte: Souza, Chaves, Silva, 2015.
Fibrilação Ventricular - FV
• Impulsos cardíacos frenéticos no músculo ventricular de forma desordenada, impossibilitando a contração muscular e a ejeção efetiva de sangue.
▫ Inconsciência 4 a 5 segundos após o início da FV e lesões irreversíveis em órgãos de 1 a 3 minutos.
Guyton & Hall,
Fibrilação Ventricular em DII. Fonte: Guyton, Hall, 2011.
Atividade Elétrica sem Pulso
• Presença de qualquer atividade elétrica com ausência de pulso palpável em decorrência de contração cardíaca ineficaz.
Souza, Chaves, Silva, 2015.
Atividade Elétrica sem Pulso. Fonte: Souza, Chaves, Silva, 2015.
Assistolia
• Cessação total de qualquer ritmo cardíaco, sendo o processo final das demais modalidades de PCR, pode ser reversível com atendimento adequado e rápido.
Souza, Chaves, Silva, 2015.
Assistolia. Fonte: Souza, Chaves, Silva, 2015.
Protocolo de Linha Reta
1- Checar eletrodos 2- Aumentar o ganho do monitor
3- Checar duas derivações
American Heart Association, 2015;
Definição de RCP
Conjunto de procedimentos realizados pós PCR objetivando manter artificialmente a circulação de sangue arterial no cérebro e outros órgãos vitais até a ocorrência do retorno da circulação espontânea.
American Heart Association, 2010.
Para cada minuto sem RCP, a vítima de
uma PCR perde de 7% a 10% de
chance de sobreviver.
Destaques Diretriz de 2015
• Separação da Cadeia de sobrevivência em Intra Hospitalar e Extra Hospitalar;
• Revisão das melhores evidências sobre PCR com foco em RCP.
• Times de resposta rápida e melhoria contínua da qualidade dos programas de ressuscitação.
American Heart Association, 2010.
Cadeias de Sobrevivência
American Heart Association, 2015.
Suporte Básico de Vida - Destaques
• Reconhecimento rápido
• Uso de celulares
• Programas de acesso público à desfibrilação
• Extra hospitalar – Inalterado
• Sequência recomendada: C – A – B
• Frequência, profundidade, retorno total do tórax, interrupções, evitar ventilação excessiva e considerar uso de Naloxona.
• Dispositivos mecânicos para compressões torácicas.
American Heart Association, 2015.
Responsiv. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP
Suporte Básico de Vida
Avaliar responsividade, respiração e Gasping.
Naloxona DEA
Ênfase na rápida Identificação
Google Imagens, 2016.
American Heart Association, 2015.
Responsiv. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP Naloxona DEA
Suporte Básico de Vida
Google Imagens, 2016. American Heart Association, 2015;
Socorrista sozinho?
Responsiv. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP Naloxona DEA
Suporte Básico de Vida
Google Imagens, 2016. American Heart Association, 2015;
Responsiv. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP
C- CIRCULAÇÃO • Iniciar as compressões; • Frequência: 100 a 120/min; • Profundidade: mínimo 5cm e máximo 6cm; • Retorno total do tórax; • Minimizar interrupção das compressões.
Naloxona DEA
Suporte Básico de Vida
Google Imagens, 2016. American Heart Association, 2015;
A- Abrir Via aérea
B - Boa Respiração
• Proporção de respirações:
▫ Básico: 2 respirações para 30 compressões.
▫ Avançado: 1 respiração a cada 6 segundos com via aérea avançada.
• Tempo de ventilação: 1 segundo
• Elevação visível do tórax
• Evitar Excesso de Ventilação
Responsiv. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP Naloxona DEA
Suporte Básico de Vida
Google Imagens, 2016. American Heart Association, 2015;
Responsiv. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP Naloxona DEA
Suporte Básico de Vida
Vias aéreas
Google Imagens, 2016. American Heart Association, 2015;
Pocket Mask
Lenço Facial com válvula unidirecional
Bolsa Válvula Máscara
Responsiv. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP DEA
• Implantação de Programas Comunitários de DEAs para socorristas leigos;
• Instruções automáticas; • Chocável: 1 choque + Compressões • Não chocável: Compressões
Naloxona
Suporte Básico de Vida
Google Imagens, 2016. American Heart Association, 2015;
• Pacientes com dependência de opioides, conhecida ou suspeitas, que não respondem, apresentam respiração anormal, mas têm pulso, é adequado que socorristas leigos devidamente treinados e profissionais de saúde capacitados para SBV, além da prestação de cuidados básicos, administrem Naloxona por via intramuscular (IM) ou intranasal (IN).
Responsiv. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP DEA Naloxona DEA
Suporte Básico de Vida
Avaliar e Ativar
Iniciar RCP ADM
Naloxona A pessoa
responde?
Sim? Estimule e reavalie
Não? RCP + DEA
American Heart Association, 2015.
Suporte Básico de Vida
American Heart Association, 2015.
Suporte Básico de Vida
American Heart Association, 2015.
Cadeia de Sobrevivência IH
American Heart Association, 2015.
Respon. e Resp. Acionar Emerg. Iniciar RCP Desfibrilar Pós-PCR Vig e Prev.
Suporte Avançado de Vida Cardiovascular
Suporte Avançado de Vida Cardiovascular
x
Suporte Avançado de Vida Cardiovascular
Vasopressina +
Epinefrina
Epinefrina Imediata
• ETCO2 para previsão do fracasso da ressuscitação
▫ Considerar o teor de Dióxido de Carbono ao final da expiração de 10mmHg por capnografia após 20minutos de PCR.
American Heart Association, 2015.
• Vasopressores para ressuscitação
• RCP Extracorpórea
▫ Estudos sugerem melhora da sobrevivência, com bons desfechos neurológicos. Considerar em paciente uma probabilidade razoavelmente alta de benefícios.
• Tratamento medicamentoso pós-PCR: Lidocaína
▫ Não há respaldo para uso rotineiro de lidocaína após a PCR. Pode-se considerar o início ou a continuação imediatamente após a RCP.
Suporte Avançado de Vida Cardiovascular
Lidocaína pós RCP FV/TVSP recorrente
Suporte Avançado de Vida Cardiovascular
• Tratamento medicamentoso pós-PCR: ẞ-Bloqueadores
▫ Uso rotineiro sem evidências. Considerar o início ou continuação de ẞ-Bloqueador oral ou EV imediatamente após hospitalização causada por PCR devida a FV/TVSP.
American Heart Association, 2015.
Instabilidade Hemodinâmica Exacerbação de IC
Bradiarritmias
ATENÇÃO
Desfibriladores
360 Joules 120 - 200 Joules
Mais seguro para o paciente Menor risco de danos ao miocárdio
Maior eficácia
Google Imagens, 2016.
Desfibriladores
• Tratamento de escolha para vítimas em FV de curta duração e TVSP;
• Choques com ondas bifásicas em configurações de energia comparáveis ou inferiores a choque monofásicos de 200J tem êxito equivalente ou maior para finalizar a FV;
• 120 a 200J nos bifásicos e 360J no monofásico;
• Pacientes com MC – afastar pelo menos 8 cm para não prejudicar análise de ritmo. (Leal, 2014)
American Heart Association, 2015.
Medicações
• Vasopressina - Vasoconstrictor ▫ Removida do Algoritmo de PCR em adultos
• Cloridrato de Epinefrina – Vasoconstrictor ▫ 1mg EV/IO em bolus
• Amiodarona – Antiarrítmico 1ª escolha
▫ 300mg inicial + 150mg (20 min após dose inicial)
• Lidocaína – Antiarrítmico ▫ 1,0 a 1,5 mg/Kg IV em bolus, podendo ser repetida após 5 a 10 minutos na
dose de 0,5-0,75 mg/kg, até uma dose máxima de 3 mg/Kg.
• Bicarbonato de sódio ▫ 1mEq/kg EV/IO
American Heart Association, 2015.
Via aérea Avançada
• Via aérea supra glótica ou intubação endotraqueal;
• Usar o2 a 100%;
• Capinografia como forma de monitorização;
• 1 respiração a cada 6 segundos.
American Heart Association, 2010.
Fonte: American Heart Association, 2010.
Via aérea Avançada
Google Imagens, 2016.
Tubo endotraqueal Cânulas de Guedel
Máscara Laríngea
Cuidados Pós PCR
• A angiografia coronária de emergência é recomendada para todos os pacientes que apresentem SST e para pacientes hemodinâmica ou eletricamente instáveis SSST, para os quais haja suspeita de lesão cardiovascular.
• Controle direcionado de temperatura (32ºC e 36ºC) foram atualizadas com novas evidências que sugerem ser aceitável uma faixa de temperatura que deve ser atingida no período pós-PCR.
American Heart Association, 2015.
• Prognóstico pós-PCR: aguardar até 72 horas após retorno da normotermia.
• Finalizado o controle direcionado de temperatura, o paciente pode apresentar febre e os dados sobre os danos são conflitantes, por isso sua prevenção é considerada benigna e, portanto, deve ser almejada.
• A identificação e a correção da hipotensão são recomendadas no período imediatamente após a PCR.
• Doação de órgãos: pós-PCR reanimados e posteriormente evoluem a óbito devem ser avaliados. Sem reanimação com morte cerebral são possíveis doadores renais e hepáticos.
Cuidados Pós PCR
American Heart Association, 2015.
Atribuições da Enfermagem
• Coordenar as ações e direcionar as atribuições da equipe de enfermagem;
• Instalar o desfibrilador semi automático (DEA) e se indicado realizar a desfibrilação;
• Preparar o desfibrilador convencional;
• Instalar o monitor, no caso de não haver possibilidade ou necessidade de realizar a desfibrilação, ou quando a primeira desfibrilação não teve sucesso;
• Auxiliar o médico nas manobras de RCP, assumindo a ventilação ou a compressão torácica;
Hospital Sírio Libanês, 2016.
Atribuições da Enfermagem
• Aproximar o do carro de emergência e posicionar a tábua rígida;
• Preparar de medicação;
• Controlar o tempo de administração de cada medicamento;
• Obter via de acesso venoso;
• Providenciar ou auxiliar na obtenção de equipamentos e/ ou materiais necessários como, por exemplo, desfibrilador e ventiladores.
• Ajudar no transporte do paciente após a reanimação.
• Manter vigilância pós-PCR.
Hospital Sírio Libanês, 2016.
REFERÊNCIAS
• AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines CPR ECC 2010. Destaques das diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE, 2010.
• AMERICAN HEART ASSOCIATION. Guidelines CPR ECC 2015. Destaques das diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE, 2015.
• HOSPITAL SÍRIO LIBÂNES. Protocolo de atendimento a parada cardiorrespiratória (PCR). 2016.
• LEAL, FRANCISMAR PRESTES. Ressuscitação Cardiopulmonar (e cerebral). RCP: Suporte Básico. Maringá-PR, 2014.
• SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análises e Emissão de Laudos Cardiográficos. 2009.
• SOUZA, ABG; CHAVES, LD; SILVA, MCM. Enfermagem em Clínica Médica e Cirúrgica: Teoria e prática. Martinari, 2015.
Google Imagens, 2016.
Obrigada!
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