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9notíciasEDITORIALHoje publicamos um texto do nosso associadoManuel Branco sobre o Museu da Resistência eDeportação em Grenoble. Manuel Branco exilou-seem Grenoble e, com alguns intervalos, aí vive desdeentão. Foi um dos impulsionadores do jornal OAlarme, jornal de grande difusão junto da emigraçãoportuguesa. Era um jornal de resistência e de combatecontra a ditadura e a Guerra Colonial. OuçamosManuel Branco...

MUSEU DA RESISTÊNCIA E DEPORTAÇÃOO Museu da Resistência e da Deportação foi criadohá 52 anos (1966) .A ideia foi de guardar a memória da luta dosresistentes franceses para as gerações futuras (umpouco como a AEP 61-74). A cidade de Grenobleque já tinha sido condecorada pelo General DeGaulle como « Ville Compagnon de la Libération »,foi escolhida pelo seu passado de luta contra aocupação alemã.Neste museu residem arquivos de homens e mulheresque um dia decidiram dizer NÃO e, com risco daprópria vida, (que muitos perderam nesta aventura),lutaram contra a ocupação nazi .Uma maqueta exposta no Museu permite localizaros focos de resistência nas montanhas à volta deGrenoble, Belledonne, Chartreuse, Vercors.Regularmente são organizadas exposições e visitaspara os mais jovens para que a memória continuepresente e possa servir de alerta para os perigos quevamos percebendo de novo pela Europa e peloMundo.Há dias, o Sr. Patrick Curtaud vice-presidente daRegião dizia « nunca devemos esquecer que temosuma divida para com estes homens e mulheres quelutaram para a nossa liberdade. É portanto essencialpermitir a transmissão da sua história e dos seusvalores »Ainda hoje o Museu continua a receber donativos

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para os arquivos; panfletos, cartazes, objectos daépoca, fotos, armas etc... todo este material éminuciosamente arquivado sob a direcção do Sr.Loiseau que olha a ida para a reforma com a nostalgiade que quem tantas horas dedicou a este trabalho.Hoje o Museu começa a ter falta de espaço comodiz o Sr. Olivier Vallade, Presidente da Associaçãodos Amigos do Museu e um projecto de« agrandissement » é previsto a curto prazo. Foineste contexto que o Museu ao ter conhecimentodo nosso trabalho de luta contra o fascismo e aguerra colonial e nomeadamente a origem emGrenoble do jornal “O Alarme” e o trabalho dosComités de Desertores criados pela Europa,entendeu por bem juntar os nossos parcosdocumentos ao lado dos arquivos destes resistentes.

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Para nós esta decisão é uma honra imensa e foi comcerta alegria e emoção que uma Convenção foiassinada com o Museu. É de referir que o sócio daAEP61-74 e da Associação Memória Viva, VascoMartins, já com experiência nestas andanças nos deutodo o seu apoio.

Hoje os arquivos podem ser consultados pelosparticulares, historiadores, sociólogos, antropólogosetc... A Convenção prevê um acesso dentro dorespeito e regras do Museu e a ideia de organizaruma exposição sobre o trabalho dos portugueses jáestá no ar...